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FAZENDO MODA

PA N O R A M A D A M O D A E S U A
I M P O R TÂ N C I A N A S O C I E D A D E

C O N T E Ú D O E X T R A
2

Todo o conteúdo desse Report foi desenvolvido


pela Descola em parceria com a Jussara Romão

FAZENDO MODA
1

OLÁ ALUNO,
Você já viu ou provavelmente está vendo o curso Fazendo Moda - Panorama da moda e sua im-
portância na sociedade. Esperamos que você tenha gostado do conteúdo e aprendido mais sobre a
importância da moda na vida das pessoas e toda sua história durante os últimos séculos.

Agora é hora de se aprofundar nos conceitos abordados nas vídeo-aulas e continuar aprendendo.
Por isso, montamos com todo o carinho esse report com informações complementares. Você poderá
ver em detalhes sobre as mudanças na moda de cada época e ter mais explicações sobre temas que
abordamos no vídeo. Também elaboramos um compilado com curiosidades, filmes e livros sobre o
universo da moda.

Aproveite!

Abraços,
Equipe Descola

APRENDA MAIS, APRENDA DIFERENTE, APRENDA AGORA!

FAZENDO MODA - Panorama da moda e sua importância na sociedade


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ÍNDICE

Jussara Romão ............................... Pg.04


Quem é

Séc XIX ........................................ Pg.06


A moda no

Evolução
da moda ........................................ Pg.09

de cada época ............................... Pg.18


Personalidades

da moda ........................................ Pg.29


Curiosidades

FAZENDO MODA
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proibida ......................................... Pg.36


Calça: a roupa

........................................ Pg.41
Filmes de
moda

moda ........................................... Pg.54


Livros de

moda ........................................... Pg.61


Links de

Jussara Romão ................................ Pg.64


Entrevista

FAZENDO MODA - Panorama da moda e sua importância na sociedade


4 Quem ministra
o curso de
ARQUIVO
URBANO JUSSARA
ROMÃO
100 anos de
fotografia e moda
moda? no Brasil

Formada em Artes Plásticas com especialização em Estilismo e Artes Gráficas, foi Diretora de Moda
na Revista Elle-Brasil, da Editora Abril, por 11 anos. Além de ter sido editora convidada em revistas e
campanhas.
Durante sua carreira, ganhou 2 prêmios Abril sendo um deles pela melhor cobertura online do SPFW.
Foi uma das pioneiras no Brasil na cobertura online dos desfiles
internacionais.
Ministrou palestras na Couro Moda, Arezzo, Rosset Textil, Senac
e organizou as palestras do primeiro São Paulo Prêt-à-Porter.
Atuou como professora nos cursos “Moda em Revista”-
Senac e IED/Brasil; e no curso “Moda na Fotografia”.
Montou os cursos de treinamento in-company das
empresas Via Marte, Banco do Brasil, Lojas
Renner e Levi’s.
É diretora criativa em sua agência
www.jussararomao.com.br e especializada
em produzir revistas customizadas,
catálogos, imagens de moda e
conteúdos on e offline.

FAZENDO MODA
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“Tudo o que acontece na sociedade se re-
flete na forma de vestir.”, comenta a au-
tora. A partir deste tema, veio a ideia de
resgatar fotos de álbuns de família, insti-
tuições e acervos particulares, acompan-
hadas por um texto que traça uma análise
social e histórica da sociedade brasileira,
revelando fatos e acontecimentos que in-
fluenciaram fortemente o país.
Ao longo de 232 páginas, Jussara relata
comportamentos difundidos por fontes
como cinema, rádio, jornais, revistas e tel-
evisão, desvendando o país antes e depois
do advento da indústria da moda, sem es-
tabelecer uma cronologia rígida.
Com o processo de criação do livro, Jus-
sara destaca a noção de que a entrega de
nossas fotos de família às instituições que
preservam acervos fotográficos permitirá
que a história de uma cidade, de um Esta-
do, de um país seja contada. “Terá valido
a pena ter registrado cada momento. Por
isso minha gratidão a todas as famílias e
pessoas que me ajudaram a contar como
através da moda é possível conhecer e en-
tender uma época.”

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A MODA SÉCULO XIX
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O século XIX trouxe um novo modo de pensar Na primeira década do século XIX, a moda ganha
e de viver, marcado pelo dinamismo. Época das mais sofisticação com materiais e modelos diver-
indústrias, do comércio, dos bancos e do dinhei- sificados e torna o processo de confecção mais
ro da burguesia, classe social que movimentou os elaborado. As alterações previam uma mudança
negócios trazendo a rapidez dos acontecimen- cultural que iria refletir diretamente na moda. Já
tos e a agitação da vida moderna. É neste perío- no final deste século, era possível enxergar vários
do que o vestuário também passa por transfor- movimentos artísticos que floresciam na Europa.
mações importantes que delinearam o caminho Eles adentraram o século XX e acabaram como
da moda contemporânea. Foi o momento que responsáveis em estabelecer novos pensamentos
a moda iniciou sua democratização, em que to- estéticos, atingindo os setores da arquitetura e
dos poderiam se vestir igualmente. As mudanças do design, assim como na moda.
ocorridas no mundo, neste século, deram o tom
ao início do promissor com o anúncio de um novo
estilo de vida. O começo de uma nova era tra-
zia muitos desafios e transformações às artes, às
ciências, às relações internacionais, à política, ao
comércio e à moda.

FAZENDO MODA
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1800 1812 1866

Aos poucos, a evolução no vestuário foi acontecendo. No século 19, a moda passa então a atender `as
necessidades de afirmação pessoal, do indivíduo como membro de um grupo, e também a expressar
ideias e sentimentos. Antes, não havia distinção entre os tecidos usados por homens e os usados por
mulheres; é no século 19 que o vestuário desses dois grupos se afasta cada vez mais.

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1895 1909 1940

O século XIX pode ser resumido em uma palavra: mudança. A transformação que altera radicalmente
o modo de ser e de pensar da sociedade. Paris fervilha sob a luz da companhia de dança Ballet Russes,
que influencia a moda com a introdução de roupas orientais.

