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editorial
Editora Saber Ltda. Surge uma nova visão de mercado
Diretor
Hélio Fittipaldi
Este foi um ano bem diferente dos anteriores: o
primeiro em que uma crise mundial de grandes pro-
porções se instalou e o Brasil se saiu razoavelmente
www.sabereletronica.com.br
bem (alguns setores cresceram muito, outros nem
Editor e Diretor Responsável tanto, pois o custo aumentou e a concorrência dos
Hélio Fittipaldi
Conselho Editorial
importados também com o dólar baixo).
João Antonio Zuffo, Tudo isso, apesar de angustiante para boa parte das Hélio Fittipaldi
Renato Paiotti
Redação
empresas provoca a quebra de paradigmas e todos
Monique Souza, estão sendo obrigados a sair da sua zona de conforto e se reinventar para
Thayna Santos
Revisão Técnica
continuar vivendo. O nosso papel não é diferente. Estamos nos reinventando
Eutíquio Lopez todo mês e com o Portal Saber Eletrônica pudemos ver o crescimento astro-
Colaboradores
Clovis Magoga Rodrigues,
nômico de acessos às nossas páginas na internet. Iniciamos em fevereiro de
Eutíquio Lopez, 2008 com 30.000 visitantes “únicos” e agora atingimos 87.811 visitantes, o
Jim Drew,
Newton C. Braga, que são mais pessoas do que o Maracanã lotado em final de campeonato.
Renato Paiotti
Não é para menos que isto aconteça, pois neste ano deveremos encerrar
Designers
Carlos Tartaglioni, com a venda de 13 a 14 milhões de PCs no país, e assim teremos um número
Diego M. Gomes
ativo de PCs em torno de 70 milhões.
Produção
Diego M. Gomes O que isto quer dizer para o futuro!? Um ótimo mercado de trabalho,
com crescimento de renda para quem estiver bem preparado. Analisando o
que ocorre, projetamos que muitas pessoas terão acesso ao conhecimento,
PARA ANUNCIAR: (11) 2095-5339
publicidade@editorasaber.com.br inclusive ao que disponibilizamos na internet sem cobrar e que impactará no
Capa mercado de trabalho. Com profissionais melhores que irão ocupar os nichos
Texas/Divulgação
de mercado, o Brasil poderá crescer sem a concorrência dos chineses que
Impressão
Parma Gráfica e Editora se interessam mais por volumes. Como exemplo, podemos citar o grande
Distribuição crescimento da eletrônica médica nos últimos cinco anos, onde o país já é o
Brasil: DINAP
Portugal: Logista Portugal tel.: 121-9267 800 6º maior mercado consumidor mundial de aparelhos médicos/hospitalares
eletrônicos. Pela primeira vez, faz parte do projeto dos grandes fabricantes
ASSINATURAS do setor como Philips e GE, produzir os aparelhos mais sofisticados e caros
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fone: (11) 2095-5335 / fax: (11) 2098-3366 (como os de ressonância magnética) em nosso país, a partir de 2010.
atendimento das 8:30 às 17:30h O destaque de capa desta edição é para o SitaraTM, lançado pela Texas
Edições anteriores (mediante disponibilidade de
estoque), solicite pelo site ou pelo tel. 2095-5330, ao em outubro passado. É um microprocessador para aplicações industriais
preço da última edição em banca.
projetado para trabalhar no ambiente hostil do chão de fábrica, onde en-
Saber Eletrônica é uma publicação mensal da
Editora Saber Ltda, ISSN 0101-6717. Redação, contramos interferências eletromagnéticas, temperatura alta, óleo, graxa,
administração, publicidade e correspondência: umidade, poeira, etc. Opera numa faixa de temperaturas de -40 até 85/105°
Rua Jacinto José de Araújo, 315, Tatuapé, CEP
03087-020, São Paulo, SP, tel./fax (11) 2095- C, dependendo da versão escolhida. O SitaraTM é baseado no ARM Cortex
5333.
TM-A8 de 500 MHz, e roda em Linux ou Windows CE.

Associada da: Atendimento ao Leitor: atendimento@sabereletronica.com.br


Os artigos assinados são de exclusiva responsabilidade de seus autores. É vedada a reprodução total ou parcial dos textos
e ilustrações desta Revista, bem como a industrialização e/ou comercialização dos aparelhos ou idéias oriundas dos textos
mencionados, sob pena de sanções legais. As consultas técnicas referentes aos artigos da Revista deverão ser feitas exclu-
sivamente por cartas, ou e-mail (A/C do Departamento Técnico). São tomados todos os cuidados razoáveis na preparação do
conteúdo desta Revista, mas não assumimos a responsabilidade legal por eventuais erros, principalmente nas montagens, pois
tratam-se de projetos experimentais. Tampouco assumimos a responsabilidade por danos resultantes de imperícia do montador.
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e Especializadas por alterações nos preços e na disponibilidade dos produtos ocorridas após o fechamento.

Novembro 2009 I SABER ELETRÔNICA 442 I 

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índice
26 Projetos
16 Projeto de Osciladores Senoidais com A.O.
21 Controle de Motores DC, Solenóides e Relés
através da Interface LPT
26 Carregador de Baterias de Fosfato de
Ferro-Lítio com o MCP73123

Circuitos Práticos
28 LED Driver Universal (90 - 265 Vac)
30 Dente-de-Serra Linear
32 Buffer para grandes LCDs

Sensores
34 Seleção de Circuitos com Sensores

Microcontrolador
38 Placa de demonstração VIPer50 para EMI

32 Componentes
40 SitaraTM - Microprocessador para aplicações
industriais
43 Filtros para EMI
46 O que significa Rail-to-Rail (RRO)?
48 Relés de Estado Sólido

Circuitos Práticos
54 Carregador de Supercapacitores com Tensão de
Saída e Corrente de Carga Ajustáveis

Eletrônica Aplicada

40
57 Baterias Redox: Carga em Minutos pela Troca do
Eletrólito
59 O que são Compandors?

Editorial 01
Seção do Leitor 04
Acontece
06
Tecnologia 14
Índice de anunciantes

Cyka ..................................................................................... 3 Microchip ........................................................................... 13 National Instruments .................................................. 2ª capa


Instituto Monitor .............................................................. 5 Globtek ............................................................................ 27 Agilent ........................................................................ 3ª capa
SENAI ............................................................................ 7 Honeywell ........................................................................... 29 Texas Instruments ...................................................... 4ª capa
Digivoice ............................................................................ 9 Tato ..................................................................................... 47
IR ........................................................................................ 11 Portal Saber .................................................................... 35
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seção do leitor
Saber Eletrônica nº439
“Comprei a revista Saber Eletrônica edição nº
439 porque me interessei muito por um artigo
que utiliza o kit eZ430-RF-2500. A revista foi
muito útil e estou desenvolvendo meu trabalho
de graduação baseado nesse kit, porém,
a revista menciona uma biblioteca para a
utilização dos periféricos, mas não tem o link.
A biblioteca é a eZ430_RF2500_ERS.h, vocês
poderiam me enviar? Será muito útil para o
meu trabalho”
Diego Silva
por e-mail
Saber Eletrônica nº 439
Prezado Diego, o código-fonte já está disponi-
bilizado no portal da revista Saber Eletrônica
na seção de downloads. Esperamos que seja
útil para o que você precisa.

Transformadores Assinatura ISSN


“Sou leitor da revista Saber Eletrônica e “Sou assinante do portal e ainda “Saiu na edição de agosto de 2009,
tenho a necessidade de adquirir materiais tenho 284 dias para usufruir desta volume 439, páginas 48-51, com o título:
sobre o surgimento e necessidade dos maravilhosa revista. Me interessei pela Especificação de Baterias para Veícu-
transformadores, assim como conceitos promoção de assinatura do site por R$ los Elétricos. A minha necessidade é o
do princípio de funcionamento, aplicação, 24,00 o ano, e gostaria de assinar por número do ISSN para poder divulgar no
fabricantes, teste, ensaios, etc. Quero saber mais três anos, mas a minha dúvida é meio acadêmico que o artigo foi publi-
se existe algum artigo publicado e o n° se estes 284 dias que eu ainda tenho, cado. Obrigado.
da revista para que possa adquiri-la, pois irão somar-se aos três anos que eu ”Marcelo Silva
tenho comigo que as informações publi- assinei.” por e-mail
cadas nas revistas da Saber são das mais Altamir Amaral Pureza
confiáveis. Desde já agradeço.” por e-mail Prezado Márcio, o número do ISSN da
Andre Silva Cirilo edição da revista Saber Eletrônica nº 439
Mogi das Cruzes - SP Caro Altamir, esta foi uma promoção é 0101-6717.
especial e depois disto foi restabelecido
Na edição nº 134 da revista Eletrônica o preço original de assinatura anual Contato com o Leitor
Total é abordado o tema “transforma- por R$ 48,00. Por falar nisto, o valor da Envie seus comentários, críticas
dor”. Esta edição pode ser conseguida assinatura está em promoção de novo, e sugestões para a.leitor.saberele
por meio do email (mediante disponibi- só que agora é R$ 36,00 por ano. Como tronica@editorasaber.com.br.
lidade de estoque): pedidos@saber- você já fez a assinatura máxima por 3 As mensagens devem ter nome
marketing.com.br . Este artigo pode anos, não será possivel fazer por mais 3 completo, ocupação, empresa e/ou ins-
ser acessado também pelo portal da anos. Se preferir, entre em contato com tituição a que pertence, cidade e Estado.
revista Saber Eletrônica http://www. o departamento de assinaturas. Fone: Por motivo de espaço, os textos podem
sabereletronica.com.br . (11) 2095-5333. ser editados por nossa equipe.

 I SABER ELETRÔNICA 441 I Outubro 2009

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acontece
Veículos elétricos poderão ser testados
pelo público na Exposição VE 2009

Os primeiros modelos de veículos


elétricos deverão chegar ao Brasil em
2010, mas quem quiser antecipar-se
a esse novo mercado poderá visitar
e até dirigir alguns modelos e protó-
tipos na Exposição VE 2009 que será
realizada juntamente ao 6º Seminário
de Veículos Elétricos, em novembro, na
CPFL Cultura, em Campinas, a 100 km
da Capital de São Paulo.
Organizado pelo INEE - Instituto
Nacional de Eficiência Energética - e
pela ABVE - Associação Brasileira
do Veículo Elétrico - o evento tem
por finalidade discutir e divulgar as
novidades do setor que tem acelerado
as pesquisas tecnológicas financiadas
pelas montadoras de todo o mundo,
fabricantes de baterias e acessórios
automobilísticos e as empresas de apresentarão novidades no evento: mais leve, e a Moura mostrará duas
energia elétrica. a WEG lançará o motor de tração baterias específicas para veículos
Além dos modelos de VEs, os fabri- com alta potência de até 185 kW e híbridos, uma das mais avançadas
cantes de equipamentos também refrigerado a água, mais compacto e tecnologias HDP.

Curtas
Padrão Lucro Apoio

Os plugues e tomadas elétricas A empresaTexas Instruments anun- A STMicroelectronics inicia uma


brasileiros terão um novo padrão ciou em outubro um lucro de US$ ação de promoção de seus produ-
a partir de 2010. Eles passam a ter 0,42 por ação no terceiro trimestre, tos nos institutos de pesquisa,
dois ou três pinos e as tomadas, superando expectativas em Wall universidades e pequenas empre-
que antes eram planas, agora têm Street, na esteira da melhora da sas. Em parceria com os distri-
uma reentrância. demanda em todos os segmentos de buidores Avnet e Farnell Newark
Para o Inmetro, o novo sistema traz negócios. a companhia oferecerá aos univer-
mais segurança ao consumidor O lucro líquido no trimestre foi de sitários, pesquisadores e pequenos
na hora de ligar um aparelho à US$ 538 milhões, ante US$ 563 empresários a possibilidade de
tomada, por causa da cavidade. milhões um ano antes. Já a receita adquirirem componentes da fabri-
Ao plugar, o dedo não encosta na da empresa ficou em US$ 2,88 cante em pequenas quantidades.
parte por onde passa a corrente bilhões, com queda frente aos US$ É a primeira vez que a empresa
elétrica. 3,39 bilhões registrados no mesmo desenvolve localmente esse tipo
Além disso, os plugues de aparelhos intervalo do ano passado. de iniciativa. Com a ação, a ST visa
com maior potência não encaixam Para o presidente-financeiro da TI, estreitar ainda mais seu relaciona-
nas tomadas feitas para cargas Kevin March, haverá um pequeno mento com os centros de pesquisas
menores, o que diminui o risco de aumento na demanda para o quarto de universidades, incubadoras e
curto-circuito. A partir de janeiro trimestre. A previsão da companhia institutos de todo o País, além de
de 2010, fica proibida a fabricação, é de ganho por ação entre US$ 0,42 atingir os empresários que fabricam
importação e comércio de e US$ 0,50, e uma receita entre US$ pequenas quantidades de equipa-
aparelhos com os plugues antigos. 2,78 bilhões e US$ 3,02 bilhões. mentos por mês.

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acontece
Tecnologia da STMicroelectronics foi escolhida
para medição de energia elétrica na Espanha

A empresa STMicroelectronics, fabri-


cante de semicondutores e fornece-
dora de soluções para o gerencia-
mento de energia, anunciou que foi
escolhida pela Enel, (Companhia de
Energia da Itália), para fornecer com-
ponentes de semicondutores para os
novos medidores de eletricidade que
serão distribuídos na Espanha.
O medidores de eletricidade são
elementos fundamentais para a nova
solução de gerenciamento remoto a
ser instalada pela Endesa (fornecedora
de eletricidade da Espanha). Os medi-
dores eletromecânicos tradicionais
baseiam-se em uma tecnologia que tem
mais de 100 anos, enquanto os medi-
dores eletrônicos oferecem muitas
vantagens significativas para os servi-
ços públicos e para os consumidores, um sistema similar de gerenciamento gerenciamento remoto de medidores,
incluindo custos menores de manufa- remoto, também com a utilização dos será aberto ao mercado. Dessa forma,
tura, calibragem e manutenção, maior chips da ST, para atender a mais de 25 o Grupo Enel vai disponibilizar a todos
precisão e capacidade de fornecer aos milhões de clientes na Itália. os interessados a primeira e única
consumidores informações detalhadas “Enel, Endesa e ST deram grandes solução para gerenciamento remoto
com base em seu consumo real. passos nesse importante projeto”, de medidores, confiável e comprovada
A tecnologia ST permite que a com- disse Carmelo Papa, vice-presidente em mais de 50 milhões de medido-
panhia fornecedora obtenha dados executivo e gerente geral do Setor res em todo o mundo. Este passo é
pontuais sobre a qualidade do serviço. Industrial e Multissegmentos da ST. “Ao fundamental e tangível no sentido do
Os benefícios para ambas as partes aplicar o vasto know-how e o portfólio processo de padronização lançado pela
são concretos: os consumidores da ST, a Endesa vai utilizar a medição Comunidade Européia, tendo em vista
poderão monitorar e controlar seu inteligente da eletricidade para redu- o desenvolvimento do Smart Grid.
consumo com mais precisão (por zir os custos dos consumidores e, ao Essa implementação da Endesa fará
exemplo: usar os aparelhos domésti- mesmo tempo, aumentar a eficiência da com que a ST seja a primeira a explo-
cos, como máquinas de lavar roupa, de indústria de fornecimento de eletrici- rar esse novo cenário, graças ao longo
lavar louça ou chuveiros elétricos nas dade e, portanto, reduzir as emissões relacionamento no fornecimento de
horas em que o custo é menor) e as de carbono da Espanha.” componentes inovadores para a Enel.
companhias fornecedoras de eletri- A ST fornecerá uma solução completa A ST é uma das poucas companhias
cidade poderão gerar e distribuir a de medição inteligente que inclui um de semicondutores do mundo que
energia de forma mais eficiente. System-onChip (ST758x) inovador pode fornecer todos os dispositivos
Por um período de seis anos (2010- da Power Line Communication, que é e a experiência no nível de sistema
2015), a Endesa vai concluir a subs- o coração do sistema, um poderoso necessários para uma implementação
tituição de mais de 13 milhões de microcontrolador de 32 bits (STM32) de medidores de eletricidade inteli-
medidores de eletricidade tradicionais, e um dispositivo de fornecimento gentes com custos compensadores.
instalados nas casas de seus clientes, de energia inovador, assim como os O portfólio da ST inclui uma família
pela nova geração de medidores inte- dispositivos de memória MOSFET e avançada de microcontroladores para
ligentes. O novo sistema é o resultado EEPROM, como base do novo medi- controlar as funções dos medidores
da experiência combinada da Endesa dor de eletricidade da Endesa. e várias fontes de alimentação (power
e da Enel, sua empresa controladora, Além disso, conforme anunciado pela supplies) que atendem às rigorosas
que juntas formam o segundo maior Enel, o protocolo de Power Line regulamentações referentes aos
grupo do mercado europeu de energia. Communication (SITRED), aplicado ruídos e robustez, além de outros
A Enel já implementou com sucesso nessa nova geração de soluções para o dispositivos.

