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União Económica e Monetária

Ano letivo 2017-2018


4.º ano – Turma Dia - 1.º semestre

Regente: Professora Nazaré da Costa Cabral

I – Revisitando o Sistema Monetário


Internacional (SMI): noções fundamentais
Informações sobre a disciplina
No Moodle

Password: UEM2017

Regras de avaliação
—  Exame final: 50%
—  Relatório final (Trabalho em grupo): 20% (nota
coletiva)
—  Apresentação oral do Relatório final: 10% (notas
individualizadas)
—  Comentários dos colegas no dia da apresentação oral:
5%
—  Exercício escrito em aula prática: 15% - dia
A BALANÇA DE
PAGAMENTOS
Os principais objetivos macroeconómicos
numa economia aberta

1)  Objetivos internos: estabilidade dos preços;


combate ao desemprego

2)  Objetivos externos: equilíbrio das contas


externas (equilíbrio corrente)

Nota:
Por vezes, podem verificar-se conflitos (trade-offs)
entre alguns destes objetivos. Mas, no essencial, as
economias ‘caminham’ para o(s) equilíbrio(s).
Nota prévia
Para caracterização de um país no plano do
seu posicionamento nas trocas
internacionais, há que considerar:

—  Grau de abertura ao exterior

—  D i m e n s ã o e competitividade da
economia.
O Modelo IS-LM
Curva&IS)LM&(investment/savings,&Liquidity&preference&Money&Supply)

LM

i*

IS

Y
IS Y=C(Y)T(Y))+&I(r*)+G+NX(Y)
LM M/P=L(r*,&Y)
O Modelo em ação

—  A curva IS parte da igualdade fundamental


da macroeconomia, I=S
—  E dá-nos a taxa de juro de equilíbrio no
mercado de bens e serviços, para uma
dada combinação entre y e I.
O modelo em ação
—  A posição da curva IS depende de três
factores:
-  Da parte autónoma da procura (induzida
pelas alterações da política orçamental,
das expectativas ou da confiança dos
agentes económicos);
-  Da sensibilidade do investimento à taxa
de juro (r).
O modelo em ação
—  Imagine-se uma política orçamental Y
expansionista
éY e éo consumo de bens e serviços,
aumenta a procura de moeda por motivo
transação, determina a deslocação para
cima da curva IS
logo aumenta é a taxa de juro
O Modelo em ação
Curva IS-LM (investment/savings, Liquidity preference Money Supply)

LM

i'*
i*

IS'
IS

Y
IS Y=C(Y-T(Y))+ I(i*)+G+NX(Y)
LM M/P=L(r*, Y)
O Modelo em ação
—  A curva LM dá-nos o equilíbrio no mercado monetário,
M/P = L(y, i)
—  E reflete a função procura real de moeda (a oferta de
moeda é um dado exógeno):

—  L = L(y, i) = L* + ky - hi

L* - motivo autónomo
Ky – motivo transação (sensibilidade da procura de moeda
ao rendimento)
Hi – motivo especulação (sensibilidade da procura de
moeda à taxa de juro)
O Modelo em ação
—  A posição da LM depende dos seguintes
fatores:
- Da oferta real da moeda (M/P) e da
procura autónoma de moeda (L*)
- Da sensibilidade da procura de moeda à
taxa de juro.
O modelo em ação

—  Se aumenta a procura de moeda aumenta


a taxa de juro;
—  Se aumenta a oferta de moeda (expansão
da LM), diminui a taxa de juro.
O Modelo em ação
Curva&IS)LM&(investment/savings,&Liquidity&preference&Money&Supply)

LM

LM'
i*
i'*

IS

Y
LM M/P=L(r*,&Y)
A Balança de Pagamentos

Balança de Pagamentos é o documento


onde são registadas todas as operações
económicas entre residentes e não
residentes de um dado país.

Inclui a balança corrente (BC) e a balança


de capital ou financeira (BK).

