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  • SIMÕES, J. Sexualidade Como Questão Política e Social

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    A sexualidade como questao social e politi Julio Assis Sim6 Jilio Assis SimBes é formado om Ciencias Socials pela Universidade de Sao Paulo (ve), mestre em Antropologia le doutor em Glancias Sociais pela Universidade Fstadual de Campinas (Unicamp). Desde 2002, 6 professor do Departamento de Antropologia cause também pesquisador colaborador do Prag = Nicleo de Estudos de Genero, da Unicamp. Publicou trabalhos sobre movimentos socias,partielpagao politica, srivelheeimento e sexualidade, # recentomente pubileot fom Regina Fachini Na tritha lo arco-Iis homosexual ag: Abrams, fo movimento (Fundagao Sexualidade: da naturez: . primer vies podepareceretranho penara sense como A“ oto Malate acdsee toment, una gusto de corpo, Odesj sera ¢ imaginal ono wa “orga da natres, que beta do corpo, ei sti Prove setinentos «no impulsona pra a reproduc da spc Come fo opal natural semaine cortuna ser sca a Jade ‘antal’ "raciona” qu tow os eres humanos tartan co igo, Es fogs expressara no desj,na patio arrebatadors Faria brtroapegoeavontade decir gos ativosdaadouros i te amb podria ctr doe finer, st como impo natura, senda humana parece mai sis adequda par a led bilgi, Nowns emoqieseansiedaa emis poderlam sr rats com sas senda pl psiclgin Ons ter, pla eratra, pa ans, plo nem, peas artes sera. alm dso, alga pera angumentar que sexing € alga at dis apt via prvad de cau. Pr ge entin estan Sexual do pont de it as ccs sca? Tara comer a responder aes pergunt, vamos var op meio prigrafo deste capt, Repare nos verbo ealides par om por a fies: "pensar “aceltar, “exessar “inaginar “asada Essar laren st lpr caso npn cafe que as peso ‘vendo sociedad, elboram compra ie eaores eb tudo aq que € importante para xsi humana~ inv femualiae. Av cian scalscosturam cham de reso tes croton de eas valores acl As epesntagie ob ‘enlist como gis erferecls, qe orienta einfuencam "vo conn eda peso pens eve su sexalidade oemosapirmpulsivamente em mara de sexo, em pensar no que etamos fend, ni paneer como ai aconteer eso no jer dur, porem, que ocomportamentosexsalhamano sea una Simple erports am inpuleo natura. Mesmo que» semalidade heemana ma presenta predominantemente coma a “ora natural ttese dena “ora” que passa necesstiamente plo fi fre dae norma valores mori ‘Agi sexelmente sopbe coordenar 0 que se patsa em nossa ‘mente camo que spain em nosso corpo. Actordenagio etre say ‘cise tnuager corpora no ot tm ne eopentanmera as representagées Aswad fla forte fote de nspirgt para ere de tooo empos, que aexpresnu segundo ua doc, selene, seus reaandores qu vemos, rerindo el por este | uta atin, emit greed Dna, ended por Zena forma devon chewed aur. ‘nema desenvolvemos apenas por nossa priprla conta. Nio invents- ‘nos sosinhos nossas fantasia sexual, nem nossa tepressao sexu ‘mbar resultam de um compicido processo de sociallzaio" por ‘ula do qual conhecemos e vivenciamos nossos copes, sentiments ‘semnogdes, em como compreendemos de que manera quand, onde @ com quem podemos aie em termos sexusis. ‘Ae tepresentacdes sobre a sexualidade nos revelam © que a weualidade humana ¢ ¢ como ela deveria set. Néo apenas dizem 0 "que € postvel pensar no campo da sexuaidade, mas também o que ego cate {stapintwre mostraumadas formas ds bordapen da rertliade tera gue é ta para muitos lis, Ne tree cerita, xx era vit como pce secad queda do parte de Adin eB, Bsaperpectionfercom quae ema se por mult tenpe, ede as Cicer Seca, to" ¢ “moral” faze Nio dificil reconhecer, em nossa propria exper 2 impacto do contiole