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acontece
Agilent anuncia parceria para
quantificação das proteínas humanas

O Instituto para Biologia de Sistemas Doação”. Ruedi Aebersold, do Instituto “A combinação da nossa instrumen-
(ISB, na sigla em inglês) e a Agilent Federal de Tecnologia Suíço (ETH), de tação triplo quadripolo, ferramentas
Technologies Inc. anunciaram uma Zurique, também faz parte do projeto. de software específicas para análise
parceria para criar o Atlas de Moni- O trabalho, com prazo de dois anos de de proteínas e a exclusiva tecnologia
toramento de Reação Múltipla (MRM, duração, será desenvolvido na ISB em HPLC-Chip/MS cria uma plataforma
na sigla em inglês), um recurso abran- Seattle e na ETH em Zurique, utilizando estável e sensível para a análise desses
gente projetado para que os cientistas os sistemas de cromatografia líquida/es- grandes conjuntos de amostras.”
realizem análises quantitativas de todas pectrometria de massa com quadripolo O Atlas MRM é projetado para dar aos
as proteínas humanas. Espera-se que o triplo e quadripolo de tempo de voo e cientistas acesso quantitativo a aproxi-
projeto contribua com as pesquisas de nanoflow HPLC-Chip/MS “Nós acredita- madamente 20 mil proteínas presentes
descoberta e validação de marcadores mos que este será um desenvolvimento em tecidos humanos, linhagens celula-
biológicos, com a busca de testes de revolucionário na análise de proteínas”, res e sanguíneas, com o potencial de
diagnósticos baseados em proteínas, diz Rob Moritz, membro do corpo técni- transformar muitas áreas de pesquisa
medicina personalizada e monitora- co do ISB e diretor da Proteomics,“que sobre saúde humana. O projeto irá
mento da saúde humana. irá acelerar e catalisar o uso rotineiro de produzir um banco de dados com até
O programa é patrocinado por doações quantificação de proteínas para avanços quatro peptídeos por gene humano
que totalizam US$ 4,6 milhões para imensamente importantes na compreen- codificador de proteínas, com análises
que Robert Moritz e Leroy Hood, do são, detecção precoce e monitoramento verificadas de espectrometria de massa
ISB, desenvolvam o “Atlas Completo de de doenças humanas.” baseadas em MRM rápidas e precisas
Peptídeos e MRM Humano”.As doações “A Agilent tem muito prazer em com- para permitir a identificação inequívoca
foram feitas pelo Instituto Nacional de partilhar a liderança na criação do Atlas e a quantificação de praticamente qual-
Pesquisas do Genoma Humano dos MRM Humano e métodos baseados no quer proteína no proteoma humano.
Institutos Nacionais de Saúde, dos EUA, MRM para apoiar pesquisas de quanti- Isso deve beneficiar pesquisas biológi-
sob o “Ato de Recuperação e Reinvesti- ficação de proteínas”, diz o diretor de cas em geral e estudos proteômicos de
mento Americano – Oportunidades de marketing LC/MS da Agilent, Ken Miller. larga escala.

Produtos
Produtos para lixamento

Para facilitar o trabalho e a qualidade do A linha de ferramentas pneumáticas,


lixamento na indústria metalúrgica, a lançada recentemente nos EUA, é
3M do Brasil amplia seu portfólio de composta por três novos equipa-
ferramentas pneumáticas e também mentos, disponíveis em duas versões
lança a linha de acessórios “Especiali- cada: Lixadeiras Roloc, Retíficas Retas
dades Scotch-Brite Industrial”. e Máquina para Disco de Corte 3M.
As novidades têm o objetivo de tornar Os produtos complementam a linha
o trabalho mais rápido e com menos de lixadeiras pneumáticas orbitais e
Máquina para
esforço físico, aumentando a produ- politrizes lançadas em 2008. As ferra- disco de corte.
tividade e o conforto operacional dos mentas podem ser adquiridas por meio
profissionais. dos distribuidores 3M. Características técnicas: motor de alta
“Com esses lançamentos, a 3M passa a Um exemplo destas ferramentas é a potência que possibilita melhor per-
oferecer diversas opções para corte, Máquina para Disco de Corte 3M que formance, direcionamento da exaustão
polimento, homogeneização de super- foi projetada para todos os tipos de (360º), gatilho de segurança para evitar
fície e acabamento para trabalhos de aplicações, desde simples operações funcionamento acidental, rolamento
alta qualidade com ótimo custo-benefí- de corte até as tarefas mais técnicas, esfera no eixo de saída, coroa robusta
cio”, afirma Glauco Vecchia, especialista a nova linha possui design moderno e em espiral e guarda de proteção com
de marketing da divisão de abrasivos da compacto, que facilita seu manuseio e rotação de 360º.
3M do Brasil. proporciona segurança ao operador. Mais informações: www.3m.com.br/

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acontece
Samsung montará notebooks
e netbooks em Campinas

A Samsung anuncia ao mercado que a setor em volume de unidades com-


partir da última semana de novem- ercializadas”, afirma o Diretor da
bro irá comercializar computadores Divisão de TI da Samsung, Ronaldo
portáteis no Brasil. A princípio, eles Miranda.
serão importados, mas em março de Nesse cenário, o grande responsável
2010 serão montados em sua fábrica pela perspectiva otimista é o seg-
de Campinas. As instalações serão mento de notebooks e netbooks,
adequadas nos próximos meses. que deve crescer entre 10% e 15%
Uma das principais fabricantes de se comparado ao mesmo período
produtos eletroeletrônicos do do ano anterior. Na indústria, a
mundo e líder global em tecnolo- expectativa é que o Brasil se torne
gias para TI, a empresa apresentou o terceiro maior mercado de PCs mesmos no início de 2010”, com-
três notebooks, dois com telas de 14 do mundo até 2011, e os portáteis pleta o executivo.
polegadas e um com 13,4, e dois net- devem representar 60% do total de Com a chegada dos notebooks e
books com telas de 10,1 polegadas. equipamentos vendidos. netbooks, a Samsung passa a ofe-
Os modelos lançados confirmam a “Há algum tempo a Samsung acom- recer no Brasil um dos portfólios
tradicional qualidade oferecida pela panha a evolução do mercado de mais completos de produtos para
marca e possuem design e especifi- computadores portáteis e posso TI. Hoje, a empresa comercializa
cações técnicas superiores. afirmar que este é o momento certo no país os renomados monitores
“O mercado brasileiro de computa- para lançarmos nossos produtos”, SyncMaster de cristal líquido (LCD),
dores pessoais (PCs) mostra fôlego, afirma Miranda. “Inicialmente todos impressoras e multifuncionais a
apesar da crise econômica mun- os modelos apresentados serão laser, ODD (Optical Disk Drives),
dial. O último trimestre de 2009 importados, mas a empresa deverá além de ser a única a produzir discos
promete ser o melhor da história do começar a fabricação local dos rígidos (HDD) localmente.

Produtos
Vídeoendoscópio

A empresa Starrett, fabricante de brancos possui regulagem de inten-


ferramentas e instrumentos de me- sidade luminosa.
dição, lançou o Vídeo endoscópio O Endoscópio, através do conector
Industrial, que possibilita a avaliação tipo RCA, permite a transmissão da
e inspeção de equipamentos de imagem via cabo do sinal de vídeo
pequeno, médio e grande porte, em NTSC para um sistema de gravação
áreas de difícil acesso. da figura; captura da imagem em
O Videoendoscópico Industrial traz tempo real, que pode ser utilizada
facilidade e praticidade em reparos como filme ou foto estática para
nos equipamentos, reduz custos ilustrar relatórios de inspeção e
de manutenção, tempo de máquina transmissão do sinal diretamente
parada, prevenção de possíveis da- para um monitor ou aparelho de
nos, conservação e funcionamento televisão.
apropriado dos equipamentos. Indicado para ser utilizado em
Algumas vantagens são: a melhoria indústrias alimentícias, farmacêu-
na manutenção preventiva, redução ticas, químicas, petroquímicas, de
da remanufatura industrial e au- geração de energia, construção civil
mento da segurança. e segmento automotivo. Para mais
Fácil e prático para os reparos
O sistema de autoiluminação com informações acesse: www.star- nos equipamentos.
LEDs (Diodos Emissores de Luz) rett.com.br.

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tecnologias

1-Wire: Mais segurança


Renato Paiotti

para projetos com FPGAs


Conheça esta solução apresentada pela Maxim, de proteger contra cópia
o código-fonte e os dados que trafegam nos projetos com FPGAs

D
epois que um projeto, que levou código de autenticação (MAC), e então é grafados, que só podem ser lidos pelo FPGA,
tempo, consumiu todo o co- só comparar os códigos gerados e ver que que também tem o algoritmo rodando.
nhecimento do engenheiro de nada foi alterado. Caso os códigos sejam Um dos requisitos importantes para a
desenvolvimento e passou por diferentes, o processo recomeça, ficando segurança do sistema é de que o número
diversos testes é lançado no mercado, em um loop contínuo, ou determinando de identificação não seja lido por elemen-
não sabemos ao certo onde o mesmo uma certa função. Estes passos podem tos externos, mas sim por chips internos.
irá parar. Certamente nas mãos de algum ser vistos na figura 1, onde se aplica o O número de identificação deve ser único
engenheiro, que aplicando a engenharia conceito IFF (Amigo ou Inimigo). e imutável, ao mesmo tempo que ele será
reversa e outros meios que não convém O termo 1-wire se dá pelo fato do usado para os cálculos criptográficos dos
mencionar, tentará por todos os meios componente de segurança se conectar ao dados.
retirar todos os dados e a lógica do có- FPGA por apenas 1 pino de I/O, conforme Segundo o fabricante, um bom sistema
digo-fonte do seu FPGA para produzir mostra a figura 2. de segurança deve ser protegido contra co-
um produto similar, porém a um preço Certamente, o leitor deve estar se lisões de dados, e isso já ocorreu conforme
mais acessível, pois ele não levou mais questionando sobra qual a garantia que algumas literaturas na internet.
tempo roubando o código do que você temos de que o número de identificação do Este sistema de segurança se aplica
levou produzindo. componente de segurança não seja copiado. também a dados de memórias externas
Os engenheiros que trabalham com Segundo o fabricante, esta cópia é inviável e não apenas às rotinas do FPGA. Mesmo
FPGAs conhecem estes riscos, e utilizam mesmo por engenharia reversa. Ainda que o que o FPGA seja clonado, não é possível
algumas maneiras de proteger ou inibir este número seja copiado, o algoritmo SHA-1 tem clonar o módulo de segurança. Este sis-
tipo de ação, mas isso torna o projeto ainda como finalidade a geração de dados cripto- tema funciona com os FPGAs Altera e
mais caro e o tempo gasto se eleva somente
para aplicar esta segurança.
Para ajudar os desenvolvedores a pro-
tegerem a propriedade intelectual do seu
projeto, a Maxim disponibiliza dois módulos
de segurança, o DS28E01-100 e DS2432.
Ambos empregam a tecnologia 1-wire com
o sistema SHA-1 (Secure Hash Algorithm) e
o sistema Unique Serial Number.
O funcionamento é bem simples, o
FPGA que contém o algoritmo SHA-1
gera números aleatórios e envia para o
componente ou módulo de segurança
(DS28E01). Depois, ele lê o número serial
do módulo, que começa a processar o algo-
ritmo SHA-1, a seguir, o FPGA lê o código
de autenticação gerado pelo componente
(MAC – Message Authentication Code).
Neste instante o FPGA começa a pro-
cessar o algoritmo SHA-1, onde gera um F1. Diagrama de fluxo aplicado ao conceito de
autenticação IFF (Identification Friend or Foe).

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ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ

tecnologias
Xilinx, tanto os mais avançados como o Para aperfeiçoar ainda mais a segurança Conclusão
Virtex-4 e até os de mais baixo custo da do sistema, é possível criar uma chave única Este é mais um recurso apresentado
série Spartan-3. para cada ítem do sistema, e no caso de uma para proibir as cópias de projetos utilizando
Para que o FPGA se beneficie deste chave ser descoberta, somente um item é FPGAs. Considerando-se os outros apre-
sistema de segurança, o mesmo deve ter afetado, não prejudicando todo o sistema. sentados, este se mostra mais econômico,
meios de gerar números aleatórios, ter mas não sabemos até onde os piratas
uma chave secreta que só possa ser usada Utilizando o Sistema eletrônicos podem chegar com os seus
internamente e gerar, através do algoritmos, Para os engenheiros que pretendem conhecimentos. Portanto este processo,
um resultado usando esta chave secreta, o utilizar este recurso para proteger os seus se não torna inviável, dificulta ao máximo a
número aleatório e os dados enviados. projetos, será preciso entrar em contato cópia do projeto, obrigando o pirata a per-
Seguindo os bits oriundos do FPGA com a Maxim, pois cada módulo vem com der muito tempo na tentativa de quebrar a
para o módulo de segurança, seria possível uma chave que não pode ser copiada, razão segurança do sistema. Nos dias atuais, onde
com um microcontrolador, substituir o mó- pela qual é necessário um contrato. Como a a tecnologia de hoje ano que vem poderá
dulo, uma vez que o microcontrolador po- segurança do sistema depende de um FPGA estar ultrapassada, tempo é um fator impor-
deria enviar perguntas previsíveis ao FPGA, para um módulo, não é conveniente para o tante no sucesso de um produto. E
o que iria gerar respostas previsíveis, o que engenheiro começar o seu projeto sem im-
não acontece com o sistema, visto que os plementar este recurso, e por este motivo
resultados são gerados aleatoriamente, a Maxim disponibiliza outros recursos para
tornando ainda mais difícil o entendimento o desenvolvedor elaborar seu projeto com
dos dados. uma EEPROM pré-programada.

SHA

Secure Hash Algorithm é um con- de sua integridade. Por esta razão já


junto de algoritmos de criptografia está em desenvolvimento a versão
desenvolvido pela NSA (Agência SHA-3, que visa atender esta pro-
Nacional de Segurança dos EUA) e cura por um algoritmo que tenha os
publicado em 1993 pela pela NIST requisitos básicos de segurança.
(Instituto Nacional de Padrões e Este algoritmo tem a finalidade de
Tecnologia dos EUA). Os primei- embaralhar os dados através de
ros algoritmos formaram o SHA, fórmulas matemáticas, de modo
todavia como o mesmo apresentou que, se alguém tentar ler os dados
problemas de quebra de segurança e aplicar as fórmulas possíveis
e não tinha um sistema de colisões para desembaralhar os dados, não
de dados, fizeram adaptações e encontre o dado original, mas que
lançaram o SHA-1 e então o SHA seja entendido pelo receptor da
ficou nomeado como SHA-0. mensagem.
O SHA-1 foi gerado para não ter Abaixo, temos um exemplo de
problemas de colisões, porém al- como uma frase seria transformada
guns artigos publicados mostram usando o SHA-1
a vulnerabilidade a colisões do
SHA-1. Atualmente, temos a versão SHA1(“The quick brown fox
SHA-2, que não tem problemas de jumps over the lazy dog”)
colisão, pois nada foi reportado = 2fd4e1c6 7a2d28fc ed849ee1
ainda, porém, como ele é um suces- bb76e739 1b93eb12
sor da versão SHA-1, fica a dúvida

1-wire Dallas Semiconductor

A empresa que desenvolveu o a Dallas e começou a colocar a sua


conceito 1-wire foi a Dallas Semi- marca em todos os produtos, e hoje
conductor, contudo em 2001 ela foi somente alguns componentes mais
adquirida pela Maxim. Em 2007 a antigos continuam levando a marca
Maxim incorporou definitivamente da Dallas Semiconductor.
F2. Diagrama de bloco
do sistema 1-wire.

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Projetos

Projeto de Osciladores
Senoidais com A.O.
Os amplificadores operacionais consistem em uma solução exce-
lente para o projeto de osciladores senoidais destinados a diversos
usos. O ganho elevado, a alta impedância de entrada e outras carac-
terísticas possibilitam a obtenção de sinais senoidais com baixíssi-
mo grau de distorção e em frequências que atendem à maioria das
aplicações comuns.
Neste artigo, com tradução e adaptação de literatura da Texas
Instruments, fornecemos algumas informações importantes para o
projeto de tais osciladores.

