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FACULDADE SANTO AGOSTINHO

COORDENAÇÃO DO CURSO DE FARMÁCIA

ALDIANA CARRIAS DE OLIVEIRA


FRAMARA SILVA CARVALHO

AUTOMEDICAÇÃO COM ANTICONCEPCIONAIS ORAIS POR


ESTUDANTES DO CURSO DE FARMÁCIA DE UMA FACULDADE DO
MUNICÍPIO DE TERESINA-PI

TERESINA
2015
ALDIANA CARRIAS DE OLIVEIRA
FRAMARA SILVA CARVALHO

AUTOMEDICAÇÃO COM ANTICONCEPCIONAIS ORAIS POR


ESTUDANTES DO CURSO DE FARMÁCIA DE UMA FACULDADE DO
MUNICÍPIO DE TERESINA-PI

Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como requisito parcial para obtenção
de nota na disciplina TCC II.
Orientador: Me. Manoel Pinheiro Lucio Neto

__________________________________________________________________

Orientador (a): Prof. Me. Manoel Pinheiro Lucio Neto

___________________________________________________________________
Examinador 1

____________________________________________________________________
Examinador 2

TERESINA
2015
RESUMO

INTRODUÇÃO: Existem os contraceptivos orais em combinação e os de progestina pura, havendo


com o seu uso riscos como trombose venosa, câncer de colo do útero e câncer de mama, e
benefícios como tratamento de acne, ovário policístico, cistos ovarianos e câncer de ovário.
OBJETIVO: Avaliar a automedicação com ACOs por estudantes de farmácia em uma faculdade de
Teresina – PI. MÉTODOS: Realizou – se uma pesquisa de campo, com 40 alunas em uma
faculdade privada do município de Teresina- PI. As participantes são alunas do curso de Farmácia e
matriculadas do 6° ao 10° períodos, as alunas que aceitaram participar assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido conforme a resolução 196/96 da Comissão Nacional de Ética
em Pesquisa – CONEP, onde a coleta de dados ocorreu através do preenchimento, por parte dos
sujeitos da pesquisa, de um questionário, onde os resultados foram tabulados em bloco de texto do
Microsoft Word® e então gráficos e tabelas foram construídos a partir do Microsoft Excel®. A
análise foi feita por estatística descritiva. RESULTADOS: Verificou - se que a idade
predominante entre as entrevistadas foi de 19 a 24 anos (70 %), maioria solteira (75 %), sendo que
97% das alunas fazem a utilização de contraceptivos, onde os anticoncepcionais orais foram eleito
como o método de maior escolha entre as alunas (85%), seguido dos injetáveis e preservativos.
Com relação a automedicação analisou – se 79% procuraram uma orientação profissional e que
21% das alunas não procuraram orientação médica na escolha do contraceptivo apropriado, sendo
que, dentre essas alunas 63% dizem ter usado dos seu próprio conhecimento para a seleção do
método e verificou-se que 38% das entrevistadas dizem apresentar efeitos adversos, sendo a
enxaqueca (23%), ganho de peso (10%) e sangramento de escape (7%) os mais citados.
CONCLUSÃO: A analise desses fatores é importante para relatar os motivos da realização da
automedicação, onde os mais citados foram indicação de amigas ou família e conhecimentos
próprios. Essas informações podem ser utilizadas para criar estratégias para o uso racional dos
ACOs.

Palavras-chave: Anticoncepcionais Orais, Automedicação, Estudantes de farmácia


ABSTRACT

INTRODUCTION: There are oral contraceptives in combination and pure progestin, with with its
use risks like venous thrombosis, cervical cancer and breast cancer, and benefits such as acne
treatment, polycystic ovary, ovarian cysts and ovarian cancer . To assess self-medication with
ACOs for pharmacy students at a college in Teresina - PI. METHODS: - A field research, with 40
students in a private college in the city of Teresina PI. The participants are students of the course of
Pharmacy and enrolled the 6th to the 10th periods, the students who agreed to participate signed the
Term of Free and Informed according to the resolution 196/96 of the National Ethics Committee -
CONEP, where the collection Data were by completing, by the subjects of the research, a
questionnaire where the results were tabulated in text block Microsoft Word® and then graphs and
tables were built from Microsoft Excel®. The analysis was done using descriptive statistics.
RESULTS: - that the predominant age of the respondents was 19-24 years (70%), most singles
(75%), while 97% of students make use of contraceptives, where oral contraceptives were elected as
the method of greater choice among students (85%), followed by injectables and condoms.
Regarding self-medication analyzed - if 79% sought professional guidance and that 21% of students
did not seek medical advice in choosing the appropriate contraceptive being that among those
students 63% say they have used of their own knowledge to the selection method and found It was
found that 38% of respondents say they have adverse effects, and migraine (23%), weight gain
(10%) and breakthrough bleeding (7%) were the most cited. CONCLUSION: The analysis of these
factors is important to report the reasons for the realization of self-medication, where the most cited
were prompt to friends or family and own knowledge. This information can be used to create
strategies for the rational use of OCs.

Keywords: Oral Contraceptives, Self-medication, pharmacy students


LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ACO – Anticoncepcional oral

CNS – Conselho nacional de saúde

COC- Contraceptivo oral combinado

CO – Contraceptivos orais

CONEP - Comissão Nacional de Ética em Pesquisa

DIU – Dispositivo intra-uterino

EE – Etinilestradiol

EP - Embolia pulmonar

FSH- Hormônio folículo-estimulante

LH- Hormônio luteinizante

PAISM - Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher

SNC – Sistema nervoso central

SOP- Síndrome do ovário policístico

TEV - Tromboembolismo venoso

TPM- Temperamento pré-menstrual

TVP - Trombose venosa profunda


Sumário
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 6
2. REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................................................... 7
2.1. Tipos de Contraceptivos Hormonais ..................................................................................... 7

2.1.1. Contraceptivos Orais em Combinação ........................................................................... 7

2.1.2. Contraceptivos de Progestina Pura ................................................................................. 8