BOP = BC + BK
A Balança de Pagamentos
A balança corrente:
BC= Bbs+Tranfs+RF

Bbs é balança de bens e serviços


Bbs= NX =X-M
Tranfs é transferências do exterior (v.g.
Remessas de emigrantes; apoio ao
desenvolvimento, etc.)
RF é rendimentos dos factores (v.g. juros e
dividendos): Rrec-Rpag
A Balança de Pagamentos (BOP)
A BK é até certo ponto o reverso da conta
corrente. É a conta que regista os ativos e
passivos financeiros (inclui empréstimos e
investimentos realizados por estrangeiros no
país e empréstimos e investimentos feitos pelo
país no exterior) =
Emp do ext – Emp ao ext
Permite verificar que fluxos de capitais
predominam no país (entrada ou saída de
capitais) e ainda o grau de acumulação de
moeda estrangeira no país.
A Balança de Pagamentos (BOP)

Por força do sistema contabilístico (sistema das partidas


dobradas):
BC+BK=0
Ou
BC=-BK

Logo, se a BC for excedentária, deve ser compensada por


um défice da BK (Emps do exterior < Emp. ao exterior e/
ou acumulação de reservas em moeda estrangeira).
Se a BC for deficitária, deve ser compensada pelo
excedente da BK (Emps do exterior > Emps ao exterior e/
ou desacumulação de moeda estrangeira)
A ‘guerra’ comercial e cambial US/China
A ‘guerra’ comercial e cambial US/China
Ex: um país exportador (BC +) em regra tende a
financiar outras economias e acumula reservas em
moeda estrangeira - v.g. China vis-à-vis EUA.

A China, usando o seu excedente comercial,


adquiriu moeda norte-americana, diretamente, pela
venda dos bens pagos em dólares, e indiretamente,
pela compra de ativos norte-americanos,
denominados em dólares (ex. títulos do Tesouro
norte-americano).
A ‘guerra’ comercial e cambial US/China

—  O peso do défice comercial americano (mais de


$450bi) e da sua dívida externa é enorme – só
sustentado pela posição cimeira do dólar
enquanto moeda internacional: o défice resulta do
peso das importações face às exportações; a
dívida é financiada justamente pela emissão de
dólar.
A ‘guerra’ comercial e cambial US/China

—  Recentemente o Presidente Trump acusou a China


de guerra cambial: o yuan está parcialmente
indexado ao dólar, mantendo-se artificialmente
desvalorizado (o que favorece as exportações
chinesas);

—  A China rejeita a crítica e começou


progressivamente a deixar o yuan valorizar um
pouco, até para evitar ataques especulativos sobre o
yuan e a saída de capitais.
A ‘guerra’ comercial e cambial US/China

—  Reparem que nos dois países houve entradas de


capitais, embora as origens tenham sido
opostas:
-  No caso chinês, a entrada de capitais (capital
inflow) ficou a dever-se ao excedente comercial
(BC);
-  No caso americano, a entrada de capitais ficou a
dever-se ao excedente da balança financeira
(BK) (e.g. compra de ações e obrigações norte-
americanas), o que foi também alimentado pela
posição cimeira do dólar.
Notas finais
Falar em equilíbrio da BOP quer na verdade
significar ‘equilíbrio’ da conta corrente, ou
seja, uma situação excedentária (grosso
modo, em que as exportações de bens e
serviços superam as importações). Esta
será a situação desejável do ponto de vista
macroeconómico.

Note-se que há casos em que isso pode


não ser assim. Recordem-se os trade-offs.
Notas finais
A compreensão plena da BOP implica
verificar que o comércio internacional
depende de uma rede complexa de
relações económicas e monetárias
internacionais entre instituições e países.
Notas finais
A compreensão plena da BP envolve conhecer os
seguintes mercados:

—  Os mercados de bens e serviços


—  Os mercados de capitais (hoje de dimensão
internacional, dada a prevalência da liberdade de
circulação de capitais)
—  A moeda e o seu papel enquanto meio de
intermediação de trocas internacionais (conhecer
também os sistemas de pagamentos
internacionais)
—  Os mercados de câmbios.
MERCADOS
FINANCEIROS
Podem ser:
-  Mercados monetários ou
-  Mercados de capitais
Mercados monetários

Visam obter financiamento de curto prazo


para fazer face a necessidades imediatas de
de liquidez, designadamente por parte dos
bancos.
Opera sobretudo através do mercado
interbancário, e os seus principais
instrumentos são: papel comercial, acordos
de recompra (repos), bilhetes de tesouro,
etc..
Mercados de capitais

São mercados financeiros onde se processa


a compra e venda de títulos de dívida de
longo prazo ou de capitais próprios (equity).
Mercados de capitais
Quanto ao objeto, podem ser:
-  Mercados obrigacionistas (bond markets);
-  Mercados acionistas (stock markets).

