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Trabalho de Investigação
Porto, 2007
Avaliação da ingestão nutricional e do balanço energético de atletas de natação i
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Agradecimentos
Apresento os meus sinceros agradecimentos ao Dr. Vitor Hugo Teixeira pela sua
INDICE
Summary ................................................................................................................. ix
1. Introdução ............................................................................................................. . 1
4. Resultados .............................................................................................................. 9
5. Discussão ............................................................................................................ 18
6. Conclusões ........................................................................................................... 32
Lista de abreviaturas
AI – Adequate Intake
BE – Balanço energético
EE – Energy expenditure
EI – Energy intake
GE – Gasto energético
HC – Hidratos de carbono
IE – Ingestão energética
MG – Massa gorda
MM – Massa magra
RA – Registos alimentares
Resumo
se que os clubes de natação em Portugal ainda dedicam pouca atenção a esta área.
com a estimativa das necessidades energéticas dos atletas, foi avaliado o seu
balanço energético.
Foi determinada a estatura, a massa corporal dos atletas e para avaliação da sua
atletas.
Este estudo mostrou que ambos os sexos tinham uma alimentação deficiente em
descanso. O balanço energético médio dos 5 dias foi de 87% nos rapazes e de 81%
nas raparigas. Este défice energético poderá, contudo, não ser representativo do
performance desportiva.
Summary
Although the benefits of nutrition in sports performance have been fully described,
there is still a lack of investment in this field by swimming clubs in Portugal. Moreover
and to the author’s knowledge, there are no previous studies providing information
The aim of this study was to assess body composition, energy and nutrient intake,
agreement to their estimated energy needs, the energy balance of athletes was also
assessed.
measured in all athletes. A 5-day dietary record and a 5-day activity record were
Results have shown that male swimmers had 11.3% body fat which is considered to
be in the normal range for this group, while female athletes had 23.5% body fat
suggesting higher values than what is recommended. Both groups reported a low
cholesterol and sugar. This reflects their exposition to a high energy density and a
E and C, and folate and a low prevalence of adequate intake of calcium and
x Avaliação da ingestão nutricional e do balanço energético de atletas de natação
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groups.
training days and higher EI in the resting day. Their energy balance (EI/EE) was 87%
in the male group and 81% in the female group. Under-reporting has been described
as a systematic error associated to diet records which may represent, in this study,
crucial step that must be taken in order to improve nutritional intervention among
Key-words: nutrient intake, energy intake, energy expenditure, energy balance, body
1. Introdução
Os diversos estudos que têm vindo a ser publicados sobre nutrição no desporto
desporto é cada vez mais elevada, o trabalho multidisciplinar nesta área é realmente
fundamental.
A juventude dos atletas neste estudo também implica cuidados especiais do ponto
difícil de ultrapassar. Por outro lado, uma educação alimentar com sucesso neste
grupo poderá reflectir-se nos seus hábitos alimentares e saúde no presente e futuro.
factores que podem comprometer uma boa alimentação o que, nesta idade, pode
acção do nutricionista seja sensível a estas dificuldades, para que promova uma
que a nível competitivo exige elevada dedicação. O treino dos atletas pode variar
que os atletas estão sujeitos a elevado estress e gasto energético (GE) durante o
A avaliação nutricional dos atletas tanto deve acontecer durante toda a época
competitiva como deve ser sempre específica para cada um, indo assim ao encontro
nesta população, é imperativo intervir e corrigir os seus erros alimentares com uma
Por outro lado, deve haver um cuidado especial por parte dos investigadores
literatura científica, é plausível que a informação que os atletas reportam sobre a sua
nutricionista com os atletas (4, 11, 12). Embora existam métodos avançados que
ajudam a validar o relato de ingestão alimentar pelos atletas e a confirmar o seu BE,
para o metabolismo basal, o elevado custo não permite a utilização desta técnica em
informação recolhida junto dos atletas poderá contudo melhorar quando criadas
universitária.
2. Objectivos
3. Material e Métodos
3.1 Amostra
Para a realização do presente estudo foi feito um contacto prévio com a Secção de
Natação do Leixões Sport Club (LSC) que deu a sua autorização e apoio.
Este estudo teve a participação de 22 atletas de natação do LSC, 6 dos quais eram
os 19 anos.
3.2 Material
Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 12.0.1 para o Windows;
Lipocalibrador Harpenden;
Fita métrica
6 Avaliação da ingestão nutricional e do balanço energético de atletas de natação
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cada atleta com a Tanita®. O índice de massa corporal (IMC) foi calculado segundo
resultaram da média de três medições do lado não dominante do atleta. Foi então
A entrega dos RA aos atletas foi acompanhada por uma explicação relativamente ao
e local onde foi feita a ingestão desses produtos. Realçou-se a importância de não
forma a garantir resultados com maior veracidade (4). Paralelamente, foi fornecido
Os RAF foram entregues juntamente com os RA. Aos atletas foi solicitado que
atletas.
durante o dia. O MET é um valor numérico, múltiplo da taxa metabólica basal (TMB)
para cada actividade (22), ou seja, a soma dos vários METs durante o dia e divididos
por 24 (horas) expressa o nível de actividade física diária (PAL) de cada atleta. O
Para o cálculo do GE diário de cada atleta foi então necessário determinar a sua
relação: TMB = 22xMM+500 (23). Assim, o valor da massa magra (MM) foi a
O GE de cada atleta foi determinado multiplicando a sua TMB pelo seu PAL
Para o tratamento estatístico foi utilizado o programa SPSS 12.0. Para a análise
O teste de Pearson foi utilizado para analisar a correlação entre variáveis normais.