Newton C. Braga
www.newtoncbraga.com.br

U
m oscilador nada mais é do que ativos nos amplificadores mudam de xas Instruments TLV247X. Os resistores
um amplificador com um circui- ganho, fazendo com que o valor de A foram de 5% e os capacitores com 20% de
to de realimentação positiva. Na varie, e assim também muda o valor da tolerância. Evidentemente, as tolerâncias
figura 1 temos a representação expressão que passa a ser Aβ diferente de são responsáveis pelas diferenças entre
básica de um oscilador em que uma rede -1. Com isso, a elevação da tensão tenden- os valores ideais e os valores medidos em
de feedback passiva é usada. do a infinito diminui e até é paralisada, cada circuito.
A equação que define a operação deste acontecendo uma de três coisas expostas
oscilador é dada na própria figura. As os- a seguir. Deslocamento de fase
cilações do circuito ocorrem devido a um Em primeiro lugar, a não linearidade em Osciladores
estado instável que existe nele porque a na saturação ou cutoff pode fazer com que O deslocamento de fase de 180 graus
função de transferência (1 + Aβ) = 0 nunca o sistema sature e corte. Então, ele se torna necessário à realimentação pode ser
pode ser satisfeita, uma vez que A/0 é um estável e trava. introduzido por componentes ativos ou
estado indefinido. Em segundo lugar, a carga inicial pode passivos em um oscilador. Nos oscilado-
Assim, o ponto chave para se pro- fazer com que o sistema inclusive sature e res bem projetados dá-se preferência aos
jetar um oscilador é assegurar que β = fique estável nesta situação por um bom componentes passivos, uma vez que eles
-1, o que é denominado tecnicamente de tempo antes de travar com a tensão oposta estão livres de desvios de características.
Critério de Barkhausen, ou ainda usando da linha de alimentação. Os componentes ativos têm suas ca-
um valor complexo equivalente: Aβ =1 ∠ A alternativa nº 2 produz sinais com racterísticas alteradas pela temperatura,
-180 graus. grande distorção, normalmente sinais as quais podem ser compensadas justa-
O -180 graus consiste numa rota- quase retangulares. Essa condição é utili-
ção de fase necessária aos circuitos de zada nos osciladores de relaxação.
realimentação negativa, enquanto que No terceiro caso, o sistema permanece
empregamos 0 grau para uma realimen- linear e tende ao valor oposto da linha de
tação positiva. A tensão em um sistema alimentação. Esta situação possibilita a
de realimentação negativa tende a uma geração de sinais senoidais.
tensão infinita quando Aβ = -1. Os circuitos que vão ser analisados
Quando a tensão de saída se aproxima a seguir foram desenvolvidos com base
da tensão de alimentação, os elementos nos amplificadores operacionais da Te- F1. Apresentação básica
de um oscilador

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ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ

mente pelos componentes passivos. Os


amplificadores são selecionados de modo
que eles não contribuam com pouco ou
nenhum deslocamento de fase na frequ-
ência de oscilação.
Um circuito RL ou RC contribui com
até 90 graus de deslocamento de fase por
polo, e como 180 graus são necessários,
pelo menos dois polos devem ser usados.
Todavia, na prática, os circuitos RL
não são muito convenientes neste tipo
de projeto, pois os indutores são caros,
grandes e portanto, não ideais.
Osciladores LC são muito mais apro-
priados para projetos de alta frequência,
bem acima da faixa alcançada pelos am- F2. Deslocamento
de fase
plificadores operacionais comuns.
O uso mais comum é de redes RC em
lugar de indutores.
A rotação de fase determina a frequ-
ência de oscilação, considerando-se que
o circuito irá oscilar justamente na frequ-
ência que corresponde ao deslocamento
de fase.
A taxa de mudança de fase com a fre-
quência dφ/dt determina a estabilidade de
frequência. Quando seções RC bufferizadas
são cascateadas, o deslocamento de fase
é multiplicado pelo número de seções,
conforme ilustra a figura 2.
É importante lembrar que um buffer
com amplificador operacional apresenta
alta impedância de entrada e baixa impe-
dância de saída. F3. Circuito oscilador
por ponte de Wien
Apresar de duas seções RC cascatea-
das apresentarem um deslocamento de
fase de 180 graus, o dφ/dt na frequência eles possuem um dφ/dt extramente alto A não linearidade acontece quando o
do oscilador é baixo, o que significa que resultante de suas características não amplificador tem seu sinal se aproximan-
um oscilador elaborado dessa forma tem lineares. do das tensões de alimentação, porque
pequena estabilidade de frequência. Contudo, a utilização de ressonado- o corte na saturação reduz o ganho do
Três filtros RC ligados em cascata têm res cerâmicos está restrita a aplicações dispositivo ativo (transistor).
um dφ/dt maior e o oscilador resultante de altas frequências dado seu tamanho, O paradoxo é que no projeto para o
possui uma estabilidade de frequência peso e custo. pior caso exige-se que o ganho nominal
melhor. Quatro seções é o maior número No caso do cristal, a aplicação está passe de 1 para torná-lo viável, mas o
usado, uma vez que os amplificadores limitada pelo fato dos amplificadores excesso de ganho causa maior distorção
operacionais têm a configuração máxima operacionais possuírem uma faixa pas- do sinal de saída.
de quatro unidades por invólucro. sante baixa. Quando o ganho é muito baixo, as
Tendo-se em vista que cada seção é oscilações param, e quando o ganho é
usada para proporcionar uma defasagem Ganho nos Osciladores muito alto o sinal distorce aproximan-
de 45 graus em uma configuração de O ganho de um oscilador deve ser do-se mais de um sinal retangular do
quatro operacionais, teremos a vantagem igual ou maior que 1 com o sinal defasado que senoidal.
adicional de poder conseguir sinais em de 180 graus, na frequência de oscilação. Isso quer dizer que a distorção é jus-
quadratura, ou seja, seno e cosseno. Desse modo, o circuito se torna estável tamente causada por excesso de ganho,
Os ressonadores cerâmicos ou cristais quando o ganho passa de 1. Quando isso o que significa que o ganho deve ser
viabilizam a obtenção dos mais estáveis acontece, a não linearidade do dispositivo ajustado com cuidado em osciladores com
osciladores, levando-se em conta que ativo reduz o ganho para 1. baixa distorção.

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Projetos

F4. Ponte de Wien com reali- F5. Ponte de Wien


mentação não linear com AGC

Os osciladores por deslocamento de Quando Rf = 2RC, o ganho do am- Oscilador de deslocamento


fase têm alguma distorção, porém ela pode plificador é 3 e a oscilação ocorre numa de fase com um Amplificador
ser reduzida partindo-se do princípio que frequência f = 2πRC. Operacional
as redes RC atuam como filtros de distor- O circuito mostrado na figura 3 oscila Um oscilador de deslocamento de fase
ção. Os osciladores bufferizados também numa frequência de 1,65 kHz tanto quanto pode ser elaborado com apenas um ampli-
possuem baixa distorção porque o ganho é 1,59 kHz com os componentes exibidos. ficador operacional, observe a figura 6.
controlado e distribuído entre os buffers. No entanto, a distorção é razoável. É normal assumir que as diferentes
Algumas configurações de baixa A figura 4 exemplifica um circuito Pon- seções de deslocamento de fase são inde-
distorção como, por exemplo, os osci- te de Wien com realimentação não linear. pendentes. Assim, podemos escrever a
ladores tipo Wien Bridge, precisam de A resistência da lâmpada RL é se- seguinte equação para o circuito:
circuitos auxiliares para ajustar o ganho. lecionada para ter um valor nominal
Uma forma de se fazer isso, é com o uso equivalente à metade da resistência de
de componentes não lineares colocados feedback Rf.
no circuito de realimentação. Esses com- Com isso, a lâmpada atua como um
ponentes atuam como AGCs (Controles AGC dada sua característica não linear
Automáticos de Ganho). de operação, mantendo a tensão de saída O deslocamento de fase para o loop
com pequenas variações. completo é de -180 graus, uma vez que o
Oscilador por Ponte Alguns circuitos utilizam um diodo deslocamento de cada um dos três ramos
de Wien em lugar da lâmpada como limitador. Os é de –60 graus.
Na figura 3 observamos um circuito diodos reduzem a distorção, fornecendo Isso irá acontecer quando ω = 2πf =
oscilador por Ponte de Wien (Wien Bridge uma limitação suave para a tensão de saí- 1,732/RC porque a tangente de 60 graus
Oscillator). da. Um AGC deve ser empregado quando vale 1,73. O valor de β neste ponto é (1/2)3
A frequência do sinal gerado é calcu- nenhuma dessas técnicas permite um , e dessa forma, o ganho de A deve ser
lada pela seguinte equação: controle automático de ganho. igual a 8 para que o ganho do sistema
Na figura 5 vemos um oscilador típico seja igual a 1.
de Ponte de Wien com AGC. A frequência de oscilação do circuito
A forma de onda negativa é amostrada da figura 6 com os valores dos compo-
por D1 e armazenada em C1. nentes usados é de 3,76 kHz, um pouco
R1 e R2 devem ser escolhidos para cen- diferente da frequência calculada, que
tralizar a polarização de Q1 de tal forma que foi de 2,76 kHz. Deve ser considerado
(RG + Rqq1) = Rf/2 na tensão desejada de também que o ganho para dar início às
saída. Quando a tensão de saída se desloca oscilações deve ser 26, diferente do ganho
para um valor mais alto, Q1 aumenta sua calculado de 8.
resistência reduzindo com isso o ganho. Essas discrepâncias são devidas par-
No oscilador que mostramos na figura cialmente às variações de características
Quando ω = 2πfc = 1/RC, a realimen- 3, a fonte de 0,833 V é aplicada à entrada dos componentes, mas o fator que mais
tação está em fase (feedback positivo) e o positiva do amplificador operacional de contribui para isso é o fato de assumirmos
ganho é 1/3, o que significa que o circuito modo a centralizar a tensão quiescente que cada seção da rede RC não influi
requer um amplificador com ganho 3. de saída em Vcc/2 = 2,5 V. nas outras. Essa configuração foi muito

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F6. Um oscilador com apenas
um amplificador

F7. Oscilador de desloca-


mento bufferizado

popular quando os componentes para a plificador, mas o melhor sinal estará na


elaboração de configurações mais com- última seção RC.
plexas eram caros. Este é um nodo de alta impedância, o
que significa que o circuito excitado deve
Oscilador de deslocamento ter uma alta impedância para evitar carga
de fase “Bufferizado” e inclusive um deslocamento da frequ-
O circuito oscilador de deslocamento ência causado por eventuais variações
de fase bufferizado exibido na figura 7 dessa carga.
oscila numa frequência de 2,9 kHz, o que
está mais próximo da frequência ideal Oscilador de Quadratura
calculada de 2,76 kHz, conseguindo osci- O oscilador de quadratura é um outro
lar com um ganho de 8,33, o que também tipo de oscilador de deslocamento de fase,
está bem próximo do valor calculado 8. onde cada uma das três seções é configu-
Os buffers ou estágios amplificado- rada para proporcionar um deslocamento
res/isoladores evitam que as seções RC de fase de 90 graus.
carreguem umas às outras e, com isso, o As saídas são rotuladas de seno e
oscilador pode funcionar bem mais pró- cosseno porque estão com uma defa-
ximo dos valores de ganho e frequência sagem de 90 graus, conforme ilustra a
calculados. figura 8.
O ganho, fixado pelo resistor RG, car- O ganho desta configuração é calcula-
rega a terceira seção RC e se um quarto do pela fórmula seguinte:
amplificador operacional (numa configu-
ração com 4 deles) bufferizar esta seção, a
performance se tornará ideal.
Sinais senoidais com baixa distorção
podem ser obtidos da saída de cada am-

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Projetos

Quando R1C1 = R2C2 = R3C3 a equação


pode ser reduzida para a seguinte forma:

Quando ω = 1/RC a equação fica redu-


zida a: 1∠-180 graus, o que significa que a
oscilação ocorre quando ω = 1/RC.
O circuito usado como teste oscilou em
1,65 kHz, um valor um pouco diferente
dos 1,59 kHz calculados, e a discrepância
foi atribuída às variações de valores dos F8. Saídas rotuladas como
seno e cosseno
componentes.

Oscilador de Bubba
O oscilador de Bubba, apresentado na
figura 9, é um outro tipo de oscilador de
deslocamento de fase, mas que tira van-
tagem dos amplificadores operacionais
quádruplos, que podem ser obtidos com
facilidade hoje em dia.
Quatro seções RC proporcionam
defasagens de 45 graus por seção, com
um excelente dφ/dt, o que minimiza os
desvios de frequência.
As saídas são obtidas de seções alter-
nadas com baixa impedância.
Se as saídas forem obtidas de cada um
dos amplificadores operacionais, os sinais F9. Oscilador
de Bubba
terão 45 graus de defasagem.
A equação de realimentação é dada
a seguir: o que leva o circuito a ter maior precisão Os novos amplificadores operacionais
de frequência. Sinais senoidais com uma com realimentação de corrente são difíceis
distorção muito pequena podem ser ob- de usar em osciladores, pois eles são sensí-
tidos da junção de R e RG. veis às capacitâncias de realimentação.
Quando sinais de baixa distorção são Os amplificadores com realimenta-
necessários em todas as saídas, o ganho ção de tensão são limitados a apenas
Quando ω = 1/RC, a equação fica re- deve ser distribuído entre todos os ampli- algumas centenas de quilohertz, uma
duzida para as seguintes formas: ficadores operacionais. vez que eles também acumulam um
A entrada não inversora do amplifi- deslocamento de fase.
cador de ganho é polarizada com 0,5 V O oscilador de Ponte de Wien usa
de modo a fixar a tensão quiescente de poucos componentes e sua estabilidade
saída em 2,5 V. de frequência é boa.
A distribuição de ganho exige que as O oscilador de quadratura precisa de
outras entradas dos demais amplificado- apenas dois amplificadores, porém tem
res sejam polarizadas, mas isso não tem distorção mais elevada.
O ganho deve ser igual a 4 para que a efeito sobre a frequência do oscilador. Os osciladores por deslocamento
oscilação ocorra. de fase, especialmente o de Bubba, têm
O circuito de teste oscilou em 1,76 Conclusão menor distorção e melhor estabilidade
kHz, um valor um pouco diferente dos Os amplificadores operacionais têm de frequência.
1,72 kHz quando o ganho foi 4,17. seu uso limitado às frequências mais A escolha para um determinado projeto
Com baixo ganho A e uma baixa cor- baixas do espectro, uma vez que esses depende, portanto, das necessidades do
rente de polarização, o resistor que fixa o dispositivos não possuem uma faixa projetista, que deve levar em conta todos
ganho RG, não carrega a última seção RC, passante muito larga. os fatores abordados neste artigo. E

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Projetos

Controle de Motores DC, Solenóides e Relés


Através da Interface LPT
Dando continuidade ao nosso projeto de au-
tomação utilizando a placa interface LPT, iremos
abordar neste artigo o acionamento de motores
DC, relés e solenóides
Clovis Magoga Rodriques

O
s leitores que acompanham os Agora, imaginemos que você quei- tipos de atuadores. Um Solenóide é
meus artigos sabem que prefiro ra automatizar o seu ato HUMANO também um atuador, assim como o Relé.
mais a prática, pois acredito de fechar a cortina para automatizar o Portanto, aqueles que sabem controlar um
que ela desperta a vontade de processo, e para isto colocará no lugar Servomotor, um Motor de Passo,um Mo-
fazer um determinado projeto, e com isso das mãos um motor, que neste momento tor DC, um Motor AC, um solenóide ou
partimos em busca da teoria. passará a ser o atuador. No lugar do cé- um relé, poderão inclusive controlar um
Por este motivo não irei demonstrar rebro você utilizará um computador ou dispositivo Pneumático ou Hidráulico,
aqui o funcionamento do motor, do sole- microcontrolador para que seja efetuado válvulas eletroeletrônicas e outros tipos
nóide ou do relé, mas mostrar como fazer o controle do motor. de atuadores.
um motor girar num ou em outro sentido, Partindo para um exemplo mais volta- Mas o por quê desta afirmação? Sim-
como ativar ou não um solenóide e, por do à indústria vejamos outro caso: Imagine ples, a válvula que controla um Sistema
fim, como armar ou desarmar um relé. que em uma indústria automotiva um car- Pneumático em quase 100% dos casos é
ro tem suas peças soldadas por um ROBÔ um tipo de solenóide, e a mesma coisa
Atuadores SOLDADOR. Ali temos um atuador, que vale para um sistema hidráulico.
Podemos dizer que um atuador é é o braço do robô, e dentro dele, teremos Existem sistemas que não possuem
qualquer dispositivo que consiga efetuar os motores, servos motores, e toda a eletrô- solenóides, mas o mesmo controle pode
um trabalho mecânico, ou alterar, mover nica que efetuará o processo, sendo um de ser feito com motores que abrem e fecham
ou deslocar alguma coisa. controle e o outro de atuador. válvulas. No nosso caso utilizaremos relés
Como ilustração suponhamos que você São diversos os tipos de atuadores: eles que irão atuar diretamente no motor ou
tenha a intenção de fechar a cortina de sua podem ser eletrônicos, eletromecânicos, contator. Neste artigo não abordaremos
casa. Para isso utilizará as mãos para exe- pneumáticos, hidráulicos, entre outros. os contatores, mas fica a dica para o leitor
cutar esta ação, neste caso o atuador é sua Os Motores CC, Servomotores, Mo- que desejar se informar sobre esse tipo
mão, e o controle é seu cérebro. tores de Passo e Motores AC, são todos de atuador.

F1. Circuito para ínversão da F2. Variantes do circuito


rotação do motor. da figura 1.

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Projetos

Motores DC Reparem que na figura 2a temos as cha- No diagrama da figura 4, temos um


Existe uma infinidade de motores DC, ves SW1, SW2, SW3 e SW4 todas abertas, circuito utilizando o CI L293D, o qual
cada um empregado em um tipo de apli- logo nenhuma corrente chega ao motor, pode controlar até dois motores por com-
cação. Alguns modelos possuem redução que permanece parado. Na figura 2b temos ponente. Na tabela 1 observamos como
mecânica e outros não. Os motores com somente as chaves SW1 e SW4 fechadas, ele irá se comportar.
redução mecânica têm uma característica permitindo que a corrente passe pelo mo- Na figura 5 mostramos a versão tran-
diferente dos motores sem redução me- tor, acionando o mesmo num sentido. sistorizada, com maior capacidade de
cânica, que é a força, o torque, que obvia- Na figura 2c somente as chaves SW2 e carga, indicada para motores com consu-
mente faz a diferença em certos tipos de SW3 estão fechadas, e desta forma a cor- mo de ate 2,0 A. Utilizando componentes
aplicações, porém com o ganho de força e rente passa pelo motor de forma inversa comuns como o TIP125 e TIP120 como
torque perdemos em velocidade. da figura 2b, colocando o motor em fun- transistores de potência e os transistores
Ao ligarmos um motor DC, ele gira cionamento, mas em sentido inverso. 2N2222 como responsáveis em “ATIVAR”
para um determinado sentido; ao inver- Na figura 3 vamos fazer este mesmo os transistores de maior potência .
temos esta alimentação, o motor gira controle com transistores. A tabela de ativação do mesmo é idên-
no sentido contrário, mas como fazer Podemos observar que as chaves SW1 tica à do anterior, ou seja, a maneira de
está mudança de alimentação automa- a SW4 foram substituídas pelos transisto- controlar o circuito continua igual. Nosso
ticamente para que possamos inverter o res T1 a T4, porém diferente das chaves próximo passo agora será como controlar
sentido de rotação do motor? que têm a ação humana para acioná-las, os os motores utilizando a placa LPT PORT.
A solução está aqui mesmo nas quase transistores precisam ser excitados, e para Para isso, precisamos conectar os pinos 4
450 edições da revista Saber Eletrônica e isto basta um sinal, um nível lógico ou bits e 5 do circuito da figura 4 aos pinos 8 e 7
nas outras publicações do grupo, onde já de controle nas entradas, que podem ser do conector SV3 da interface LPT port ou
foi explicado como fazer isso, e confesso fornecidos por sensores, microcontrola- os pinos X3-3 e X3-1 do circuito da figura 5
a vocês que adorei a simples ideia de qua- dores ou um microcomputador, que é o ao conector SV3 pinos 8 e 7 e, obviamente,
se 28 anos atrás, sim, isso mesmo, quase nosso caso. o terra. Então já estaremos prontos para
28 anos atrás, de inverter a rotação de Voltando à figura 2, podemos fazer começar o programa de controle.
um pequeno motor DC com uma chave uma associação aos níveis lógicos, mas
HH. Por incrível que pareça o conceito com a utilização das chaves, sendo que no Comentários importantes
ainda continua o mesmo, é só observar esquema “a” todos os níveis são BAIXO Independentemente do tipo de circuito
o esquema da figura 1 (agradeço ao prof. S(0,0) na figura “b” temos o nível ALTO de controle do motor em PONTE H, pre-
Newton C Braga que me ensinou muitas e BAIXO (1,0), e no esquema “c” temos os cisamos sempre de dois bits de ativação
coisas). níveis BAIXO e ALTO (0,1). Este tipo de cir- em uma sequência de bits 0 0, 0 1, 1 0. No
Recomendo ao leitor que está se cuito se intitula Ponte H ou H-BRIDGE.
iniciando na eletrônica a montar este Este circuito, além da forma transistori-
esquema da figura 1, assim terá uma zada, poderá ser obtido através de CIs. Um
noção do funcionamento de um motor exemplo de uma ponte H que emprega um
DC, para depois achar uma solução para circuito integrado é aquele que utiliza o CI
fazer este mesmo circuito, porém de uma L293D, e que é encontrado facilmente em
forma automática. diversas lojas de eletrônica. Sugiro a leitura
Para esta solução apresentamos as do datasheet do componente, pois lá o lei-
figura 2, notem que são apenas opções tor irá aprender bastante sobre o controle T1. Comportamento do motor
conforme os níveis dos pinos.
da variante da figura 1. de motores com o uso dele.