FAZENDO MODA
A EVOLUÇÃO DA MODA
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No início do século XX, ocorreram mudanças sig- em épocas de guerra. A Guerra abafou a moda
nificativas na moda feminina, como a exclusão e não aconteceu nenhuma mudança durante os
dos espartilhos, o orientalismo e as revoluções anos que seguiram (1914-1918).
estéticas de Madeleine Vionet, Paul Poiret e Entretanto, a grande responsável pela mudança
Coco Chanel. Com a Primeira Guerra Mundial, os é mesmo a Primeira Guerra Mundial, quando a
homens no front de batalha e as mulheres entran- mulher assume novos papéis, na batalha do dia-
do no mercado de trabalho, as roupas passaram a-dia e começa a usar roupas mais práticas. Com
a ser práticas, simples, de tecidos baratos e dura- o fim da guerra, os tempos ficam mais leves, e o
douros. Roupas extravagantes não ficavam bem entretenimento dará o tom da década seguinte.

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Nos anos 20, a moda tornou-se acessível a todos pela primeira vez. Como eram roupas fáceis de
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fazer, muitas mulheres aprenderam a costurar, fazendo suas próprias roupas em casa, sem contar que
o custo era baixo.

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Mas, na década de 30 há o reflexo da crise mundial da queda da bolsa de valores de Nova York, em 1929. Mui-
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tas pessoas ficaram pobres, empresas faliram e o desemprego imperava. Historicamente, em épocas de crise, a
moda torna-se menos ousada. A guerra viria transformar a forma de se vestir e o comportamento de uma época.

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A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) foi um catalisador das mudanças na moda, pois foram exigi-
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dos novos posicionamentos da mulher e as roupas ficaram mais simples e austeras.

FAZENDO MODA
Os anos 50 foram também marcados por aspectos como o luxo, a sofisticação e o glamour, que
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caracterizam os anos dourados e a moda no seu esplendor. Ao final desta década, Paris tornava-se
novamente o centro de alta-costura, recupera o status que ainda hoje mantém de Capital da Moda.

No entanto, é também por volta desta época que a capital francesa começou a sofrer com a con-
corrência da Inglaterra e dos Estados Unidos, que possuíam agora as suas próprias indústrias e que
pretendiam evidenciar-se neste ramo, criando um estilo próprio e muito inovador.

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Nos anos 60, nos Estados Unidos, surgiu um movimento de rebeldia, contestação e rejeição por parte dos
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jovens. Esses ficaram conhecidos como hippies, que eram contra toda a divisão de classes e utilizam a moda
como um instrumento em sua revolta, para conscientização da futilidade dos atos e convicções da sociedade.

Os anos 70 iniciaram-se com as características trazidas


da segunda metade dos anos 60, da moda hippie. Foi
o início de despontamento com uma diferenciação
marcante, uma busca por imagens mais individuais.
No final da década, surgiu uma nova proposta que
diferenciava as pessoas pelo que elas vestiam e assim
surgiu mais um novo conceito, o da moda acessível
para todas as pessoas e grupos sociais.

FAZENDO MODA
Nos anos 80, o verdadeiro destaque estava nos contrastes, os opostos passaram a ser a grande
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característica da época, que perdura como sendo a marca do século XXI. Não havia mais uma única
verdade de moda. As áreas de antropologia e de sociologia criaram o conceito de “tribos de moda”,
marcando-se uma grande característica dessa época devido aos diferentes grupos que tinham as suas
próprias identidades, criando e mantendo-se fiel ao próprio estilo.

A moda ganhou status no mundo; a aparência passou a ser importante. Nos anos 80 as mulheres
redescobrem seus poderes: decididas, executivas, determinadas e fortes em todos os sentidos. Nessa
década, a tecnologia do tecido apoiada pela pesquisa têxtil, contribuiu ainda mais para a evolução
da moda.

Neste período, os japoneses estabeleceram-se em Paris, criando uma moda cheia de intelectualidade
e limpeza do visual, uma filosofia zen, o “minimalismo”, pois tinha como características poucos cortes,
acabamentos e poucas cores passando a cor preta a dominar esta técnica e máxima era “Less is
More” (“Menos é mais”).

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Os anos 90 surgiram fragmentados e as múltiplas ideias de moda foram pulverizadas. Havia uma
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mistura de tendências com estilo retrô, que trouxe de volta elementos característicos de outros mo-
mentos, mas ao mesmo tempo surgiam estilos bastante vanguardistas. Foi nesta fase que o processo
parece ter começado a se inverter: as modas começavam a sair das ruas para as passarelas. Mas se
por um lado a moda das ruas ditava as regras, por outro, reinavam as luxury brands (marcas de bens
de luxo). Também o confronto entre os sexos diminuiu e o homem começou a se permitir ser vaidoso
como a mulher.

Com a ascensão do individualismo, a hegemonia e a ditadura da moda é que saíram “de moda”.
Mundialmente há um novo culto à individualidade, o que pode estar redefinindo os novos contornos
da moda. Entra em voga a palavra customização (do inglês custom made), o que é feito sob medida.
Segundo Treptow (2007), a moda é um fenômeno social e cultural, de caráter mais ou menos contido,
que consiste na mudança periódica de estilo, e cuja vitalidade provém da necessidade de conquistar
ou manter uma determinada posição social.

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A MELHOR DE TODAS
AS MAQUIAGENS É
A PAIXÃO
Yves Saint Laurent

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PERSONALIDADES
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DE CADA ÉPOCA
ANOS 50
Enquanto Christian Dior deu à luz a moda dos anos 50 com seu
New Look, outros designers influenciaram a década.

Clare McCardell, uma americana, tinha introduzido um casual look


country-girl para roupas na década de 40, usando jeans e riscado.
Ela continuou a desenhar roupas ao longo dos anos 50.

