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FACULDADE REDENTOR
ENGENHARIA CIVIL
2010
FUNDAÇÕES
O sistema de fundações é formado pelo elemento estrutural do edifício que fica abaixo do solo
(podendo ser constituído por bloco, estaca ou tubulão, por exemplo) e o maciço de solo envolvente
sob a base e ao longo do fuste. Sua função é suportar com segurança as cargas provenientes do
edifício.
Convencionalmente, o projetista estrutural repassa ao projetista de fundação as cargas que serão
transmitidas aos elementos de fundação. Confrontando essas informações com as características do
solo onde será edificado, o projetista de fundações calcula o deslocamento desses elementos e
compara com os recalques admissíveis da estrutura, ou seja, primeiro elabora-se o projeto estrutural
e depois o projeto de fundação.
Esquema do projeto de fundação e sua conexão com a estrutura do edifício e o solo de fundação.
São diversas as variáveis a serem consideradas para a escolha do tipo de fundação. Numa
primeira etapa, é preciso analisar os critérios técnicos que condicionam a escolha por um tipo ou
outro de fundação. Os principais itens a serem considerados são:
Topografia da área
• dados sobre taludes e encostas no terreno, ou que possam atingir o terreno;
• necessidade de efetuar cortes e aterros
• dados sobre erosões, ocorrência de solos moles na superfície;
• presença de obstáculos, como aterros com lixo ou matacões.
Dados da estrutura
• a arquitetura, o tipo e o uso da estrutura, como por exemplo, se consiste em um edifício, torre ou
ponte, se há subsolo e ainda as cargas atuantes.
Realizado esse estudo, descartamos as fundações que oferecem limitações de emprego para
a obra em que se está realizando a análise. Teremos, ainda assim, uma gama de soluções que
poderão ser adotadas.
Alguns projetistas de fundação elaboram projetos com diversas soluções, para que o
construtor escolha o tipo mais adequado de acordo com o custo, disponibilidade financeira e o prazo
desejado.
Dessa forma, numa segunda etapa, consideram-se os seguintes fatores:
Aspectos econômicos
• além do custo direto para a execução do serviço, deve-se considerar o prazo de execução. Há
situações em que uma solução mais custosa oferece um prazo de execução menor, tornando-se mais
atrativa.
Podemos perceber que, para realizar a escolha adequada do tipo de fundação, é importante
que a pessoa responsável pela contratação tenha o conhecimento dos tipos de fundação disponíveis
no mercado e de suas características.Somente com esse conhecimento é que será possível escolher a
solução que atenda às características técnicas e ao mesmo tempo se adeque à realidade da obra.
O melhor tipo de fundação é aquela que suporta as cargas da estrutura com segurança e se
adequa aos fatores topográficos, maciço de solos, aspectos técnicos e econômicos, sem afetar a
integridade das construções vizinhas. É importante a união entre os projetos estrutural e o projeto de
fundações num grande e único projeto, uma vez que mudanças em um provocam reações imediatas
no outro, resultando obras mais seguras e otimizadas.
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2 – Estudo do subsolo
• o tipo de solo atravessado por meio da retirada de uma amostra a cada metro perfurado;
• a resistência (N) oferecida pelo solo à cravação do amostrador padrão, a cada metro
perfurado;
• a posição do lençol freático (nível d’água), quando encontrado durante a perfuração.
• deve ser no mínimo um para cada 200 m² de área de projeção da edificação, para áreas de
até 1200 m²
• Acima de 1200 m² até 2400 m² deve-se fazer um furo para cada 400 m² que excederem os
1200 m²
• Acima de 2400 m² o número de sondagens deve ser fixado de acordo com o plano particular
de construção;
• deve ser feito um mínimo de dois furos para áreas de projeção em planta de até 200 m² e três
furos para obras entre 200 e 400 m².
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Observações:
3 – Tipos de Fundação
De acordo com a profundidade do solo resistente, onde está implantada a sua base, as
fundações podem se classificadas em:
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O que caracteriza principalmente uma fundação rasa ou direta é o fato da distribuição de carga
do pilar para o solo ocorrer pela base do elemento de fundação, sendo que, a carga
aproximadamente pontual que ocorre no pilar, é transformada em carga distribuída, num valor tal,
que o solo seja capaz de suportá-la. Outra característica da fundação direta é a necessidade da
abertura da cava de fundação para a construção do elemento de fundação no fundo da cava.
A fundação profunda, a qual possui grande comprimento em relação a sua base, apresenta pouca
capacidade de suporte pela base, porém grande capacidade de carga devido ao atrito lateral do corpo
do elemento de fundação com o solo. A fundação profunda, normalmente, dispensa abertura da
cava de fundação, constituindo-se, por exemplo, em um elemento cravado por meio de um bate-
estaca.
3.1.2 – Sapatas
Elemento de fundação rasa de concreto armado, dimensionado de modo que as tensões de
tração nele produzidas não sejam resistidas pelo concreto, mas sim pelo emprego da armadura
de aço. Pode possuir espessura constante ou variável, sendo sua base normalmente quadrada,
retangular ou trapezoidal. Caracterizam-se por trabalharem a flexão.
As denominadas sapatas corridas recebem as cargas direto das paredes. A transferência de
carga é feita linearmente (similar a no baldrame).
Além dos tipos fundamentais acima, deve-se também reconhecer as sapatas associadas, as quais
são empregadas nos casos em que, devido à proximidade dos pilares, não é possível projetar-se uma
sapata isolada para cada pilar.
Nestes casos, uma única sapata serve de fundação para dois ou mais pilares. Nesses casos adota-
se uma viga de rigidez para distribuir a tensão uniformemente ao solo por toda a área de contato da
sapata com o solo.
A fundação em radier é constituída por um único elemento de fundação que distribui toda a
carga da edificação para o terreno, constituindo-se em uma distribuição de carga tipicamente
superficial. O radier é uma laje de concreto armado, que distribui a carga total da edificação
uniformemente pela área de contato. É usado de forma econômica quando as cargas são pequenas e
a resistência do terreno é baixa, sendo uma boa opção para que não seja usada a solução de
fundação profunda.
Dadas as suas proporções, envolvendo grandes volumes de concreto armado, o radier é uma
solução relativamente onerosa e de difícil execução em terrenos urbanos confinados, ocorrendo por
isso com pouca freqüência.
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Exemplo de radier.
Estacas cravadas no solo, a esquerda estacas metálicas e a esquerda estacas pré-moldadas de concreto armado.
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3.2.2 – Tubulão: Elemento de fundação profunda de forma cilíndrica, em que, pelo menos na sua
fase final de execução, há a descida de operário (o tubulão não difere da estaca por suas dimensões
mas pelo processo executivo, que envolve a descida de operário).
bo b
Esquemas básicos para blocos de fundação rasa, (a) bloco escalonado e (b) bloco integral.