Quanto ao momento de transação:


-  Mercados primários (mercados de
emissão e subscrição)
-  Mercados secundários.
!
Year Stocks Bonds Bank assets World GDP
2013 62,552.00 99,788.80 120,421.60 74,699.30
2012 52,494.90 99,134.20 116,956.10 72,216.40
2011 47,089.23 98,388.10 110,378.24 69,899.22
Source:!IMF,!in!Bilions!of!US$!
!
A moeda

A moeda é um ativo que


pode facilmente ser usado
para adquirir bens e serviços.
Funções da moeda

1)  Meio de troca


2)  Reserva de valor
3)  Unidade de conta
Tipos de moeda:
1)  Moeda-mercadoria
2)  Moeda metálica
3)  Moeda-papel:
a)  Moeda representiva (1.ª fase)
b)  Moeda fiduciária
c)  Papel-moeda
4) Moeda escritual (depósitos à ordem)

Em suma: desmaterialização da moeda.


Nota Final

Quando é utilizada nas trocas


internacionais, a moeda de cada nação
toma o nome de divisa.
Mercados
de câmbio

São mercados de trocas de


divisas.
A oferta e a procura de divisas

Os mercados cambiais são um ‘melting pot’


gigante, em que as operações se realizam a
todo o instante, a uma velocidade
vertiginosa, e em que, a todo o momento,
os valores das moedas, nas suas relações
com as outras, são ajustados.
O FOREX

O FOREX (Foreign Exchange Market) é um


mercado internacional de troca de divisas
(geralmente de lógica especulativa). Os seus
principais agentes são os grandes bancos ou
instituições financeiras internacionais. É o
maior mercado do mundo, o que tem maior
liquidez.
A oferta e a procura de divisas
—  Antes
de mais, é preciso reter o conceito
de taxa de câmbio nominal (valor de
uma moeda nacional em termos de outra
moeda estrangeira):

e = €/US$
A oferta e a procura de divisas
Situação inicial:
1 € è 1 US$; 1/1= 1

Alteração:
a)  1€è 1,5 US$; 1/1,5 = 0,6(6) - taxa de
câmbio do euro diminuiu, o euro apreciou;
b)  1€è 0,8 US$; 1/0,8 = 1,25 – a taxa de
câmbio do euro aumentou, o euro
depreciou;
A oferta e a procura de divisas
Em mercados de câmbios flutuantes
(prevalecentes no mundo), o valor das moedas
depende das condições da oferta e da procura.

Fatores que concorrem para a maior (ou


menor) procura de uma moeda no mercado:
-  Fatores económicos;
-  Fatores políticos (estabilidade política);
-  Fatores psicológicos (que podem levar a
ataques especulativos).
A oferta e a procura de divisas
Fatores económicos:
1)  Política económica que integra quer a
política monetária, quer a política
orçamental;
2)  Comportamento da BOP e perspetivas
futuras (competitividade internacional da
economia);
3)  Níveis de inflação e perspetivas;
4)  Taxa de crescimento da economia;
5)  Produtividade dos diferentes sectores da
economia.
O efeito da inflação na taxa de câmbio
nominal (câmbios flutuantes)
—  Se os P é (por ex. em virtude da
expansão monetária)
então a taxa de câmbio nominal pode
aumentar (depreciação da moeda
nacional), por duas vias:
-  Canal das exportações: X ê menor
procura de moeda nacional, depreciação da
moeda nacional;
-  Canal da taxa de juro: iê fuga de capitais,
depreciação da moeda nacional.
Regimes cambiais

É a forma como cada país gere a sua


divisa na relação com outras divisas,
ou seja, a forma como atua nos
mercados cambiais.
Regime de câmbios flutuantes Regime de câmbios fixos

A taxa de câmbio é O valor da moeda é


determinada pelos fixado, segundo uma
mercados: é a oferta e a
procura de divisas, na paridade oficial,
relação entre duas relativamente ao valor de
economias, que determina outra moeda ou cabaz de
o preço relativo de cada moedas ou, ainda, em
uma delas relação a qualquer outra
(recordem-se os fatores que
determinam os preços das
medida de valor (o caso
divisas nos mercados cambiais). do ouro).