Cristobal Balenciaga, estilista espanhol, nos deu a manga 3/4 de


comprimento. Seus desenhos ofereceu um estilo mais solto que
liberou as mulheres de roupas sob medida rigidamente estruturados.
Combinando um casaco solto com uma saia-lápis, ele criou uma
nova aparência única. Seu vestido “1957” sem uma cintura evoluiu
para o vestido estilo “shift-dress” que se tornou tão popular.

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Hubert de Givenchy era famoso por criar rou-


pas para sua musa favorita Audrey Hepburn.
Ela era alta e magra, na sequência de uma
época em que o ideal feminino era cheio de
curvas e robusto.

Seus sapatos baixos e postura de dançarina, ela


criou um novo olhar jovem sem ornamentação
que contou com uma graça natural, como re-
tratado em seus filmes Sabrina e Bonequinha
de Luxo.

Coco Chanel restabeleceu-se como um de-


signer após a Segunda Guerra Mundial, com
roupas usáveis. Em 1955, ela apresentou sua
clássica bolsa estilo maleta com alça de cor-
rente dourada que ainda é popular.

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20 ANOS 60
O designer Emilio Pucci introduziu as icônicas calças Capri,
leves, que eram perfeitas para viagens. Na foto ao lado,
vemos Brigitte Bardot com um par de capris.

Sua camisa de seda livre de rugas feitas em cores fortes


e combinações de cores vibrantes criaram um novo estilo
casual com um apelo jovem.

Twiggy, a modelo e musa para a estilista


Mary Quant se tornou uma figura
extremamente famosa no início e
meados da década de 60.

Magra a ponto de parecer doente, oseu


apelo andrógino tornou-se o retrato
“cool” de uma menina moderna. Seu
cabelo curto e olho de exagerada
maquiagem deu-lhe um olhar original
FAZENDO MODA reconhecível até hoje.
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Jackie Kennedy

A jovem primeira-dama
tinha um estilo natural, mas
sofisticada de uma maneira
que era clássica e simples.

Misturando costura parisiense


e um estilo americano atlético,
Jackie Kennedy favorecia
calças e vestidos sem mangas.
Seu traje formal perdeu o
olhar exigente do passado,
inclinando-se para linhas
limpas e cores brilhantes.

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22 ANOS 70

John Bates, influenciado pela Pop Art e Op Art criou


roupas com listras e formas geométricas utilizando
jersey elástico.

Os projetos de Ossie Clark foram usados para shows,


presentes nos palcos dos Beatles, Mick Jagger, e
Liza Minnelli.

Bill Gibb introduziu a roupa romântica baseada


em looks históricos de estilos renascentistas.
Ele usou também padrões em camadas de
xadrez e florais criando um olhar revigorante e
eclético que reapareceu desde então.

Laura Ashley, com seus vestidos de algodão


estampas florais com mangas compridas,
decotes altos aparadas com rendas foram
sucesso em todo o mundo.

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A designer Zandra Rhodes olhou para


estilos de rua de Londres e para a moda
étnica para criar versões de alta costura com
temas ciganos e do Leste Europeu.

No final da década de 1970, suas adaptações


de Punk caíram no gosto da própria elite
que o movimento rechaçava. Com decotes
altos, seus vestidos foram sucesso em todo
o mundo.

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24 ANOS 80
Lady Diana, a Princesa do Povo, foi sem dúvida o mais
influente ícone de estilo da década de 80.

Fiel à sua imagem real, ela garantiu a evolução do


seu look dia após dia. Na década de 80, ela teve
seu cabelo escovado com franjas e make-up mínimo,
acompanhado de vestidos sóbrios.

Mais tarde, a princesa de Gales percebeu que as


roupas tiveram um papel importante na elaboração
de sua imagem para ser amada pelo povo.

Até o final dos anos 80, a Nike tinha


crescido como uma das empresas de
vestuário mais rentáveis do mundo.
Como Coca versus Pepsi, Reebok vs.
Nike foi a batalha da moda da década.

Com a ajuda de Michael Jordan, Nike


ganhou a guerra. Em 1988, todos os
jovens tinham que ter um par de Air
Jordans e um boné do Chicago Bulls.

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Madonna também foi um verdadeiro ícone da


evolução do estilo ao longo da década. Ela
ostentava luvas de dedo, calças ¾, leggings
pretas e saias rah-rah. Definitivamente, a
cantora deixou sua marca registrada no início
dos anos 80.

Seja com look punk, andrógino, hip-hop,


gueixa ou militar, Madonna tentou tudo,
transformando-se sempre.

Ela sempre definiu tendências da moda muito


antes da hora. Com a sua colaboração como
desenhista, ela também é conhecida por ter
impulsionado a carreira de muitos futuros
criadores seja Gaultier, Dolce & Gabbana ou
Olivier Theyskens.

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26 ANOS 90
Kate Moss & Calvin Klein

No início dos anos 90, essa então menina franzina


de Londres mudou o mundo da moda para sempre.
A antítese das supermodelos que marcavam o
início da década, a modelo adolescente misturava
androginia e corpo incrivelmente fino.

Uma das primeiras campanhas de Moss foi para


Calvin Klein, outro ícone da década com seu estilo
básico e urbano, sendo versátil para o público se
vestir como quiser.

Tommy Hilfiger ainda é, naturalmente, uma


grande marca. Mas era apenas o começo de sua
popularização nos anos 90, quando virou um
grande ícone fashion. Desde a já citada Kate Moss
até o rapper Snoop Dogg, todos usavam suas
vestes urbanas e esportivas.

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Marc Jacobs. O estilista, até então trabalhava


para a marca Perry Ellis, apresentou uma
coleção grunge em 1992.

Em um momento de definição da sua carreira,


Jacobs mostrou uma coleção de inspiração
grunge tão ousada que acabou demitido.

As flanelas em camadas, cashmere, gorros e


Doc Martens que ele levou à passarela foram os
hits de sua geração e todos eles ainda ressoam
hoje.