Os blocos são elementos de grande rigidez, executados com concreto simples ou ciclópicos (não
são armados) e dimensionados de forma que as tensões de tração produzidas sejam absorvidas
exclusivamente pelo próprio concreto.
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No dimensionamento o ângulo “α
α" da figura a seguir é obtido de gráfico (ábaco) que relaciona
σs/σt, onde:
Obs.: Não sendo conveniente utilizar valores de σt menores do que 0,8 Mpa.
Gráfico (ábaco) que relaciona σs/σt com αmínimo para blocos de fundação rasa.
Exemplo 1: Dimensionar o bloco de fundação confeccionado em concreto com Fck=20 Mpa, para
suportar uma carga de 1700 KN aplicada por um pilar de 35 x 60 cm e apoiado num solo com σs =
0,5 Mpa. Desprezar o peso próprio do bloco e do pilar.
Quando a sapata suporta apenas um pilar (figura a seguir) a mesma é denominada de sapata
isolada. Quando a mesma se encontra na divisa do terreno denomina-se de sapata de divisa. Quando
suporta dois ou mais pilares alinhados é denominada sapata associada (viga de fundação).
Esquema de sapata retangular isolada, (a) perspectiva, (b) em planta e (c) corte longitudinal.
A área da base de uma sapata de lados a e b quando sujeita a apenas carga vertical, é
calculada pela expressão:
A = a . b = (P + pp)/σs
σs = tensão admissível do solo
P = carga proveniente do pilar
pp = peso próprio do bloco ou sapata
Como o peso próprio do bloco ou da sapata depende de suas dimensões e pouco influencia
no dimensionamento, pode ser desprezado. Logo:
A = P/σ
σs
Conhecida a área da sapata, a escolha das dimensões a e b, para sapatas isoladas, deverá ser
executada de modo que:
i. O centro de gravidade da sapata (CG) deve coincidir com o centro de carga do pilar (CC);
ii. A sapata não deverá ter nenhuma dimensão menor que 60 cm (ABNT 6122).
iii. Sempre que possível, a relação entre os lados a e b deve ser menor ou igual a 2,5.
iv. Sempre que possível os valores de a e b devem ser escolhidos de modo que os balanços
(abas) da sapata sejam iguais nas duas direções (dimensão “d” na figura anterior).
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PV (carga vertical)
a
CG = CC
Em decorrência disso, a forma da sapata fica condicionada a forma do pilar e quando não
existirem limitações de espaço podemos ter 3 casos diferentes:
Dessa forma a sapata mais indicada terá seção quadrada ou circular, cujo lado (a) será:
√
a . b = P/σs
Do desenho anterior: a – a0 = 2d
b – b0 = 2d
Logo: a – a 0 = b – b0
As armaduras de flexão são obtidas a partir dos momentos nas seções das abas e calculadas a
partir do “carregamento” proveniente da distribuição das tensões na base da sapata.
Esquema mostrando (planta e corte) a posição das seções das abas para o cálculo dos momento na base da sapata.
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Com o surgimento dos momentos (Ma e Mb) na base da sapata, a armadura deverá combater
as forças de tração (Ta e Tb) proveniente da reação a esse momento.
Ta = [P.(a – a0)]/8.d
Tb = [P.(b – b0)]/8.d
Asb = 1,61.Tb/fyk
Onde:
fyk = Resistência de escoamento do aço utilizado.
Ex: aço do tipo CA 50 (fyk = 500MPa).
Em geral, nas peças de concreto armado à mudança de direção das tensões internas se faz
segundo um ângulo que varia de 30ºa 60º. Desse modo, o ângulo da biela da diagonal mais
inclinada com a horizontal deve ser maior ou igual a 30º (menor custo c/ material).
Ângulo (α) da biela diagonal mais inclinada numa sapata de concreto armado.
As sapatas serão consideradas rígidas quando a altura útil (d) respeitar as seguintes
condições:
d ≥ (a – a0)/4
ou
d ≥ (b – b0)/4
ou
d ≥ 1,44. √ (P/σa)
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Onde:
d
ho
Sapata vista em corte mostrando a altura útil (d), a altura mínima (ho) e o cobrimento na base (5cm).
Dessa forma a altura final (h) da sapata pode ser determinada pelo somatório da altura útil
(d) com o cobrimento estabelecido por norma de 5 cm:
h = d + 5,0cm
Exemplo 2: Projetar uma sapata para o pilar P1 (20 x 30 cm) apresentado no croqui a seguir. A
carga do pilar P1 é de 1800 KN e no P2 é de 800 KN. Fazer um desenho do projeto (fôrmas).
Utilizando como base a sapata 2 já dimensionada, temos que P2 =800KN descarregam numa área:
Verificação:
Exemplo 3: Calcule a armadura de uma sapata retangular de 2,0m x 2,3m, que suporta um pilar de
dimensões 0,15m x 0,45m, respectivamente, e um carregamento de 1250 KN. Adotar aço CA-60 e
fck = 25 MPa. Faça um croqui com a armadura final e o quadro de aço da sapata.
Nº Barras na direção a = Asa/ Aφ10 = 15,51/0,785 = 19,76 barras .............. adotar: 20 barras
Nº Barras na direção b = Aσb/ Aφ10 = 15,51/0,785 = 19,76 barras .............. adotar: 20 barras
Nesse caso deve-se substituir o pilar “real” por um outro “fictício” de forma retangular
circunscrito ao mesmo e que tenha seu “CG” coincidente com o “CC” do pilar.
Pilar retangular
fictício
B b
Pilar real
CGFictício = CCReal
Exemplo 4: Projetar uma sapata para o pilar indicado, com carga de 3000 KN e taxa de suporte do
solo de 0,3 MPa.
Dessa forma, o retângulo circunscrito ao pilar dado e que possui CC ≡ CG terá suas
dimensões de (a’o,b’o):
Com isso, o nosso problema se resume a dimensionar uma sapata, com as características
anteriores, para um pilar retangular de 174 cm x 140 cm.
Verificação (área):
A = a . b = 3,35 . 3,01 = 10,08 m² ≥ 10,00 m² ...... ok!
Para se obter um projeto econômico de fundações rasas deve-se procurar fazer o maior
número possível de sapatas isoladas. No entanto, existem casos em que a proximidade entre dois
pilares é tal que, ao se tentar fazer sapatas isoladas, estas se superpõem.
Nesses casos é comum lançar mão de sapatas associadas como ilustrado na figura a seguir.
