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2 2015
Resumo
Neste artigo descrevemos uma experiência do ensino de ciências realizado em uma escola do campo
na Amazônia Legal no norte de Mato Grosso. O ensino de ciências trabalhado por área de
conhecimento se desenvolve por um projeto de educação diferenciado que respeita as
especificidades dos povos do campo por meio da Pedagogia da Alternância e dialoga com os
diversos saberes. A temática ambiental pode ser usada como tática para o ensino de ciências e a
realidade vivencial de cada um dos educandos/as se torna o ponto de partida deste processo de
ensino-aprendizado. A base metodológica para a realização desta experiência se embasou na
proposta do Projeto Ambiental Escolar Comunitário - PAEC sendo de cunho participante. Para isto,
utilizou-se de aulas de campo, aulas teóricas, palestras, questionários, entrevistas e observações in
locu. Sendo os conteúdos programáticos da área de Ciências Naturais e Matemática para o Ensino
Médio para contextualizar a temática “agricultura e meio ambiente”. Os resultados da experiência
evidenciaram que o trabalho por área de conhecimento proporciona o trabalho interdisciplinar, o
diálogo de saberes, a importância da temática ambiental na integração entre teoria e prática,
conhecimento científico e universo vivencial do aluno. Com isto, há o favorecimento da
aprendizagem conceitual e a mudança de percepção dos educandos quanto às temáticas. Outro fator
é que ao problematizar sobre os caminhos que se cruzam entre agrotóxico, agroecologia e o ensino
de ciências os resultados demonstram a relação inversa entre: o que é justo socialmente e
ambientalmente equilibrado e, a eficiência econômica na utilização de agrotóxicos. Por isto é
necessário reafirmar a importância de uma agricultura de base ecológica para as comunidades do
campo.
Palavras-chave: Educação do Campo, Ensino de Ciências, Interdisciplinaridade, Meio Ambiente.
Abstract
This paper describes an experience science education held in a school field in the Amazon in
northern Mato Grosso. The teaching of science worked for knowledge area is developed by a
differentiated educational project as regards the specificities of the peoples of the field through the
Pedagogy of Alternation and dialogues with the various knowledge. The environmental theme can
be used as a tactic for teaching science and the experiential reality of each of the students / as
becomes the starting point of this teaching-learning process. The methodological basis for the
realization of this experience is embasou in the proposed Community School Environmental Design
- PAEC being participant nature. For this, we used field classes, lectures, workshops,
questionnaires, interviews and observations in locus. Since the syllabus of the area of Natural
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Sciences and Mathematics for Secondary Education to contextualize the theme "agriculture and
environment". The experiment results showed that the work area of expertise provides
interdisciplinary work, the dialogue of knowledge, the importance of environmental issues in the
integration of theory and practice, scientific knowledge and experiential student universe. With this,
there favoring conceptual learning and the changing perception of the students about the issues.
Another factor is that to discuss about the paths that cross between pesticides, agro-ecology and
science education the results show the inverse relationship between: what is just socially and
environmentally balanced, and economic efficiency in the use of pesticides. Thus it is necessary to
reaffirm the importance of ecologically-based agriculture to the communities of the field.
Keywords: Education Field, Science Education, Interdisciplinary, Environment.
Introdução
Em municípios do Estado de Mato Grosso, como consequência das atividades extensivas
do agronegócio, algumas pesquisas recentes indicaram a presença tanto de resíduos de inseticidas
de uso veterinários em leite bovino como de resíduos de agrotóxicos em leite materno
(HERNANDES et al., 2009; PALMA, 2011). Esses poluidores, além de contaminar o ambiente,
podem se acumular no organismo e causar agravos diversos à saúde humana como malformações,
abortos, interferentes endócrinos e alguns tipos de câncer1. Encontrar solução para esse problema de
saúde pública é um grande desafio social e ressalta a necessidade de um ensino de Ciências Naturais
e Matemática com abordagem interdisciplinar, ora por envolver áreas como saúde, agricultura,
ciência e tecnologia, meio ambiente e trabalho (SIQUEIRA & KRUSE, 2008) e ora porque na
busca de uma melhor qualidade de vida para a comunidade “toda a realidade está aí submetida à
nossa possibilidade de intervenção nela” (FREIRE apud NASCIMENTO, 2005).