F3. Controle da rotação do F4. Circuito de controle de dois


motor com transistores. motores com o CI L293D.

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caso de utilizarmos a interface LPT PORT, esteira_1 e esteira_2, motivo pelo qual Neste exemplo iremos controlar 8
onde temos 16 bits de saída, poderíamos temos dois sentidos de rotação, direita e motores DC, então para o motor 1 ligado
então ligar até 8 motores DC. esquerda. Seguindo essa linha de racio- a interface LPT no conector SV3 (pinos 8
Os leitores que acompanham a série cínio, esqueça que é uma esteira e pense e 7), então devemos enviar os números, 0
de artigos na revista irão notar que existe somente em motores para uma determi- para parar, 1 para acionar o motor, e 2 para
uma semelhança muito grande na ma- nada aplicação. inverter o sentido de rotação.
neira de controlar os motores de passo
e motores DC, porém para estes últimos
precisamos somente de dois códigos e
não é necessária a contagem de pulsos
das fases.
Na tabela 2 podemos observar como
isso é possível, bem como o decimal cor-
respondente, lembre-se que isso é válido
para ambas as portas da interface. A dife-
rença está somente no endereço da porta
A e porta B, onde o código de controle dos
dados será sempre o mesmo!
Na figura 6 temos a tela do software de
controle de uma esteira que no final terá
todos os recursos apresentados até esta
edição. Vamos adotá-la como exemplo
do nosso estudo, pois através dela con-
trolaremos os motores DC da esteira e,
finalmente, o conjunto completo.
Iremos nos concentrar somente nas
CAIXAS Ativação de Sistema, e nos botões
“Esq.” e “Dir.” e, posteriormente, no botão
“Ativa Sensores”.
Na caixa “Ativação do Sistema” vere-
mos o conteúdo do botão “Selecionar”, os
leitores que estão acompanhando a série F5.Versão transistoriazada do controle de rotação do
motor com maior capacidade de carga.
de artigos perceberão uma repetição dos
controles, pois é idêntico ao controle im-
plementado do motor de passo e a placa
de servos. Vejamos o box 1.
No box 2 temos a rotina de controle do
motor, sendo composta por dois botões de
acionamento.
Dentro do próprio box 2 temos a
explicação do que cada umas das linhas
do programa executa e o efeito que ela
irá aplicar na interface de porta paralela.
Cada variável de motor foi chamada de

Box 1
Private Sub Command9_Click()
dados = Val(Text1.Text)
Status = dados + 1
Control = dados + 2
Out Control, 228
Out dados, 0
Out dados, 255
Out dados, 0
End Sub
T2. Condições do motor con-
forme os níveis D0, D1... D7.

Novembro 2009 I SABER ELETRÔNICA 442 I 23

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Projetos

Para acionar o segundo motor, ligado


ao conector SV3 (pinos 6 e 5) devemos
enviar os códigos 4 para acionar o motor
e 8 para reverter.
No motor 3 ligado em SV3 (pinos 4
e 3) devemos enviar os códigos 16 para
acionar o motor e 32 para reverter, e para
acionar o motor 4 conectado ao conector
SV3 (pinos 2 e 1) os códigos 64 para acio-
nar o motor e 128 para inverter o sentido
de rotação. Para parar todos os motores
é só enviar 0.
Lembre-se que a porta A da interface é
ativada através do endereço decimal 236,
para ativar a porta B no conector SV2 o
código decimal é 236.
Logo, para acionar os outros quatro
motores devemos utilizar a porta B.

F6. Software de controle Solenóides


de uma esteira.
Fazendo um breve comentário sobre
solenóides, são componentes compostos
Box 2 por uma bobina de fio, enrolada em um
Private Sub Command21_Click() invólucro de metal oco, no qual é intro-
Out Control, 224 ‘ ativa todas as portas duzido um eixo de metal e fixado por
Out dados, 0 ‘ coloca os 16 bits de saída em 0 mola. Ao aplicarmos uma tensão de ali-
Out Control, 236 ‘ ativa a porta A conector SV3 mentação nas bobinas, é criado um campo
esteira_1 = 1 ‘ define 1 decimal para a variável esteira_1 magnético, o qual puxa o eixo introduzido
If Text23.Text <> “ON” Then ‘ checa se o botão foi acionado dentro do invólucro de metal para dentro;
Text23 = “ON” ‘ indica a palavra ON no quadro de diálogo ao desativar a alimentação de energia da
Out dados, esteira_1 ‘ ativa_esteira bobina, e por causa da existência de uma
‘ envia para a porta de saída o código 1 mola no eixo do solenóide, faz com que o
‘ o que irá ativar o motor a girar para um sentido eixo saia de dentro do mesmo, e assim o
Else ‘ caso o botão ciclo se repete. O solenóide pode ser usa-
Text23 = “OFF” ‘ esteja pressionando em OFF do em inúmeras aplicações, mas as mais
Out dados, 0 ‘ envia para a saída o valor 0 parando o motor comuns são as travas elétricas.
End If ‘ termina o ciclo de comparação O controle de um solenóide funciona
End Sub ‘ termina a rotina de forma simples, ativado ou inativo,
aplicando-se corrente ao solenóide ele
Private Sub Command19_Click() se arma e fica ativado. Sem corrente, ele
Out Control, 224 ‘ ativa todas as portas volta ao estado original devido à ação
Out dados, 0 ‘ coloca os 16 bits de saída em 0 mecânica da mola.
Out Control, 236 ‘ ativa a porta A conector SV3 No diagrama da figura 7 vemos uma
esteira_2 = 2 ‘ define 2 decimal para a variável esteira_2 maneira simples de acionar um solenóide
If Text22.Text <> “ON” Then ‘ check se o botão foi acionado com um transistor TIP120.
Text22 = “ON” ‘ indica a palavra ON no quadro de diálogo
Out dados, esteira_2 ‘ desativa a esteira
‘ envia para a porta de saída o código 2
‘ o que fará com que a esteira movimente-se
‘ no sentido contrário ao do comando anterior
Else ‘ caso o botão
Text22 = “OFF” ‘ esteja pressionado em OFF
Out dados, 0 ‘ envia para a saída o valor 0 parando o motor
End If ‘ termina o ciclo de comparação do software
End Sub ‘ termina a rotina
F7. Acionamento do solenoíde
com o transistor TIP120.

24 I SABER ELETRÔNICA 442 I Novembro 2009

SE442_controle.indd 24 24/11/2009 13:01:41


Mas, e o programa para acionar este os dois solenóides, pois 3 em binários levando em consideração a potência, a
solenóide? Vejamos na foto, o botão será 0011, para ativarmos o solenóide 1 tensão de acionamento e a capacidade
“Ativa Sensores” o leitor deverá estar e 3 enviamos o dado “5”, 0101, e assim de comutação de cada um.
se perguntando “o que tem a ver ativar por diante.
sensores com ativar um solenóide?” Conclusão
Um programa de computador não Relés Neste capítulo concluímos mais um
sabe que você está ligando um sensor, Os relés têm o seu principio de fun- passo em nossos estudos, e nos pre-
um servo, um motor, um solenóide ou cionamento parecido com os solenóides, paramos para o próximo artigo, onde
um relé. Ele somente coloca um determi- porém eles fecham ou abrem contatos trataremos de sensores, e como ligá-los
nado DADO onde você mandar. elétricos, ao invés de empurrar e travar às interface LPT. Iremos estudar nesta
Vejamos a explicação coerente: es- como os solenóides fazem. ocasião os sensores ópticos, sensores
tamos trabalhando sempre com dados O programa de controle é exata- mecânicos, eletromagnéticos, abran-
DIGITAIS, ou seja, variação de (000000 mente semelhante ao de controlar um gendo também a leitura de teclado de
zeros ) e (1111111 uns ), e o máximo solenóide, pois como visto acima tem o 16 teclas pela interface de porta para-
que fizemos até agora em toda a série mesmo princípio de funcionamento. lela, implementação de um conversor
de artigos foi variar a velocidade com Tudo o que dissemos sobre o contro- análogo- digital e digital- análogo e,
qual mandamos estes dados para a le por software de solenóide se aplica obviamente, como efetuar a programa-
interface. aos relés, inclusive a rotina do box 3, ção de tudo isso. E
Portanto, no botão do programa de
controle da esteira onde está escrito Box 3
ACIONAR SENSORES, você pode mu- Private Sub Command2_Click()
dar o código-fonte para acionar o sole- ‘Ativando Port B
nóide ou acionar os relés, e pronto. Out Control, 224
Vejamos como isso é feito no box 3 Out dados, 255
do programa Out dados, 0
Com isso é possível notar que é prati- Solenóide1 = 1 ‘ ativa o solenóide
camente a mesma coisa do box 2, porém If Text2.Text <> “ON” Then
a única coisa que muda é a porta que Text2 = “ON”
estamos utilizando. Um outro detalhe Out dados, 0 ‘ solenóide desativado
também muda, pois como aqui só temos Else
de ligar e desligar, devemos enviar de- Text2 = “OFF”
terminados dados para a saída, lembre- Out dados, 0 ‘Desliga
se de que cada porta tem um endereço, End If
mas os dados serão os mesmos. End Sub
Exemplo: porta B, out control, 224,
ativamos o port, ao enviar o dado 1
ligamos o solenóide 1, o 2 ativamos
o solenóide 2, enviando o 4 ativamos
o solenóide 3, enviando 8 ativamos o
solenóide 4, enviando 16 ativamos o
solenóide 5, enviando 32 ativamos o
solenóide 6, enviando 64 ativamos o
solenóide 7 e enviando 128 ativamos o
solenóide 8. Vejamos a tabela 3.
Perceba que os números avançam em
múltiplos, 1 dobra para 2, 2 dobra para
4, quatro para 8 e assim até 128. Pode
haver a necessidade de acionar 2 ou
mais solenóides ao mesmo tempo; neste
caso é necessário enviar o valor onde
os dois sensores estão conectados. Para
exemplificar, imagine que iremos ativar
os sensores do pino 1 e 2, para ativar o
pino 1 enviamos o dado “1” e para o
pino 2 “2”, logo se enviarmos para a
porta de saída o dado “3” ativaremos T3. Níveis e deciamal correspondente para o
controle de até 8 solenóides.

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Projetos

Carregador de Baterias
de Fosfato de Ferro-Lítio com o MCP73123

Newton C. Braga

A
capacidade típica de uma ba- componente já vem com algoritmos que
Em seu Application Note teria deste tipo varia entre 500 proporcionam o tempo mais curto de car-
AN1276, a Microchip (www.micro- mAh e 2300 mAh por célula, e a ga com o aproveitamento máximo de sua
tensão é normalmente de 3,2 V. capacidade. Ele pode operar com tensões
chip.com) descreve um carregador
Nas aplicações que exigem maiores cor- até 18 V e tem os seguintes recursos:
de baixo custo para baterias de rentes, as células são ligadas em paralelo, • Trava de subtensão com 4,15 V
Fosfato de Ferro-Lítio (LiFePO4) e para maiores tensões, elas são ligadas • Tensão máxima de entrada com
em série. Como os fabricantes possuem OVP – 18 V
que começam a ser utilizadas
especificações diferentes para a carga e • Precisão de 0,5% na regulagem de
como fontes secundárias de ener- descarga, circuitos especiais devem ser tensão
gia em veículos elétricos (EV) e utilizados nos carregadores. • Opções de tensão de carga de 3,6 V
veículos elétricos híbridos (HEV), De qualquer maneira, os carrega- • Corrente de carga programável por
dores consistem em fontes de corrente resistor externo: de 130 a 1100 mA
além de ferramentas portáteis. constante com recursos para assegurar • Timer programável
Estas baterias são normalmente que as correntes circulantes por todas Na figura 1 temos um circuito típico
as células se dividam de forma igual. de aplicação.
utilizadas em sistemas que exigem
Neste artigo, baseado na documentação
altas tensões ou altas capacidades da Microchip, é descrito um carregador O circuito
de fornecimento de energia que faz uso do MCP73123 para este tipo O circuito da figura 1 mostra a con-
de bateria. figuração básica do carregador com um
mínimo de componentes externos. O pino
O MCP73123 de status (STAT) pode ser conectado tanto
O MCP73123 é um circuito integrado a um LED externo de aviso como a um
especificamente criado para a carga de MCU. Na figura 2 mostramos o invólucro
baterias de Fosfato de Ferro-Lítio. Este do MCP73123.

F1. Circuito típico


de aplicação.

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abcdefghijklmnopqrstuvwxy
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ

F2. Invólucro do F3. Placa de


MCP73123. avaliação.

A entrada do circuito recebe de 4,15 V ao pino PROG depende da corrente de car-


a 5,8 V (ou 6,5 V), no entanto, o circuito ga. A tabela 1, dada a seguir, dá os valores
integrado é protegido para tensões até 18 dos resistores em função da corrente para
V, para o caso de um conversor AC/DC duas tolerâncias padronizadas.
ser conectado erroneamente. A saída do
circuito é regulada para 3,6 V, inician- Placa de Avaliação
do-se a carga quando o circuito detecta A Microchip dispõe de uma placa de
esta tensão. Nestas condições, o circuito avaliação para este produto. Na figura 3
ajusta a corrente de modo a obter a taxa mostramos esta placa, que pode ser obtida
de carga ideal. diretamente no distribuidor local desta
O circuito é estável tanto com capacito- empresa ou pela Internet.
res quanto sem capacitores. Porém, é reco- A documentação completa para o
mendado o uso de um capacitor em paralelo desenvolvimento de um projeto baseado
com a bateria com um valor mínimo de 1 µF. neste produto pode ser baixada a partir
O valor do resistor de programação ligado do site da Microchip. E
Charge Recommended E96 Recommended E24
Current (mA) Resistor (Ω) Resistor (Ω)
130 10k 10k
150 8,45k 8,20k
200 6,20k 6,20k
250 4,99k 5,10k
300 4,02k 3,90k
350 3,40k 3,30k
400 3,00k 3,00k
450 2,61k 2,70k
500 2,32k 2,37k
550 2,10k 2,20k
600 1,91k 2,00k
650 1,78k 1,80k
700 1,62k 1,60k
750 1,50k 1,50k
800 1,40k 1,50k
850 1,33k 1,30k
900 1,24k 1,20k
950 1,18k 1,20k
1000 1,10k 1,10k
1100 1,00k 1,00k T1. Resistores de
programação

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Circuitos Práticos

LED Driver Universal


(90 – 265 Vac)