soc sxereido sobre as manifesta es da sexslidade. A forga das representagies. sobre sexualidade so manifesta de diferentes formas na vida de todos nési nas conversas ¢ fofocas docotidiane, asin gens divulgadas no cinema, nna televisto, na internet, 10 eratura, na tases, nas Aoutrinas religioas, nas pet fquisas e teoriae sobre com: Portamentos sexuais, nos onsultéries médicos, nag campanhas da sade public, Porém, esse conjunto de ropresentagdes no € hormo- ‘geneo, nem coerente, Sto maltiplas wozes, mutes vezes discordantes entre si, que competem no esforg de afr mar e decidir o que ¢ natural, justo enormal na semsalidade humana. Asexualidade, como qualquer outra atividade hhumana,ématériadereflexio fe controvérsa, ponderacio e disputa, debate edivergincl, Imposigbesexsisténcas ‘Vamos rgumentar, neste capitulo, que as representa: bes eas pritca relacionadas 2 semulldade si0. cries Jnumanas, produrias his- sco determinados, Vamos suger, também, que a sexual pode ‘rm meio priviegad para pensae rages, hirarqula e possibile tls que estan ale dea propel, Poisasexvaidae tem tanto a ver com nunsa maginagio quanta coma nosso corpo Insticuigées, convengées e politicas sexuais Vista como fendmeno social, a sexslidade esté no coragi de institiges como 0 namoro, 0 casamento, 2 familia #aproctiagio. As ‘ineias sodas chamsatn deinsttuigdee tudo aguilo que toma a forma ‘le um arranjo de rege e costumes destinados a0 funcionamento & \ eprodugio das socedades, Namoro,casamento, fama e proct {ow podem se vistas como institu porque exister gragas aun tipo de “aorde” ou “cantrato”, formal ou nto, Esse acordo ou contrato tipula determinados popéis« obrigagSes entre as parts, qua ‘Noyem ser cumpridas dentro dem Kmitevarado de toleranca soda. 1A semualidade # um dos pontos central em torno do qual giram os seardos econtratos que definem o name, casamento, a familia ea procriacio, Podemos mesmo dizer que essa insttuiges exstem em sande parte para regular a propria sexualdade. Mas mio so as incas fue fazer ito, Podemos pensar também em outa, que despertam tenes simpatia, cama a protiuigo, pr exemple, is institulges sto produtor soca e, por iso, podem softer transformagdeeo longo do tempo. Hoje, @experidnca sexual antes flo casamento & muito mai frequent, sea para os homens ou para as mulheres. O casamento & menos estivel de que jé foi em outras pocas, Separachese divrcios #80 mals frequentes, Também & mais {oui que as pessoas se casem mais de uma vez, Por cota disso, a familia também passou por transformacbes. ihos podem morar com seus pal, ou somente com a mie; ou com o pal ea segunda esposa do pal ou com o8 avs, Podem viver junto com irmios resultantes de ‘asamentos diferentes de seus pals. Pode acontecer, também, que 0s fthos morem junto com a mse e2ua companhra, ou com o pal ese companheto, Os arranjs familiares exstentes atulmente na soce ‘dade brasileira sto maltiplosevarsves As condutasem relagio prociac3o também mudaram,reorgani- zando os vinculs entre sexualidade, caamento e reprodugio. Vtios recursos de cantraepeao esto hoje mais acessiveis, do preservative ula do da seguint,Tsenas ndugo hua podem oferecer a maternilade as aqua que tingiram & menopausa « mesin as mnlheres virgen Ha home ‘mulheres formalmentecasados que no pensa en ter fils, a como casas que vivem juntos ha sito tempo, com lho, referem nto ofializarsua undo, As relagies entre semuaidate, ‘mento e reprodusio slo diversas incontaves. Normas e valores sexuais mudam, mas as restrcdes que pe sobre a sexaliade das mulheres no sto as mesmas que recatm sob seuualidade dos homens. Uma convensio ainda forte na sociede sileira (eer multas otras) ade que ohonsem