2.2. Mecanismo de Ação ................................................................................................................. 9

2.2.1. Contraceptivos Orais em Combinação ........................................................................... 9

2.2.2. Contraceptivos de Progestina Pura ................................................................................. 9

2.3. Inicio do Uso........................................................................................................................... 10

2.4 Eficácia do Uso dos ACOs ..................................................................................................... 10

2.5 Benefícios do Uso dos ACOs .................................................................................................. 10

2.5.1. Acne .................................................................................................................................. 10

2.5.2. Ovário Policístico ............................................................................................................ 11

2.5.3. Câncer de Ovário ............................................................................................................ 11

2.5.4 Cistos Ovarianos .............................................................................................................. 12

2.6 Riscos do Uso dos ACOs ........................................................................................................ 12

2.6.1 Trombose Venosa............................................................................................................. 12

2.6.2. Câncer do Colo do Útero ................................................................................................ 13

2.6.3. Câncer de Mama ............................................................................................................. 13

2.7. Automedicação com ACOS .................................................................................................. 13

3. METODOLOGIA ........................................................................................................................ 15
3.1 Tipo de Estudo ........................................................................................................................ 15

3.2. Local de Estudo .................................................................................................................... 15

3.3. População .............................................................................................................................. 15

3.5. Análise dos resultados ........................................................................................................... 16


3.6. Aspectos éticos ....................................................................................................................... 16

3.7. Critérios de inclusão e exclusão ........................................................................................... 16

4. RESULTADOS............................................................................................................................. 17
5. DISCUSSÃO ................................................................................................................................. 21
6. CONCLUSÃO .............................................................................................................................. 23
CRONOGRAMA ............................................................................................................................. 24
ORÇAMENTO ................................................................................................................................. 25
ANEXO I ........................................................................................................................................... 26
APÊNDICE II ................................................................................................................................... 27
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................... 30
6

1. INTRODUÇÃO

Existem no mercado vários métodos contraceptivos, como preservativos (feminino e


masculino), contracepção cirúrgica, DIU (Dispositivo intrauterino), contracepção hormonal
injetável, contracepção hormonal oral, contracepção de emergência, entre outros. A escolha
do método contraceptivo deve adequar-se às necessidades e condições de cada paciente.(
ALVES et al, 2007). Foi há 50 anos, em 1961 que o Laboratório Searle obteve a aprovação do
primeiro anticoncepcional oral (ACO), chamado Enovid. (POLI, 2011).
Os ACOs mais utilizados são os combinados, compostos de estrogênio e progesterona
ou aqueles compostos apenas progesterona. Inseridos na classe dos ACOs combinados temos
os monofásicos, bifásicos e trifásicos. Os ACOs, além da contracepção, apresentam alguns
benefícios, como: a regularização dos ciclos menstruais reduzem a incidência de dismenorreia
(cólicas menstruais), o fluxo menstrual e promoção do alívio da tensão pré-menstrual (TPM).(
BAHAMONDES et al, 2011)
Antes de optar pelo ACO como método contraceptivo, é imprescindível procurar um
profissional médico, uma vez que somente este poderá apontar o que tenha menos efeitos
colaterais para o organismo de cada mulher. O uso racional ocorre quando a paciente recebe o
medicamento apropriado para a sua necessidade clínica, na posologia e dosagem corretas e
por um determinado período.
A automedicação é um fato potencialmente nocivo à saúde individual e coletiva, pois
nenhum medicamento é inofensivo. O uso inadequado de medicamentos considerados simples
pela população pode levar a um grande número de distúrbios e patologias. (ROSSE et al,
2011). A facilidade de aquisição deste medicamento bem como o conhecimento obtido
durante a graduação em farmácia, podem levar à um aumento da automedicação.
Os ACOs são usados indiscriminadamente, muitas vezes sem uma avaliação mais
rigorosa de um profissional médico, podendo ser adquiridos sem prescrição. Sua
automedicação é um risco por se tratar de um hormônio, eles agem na concentração de
estrogênio e progesterona, atuam no metabolismo, alteraram toda a questão do ciclo
menstrual.
A facilidade do uso e de obtenção dos ACOs, bem como as informações adquiridas ao
decorrer do curso de farmácia, podem levar estas acadêmicas a se automedicarem. ACOs
tomados de maneira errada perdem sua eficácia, ocasionando risco de gravidez, surgimento de
efeitos colaterais graves, além de interações medicamentosas.
7

Este estudo tem como objetivo avaliar a automedicação com ACOs por estudantes de
farmácia em uma faculdade de Teresina – PI. Verificar a prevalência da automedicação em
estudantes do curso de farmácia. Averiguar se os conhecimentos adquiridos pelas alunas
durante a graduação de farmácia influenciam no uso racional dos ACOs.
Quanto a justificativa para a realização do presente trabalho, analisamos que são
inúmeros os malefícios que podem ser causados pela automedicação dos ACOs, haja vista que
estes podem desenvolver ou agravar casos de diabetes, hipertensão arterial, dislipidemias,
doenças tromboembólicas e câncer de mama, por exemplo. Dessa forma surge a necessidade
de um compromisso maior do governo com relação à saúde da mulher, promovendo serviços
de saúde. Diante disso, por motivos acadêmico e profissional fomos levadas a realizar uma
análise mais aprofundada sobre este uso indiscriminado.

O estudo sobre o uso dos ACOs se faz necessário e importante para sociedade, pois
seu uso indiscriminado é um problema de saúde pública. Para que as usuárias exerçam o livre
direito de escolha do método, devem ser oferecidas condições mínimas para isso, tal como,
acesso a serviços de saúde de boa qualidade, informações sobre os métodos anticoncepcionais
existentes, suas indicações, contra indicações e efeitos adversos.