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A MODA É A ÚLTIMA
PELE DA CIVILIZAÇÃO

Pablo Picasso

FAZENDO MODA
CURIOSIDADES SOBRE A MODA
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Yves Saint Laurent, Coco Chanel e Mary Quant são nomes que cravaram sua importância na história da
moda com criações que revolucionaram a forma de vestir. E se você pode sair na rua usando calças ou
minissaias tranquilamente, agradeça a eles. Entre tantas fases, a evolução da indumentária teve seus
momentos de glória e, por isso, reunimos abaixo as principais revoluções fashion de todos os tempos.

#1 Bikini

Ele foi a primeira peça de roupa feminina confeccionada com menos de um metro de tecido e
seu lançamento foi tão explosivo quanto a bomba atômica testada pelos Estados Unidos no Atol
de Bikini em 1946, o que acabou dando nome ao traje de banho. Alguns dias após o episódio, o
francês Jacques Heim elaborou o “atome”, apresentado-o como “o menor maiô do mundo”. Mas
ele bobeou e se esqueceu de registrar a invenção – abrindo espaço para que outro francês, Louis
Réard, surgisse com o “bikini, menor que o menor maiô do mundo” e levasse toda a fama de criador
do famoso biquíni.

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O costureiro francês garantiu que, ao criar o nome, pensou apenas no lado romântico do famoso atol
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no Oceano Pacífico. Verdade é que praticamente coincidiu com o controvertido teste nuclear naquela
região, que havia acontecido pouco antes. A opinião pública ainda estava aturdida com o poder de
destruição da bomba, quando Réard chocou com seus minúsculos triângulos de pano. O biquíni foi um
sucesso, especialmente entre os homens.

Louis Réard não conseguia encon-


trar uma modelo que se atrevesse
a usar o design que havia criado.
Ele acabou contratando Micheline
Bernardini, então com 19 anos e
dançarina erótica do Casino de
Paris, como sua modelo, que re-
cebeu mais de 50 mil cartas de fãs
da invenção.

Este biquíni com um fio dental de algodão, com estampa reproduzin-


do um jornal, foi “oficialmente” apresentado em um evento de moda
no Piscine Molitor, uma piscina pública popular em Paris

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#2 Minissaia

Nem precisava, mas a estilista Mary Quant deu mais um toque de revolução aos anos 60 quando pas-
sou a mão na tesoura e criou a ousada minissaia. O pedaço de pano de 30cm lançado em meio ao
“Terremoto Jovem” causou reboliço entre os conservadores, mas se multiplicou pelos armários
das meninas. O sucesso foi tanto que a butique de Mary em Londres, a Bazaar, ganhou mais de 100
filiais e se transformou em símbolo de vanguarda.

Depois de todas as revoluções, a


minissaia começou a ser adotada
pelas “alas” mais conservadoras da
sociedade e permanece como uma
peça essencial do vestuário. Por
tudo isto, a história da moda não
pode ser contada sem essa home-
nagem à icônica estilista britânica.
Na década de 70, Quant continuou
a saga com coleções inovadoras,
lançamentos de lingerie e também
com linhas de produtos cosméti-
cos.

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#3 Smoking feminino

Supra-sumo da carreira de Yves Saint Laurent, o famoso terninho – ou “Le Smoking”, como foi chamado
o primeiro modelo – foi criado pelo estilista francês em 1966 e transgrediu a forma como as mulheres se
vestiam à época. Sinal de liberdade e novos conceitos sobre os gêneros masculino e feminino, o smoking
para mulheres foi apresentado pela primeira vez com uma blusa transparente e calça masculina.

“Le Smoking”, sinalizava uma mudança na forma como as


mulheres se vestiriam dali por diante. A liberdade dada por
Chanel agora ganhava mais poder com o novo traje e tudo o
que ele representava - uma nova atitude feminina.

Para a inglesa Suzy Menkes, editora do “International Her-


ald Tribune”, o smoking foi transformador: “Hoje as mulheres
andam normalmente de terno e calça comprida. Isso parece
normal, cotidiano, mas na época a mulher era proibida de
entrar num restaurante ou num hotel. O smoking, usado até
hoje, foi uma provocação sexual, dirigido à mulher que que-
ria ter um outro papel.

FAZENDO MODA
33

#4 Calças para mulheres

Se Yves Saint Laurent era do clube da


igualdade dos sexos, Coco Chanel
foi quem o fundou. Na década de 20,
com sua conhecida busca pela prati-
cidade, a estilista desenhou o primei-
ro par de calças femininas e deu
um “chega pra lá” nos longos ves-
tidos e corpetes que dominavam os
armários naquele tempo. Inspirado
no visual dos marinheiros, o primei-
ro modelo era largo e ideal para as
moças acompanharem seus maridos
em dias de cavalgada ou iatismo.

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#5 New Look

No pós-guerra, Christian Dior fez o caminho inverso ao de


Chanel e devolveu a feminilidade às mulheres. “Nós saímos
de uma época de guerra, de uniformes, de mulheres-sol-
dados, de ombros quadrados e estruturas de boxeador. Eu
desenho femmes-fleurs, de ombros doces, bustos suaves
e cinturas marcadas (...)”, disse o estilista. Nascia então,
em 1947, o New Look, um visual delicado de cintura
marcada e saias amplas até o tornozelo. O New Look se
estabeleceu como o padrão de glamour dos anos 50 e deu
um banho de elegância nas moçoilas.
Ao lado, vemos Eva Perón, então primeira-dama da Argen-
tina, trajando um vestido Dior em 1950.

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A MODA É COMO A
GENTE SE APRESENTA
PARA O MUNDO
Zuzu Angel

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CALÇAS: ROUPA PROIBIDA


O DECRETO DE LEI
Em 1799, o chefe da polícia de Paris decretou: qualquer mulher que desejasse usar calças deveria
buscar uma autorização especial da polícia. Se uma mulher quisesse “vestir-se como um homem”,
ela tinha que obter a referida aprovação - muitas vezes necessitando de uma justificativa médica
para expor suas pernas.

