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S1;
142/09.7TTCSC.L1.S1; 30/80.4TTLSB.L1.S1 ; 229/09.6TTBRR.L1.S1 ;
1683/10.9TTPNF.P1.S1; 4914/07.9TTLSB.L1.S1; 3982/06.5TTLSB.L1.S1;
1214/06.5TTPRT.P1.S1; 539/07.7TTVFR.P1.S1; 2384/07.0TTLSB.L1.S1;
661/07.0TTLSB.L1.S1; 08S2573; 4611/07.5TTLSB.L1.S1;
Apelação 899/10.2TTBRG.P1 - 4ª Sec.; 345/10.1TTPNF.P1; 2065/07.5TTLSB.L1.S1;
63/09.3TTLSB.L1-4; APELAÇÃO Nº 298/10.6TTFIG.C1; RECURSO DE CONTRA-
ORDENAÇÃO Nº 891/09.TTVIS.C1; Recurso n.º 838/05.2TTCBR.C1.S1
"Os factos provam-se, o direito conclui-se. Por outras palavras, o facto consiste na
emissão de um juízo denotativo, resultante de um raciocínio lógico indutivo, enquanto o
direito traduz-se na emissão de um juízo normativo, derivado de um raciocínio lógico
dedutivo.”
Deveres do Trabalhador
I - Assim considera-se falta de zelo e diligência o caso em que "(...) o trabalhador cumpre
o seu dever principal sem atender a determinados parâmetros de diligência,(...) A falta de
zelo e a negligência têm de ser aferidas por parâmetros objectivos, segundo o padrão do
bom pai de família, em face das circunstâncias de cada caso, variando em função da
actividade a desenvolver." - cfr. Romano Martinez, Direito do Trabalho, cit., p. 455.
(sublinhado nosso). "Assim, a actuação do trabalhador será diligente se corresponder ao
comportamento normalmente exigível para aquele tipo de trabalhador, naquela função em
concreto". - cfr. Maria do Rosário Palma Ramalho, Direito do Trabalho Parte II, cit., p.
355.
Doença do Trabalhador
Ora, temos que, não pode um trabalhador que num dia x potencialmente estava em tempo
de cumprir com a entrega dos seus trabalhos, ser despedido porque, tendo entrado em
situação de doença, não conseguiu, afinal, cumprir e tal veio a causar a problemática
alegada pela empresa in casu. A aceder por essa via, mais não significa que um
trabalhador que não tem quem o substitua, pode, em caso de doença e baixa médica, logo,
incapacidade e inexigibilidade para o trabalho, ser penalizado e despedido porque as
tarefas afectas ao seu posto de trabalho não foram cumpridas, ou sequer pelos seus
métodos de trabalho (mais ou menos notas e que na perspectiva de um trabalhador que
fez as vistorias e contava fazer relatórios seriam suficientes) se a empresa não está
organizada para fazer face a este tipo de imprevistos e cuja solução é depender de um
trabalhador e sobretudo, culpá-lo, despedindo-o, porque esteve doente em má altura.
Horário do Trabalhador
· A dita norma, também plasmada no artº 213º do vigente Código do Trabalho, tem por
finalidade obstar a que a jornada de trabalho se alongue excessivamente em prejuízo do
direito ao repouso do trabalhador.
· Seja a tempo parcial, seja em regime de horário completo, a entidade patronal não pode
nunca dispor a seu bel prazer a disponibilidade laboral, existindo limites legais para o
efeito – horário de trabalho (artº 212º CT).
· A referida cláusula também é aplicável aos trabalhadores a tempo parcial.
I- Com efeito, a jurisprudência é pacífica a este respeito, citando-se por todos o Acórdão
do Supremo Tribunal de Justiça de 29 de Abril de 2009 proferido no processo número
08S3914: “(...) Tornando-se impossível o gozo de folgas ou períodos de descanso
obrigatório, por, entretanto, haver cessado a relação laboral existente entre o trabalhador
que a elas tinha direito e a sua entidade patronal, não pode deixar de assistir àquele, no
mínimo, o direito à correspondente remuneração (...)” (cfr. 245º CT 2009).
II- O direito a férias periódicas pagas tem consagração constitucional na alínea d) do n.º 1
do artigo 59.º da Lei Fundamental, constando o seu actual regime jurídico, bem como a
disciplina da retribuição do período de férias e do respectivo subsídio de férias, dos
artigos 237.º a 247.º e 264.º do Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12
de Fevereiro, em vigor desde 18 de Fevereiro de 2009.