O processo de ocupação e uso do espaço do Estado é centrado no agronegócio, no latifúndio
e na monocultura, com duas classes sociais envolvidas: uma representada por grupos econômicos
que ali vão expandir seus negócios para reproduzir capitais; e a outra formada por marginalizados e
despossuídos no processo histórico com sucessivas migrações ao longo de suas gerações, que fazem
parte do exército industrial de reserva do país (PICOLI, 2006).
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Considerando o atual cenário brasileiro, os estudos científicos desenvolvidos até o presente momento e os marcos
políticos existentes para o enfrentamento do uso dos agrotóxicos, o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes
da Silva (INCA) recomenda o uso do Princípio da Precaução e o estabelecimento de ações que visem à redução
progressiva e sustentada do uso de agrotóxicos (INCA). Acessado em:
http://www1.inca.gov.br/inca/Arquivos/comunicacao/posicionamento_do_inca_sobre_os_agrotoxicos_06_abr_15.pdf
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que se percebe entre as populações mais suscetíveis e vulneráveis às mudanças ambientais são
aquelas associadas à agricultura familiar ou à de subsistência (SEROA da MOTTA, 2011).
Na Amazônia Legal do norte do Estado de Mato Grosso, região conhecida como Portal da
Amazônia, encontra-se Terra Nova do Norte, um município oriundo de assentamento de reforma
agrária com características rurais e economia essencialmente agropecuária. Na sua área rural
localiza-se a comunidade da Escola Municipal Rural Minuano, que possui uma população
constituída de agricultores assentados migrante do sul do país, em sua maioria pequenos
proprietários rurais vivendo da pecuária leiteira e agricultura familiar (SCHWANTES, 1989). No
início da década de 1980, muitos desses migrantes que vieram colonizar a floresta Amazônica
sucumbiram pela malária e/ou foram atraídos pelos garimpos de ouro que surgiram na região, fato
que desorganizou os frágeis assentamentos. Apenas na década de 1990 com o fim dos garimpos, os
agricultores se organizaram em uma cooperativa e a pecuária leiteira se firmou no município como
fonte de renda. Já no século XXI, inicia-se a fruticultura como alternativa para geração de emprego
e renda; e junto com ela o uso de agrotóxicos, o que trouxe consigo as vulnerabilidades e riscos ao
ambiente e aos trabalhadores rurais.
Dessa forma surgiu à necessidade redefinir o propósito do agrossistema para que ele
funcione de forma mais ecológica; substituindo os insumos e práticas convencionais por práticas
alternativas; e também o aumento e eficiência de práticas convencionais a fim de reduzir o uso e o
consumo de insumos que são escassos, caros e ambientalmente danosos (GLIESSMAN, 2001).
Esta pesquisa teve como objetivo descrever a experiência de uma escola do campo ao
trabalhar com o ensino de ciências por meio de táticas didáticas, tais como: aulas de campo, aulas
teóricas, palestras, questionários, entrevistas e observações in lócus. Sendo, os conteúdos
programáticos da área de conhecimento Ciências Naturais e Matemática fundamental para
contextualizar a temática “agricultura e meio ambiente”. E a partir da problemática “Agrotóxicos
versus Agroecologia, qual a melhor escolha quanto á justiça socioambiental e eficiência
econômica?”. Estas táticas didáticas propiciam o trabalho interdisciplinar, além de contextualizar o
universo vivencial dos educandos com o conhecimento científico pela Pedagogia da Alternância.