4. Resultados
Rapazes Raparigas
Amostra (n) 6 16
tarde. O treino de manhã tinha a duração média de 1h15 min com algumas fases do
água com fases do treino de intensidade elevada. No Sábado de manhã o treino era
a intensidade dos treinos era elevada mas a frequência de treinos durante o estudo
Embora o nível de actividade física (PAL) tenha sido ligeiramente maior nos rapazes
Obviamente, o nível de actividade física dos atletas nos dias de treinos e no dia de
descanso reflectiu-se nos seus gastos energéticos (GE). O GE nos dias de treinos
Rapazes Raparigas
consumo de hidratos de carbono (HC), em g/Kg de peso, tenha sido superior nos
Rapazes Recomendações
Energia
Kcal 3143±708 EI=GE
Kcal/kg 46±9 52
HC (g) 389±107
HC (g/kg) 5,7±1,3 7-10(4)
Açúcar (g) 159±43
Raparigas Recomendações
Energia
Kcal 2249±496 EI=GE
Kcal/kg 39±9 48
HC (g) 285±64
HC (g/kg) 4,9±1,1 7-10(4)
Açúcar (g) 121±33
Proteinas 15 18 10-15(27)
HC 49 51
Açúcar 20 22 <10 (27)
percentagem a que correspondem das EARs ou AIs (defenidas pelo Food and
Contudo, se for menor não se pode confirmar que houve uma ingestão inadequada
adequação (29).
Avaliação da ingestão nutricional e do balanço energético de atletas de natação 15
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Tabela 6. Ingestão média diária de vitaminas e minerais dos rapazes e sua relação com
valores de referência de ingestão.
* A bold estão os valores referentes a AI e a texto normal os referentes a EAR.
16 Avaliação da ingestão nutricional e do balanço energético de atletas de natação
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Tabela 7. Ingestão média diária de vitaminas e minerais das raparigas e sua relação com
valores de referência de ingestão.
* A bold estão os valores referentes a AI e a texto normal os referentes a EAR.
Avaliação da ingestão nutricional e do balanço energético de atletas de natação 17
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Os dados dos atletas relativamente à relação IE/GE média, nos dias de treinos e no
atletas, foi ligeiramente menor nas raparigas (81%) do que nos rapazes (87%) onde
apenas 33% dos rapazes e 6% das raparigas ingeriram pelo menos 100% do seu
Foi também observado que as raparigas com maior percentagem de massa gorda
apresentaram uma razão entre ingestão e gasto menor sendo esta correlação
significativa para p<0,05 e com uma tendência moderada (tabela 9). Por outro lado,
Tabela 8. Relação entre a IE e o GE médio, nos dias de treinos e no dia de descanso nos
rapazes e nas raparigas.
18 Avaliação da ingestão nutricional e do balanço energético de atletas de natação
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32,50
30,00
27,50
% MG
25,00
22,50
20,00
17,50
5. Discussão
atletas elite na mesma modalidade (6, 8, 30). Atletas de elite de natação são
(11,3%) dentro dos intervalos esperados para atletas. Noutros estudos em atletas de
Avaliação da ingestão nutricional e do balanço energético de atletas de natação 19
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superiores aos encontrados noutros estudos (5, 6). Almerás et al. (1997) observaram
competência técnica, esta dificuldade foi ultrapassada por um treino prévio e pela
esta razão não é apropriado estabelecer como objectivo para o atleta uma
necessário. Neste estudo, foi mostrado que algumas atletas seriam beneficiadas se
alimentos por medidas caseiras são alguns dos factores que originam erros em
atletas. Assim, a análise da IE e nutricional, será feita pelo ajuste à massa do atleta
atletas (34).
A IE dos atletas masculinos foi de 46 Kcal/kg enquanto nas atletas femininas foi de
revelaram que as atletas femininas relatam ingerir entre 29-61Kcal/kg (4, 6, 9, 30,
32) enquanto os atletas masculinos entre 43-71 Kcal/Kg (4, 8, 30, 32, 35). Embora
possível verificar que, tal como neste estudo, os nadadores masculinos tendem a
ingerir mais energia por Kcal/kg de peso do que as nadadoras femininas, o que vem
energéticas específicas para estes atletas durante esse período (para um peso
energéticas para atletas pois, tal como explicado, estas dependem do nível de
necessidades energéticas dos atletas. Embora não seja um método tão exacto como
uma tendência para o maior nível de actividade física nos rapazes do que nas
activo (28). Por outro lado, as raparigas apresentaram um PAL sedentário (1,35) e
GE deve ser semelhante à IE, e essa deve ser a primeira prioridade nutricional para
o atleta(1).