C
ada vez mais os LEDs são usados tura, o que traz um verdadeiro desafio
Com o crescimento do em- em iluminação, sinalização e ou- aos projetistas que tentam ligar esses
prego dos LEDs em lugar das tras aplicações, em substituição componentes em paralelo.
às lâmpadas comuns de todos Se dois LEDs forem ligados em pa-
lâmpadas comuns em ilumina-
os tipos. Sendo muito mais robustos, ralelo, um deles sempre conduzirá um
ção, circuitos que possibilitem a com um rendimento maior e também pouco mais que o outro, e isso acarretará
utilização desses componentes durabilidade, em pouco tempo estes uma elevação maior da temperatura
componentes deverão ser a principal deste que conduz mais. O resultado é
em 110 V ou 220 V são bastante
opção para essas aplicações. que, com a elevação da temperatura, a
procurados. Em seu Application Usando o circuito integrado IRS2541, corrente irá aumentar mais ainda e, com
Note NA-1131, a International o circuito é alimentado diretamente pela isso, teremos uma deriva térmica neste
rede de energia, sem a necessidade de componente que desviará toda a corrente
Rectifier (www.irf.com) descreve
transformadores. Isso é possível porque para ele, podendo causar sua queima.
um circuito que aceita entradas o CI consiste num conrolador buck de Mesmo que ele não queime, a distribui-
de 90 Vac a 265 Vac fornecendo alta tensão e alta frequência capaz de ção desigual da corrente fará com que
proporcionar uma corrente constante um brilhe mais que o outro.
correntes de 350 mA a uma sequ-
para os LEDs. Para ligar LEDs em série, entretanto,
ência de LEDs. Neste artigo focali- Além disso, o componente utilizado precisamos considerar a queda de tensão
zamos esse Application Note, que incorpora um funcionamento em modo em cada um, o que também consiste em
contínuo, um retardo de tempo do con- um problema de projeto, principalmen-
pode ser obtido na íntegra no site
trolador buck para controlar diretamente te quando o circuito opera com baixas
da da empresa. a corrente média na carga usando uma tensões.
referência de tensão precisa on-chip. No projeto descrito pela International
A curva de referência I/V dos LEDs Rectifier temos a retificação direta da ten-
Newton C. Braga é crítica. Uma pequena variação na são da rede por uma ponte de diodos e,
www.newtoncbraga.com.br tensão direta se transfere para o LED, depois, sua filtragem é feita por dois capa-
causando uma forte variação de brilho. citors em paralelo. Com esta tensão, um
Como a corrente depende da tensão, as circuito redutor com diodos zener produz
variações de tensão refletem-se no brilho uma queda que baixa a tensão para valo-
dos LEDs de forma indesejável. Assim, a res entre 16 V e 35 V. Nesta faixa de tensão,
melhor maneira de se controlar o brilho a corrente de saída é de 350 mA.
é mantendo um controle preciso da cor- Essa configuração possibilita, então,
rente circulante pelos LEDs. O circuito a alimentação de até 12 LEDs em série.
mostrado opera desta forma. Na figura 1 No projeto original a International Rec-
temos então o circuito proposto. tifier utilizou LEDs LXHL-MMCA da
Outro fator importante que influi na Luxon Flood, mas certamente o circuito
luminosidade dos LEDs é o dado pela funcionará com LEDs equivalentes. Esses
dependência desses componentes com LEDs vêm em placas com uma corrente
a temperatura. Os LEDs possuem um de 700 mA e uma tensão de ruptura entre
coeficiente negativo natural de tempera- 16 e 24 V. E

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abcdefghijklmnopqrstuvwxy
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ

F1. Circuito para o LED Driver


Universal (90-256 Vac

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Circuitos Práticos

Dente-de-
Serra Linear
Q
uando se necessita de um sinal onde a subida da tensão deve ser feita
Sinais dente-de-serra são dente-de-serra normalmente linearmente.
usados em muitas aplicações emprega-se um oscilador de O que ocorre no circuito comum den-
relaxação, onde um capacitor te-de-serra é que a corrente de carga no
que envolvem varredura ou base
se carrega através de um resistor até ser capacitor diminui à medida que a tensão
de tempo, tais como conversores atingida a tensão de disparo de um dispo- sobre o capacitor aumenta. Para que a
analógicos-para-digitais, cir- sitivo ou configuração com características tensão suba linearmente à medida que o
de resistência negativa. capacitor se carrega, a solução mais sim-
cuitos de varredura, geradores
No entanto, o que ocorre nesse caso é ples consiste em se agregar um circuito
de varredura e muito mais. Para que a carga do capacitor através do dis- que permita obter uma corrente constante
esses circuitos as configurações positivo é exponencial e não linear, con- de carga no capacitor.
forme mostra a figura 1, o que significa Conforme ilustra a figura 2, o que
devem ser lineares, o que nem
que o sinal gerado não é um verdadeiro se faz é agregar uma fonte de corrente
sempre ocorre quando utilizamos dente-de-serra. constante ao circuito RC que determina
configurações tradicionais. Veja Nas aplicações críticas que envolvem a constante de tempo do oscilador de
instrumentação, aquisição de dados ou relaxação.
nesse artigo como gerar um sinal
geração de sinais de precisão, essa forma Indo além, poderemos ter então um
dente-de-serra linear. de onda não pode ser aplicada. Requer- circuito completo de uma boa base linear
se de um sinal dente-de-serra linear, dente-de-serra utilizando um astável com

Newton C. Braga
www.newtoncbraga.com.br

F1. O sinal sobre o capacitador


não é um dente-de-serra.

F2. Agregando-se uma fonte de corrente constante,


obtemos um sinal do tipo dente-de-serra.

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ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ

o conhecido circuito integrado 555, mas ser feitas para ser alcançada a frequência aproximadamente 1/3 e 2/3 da tensão de
agregando à rede RC uma fonte de cor- desejada. alimentação. O circuito poderá ser alimen-
rente constante com um transistor. A corrente constante obtida nesse tado com tensões de 5 a 12 V tipicamente,
Esse transistor, além de proporcionar circuito para a carga do capacitor é da or- e o equivalente CMOS do 555 poderá ser
uma carga constante do capacitor e com isso dem de 50 mA, mas podem ser alterados empregado.
a subida linear da tensão no elemento de os componentes para que outros valores A frequência máxima de oscilação em
disparo, também serve de amplificador para sejam atingidos conforme a aplicação. que os sinais se mantêm ainda lineares
os sinais. Na figura 3 temos, então, o circuito Observamos ainda que a amplitu- não vai além de algumas dezenas de
completo obtido para essa finalidade. de do sinal dente-de-serra varia entre quilohertz. E
Para os componentes indicados no cir-
cuito a frequência do sinal gerado está em
torno de 1,2 kHz, mas alterações podem

Lista de Materiais
CI1 – 555 – circuito integrado, timer
Q1 – BC558 – transistor PNP de uso
geral
C1 – 22 nF – capacitor cerâmico ou
poliéster
C2 – 100 nF – capacitor vcerâmico ou
poliéster
R1 – 12 k ohms x 1/8 W - resistor
R2 – 1,2 k ohms x 1/8 W - resistor
R3 – 1,5 k ohms x 1/8 W – resistor

Diversos:
Placa de circuito impresso, fios,
solda, etc
F3. Circuito completo para um
Dente-de-serra linear.

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Circuitos Práticos

Buffer para
Grandes LCDs

E
m seu Application Note 415, a Ma- ção de cargas capacitivas. Essa elevada
Newton C. Braga xim (www.maximável-ic) mostra capacitância, aliada à elevada impedân-
www.newtoncbraga.com.br um circuito para aumentar a ca- cia de saída, faz com que o sinal AC de
pacidade de excitação de grandes excitação seja distorcido, o que leva ao
LCDs sem a necessidade de recursos aparecimento de sobras ou fantasmas nos
externos, para evitar os problemas da segmentos.
alta capacitância apresentada. A idéia da Maxim para resolver esse
Muitos drivers LCD t r iplicam a problema consiste na introdução de am-
quantidade de sinais de excitação, o que plificadores “buffers” em cada uma das
significa a aplicação de sinais AC em três três linhas comuns. Cada amplificador
linhas comuns e três linhas de segmen- deve ser programado de modo indepen-
tos para ativar um símbolo padrão de um dente para ter uma corrente quiescente de
display de sete segmentos. 10, 100 ou 1000 µA.
No entanto, os displays maiores (de 1 Assim, na aplicação mostrada na figu-
polegada ou mais) apresentam uma eleva- ra 1, a corrente foi programada para um
da capacitância entre os eletrodos comuns valor de 100 µA.
e os segmentos de eletrodo, o que traz O circuito opera com uma alimentação
problemas de excitação para a maioria de 5 V, e os sinais da porta COM podem fi-
dos circuitos que devem fazer isso. Essa car entre 5 V e aproximadamente 1 V. Com
capacitância chega a alguns nanofarads essa configuração é possível alimentar
em alguns casos. displays de 1 polegada. Nas temperaturas
Isso ocorre devido à alta impedância elevadas pode ser necessário ajustar R1
de saída, da ordem de 50 k ohms em para manter invisíveis os segmentos que
alguns casos, o que torna difícil a excita- não sejam ativados. E

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ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ

F1. Circuito de aplicação do


Buffer p/ LCDs grandes.

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Sensores

Seleção de Circuitos
com Sensores
Controle de Ventoinha para Nesta aplicação simples, o sinal do
Existem sensores de muitos ti- PC com sensor de temperatura sensor de efeito Hall utilizado com um
pos, indicados para as mais diver- usando o LM96194 motor elétrico é condicionado de modo a
O primeiro circuito que apresentamos poder ser transferido ao microprocessa-
sas aplicações. E para cada sensor,
é sugerido pela National Semiconductor dor (ou microcontrolador) que controla o
há uma infinidade de circuitos de (www.national.com) baseando-se no motor. O circuito opera com tensões de 6
processamento dos seus sinais, circuito integrado LM96194. Este circui- V a 18 V, mas pode suportar transientes de
com saídas e entradas que aten- to integrado consiste em um Monitor até 60 V. As entradas do sensor, por outro
de Hardware com uma interface digital lado, também são protegidas, suportando
dem às mais diversas aplicações. de dois fios compatível com o SMBus e curtos com a terra, ou com a fonte de
Percorrendo os sites de diversos utiliza um conversor A/D delta-sigma de alimentação. Na figura temos ainda os
fabricantes de componentes, se- modo a possibilitar a medição remota de principais destaques deste componente
temperatura empregando um diodo ou na aplicação indicada.
lecionamos circuitos que podem transistor como sensor.
ser de grande utilidade para todos O circuito opera com nove tensões de Interfaceando Sensor
que trabalham com sensores. alimentação e possui duas saídas PWM de Temperatura com o
para controlar ventoinhas. O algoritmo MSP430
Mais informações sobre cada cir- de controle é baseado numa tabela de O circuito da figura 4 demonstra
cuito podem ser obtidas nos sites consulta. O circuito integrado utilizado como interfacear o sensor de temperatura
dos fabricantes e nos próprios da- inclui ainda filtros digitais que possibi- TMP100 da Texas Instruments com o mi-
litam um melhor controle de velocidade. crocontrolador MSP430 numa aplicação
tasheets que eles disponibilizam Na figura 1 temos o circuito de aplicação que pode ser um termômetro digital. Na
para seus componentes deste componente. Application Note SLA151, é mostrado como
Na figura 2 mostramos a implemen- devem ser feitas as conexões do sensor
tação dos sensores no microprocessador para se obter um sistema de medida de
Newton C. Braga cuja temperatura deve ser controlada. temperatura de baixíssimo consumo. De
www.newtoncbraga.com.br fato, com esta configuração, uma bateria
Circuito Condicionador para comum de 3 V pode alimentar o circuito
Sensores de Efeito Hall durante 10 anos.
Este circuito é sugerido pela Maxim O circuito também pode ser empre-
(www.maxim-ic.com) e se destina ao gado numa aplicação que utilize uma
condicionamento do sinal de sensores comunicação two-wire (dois fios) I2C,
de efeito Hall, de modo que eles possam por exemplo. Os leitores interessados
ser utilizados com melhor desempenho e em mais informações podem baixar o
confiabilidade quando em conjunto com próprio Application Note, disponível no
microcontroladores. O circuito é baseado site da Texas Instruments no formato PDF.
no MAX9921, que consiste numa solução Nele também existem informações sobre
two-wire para interfaceamento de senso- o software. Se bem que a aplicação seja
res. O circuito de aplicação sugerido pela descrita para o MSP430F413, ela se aplica
Maxim em seu Application Note 4220 é a outros microcontroladores da série que
apresentado na figura 3. possuam as mesmas características.

34 I SABER ELETRÔNICA 442 I Novembro 2009

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abcdefghijklmnopqrstuvwxy
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ

F1. Circuito de implementação do controle de


ventoinha com dois sensores de temperatura.

Sensor de Corrente • RH, RL - fixam a tensão de refe-


com o ACS710 rência
O circuito integrado ACS710 da • CF – Limitador de ruído (filtro)
Allegro Microsystems (www.allegromi- • Coc – Retardo para indicação de
cro.com) é um novíssimo componente falha, valor máximo 22 nF
destinado à medida de correntes em • A – Capacitor obrigatório
aplicações de consumo e industriais. Este • B – Resistor opcional 330 kohms re-
componente se caracteriza pela baixíssima comendado. Deve ser ligado entre o
resistência no elo de captação de apenas pino de falha (FAULT) e Vcc. Mais
1 mohm, o que significa a inserção de um informações podem ser obtidas no
mínimo de perdas, mesmo nas aplicações datasheet do componente.
de altas intensidades de corrente. Na
figura 5 temos o circuito típico de aplica- Fonte de Corrente Constante
ção onde Ip é a corrente que está sendo para Chave Óptica
sensoriada. Chaves ópticas são utilizadas como
A tensão de operação está entre 3 e 5,5 sensores de velocidade e posição de peças
V e neste diagrama temos: móveis como engrenagens. No entanto, F2. Modo de implementação dos
sensores no processador.

Novembro 2009 I SABER ELETRÔNICA 442 I 35

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Sensores

para garantir a precisão da sua operação podem ser ligados em paralelo por um As capacitâncias podem ser ajustadas
é conveniente que o LED excitador seja controle digital, apresentando assim uma em valores entre 7 e 14,5 pF com incre-
alimentado com uma corrente constante. capacitância final que pode ser programa- mentos de 0,23 pF. Pelas características do
O circuito apresentado é sugerido pela da por uma interface apropriada que o capacitor equivalente, o componente pode
Fairchild (www.fairchildsemi.com) tendo circuito já inclui, conforme podemos ver ser utilizado até no circuito de sintonia de
por base um transistor Darlington HIB2, pelo seu diagrama básico da figura 7. receptores. E
que possui um ganho maior do que 10
000 e um NPN de uso geral, o CNY17-4
que tem um ganho maior que 200. O leitor
pode testar transistores equivalentes.
Com os valores dos componentes
utilizados, o LED é excitado com uma
corrente constante de 10 mA quando a
tensão de alimentação for de 3,4 V. O
ajuste da intensidade desta corrente é feito
no trimpot de 30 ohms. A corrente vai se
manter constante na faixa de tensões de
entrada de 3,2 a 4,0 V de entrada. A figura
6 exibe o circuito da aplicação tendo por
base um acoplador óptico MCT2.

Capacitor Programável
digitalmente com o X90100
da Intersil
O circuito integrado X90100 oferece
recursos muito interessantes para circui-
tos de sensoriamento capacitivo em que se
necessita de uma referência programada
digitalmente, ou ainda um controle digital
de uma capacitância no circuito.
Este componente, cujo datasheet pode
ser baixado no site da Intersil (www.in-
tersil.com), consiste de capacitores que F3. Aplicação do MAX9921 no interfaceamento de
um sensor com um microprocessador.

F4. Aplicação de baixíssimo consumo para um


sensor de temperatura com indicação digital.

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F5. Circuito sensor de corrente
com o ACS710.

F6. Fonte de corrente constante


para sensor óptico.

F7. Diagrama funcional do capacitor


programado digitalmente.

Novembro 2009 I SABER ELETRÔNICA 442 I 37

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Microcontroladores

Placa de demonstração
VIPer50 para EMI

Newton C. Braga
www.newtoncbraga.com.br

A
STMicroelectronics (www. até 25 W (50 W para a faixa mais alta de
st.com) descreve em seu Appli- tensões) no modo descontínuo.
cation Note AN257 uma placa de Essa solução tem por vantagem usar
demonstração de um circuito poucos componentes externos quando
flyback que pode produzir qualquer comparada com uma solução discreta, e
tensão de saída, com recursos para aná- tanto pode ser usada na regulação primá-
lise da EMI. A placa foi originalmente ria quanto secundária. Além disso ela tem
projetada para fornecer uma tensão de o modo burst em standby, um pino externo
18 V com corrente até 1,4 A de saída, e para ajustar a frequência de operação até
opera com tensões de entrada de 85 a 200 kHz e um pino para compensação.
264 Vac. E mais: ela possui controle no modo de
Essa placa usa um retificador de saída corrente, um limitador de corrente interno
axial BYW98-200 e emprega apenas um e proteção térmica.
capacitor na saída, conforme pode ser Dentre as principais características
visto pelo diagrama da figura 1. dessa placa, destacamos:
Na placa também encontramos os • Faixa de tensões de entrada: 85 a
componentes que são exigidos para se 246 Vac;
evitar EMI. Ela dispõe de espaço para se • Faixa de freqüências de entrada:
acrescentar novos componentes de teste 50/60 Hz;
EMI caso sejam necessários. • Tensão de saída: 18 V (sec), 21 V
A tecnologia VIPer50 contém o que (pri);
há de mais moderno em circuitos PWM • Potência de saída descontínua:
e MOSFETs verticais incluídos no mesmo 25 W;
chip de silício. Com isso, essa tecnologia é • Pico de potência de saída (34 W);
apropriada para uma ampla faixa de ten- • Ripple de saída: 0,1 Vpp (18 V, com
sões de entrada em fontes de alimentação apenas C10). E

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ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ

F1. Diagrama elétrico da Placa


de demonstração VIPer50

Novembro 2009 I SABER ELETRÔNICA 442 I 39

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Componentes

Sitara TM
Microprocessador para
aplicações industriais
A necessidade industrial O core do Sitara é baseado no ARM
Em outubro de 2009, a Texas Nem todos os equipamentos eletrô- Cortex-A8 de 500 MHz, atingindo 1000
Instruments anunciou o lança- nicos podem ser colocados em operação Dhrystone MIPS, possibilitando assim
dentro de uma fábrica. Dependendo do rodar Linux e Windows CE.
mento dos microprocessadores
tipo de produto que está sendo manu- Além do seu tamanho, o componente
AM3505 e AM3517 com a fina- faturado, como também do local onde não precisa ser refrigerado, viabilizando
lidade de atender o mercado isto ocorre, podem exixtir diferenças de assim a construção de um PC compacto
temperaturas muito grandes, bem como em uma única placa. Além de eliminar a
industrial
haver sofrer diversos tipos de interferên- necessidade de ventilação, que consome
cia devido principalmente aos motores em energia para o funcionamento, o core
Renato Paiotti movimento. Ter um computador ou um precisa de apenas 1,2 V e os sinais de I/O
equipamento de monitoração que opere 1,8 V (para DDR2) ou 3,3 V.
em tais condições, estando o mais próxi- Entre outros recursos importantes
mo possível da linha de produção, sempre que estão adicionados na nova família,
foi o sonho de muitos projetistas. estão o acesso externo à memórias do
Colocar equipamentos que dependem tipo DDR2 (com interfaceamento de
de refrigeração para manter seu sistema 1 GB para espaço de endereçamento),
funcionando nem sempre funciona da for- NOR Flash, NAND flash, OneNAND e
ma correta nestes locais, pois em muitos
casos o ar que seria usado para esfriar os Dhrystone
componentes já está a uma temperatura
muito elevada. É um benchmark desenvolvido em
1984 para testar o desempenho
bruto de um processador, isso
Família Sitara porque ele simula chamadas e
A Texas Instruments, procurando operações de escrita e leitura
atender essa procura por processadores de dados. Este benchmarck foi
que trabalhem em ambientes industriais, originalmente desenvolvido em
desenvolveu a família Sitara de micro- ADA por Reinkol P. Weicker, mas
processadores. Um dos pontos principais o mais utilizado é a sua versão em
deste componente é a faixa de tempera- C distribuida por Rick Richardson.
tura em que trabalha, que vai de -40 até Atualmente ela existe em várias
85/105 °C, dependendo do componente linguagens.
escolhido.