Metodologia
A pesquisa se embasou na proposta do Projeto Ambiental Escolar e Comunitário - PAEC
(MATO GROSSO, 2004) para pensar a relação escola-comunidade e subsidiar as ações da
Pedagogia da Alternância. O PAEC inscreve-se na proposta do Projeto de Educação Ambiental -
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PrEA desenvolvido pela Secretaria de Estado de Educação do Mato Grosso (MATO GROSSO,
2004) representando uma política de estado (sendo contemplado no Plano Estadual de Educação).
Contudo, o anseio é que haja, para além de políticas governamentais, uma construção de políticas
públicas efetivas. Projetos e propostas que se tornem ações políticas onde às comunidades,
principalmente as mais excluídas, possam fazer parte e serem determinantes e autônomas na
construção dos PAEC.
O Projeto Ambiental Escolar Comunitário - PAEC deve ser elaborado de forma autônoma e
seguindo a dinâmica de cada realidade, respeitando os valores e saberes da escola-
comunidade, surgindo assim, não como uma "receita pronta" ou pacote de imposições de
políticas autoritárias; sobremaneira, com o cuidado de não se perderem em atividades
comemorativas apenas ou em atividades pontuais que não levem a uma crítica mais
elaborada a respeito das questões socioambientais. Cada realidade na construção do Projeto
Ambiental Escolar Comunitário - PAEC irá perceber suas relações e múltiplas maneiras de
se trabalhar com a Educação Ambiental, sempre em uma espiral de possibilidades
(SENRA, 2009).
A proposta de se realizar este projeto vai muito além das simples atividades pontuais,
geralmente em datas comemorativas, visivelmente fortes e presentes nas práticas das temáticas do
meio ambiente e ensino de ciências como tema transversal como preconiza o PCN (BRASIL, 1997).
Rompendo com o discurso individualista dos direitos educativos, o Projeto de Educação Ambiental
- PrEA ousa ser uma alternativa pedagógica em consonância com o Projeto Político-Pedagógico
(PPP) de cada escola; busca fomentar o sentido crítico da escola, para além de seus muros
fragmentados, atentando-se ao diálogo comunitário para, só assim, se efetivar como um processo
contínuo e permanente de reflexão.
Para se concretizar estes preceitos do PAEC e desenvolver as táticas didáticas a Pedagogia
da Alternância é fundamental para compreensão desta relação escola-comunidade, aliando os
tempos de aprendizagem e propiciando a pesquisa de cunho participante por meio da observação e
sistematização dos dados. Na Pesquisa Participante “pesquisadores-e-pesquisados são sujeitos de
um mesmo trabalho comum, ainda que com situações e tarefas diferentes” (BRANDÃO, 1999,
p.11).
Nesta comunidade escolar rural, onde os dois primeiros autores foram professores, são
desenvolvidas atividades educacionais diferenciadas. Os conteúdos são abordados
interdisciplinarmente alicerçando-os por área de conhecimento a partir de temas geradores
(FREIRE, 2003) consoantes com o projeto político pedagógico de educação do campo (MATO
GROSSO, 2007), fundamentado na Pedagogia da Alternância (GIMONET, 2007), de modo a
ocorrer duas semanas de aula em período integral na escola (tempo escola), seguidos de duas
semanas formando pequenos grupos de estudo na casa dos estudantes (tempo comunidade). Ao
conjunto de um tempo escola e um tempo comunidade denominou-se uma Alternância. Para tanto,
tem-se um calendário escolar diferenciado, utilizando as relações de produção no campo como
forma de contextualizar os conteúdos. O dia-a-dia é veementemente marcado por fatores climáticos,
pela natureza do trabalho no campo, pela organização das famílias e pelas grandes distâncias entre
os alunos e a sala de aula.
O fazer pedagógico é desenvolvido com um sequencial: escolha do tema, que deve servir a
um problema local de ordem econômica, social, política ou ambiental; a elaboração de projeto por
área de conhecimento com a participação de todos os professores da área e abordagem do tema em
consonância com os conceitos das disciplinas que cada área detém; e desenvolvimento das aulas em
atendimento ao planejamento realizado coletivamente, avaliando-o no processo.