A lei tinha suas raízes na mesma causa de tantas leis francesas


daquela época: a Revolução. Calças não só significavam o padrão
de masculinidade; como o uniforme do homem comum. As calças
simbolizavam também a ascensão da classe operária contra a bur-
guesia. (A aristocracia usava regularmente as calças “blousing”
com comprimento até os joelhos conhecidas como “culottes”,
dando aos rebeldes da Revolução Francesa um dos apelidos
mais conhecidos da história: os sem-culotes).

FAZENDO MODA
AS MULHERES REBELDES 37

Na época, as mulheres rebeldes queriam o direito de vestir calças ao lado de seus colegas homens.
O jornal “Le Parisien” explica: proibindo as mulheres de vestir calças foi uma forma eficaz de man-
tê-las, basicamente, no lugar que ocupavam. Assim, o decreto “sem calças em Paris” foi um produto
de uma circunstância histórica particular. O que é surpreendente, porém, é que ele continuou válido
- muito mais do que a própria Revolução. Para além do século 20. Em 1892, e novamente em 1909,
legisladores franceses tiveram tempo para alterar a lei “sem calças”, aparentemente para torná-la mais
adequada para a época.

Com a popularização das bici-


cletas como meio de transporte,
usar saias ficava mais complica-
do.

FAZENDO MODA - Panorama da moda e sua importância na sociedade


38 GIRL POWER
Depois das atualizações, uma mulher podia
legalmente vestir um tipo de calças, as “pan-
talonas”, em situações restritas, como “seguran-
do o guidão de uma bicicleta ou as em situações
restritas rédeas de um cavalo.”
A lei persistiu mesmo depois de 1946, quando
um artigo foi incluído na Constituição francesa
especificando que “a lei garante às mulheres di-
reitos iguais aos dos homens em todas as áreas.”
Época em que a lei “sem calças” se tornou mo-
tivo de chacotas.

Até que, recentemente, isso deixou de ser en-


graçado. Em 2010, um grupo de parlamentares
do Partido Verde apresentou um projeto na As-
sembleia Nacional para derrubar a lei. A Prefei-
tura de Paris, que havia promulgado o decreto
em primeiro lugar, respondeu que a lei já estava
tão fora de uso que não valia a pena o esforço
para removê-la dos livros.

Mulheres nos anos 50 em Paris. De calças, desrespeit-


ando a antiquada lei.

FAZENDO MODA
A MINISTRA DOS DIREITOS DA MULHER 39

As coisas poderiam ter terminado ali - com


milhões de mulheres vestindo calças capri ou
jeans violando a antiquada lei - se não fosse por
Najat Vallaud-Belkacem, ministra dos Direitos
das Mulheres na França.

A ministra argumentou que a lei anti-calças


era um símbolo de repressão e se o decreto
não fosse revogado, poderia “ferir nossas
sensibilidades modernas.” Ela elaborou um
comunicado, divulgado em fevereiro de 2013,
chamando a lei “incompatível com os princípios
da igualdade entre homens e mulheres que são
escritos na Constituição e em compromissos
europeus da França.”

Então é isso: mais de 200 anos depois que foi


inicialmente elaborada, a lei foi revogada. Por
uma senhora. Quem pode ou não ter feito isso
vestindo calças.

FAZENDO MODA - Panorama da moda e sua importância na sociedade


40

ELEGÂNCIA É
QUANDO O INTERIOR
É TÃO BELO QUANTO
O EXTERIOR
Coco Chanel

FAZENDO MODA
FILMES E SÉRIES DE MODA
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Para alguns, a indústria da moda pode parecer terreno fútil onde os fashionistas são pessoas ob-
cecadas por roupas de grifes, falando apenas sobre suas marcas favoritas. Mas, podemos dizer que
não é bem assim. Graças a alguns recentes (e não tão recentes) filmes, a comunidade de moda tem
levado ao cinema grandes referências de moda dando profundidade ao tema. De documentários a
filmes inspirados na vida real, aqui estão 12 exemplos extraordinários do que acontece por trás das
passarelas, bem como algumas comédias que são boas demais para deixar de fora.

O DIABO VESTE PRADA


Andrea Sachs (Anne Hathaway) é uma jovem que con-
seguiu um emprego na Runaway Magazine, a mais im-
portante revista de moda de Nova York. Ela passa a
trabalhar como assistente de Miranda Priestly (Meryl
Streep), principal executiva da revista. Apesar da chance
que muitos sonhariam em conseguir, logo Andrea nota
que trabalhar com Miranda não é tão simples assim.

Onde comprar: www.saraiva.com.br/o-diabo-veste-prada-


dvd-1800803.html

FAZENDO MODA - Panorama da moda e sua importância na sociedade


42 COCO ANTES DE CHANEL

Quando criança Gabrielle Chanel (Audrey Tautou) é


deixada, junto com a irmã Adrienne (Marie Gillain),
em um orfanato. Ao crescer, ela divide seu tempo
como cantora de cabaré e costureira, fazendo bainha
nos fundos da alfaiataria de uma pequena cidade.

Até que ela recebe o apoio de Étienne Balsan (Benoît


Poelvoorde), que passa a ser seu protetor.

Recusando-se a ser a esposa de alguém, até mesmo


de seu amado Arthur Capel (Alessandro Nivola), ela
revoluciona a moda ao passar a se vestir costumeira-
mente com roupas de homem, abolindo espartilhos e
adereços exagerados típicos da época

Onde comprar: www.saraiva.com.br/coco-antes-de-


chanel-dvd-2870007.html

FAZENDO MODA
CINDERELA EM PARIS 43

Um famoso fotógrafo de moda, Dick Avery (Fred Astaire),


trabalha para a Quality Magazine, uma conceituada revista
feminina. Dick cumpre as determinações da editora da
revista, Maggie Prescott (Kay Thompson), que não está
satisfeita com os últimos resultados e tenta encontrar
um “novo rosto”. Dick o acha em Jo Stockton (Audrey
Hepburn), uma balconista de uma livraria no Greenwich
Village onde um ensaio fotográfico ocorrera recentemente.
Após certa resistência, Maggie aceita Jo como a modelo
que irá à Paris para fotografar e ser o símbolo da Quality.
Jo só concorda pois lá poderá conhecer Emile Flostre
(Michel Auclair), um intelectual cujas idéias ela idolatra.
Entretanto, ao chegarem em Paris as coisas não correm
como o planejado.