Segundo Paniz (2005), o conhecimento sobre métodos anticoncepcionais pode


contribuir para que os indivíduos escolham o método mais adequado ao seu comportamento
sexual e às suas condições de saúde, bem como utilizem o método escolhido de forma correta.
Assim, esse conhecimento deve estar relacionado à prevenção da gravidez indesejada, do
aborto provocado, da mortalidade materna e de outros agravos à saúde relacionados à
morbimortalidade reprodutiva. Promover o acesso a tais informações e aos meios para a
regulação da fecundidade é um dos aspectos importantes do planejamento familiar, que é uma
das ações do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher - PAISM, implantado em
1986.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. Tipos de Contraceptivos Hormonais

2.1.1. Contraceptivos Orais em Combinação


Os contraceptivos orais são comprimidos numa combinação de dois componentes que
são de estrogénio e progestina, e eles são divididos em três gerações com base no tipo de
progesterona que eles contêm. A progestina primeira geração inclui noretisterona, linestrenol,
8

diacetate etinodiol, e noretisterona. A segunda geração inclui levonorgestrel e norgestrel. A


terceira geração compreende os compostos desogestrel, gestodeno, e norgestodene.

(SHAHNAZI et al – 2015)
Imagem 1: Estrutura química do Norgestrel: 8R,9S,10R,13S,14S,17S-13-ethyl-17-
ethynyl-17-hydroxy- 1, 2, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 14, 15, 16-
dodecahydrocyclopenta[a]phenanthren-3-one.

(Fonte: Benagiano et al– 2009)

Os Contraceptivos orais combinados (COC) consistem em mais de 21 dias de


comprimidos hormonalmente ativo seguido por um intervalo livre de hormônios de 7 dias,
durante o qual uma hemorragia de privação menstrual ocorre normalmente. Os primeiros
regimes COC utilizados foram "monofásico", em que foram administradas as mesmas doses
de estrogénio e progestina durante todo o ciclo. Os bifásica e trifásico, esquemas foram
desenvolvidos posteriormente, alterando as doses individuais de estrogénio e progestina
durante o ciclo. COC regimes contínuos também podem ser utilizados, em que as mulheres
tomam COC continuamente durante meses em um momento e, se quiserem, para interromper
uma hemorragia de privação apenas algumas vezes por ano. (BAERWALD;PIERSON -
2004)

2.1.2. Contraceptivos de Progestina Pura

Pílulas só de progestógeno, também chamado de "mini-pílula", são usadas de uma


forma semelhante ao ACOs combinados. A mini-pílula de progestina tem uma dose de
progestina que é muito perto do limiar da eficácia contraceptiva. Portanto, essas pílulas devem
ser tomadas aproximadamente à mesma hora todos os dias e são tomadas continuamente
9

durante 28 dias do mês sem um intervalo sem pílula. Esta forma de contracepção é
tradicionalmente mais frequentemente usado em mulheres que estão amamentando ou em
mulheres que têm contra-indicações ao estrogênio, no entanto, a maioria das mulheres são
candidatas a este método (SONALKAR et al., 2000).

“As substâncias utilizadas nas pílulas apenas com progestogênio incluem a


noretisterona, o levonorgestrel ou o etinodiol. A pílula é tomada diariamente sem interrupção.
Esta forma de contracepção atua primariamente sobreo muco cervical, que se torna inóspito
aos espermatozoides’’ (RANG; DALE, 2007:501).

2.2. Mecanismo de Ação

2.2.1. Contraceptivos Orais em Combinação


O efeito contraceptivo dos COCs depende principalmente da supressão da
gonadotrofina release. Isto leva à prisão de maturação folicular, da pré-ovulatório aumento do
hormônio luteinizante, e da ovulação. A maioria dos contraceptivos orais combinados têm
uma dose de progestagénio que é significativamente acima do limiar para a supressão da
ovulação , de modo que mesmo sem o componente de estrogénio, o efeito contraceptivo seria
conseguido. No entanto, o controlo do ciclo depende dos efeitos do componente
estrogénio (E2, E4). (WIEGRATZ – 2011)

2.2.2. Contraceptivos de Progestina Pura

Contraceptivos orais apenas de progestina têm muitos mecanismos de ação


documentada, incluindo a inibição da ovulação, espessamento e diminuição do muco cervical,
a supressão dos picos de meados de ciclo de LH e FSH, a inibição da síntese do receptor da
progesterona, a redução no número e tamanho das glândulas endometriais, redução em
atividade ciliar dentro da trompa de Falópio, e luteólise prematura (diminuição do
funcionamento do corpo lúteo). As progestinas em concentrações elevadas provavelmente
suprimem o início da foliculogênese ao nível do hipotálamo. Em concentrações ligeiramente
mais baixas de progestina pode ser iniciada a foliculogênese, mas impede o surto de LH no
nível da pituitária e, portanto, impede a ovulação. Em concentrações ainda mais baixas,
progestinas alteraram o muco cervical, a mobilidade da trompa e/ou o endométrio.
(SONALKAR et al., 2000)
10

2.3. Inicio do Uso

De acordo com Silva (2006), a indicação do contraceptivo deve ser precedida de


história clínica geral e dirigida e exame físico minucioso. No exame ginecológico é
obrigatória à prevenção (vulvoscopia, colposcopia, citologia esfoliativa e microflora) anual
para se identificar e corrigir a patologia cervical e rejeitar a prática contraceptiva nas
neoplasias incipientes. Sempre que possível, a ultrassonografia pélvica transvaginal deve ser
realizada. Recomenda-se o início da contracepção a partir do primeiro dia do ciclo com o
propósito de assegurar a anovulação e rastrear a possibilidade de gestação incipiente (falha do
método) ou tornar possível diagnosticar a possibilidade de amenorreia pós-pílula.

2.4 Eficácia do Uso dos ACOs

“Sua eficácia depende do uso correto, o que compete à própria mulher controlar, ao
fazer o uso diário, em horário regular e iniciando as cartelas em dias apropriados. Estima-se
taxa de falha de oito gravidezes para 100 usuárias a cada ano, quando se considera o uso
típico. Todavia, se não houver erros no uso, menos de uma gravidez poderá ocorrer para 100
mulheres/ano.” (AMERICO et al., 2013:289).