Viga de rigidez
O procedimento para o dimensionamento de uma sapata associada para dois pilares consiste
nos seguintes passos:
a) Determinar inicialmente a posição do centro de carga dos pilares, que deve coincidir com o
centro de gravidade da sapata a ser projetada.
A figura a seguir ilustra a obtenção do centro de carga de dois pilares quaisquer, onde os valores
da abscissa x e da ordenada y, em relação ao pilar P1, são dados pelas equações a seguir.
Cabe ressaltar que a interseção da coordenadas x e y estará sempre sobre o eixo da viga de
rigidez.
P2 P2
x= .d1 e y = .d 2
P1 + P 2 P1 + P 2
R Total
A≥ → para cálculo de R Total considerar R V = P1 + P 2
σ adm
c) Calcular os lados “a” e “b” da sapata associada, procedendo como descrito a seguir:
c.1) Como geralmente o dimensionamento mais econômico desse tipo de sapata está
diretamente ligado à obtenção de uma viga de rigidez econômica, logo, procura-se
dimensões “a” e “b” (por tentativas) que conduzam a momentos positivos da viga de
rigidez (M1 e M3), aproximadamente iguais (em módulo) ao momento negativo (M2).
c.2) Deve ser observado que a posição do centro de gravidade da base da sapata deve coincidir
com a posição do centro de carga (determinado no item "a").
Um caso particular de sapata associada ocorre quando as cargas dos pilares são iguais. Nesse
caso, um dimensionamento econômico pode ser obtido projetando-se uma sapata de
balanços iguais a:
Balanço 1 = Balanço 2 = a/5.
Como geralmente as cargas dos pilares são diferentes, procura-se então por tentativas obter
os valores dos balanços de modo que as ordens de grandeza dos módulos dos momentos negativos e
positivo sejam o mais próximo possível.
Balanço 1 Balanço 2
P1 P2
M2
M3
M1
Em pilares situados junto à linha de divisa o centro de gravidade da sapata (CGB) não
coincide com o centro de carga do pilar (CCP), tendo-se, em princípio, uma situação de sapata
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excêntrica. Nesse caso, uma solução bastante utilizada é a criação de uma viga de equilíbrio (ou
viga alavanca) ligada a outro pilar (sapata).
O emprego da viga de equilíbrio visa obter um esquema estrutural cuja função é a de
absorver o momento resultante da excentricidade do pilar na sapata. A Figura a seguir ilustra uma
sapata de divisa e apresenta o esquema estrutural utilizado para o dimensionamento geométrico da
mesma.
CCP (pilar)
B
CGB (sapata)
Divisa
∆P
dP1P2
P1 .e
R = P1 +
d
Onde:
B −b
e= −f (Assumindo que a base da sapata (b) vá até a linha de divisa)
2
Como a forma mais conveniente para a sapata de divisa é aquela cuja relação entre os lados
B e A esteja compreendida entre 2 e 2,5, geralmente adota-se o seguinte roteiro para cálculo de
sapatas de divisa:
Vê-se pela equação do cálculo de R necessita-se conhecer duas incógnitas (e, d) e dispõe-se
de apenas uma equação. Em função disso recomenda-se adotar o seguinte roteiro de cálculo:
RTotal RTotal
A = B. A = B.2 B = 2.B 2 = ⇒ B=
σ adm 2.σ adm
2o Passo: Com o valor de B obtido no passo anterior calcular a excentricidade (e) e o acréscimo de
carga (∆P).
B−b P1 .e
e= −f e ∆P = (Onde: d = dP1P2 – e)
2 d
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(a) Pilar com a face maior (b) Pilar com a face menor
f b/2
f ao/2
Divisa Divisa
a e a e
B/2 B/2
B B b B B l
e= −a = − +f e = − a = − + f
2 2 2 2 2 2
B − b B −l
e = −f e = −f
2 2
Possibilidades de excentricidades do pilar situado junto à divisa
4o Passo: Com o valor de B obtido no 1o passo e área final da sapata (AFinal) calcular a outra
dimensão da sapata (A) e verificar se a relação A/B ≤ 2,5.
Fundação é o elemento estrutural que transfere ao terreno as cargas que são aplicadas à estrutura.
Na fundação profunda o elemento transmite a carga ao terreno pela base (resistência de ponta), por
sua superfície lateral (resistência de atrito do fuste) ou por uma combinação das duas, e que está
assentada em profundidade superior ao dobro de sua menor dimensão em planta. Esta profundidade
poderá, excepcionalmente, ser inferior, desde que sejam determinadas as capacidades de carga do
solo que justifiquem tal decisão e que o dimensionamento da fundação seja compatível. Neste tipo
de fundação incluem-se as estacas, os tubulões e os caixões.
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5.2 – Estacas
As estacas mais comuns podem ser classificadas em duas categorias: Estacas de deslocamento e
Estacas escavadas.
As estacas de deslocamento são aquelas introduzidas no terreno através de algum processo em
que não há a retirada do solo (não há escavação). O exemplo mais comum são as estacas pré-
moldadas de concreto armado.
As estacas escavadas são aquelas executadas “in loco” através de perfuração do terreno por
meio de equipamento próprio, com remoção de solo, com ou sem revestimento, com ou sem a
utilização de fluido estabilizante. Nessa categoria destacamos a estaca do tipo “Strauss”, hélices
contínuas e estacas injetadas.
A estaca tipo Franki é uma estaca de deslocamento que usa um tubo de revestimento
cravado dinamicamente no solo, com a ponta fechada por meio de bucha e recuperado após a
concretagem da estaca. O concreto usado na execução da estaca é relativamente seco com baixo
fator água-cimento, resultando em um concreto de slump zero, de modo a permitir o forte
apiloamento previsto no método executivo. O concreto com estas características deve atingir fck de
20 MPa e o controle tecnológico do concreto durante a execução da estaca deve prever retirada
regular de corpos-de-prova, para serem ensaiados a 3, 7 e 28 dias de vida, com retiradas de amostras
iniciando-se ao se executar as primeiras estacas, e continuando para cada grupo de 15 ou 20 estacas
executadas.
A armadura da estaca é constituída por barras longitudinais e estribos que devem ter
dimensões compatíveis com o diâmetro do tubo e do pilão. A execução de estacas tipo Franki,
quando bem aplicada, praticamente não sofre restrições de emprego diante das características do
subsolo, salvo casos particulares, como aqueles constituídos por espessas camadas de solo muito
mole (risco de estrangulamento do fuste na fase de concretagem).
a) Inicia-se a cravação do tubo no solo, derrama-se uma quantidade de concreto seco e apiloando-se
com o pilão, de modo a formar um tampão estanque;
b) Sob os golpes do pilão o tubo penetra no solo e o comprime fortemente;
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Aspectos da estaca tipo Franki que a diferencia dos outros tipos de estacas concretadas no
local contribuindo para a elevada carga de trabalho da estaca:
• a cravação com ponta fechada isola o tubo de revestimento da água do subsolo, o que não
acontece com outros tipos de estaca executada com ponta aberta;
• a base alargada dá maior resistência de ponta que todos os outros tipos de estaca;
• o apiloamento da base compacta solos arenosos, bem como, aumenta o diâmetro da estaca
em todas as direções, aumentando sua a resistência de ponta.