40 I SABER ELETRÔNICA 442 I Novembro 2009

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ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ

ARM Cortex-A8

Esta arquitetura é conhecida pela empregada para áudio, vídeo e


sua alta eficiência e baixo consumo, gráficos 3D, podendo decodificar
próprio para projetos mobile, tais MPEG-4 VGA a 30 frames por
como telefones celulares, set-top segundo.
boxes, consoles de videogames, A segurança do sistema fica a
aparelhos de navegação GPS e cargo da tecnologia TrustZone,
sistemas de entretenimento para protegendo periféricos e a me-
automóveis, ou seja, para apare- mória usada.
lhos que possam consumir até A arquitetura Cortex-A8 possui
300 mW. duas ALU (Unidade Lógica Aritmé-
Ela pode trabalhar numa frequên- tica), aumentando a eficiência na
cia entre 600 MHz e 1 GHz. leitura das instruções.A tecnologia
O Cortex-A8 teve as suas bases NEON utiliza de forma eficiente
na arquitetura ARMv7, que possuía estas duas ALUs.
bons recursos implementados, Para a área industrial, que requer
entre eles o Thumb®-2, que tem a um código muito enxuto e seguro,
finalidade de condensar o código, e esta arquitetura possui a tecnolo-
com isso reduzir o uso da memória gia Jazelle-RCT que compacta em
em até 31% e também o gasto de até 3x o tamanho do programa
energia com o processamento dos compilado.
comandos. Na figura A é possível ver no dia-
Outra tecnologia empregada na grama de blocos, a unidade NEON
arquitetura é a tecnologia NEON e o cache L2 com sua lógica.

FA. Diagrama de Blocos


do ARM Cortex – A8.

Novembro 2009 I SABER ELETRÔNICA 442 I 41

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Componentes

F1. Diagrama de blocos


do AM3517.

Asynch SRAM, um canal SDMA de 32


bits, uma porta de vídeo configurável,
além de atender a diversos protocolos
de comunicação serial, entre eles a Rede
CAN e outros recursos que um proces-
sador pode oferecer.
No diagrama de blocos da figura 1 é
possível ver a estrutura do AM3517. F2. TMDX-
EVM3517.
Tanto o AM3505 como o AM3517 são
montados em sBGA de 491 pinos.
O preço desta placa comprada direta- bricantes, tais como Apple, Samsung,
TMDXEVM3517 mente do fabricante, sem contar as taxas Ericsson entre outros. O motivo está na
Este é o módulo de avaliação do Sitara e impostos, é de mil dólares. sua consolidação, e que o processo de
AM3517, e conforme é possível observar fabricação de um microprocessador leva
na foto da figura 2, ele possui um display Conclusão um certo tempo, desde o seu projeto até
LCD Touch Screen, podendo rodar com Atualmente, temos até a arquitetura a sua distribuição.
OMAP3517 Linux SDK, Kernel 2.6.31 U- ARM Cortex-A9 que possui de 1 a 4 cores Em breve teremos dispositivos móveis e
boot, Windows® Embedded CE in 4Q09 (multicore) operando a 2,0 DMIPS/MHz computadores industriais empregando não
e Multiple RTOS in 1Q10, tendo entra- cada Core, além de consumir menos que só o Cortex-A9, mas outras tecnologias que
das/saídas EMAC, USB PHY, USB OTG o Cortex-A8. Este tipo de arquitetura tenham maior poder de processamento bem
& Host, CAN, SDIO I2C, JTAG, Keypad, a Texas Instruments utiliza nos seus como um baixo consumo, além de sobrevi-
SD/MMC (2), DVID/HDMI, Video input, OMAP4430/40. Porém a arquitetura ver aos ambientes hostis que um “chão de
Bluetooth e WLAN. Cortex-A8 é adotada por diversos fa- fábrica” pode provocar. E

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ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ

Componentes

Filtros para

EMI
Uma grande quantidade de empresas disponibi-
liza filtros contra EMI com os mais diversos formatos
e características, adaptando-se a uma enorme gama
de aplicações. Neste artigo selecionamos alguns filtros
que julgamos ser de interesse de nossos leitores que
precisam desse tipo de componente

Newton C. Braga

MCF18 barramento para equipamentos digitais e de HDD, PPC e equipamentos de comuni-


Este componente da ROHM consiste em telecomunicações. Estes componentes pos- cação. É indicada também para aplica-
um filtro no formato 1608, sendo indicado suem uma frequência de corte de 300 MHz ções em áudio digital, adaptadores AC e
como redutor de ruído para linhas de ali- com uma capacitância de 25 pF. A tensão de fontes chaveadas. Instrumentos musicais
mentação. Toda a série desses componentes trabalho é de 5 V e a atenuação na faixa de e outros equipamentos digitais se benefi-
é especificada para suportar uma corrente 800 a 1000 MHz é de 25 dB. Na faixa de 1000 ciam da mesma forma das características
até 4 A. As capacitâncias variam entre 1 000 a 2000 MHz a atenuação é de 20 dB. desta série de filtros. Na figura 5 temos a
pF e 1 µF. Na figura 1 temos o invólucro Na figura 3 vemos as dimensões deste construção deste tipo de filtro.
deste componente. Suas tensões variam de componente. As características de atenua- Na figura 6 mostramos as caracte-
6,3 V a 25 V. Na figura 2 damos suas carac- ção são exibidas na figura 4. rísticas de atenuação para os diversos
terísticas de capacitância x temperatura. dispositivos da série. Na figura 7 vemos as
Série de Filtros EXCCET dimensões dos componentes desta série.
Série KVA16 da Panasonic
A série de filtros KVA16, da Kyocera, Esta série de filtros é indicada para Série AME270461
se destina a proteção de linha de dados de aplicações em equipamentos digitais Esta série de filtros da International
telefones móveis, linhas de vídeo e linhas de como PCs, processadores, impressoras, Rectfier é indicada para correntes de

F1. Dimensões F2. Capacitância x


do MCF18. temperatura.

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Componentes

(1,6 ± 0,08) mm

(1,8 ± 0,08) mm

(0,5 ± 0,10) mm

(0,2 ± 0,075) mm (0,2 ± 0,075) mm


0,04 mm

F3. Dimensões dos filtros da F4. Características


série KVA16. de atenuação.

F5. Construção dos filtros EMI F6. Características de atenuação


da Panasonic. e circuito de medida.

até 1,5 A e tem uma atenuação maior do


que 35 dB em 200 kHz. Suas principais
aplicações são em conversores AC/DC.
Na figura 8 ilustramos a aplicação típica
deste tipo de filtro.
Na figura 9 temos o diagrama interno
correspondente com a pinagem. O dispo-
sitivo é fornecido em invólucro AME.
A tensão máxima de entrada é de 400
V, sendo indicados para operação nominal
até 270 V. A redução de ruído é de 35 dB
na faixa de 200 kHz a 500 kHz, de 60 dB
na faixa de 500 kHz a 1 MHz e de 65 dB
na faixa de 1 MHz a 50 MHz.

EMIF06-VID01F2
Filtro de 6 linhas de baixa capacitân-
cia, da ST Microelectronics. Este filtro de F7. Circuito típico
de aplicação.

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alta eficiência tem uma atenuação de -40 Na figura 11 vemos as características
dB em 900 MHz. Sua baixa capacitância o de capacitância versus tensão de linha.
torna apropriado para linha de dados de Este componente é um filtro integrado
alta velocidade. A impedância em série é de 6 linhas com alta integração destinado
alta para adaptação em aplicações com à supressão de ruído EMI/RFI em todos
câmeras. Dentre as aplicações indicadas os sistemas que estejam sujeitos à interfe-
pelo fabricante, destacamos LCDs e câme- rência eletromagnética.
ras para telefones móveis, computadores Para mais informações sobre os pro-
e impressoras, sistemas de comunicações dutos indicados neste artigo sugerimos
e placas MCU. Na figura 10 mostramos a digitar o tipo no “search” das empresas
configuração do dispositivo. correspondentes. E

F8. Dimensões.

F9. Diagrama interno


do filtro.

F10. Configuração. F11. Características tensão de


linha x capacitância.

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Componentes

O que significa
Rail-to-Rail (RRO)?

O
s amplificadores operacionais
Existem termos técnicos mo- convencionais, como o conhe-
dernos que ainda não são bem cido 741, quando funcionam
em toda sua faixa dinâmica de
conhecidos de muitos profissio-
tensões de saída, não conseguem atingir
nais de Eletrônica. Muitos destes os valores máximos correspondentes à
termos são de grande importân- alimentação. Assim, se alimentarmos um
operacional deste tipo com uma fonte
cia, pois definem características
simétrica de 12 + 12 V, quando ele operar,
de componentes ou circuitos o sinal de saída não irá excursionar entre
fundamentais para sua correta -12 e +12 V, mas um pouco menos, pois F1. A saída de um operacional comum não con-
segue atingir a tensão de alimentação (rail).
sempre existe certa queda nos compo-
operação numa aplicação. Um
nentes internos. Desta forma, conforme
deles é rail-to-rail ou linha-a-linha mostra a figura 1, o amplificador só vai
(abreviadamente RRO – Rail- conseguir excursionar entre 11,4 e -11,4, V.
A pequena diferença que impede que
to-Rail Operational) que vamos
ele alcance as tensões das linhas de ali-
explicar neste artigo mentação, ou “rail”, se deve às perdas
internas normais.
Dizemos, nestas condições, que este
amplificador operacional não consegue
Newton C. Braga uma excursão da tensão de saída rail-
www.newtoncbraga.com.br to-rail.
F2. Com baixas tensões as
Aplicações Modernas perdas são inadmissíveis.

Os 0,6 V de cada lado de um ope-


racional alimentado com 12+12 V não Se o amplificador operacional for
significam muito, e numa aplicação alimentar circuitos lógicos, conversores
normal esta diferença não afeta o seu A/D ou outras aplicações mais críticas, é
funcionamento. No entanto, a tendência absolutamente necessário que o sinal de
atual é que os circuitos operem com ten- saída possa excursionar entre os valores
sões cada vez mais baixas. Portanto, se da linha de alimentação, ou seja, deve ser
alimentarmos um operacional com 2,7 capaz de ir de linha a linha ou rail-to-rail,
V, o que dá 1,35 V para cada linha, uma veja a figura 3.
queda de 0,6 V de cada lado, ou 1,2 V Esta necessidade dos circuitos moder-
seria catastrófica! A saída do amplifica- nos levou os projetistas a criar amplifica-
dor teria uma amplitude de apenas 0,3 dores operacionais com características
V, o que impediria o funcionamento do que possibilitem que suas saídas tenham
circuito, observe a figura 2. excursões que se aproximem ao máximo

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ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ

F3. Nas aplicações críticas de baixas tensões


a saída deve excursionar entre os valores das
tensões máxima e mínima de alimentação.

dos valores das linhas de alimentação, ou


seja, que eles possuam saída rail-to-rail.
Diversos fabricantes de amplificadores
operacionais têm em sua linha de produ-
tos circuitos integrados que apresentam
as características rail- to- rail, conforme
exemplo na figura 4.
F4. Observe que o amplificador TLV2462 da Texas Instruments, cuja
Conclusão característica é mostrada praticamente alcança as tensões
Nas aplicações em que um ampli- das linhas de alimentação quando saturado.
ficador operacional deva interfacear
circuitos lógicos, microcontroladores características rail-to-rail deverão ser possam fornecer sinais de saída numa
e outros dispositivos que exijam que o utilizados. Estes amplificadores, também faixa dinâmica completa e também ter
sinal excursione entre os valores da li- denominados RRO, devem ter etapas de características de entrada que permitam
nha de alimentação, tipos especiais com saída especialmente projetadas para que sua operação na mesma faixa. E

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Componentes

Relés de
Estado Sólido

O
s Relés de Estado Sólido, ou se Originalmente utilizados para trans-
Os componentes semicondu- adotarmos o nome em inglês ferir sinais, os optoacopladores podem
tores capazes de controlar corren- Solid-State Relay (com a sigla também ser usados para comutar cargas,
SSR) são dispositivos semicon- e, então, temos o que se denomina de “relé
tes elevadas a partir de pequenos
dutores que têm as mesmas funções dos de estado sólido”.
sinais e os componentes de alta relés mecânicos convencionais: comutar No tipo comum de relé de estado
potência sensíveis à luz podem circuitos de potências elevadas a partir sólido, a bobina é substituída por um
de sinais de pequenas intensidades, con- fotoemissor, geralmente um LED infra-
resultar em excelentes opções de
forme ilustra a figura 1. vermelho e os contatos são substituídos
relés, que substituem as versões Os relés de estado sólido derivam por um dispositivo semicondutor sensível
tradicionais mecânicas. Os relés dos conhecidos optoacopladores ou à luz como um fototransistor, fotodiodo,
“opto-couplers” que consistem em um foto-DIAC, etc. O elemento sensível pode,
de estado sólido, por suas vanta-
emissor de luz (normalmente um LED nesse caso, ser usado para comutar um
gens, são cada vez mais utilizados infravermelho) e um fotossensor que dispositivo de maior potência como, por
aparecendo em configurações as pode ser um fototransistor, foto-DIAC, exemplo, um TRIAC, um SCR ou mesmo
fotodiodo, ou qualquer outro dispositivo MOSFET de potência. Na figura 2, temos
mais diversas. Veja, neste artigo, o
sensível à luz. os vários tipos de acopladores.
que são os relés de estado sólido e
onde eles são empregados

Newton C. Braga
www.newtoncbraga.com.br

F1. Diferença entra o relé conven-


cional e o de estado sólido.

F2. Fototransistor, Foto-


diac e Fotodiodo.

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Os relés de estado sólido possuem


características elétricas importantes em
razão da velocidade de comutação e do
isolamento, embora também tenham
desvantagens. Assim, se compararmos os
relés de estado sólido com os relés mecâni-
cos tradicionais, veremos que os primeiros
têm as seguintes vantagens:
• Não possuem partes móveis;
• Não existem contatos que possam
provocar arcos; F3. Invólucro DIP de 6 pinos F4. Acoplando a saída a um
e simbologia. transistor de potência.
• Não existem materiais que se des-
gastam com o uso;
• Não há o problema do repique dos
contactos (bouncing);
• Não há ruído acústico;
• Não há produção de EMI na co-
mutação;
• A velocidade de comutação é
maior;
• A vida útil é maior;
• Possuem uma faixa de tensões e
correntes de operação maior.
No entanto, há também as desvanta- F5. Controle de Energia a F6. A configuração de tensão de aciona-
partir da rede. mento se dá pelo resistor limitador.
gens a serem consideradas, tais como:
• O circuito de saída é sensível,
podendo ser danificado por sobre- O uso com lâmpadas de mercúrio, Como o emissor e o receptor são
tensões; fluorescentes e outros circuitos chave- acoplados opticamente, a resistência de
• A saída precisa de uma tensão ados com altas indutâncias deve ser isolamento é extremamente elevada, che-
e de uma corrente mínima para evitado. gando a mais de 500 Mohms com tensões
operar; da ordem de 2 000 volts ou mais.
• Em alguns casos, podem ser mais Tipos de Relés de
caros que os relés convencionais; estado sólido Relés AC para Controle de
• Geralmente, está restrito à opera- Há basicamente dois tipos de relés de Energia a partir da Rede
ção com um único polo; estado sólido, que são especificados de Os relés de estado sólido para apli-
• A resistência ON é maior do que a acordo com a aplicação. São eles: cações em AC possuem usualmente
dos relés convencionais; opto-DIACS para serem ligados a um
• A capacitância de saída é maior; Relés pequenos para DC TRIAC externo. Na figura 5 temos um
• É mais sensível a transientes; Os relés de pequena corrente para DC dispositivo desse tipo. Em alguns casos, o
• Há aquecimento quando correntes são fornecidos normalmente em invólu- TRIAC já pode estar embutido no próprio
elevadas são controladas; cros DIP de 6 pinos, observe a figura 3. dispositivo.
• A corrente de fuga no estado OFF Nesses relés temos como emissor um A etapa de saída, quando possui um
é maior. LED infravermelho e a saída é, tipicamen- TRIAC embutido, normalmente pode ma-
No uso dos relés de estado sólido, de- te, acoplada a um transistor de potência nusear tensões de 24 a 250 V com correntes
vido às suas características, é preciso tomar ou outro dispositivo semicondutor, veja da ordem de 1 a 4 ampères.
cuidado quando certos tipos de carga são a figura 4. Nos tipos em que existe o TRIAC
comutados. Isso é válido para cargas in- Há casos em que o elemento de po- embutido, deve ser considerado que há
dutivas, onde existe o perigo de correntes tência já está embutido no próprio relé, uma queda de tensão de 1 a 1,5 V nesse
e tensões de surto serem produzidas no não necessitando de elementos externos componente quando em condução. Esse
circuito comutado, ou ainda quando cargas de controle. fato é importante para se determinar o
dinâmicas tais como motores e solenóides Nos circuitos em que a saída contém calor gerado no dispositivo ao controlar
são controladas. É preciso, inclusive, tomar um MOSFET, a resistência no estado ON uma carga. Para efeitos de cálculo, pode-
cuidado quando lâmpadas incandescentes pode ser da ordem de 10 ohms ou menor. se estimar uma potência de 1,2 W para
e elementos de aquecimento são contro- As tensões de saída podem chegar aos cada ampère de corrente conduzida.
lados devido à menor corrente inicial, 200 ou 300 V e as correntes entre 100 e A tensão de controle para esses relés
quando ainda estão frios. 200 mA DC. varia tipicamente entre 3 e 30 V, depen-

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Componentes

F7. Detectando o F8. Circuito simples para a


“zero crossing”. detecção do “zero crossing”.