IV- Tal como refere PEDRO ROMANO MARTINEZ (Direito do Trabalho, 3.ª edição,
Almedina, Coimbra, 2005, p. 576) «os complementos salariais representam acrescentos à
retribuição base e são devidos ao trabalhador, isto é, constituem-se verificadas as
respectivas circunstâncias e, após o vencimento, é devido o seu pagamento. De entre os
complementos salariais importa distinguir aqueles que são certos dos incertos. Os
complementos salariais certos correspondem a prestações fixas que se vencem
periodicamente, sendo, por via de regra, pagas ao mesmo tempo que a remuneração base.
Como complementos salariais certos podem indicar-se os subsídios anuais, com destaque
para o subsídio de férias (artigo 255.º, n.º 2, do CT) e o subsídio de Natal (artigo 254.º do
CT), podendo ainda aludir-se ao subsídio da Páscoa.
XII- Com efeito, para que exista fundamento para a justa causa de despedimento do
trabalhador, basta que se mostre concretizado o princípio geral definido no supra referido
nº 1 do artigo 351º da Lei nº 7/2009, de 12 de fevereiro. Ora, a gravidade do
comportamento culposo e a impossibilidade de subsistência da relação de trabalho ou, de
outro modo, conforme jurisprudência unânime, o conceito de justa causa de
despedimento compreende a verificação cumulativa dos seguintes requisitos:
XII - A instância disciplinar laboral obedece ao princípio da celeridade, o qual tem como
primeira e principal projecção processual o prazo de 60 dias para o exercício do
procedimento disciplinar estabelecido no art. 329.º, n.º 1, do CT. Juridicamente
qualificado, o referido prazo de 60 dias é um prazo de caducidade, consoante
entendimento da doutrina e da jurisprudência maioritária 3ª Da letra expressa e unívoca
do art. 353º, n.º 3, do CT, resulta que só a comunicação da nota de culpa ao trabalhador
interrompe a contagem dos prazos estabelecidos no art. 329.º do mesmo diploma.
Compete ao empregador alegar e provar os factos susceptíveis de determinar a
interrupção do prazo de caducidade do procedimento disciplinar
XIII- A lei impõe prazos razoavelmente curtos para o início do procedimento disciplinar
a partir do momento em que a infracção disciplinar é conhecida do empregador (ou o
quadro de suspeita da mesma). O art. 329.º n.º 2 do CT/2009 estabelece o prazo de
sessenta dias para o efeito. Por início do procedimento disciplinar, deve entender-se, em
regra, a data da comunicação da nota de culpa, já que é esta que interrompe o assinalado
prazo de caducidade de sessenta dias (353.º n.º 3 do CT). Mas pode haver lugar a
procedimento prévio de inquérito, nos termos do disposto do art. 352.º (aplicável por
analogia aos procedimentos disciplinares que não visem o despedimento) e, neste caso, o
prazo de sessenta dias é alargado, uma vez que o dito prazo de 60 dias se tem por
interrompido desde que o seu início ocorra dos 30 dias seguintes à suspeita de infracção,
o procedimento do inquérito seja conduzido de forma diligente e a nota de culpa seja
notificada ao trabalhador até 30 dias após a conclusão do mesmo.
Resolução
I- Regimes de resolução contratual com justa causa pelo trabalhador: com culpa do
empregador (subjectiva) e que confere direito a indemnização (art. 394.°, n.° 2, alínea a),
e 396.°, n.° 1, do CT); sem culpa do empregador (objectiva) e que não confere direito a
indemnização (art. 394.°, n.° 3, alínea c), e 396º, n.° 1, a contrário, do CT) (cfr art. 323.°,
n.° 2. do Código do Trabalho.)
III- Conclui-se, assim, que ocorrendo falta de pagamento da retribuição, quer seja ela
imputável, ou não, a título de culpa ao empregador, e se essa falta se prolongar por um
período de sessenta dias sobre a data do vencimento (mora por mais de sessenta dias),
pode o trabalhador resolver o contrato de trabalho com base em justa causa, tendo, inter
alia, direito à indemnização a que a alude o art. 396.º do Código do Trabalho’.