• em solos argilosos o apiloamento da base expele a água da argila, que é absorvida pelo
concreto seco da mesma, consolidando e reforçando seu contorno;
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• o apiloamento do concreto contra o solo para formar o fuste da estaca compacta o solo nas
proximidades do fuste e aumenta o atrito lateral;
Porém, nem todos os aspectos da estaca Franki são vantajosos. Pode-se destacar como
desvantegens na aplicação das estacas do tipo franki:
a) centraliza-se o soquete com o piquete de locação, perfura-se com o soquete a profundidade de 1,0
m, furo este que servirá para a introdução do primeiro tubo (pré-furo), que é dentado na
extremidade inferior (chamado de coroa), cravando-o no solo;
b) a seguir substitui-se o soquete pela sonda de percussão, que por meio de golpes captura e retira o
solo;
c) quando a coroa estiver toda cravada é rosqueado o tubo seguinte e assim sucessivamente até
atingir a camada de solo resistente (ou profundidade de projeto), providenciando sempre a limpeza
da lama e da água acumulada dentro do tubo;
d) substituindo-se a sonda pelo soquete, é lançado no tubo, em quantidade suficiente para ter-se
uma coluna de 1,0 m, o concreto meio seco;
e) sem tirar a tubulação, apiloa-se o concreto formando um bulbo e na seqüência executa-se o fuste
lançando-se o concreto sucessivamente em camadas apiloadas, retirando-se a tubulação na
seqüência da operação;
Quando executadas uma ao lado da outra (estacas justapostas), podem servir de cortina de contenção
para a execução de subsolos (desde que devidamente armadas).
Não se recomenda executar esse tipo de estaca abaixo do nível da água, principalmente se o
solo for arenoso, visto que se pode tornar inviável drenar a água dentro do tubo e, portanto, impedir
a concretagem (que deve ser feita sempre a seco). Também no caso de argilas moles saturadas, não
se recomenda esse tipo de estaca por causa do risco de "estrangulamento" do fuste durante a fase de
concretagem.
São estacas moldadas in loco perfuradas com circulação de água ou método rotativo ou
ainda, rotativo-percursivo em diâmetros variando de 130 a 450 mm. São executadas com injeção de
argamassa ou calda de cimento sob baixa pressão.
rocha (passagem de matacões ou rochas sãs), isso se dará pelo processo rotativo-percursivo sem a
necessidade de revestimento metálico.
O equipamento para a execução da estaca com trado helicoidal é muito versátil e pode vir
acoplado em caminhões ou montado sobre chassi metálico, executando estacas de pequena
profundidade com torre de 6,0 m até estacas mais profundas com torre de 30,0 m. O diâmetro das
brocas variam de 0,20 a 1,70 m. sendo que para esse tipo de trabalho o diâmetro mínimo é de 0,50m,
de forma que é possível a abertura da base (alargamento) com a descida de um operário pela
perfuração.
Tal sistema possui as vantagens de grande mobilidade dentro do canteiro, ausência de
vibrações, permite a amostragem do solo escavado e pode ser executada bem próxima as divisas.
Contudo, tal método construtivo não pode ser utilizado em profundidades abaixo do lençol freático
e também em solos coesivos (estrangulamento do fuste).
O método executivo segue as seguintes etapas:
1- Instalação e nivelamento do equipamento sobre o piquete de locação;
2- Início da perfuração com a retirada da haste a cada 2,0 m aproximadamente, para limpeza do
solo entre as lâminas e manobra;
3- Atingida a cota de projeto e confirmada as características do solo com a sondagem mais
próxima dá-se o início a concretagem;
4- Antes do início da concretagem faz-se o apiloamento do fundo da escavação com pilão de
concreto fabricado no próprio canteiro;
5- A concretagem se dá através de funil até uma vez o diâmetro da estaca acima da cota de
arrasamento, sempre utilizando um vibrador de imersão nos últimos 2,0 m da estaca
(superiores);
6- Finalmente, posiciona-se a armadura de ligação no concreto fresco, até uns 50cm acima do
concreto.
Obs:
- para o caso de estacas armadas, a armadura é instalada logo após o apiloamento do fundo da
escavação.
- o concreto utilizado deve possuir no mínimo um consumo de cimento na ordem de 300 kg/m³,
consistência plástica (slump mínimo de 8,0 cm) e Fck = 20 MPa.
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São estacas de concreto moldadas in loco, executadas por meio de trado contínuo e injeção
de concreto, sob pressão controlada através da haste central do trado, simultaneamente a sua
retirada. Foi desenvolvida nos EUA na década de 80 e vem ganhando grande destaque no mercado
atualmente.
As fases de execução das estacas do tipo hélice contínua são:
a) Perfuração: consiste em cravar a haste no terreno, até a profundidade de projeto, por meio de
uma mesa rotativa no topo do equipamento. A haste de perfuração é uma hélice em espiral em
torno de um tubo central serrilhada na extremidade inferior. A entrada de solo no interior do
tubo é impedida por uma tampa de proteção colocada na sua extremidade inferior, que é
expulsa pelo concreto no início da concretagem. A perfuração é contínua, ou seja, sem a
retirada da hélice do solo o que garante sua aplicação em solos coesivos ou arenosos e também
abaixo do lençol freático.
b) Concretagem: Alcançada a profundidade desejada, o concreto é bombeado pelo tudo central,
preenchendo simultaneamente a cavidade deixada pela retirada da hélice do terrreno. A mesma
é extraída sem girar, ou para terrenos arenosos, girando lentamente no sentido contrário da
perfuração. A velocidade de retirada da haste é diretamente relacionada a pressão e o consumo
de concreto, de forma que não surjam vazios no fuste, evitando assim possíveis
estrangulamentos.
c) Instalação da armadura: A armação em forma de gaiola é introduzida na estaca por gravidade
com ajuda de um pilão de pequena carga ou vibrador, dessa forma com as dificuldade inerentes
desse processo executivo. As gaiolas são formadas por barras de maior diâmetro (longitudinais)
e estribos helicoidal (soldado) nas barras longitudinais e devem ser levemente afuniladas para
facilitar a introdução no concreto. A armadura é centralizada no furo com o uso de espaçadores
do tipo pastilha ou roletes de forma a garantir o recobrimento de concreto mínimo necessário.