F9. Circuito utili- F10. Utilizando


zando SCR. o TRIAC.

dendo dessa tensão a escolha do resistor SCR e TRIAC como Relés Circuitos Práticos com
limitador de corrente, conforme ilustra Os SCRs e TRIACs podem ser usados Optoacopladores
a figura 6. como relés controlando correntes alterna- No circuito anterior não existe um
A corrente de acionamento está entre das mais intensas a partir de acopladores isolamento do componente controlado do
8 e 16 mA, tipicamente. que possuam os elementos apropriados circuito de controle, como acontece com
Da mesma forma que nos relés DC, internamente, ou diretamente a partir um relé comum.
como o acoplamento entre o emissor e o de sinais aplicados às suas comportas Para obtermos esse isolamento, é im-
receptor é feito por luz, temos uma tensão (gates). Para o caso dos SCRs, como eles portante o uso do optoacoplador. Desse
de isolamento extremamente alta que pode conduzem a corrente em um único sen- modo, um primeiro cuidado para se proje-
ser da ordem de 2 000 volts ou mais. tido, precisamos empregar um artifício tar um relé de estado sólido é saber como
para o controle dos dois semiciclos. o optoacoplador deve ser excitado.
Detector de Passagem Assim, na figura 9 temos um circuito de A configuração mais simples para essa
Por Zero relé semicondutor usando um SCR na excitação é a exibida na figura 11.
Quando se trabalha com controles de configuração de meia onda e outro de Levando em conta que a queda de
potência ligados à rede de energia (AC), onda completa. tensão no LED emissor interno é da ordem
um fator importante no projeto é o instan- Para o caso do TRIAC, temos um de 1,5 V, o resistor R1 é calculado pela
te em que a tensão passa por zero. Trata-se circuito de aplicação típico visto na fi- seguinte fórmula:
do ponto de “zero crossing” ou cruzamen- gura 10.
to por zero, observado na figura 7. O tempo de comutação do circuito
A detecção desse instante é importante com TRIAC é extremamente rápido, me- R1 = (V – 1,5)/I
porque ele serve de referência para a nor que microssegundos para cargas AC
medida do ângulo de retardo ou ângulo comuns. O valor de R1 deve ser calculado Onde:
de fase para o disparo para o TRIAC, ou de tal modo a se obter a corrente de dis- R1 é o valor da resistência de en-
outro elemento de controle. Os relés mecâ- paro do TRIAC no início do semiciclo. O trada, em ohms
nicos não conseguem fazer essa detecção, TRIAC utilizado neste circuito deve ter V é a tensão de entrada
mas para um relé de estado sólido isso uma tensão de pico de pelo menos 200 V, I é a corrente necessária à excitação
é perfeitamente possível, veja o circuito se a rede for de 110 V, e pelo menos 350 do fotossensor do optoacoplador.
simples da figura 8. V, se a rede for de 220 V.

50 I SABER ELETRÔNICA 442 I Novembro 2009

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F11. Excitando um F12. Aumentando a faixa de tensão F13. Utilizando um transistor bipolar
optoacoplador. de entrada do optoacoplador. para fonte de corrente constante.

Observe que nesta aplicação é preciso é usando um regulador fixo de tensão


que o sinal de controle (V) seja fixo, uma como o 7805 ou 7806, conforme vemos
vez que uma variação muito grande pode na figura 14.
implicar na não excitação do relé, ou ainda Neste circuito, o resistor R1 é calculado
numa sobrecarga do LED emissor. para fornecer, com a tensão de saída do
O ideal, para permitir que o emissor regulador, a corrente que o LED emissor
trabalhe com uma faixa mais ampla de precisa para excitar o receptor. A tensão de
tensões de entrada, consiste em se ter um entrada estará entre 2 V a mais que a ten-
circuito excitador que forneça uma corrente são de saída do regulador e tipicamente
constante. Para isso, existem diversas pos- 30 V. Observamos que nesse cálculo deve
sibilidades. A primeira delas é a mostrada ser considerada a queda de tensão de 1,3 F14. Utilizando um regulador
fixo de tensão (7805 ou 7806).
na figura 12 e faz uso de um transistor NPN a 1,5 V que ocorre no LED emissor. Assim,
de uso geral como o BC548. a fórmula para o cálculo de R será:
Neste circuito, o resistor R2 determina
a intensidade da corrente, o que significa
que seu valor deve ser determinado a R = (Vs – 1,5)/I
partir das características do emissor do
optoacoplador. R2 é calculado pela se- Onde:
guinte fórmula: R é o valor do resistor limitador,
em ohms
Vs é a tensão de saída do regula-
R2 = 0,7/I dor de tensão, em volts
I é a corrente de excitação do LED,
Onde: em ampères. F15. Utilizando um regulador
R2 é a resistência (em ohms) deste ajustável de tensão.
componente e
I é a intensidade da corrente no No entanto, com um regulador ajus- Podem ser usadas versões do LM317
LED emissor. tável de tensão, é possível elaborar uma ou LM350 de menor dissipação (200 mA)
fonte de corrente constante para o LED em invólucros TO-54.
excitador com mais facilidade e precisão,
Uma outra configuração de fonte de conforme mostra a figura 15. Proteção de Entrada
corrente constante usando um transistor Neste circuito, o valor de R é dado por: Um fator importante para se garantir a
bipolar é ilustrada na figura 13. integridade dos optoacopladores quando
O resistor R2, que determina a intensi- usados como relés de estado sólido, é evitar
dade da corrente no emissor, é calculado R = 1,2/I a inversão da polaridade do sinal de entrada.
da mesma maneira que no caso anterior. Assim, se o LED de um optoacoplador for
Uma vantagem deste circuito é que ele Onde: submetido a uma tensão inversa de mais de
pode ser usado com tensões de entrada R é o resistor limitador, em ohms 3 V, ele poderá queimar-se. Para evitar que
que variam entre 3 e 30 V. I é a corrente desejada no LED isso ocorra, é sempre interessante utilizar um
Uma outra forma de se obter uma emissor, em ampères circuito de proteção que pode ser um diodo
corrente constante para o LED emissor invertido, em paralelo, veja a figura 16.

Novembro 2009 I SABER ELETRÔNICA 442 I 51

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Componentes

Diodos de uso geral como o 1N4148, pamentos industriais e de todos os relé de estado sólido com vantagens,
1N914 ou mesmo diodos retificadores tipos. Conhecendo suas configurações quando isso for possível.
como o 1N4002, 1N4004 servem para essa básicas, o profissional não só pode sa- O que vimos neste artigo é apenas um
finalidade. ber como fazer o diagnóstico de seus pouco das configurações possíveis com
circuitos, mas também projetar um relé que esses úteis relés podem ser encontra-
MOC3010/MOC3020 para uma aplicação mais específica. dos. O leitor deverá se manter atento aos
Dois optoacopladores, especialmente Mais do que isso, ele será capaz de novos artigos que abordarão configura-
indicados para aplicações como relés de substituir um relé convencional por um ções de relés de estado sólido. E
estado sólido comutando diretamente
TRIACs de alta potência, são os MOC3010
e MOC3020. O MOC3010 é indicado para
aplicações na rede de 110 V, enquanto que o
MOC3020 para a rede de 220 V. Esses com-
ponentes, cuja pinagem e circuito equiva-
lentes são mostrados na figura 17, possuem
algumas variações (3009, 3011, 3012, 3021,
3022, 3023) que se diferenciam apenas pela F16. Protegendo o F17. Pinagem do
componente. MOC3010/MOC3020.
corrente no LED para a excitação.
Conforme podemos ver, esses compo-
nentes possuem opto-DIACS que são dis-
parados diretamente pela luz emitida pelo
LED infravermelho. O MOC3010 precisa
de uma corrente de 8 mA para produzir
o disparo (os de números mais altos são
mais sensíveis, chegando a 3 mA para o
MOC3012). Para o MOC3020, a corrente
é 15 mA (o 3021 tem uma corrente de 8
mA). Para o MOC3010 e para o MOC3020,
temos o circuito típico para cargas não F18. Circuito para cargas
não indutivas.
indutivas apresentado na figura 18.
Os valores entre parênteses são para o
caso do MOC3020. Se a carga for indutiva,
deverá ser usado o circuito da figura 19.
Os leitores interessados poderão obter
mais informações sobre esses componen-
tes no site da Motorola.

Configurações com Semi-


condutores Comuns
Optoisoladores como o 4N27, que usa
em seu interior como elemento receptor
um transistor comum, também podem ser F19. Para cargas induti-
vas, o circuito muda.
utilizados em relés de estado sólido.
Na figura 20 temos um circuito típico
em que um BC547 é utilizado para ampli-
ficar o sinal do fototransistor e disparar
um TRIAC ligado na rede de 220 V.
Observe que este circuito precisa de
uma alimentação auxiliar de 9 V para
alimentar o circuito excitador.
Ele necessita de uma corrente da or-
dem de 60 mA para disparar o TRIAC.

Conclusão
Os relés de estado sólido têm uso
cada vez mais frequente nos equi- F20. Amplificando o sinal do foto-
transistor utilizando um BC547.

52 I SABER ELETRÔNICA 442 I Novembro 2009

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Circuitos Práticos

Carregador de Supercapacitores
com Tensão de Saída e Corrente de Carga Ajustáveis

Jim Drew
Tradução Técnica: Eutíquio Lopez

P
ara aplicações que utilizam su- tável. A VOUT é obtida com um divisor re- chnology Magazine, no artigo intitulado
percapacitores de grandes valores sistivo no laço de realimentação, enquanto “Replace Batteries in Power Ride- Throu-
(dezenas a centenas de farads), é o limite de IOUT é fixado por um simples gh Applications with Supercaps and 3
necessário um circuito carregador resistor ligado entre os pinos ILIM e GND mm x 3 mm Capacitor Charger”. Esse
com uma corrente de carga relativamente (terra). Devido ao seu circuito de compen- texto mostra que a capacitância eficaz do
alta para minimizar o tempo de recarga do sação e ao boost interno, o LT3663 requer supercapacitor (CEFF), em 0,3 Hz, depende-
sistema . Esses componentes são usados um número mínimo de componentes rá do nível de potência a ser mantido, da
como dispositivos de retenção de energia externos para funcionar perfeitamente. mínima tensão de operação do conversor
em aplicações como os discos RAID de CC/CC com carga, das resistências de
estado sólido, nos quais a informação ar- Power Ride – Through circuito distribuídas dos supercapacitores
mazenada em memórias voláteis de gran- Application (incluindo a ESR) e do tempo de “hold up”
de velocidade deverá ser transferida para Um procedimento de seleção do ta- (retenção) requerido.
memórias flash não voláteis no momento manho do supercapacitor foi esboçado na Uma vez conhecido o tamanho do
em que a alimentação for perdida. edição de setembro de 2008 da Linear Te- supercapacitor, a corrente de carga pode
Esse tempo de transferência pode
levar alguns minutos, requerendo cen-
tenas de farads para sustentar a fonte de
alimentação até que a transferência da
informação seja completada. A especifi-
cação do tempo de recarga desses bancos
de supercapacitores é tipicamente menor
que 1 h. Para realizar isso é preciso dispor
de uma corrente de carga alta. Este artigo
descreve o funcionamento de um circuito
de carga para supercapacitores que utiliza
o CI LT3663, da Linear Technology, o qual
possui essas raras características.
Esse circuito integrado é um re-
gulador chaveado tipo step-down de
12 A – 1,5 MHz com limite da corrente de
saída ideal para uso em aplicações com
supercapacitores. O componente tem um
range de tensões de entrada de 7,5 V a
36 V, possui tensão de saída ajustável e
limite de corrente de saída também ajus- F1. Diagrama de Blocos de um Sistema para a
carga de Dois Supercapacitores em série.

54 I SABER ELETRÔNICA 442 I Novembro 2009

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abcdefghijklmnopqrstuvwxy
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ

ser determinada para encontrarmos as


características do tempo de recarga. Esse Corrente de Carga (A) RILIM (kW) Tensão de Carga Total (A) RFB2 (kW)
tempo (T RECHARGE) é o necessário para 0,4 140 2,65 86,6
recarregar os supercapacitores entre a 0,6 75 2,5 93,1
mínima tensão de operação (V UV ) do 0,8 48,7 2,4 100
conversor CC/CC e a tensão de carga T1. Cor- T2. Tensão
1 36,5 rente de 2,2 115 de Carga
total (VFC). A tensão sobre os superca-
1,2 28,7 Carga x 2,0 133 Total x
pacitores individuais no começo do ciclo RILIM. RFB2.
de recarga é igual à mínima tensão de
operação dividida pelo número de su-
percapacitores em série.
A partir deste ponto, este artigo des-
creve uma aplicação com apenas dois
supercapacitores em série. A corrente de
recarga (I RECHARGE) é determinada pela
equação de controle de carga do capacitor,
conforme abaixo:

CEFF · (N · VFC - VUV )


ICHARGE =
N·TRECHARGE

Na qual, se assume que a tensão sobre


o supercapacitor não se descarregará até F2. Circuito de carga de capacitor
utilizando o CI LT3663.

F3. Circuito de Controle


do Carregador.

Novembro 2009 I SABER ELETRÔNICA 442 I 55

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Circuitos Práticos

F4. Curvas de Carga para Capacitores F5. Curvas de Carga para Capacitores
de mesmo valor. descasados (de valores diferentes).

um valor abaixo de VUV/N. Esta considera- Circuito de Controle para a encontrarem dentro de uma “janela” de
ção só será válida se o intervalo de tempo Carga dos Supercapacitores tensão de 50 mV. Na hora em que ambos
no qual a potência não estiver disponível, O circuito de controle visto na fi- são carregados, o supercapacitor de baixo
for tal que a corrente de fuga dos super- gura 3 é utilizado para balancear as carrega-se mais rapidamente porque sua
capacitores não tenha reduzido significa- tensões dos supercapacitores durante corrente compõe-se da corr. carga própria
mente a tensão sobre o capacitor. o período de carga deles. Isso é realiza- mais a corrente de retorno de entrada do
A tensão sobre o supercapacitor pode do priorizando-se a corrente de carga carregador de cima.
agora subir ligeiramente, após o conversor para o supercapacitor de menor tensão Esse efeito pode ser observado na figu-
CC/CC terminar a operação devido ao com a habilitação do circuito de carga, ra 4. O sinal de habilitação do carregador
efeito de absorção dielétrica. O tempo de desabilitando-se o mesmo para o outro de baixo fica chaveando (alternando) de
carga inicial TCHARGE para um banco de supercapacitor. modo que o supercapacitor de baixo car-
supercapacitores (totalmente descarrega- Se o circuito de carga “de cima”(top) é rega-se mais rapidamente que o de cima
dos) é dado por: habilitado enquanto o “de baixo” (bottom)é para manter a diferença de 50 mV entre os
desabilitado, então o supercapacitador de dois. Neste exemplo, CTOP=CBOT=50 F.
CEFF · VFC baixo é carregado pela corrente de retor- A figura 5 mostra o efeito de um
ICHARGE = no (de entrada) do carregador de cima. descasamento de 2 para 1 nos valores de
ICHARGE
Essa corrente de retorno é uma fração capacitância, onde o supercapacitor de
da corrente de carga, de modo que o cima é de 50 F e o de baixo 100 F. Ago-
A figura 1 mostra o diagrama de supercapacitor de cima carrega-se mais ra, a tensão no supercapacitor de baixo
blocos para esta aplicação com um rapidamente. sobe mais devagar e o carregador do
carregador de dois supercacitores em O circuito de controle consiste de um supercapacitor de cima habilita o sinal de
série. regulador LDO de 3,3 V (U6) e uma refe- chaveamento para permitir – lhe manter
rência de precisão de 1,25 V (U7). U1 e U2 o balanceamento da tensão.
Circuito de carga com uso são configurados como amplificadores de
do CI LT3663 diferença com ganho igual a 1 para medir Conclusão
O circuito de carga é obtido ligan- a tensão sobre cada supercapacitor, ao O CI LT3663 possibilita o projeto e
do-se o resistor RILIM entre os pinos ILIM passo que o U3 consiste de um amplifi- construção de um circuito carregador
e GND (terra). A tabela 1 apresenta as cador da diferença de nível obtida para de supercapacitores com baixo número
correntes de carga nominais para diver- determinar a diferença de tensão entre de componentes, contendo os ajustes da
sos valores de R ILIM. os dois supercaps. Pelo deslocamento do tensão de carga completa e do limite de
A tensão de carga completa (total) nível da saída de U3 em relação à tensão corrente de saída, o qual é ideal para ope-
é dada pelo divisor resistivo no laço de de referência, os dois comparadores de U4 rar com exemplares de grandes valores de
realimentação. A tabela 2 ilustra vários determinam qual supercapacitor precisa capacitância (dezenas de farads).
valores de RFB2 (resistor entre o pino FB e ser carregado. Um circuito de controle pode mo-
o terra) quando o resistor RFB1 (colocado Um par adicional de resistores de nitorar e balancear a tensão sobre cada
entre os pinos VOUT e FB) vale 200 k Ω. deslocamento de nível (R14 e R15, R16 capacitor, mesmo que os supercaps estejam
A figura 2 exibe o circuito de carga e R17) é usado para permitir a carga de muito descasados, tanto em valor de capa-
para cada supercapacitor. ambos supercapacitores, quando eles se citância quanto na tensão inicial. E

