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EDUCAÇÃO PARA O CONSUMO CONSCIENTE, PRIMORDIAL

DESDE A INFÂNCIA

Jeanine Bender de Paula*

*Advogada, Especialista em Direito do Consumidor (UFRGS) e Direito Empresarial (PUC/RS), e


Mestranda em Memória Social e Bens Culturais no UNILASALLE.

O presente trabalho emanou da experiência agregada no PROCON Estadual do Rio


Grande do Sul, em que se notou a grande deficiência que nosso país apresenta no que
concerne às relações de consumo, mormente no que tange às publicidades veiculadas nos
principais meios de comunicação, ou seja, acaba atingindo uma massa enorme de
consumidores, que na maioria das vezes são considerados completamente vulneráveis em
meio a tantos anúncios e propagandas, que apresentam simples e unicamente um fim; o lucro,
e, para isso tentam embutir na cabeça da maioria das pessoas, na nossa sociedade atual, que
estas necessitam ter, e ter muito, para, só assim ser parte do todo.
A partir daí, notamos que o deslumbramento do homem está cercado de conceitos
arraigados e fundados na indústria do marketing, em que se cria uma área que delimita o que é
mais relevante hoje para estar „dentro‟ da sociedade: o mundo do ter e do ser, mostrando que
desta forma teremos satisfação e felicidade. Assim, precisamos urgentemente resgatar e
desmistificar essa concepção, iniciando este processo desde a infância. Por outro lado, temos
que destacar que existem publicidades que procuram respeitar a lei consumerista, informando
adequadamente seus futuros clientes consumidores acerca dos seus produtos e/ou serviços
expostos no mercado de consumo. Cabe a nós identificarmos os problemas, mas também
demonstrarmos as conseqüências de escolhas mal feitas, que acarretam em dívidas e até
mesmo doenças.
A educação para o consumo, já é tema recorrente na área de defesa do consumidor,
consoante o DPDC do Ministério da Justiça (2010) sendo exposta, reiteradamente, em cursos,
seminários, congressos e principalmente nos órgãos de proteção e defesa do consumidor de
nosso país, onde em alguns Estados e municípios já realizam palestras com o intuito de educar
para o consumo. Dispõem também de cartilhas de diversos segmentos para elucidação dos
problemas que ocorrem com maior freqüência em nosso país. Apresentam ainda, linguagem
fácil e acessível para todas as classes sociais (PROCON, São Paulo, 2010).
Ocorre que, ainda há poucos recursos públicos para implementar esta tarefa, e num
contexto geral, o que há hoje, chega a ser insignificante a frente de tantos problemas diários
que enfrentamos acerca de questões mal esclarecidas.
A educação para o consumo consciente propriamente dita tem como lema primordial
ensinar questões que são corriqueiras do ser humano, ou seja, do café que é comprado na
esquina ao eletrodoméstico que está em promoção. As questões atinentes a proteção ambiental
e sustentável também são essenciais, mas não devem ser consideradas únicas formas de
consumo consciente, aqui tentaremos enfocar a definição de forma mais ampla, buscando
enfatizar a relação entre consumidor e fornecedor, os direitos e deveres desta relação que deve
ser sempre originada na boa-fé de ambos. A idéia central é que devemos agir de forma
preventiva, com o intuito da harmonia das relações de consumo.
O que temos em mente, a priori, nesse trabalho, é que devemos iniciar este propósito
de educar conscientemente para o consumo desde o ensino fundamental, para a partir daí
criarmos uma visão de certa maneira crítica, desde a primeira infância, oportunizando
conhecimento acerca destas relações diárias, bem como nos aproveitando da facilidade com
que estes pequenos seres têm em aprender e simplificar, principalmente na era da informação
e globalização, questões um tanto complexas. Entretanto, este não é o único meio para
„educarmos‟ o consumo, há possibilidades de limites no que tange às propagandas e
publicidades, bem como formas preventivas de evitarmos o próprio endividamento.
O respaldo inicial para o presente estudo terá raiz constitucional, ou seja, abarcando o
princípio da „dignidade da pessoa humana‟, e da „cidadania‟ bem como questões de ordem
pública e econômica, todas previstas em nossa Carta Magna, incluído aí a defesa do
consumidor promovida pelo Estado. O Código de Defesa do Consumidor – CDC, em seu
artigo 4º, IV, reitera novamente essa política de educar e informar os desiguais das relações de
consumo.
A lei nos permite, então, buscar meios para que realizemos a educação consumerista,
e, a primeira noção que precisamos demonstrar é o que significa consumidor, e logo em
seguida fornecedor. Os assuntos abordados nas aulas ou palestras devem ser sobre produtos,
serviços, defeitos, garantias, prazos de validade, ente outros, temas considerados básicos para
uma noção inicial. Os meios utilizados devem ser apresentados essencialmente de forma
lúdica e até mesmo teatral, no que concerne às crianças. Já, aos jovens poderíamos utilizar
meios como a internet e jogos, buscando exemplos próprios de sua etapa de vida. Precisamos
alcançar uma mudança de comportamento, fazendo com que estes jovens reflitam acerca de
fatos de seu cotidiano, bem como necessitamos mais criatividade para atingir esse público
imenso com relação aos seus direitos como cidadão. Daí, a importância de material educativo
constante para o aperfeiçoamento deste objetivo. Importante lembrar, que formaremos não
apenas consumidores conscientes, mas também fornecedores capazes de aplicar os
conhecimentos adquiridos nesta jornada.
Temos conhecimento, que o PROCON municipal de Porto Alegre (2010), já atua
realizando palestras nas escolas municipais. No entanto, é preciso ainda ampliar este leque,
isto é, para escolas estaduais e particulares, pois só assim conseguiremos dar a base e o
exemplo, até mesmo para outros Estados brasileiros, de cidadania e educação consciente para
o consumo. Segundo o próprio site do órgão supra, “as iniciativas complementam o conteúdo
de cidadania abordado no currículo escolar das escolas de ensino fundamental e médio”.
Por conseguinte, seguindo o raciocínio de Maria Ângela Mirault1 (2010), temos que o
“ensino pedagógico do consumo consciente é uma necessidade ecológica e deveria ser um dos
parâmetros de todo o programa de educação na infância. Esse indivíduo, assim educado,
respeitará os limites do possível, do necessário e da utilidade.”
Destarte, com certeza, teremos resultados surpreendentes num futuro próximo,
formando cidadãos conscientes e honestos, conhecendo seus direitos e deveres, com o
objetivo único e transparente do bem comum, e de uma sociedade cada vez mais justa e
equilibrada.
Palavras-chave: Educação. Consumo. Crianças. Adolescentes

1
Doutora (2002) e Mestre (1998) em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP.
REFERÊNCIAS

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. DPDC. Educação para o Consumo. Disponível em:


<http://portal.mj.gov.br/dpdc>. Acesso em: 23 maio 2010.

MIRAULT, Maria Ângela Coelho. Educação para o Consumo Consciente e Responsável.


Disponível em: <http: //www.webartigos.com/articles/15471/1>. Acesso em: 12 maio 2010.

PROCON MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE. Projeto Educação para o Consumo.


Disponível em: <http://www2.portoalegre.rs.gov.br/procon>. Acesso em: 24 maio 2010.

PROCON Fundação, São Paulo. Projetos e Atividades: Educação para o Consumo.


Disponível em: <http://www.procon.sp.gov.br>. Acesso em: 23 maio 2010.

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