Wiegratz (2011) destaca que a eficácia do COC pode ser comprometida por distúrbio
gastrointestinal ou o uso de antibióticos. Embora um estudo recentemente publicado relata
que não foi encontrado nenhuma influência de antibióticos, a recomendação ainda é a
utilização de métodos adicionais, alternativas de contracepção (métodos de barreira) durante o
uso de antibióticos e por mais sete dias. Intercorrente uso de enzima hepática podem
induzindo medicamentos, tais como rifampicina e rifabutina pode reduzir a eficácia dos
contraceptivos hormonais. Em contraste, os contraceptivos orais também podem influenciar a
eficácia de outros medicamentos. Daí administração COC pode reduzir os níveis séricos da
lamotrigina resultando em aumento do risco de apreensão, com um aumento subsequente no
intervalo sem pílula. Ciclo estendido ou uso contínuo do COC pode evitar estas flutuações.

2.5 Benefícios do Uso dos ACOs

2.5.1. Acne
Acne é geralmente associado com o início da puberdade e aumento da produção de
sebo dos folículos pilosos no rosto, peito e costas. Propionibacterium acnes pode proliferar
11

dentro das unidades pilos sebáceo bloqueado e causar comedões e pústulas inflamadas. A
gravidade da acne varia, assim como a tolerância para a condição demonstrada pelas pessoas
afetadas (SEAMANM et al., 2003).

Os estrogênios são conhecidos por diminuir a produção de sebo. Eles são usados
hipoteticamente para realizar isso de várias maneiras, tanto localmente ao nível da glândula
sebácea, e sistemicamente. Primeiro, eles podem opor-se diretamente nos andrógenos a nível
local e regular genes envolvidos na produção de sebo e crescimento da glândula sebácea. Em
segundo lugar, eles fornecem feedback negativo sobre a hipófise/hipotálamo. Isto é, eles
inibem a produção da pituitária anterior de hormônio luteinizante (LH) e do hormônio
folículo-estimulante (FSH), diminuindo assim a produção ovariana de androgénio,
testosterona. Em terceiro lugar, a administração de estrogênio aumenta a globulina de ligação
de hormônios sexuais, que se liga de testosterona, diminuindo a quantidade de testosterona
livre disponível para se ligar com o receptor de androgénio (SALVAGGIO et al., 2010).

2.5.2. Ovário Policístico


“A síndrome do ovário policístico (SOP) é um distúrbio endócrino complexo e
heterogêneo, cuja prevalência em mulheres varia de 4 a 10% no período reprodutivo, de
acordo com os diferentes critérios diagnósticos existentes. Ela pode acarretar complicações de
saúde, como disfunção menstrual, infertilidade, hirsutismo, acne e síndrome metabólica,
sendo considerada um fator de risco para o desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2,
hipertensão arterial e doenças cardiovasculares.” (FARIA et al., 2013:342 ).
Sabe-se que os contraceptivos hormonais orais são amplamente empregados para as
mulheres com SOP, mas há relatos de seu impacto sobre o metabolismo de carboidratos e
lipídeos. De fato, alguns autores sugerem que os anticoncepcionais combinados de baixa dose
seriam os preferenciais, sobretudo, para as mulheres com resistência à insulina e diabetes
mellitus não complicado. Contudo, esses autores recomendam o uso de progestagênio isolado
quando há antecedentes de tromboembolismo ou a paciente tem hipertensão arterial sistêmica
(SOARES JUNIOR et al., 2010).

2.5.3. Câncer de Ovário


Os contraceptivos orais (CO) representam uma estratégia de prevenção primária
potencialmente promissora para o câncer de ovário. Vários estudos sugerem um efeito
protetor sobre as pílulas, com uma redução no risco de até 50 por cento com o uso em longo
prazo. Os mecanismos subjacentes a um possível efeito protetor do CO sobre o risco de
12

câncer de ovário não são totalmente claras. Uma hipótese de longa data (" a teoria da
ovulação incessante ") é que ovulações repetitivas na vida reprodutiva resulta em ciclos de
danos e reparação epiteliais que, posteriormente, podem aumentar o risco de desenvolver
câncer de ovário. Fatores que diminuem o número de ovulações, tais como gravidez,
amamentação e uso de anticoncepcionais orais, portanto, espera-se que possa reduzir o risco
de câncer de ovário (HAVRILESKY et al., 2013).

2.5.4 Cistos Ovarianos


Estudos com o uso de longo prazo de altas doses de formulações com COC relataram
reduções significativas de ambos os cistos corpo lúteo e cistos ovarianos funcionais. Estudos
epidemiológicos têm indicado uma diminuição da incidência de cistos ovarianos
proporcionais às doses de esteróides em COC. COC atuais de baixa dosagem não oferecem
proteção contra cistos ovarianos funcionais, mas uma proteção contra cistos corpo lúteo
parece mais provável após a inibição da ovulação (BRYNHILDSEN, 2014)

2.6 Riscos do Uso dos ACOs

2.6.1 Trombose Venosa


A trombose venosa em mulheres jovens é rara com uma incidência anual de cerca de 3
a 5 por 10.000 mulheres. No entanto, é uma grave doença às vezes fatal devido ao seu
potencial de complicações, como embolia pulmonar e a síndrome pós-trombótica (VLIEG et
al., 2014).
“O tromboembolismo venoso (TEV) é definida como uma condição na qual um
coágulo de sangue (trombo) forma em uma veia, mais vulgarmente nas veias profundas das
pernas ou da pélvis [trombose venosa profunda (TVP)] enquanto a embolia pulmonar (EP)
ocorre quando o trombo se desprende para as artérias pulmonares.” (ESHRE, 2013:472 ).
“O risco de TEV é dependente da dosagem de etinilestradiol (EE). A alta dosagem de
EE (≥50 mcg) está associada a um aumento de duas vezes no risco de TEV quando
comparada à baixa dosagem desse hormônio (<50 mcg). Recentemente, publicou-se que as
formulações contendo 20 mcg de EE foram associadas menor risco trombótico quando
comparadas às preparações com 30 mcg de EE, porém sem diferença significativa.” (BRITO
et all, 2011 : e81).
Mais recentemente, demonstrou-se que não é apenas a dose de estrogénio, mas
também do tipo de progestagênio em preparações contraceptivos orais combinados está
associada com o risco de trombose venosa. Na década de 1990, vários estudos mostraram um
13

risco aumentado de aproximadamente 2 vezes de trombose venosa associada com


preparações contendo desogestrel ou gestodeno em comparação com aqueles que contêm
levonorgestrel (VLIEG et al., 2014).