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Resultados e Discussão
No 1º ano do ensino médio, em química foram dados os primeiros passos em direção aos
conceitos do mundo microscópico (universo molecular), onde se estudou as transformações
químicas, as classes toxicológicas e os modelos atômicos, essenciais para a compreensão ação dos
agrotóxicos e dos seus efeitos nos organismos vivos. Em física abordou-se movimentos, suas
variações e conservações, visto que os parâmetros para aplicação de agrotóxicos leva em
consideração a velocidade do vento, bem como as variações climáticas locais. Em biologia
abordou-se a biologia celular, do ponto de vista anatômico e fisiológico, de modo que em suas
estruturas, organizações e funções fossem compreendidas, bem como identificados o modo de ação
desses agentes químicos e as suas consequências da ação dos agrotóxicos nas células animais e
vegetais. Em matemática procurou-se, a partir de bulas de agrotóxicos identificarem proporções de
diluição, concentração, período de carência e área de aplicação, e destas, os conceitos de funções e
análise gráfica.
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Esse portfólio é mais do que uma coleção de trabalhos do aluno. Não é simplesmente uma
pasta onde se arquivam os textos produzidos. A seleção dos trabalhos a serem incluídos foi feita por
meio de autoavaliação crítica e cuidadosa, que envolve o julgamento da qualidade da produção e
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Umas das primeiras ações foi o debate pautado na leitura orientada do artigo
Organoclorados: um problema de saúde pública, de Flores et al. (2004). Os estudantes elaboraram
vários questionamentos pertinentes, tais como se dá a transformação e degradação de agrotóxicos
no solo, a definição de organoclorados, o processo de contaminação proveniente do
diclorodifeniltricloroetano (DDT), as vias de absorção pelo organismo humano e os sintomas, nos
casos de toxicidade. Evidenciou-se então em forte sentimento de preocupação por parte dos
estudantes quanto ao uso dos defensivos químicos. Após este episódio foi programada a primeira
visita a uma lavoura de maracujá.
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Posteriormente, em outra visita, fazendo pequenos grupos de estudos na casa dos estudantes,
mesmo com as orientações dos técnicos da cooperativa, foram observados agricultores reutilizando
embalagens de agrotóxicos, aplicando fungicidas sem equipamento de proteção individual,
alegando que eles são desconfortáveis e que a exposição menos frequente apresenta menos risco.
Com esta pequena amostra de visitas criou-se a hipótese de que a população de mamangava poderia
ser utilizada com bioindicador de impacto ambiental dos plantios de maracujá.
Para tanto foi preciso levantar informações sobre como estava se dando os cultivos na
comunidade. A escolha e a quantidade dos produtores tiveram como critério a comunidade e a
facilidade ao acesso, tendo em vista facilitar o deslocamento dos estudantes para a realização da
visita. As questões da entrevista foram pré-elaboradas pelos estudantes e após pequena edição,
foram dividas em três grupos (Tabela 3).
Tabela 3. Questões das entrevistas.
I - Quanto ao uso da mão de obra na lavoura do maracujá.
1) Quantas horas por dia, em média, vocês se dedicam ao maracujá?
2) Quantas pessoas ajudam? Tem alguém de fora da família contratado para isto?
3) Quantos dias por mês, em média, vocês têm trabalhado com o maracujá?
4) Quais atividades, as pessoas que ajudam, têm que desenvolver lá na lavoura?
5) Quantos têm que polinizar?
6) Quantos dias vocês tiveram que polinizar no último mês?
7) Quanto tempo por dia é dedicado, em média, nos meses em que a lavoura está produzindo, à
polinização?
8) Tem mamangava ajudando a polinizar?
9) Já encontrou alguma mamangava morta na sua lavoura?
10) Você já viu algum ninho de mamangava? Onde? Como ele era?
II - Quanto ao aspecto econômico e assistência técnica da produção de maracujá.
1) Que área de terras está sendo utilizada para o plantio do seu maracujá?