Mas neste estudo esta relação não foi verificada. Durante o período em que ocorreu
O défice energético encontrado foi mais pronunciado nas raparigas onde apenas
uma atleta revelou ter uma IE suficiente. Vários estudos também observaram que
alimentos por parte dos atletas (4). O sub-relato de ingestão de alimentos pode
ingestão alimentar. Não foi recolhida informação relativamente ao peso dos atletas
realizada neste último grupo (4, 39, 40). Os indivíduos que não estão satisfeitos com
Neste estudo verificou-se que as atletas femininas com % de massa gorda maior
apresentaram maior défice energético o que sugere que as atletas mais gordas
tendem a sub-relatar mais a sua ingestão alimentar do que as atletas mais magras.
Esta relação está de acordo com outros estudos que encontraram um sub-relato
motivação ou até mesmo erros na quantificação dos alimentos (4, 43). Embora os
atletas tenham sido alertados para a forma como devessem registar os seus dias
24 Avaliação da ingestão nutricional e do balanço energético de atletas de natação
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alimentares, seria ideal uma entrevista individual no final do estudo para verificação
avaliação da massa gorda e da força muscular são alguns dos vários indicadores
que, de uma forma simples, podem ser utilizados como guias do progresso dos
atletas (36).
Como já foi descrito, o nível de actividade física dos atletas durante os treinos foi
apenas no grupo das raparigas. A relação IE/GE nas raparigas passou de 76%
enquanto que nos rapazes passou de 81% (mín=63%; máx=95%) para 115%
Pelo que foi descrito, situações reais de défice energético podem ser balanceadas
corporal dos atletas, curtos períodos de descanso podem ser fundamentais para os
atletas que apresentam elevado défice energético (44). Desta forma, o organismo
pode não só recuperar do estresse causado pelo exercício como do próprio défice
energético.
avaliação nutricional que dificultam uma adequada análise do padrão alimentar dos
Neste presente estudo foi demonstrado que o acompanhamento nutricional pode ser
Hidratos de Carbono
das suas reservas musculares, e a sua recuperação mais rápida com uma adequada
recuperação dos atletas após o exercício por serem HC de absorção rápida e logo
Avaliação da ingestão nutricional e do balanço energético de atletas de natação 27
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para a ingestão total de HC. Isto sugere que as recomendações para a ingestão de
açúcar para atletas sejam superiores aos da população em geral. Mesmo assim, a
contribuição de 20% do VET pelos rapazes e 22% do VET pelas raparigas pode
estar acima do recomendado porque contribuíu com uma elevada percentagem para
Proteínas
1,4g/Kg) não havendo diferenças estatísticas entre sexos (26, 46). Embora o
habitualmente suficiente, tal como já foi verificado noutros estudos (6, 8, 30, 32, 47).
Gorduras
De uma forma geral a alimentação dos atletas deve fornecer entre 20-25% da sua
energia como gordura(1). Uma ingestão de gorduras acima destes valores além de
poder limitar uma adequada ingestão de HC pode condicionar a saúde dos atletas.
Por outro lado, a restrição de gorduras não parece trazer benefícios para a
Verificou-se que tanto nos rapazes (36% VET) como nas raparigas (32,5% VET) as
Fibras
A ingestão de fibras pelos rapazes foi de 21g/d enquanto nas raparigas foi de 20g/d.
ingeridas (28), ou seja, 44g/d para os rapazes e 31g/d para as raparigas. A ingestão
de fibras foi muito baixa reflectindo uma alimentação pobre em fruta, legumes e
a saúde(48).
potássio tanto nos rapazes como nas raparigas. Houve também prevalência de
ósseo. Uma ingestão insuficiente deste mineral aumenta o risco de baixa densidade
rapazes e de 44% raparigas. Noutro estudo foi verificado que atletas de natação
excessivo deste mineral (3446mg/d) onde 100% dos atletas apresentou uma
cardiovascular (27).
consumo deste mineral foi de 100% nas raparigas e de 83% nos rapazes. Com uma
cardiovascular(27).
proteger-se contra o estress oxidativo causado, por exemplo, por factores como o
são também aspectos importantes a ter em conta numa intervenção nutricional junto
dos atletas.
6. Conclusões
Neste estudo verificou-se que a alimentação dos participantes era inadequada tanto
desproporcional.
gorduras, longe das características de uma nutrição óptima que beneficie a sua
baixo consumo de AGPI reflectindo de facto uma alimentação que não contribui para
A maior ingestão de fruta e legumes (pelo menos 5 porções por dia (52)), de
produtos cerealíferos como fontes de HC, leite e derivados (em especial pelas
Contudo, esta intervenção deverá ter como guia, por exemplo, indicadores
RAF com cada atleta durante o tempo em que decorre o estudo tal como a
Deste estudo conclui-se também que a sensibilização dos atletas para a importância
da nutrição é essencial e deve ser uma etapa de uma intervenção nutricional. Assim,
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ANEXOS
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