tem “mais neces de sexo e, portant, deve estar sempre “ie prontidao" ao pasto qe ‘mulher cabe a reponsabiidade de eresguatdar, se preveniee ee gar das consequincias de ma eventual gravides #14 mais olstna socal para com: as “tragbes"erelagdesextraconiugas dos home dy que para com as das mulheres, Até poucos ans ats, no Brasil ew ‘érios outros pasts, a mulher ater era puna com severdade, Mul ‘tas malheres anda so coagdas por seus narmorados e maridos mat terrelages seals, sob ameara ox viléncafisica, Muitas mulheres erseguidas, agredidas e até mesmo asssasinadas por ex-companeliy ‘nconformados com o fim de um relacionamento amoroso” ‘A sexualidade também “dis” coisas a respeito de como s20 4 pessoas ede como sio as elagessocaia que elas estabelecern, pat além das relagdes mantidas na via privada. A linguagem da sex lidade ¢ poderosa para expressarclassficacdies chierarquas soci ssa linguagem forma boa pate das ofensas, insult exngamnentoy to comuns em nosso cotidiano, que poem em divide afirmesa doy homens ea honestidade das mulheres, Em varias convengdes do que é “ser homen" e*ser mulher” (a construcso do género’) est implica a condenacdo & homossexull ade. Adlscriminagio ea violencia contra a homossexualidade 0 que 8 costumna designar hoe pelo termo homofabia ~ manifestam see formas variadas, que incluem os xingamentos, acondenagio pete _Buigto por motivos de ordem moral ou zligoss, a agressso fisea eu ‘assissnato, Muitas pessoas homossexuais to obrigadas a conter suas ‘manifestagdes deafeto e ocular as relagdes amorosas que vivem, sb) 0 risco de serem segregadas, insultadas, agredidas ou mortas, Easy Apertrmance dleschaades aiagqeneet Instentemereaa peotramestinant9, paloesagen ence mir erase ‘neler obovate Sopa re ; ne 2 can ving na lo son de ncn aconice em sn cls rq en eto een a ap en Serine Dt ran eee eas grave to ated 08 ; zes as vitimas segue emer amie worse comte a sei seal © 3 = is s4io exemplos de como a locas pb rang, Mala a iessn pa sotenl conta aber «homossa vee eta tbe, no oco delutas please dias ite Samant, Ete cides est Hg 3 ee aes qudeveon no srttera ouleglado esse peta ano rao conti come Maa re Mus saygo/z000) ve pune a viléncla comet a nn anim concede, Bt bn rodent 00,» ra sem Ronan RNA ihc trae imine vcd us ante cto emevendo temas polis erg a pronto, a deciminalizact dso re eto das nioes ete pessoas COMO 820 Sc oma Roesenel (que bj es LORT erie aces waves © wasn) 0 IPN sie ees nn ewes pono es Fao ose ec aoe apes pga CLA pmo fname Canasta strapped poli ube ‘8a so tienes des ine go dosed orn ttre sana dd ssa aera ieee da oan Nes wan unacconipareed as Senin peo cobscdcve oma detente ‘qu atnganpeineesrndineeapooas een ‘dtr ets eae teicn st ore ‘atulntsamacintdoepaalanacat totes a confers - me Popdanos nea ret rena oC 904 esa athe oa heean sruiasnpa nig ieetsoanrn simu omenicasongntareesnenee 7 ‘uiniomeiesaroptotoecnmtenge or epee : jurar direitos sexuis edireitos reprodutivos Save sexual ereprodution: a gravidernaadolescenia Wit dase sexual repeedtiva «debate publi sbte soltise om gaa destaque por mato de estes que vere eee le contracepeie 2 Ald as doenas sexaiment seats Vamos consider epee mais guns eeplos © "Cental om a sends na puberdade, associa & soutatu do gos reroute sana ferent rol nite se mater mn ren owe rt pena ie a crc ea via ea, rc, blips mas de uma deren tons reepoaalads, nte quam pode qur mi ade dace se tambon entre quo pode equ no Poe mae alse pO dio sexaidade€ uaa marca inportante ee duet aondem entre as geragds Mas como eter Om rec en psnager? cnt terreaaemgn ena onetime, cn cesta ac ag eine oapocrcn emu rerio

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