Os dois grandes regimes


cambiais
Vantagens dos Regimes de TCFlut Vantagens dos Regimes de TCfix
1.  Nações com estruturas 1.  Economias com estruturas
económicas diferentes podem económicas parecidas
beneficiar de TCFlut em casos podem beneficiar dos
de choques exógenos câmbios fixos em caso de
(assimétricos); choques similares;
2.  O sistema de câmbios fixos
impede o uso da política 2.  A taxa de câmbio fixa
monetária para outros garante credibilidade e
objetivos domésticos; compromisso na condução
3.  O sistema de câmbios fixos da política monetária;
cria alinhamentos enviesados 3.  A flutuação contribui para a
entre as moedas, controlos volatilidade, incerteza e para
sobre o comércio internacional sobre ou subvalorização das
e em caso de ataques diferentes moedas (a fixidez
especulativos é causa de crises cambial impede tais efeitos)
graves.

Vantagens e desvantagens
recíprocas
Regime de câmbios flutuantes Regime de câmbios fixos

Este regime significa, para Este regime traduz um


alguns (Mundell, 2000), a compromisso credível com
ausência de uma regra de política
comprometimento com
qualquer regra monetária. É monetária não inflacionista.
consistente com políticas
monetárias que tanto podem
ser de estabilidade dos
preços, como de inflação ou
até de hiperinflação.

Política cambial e política monetária:


interligações
Regime de câmbios flutuantes Regime de câmbios fixos

Aqui podem contudo encontrar- O regime de câmbios é, em si


se outras regras monetárias mesmo, uma regra monetária:
(que não passam pela fixidez o sistema fornece uma âncora
cambial), tais como: nominal (a ligação do nível de
-  Oferta da moeda (monetary preços doméstico ao nível de
targeting); preços estrangeiro) que é
-  Estabilidade dos preços/ nível garantia de credibilidade no
de inflação (inflation targeting); processo desinflacionista.
-  Taxa de crescimento nominal
do PIB.

Política cambial e política monetária:


interligações
Em regime de câmbios flutuantes Em regime de câmbios fixos

Distingue-se em termos Distingue-se em termos


nominais entre: nominais entre:
-  Apreciação e; -  Valorização e;
-  Depreciação cambial. -  Desvalorização cambial.

(fruto do funcionamento (fruto da intervenção da


do mercado e da lei da autoridade monetária que
oferta e da procura de altera a paridade
moeda no mercado inicialmente fixada para
cambial) outra).

Precisões úteis
Da Purchasing Power Theory (PPP) à distinção
entre taxa de câmbio real e nominal
A teoria explica que, no longo prazo, as
taxas de câmbio estarão ao par, ou seja,
terão o mesmo valor pelo que o poder
aquisitivo de duas moedas em relação a um
dado cabaz de moedas será igual.
E= P*/P=1

Em que E é a taxa de câmbio entre a moeda P* em termos de P, P* é o custo


do bem x na moeda estrangeira e P é o custo do mesmo bem na moeda
nacional.
A PPP (cont.)

A PPP baseia-se, por sua vez, na chamada


Lei do Preço Único (Gustav Cassel,
1918), nos termos da qual, na ausência de
custos de transação e de barreiras ao
comércio, bens idênticos, em diferentes
mercados, têm o mesmo preço, quando os
preços sejam expressos na mesma moeda.
Condições de validade da PPP

No curto prazo:
a)  Ausência de custos de transação (v.g.
custos de transporte);
b)  Inexistência de barreiras ao comércio.
Condições de validade da PPP
No longo prazo:
Que a economia assente (apenas) em bens
transacionáveis.
Que as preferências relativas dos consumidores em
relação a cabazes de bens sejam iguais
Que os preços relativos dos bens se mantenham
iguais, entre países, no longo prazo.

Ora, isto nem sempre sucede è efeito Balassa-


Samuelson (as diferenças entre preços relativos de
bens não transacionáveis provoca alterações nas
taxas de câmbio reais)
Em suma
Verifica-se pois que, através da PPP, se
consegue determinar o valor da taxa de
câmbio, de forma a garantir que o poder
aquisitivo de duas moedas diferentes seja
exatamente igual a 1, ou seja, P*/P=1.