2.6.2. Câncer do Colo do Útero


Combinaram os resultados de estudos publicados entre 1966 e 2002, para examinar a
relação entre o risco de câncer do colo do útero e da duração e recência de uso de
contraceptivos hormonais, tendo em conta os potenciais fatores de complicação, tais como
status do HPV, parceiros sexuais, triagem história, tabagismo e uso de contraceptivos de
barreira. Mais recentemente, a Colaboração Internacional de Estudos Epidemiológicos de
Câncer (2007) do colo do útero obteve os dados originais de 24 estudos para conduzir uma
análise conjunta. Eles descobriram que o risco de câncer cervical aumentou por um fator de
1,07 para cada ano de uso de contracepção hormonal (ou 1,38 (1,30-1,46) para 5 anos de
uso). Na ex-usuários, o excesso de risco é aproximadamente metade 2-4 anos após a cessação,
e metade novamente após 5-9 anos. Não houve significativo excesso de risco, 10 anos após a
cessação do uso (PARKIN, 2010).

2.6.3. Câncer de Mama


Numerosos estudos recentes concluíram que o COC tem ou não, ou de um marginal,
influência sobre o risco de câncer de mama. O risco absoluto é muito pequena. Por exemplo,
se as mulheres com idades entre 25 utilizar o COC por cinco anos, haverá apenas cinco
câncer de mama extras por 10 000 mulheres durante o período seguinte de 10 anos (49 em
vez de 44). A maioria destes seria tumores locais, não-metastáticos. O risco aumentado
desaparece dentro de dez anos de interrupção da pílula . Mesmo em mulheres com mutações
BRCA1 e BRCA2, foi encontrado ou nenhum aumento de risco ou um risco extremamente
pequeno aumento (WIEGRATZ et al., 2011).

2.7. Automedicação com ACOS

No Brasil, pelo menos 35% dos medicamentos são adquiridos por automedicação. A
propaganda massiva e a facilidade de acesso a medicamentos em farmácias e supermercados
dão a impressão de que são produtos livres de riscos. Além disso, estimulam o uso
indiscriminado, o que nem sempre resulta nos efeitos prometidos, e expõe os consumidores a
reações indesejadas, às reações adversas, sempre crescentes devido ao consumo elevado de
medicamentos que se observa na atualidade. A crença de que a pílula seja capaz de eliminar
14

ou, pelo menos, amenizar estes problemas é fator complementar e primordial para o consumo.
(AQUINO et al., 2010)

É necessário observar vários aspectos da paciente para fazer a escolha ideal do


contraceptivo, como coagulação sanguínea, padrão menstrual, massa corporal, taxa de
colesterol e oleosidade da pele. Ele lembra ainda que os contraceptivos orais sejam contra-
indicados para fumantes com mais de 35 anos e pacientes com câncer. É indispensável a
consulta ao ginecologista, pois os hormônios podem interferir nos hábitos e condições de
saúde das mulheres. Logo, devido à grande variedade de tipos e dosagens de hormônios
disponíveis no mercado, para cada mulher, deve-se indicar uma pílula específica (AMADO et
al., 2011)

O uso desses contraceptivos por mulheres pode provocar diferentes reações adversas,
tais como: alterações imunológicas, metabólicas, nutricionais, psiquiátricas, vasculares,
oculares, gastrintestinais, hepatobilares, cutâ-neo-subcutâneas, renais/urinárias, auditivas;
distúrbios do Sistema Nervoso Central (SNC), e do Sistema Reprodutor. Além disso, o
organismo pode desencadear vertigens na síndrome pré-menstrual ou no uso desses
hormônios, devido a concentrações de estrógeno e progesterona (MITRE et al., 2006).

“Os contraceptivos hormonais orais têm influência na ação de outros medicamentos e


estes também alteram a eficácia dos contraceptivos e sua ação terapêutica. O efeito biológico
dos anticoncepcionais hormonais orais, não depende somente da sua composição ou dose e
via de administração, devendo ser considerado também a ingestão de outras drogas, a idade, a
farmacocinética individual, os hábitos dietéticos, a massa corporal, a presença de certas
condições neuroendócrinas anormais e a atividade exercida pela mulher. A interação
farmacocinética entre outros medicamentos e contraceptivos pode ocorrer durante a absorção
no trato gastrointestinal, durante o metabolismo hepático, na reabsorção pela circulação
êntero-hepática, ou caso o fármaco interfira nas proteínas séricas carreadoras dos esteróides
durante o transporte na circulação. Os fármacos que elevam os níveis das proteínas
carreadoras, como a rifampicina, diminuem a fração hormonal bioativa, reduzindo sua
função.” (AMADO et al.,2011:1455).
15

3. METODOLOGIA

3.1 Tipo de Estudo


É um estudo exploratório, descritivo, transversal, com abordagem quantitativa e
qualitativa. A pesquisa exploratória é uma investigação de pesquisa empírica cujo objetivo é a
formulação de questões ou de um problema, com tripla finalidade: desenvolver hipóteses,
aumentar a familiaridade do pesquisador com um ambiente, fato ou fenômeno, para a
realização de uma pesquisa futura mais precisa ou modificar e clarificar conceitos
(LAKATOS, 2003)
A abordagem quantitativa significa quantificar opiniões, dados, nas formar de coleta
de informações, utilizando recursos e técnicas estatísticas. É comum ser utilizado no
desenvolvimento de pesquisas descritivas, na qual se procura descobrir e classificar a relação
entre variáveis, assim como na investigação da relação de causalidade entre os fenômenos:
causa e efeito (OLIVEIRA, 2000).