56 I SABER ELETRÔNICA 442 I Novembro 2009

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abcdefghijklmnopqrstuvwxy
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ

Eletrônica Aplicada

Baterias Redox:
Carga em minutos pela
Troca do Eletrólito
C
om celulares e outros aplicativos isso. Seria possível fazer o mesmo com uma
Um dos grandes problemas eletrônicos que usam bateria, bateria, mas sem ter de trocá-la por uma
para a aceitação do carro elétrico, o tempo de recarga não é tão recarregada? A solução está justamente
problemático, pois ainda po- num tipo de bateria denominada Redox
além da limitação dada pelo ta-
demos usá-los quando estão ligados ao (o nome deriva das palavras Reduction and
manho da bateria, é o seu tempo carregador. No caso de um carro elétrico, Oxidation – Redução e Oxidação).
de recarga. Para recarregar uma entretanto, isso não ocorre. Esta é, sem Estas baterias podem ser recarregadas
dúvida, uma das grandes limitações que pela simples troca de seu eletrólito, o
bateria é preciso de 4 a 16 horas,
encontramos na adoção desta solução líquido que existe no seu interior, e que
dependendo do tipo, o que signi- para o transporte alternativo. armazena a energia. Assim, basta parar
fica que, em princípio, o carro não Já pensaram ter de parar por 4 a 10 num posto e trocar o eletrólito descar-
horas para a recarga da bateria do carro, regado por um carregado, e a bateria
pode ser utilizado neste intervalo.
(quando ela descarregar) para somente estará novamente pronta para alimentar
Como fazer em caso de viagens? depois poder seguir viagem? Certamente o veículo. O processo é simples e rápido,
Paradas longas para a recarga? é algo que não é simpático a ninguém, a não demorando mais do que alguns
não ser aos proprietários de hospedarias minutos. E você não paga pelo eletrólito,
A solução que está sendo aperfei-
em rotas de viagem. No entanto, este pro- mas somente pela sua carga, pois o posto
çoada é a bateria Redox, que tem blema já está sendo solucionado. pode colocar este eletrólito descarregado
sua recarga em minutos, da qual Quando você para em um posto e em um carregador que o recupera (agora
enche o tanque esgotado de seu carro, não num prazo longo) para ser vendido a
trataremos neste artigo
precisa mais do que alguns minutos para outro veiculo no dia seguinte...

Newton C. Braga
www.newtoncbraga.com.br

F1. Estrutura de uma


bateria de lítio-ion.

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Eletrônica Aplicada
Energia
Como Funciona? (carregado), saindo pelo outro lado o ele-
As baterias comuns de carro (de trólito descarregado. Esta bateria é mais
chumbo-ácido), de celulares e de outras interessante para uma aplicação automo-
aplicações têm um princípio de funcio- tiva, pois podemos ter um reservatório
namento bastante simples de entender. para o eletrólito novo (carregado) e outro
Uma substância quimicamente ativa para o descarregado.
denominada eletrólito é colocada entre Assim, em um posto de combustível
dois eletrodos. Agindo sobre os eletrodos, (ou recarga), quando o reservatório do
a substância libera sua energia na forma eletrólito carregado estiver vazio e por-
de eletricidade que aparece sobre eles e, à tanto o do descarregado estiver cheio,
medida que esta eletricidade é consumida basta encher um e esvaziar o outro, o que
por um circuito externo, o eletrólito e os consiste em um processo rápido.
eletrodos passam para uma transforma- Uma boa solução que, todavia, ainda
ção química. Na figura 1 temos a estrutura apresentava problemas, os quais agora
de uma bateria deste tipo. foram resolvidos por um centro de pes-
Ocorre, entretanto, que a reação que quisa alemão, o Fraunhofer Institute for
libera a energia numa bateria deste tipo Chemical Technology (ICT), o que irá
é reversível. Quando não há energia para possibilitar o uso destas baterias.
a liberação e o eletrólito se mais descar- O que ocorria é que as baterias de
regou, podemos recarregá-lo passando fluxo tinham um rendimento muito bai-
uma corrente elétrica no sentido inverso xo, sendo pesadas e consumindo muito
ao normal por um certo tempo. Com esta eletrólito, que se esgotava rapidamente
corrente, a reação que liberou energia se numa aplicação. Seu rendimento era
reverte e o eletrólito volta a armazenar tipicamente ¼ do auferido por uma
energia para poder funcionar novamente. bateria de Lítio-Íon como as usadas em
O problema, como vimos, é que o processo celulares. Com o aperfeiçoamento do
de recarga é lento, pois a corrente precisa processo de Oxi-redução ou Redox, foi
circular por horas . possível obter baterias deste tipo com
Um outro tipo de bateria é a de fluxo alto rendimento, que em breve estarão
de eletrólito (flow), onde o eletrólito não disponíveis no carro elétrico do futuro.
fica permanentemente selado na bateria, Basta dizer que o governo alemão, que
mas é injetado à medida que ela precisa está investindo no projeto, prevê que no
gerar energia, observe a figura 2. ano de 2020 será de mais de 1 milhão
Este tipo de bateria não se esgota o nº de carros elétricos em circulação
enquanto puder ser injetado o eletrólito naquele país. E

F2. Bateria de fluxo – eletrólitos (anólito e católito) são


injetados para gerar energia. Nesta bateria,o eletrólito
gasto é bombeado de volta aos reservatórios. Quando a
mistura estiver gasta os eletrólitos são substituídos.

58 I SABER ELETRÔNICA 442 I Novembro 2009

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ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ

Eletrônica Aplicada

O que são
Compandors?

C
ompandor é o acrônimo de Com- Para que o leitor tenha uma ideia do
Os compandors são dispo- pressor-Expandor, que poderia ser que acontece, vamos imaginar um sinal
sitivos de extrema utilidade no traduzido como Compressor-Ex- típico de áudio em que suas componentes
pansor. Isso é justamente o que possuem picos de diferentes intensidades,
processamento de sinais de áudio,
esse dispositivo faz e que iremos explicar conforme a frequência. De uma forma
sendo encontrados em tape-de- nesta matéria. simples, podemos representar esse sinal
cks, telefones, microfones sem de acordo com a figura 1.
fio e em muitos outros aparelhos Compressão e Imaginemos que o meio em que esses
Descompressão dois sinais devam ser transmitidos seja
onde sons devam ser transmiti- Existem vários motivos para se com- ruidoso, apresentando uma característica
dos. Veja, neste artigo, o que são primir um sinal de áudio antes de fazer como a mostrada na figura 2.
sua transmissão e, depois, descomprimi- Se o sinal for transmitido através desse
os compandors, como funcionam
lo novamente no lado receptor para que meio, na sua forma original, verificaremos
e onde são usados ele recupere sua forma original. que podem acontecer dois problemas.
Um dos motivos é o fato de que, se Um deles é que os pontos de maior
transmitirmos o sinal através de um meio amplitude podem ser mais intensos do
ruidoso (como uma linha telefônica), e esse que o aceito pelo meio (linha de transmis-
Newton C. Braga sinal não oscilar entre os limites de sua faixa são, modulador, etc.) e, com isso, ocorre
www.newtoncbraga.com.br dinâmica, ocorrerão cortes e distorções. uma saturação. O resultado, conforme
Outro motivo, bastante aproveitado ilustra a figura 3, é que surgem cortes e
pelos radioamadores há muito tempo, é consequentemente distorções.
que concentrando a faixa dinâmica dos Por outro lado, as partes do sinal de me-
sinais podemos obter maior rendimento nor amplitude, se não forem amplificadas,
dos transmissores, alcançando maiores podem ser cobertas pelo ruído e daí não
distâncias. aparecerem no receptor, veja a figura 4.

F1. Picos de ampli- F2. Faixa de


tude pelo tempo. ruído.

Novembro 2009 I SABER ELETRÔNICA 442 I 59

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Eletrônica Aplicada
Telecomunicações
Em suma: se amplificarmos pouco, as
partes de menor amplitude do sinal serão
cobertas pelos ruídos; e se amplificarmos
demais, as partes de maior amplitude
serão “clipadas”.
A melhor solução consiste em realizar
uma amplificação seletiva, ou seja, uma
compressão do sinal, modificando sua
faixa dinâmica. Isso é o que denomina-
mos “comprimir” o sinal e é uma das
funções do compandor.
O que ele faz, então, é aumentar as
componentes de menor amplitude do
sinal de modo que superem eventuais F3. A saturação F4. Ruído interferindo na
do sinal. baixa amplitude.
ruídos existentes no meio em que ele
será transmitido, e amplificar menos as
componentes de maior amplitude de
maneira que elas não saturem o circuito.
Isso é exibido na figura 5.
Para recuperar a forma original do sinal
é preciso que ele passe por um processo de
“descompressão” (ou expansão), feito pelo
“expandor”, conforme mostra figura 6.
Nesse circuito, as partes que foram
mais amplificadas recebem uma amplifi-
cação menor do que as que foram menos
amplificadas e, com isso, a faixa dinâmi-
ca do sinal é recuperada. Dessa forma, F5. Amplificando os sinais de baixa ampli-
tude para sair da área de ruído.
ele pode ser reproduzido mantendo a
forma original.

Onde são usados


Há diversos equipamentos que ope-
ram com transmissão e gravação de sinais
de áudio, os quais fazem uso das técnicas
de compressão e expansão dos sinais.
Os sistemas de comunicações analógi-
cos como os usados nas faixas de radio-
amadores, VHF e serviços públicos são
exemplos. Os telefones sem fio analógicos
e os microfones sem fio também podem
ser citados como exemplos. F6. Recuperando o sinal
comprimido.
Esses equipamentos, observe a figura
7, comprimem os sinais antes de fazer
sua transmissão e, depois, os descompri- usados com facilidade. Podemos citar os
mem no receptor de modo a recuperar a NE570, NE571 o NE572.
forma original.
Com esse procedimento, eles podem O Compressor
ser melhor transmitidos, com maior ren- Analisemos a estrutura de um compan-
dimento do sistema, menor influência dor típico partindo dos blocos básicos que
dos ruídos do meio e mantendo a sua formam a parte compressora, os quais são
fidelidade original. mostrados na figura 8.
O que temos é um amplificador ope-
Estrutura de um compandor racional em que o ganho é determinado
Existem diversos circuitos integrados pela intensidade do sinal de entrada. Um
que consistem em compandors e podem ser bloco que contém um sistema retificador F7. Comprimindo, transmitindo, rece-
bendo e descomprimindo o sinal.

60 I SABER ELETRÔNICA 442 I Novembro 2009

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amostra a intensidade do sinal na saída
produzindo uma tensão que, aplicada ao
bloco de ganho (G), determina a realimen-
tação do amplificador operacional. Desse
modo, o ganho do circuito não é fixo, mas
depende da intensidade do sinal.
Com os sinais de baixa intensidade o
ganho é maior, e com os sinais de maior
intensidade o ganho é menor.
O bloco de “ganho” nada mais é do
que um atenuador controlado por tensão
ou VCA (Voltage Controlled Attenuator).
Este circuito pode ser baseado em um
segundo amplificador operacional que
proporciona uma realimentação que de-
pende da tensão externa fornecida pelo F8. Esquema de um
compandor.
bloco retificador.
Na figura 9 temos a implementação de
um compressor para linhas de 600 ohms.
Nesse circuito observamos a presença
de um trimmer para ajuste de sinais no
nível mais baixo. Sua finalidade é com-
pensar eventuais problemas de distorção
que possam ocorrer na célula de ganho.

O Expansor
Na figura 10 ilustramos o circuito em
blocos que corresponde a um expansor
(expandor).
Conforme podemos ver, a diferença
em relação ao circuito compressor está
no fato de que temos uma etapa de ga-
nho fixo, mas na sua entrada temos um
circuito atenuador variável.
Esse circuito, em função da intensida-
de do sinal que chega, gera na célula reti-
ficadora uma tensão que controla o bloco
atenuador. Se o sinal for intenso, a tensão F9. Compressor para
600 ohms.
gerada aumentará a atenuação e se o sinal
for fraco, a atenuação será pequena. Dessa
maneira, a faixa dinâmica do sinal original
poderá ser recuperada, aparecendo na
forma original na entrada da etapa am-
plificadora. Sendo assim, o amplificador
usado nesse circuito pode ser linear, veja
a figura dada como exemplo.
Para uma linha de 600 ohms, podemos
ter o circuito completo apresentado na
figura 11. Esse circuito recupera a forma
de onda original para o sinal que é com-
primido pelo circuito da figura 9.

Aplicações em áudio
Há diversas aplicações possíveis para
os compandors em circuitos de áudio de
alta fidelidade. F10. Esquema de um
expansor.

Novembro 2009 I SABER ELETRÔNICA 442 I 61

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Eletrônica Aplicada
Telecomunicações
A compressão do sinal pode ser impor- O ganho dos circuitos é de 0 dB, o que NE570/571 – Compandors
tante em gravadores de fita, mantendo o si- garante a manutenção da intensidade Os circuitos integrados NE570 e
nal no seu nível mais baixo (acima do ruído original dos sinais que vão ser trabalha- NE571 consistem de compandors capazes
da própria fita e circuito); em sistemas de dos. Os trimpots servem para corrigir a de operar numa faixa dinâmica de 110 dB.
distribuição de áudio, superando os níveis distorção harmônica e os níveis DC que Na figura 14 temos o invólucro básico com
de ruído da linha; em sistemas de som aparecem junto aos sinais. a identificação dos seus terminais.
digital para que o sinal seja comprimido
antes de digitalizado, obtendo-se melhor
fidelidade; e ainda nas câmaras de eco.
O circuito exibido na figura 12 é um
exemplo de aplicação que usa como base
o NE570 e tem o recurso da pré-ênfase,
necessário para se evitar o problema de
ouvir uma espécie de ruído de fundo
quando ele muda de ganho.
A rede formada por R2/C5 e R14/C8 evita
esse problema.
Para expandir os sinais pode ser usado
o circuito da figura 13, também sugerido
pela Philips e que utiliza o NE570.
Evidentemente, para compensar o
efeito da pré-ênfase, temos o circuito de
de-ênfase que devolve a forma de onda
original aos sinais. F11. Circuito completo para a
linha de 600 ohms.

F12. Exemplo de aplicação


usando o NE570.

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F13.Esquema elétrico do expansor
utilizando o NE570.

F14. Invólucro F15. Esquema correspondente ao


do NE570. compressor e expansor.

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Eletrônica Aplicada
Telecomunicações
A faixa de tensões de operação deste CI Observe que a faixa dinâmica dos sinais
vai de 6 V a 24 V. Na figura 15 vemos o bloco pode ir de -80 dB a +20 dB, obtendo-se uma
correspondente aos circuitos do compressor taxa de compressão de 2 para 1.
e do expansor. Isso significa que a faixa dinâmica origi-
No circuito integrado existem dois nal de 100 dB pode ser comprimida numa
blocos semelhantes a esses e, conforme o faixa de 50 dB para transmissão, e depois
modo de ligação, teremos a operação como recuperada.
compressor ou expansor. Existem outros circuitos integrados
Assim, quando ligamos o bloco de ga- que podem ser usados como compandors
nho à saída, ele proporciona a realimentação como o NE472, mas suas características
que determina a compressão e o com isso o são diferentes.
circuito funciona como compressor.
Quando o bloco é ligado em série com Conclusão
a entrada, ele funciona como um atenuador Os compandors são circuitos de grande
variável, o ganho do operacional pode ser utilidade quando se deseja fazer a trans-
programado para um valor fixo e temos a missão de sinais de áudio (analógicos) F16. Curva de trans-
ferência básica.
operação como expansor. através de um meio ruidoso, ou ainda
A curva de transferência básica do cir- aproveitando-se a máxima potência de um
cuito é mostrada na figura 16. transmissor.
A capacidade de fornecimento de cor- Apesar do uso cada vez mais intenso
rente do bloco de saída é +/- 20 mA, o que das formas digitais de transmissão, exis-
significa uma amplitude de sinal de 3,5 tem ainda os casos em que a transmissão
Vrms em uma carga de 300 ohms. Com um analógica é necessária e então os problemas
resistor e um transformador apropriados, podem aparecer.
essa saída pode ser convertida em +13 dBm Alterando-se a faixa dinâmica de um si-
em uma linha de 600 ohms. nal e depois recuperando-a, isso pode signi-
A faixa dinâmica obtida é dada na ficar a solução para diversas aplicações que
figura 17. envolvem áudio na sua forma original. E F17. Faixa
dinâmica.

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