Se todas as condições da PPP (de curto e


de longo prazo) se mantivessem, então
E=P*/P=1
Mas não é isso que se verifica
Quando se quer calcular o valor da taxa de
câmbio, ela geralmente é expressa em
termos nominais (e), e os fatores que a
determinam são de índole diversa.

A taxa de câmbio real (E) aproveita os


resultados da teoria da PPP e expressa-se
da seguinte forma:
!
! ∗.!
!= !
!
Taxa de câmbio real
—  Se os preços dos produtos nacionais aumentam é
—  Então, de
!
—  Temos que Eê ! ∗. !
!= !
!
logo, o país consegue comprar mais barato do exterior, mas em
contrapartida vende mais caro ao exterior.

A consequência pode ser


-  X ê e/ou M é (deterioração da balança comercial), o que no
limite pode, numa segunda fase, de forma contrária, levar à
depreciação da moeda nacional (em termos nominais).
-  E o contrário: desvalorização nominal (v.g. pela via dos preços ou
salários)
Regime de câmbios flutuantes Regime de câmbios fixos

Pode-se afectar a fração: Pode-se afectar a fração,


-  Alterando P, mas alterando apenas P (e ainda
sobretudo; assim em termos limitados –
recorde-se que o regime de
-  Alterando e (taxa de
câmbios estáveis também
câmbio nominal).
envolve um compromisso em
torno da inflação).

!
! ∗. !
!= !
!
Taxa de Câmbio Nominal Taxa de Câmbio Real

A quantidade de O poder aquisitivo de


moeda que se pode uma determinada
receber em troca de moeda em relação a
outra moeda. outra, a preços e a
taxas de câmbio
correntes.

Definições
A forma como se apresentam estruturados os regimes
cambiais e como são acomodados o comércio internacional
e os fluxos de capitais, e os ajustamentos efetuados na BOP.

SISTEMA MONETÁRIO
INTERNACIONAL (DEFINIÇÃO)
A EVOLUÇÃO DO SMI
Os regimes cambiais (desde finais do
século XIX até à atualidade)
O Gold Standard (o padrão-ouro)

É o sistema monetário em que a unidade de


conta é uma quantidade fixa de ouro.

É um regime de câmbios fixos em que a


paridade das moedas é definida, pelas
autoridades monetárias, em relação àquela
quantidade de ouro.
Vantagens do Gold Standard
1)  Estabilidade de preços de longo prazo:
porque o aumento da massa monetária em
circulação acompanha a quantidade de
reservas de ouro disponíveis pelo BC;
2)  Comércio livre e o “price specie flow
mechanism”: criação de um ambiente sem
incerteza não apenas por causa do
controlo da inflação, mas também porque
os países acabam por ter os câmbios das
moedas respetivas fixados entre si;
3)  Limites aos défices crónicos.
The price specie flow mechanism
1.  X↑M↓ → entrada de ouro → ↑
preços→ ↓ Procura X, saída de ouro para
pagar ↑M →regresso ao nível de preços
inicial

2.  M↑X↓ → saída de ouro → ↓ preços →
↑ Procura de X, entrada de ouro para pagar
X →regresso ao nível de preços inicial
Desvantagens do Gold Standard
1)  Falta de liquidez;
2)  Risco de deflação (penalizando os
emitentes de dívida);
3)  A incapacidade para estabilizar a
economia (uma vez que a quantidade de
moeda é função das reservas de ouro
disponíveis);
4)  Vulnerabilidade a ataques especulativos.
O Gold Standard clássico
Entre 1870 e 1914

Este foi um período de estabilidade


monetária, de crescimento económico
significativo e que fica marcado também
pela ampla liberdade de circulação
internacional de mercadorias.
O Gold Bullion Standard e o declínio
do Gold Standard: 1925-31
O Gold Standard foi muito afetado pela ocorrência
dos seguintes eventos significativos:
a)  Primeira Guerra Mundial (1914-18): inflação
galopante associada ao financiamento do
esforço de guerra;
b)  Instituição do Gold Exchange Standard (1922)
(então conhecido como Gold Bullion Standard):
permitiu um regresso parcial ao regime de
conversão no ouro (em lingotes de ouro, não
moedas);
c)  Adoção, pela Inglaterra, através do Gold Santard
Act, do novo sistema monetário (1925).
O Gold Bullion Standard
Em suma:

Com o novo sistema instituído, os países


podiam deter ouro, dólares ou libras como
reservas, salvo os Estados Unidos que já
então se assumiam como país
preponderante, com capacidade para deter
como reserva, apenas ouro.
O período assistémico
Dois acontecimentos ditaram o fim do Gold
Standard:
a)  A grande Depressão dos anos 30;
b)  A II Guerra Mundial.