3.2. Local de Estudo


A pesquisa de campo foi realizada em uma faculdade privada do município de
Teresina- PI.

3.3. População
Foram convidadas a participar da pesquisa alunas matriculadas no curso de farmácia
de uma faculdade do município de Teresina- PI, do sexto ao décimo período. As alunas que
aceitaram participar assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido conforme a
resolução 196/96 da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa - CONEP.

3.4. Instrumento para coleta de dados


A coleta de dados ocorreu através do preenchimento, por parte dos sujeitos da
pesquisa, de um questionário, constituído por uma série de perguntas que foram respondidas
por escrito e sem a presença do pesquisador.

Segundo Giannotti (2013) o questionário é a forma mais usada para coletar dados, pois
possibilita medir com melhor exatidão o que se deseja por meio das respostas às questões que
o próprio informante preenche, devendo ter natureza impessoal, ser limitada em sua extensão
e finalidade.
16

3.5. Análise dos resultados


Os questionários foram avaliados individualmente quanto ao preenchimento completo
e correto. Em seguida os resultados foram tabulados em bloco de texto do Microsoft Word® e
então gráficos e tabelas foram construídos a partir do Microsoft Excel®. A análise foi feita
por estatística descritiva.

3.6. Aspectos éticos


O seguinte projeto está de acordo com a Lei nº 466/2012 do CNS, tendo sido
submetido à apreciação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Santo Agostinho e
Plataforma Brasil. A coleta de dados aconteceu no período de setembro a outubro de 2015.

3.7. Critérios de inclusão e exclusão


Os participantes são alunas do curso de Farmácia e matriculadas do 6° ao 10°
períodos.
17

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A coleta dos dados ocorreu a partir da aplicação de um questionário, com 40 alunas


matriculadas entre o 6° e o 10° período do curso de farmácia de uma faculdade privada do
município de Teresina – PI. Segue abaixo tabela e gráficos dos resultados obtidos após análise
dos questionários.

Tab 1. Perfil das participantes do questionário de uma faculdade privada do município de


Teresina – PI.

Características N %

Idade (anos)

Até 19 1 2

20 – 24 28 70

25-29 9 23

≥30 2 5

Total 40

Solteira 30 75

Casada 7 17

Viuva 0 0

Outros 3 8

Total 40

(Fonte: Pesquisa direta - 09/ 2015 )

Gráfico 1. Percentual de alunas que utilizam contraceptivos.

3%

Utilizam
contraceptivos
Não utilizam
97%

(Fonte: Pesquisa direta - 09/ 2015 )


18

Gráfico 2. Percentual dos métodos contraceptivos mais utilizados entre as estudantes.

0% 0%
5%
10%
Anticoncepcional oral
Injetavel
Intradermico
preservativo
Outro
85%

(Fonte: Pesquisa direta - 09/ 2015 )

Após análises de dados da tabela 1, verificou - se que a idade predominante entre as


entrevistadas foi de 19 a 24 anos (70 %), maioria solteira (75 %), sendo que 97% das alunas
fazem a utilização de contraceptivos (Graf 1.), onde os anticoncepcionais orais foram eleito
como o método de maior escolha entre as alunas (85%), seguido dos injetáveis e
preservativos (Graf 2).

Os anticoncepcionais hormonais, incluindo os anticoncepcionais combinados orais,


são os métodos contraceptivos reversíveis mais eficientes disponíveis e ao mesmo tempo são
os mais utilizados no planeta, se excluírmos a China onde o método mais utilizado é o
dispositivo intrauterino (DIU). Nos países desenvolvidos, em torno de 18% das mulheres
casadas ou unidas alguma vez, usam anticoncepcional oral combinado (ACO) sendo esta
proporção de 75% nos países em desenvolvimento1 o que representa milhões de mulheres em
uso em todo o mundo, incluindo o Brasil.( BAHAMONDES et al– 2011)

O uso de Anticoncepcionais Orais Combinados (AOC) é crescente no Brasil. Dados da


última Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS), realizada
em 2006, revelaram que 24,7% das mulheres em união usavam o AOC como Método
Anticoncepcional (MAC). Isso representa aumento de 4,0% em relação à porcentagem
19

encontrada na PNDS de 1996, quando a porcentagem de uso do método entre mulheres unidas
foi de 20,7%. (AMERICO et al – 2013)

Gráfico 3: Tempo do uso dos contraceptivos entre as estudantes.

8 anos 10 anos Não lembro


5% 5% 2%
6 anos
2%
Menos de um
ano
5 anos 19%
12%
1 ano
4 anos 16%
9%

2 anos
3 anos 23%
7%

(Fonte: Pesquisa direta - 09/ 2015 )

Gráfico 4: Porcentagem de alunas que procuraram orientação médica para a escolha do


método contraceptivo.

Não
21%

Sim
79%

(Fonte: Pesquisa direta - 09/ 2015 )


20

De acordo com o gráfico 3, observou – se uma variação em relação ao tempo de uso


dos contraceptivos, a maioria das jovens começaram a usar o método a menos de um ano, mas
existindo também alunas que já utilizam à 10 anos. Com relação a automedicação analisou –
se que 21 % das alunas não procuraram orientação médica na escolha do contraceptivo
apropriado (Graf 4), sendo que, dentre essas alunas 63% dizem ter usado dos seu próprio
conhecimento para a seleção do método, seguido pela opção do método ter sido indicado por
uma amiga ou família . Sendo assim 79% procuraram uma orientação profissional.

Grafico 5: Motivos de não procurar o médico para a escolha do método contraceptivo.