Observações:
• O concreto deverá possuir um Fck mínimo de 20MPa e bem fluído com slump entre 20 e 24 cm,
sendo facultativo o uso de aditivos.
• O consumo de cimento é da ordem de 350 a 450 kg/m³ e não se utiliza a brita nº 2.
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O equipamento utilizado para cravação da hélice é formado por uma torre metálica, de altura
apropriada para a profundidade desejável da estaca, mesa rotativa, limpador do trado e guincho
para remoção da hélice do terreno.
Para o monitoramento das estacas do tipo hélice contínua durante a sua execução o
equipamento possui uma série de sensores instalados que alimentam com dados (profundidade,
velocidade de rotação, torque, inclinação da torre, pressão de concreto, volume de concreto) um
computador localizado na cabine do mesmo. Ao final da execução de cada estaca é emitido um
relatório com todos esses dados e também informações como número e diâmetro da estaca, data da
execução, horário do início da perfuração, concretagem e término da estaca, o nome do contratante
e da obra.
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• Elevada produtividade (150 a 400 metros de estaca por dia) o que reduz o cronograma
da obra significativamente.
• Adaptabilidade a maioria dos terrenos (exceto na presença de matacões e rochas).
• Não produz distúrbios e vibrações, além de não causar a descompressão do terreno.
• Não produz detritos com lama bentonítica (problemas de disposição de resíduos no
mateiral escavado).
A lama bentonítica é o fluido usado na estabilização das paredes das escavações das
estacas e que consiste na mistura de água e bentonita.
A bentonita é uma argila da família das montmorilonitas encontrada em depósitos
naturais que em presença de água suas partículas lamelares se hidratam e expandem
formando uma suspensão coloidal. No estado de máxima expansão essas partículas se
movem livremente e devido as cargas elétricas que possuem, vão formar uma estrutura do
tipo “castelo de cartas”, que estabiliza as paredes das escavações e não se decanta com o
tempo.
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O processo executivo das estacas escavadas com lama bentonítica compreende as seguintes
fases:
3- lançamento do concreto (de baixo para cima) através de tubos de concretagem que,
sendo mais denso que a lama, expulsa a mesma do furo, onde é bombeada de volta para
um depósito.
2- Equipamentos que cortam o solo como um todo e o transportam para fora da escavação.
Dessa forma a contaminação da lama pelo solo é mínima, não necessitando do uso de
métodos de filtragem da lama. Exemplo: trados e clamshells.
Trépanos de escavação
No caso de estacas apoiadas em rocha é importante lembrar que a superfície da rocha nunca
é plana nem uniforme e portanto a limpeza do fundo é obrigatória e de difícil execução. A utilização
de “air lift” para tal limpeza é uma imposição para se garantir um bom contato concreto/rocha.
Para que a lama bentonítica possa exercer sua função estabilizadora é necessário que se
tenha um fluxo ascendente da mesma para fora da escavação. Dessa forma o nível da lama no
interior da escavação deve estar sempre acima do nível do lençol freático (mínimo de 1,50m). No
caso de lençol muito próximo a superfície (lençol alto) ou ainda lençol sob pressão (artesiano) a
escavação torna-se muito dificultada.
Lençol freático contaminado com matéria orgânica pode afetar a estabilidade da
escavação, pois altera as características da lama bentonítica.
Esse tipo de estaca caracterizam-se por serem cravadas no terreno por percussão, prensagem
ou vibração e também por fazerem parte do grupo denominado estacas de deslocamento. Elas
podem ser constituídas por um único elemento estrutural (madeira, aço, concreto armado ou
protendido) ou pela associação de dois desses elementos (e não mais do que dois), sendo dessa
forma denominada de estaca mista.
Estaca mista de concreto e aço para cravação em argilas duras Estaca com ponta metálica para apoio em rocha
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São estacas constituídas por peças de aço laminado ou soldado (perfis I ou H) ou ainda
chapas dobradas de seção circular (tubos), quadradas ou retangulares, bem como trilhos de linhas
férreas desativadas ou removidas por desgaste.
Embora o custo desse tipo de estacas seja ainda mais elevado que as demais, em várias
situações a utilização das mesmas se torna economicamente viável, pois podem atender a várias
fases da construção, além de permitir uma cravação fácil, provida de baixa vibração, trabalhando
bem a flexão e não tendo maiores problemas quanto a manipulação, transporte, emendas ou cortes
da estaca.
Esse tipo de estaca pode ser cravado em terrenos resistentes sem o risco de levantamento ou
quebra de estacas vizinhas, bem como próxima as divisas dos terrenos, pois servem de elementos de
contenção na fase de escavação e como fundação dos pilares de divisa sem a necessidade de
utilização de vigas de equilíbrio, visto que resistem a eventuais flexões que tais pilares possam
introduzis nas mesmas.
P á g i n a | 46
A implantação das estacas pré-moldadas de concreto no solo deve ser realizada por meio de
cravação, percussão, ou vibração. Para implantação de estacas sobre nível d’água deve ser utilizado
guincho para posicioná-las no fundo antes do início da cravação. Para fundações sobre lâmina
d’água deve ser utilizada plataformas flutuantes, ou barcaças especialmente preparadas. De maneira
geral, devem ser utilizados, preferencialmente, bate-estacas com martelos de queda livre, nos quais
a relação Pp/Pe, entre o peso do pilão (Pp), e o peso da estaca (Pe), deve ser a maior possível, com
valor recomendável mínimo de 0,7. Pode, também, ser utilizados martelos vibratórios, automáticos
a diesel ou hidráulicos.
nega: Penetração permanente de uma estaca, causada pela aplicação de um golpe do martelo. Em geral é
medida por uma série de dez golpes; ao ser fixada ou fornecida, deve ser sempre acompanhada do peso do
martelo e da altura de queda ou da energia de cravação no caso de martelos automáticos.
repique: Parcela elástica do deslocamento máximo de uma seção da estaca, decorrente da aplicação de um
golpe do martelo.
Após a execução da estaca, a cabeça deve ser aparelhada para a permitir a adequada ligação
ao bloco de coroamento, ou às vigas. Para tanto, devem ser tomadas as seguintes medidas:
a) o corte do concreto deve ser efetuado com ponteiras afiadas, trabalhando horizontalmente
com pequena inclinação para cima;
b) o corte do concreto deve ser feito em camadas de pequena espessura iniciando da borda
em direção ao centro da estaca;
c) as cabeças das estacas devem ficar normais aos seus próprios eixos.
As estacas devem ser rejeitadas desde que as fissuras longitudinais e transversais tenham
abertura superior a 0,6 mm. Para estacas protendidas o limite é de 0,4 mm. Nas estacas vazadas de
concreto, antes da concretagem do bloco, o furo central deve ser convenientemente preenchido.