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FAZENDO MODA - Panorama da moda e sua importância na sociedade


44 DIOR E EU

O backstage dos manequins da primeira coleção de alta


costura do estilista Raf Simon para a marca Dior. Com pleno
acesso ao dia a dia da equipe, concedido pelo estilista
em seu primeiro ano como diretor de arte da marca, as
camêras puderam retratar as pressões e agitações de uma
das maiores marcas do mundo da moda.

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FAZENDO MODA
THE SEPTEMBER ISSUE 45

The September Issue é um documentário sobre a Vogue,


mostrando o “behind-the-scenes” da edição da revista de
setembro de 2007, e segue de perto a editora-chefe Anna
Wintour e sua equipe de produção.

Dispondo de grandes estilistas e modelos, este é um doc


de moda inspirador e educacional. Qualquer um que
esteja interessado no mundo da moda deve conferir!

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46 SEX AND THE CITY

Sex and the City (O Sexo e a Cidade, em Portugal e Sexo


e a Cidade, no canal TBS do Brasil) é uma premiada série
de televisão americana baseada num livro com o mesmo
nome de Candace Bushnell, Scott B. Smith e Michael
Crichton. Foi originalmente transmitida nos Estados
Unidos pela cadeia HBO, de 1998 a 2004.

Passada na cidade de Nova Iorque, a série focava nas


relações íntimas de quatro mulheres que eram amigas,
três das quais na casa dos trinta, e uma, Samantha, nos
seus quarenta. A série focou muitas vezes em assuntos
relevantes como o papel da mulher na sociedade atual.

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FAZENDO MODA
OS DELÍRIOS DE CONSUMO DE BECKY BLOOM 47

Nova York. Rebecca Bloomwood (Isla Fisher) é uma garota


que adora fazer compras e seu vício a leva à falência. Seu
grande sonho é um dia trabalhar em sua revista de moda
preferida, mas o máximo que ela consegue é um emprego
como colunista na revista de finanças publicada pela
mesma editora. Quando enfim seu sonho está prestes a
ser realizado, ela repensa suas ambições.

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48 BREAKFAST AT TIFFANY’S

Holly Golightly (Audrey Hepburn) é uma garota de


programa nova-iorquina que está decidida a casar-se
com um milionário. Perdida entre a inocência, ambição
e futilidade, ela toma seus cafés da manhã em frente
à famosa joalheria Tiffany`s, na intenção de fugir dos
problemas. Seus planos mudam quando conhece Paul
Varjak (George Peppard), um jovem escritor bancado pela
amante que se torna seu vizinho, com quem se envolve.
Apesar do interesse em Paul, Holly reluta em se entregar
a um amor que contraria seus objetivos de tornar-se rica.

Onde comprar:

FAZENDO MODA
FACTORY GIRL - UMA GAROTA IRRESISTÍVEL 49

Edie Sedgwick (Sienna Miller) é uma modelo rica, bela e


ambiciosa, que tem sua vida alterada após conhecer Andy
Warhol (Guy Pearce), o mais famoso artista plástico de
Nova York. Edie passa a frequentar o estúdio de Warhol,
onde músicos, artistas e atores se encontram durante o
dia para criar arte e à noite para se divertir. Aproveitando
a proximidade com Warhol, Edie lhe pede que dê uma
ajuda a Danny Quinn (Hayden Christensen), um talentoso
músico. Quinn, por sua vez, deseja que Edie se afaste
de Warhol, acusando-o de usá-la em seus filmes sem lhe
pagar algo.

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50 ANNIE HALL

Alvy Singer (Woody Allen), um humorista judeu e divorciado


que faz análise há quinze anos, acaba se apaixonando por
Annie Hall (Diane Keaton), uma estilosa cantora em início
de carreira com uma cabeça um pouco complicada. Em um
curto espaço de tempo eles estão morando juntos, mas
depois de um certo período crises conjugais começam a
se fazer sentir entre os dois.

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FAZENDO MODA
DOWNTON ABBEY 51

No início do século XX, a família Crawley luta para manter


o legado de Downton Abbey. Após a morte de um parente
que estava à bordo do Titanic, Robert Crawley (Hugh
Bonneville) descobre que o novo herdeiro da propriedade
é um sobrinho distante, Matthew Crawley (Dan Stevens),
um advogado com pensamentos modernistas. Enquanto
Robert e sua esposa Cora (Elizabeth McGovern) se
preocupam com o futuro das suas filhas, Mary (Michelle
Dockery), Edith (Laura Carmichael) e Sybil (Jessica Brown
Findlay), os empregados da mansão trabalham para
manter a rotina da família, com todas as regras da época.

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52 MARIA ANTONIETA

A princesa austríaca Maria Antonieta (Kirsten Dunst) é


enviada ainda adolescente à França para se casar com
o príncipe Luis XVI (Jason Schwartzman), como parte de
um acordo entre os países. Na corte de Versalles ela é
envolvida em rígidas regras de etiqueta, ferrenhas disputas
familiares e fofocas insuportáveis, mundo em que nunca
se sentiu confortável. Praticamente exilada, decide criar
um universo à parte dentro daquela corte, no qual pode
se divertir e aproveitar sua juventude. Só que, fora das
paredes do palácio, a revolução não pode mais esperar
para explodir.

Onde comprar: www.saraiva.com.br/maria-an-


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FAZENDO MODA
53

ALEGRIA É O
SEGREDO DE TODA A
BELEZA. SEM ALEGRIA
NÃO HÁ BELEZA
Christian Dior

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LIVROS DE MODA
54

Beber de novas referências é sempre uma fonte para se obter conhecimento. Para nossa sorte, estu-
diosos e pessoas que são referências no assunto estudaram e disseminaram conteúdo em forma de
livros. Desse modo, selecionamos algumas obras para complementar o curso, acrescentando ao que
aprendemos nas vídeo-aulas.