0% 0%
Metodo indicado por
alguma amiga ou
familia
Conhecimento proprios
37%
sobre os metodos

Indicação de
Farmaceutico
63%

Outro. Qual?

(Fonte: Pesquisa direta - 09/ 2015 )

São Vários fatores quem tem contribuído para o aumento o uso inadequado de
medicamentos: o poder de influencia das indústrias sobre as autoridades, os médicos, os
pesquisadores e os usuários de medicamentos, as propagandas enganosas, a apresentação de
pesquisas científicas duvidosas, o alto custo dos medicamentos, o número excessivo de
farmácias, a pouca atuação do farmacêutico nas farmácias comerciais, a indicação de
medicamentos pelo balconista das farmácias, a possibilidade de compra de muitos
medicamentos sem receita médica, a defasagem de alguns médicos sobre os medicamentos
(muitos se atualizam com os propagandistas das indústrias), a precariedade do sistema público
de saúde e as prescrições indevidas. (CORREA et al, 2013)

Gráfico 6: Percentual de alunas que relataram sentir algum efeito adverso com o uso
de contraceptivo.
21

Sim Não

38%

62%

(Fonte: Pesquisa direta - 09/ 2015 )

Gráfico 7: Efeitos adversos relatados entre as alunas.

Sangramento Amenorreia
de escape 0% Ganho de peso
7%
10%

Enxaqueca
Nenhum 23%
60%

(Fonte: Pesquisa direta - 09/ 2015 )

O uso desses contraceptivos por mulheres pode provocar diferentes reações adversas,
tais como: alterações imunológicas, metabólicas, nutricionais, psiquiátricas, vasculares,
oculares, gastrintestinais, hepatobilares, cutâ- neo-subcutâneas, renais/urinárias, auditivas;
distúrbios do Sistema Nervoso Central (SNC), e do Sistema Reprodutor. Além disso, o
organismo pode desencadear vertigens na síndrome pré-menstrual ou no uso desses
hormônios, devido a concentrações de estrógeno e progesterona (MITRE et al.,2006).
Considerando assim o gráfico 6, verificou-se que 38% das entrevistadas dizem apresentar
22

efeitos adversos, sendo a enxaqueca (23%), ganho de peso (10%) e sangramento de escape
(7%) os mais citados (Graf 7).

A dor de cabeça é um efeito colateral freqüentemente relatada na contracepção


hormonal e uma razão líder citados para a descontinuação do método contraceptivo. A
descontinuação do uso dos antinconcepcionais representam 20% dos 3,5 milhões de
gravidezes não planeadas nos Estados Unidos anualmente. Separado do risco de gravidez
indesejada, as mulheres que interrompem os contraceptivos hormonais devido a dores de
cabeça são incapazes de colher os benefícios não contraceptivos desses medicamentos,
incluindo alívio da dor pélvica crônica, e proteção endometrial na síndrome dos ovários
policísticos e outros estados anovulatórios. (EDLON;BARTZ – 2010)

As informações a cerca do uso dos ACOs entre as mulheres deve se dá de forma que
proporcione uma maior efetividade. Para isso, salienta-se que as atividades de orientação
individual ou coletiva, não devem ser pontuais, limitada à entrega de cartelas de ACOs, mas
sim serem ampliadas e aplicadas nas diversas oportunidades de atenção à saúde como área
prioritária do cuidado com a saúde e qualidade de vida dessas usuárias de ACOs.
23

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Infere-se com esse trabalho que é significativo o número de estudantes que fazem o
uso de ACOs, sendo ainda citados embora em menor quantidade os contraceptivos injetáveis
e preservativos. Observou-se também que o tempo de uso predominante é de dois anos e um
ano respectivamente, tempo relativamente curto, mas “apropriado” para a idade das
participantes da pesquisa.

Com relação aos efeitos adversos, mesmo que o resultado tenha apontado para um
valor menor de estudantes que os sintam, não podemos ignorar que são inúmeros os efeitos
causados, e que depende muito do organismo de cada mulher, por isso se faz importante a
cautela no uso dos ACOs.

Observou-se ainda que existe automedicação com os ACOs, entretanto o número de


entrevistadas que procurou orientação médica foi superior ao valor das que não procuraram
essa orientação. Uma das contribuição desse estudo foi relatar os motivos da realização da
automedicação, onde os mais citados foram, indicação de amigas ou família e conhecimentos
próprios. Essas informações podem ser utilizadas para criar estratégias para o uso racional dos
ACOs.
24

CRONOGRAMA

MESES ANO 2015

ATIVIDADES

MAR

AGO

NOV
OUT
ABR

DEZ
MAI
FEV
JAN

JUN

SET
JUL
Elaboração do projeto X X X X

Revisão bibliográfica X X X

Elaboração de instrumentos de coleta X X X X

Apresentação do seminário de X
pesquisa

Coleta de dados X X

Processamento de dados X X X

Discussão e conclusão X X X

Formatação da monografia X X X X

Defesa da monografia X
25

ORÇAMENTO

Especificação Quantidade Valor unitário Valor total

Papel A4 (Resma) 3 15 45

Caneta 3 1,5 4,5

Fotocopias (xerox) 200 0,8 160

Transporte (ônibus) 30 1,05 31,5

Encadernações 7 3 21

Impressão 210 0,50 105

TOTAL (R$) 367


26

ANEXO I

FACULDADE SANTO AGOSTINHO


BACHARELADO EM FARMÁCIA

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título do projeto: AUTOMEDICAÇÃO COM ANTICONCEPCIONAIS ORAIS POR ESTUDANTES DO CURSO


DE FARMÁCIA DE UMA FACULDADE DO MUNICÍPIO DE TERESINA-PI.

Pesquisador responsável: Me. Manoel Pinheiro Lucio Neto.


Demais pesquisadores:Aldiana Carrias de Oliveira /Framara Silva Carvalho.
Instituição/Departamento: Faculdade Santo Agostinho (FSA) / Curso de Farmácia.
Local da coleta de dados: Faculdade Santo Agostinho (FSA)
Telefone para contato: (86) 99322544/ (86) 99792767.