Deve ser utilizado um capacete de aço com coxim e cepo de madeira, para proteção contra o
esmagamento da cabeça da estaca durante a cravação.
Concreto: O recebimento de cada lote de estacas deve ser feito no local da fabricação ou no canteiro
de obras. O concreto das estacas deve apresentar resistência característica à compressão simples
igual, ou superior a 25 MPa, ou à especificada em projeto. O controle da resistência característica à
compressão simples deve ser determinado conforme NBR 12655.
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Controle de Execução: É obrigatório manter o registro completo da cravação de cada estaca, onde
devem constar neste registro os seguintes elementos:
a) data de fabricação;
b) número e a localização da estaca;
c) dimensões da estaca;
d) cota do terreno no local da cravação;
e) nível d’água;
f) características do equipamento da cravação;
g) diagrama da cravação;
h) duração de qualquer interrupção na cravação e hora em que ela ocorreu;
i) cota final da ponta da estaca cravada;
j) cota da cabeça da estaca, antes do arrasamento;
k) comprimento do pedaço cortado da estaca, após o arrasamento na cota de projeto;
l) nega, penetração, em centímetros, nos dez últimos golpes, em três sequências;
m) repique elástico, por golpe, nos trinta últimos golpes;
n) desaprumo e desvio de locação;
o) suplemento utilizado;
p) anormalidade de execução;
q) comprimento real da estaca, abaixo do arrasamento.
Estaca pré moldadas de concreto armado (seção circular vazada) sob lâmina dágua.
6 - Tubulão
A maior diferença dos tubulões para as estacas é que o primeiro possui diâmetros geralmente
superiores àquelas, assim como por permitirem o acesso de um operário no seu interior, para a
escavação da base alargada.
Esse tipo de fundação é pertinente quando há solos bastante rijos. Isso porque a escavação
normalmente é manual, dependente de um poceiro (executor de poços), um ajudante e um sarilho. É
possível escavar o solo mecanicamente com equipamentos de perfuração, mas ainda assim, a
solução exige a presença de um operário para executar a base.
A aparição de água durante a escavação não é um problema, desde que possa ser contida e
não prejudique a perfuração (água esgotada com uma bomba submersível dentro do poço), nesse
tipo de fundação é necessário inspecionar se há presença de gás gerada por matéria orgânica em
decomposição e que pode causar a morte do operário durante a execução (intoxicação).
Antes de iniciarem as obras de fundação, o engenheiro projetista e mesmo o responsável
pela construção costumam fazer um poço para inspecionar a situação do solo. A sondagem pode
gerar dúvidas quando se tem um solo misto, pois pode não especificar a porcentagem de cada
componente. O poço de verificação de solo deve ser mantido em média 24 horas para observar a
estabilidade que a escavação apresenta.
Se houver apenas cargas verticais, o tubulão a céu aberto não é armado. Coloca-se apenas
uma armadura no topo da ligação com o bloco de coroamento.
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Esse é o método recomendado para solos com presença de lençol freático sem possibilidade
de esgotamento, devido ao risco de desmoronamento das paredes do fuste. É necessário encamisar a
estrutura do fuste com anéis de concreto ou tubos de aço, e alcançar o solo apropriado para fazer a
base do tubulão. A camisa representa uma segurança ao operário durante a descida manual em um
solo ruim e serve como apoio para a campânula (equipamento de compressão e descompressão de
ar que possibilita a atuação do poceiro abaixo do nível da água).
Os problemas durante a execução de tubulões a ar comprimido estão relacionados à
segurança dos operários durante a compressão e descompressão da campânula. Por isso, esse tipo de
fundação vem sendo adotado apenas para construção de pontes, viadutos e obras com grandes
carregamentos. O engenheiro de obra deve estar atento aos procedimentos de entrada e saída de ar
do equipamento. Com uma pressão de 2,0 kgf/cm2, o operador demora em média 3 horas para
descomprimir o equipamento. A inspeção dos registros, compressores e mangueiras são também
medidas de segurança que devem ser adotadas obrigatoriamente.
Além de riscos à saúde do operário, o uso da campânula, da camisa e de todos os aparatos de
segurança tornam a fundação com tubulões a ar comprimido um sistema oneroso, podendo ser cinco
vezes mais caro do que fundações executadas a céu aberto.
a) O tubulão deverá ser escavado até a cota prevista, de maneira, a garantir a segurança dos
operários (com ou sem revestimento, a céu aberto ou a ar comprimido). A cota de apoio da base
deverá ser confirmada mediante inspeção do terreno por profissional responsável, de modo a
garantir a taxa prevista no Projeto.
b) Caso o terreno de apoio não se apresente satisfatório, o tubulão deverá ser aprofundado
ou, eventualmente, o Projeto deverá ser revisto
c) Os diâmetros do fuste, dimensões da base, profundidade total e comprimento efetivo (até
a cota de arrasamento), a qualidade do terreno de apoio e a limpeza da base deverão ser verificadas
pela Fiscalização, para todos os tubulões da obra, obedecendo-se o Projeto. O alargamento da base
não poderá ter concavidade para o interior da base (base “embarrigada”), pois pode comprometer a
formação das bielas de compressão que partem do fuste e atingem as extremidades da base
d) Quando o alargamento da base for problemático devido às características do solo, deve-se
prever o uso de injeções, aplicações superficiais de cimento ou escoramento, de modo a se evitar o
desmoronamento da base.
e) Quando a base se apóia em solo, deve-se evitar que entre o término da execução da base e
sua concretagem decorra um tempo superior a 24 horas. Caso contrário, deverá ser feita nova
inspeção por ocasião da concretagem, limpando-se cuidadosamente o fundo da base e removendo-
se a camada de solo eventualmente perturbada pela exposição ao tempo, alívio de tensões ou águas
de infiltração
f) Quando a base do tubulão for assente sobre rocha, a tensão admissível deve levar em
conta a integridade da rocha, sua inclinação, fraturas e etc., sobre a estabilidade da mesma. Caso a
rocha seja de superfície inclinada, a mesma deverá ser preparada (escalonamento, em superfícies
horizontais, chumbamentos, etc.), de modo a garantir a estabilidade e a ancoragem.
g) Em casos de bases próximas apoiadas em cotas diferentes, a execução deve ser iniciada
pelos tubulões mais profundos, e obedecendo-se aos escalonamentos, analogamente aos
especificados para as fundações rasas.
h) Não é permitido o trabalho simultâneo em bases alargadas de tubulões cuja distância, de
centro a centro, seja inferior a duas vezes a dimensão da base maior, tanto para a fase de escavação
quanto para a fase de concretagem. Esta exigência é especialmente importante para o caso de
tubulões a ar comprimido e visa impedir o desmoronamento de bases abertas ou recém-concretadas.
i) Deve-se garantir que a base esteja embutida no material idêntico ao de apoio, no mínimo
de 20 cm.
j) A concretagem deverá ser feita imediatamente após a limpeza final (raspagem) da base.