Veja abaixo a lista de 10 livros que selecionamos para contextualizar o curso.

HISTÓRIA DA INDUMENTÁRIA E DA MODA


Com base em pesquisa histórica, esta obra tem o intuito de
apresentar a indumentária e a evolução da moda desde os
povos da Antiguidade à estilistas do século XX e à indústria
das marcas internacionais. Cada capítulo ilustrado procura
abordar a indumentária e os costumes das culturas e perío-
dos históricos mais representativos através de seu contexto.
Também leva em consideração o papel da mulher na socie-
dade em questão e descreve o vestuário de homens e mul-
heres e os tecidos utilizados, além de chapéus, acessórios de
cabeça, penteados, maquiagem, perfumes e demais cuida-
dos pessoais.

Onde comprar: www.saraiva.com.br/historia-da-indumentar-


ia-e-da-moda-das-antiguidades-aos-dias-atuais-4236145.html

FAZENDO MODA
GLAMOUR 55

Reedição de uma obra considerada um clássico da literatura sobre moda.


Nesta nova versão, inédita no Brasil, Marc Jacobs escreve o prefácio.
Glamour foi escrito pela editora de moda Diane Vreeland, que aceitou o
pedido de Jacqueline Kennedy Onassis para criar uma obra que tivesse
vários comentários e dicas de estilo e moda. Com muita experiência
no meio, já que foi editora da Harper’s Bazaar por mais de 25 anos e
editora da Vogue americana por 8 anos. Vreeland selecionou fotos de
paparazzi de editoriais de moda e de pessoas comuns para escrever suas
observações e apontamentos sobre o que é estilo e elegância.

Onde comprar: editora.cosacnaify.com.br/Loja/PaginaLivro/11594/Glamour-.


aspx

A ARTE DA ELEGÂNCIA
Traduzido em português, a biografia não autorizada do estilista Yves Saint
Laurent mostra todos os lados deste ícone fashion dos anos 20. Além de
sua genialidade, capaz de criar o vestido Mondrian e o smoking feminino,
a obra fala sobre uma outra parte do designer, que teve problemas
com drogas e álcool. A jornalista entrevistou mais de 50 pessoas que
conheceram Yves, desde colegas, médicos e modelos. O único que não
quis falar foi seu fiel sócio e companheiro amoroso, Pierre Bergé.

Onde comprar: www.saraiva.com.br/saint-laurent-a-arte-da-elegan-


cia-3425065.html

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56 A PARISIENSE
A ex-modelo da Chanel, Ines de La Fressange, atualmente consultora de
moda e executiva da grife Roger Viver, escreveu este livro com dicas de
como ter o tradicional jeito “parisiense” de viver, misturando elegância e
o tradicional clima boêmio e boho-chic da cidade. Todavia, as orientações
servem para você ficar bonita e confortável em qualquer cidade. Além
disso, a obra é cheia de fotos e é gostosa de ler, com dicas “pé no chão”
e atemporais de estilo.

Onde comprar: www.saraiva.com.br/parisiense-o-guia-de-estilo-de-ines-


de-la-fressange-3691236.html

ARQUIVOS URBANOS
Um álbum de fotos, literalmente. Em Arquivo Urbano, nossa professoa
Jussara Romão resgata a mudança no vestuário brasileiro em 100 anos
de história brasileira, entre 1900 e 2000, através da reunião de registros
pessoais e fotos de família. O desafio é ousado, admite Jussara: “O livro
tem 232 páginas, mas a curadoria foi feita entre mais de mil fotos”

Onde comprar: www.saraiva.com.br/arquivo-urbano-100-anos-de-foto-


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FAZENDO MODA
A CIDADE E A MODA 57

Analisa a maneira como a “boa sociedade” do Rio de Janeiro se


relacionava com a roupa e a moda no decorrer do século XXI. Partindo
dos manuais de etiqueta que circulavam no Brasil e em Portugal, dos
jornais femininos e das teses apresentadas à Faculdade de Medicina do
rio de Janeiro, a obra mostra o papel que a moda exerceu no longo
processo de civilização dos modos.

Onde comprar: www.saraiva.com.br/a-cidade-e-a-moda-128206.html

A MODA E SEU PAPEL SOCIAL


Diane Crane traça um histórico das relações que mediaram a criação
e as transformações no uso da moda. Estudando a moda desde sua
origem, a autora demonstra como sua função de indicar status social
foi gradativamente alterada, nas sociedades contemporâneas, para
a de fator de construção da identidade do indivíduo, mediante sua
correspondência com valores que cada pessoa escolhe cultivar.

Onde comprar: www.saraiva.com.br/a-moda-e-seu-papel-social-classe-


genero-e-identidade-das-roupas-2-ed-2006-2851582.html

FAZENDO MODA - Panorama da moda e sua importância na sociedade


58 ENSAIOS SOBRE MODA, ARTE E GLOBALIZAÇÃO CULTURAL
Nesta coletânea de ensaios, a socióloga Diana Crane expõe o que se
poderia chamar de ciclo de vida dos mais notáveis produtos da indústria
do vestuário: como nascem, amadurecem e desaparecem as criações dos
estilistas e designers responsáveis, ao lado da mídia, pelo fascínio que
esse setor exerce sobre a sociedade. Assim, contribui para a compreensão
de alguns mecanismos que regulam a economia simbólica no campo
das atividades ligadas à moda, recorrendo a teorias consagradas sobre
a produção, a difusão e a valorização cultural, pois a moda, sem dúvida,
também é cultura.

Onde comprar: www.saraiva.com.br/ensaios-sobre-moda-arte-e-glo-


balizacao-cultural-3663482.html

CONSUMO DE MODA
Os profissionais de moda estão tentando cada vez mais categorizar a
moda de acordo com suas percepções do consumidor. Entretanto, muito
da pesquisa nesta área centra-se em torno das considerações econômicas
e demográficas, desconsiderando o significado social e psicológico da
moda como meio de dar forma à identidade e à diferenciação do grupo.
Este livro considera teorias no desenvolvimento da identificação social e
o papel da moda em facilitar estas construções.