Acontecimentos:
A libra deixou de ser diretamente convertível em
ouro.
Nos EUA, o Presidente Roosevelt nacionalizou o
ouro detido por privados e revogou contratos cujo
pagamento deveria ser feito em ouro.
O Novo Gold Exchange Standard
Terminada a Guerra, os países reúnem-se e
celebram o Acordo de Bretton Woods
(1944), no qual se procurou instituir um novo
sistema monetário internacional capaz de
ultrapassar o caos herdado da guerra.

Este Acordo está então associado ao novo


regime monetário que vigoraria desde aquela
data até ao início dos anos setenta. Com ele se
criaram também o Fundo Monetário
Internacional (FMI) e o Banco Mundial.
Elementos centrais do Acordo de BW
1)  Novo regime cambial: o regime ‘pegged
rate' ou 'adjustable peg’, em que os países
declaravam a sua paridade em relação ao
ouro ou ao dólar (a única moeda do
sistema diretamente convertível em
ouro), podendo a mesma flutuar numa
banda de margens muito estreitas (+/-
1%).
A alteração de paridade poderia fazer-se, sempre que estivesse em causa
a prevenção ou correção de desequilíbrios grandes na BOP.
Elementos centrais do Acordo de BW

2) Novo Gold Exchange Standard: o ouro


continua a ser a referência, simplesmente o
dólar torna-se moeda de intervenção
(moeda central do SMI), podendo ser
detida como reserva.
O Funcionamento do SMI
O SMI funcionou com normalidade até ao
início da década de 70 (foi um período de
estabilidade e forte crescimento económico
nas economias ocidentais).

O fim do sistema ocorreu em virtude do 1.º


choque petrolífero e efeitos da Guerra do
Vietnam: em 1971, o Presidente Nixon declara
o fim da convertibilidade do dólar no ouro
(fruto da especulação em torno do marco
contra o dólar).
O fim anunciado do sistema de BW
a)  O A c o rd o S m i t h s o n i a n o ( 1 9 7 1 ) :
consagração do sistema dollar standard;
moedas convertíveis no dólar, não
estando este obrigado mais a assegurar
a convertibilidade direta com o ouro;
alteração das margens de flutuação de
+/-1% para +/-2,25%
b)  A perda de confiança em relação ao
dólar e a flutuação livre das moedas.
O fim anunciado do sistema de BW

c) Os Acordos de Jamaica: o que foram?

Já ouviram falar na Jamaica?


JÁ OUVIRAM FALAR DA
JAMAICA?
Sol, praias e boa vida…
JA OUVIRAM FALAR DA
JAMAICA?
Música : Bob Marley!
JÁ OUVIRAM FALAR DA
JAMAICA?
•  Homem mais rápido do mundo! Usain Bolt
•  (WR 100m: 9,58s – Berlim, 2009)
E agora os Acordos de Jamaica

c) Os Acordos de Jamaica (1976):


legalizaram um sistema de flutuação cambial
(situação que já verificava de facto).
Conduziram à 2.ª emenda dos Acordos BW
(1978).
Cronologia dos regimes cambiais
!
! Caracterização!dos!regimes!
187051914! Gold%Standard!(bimetalismo;!prata);!uniões!
monetárias;!currency%boards;!flutuação!
191951945! Gold%Exchange%Standard;!flutuação;!
flutuação!dirigida!(managed%floats);!
arranjos!de!uniões!monetárias;!flutuação!
pura!
194651971! Fixidez!cambial!ajustável!do!sistema!de!
BW!(adjustable%peg);!flutuação!(Canadá);!
Regimes!cambiais!duais/múltiplos!
19715!presente! Flutuação!livre;!flutuação!dirigida;!fixidez!
ajustável,!fixidez!deslizante!(crawling%
pegs);!zonas!cambias!e!bandas;!fixidez!
cambial!pura;!uniões!monetárias;%currency%
boards!
Fonte:!Ishfaq!(2010):!4!
!
A taxionomia moderna dos regimes
cambiais (de acordo com FMI)