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6.4 – Vantagens:
Obs.: Com o advento das bombas de imersão de grande capacidade, os tubulões hoje podem ser
executados inclusive em locais com nível de lençol freático situado acima da cota de assentamento
da sua base.
Dados:
Carga no tubulão: N = 100 tf (1.000.000 N)
Taxa de trabalho do solo σs = 30 N/cm²
Concreto fck = 15 MPa (1500 N/cm²)
Adotado: D = 210 cm
Tensão efetiva no solo = N/Sb = 1.000.000/34.636,14 = 28,87 N/cm² < 30 N/cm² (σs) ... OK!
Vb = 5,21 m³
Esse ensaio procura reproduzir o comportamento da solicitação de uma fundação. O ensaio costuma
ser feito empregando-se uma placa rígida de ferro fundido, com 80cm de diâmetro, a qual é carregada por
meio de um macaco hidráulico que reage contra uma caixa carregada ou contra um sistema de tirantes.
Com base no valor da pressão aplicada (manômetro acoplado ao macaco hidráulico) e no recalque
medido no deflectômetro, é possível traçar a curva de Pressão x Recalque.
Na maioria dos casos, a curva Pressão x Recalque pode ser representada entre os dois casos extremos
indicados a seguir, onde os solos que apresentam curva de ruptura geral, ou seja, com uma tensão de
ruptura (σr) bem definida, são solos resitentes (argilas rijas ou areias compactas). Ao contrário, os solos
que apresentam curva de ruptura local, isto é, não há uma definição do valor da tensão de ruptura, são
solos de baixa resitência (argilas moles ou areias fofas).
A ordem de grandeza da tensão admissível do solo, com base no resultado de uma prova de carga
(desprezando-se o efeito do tamanho da sapata), é obtida da seguinte maneira:
σs = σr/2
σ ≤ σ25/2
ou
σ ≤ σ10
Onde:
σ25 = tensão correspondente a um recalque de 25 mm (ruptura convencional) e
σ10 = tensão correspondente a um recalque de 10 mm (limitação de recalque).
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É importante, antes de se realizar a prova de carga, conhecer o perfil geotécnico do solo para evitar
interpretações erradas. Assim se no subsolo existirem camadas compressíveis em profundidade que não
sejam solicitadas pelas tensões aplicadas pela fundação, a prova de carga não terá como estimar a tensão
admissível da fundação da estrutura, visto que o bulbo de pressões (figura) é de 2 a 2,5 vezes maior do que
a placa.
a - (Terzagui)
σR = c.Nc.Sc + (γ.B.Nγ.Sγ)/2 + q.Nq.Sq
Onde:
c: coesão do solo
γ: peso específico do solo de fundação
B: menor largura da sapata ou diâmetro da base do tubulão
q: pressão efetiva do solo no nível da fundação
Nc, Nγ e Nq: fatores de carga, função do ângulo de atrito interno (φ)
Sc, Sγ e Sq: fatores de forma da base da fundação
b - (Skempton)
Essa fórmula só é válida para solos coesivos (φ=0):
σR = c.Nc + q
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σR = c.Nc*.Sc.dc + q
onde:
Nc * = 5
Sc = 1 + 0,2B/A
Para D/B ≤ 2,5 :.............................. dc = 1 + 0,2D/B
Para D/B > 2,5 :.............................. dc = 1,5
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Da mesma maneira, conhecido o valor de σR, a tensão admissível será obtida por:
Também aqui o valor de FS é adotado igual a 3 e vale ressaltar que o mesmo não se aplica ao
valor da pressão efetiva (q).
3° Método: Com base no valor médio do SPT (na profundidade da ordem de grandeza igual a duas
vezes o diâmetro da base, a partir da cota de apoio da mesma), pode-se obter a tensão admissível
por:
σs ≈ SPT(médio)/50 (MPa)
Esta fórmula aplica-se para SPT ≤ 20 e devem ser acertados os valores fora da média.
4º Método: Com base nos ensaios de laboratório, pode-se adotar, para argilas, como tensão
admissível do solo como sendo a pressão de pré-adensamento do mesmo (PA).
σs ≈ PA
Exemplo 6: Determine a área de uma sapata quadrada usando a teoria de Terzaghi e com FS = 3.
Desconsidere o peso próprio da sapata.
Dados: Dimensões do pilar 20 x 20 cm
Carga do pilar: P = 600 KN
Profundidade de assentamento: h = 1,50 m
Coesão do solo: c = 0
Ângulo de atrito: φ = 35º
Peso especifico do solo: γ = 15,5 KN/m3
Solução:
σR = c.Nc.Sc + (γ.B.Nγ.Sγ)/2 + q.Nq.Sq
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Nc = 65
Nγ = 48
Nq = 44
Sc = 1,3
Sγ = 0,8
Sq = 1,0
Sabe-se que:
σs = P/A = 600/B2 ................... (II)
B = 1,15 m
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7.2.1 – Tubulões
Os tubulões são fundações profundas em que se despreza a carga proveniente do atrito lateral. Assim,
o dimensionamento da base é feito de maneira análoga àquele para as sapatas. Como este tipo de
fundação é usado, geralmente, para grandes cargas, dificilmente se fazem provas de carga sobre os
mesmos (problemas relativos ao custo). Assim, os métodos normalmente usados para se estimar a
taxa do solo neste tipo de fundação são os seguintes:
Onde:
c: coesão do solo
γ: peso específico do solo de fundação
B: diâmetro da base do tubulão
q: pressão efetiva do solo no nível da fundação
Nc, Nγ e Nq: fatores de carga, função do ângulo de atrito interno ()
Sc, Sγ e Sq: fatores de forma da base da fundação
b - (Skempton) σR = c.Nc + q
σs = (c.Nc)/FS + q
Também aqui o valor de FS é adotado igual a 3 e vale ressaltar que o mesmo não se aplica
ao valor da pressão efetiva (q).
2° Método: Com base no valor médio do SPT (na profundidade da ordem de grandeza igual a duas
vezes o diâmetro da base, a partir da cota de apoio da mesma).
σs ≈ SPT(médio)/30 (MN/m2)
Esta fórmula aplica-se para SPT ≤ 20 e devem ser acertados os valores fora da média.