Onde comprar: www.saraiva.com.br/consumo-de-moda-a-relacao-pes-


soa-objeto-2603659.html

FAZENDO MODA
MODA E ARTE NA REINVENÇÃO DO CORPO FEMININO DO 59

SÉCULO
Uma primorosa descrição da mulher oitocentista vestida de acordo com
os paradigmas sociais e redesenhada pelos valores da época, numa
análise apresentada em duas vertentes história da moda e história da
arte. A roupa determina um valor especial na construção estética que
circunda o universo sonhador e submisso das damas burguesas, que será
contado, analisado e evidenciado especialmente por meio do estudo
das anáguas e saias. O que há por trás desses trajes, o que eles ocultam
e evidenciam?

Onde comprar: www.saraiva.com.br/moda-e-arte-na-reinvencao-do-cor-


po-feminino-do-seculo-xix-2-ed-2011-3671642.html

Se possui outras referências interessantes que possam contribuir para o curso, compartilhe no
grupo de discussão com os outros participantes :)

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60

PARA CRIAR ALGO


EXCEPCIONAL VOCÊ
DEVE FOCAR NOS
PEQUENOS DETALHES
Mark Jacobs

FAZENDO MODA
LINKS DE MODA
61

Elencamos opções de sites para você sempre ficar a par das novidades do mundo da moda.

#1 STYLE.COM
Site americano com notícias, artigos e coberturas diárias dos principais
eventos e lançamentos da moda em todo o mundo.

#2 DAZED AND CONFUSED


Portal traz notícias do mundo da moda somado à cultura pop: música,
cinema e artes.

#3 FASHIONISTA.COM
Apanhado diário de novas peças de roupas, entrevistas com estilistas e
updates sobre o mercado da moda.

#4 VOGUE FASHION
Editoria online da parte de moda da Vogue americana, com links
selecionados pelos editores da revista.

#5 THE BUSINESS OF FASHION


Análises, matérias e artigos desse portal que se destina a olhar a moda
sob a ótica de negócios.

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62 #6 WWD.COM
Portal que trata da moda sob um ponto mais amplo: lifestyle, viagens e
culinária englobam as editorias. Claro, além de inúmeras dicas de estilo.

#7 PETISCOS, POR JULIA PETIT


Julia e sua equipe trazem tendências, notícias e vídeos sobre moda.
Além de diversos tutoriais e coberturas de eventos.

#8 ACHADOS DA BIA
Bia Perotti traz moods semanais, dicas de estilo, tendências de fora e
inspiração para suas leitoras

#9 HYPERCOOL
Portal nacional com cobertura diária de moda e lifestyle

#10 WADMAG
Um dos portais mais novos e relevantes, com foco em cores, estilos e
design.

FAZENDO MODA
63

BOM GOSTO DEMAIS


PODE SER CHATO

Diana Vreeland

FAZENDO MODA - Panorama da moda e sua importância na sociedade


ENTREVISTA COM
64

JUSSARA ROMÃO
O que é moda para você?
É um dos pilares para se identificar o comportamento social de uma época.

Como ela impacta nas nossas vidas?


A moda representa o indivíduo e seu estilo de vida. E hoje ainda vai mais além expressando também
como ele se sente.

Como você se relaciona com a moda no seu dia-a-dia?


Passamos por muitos estágios na moda durante a vida. Da insegurança total ao “sou assim e daí?”
até finalmente aprendermos a adequar nossas vontades as ocasiões e suas necessidades. Estou neste
último estágio.

FAZENDO MODA
Com o jeito de se vestir, de se informar, de consumir. Como é a 65

relação da Jussara com a Moda?


Sou uma workaholic da moda, e adoro! Tudo e todos são fontes de inspiração. Mantenho um arqui-
vo diversificado de sites, blogs; acompanho as redes sociais; sou curiosa por conhecer todas as ex-
pressões de arte e observo as ruas sem qualquer preconceito. Sou uma espiã do comportamento e
uma esteta por natureza. Não sou consumista e mantenho um guarda-roupa prático que não perde a
validade a cada estação. Mas como toda mulher me apaixono facilmente.

Você trabalha com moda há mais de 20 anos e a moda sempre


se transforma. Qual desses momentos foi o mais marcante?
Posso falar sobre as mudanças do início do século passado com a queda do espartilho, a entrada do
esporte na vida social, os longos cabelos cortados “à la garçonne”.
Mas viver a transformação é mais simbólica e para mim o momento mais marcante aconteceu dos
anos 70 para os anos 90. O mix de texturas, cores, a leveza dos tecidos e a sensação refletida pelo
“paz e amor” ganhou uma estética simples, preto e branco, rígida e a sensação de auto controle e
busca pela modernidade. Também é impossível não falar das mudanças que o anos 2000 trouxeram
em relação ao século passado, rompendo de vez com ditadura da moda e exigindo espaço para a
personalidade individual.

FAZENDO MODA - Panorama da moda e sua importância na sociedade


66 Se você pudesse escolher um momento importante na história
da moda, qual seria? Qual momento que você gostaria de ter
vivido?
Sem dúvida alguma os anos 20. Gosto da estética, da liberdade conquistada pelas mulheres e da
sensação que devemos viver intensamente. Eu pertenço a essa época.

Qual caminho que a moda está seguindo? Com a ascenção dos


meios digitais você acredita que a moda mudou?
Estamos em um momento de ruptura. A sociedade está mais ativa, opinativa e isso reflete na sua for-
ma de se expor. Talvez essa liberdade assuste a muitos e isso traga novamente o culto a repressão.
Além disso temos a tecnologia envolvendo nossas vidas, portanto tudo será possível. Mas a moda
continuará a ser o que sempre foi, um identificador de todas essas mudanças.

FAZENDO MODA

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