II- De harmonia com o preceituado no artigo 1152.º do Código Civil, cuja expressão
literal viria a ser reproduzida no artigo 1.º da LCT, «contrato de trabalho é aquele pelo
qual uma pessoa se obriga, mediante retribuição, a prestar a sua actividade intelectual ou
manual a outra pessoa, sob a autoridade e direcção desta». Por sua vez, segundo o artigo
1154.º do Código Civil, «contrato de prestação de serviço é aquele em que uma das partes
se obriga a proporcionar à outra certo resultado do seu trabalho intelectual ou manual,
com ou sem retribuição».
III- A prestação de serviço é uma figura próxima do contrato de trabalho, não sendo
sempre fácil distingui-los com nitidez, porém, duma maneira geral, tem-se entendido que
é na existência ou inexistência da subordinação jurídica que se deve encontrar o critério
de distinção. Pode, portanto, concluir-se que o contrato de trabalho se caracteriza
fundamentalmente pelo estado de dependência jurídica em que o trabalhador se coloca
face à entidade patronal, sendo que o laço de subordinação jurídica resulta da
circunstância do trabalhador se encontrar submetido à autoridade e direcção do
empregador que lhe dá ordens, enquanto que na prestação de serviço não se verifica essa
subordinação, considerando-se apenas o resultado da actividade.
Contrato a termo
II- Acresce que o preceituado no art. 143.º, n.º 1, do C.T. pretende evitar que através da
celebração de contratos sucessivos o empregador contorne as limitações à celebração de
contratos a termo, designadamente a que decorre do número máximo de renovações do
contrato e da duração máxima deste, e os factos provados comprovam que tal não
sucedeu na situação “sub judice” pois nenhuma das referidas limitações se aplica
aquando da celebração do segundo contrato de trabalho a termo, dado que não existia
nenhuma situação de renovação de contrato, nem tinha sido atingido o prazo máximo de
duração de contrato a termo;
III- Já o artigo 343º do Código do Trabalho de 2009 refere na sua alínea c) que «o
contrato de trabalho caduca nos termos gerais, nomeadamente, com a reforma do
trabalhador, por velhice ou invalidez.» Conferir artigo 348º do mesmo diploma legal, sob
a epígrafe «Conversão em contrato a termo após reforma por velhice ou idade de 70
anos». Assim, a questão igual para todos os regimes expostos, que se coloca é saber em
que momento se considera extinto o contrato de trabalho por ocorrência da reforma do
trabalhador.
Podemos elencar algumas das hipóteses:
Seguindo aqui a posição perfilhada pelo professor Jorge Leite[20] diremos que «embora
com algumas dúvidas, propendemos a considerar esta última hipótese como a mais
razoável, a mais simples e até a mais concordante com a letra e o espírito da lei. Como
tudo indica, o evento que a lei liga o efeito extintivo do contrato é um evento complexo
constituído por um conjunto de atos relativos ao processo de reforma, desde o
requerimento ao despacho, da sua notificação ao trabalhador e à entidade empregadora
(conhecimento da reforma por ambas as partes) e da não permanência do trabalhador ao
serviço da empresa após o conhecimento da reforma ou, mantendo-se este ao serviço, do
decurso de 30 dias sobre o conhecimento da reforma.»
IV- Deste modo, passou a ser lícita a contratação a termo, independentemente do elenco
legal, sempre que se verifique necessidade temporária de trabalho, aferida segundo
critérios empresariais – “necessidades temporárias da empresa”. Só há contratação lícita
ao abrigo da referida cláusula geral quando objectivamente existam, reportadas a
determinada realidade obrigacional, necessidades de trabalho subordinado, limitadas no
tempo. Na verdade, a exigência legal da indicação de motivo justificativo é, como já
vimos, uma consequência do carácter excepcional da contratação a termo: o contrato a
termo só pode ser (validamente) celebrado para certos (tipos de) fins e na medida em que
estes o justifiquem, e sem a indicação dos factos e das circunstâncias concretas que
integram essa motivação não é possível proceder a essa verificação.
Ora, a cláusula de motivação do contrato de trabalho a termo celebrado pelas partes, além
de não permitir a verificação externa da conformidade da situação concreta com as
situações exemplificativas constantes do art. 140º não permite apreciar se a duração
estipulada se ajusta à realidade da justificação invocada.