2) Quantos pés couberam nesta área?
3) Quanto você investiu no início?
4) Houve apoio técnico/financeiro da cooperativa para que você tomasse a decisão de plantar?
Qual?
5) Quando realizou seu primeiro plantio? Valeu a pena?
6) Quantos quilos colheu nos últimos 4 meses?
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Houve duas palestras para todos os alunos da escola. A primeira foi ministrada por um
agrônomo da cooperativa agropecuária, que discorreu sobre as necessidades, os usos, os tipos e os
equipamentos de proteção individuais relacionados aos agrotóxicos. Foram colocados sobre uma
mesa diversos agrotóxicos, das quatro classes toxicológicas, e muitos estudantes identificaram
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produtos químicos que tinham em casa. A segunda palestra foi ministrada pelo presidente da
cooperativa dos agricultores ecológicos do Portal da Amazônia, que discorreu sobre agroecologia e
os produtos socialmente justos, qualidade de vida, conservação ambiental e desenvolvimento
econômico. Nesse sentido, Gliessman (2009) afirma que a Agroecologia proporciona o
conhecimento e a metodologia necessários para desenvolver uma agricultura que é ambientalmente
consistente, altamente produtiva e economicamente viável. Ainda como complemento à esta
atividade Sobre a Mesa, desta vez foi colocado uma amostra de produtos orgânicos (castanha do
Brasil, açúcar mascavo, melado de cana, guaraná em pó e café) que além de serem vendidos na
região também são exportados para a Europa.
De posse das respostas, foi realizado com os alunos o trabalho de sistematização dos
resultados em tabelas, quadros, gráficos e textos, aplicando os conteúdos específicos de matemática
e após todo o estudo com os dados e com os aprofundamentos aos conceitos estruturantes que estes
proporcionaram ao processo, uma questão não deixava finalizar a abordagem: como se dá a
produção de maracujá sem o uso de agrotóxicos?
Para responder esta inquietação, foi feita a visita a um produtor orgânico, o qual apresentou
sua propriedade, seus meios de produção e ainda as formas ecológicas combater os insetos e pragas
que atingem a fruticultura.
Os resultados apresentados por esse agricultor influenciaram na percepção dos estudantes
pela contradição observada, ou seja, seu lucro era maior, pois sustentava sua família só com a
fruticultura (não possuía pecuária leiteira como todos dos demais), não gastava com defensivos
(utilizava métodos naturais), não comprometia sua saúde e, ao contrário dos demais, possuía uma
receita mensal de aproximadamente 6 salários mínimos, o que destoa dos demais produtores, que
segundo os dados da pesquisa, não atingiam um salário mínimo/mês . O ponto de vista explicitado
pelo agricultor corrobora, portanto, com o posicionamento afirmado por Aquino e Assis (2005), “o
potencial transformador da Agroecologia consiste em alguns aspectos como inclusão social,
equidade, soberania alimentar, diversidade cultural, construção social da qualidade, entre outros que
estão muito além do circuito tecnológico”.
Importante ressaltar que o cronograma das atividades foi fortemente influenciado pelo
feedback com os estudantes e pelo fato de estar intimamente relacionado com as necessidades reais
dos problemas vivenciados no campo, o que de certa forma ajudou a nortear as tomadas de
decisões.
Conclusão
Assim como Veiga (2007) os resultados exprimiram a relação inversa entre justiça
socioambiental e eficiência econômica na utilização de agrotóxicos para comunidades de menor
nível socioeconômico. Demonstra também que há a relação inversa entre o uso de agrotóxicos e a
presença de mamangavas, muito possivelmente podendo ser considerada como bio-indicador de
contaminação ambiental.
abordagem contextualizada com o universo vivencial do aluno, dando novos sentidos aos
conteúdos.
Agradecimentos
Os autores agradecem à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES) pelo subsídio através do Programa de Consolidação das Licenciaturas (PRODOCENCIA)
processo Nº.113657 e do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) Edital
Nº 061/2013.
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