Prezado (a) Senhor (a):


O senhor (a) está sendo convidado (a) a responder às perguntas deste questionário de forma
totalmente voluntária. É de suma importância que compreenda as informações e instruções contidas
neste documento. Leia atentamente o que se segue e pergunte ao responsável pelo estudo qualquer
dúvida que aparecer. Este estudo está sendo conduzido pelo Me. Manoel Pinheiro Lucio Neto e pelos
acadêmicos do curso de Farmácia da Faculdade Santo Agostinho - FSA, Aldiana Carrias de Oliveira e
Framara Silva Carvalho. Depois de esclarecido (a) acerca das informações sobre a pesquisa, e caso
concorde em participar deste estudo, assine este documento que está sendo apresentado em duas vias.
Uma delas é sua e a outra é do pesquisador responsável. O senhor (a) pode desistir da participação da
pesquisa a qualquer momento, sem nenhuma penalidade.

Esclarecimentos sobre a pesquisa

 Objetivo Geral: Avaliar a automedicação com ACOs por estudantes de farmácia em


uma faculdade de Teresina – PI.
__________________________________ ____________________________________
Rubrica do participante Pesquisador responsável (rubrica)

____________________________________________________________________________________

Demais pesquisadores (rubrica)


27

 Objetivos específicos: Verificar a prevalência da automedicação em estudantes do curso de


farmácia; e Averiguar se os conhecimentos adquiridos pelas alunas durante a graduação de
farmácia influenciam no uso racional dos ACOs.

Procedimentos: Sua participação nesta pesquisa consistirá apenas no preenchimento deste


questionário, respondendo às perguntas formuladas que abordam o uso dos ACOs e sua experiência
relacionada ao assunto.
Benefícios: A pesquisa trará como beneficio o esclarecimento das estudantes sobre automedicacão
com ACOs.
Riscos: O presente trabalho pode apresentar algum risco, pois será submetido por diversas opiniões
onde poderá existir controvérsias no que se é esperado, e a exposição dos indivíduos responsáveis pelo
projeto por ser uma pesquisa de campo.
Sigilo: Como o tema da pesquisa está relacionado à vida íntima das entrevistadas, assegura-se que não
haverá correlação entre as entrevistadas e os questionários, mantendo-se em sigilo a identificação da
voluntária. Os questionários deverão ser mantidos sob a guarda da pesquisadora responsável e após
conclusão da pesquisa serão incinerados.
Consentimento
Eu __________________________________________________tive pleno conhecimento das
informações que me foram repassadas sobre o estudo “AUTOMEDICAÇÃO COM
ANTICONCEPCIONAIS ORAIS POR ESTUDANTES DO CURSO DE FARMÁCIA DE UMA
FACULDADE DO MUNICÍPIO DE TERESINA-PI”. Ficaram esclarecidos para mim quais são os
propósitos do estudo, os procedimentos a serem realizados, a ausência de riscos, as garantias de
confiabilidade e de esclarecimento permanentes e que a minha participação é isenta de despesas e que
tenho garantia de acesso à pesquisa. Concordo voluntariamente, em participar deste estudo e poderei
retirar o meu consentimento a qualquer tempo, antes ou durante o mesmo.

________________________________________________________
Local e data

__________________________________________________________________________
Assinatura do Participante / Nº Identidade.

Pesquisador responsável (assinatura, CPF).


Demais pesquisadores (assinatura, CPF).

Se você tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato: Comitê de Ética em Pesquisa –
FSA - Av. Valter Alencar 665 - São Pedro Teresina - PI. Cep: 64.019-625. Fone: (86) 3215-8700 / Fax: (86) 3215-8706.
Email: fsa@fsanet.com.br.
28

APÊNDICE II

QUESTIONÁRIO

Faculdade Santo Agostinho- FSA

Trabalho de pesquisa- Graduação em Farmácia

Orientador- Profo. Me. Manoel Pinheiro Lucio Neto

Graduandas- Aldiana Carrias de Oliveira

Framara Silva Carvalho

CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

Nº do entrevistado:_____________

1- Gênero:
( )masculino
( )feminino
2- Idade:________________
3- Município onde reside:
Teresina ( ) Outro município:_______________________
4- Estado civil:
( )solteiro(a) ( ) Viúvo(a)
( )casado(a) ( ) outro, especificar: _______________________
5- Escolaridade: _____________________
6- Ocupação (profissão): _____________________
7- Faz uso de algum contraceptivo?
( ) Sim
( ) Não
*Caso tenha respondido sim prossiga com as questões
8- Que método contraceptivo você utiliza?
( ) Anticoncepcional oral
( ) Preservativo
( ) Injetável
( ) Intradérmico
( ) Outro. Qual? _____________
9- Hà quanto tempo utiliza?
29

( ) Menos de um ano
( ) 1 ano
( ) 2 anos
( ) Não lembra
( ) Outro. Qual? _______________

10- Antes de optar por algum método contraceptivo, procurou orientação médica?
( )Sim
( )Não
*Caso sua resposta tenha sido não na questão anterior prossiga com as questões

11- Qual o motivo de não procurar o medico?


( ) Método indicado por alguma amiga ou familiar
( ) Conhecimentos próprios sobre os métodos
( ) Indicação de farmacêutico
( ) Outro. Qual?________________

12- Você sente algum efeito adverso?


( ) Sim
( ) Não
( ) não sei
12 – Dentre esses efeitos quais você sente ?
( )Sangramento de escape ( fora do período menstrual )
( ) Amenorreia – ausência de menstruação
( ) Ganho de peso
( ) Enxaqueca
( ) Nenhum
( ) Outro. Qual?_________________

13 – Já utilizou mais de um método por conta desses efeitos?


( ) Sim
( ) Não

14- Ao trocar de método, procurou o médico ?


( ) Sim
( ) Não
30

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