a)  Câmbios fixos


b)  Currency boards nos quais as autoridades
monetárias detém 100% de reservas em
moeda estrangeira contra a base
monetária. Uma alteração na BOP não
provoca alterações sobre a oferta de
moeda e não há lugar à criação doméstica
de moeda;
c)  Dolarização e eliminação integral das
moedas nacionais;
A taxionomia moderna dos regimes
cambiais
d Uniões monetárias nas quais os países
membros adotam uma mesma moeda;
e) Adjustable peg em que os países ajustam
periodicamente as paridades da moeda;
f) Crawling peg em que as autoridades
procedem à desvalorização deslizante da
moeda em vista de um valor previamente
definido (colmatando por ex. diferenciais de
inflação no país em causa relativamente aos
parceiros comerciais);
A taxionomia moderna dos regimes
cambiais
g) Basket peg em que a taxa de câmbio é fixada em
termos de um cabaz ponderado de moedas
estrangeiras;
h) Target zone ou bandas, com intervenção das
autoridades monetárias sempre que as margens
sejam ultrapassadas;
i) Flutuação cambial (que pode ser livre ou dirigida).
Na flutuação dirigida (regime prevalecente), pode
haver intervenção da autoridade monetária, direta
ou indireta, determinada por alterações na BOP, no
nível de reservas internacionais, etc..
Regimes cambiais na atualidade
Arranjos( Arranjos( Flutuação(
fixos( intermédios(
i)(Uniões( i)(Adjustable(peg( i)(Flutuação(
monetárias( ii)(Crawling(peg( dirigida(
ii)(Currency( iii)(Basket(peg( (managed(
boards( iv)(Target(zones( float)(
iii)(Regimes( ou(bandas( ii)(Flutuação(
de(câmbios( (margens(de( livre(
fixos((puros)( flutuação)(
Fonte:(Ishfaq((2010):(4(
(
Fundo Monetário Internacional (FMI)
O FMI

É uma organização intergovernamental


(criada também pelos Acordos de BW,
1944) que monitoriza o sistema financeiro
global, fazendo o acompanhamento das
políticas macroeconómicas dos seus países
membros, em particular das políticas que
têm impacto na taxa de câmbio e na BOP.
FMI
Objetivos principais:
a)  Estabilizar as taxas de câmbio internacionais,
garantindo a livre convertibilidade das moedas
entre si e a fixidez das taxas de câmbio;
b)  Assistência técnica e ajuda ao desenvolvimento,
pela exigência de liberalização das economias,
como condição para alívio do peso das dívidas,
obtenção favorável de empréstimos e ajuda
externa;
c)  Assistência financeira aos países em
d i f i c u l d a d e s n a B O P, s u j e i t a a
condicionalidade.
FMI

A adesão ao FMI faz-se mediante a


subscrição de um quota cujo valor é
determinado em função da dimensão da
economia. 25% da quota é subscrita em
dólares e os restantes 75% em moeda
nacional.
FMI
Assistência financeira
Este é o objetivo central do FMI: fornecer ajuda
financeira a países que se encontrem em
dificuldades graves na sua BOP, fazendo uso dos
depósitos efetuados pelos 187 membros (a ajuda é
proporcional ao valor da quota).

Em contrapartida, os países são obrigados a levar a


cabo um conjunto de reformas (orçamentais,
económicas, sociais, etc.) que geralmente se
reconduzem ao ‘Consenso de Washington’, de
acordo com um princípio de condicionalidade
estrita.
FMI
Assistência financeira

Os países assistidos obtém uma facilidade de


crédito que se traduza na possibilidade de utilização
das seguintes tranches de crédito:
-  O equivalente da parcela-ouro (25%);
-  A primeira parcela de crédito (25%);
-  As parcelas superiores de crédito.

Nota: mais tarde as facilidades começaram a ser


concedidas também em DSE (direitos de saques
especiais), unidade de conta criada aquando da 1ª emenda
aos Estatutos do FMI (1969).

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