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Cerceamento de defesa em autuações do INMETRO

June 12, 2016

O cerceamento de defesa se dá quando ocorre uma limitação na produção de


provas de uma das partes no processo, que acaba por prejudicar a parte em
relação ao seu objetivo processual. Qualquer obstáculo que impeça uma das
partes de se defender da forma legalmente permitida gera o cerceamento da
defesa, causando a nulidade do ato e dos que se seguirem, por violar o princípio
constitucional do Devido Processo Legal(fonte Wikipédia).
Conforme preceitua o art. 5º da Lei nº 9933/99, "As pessoas naturais ou jurídicas,
públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras, que atuem no mercado para
prestar serviços ou para fabricar, importar, instalar, utilizar, reparar, processar,
fiscalizar, montar, distribuir, armazenar, transportar, acondicionar ou comercializar
bens são obrigadas ao cumprimento dos deveres instituídos por esta Lei e pelos
atos normativos expedidos pelo Conmetro e pelo Inmetro, inclusive regulamentos
técnicos e administrativos".
Isso significa que existe uma "cadeia" consumerista já prevista no art. 12º da Lei
8078/90, onde todos sem exceção são responsáveis por quaisquer prejuízos que
seus produtos venham a causar ao consumidor, seja no peso do produto, sua
qualidade, quantidade, etc.
Não há previsão legal para que o comerciante, por exemplo, possa ficar livre de
uma autuação do qual não deu causa, quando um produto seja qualificado como
irregular.
Inúmeras situações podem ser elencadas tais como a venda de um produto
embalado e lacrado, que seja reprovado na perícia quantitativa do Inmetro.
É utopia imaginar que o comerciante tenha que violar ou pesar todas as
embalagens para verificar se o produto está em conformidade com as normas
metrológicas.
O comerciante jamais poderia ser considerado como responsável solidário por
problemas na produção das mercadorias que revendem, e que não tenham
qualquer tipo de participação na produção ou logística.
Mas não esse não é o entendimento, devido à aplicação do Código de Defesa do
Consumidor, que simplesmente "glosou" tudo e todos que participam da cadeia
consumerista.
Toda essa situação é caracterizada como cerceamento de defesa, devido ao
autuado não ter como argumentar em uma defesa administrativa o "porque" de seu
fornecedor ou fabricante ter lhe vendido um produto abaixo do peso, faltando
unidades, ou etiqueta de uma confecção com caracteres dispostos em ordem
diversa da prevista no regulamento técnico.
Ele não tem acesso a nenhum tipo de informação sobre esse aspecto e mesmo
assim deve se defender.
Não está sendo respeitado nesse caso o princípio do contraditório e da ampla
defesa, assegurado pelo artigo 5º, inciso LV da Constituição Federal.
É uma imoralidade sem precedentes nas lides jurídicas esse tipo de interpretação
pelo judiciário, que faz vistas grossas a uma legislação que não distingue aquele
que pratica o comércio de forma legal daquele que produz de maneira inadequada
ou até obtém ganhos ilícitos.
Para isso deveria aplicar a analogia, matéria essa tanto utilizada nos meios
acadêmicos, mas desprezada no judiciário.
Por outro lado, o Inmetro não segue e muito menos acata os ditames do art. 23 da
Lei 123/2006 em pleno vigor, que assim expõe:
DA FISCALIZAÇÃO ORIENTADORA
Art. 55. A fiscalização, no que se refere aos aspectos trabalhista, metrológico,
sanitário, ambiental e de segurança, das microempresas e empresas de pequeno
porte deverá ter natureza prioritariamente orientadora, quando a atividade ou
situação, por sua natureza, comportar grau de risco compatível com esse
procedimento. (sublinhei)
§ 1º Será observado o critério de dupla visita para lavratura de autos de infração,
salvo quando for constatada infração por falta de registro de empregado ou
anotação da Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS, ou, ainda, na
ocorrência de reincidência, fraude, resistência ou embaraço à fiscalização.
§ 2º (VETADO).
§ 3º Os órgãos e entidades competentes definirão, em 12 (doze) meses, as
atividades e situações cujo grau de risco seja considerado alto, as quais não se
sujeitarão ao disposto neste artigo.

No caso supra, os fiscais jamais fazem duas visitas, ignorando que a fiscalização
deverá ter natureza prioritariamente orientadora. Lavram o Auto de Infração na
primeira visita, deixando de orientar e oportunizar ao empresário que se adecue a
legislação.
A Legislação deve ser revista o mais rápido possível, para deixar de penalizar
aquele que não contribuiu e nem deu causa ao fato gerador da penalidade. Não há
como permanecer de braços cruzados, vendo essa situação imoral se
perpetualizando, que somente serve para engordar o caixa único do governo.
Micros e pequenos empresários na sua maioria pagam as multas sem apresentar
defesa, sendo esses as principais vítimas dos fiscais, que sabem dessa
complacência.
Empresas de médio e grande porte possuem departamento jurídico e só pagam as
multas depois de esgotados todos os meios administrativos e judiciais. Logo a
fiscalização passa longe.
Concluindo minha singela explanação, não há como exigir que o comerciante seja
também um fiscal ou tenha uma equipe para essa finalidade, pela simples razão
de que comercializa centenas ou milhares de produtos dos mais diversos tipos, de
inúmeros fornecedores - mas os legisladores não pensam assim.

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