7.2.2 – Estacas
P ≤ P’/1,5
Ou
P ≤ PR/2
Onde P' é a carga correspondente a 1/1,5 daquela que produz o recalque admissível (medido no
topo da estaca) aceitável para a estrutura e PR é a carga de ruptura da estaca (a menor do ponto de vista de
ruptura estrutural ou de transferência de carga para o solo).
Pelas razões acima expostas é que as fórmulas empíricas são de uso mais corrente. Aqui serão
expostos os métodos de Aoki e Velloso (1975) e de Decourt e Quaresma (1978), este reapresentado em 1982 e
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1987 por Decourt. Em ambos os métodos a carga de ruptura PR de uma estaca isolada é igual à soma de duas
parcelas (Figura).
PR = PL + PP (Carga na ruptura)
PL = U.Σ
ΣAl.rl (Parcela de atrito lateral ao longo do fuste)
PP = A.rp (Parcela de ponta)
No caso de estacas tipo Franki, assimilar o volume da base alargada a uma esfera e calcular a área da
secão transversal.
A diferença entre os dois métodos, citados, está na estimativa dos valor de rl e de rp.
rp = (K.N)/F1 rl = (α.K.N)/F2
onde:
N = valor do SPT
α, K, F1 e F2 = são apresentados nas tabelas a seguir.
Obs: Os valores de α e K para os solos da cidade de São Paulo foram pesquisados pelo referido autor e seus
valores estão indicados nas tabelas a seguir.
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Segundo Decourt:
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Exemplo 7: Utilizando o método de Aoki e Velloso, calcular a carga admissível de uma estaca do tipo Franki,
com diâmetro do fuste igual a 40,0cm e volume de concreto da base de 180 litros. O comprimento da estaca e
as demais características geotécnicas do solo estão fornecidas no perfil de sondagem a seguir.
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Da tabela da página 33 e na cota de apoio da ponta da estaca (9,0m) onde tem-se uma areia
siltosa compacta) temos que: K = 0,8.
Do perfil de sondagem na cota de 9,0m temos que: N = 18 (valor SPT).
Da tabela da página 32 para estacas do tipo Franki temos que: F1 = 2,50 e F2 = 5,00.
De acordo com a tabela a seguir, as cargas (estruturais) para as estacas do tipo Franki de
diâmetro de 40 cm é de 750 KN.
Logo, como a carga estrutural é menor do que a admissível para esse perfil geotécnico
(calculada), adotaremos:
Padm = 750 KN
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Uma vez escolhido o tipo de estaca e determinada a sua carga admissível, o espaçamento
mínimo entre eixos (d) e entre as divisas (a) podem ser adotados conforme a tabela anterior. Além disso,
o número de estacas pode ser calculado através da equação:
O cálculo acima é válido quando o centro de carga do pilar (ou bloco) coincidir com o centro de
gravidade do estaqueamento e também se no bloco de coroamento forem utilizadas apenas estacas do
mesmo tipo e mesmo diâmetro.
A disposição das estacas deve ser feita sempre que possível de modo a conduzir a blocos de
menor volume. Na figura a seguir são apresentadas algumas disposições mais comuns para estacas.
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Fotos mostrando o arrasamento de 3 estacas de um mesmo bloco de coroamento e posterior concretagem do mesmo.
Observar o posicionamento da armadura de espera do pilar.
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8.1 – Observações:
- O espaçamento (d) entre estacas deve sempre ser respeitado, mesmo entre estacas de blocos
contíguos.
- A distribuição das estacas deve ser feita, sempre que possível, no sentido da maior dimensão do pilar,
a não ser quando o espaçamento entre estacas de blocos vizinhos for insuficiente.
- Para blocos com mais de um pilar o “centro de carga” dos pilares deverá coincidir com o centro de
gravidade das estacas (ou bloco).
- Deve-se evitar o surgimento de tensões de torção no bloco de coroamento com a adequada locação
das estacas em blocos com mais de um pilar.
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- O estaqueamento deve ser feito, sempre que possível, independente para cada pilar, ou seja, é
preferível termos sempre um pilar por bloco de coroamento.
- Deve-se evitar blocos contínuos de grandes dimensões para minimizar os efeitos de dilatação.
- Para o caso de blocos com duas estacas e dois pilares, deve-se evitar a posição de uma das estacas
alinhada bem abaixo de um dos pilares, pois dessa forma a carga dos pilares não seria bem distribuída
pelo bloco às estacas.
- Nos projeto mais comuns, não se devem misturas estacas de diferentes tipos e/ou diâmetros num
mesmo bloco.
- É recomendável que blocos de apenas uma estaca sejam ligados por vigas a pelo menos dois blocos
vizinhos (preferencialmente em direções ortogonais) de forma a fazer o travamento da fundação (caso a
na figura a seguir).
- Os blocos de duas estacas deverão ser ligados, também por vigas, a pelo menos um bloco vizinho
(caso b).
- Para blocos de três ou mais estacas dispensa-se a amarração através de vigas ligadas a blocos vizinhos.
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- As vigas de amarração deverão ser dimensionadas para absorver as excentricidades permitidas por
norma, que poderão ocorrer entre o eixo do pilar e o das estacas.
- Para pilares de divisa sobre estacas a solução é imediata, pois o valor da excentricidade (e) é
determinado tão logo se conheça o centro de gravidade do bloco de coroamento das estacas, uma vez
que a distância das estacas à divisa é um dado do problema tabelado de acordo com o tipo e dimensão
da estaca utilizada (tabela pág. 37).
Resolução:
P1 = 2700 KN ............... Nº estacas = 2700/700 = 3,86 estacas ............... adotar: Nº1 = 4 estacas
P2 = 2400 KN ............... Nº estacas = 2400/700 = 3,42 estacas ............... adotar: Nº2 = 4 estacas
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• A distância relativa à divisa (cor verde na figura anterior) não oferece problema para a
configuração adotada na figura anterior (espaçamento = 70 cm < 50 cm = a).
• Observamos que a distância mínima entre estacas (d = 1,0 m) não é obtida entre as estacas dos
blocos vizinhos (destacados em vermelho na figura anterior).
• Dessa forma não há possibilidade de projetar o estaqueamento para dois blocos independentes
para os pilares em questão.
• Adotaremos então projeto de um bloco associando os dois pilares P1 e P2:
- Como ambos pilares estão alinhados sobre o eixo “x” a coordenada “y” do CC estará necessariamente
sobre o eixo “x”....................................................... YCC = 0,00 m
- Resta-nos então determinar a abcissa “x” do CC, como segue: (origem dos eixos no centro de P1)
XCC = (P2 . dP1P2)/(P1+P2) = (2400 KN . 1,70 m)/(2700 KN + 2400 KN) = 4080/5100 = 0,80 m
Dessa forma o arranjo final das estacas fica conforme a figura a seguir:
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