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ACCUEILGÊNESE DA CORRUPÇÂO
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FRANÇAIS
Publié 07/02/2012 par Jean-Paul Pougala
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Quando se observa a história dos escândalos políticos pode-se facilmente concluir que
a corrupção política é tão velha como a própria política. Nos reinos o monarca, senhor
de todo os negócios e posses móveis e imobiliárias, não precisava roubá-los ou cometer
atos de corrupção para possuí-los. Só após a Revolução Francesa começaria a
verdadeira corrupção política. Pode-se assim constatar um acontecimento importante,
o 2 de dezembro de 1887, com a renúncia do Presidente da República Francesa Jules
Grévy, como epílogo de gigantesca história de corrupção no mais alto nível de Estado.
À Frente do Estado francês o Presidente Grévy constituíra −? junto com seu filho
Daniel Wilson, deputado do Vale do Loire, e com o general Caffarel −? uma verdadeira
associação de malfeitores dedicada ao tráfico de condecorações, principalmente as da
Legião de Honra. Wilson e Caffarel dispunham para esse intuito de um escritório no
interior do próprio palácio do Elysée de onde vendiam as condecorações por até
100.mil francos da época a homens de negócio. Antes da venda, as negociações
ocorriam no interior de um bordel administrados por dois proxenetas de nome Ratazzi
e Limouzin.
A GRÉCIA
Em março de 2012 soubemos pelo jornal diário grego Khatimerini que a Siemens e a
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Grécia haviam fechado acordo para pôr fim a 10 anos de litígio devido à espoliação do
país por esta empresa por meio de políticos corruptos. Nos termos deste acordo, a
Siemens renunciava a 80 milhões de euros de propina ao Estado grego; pagaria 90
milhões de euros a este último, além de ter de injetar 100 milhões na sua filial grega. O
negócio ocorreu entre 1990 e 2002, ocasião em que a Siemens alemã pagou milhões aos
políticos gregos para conquistar o mercado das telecomunicações e dos transportes,
muito vantajoso para a Siemens. Até a presente data a lista de políticos alemães
corrompidos pela Siemens é mantida em segredo pela Alemanha; apenas Angela
Merkel, chanceler alemã, acha-se a par de todo o processo de corrupção, e também dos
nomes e dos montantes destinados a cada político grego. E o nome de Akis
Tsochatzopoulos, recolhido à aposentadoria por idade, parece surgir como o bode-
expiatório que a Alemanha quis oferecer como engodo ao povo grego para, assim,
desviar a atenção dos seus verdadeiros propósitos e dessa forma manter esses outros
políticos ainda em função e forçá-los a assinar todos os planos de rigor apresentados
pela Alemanha em nome de toda a União Europeia. Esse é o fato, pelo menos na
opinião de Danaï Bagogiannis, membro do Comitê Político de Syriza (partido de
esquerda grego contra o qual toda a Europa, incluso o Partido Socialista Francês, foram
conclamados a votar nas eleições legislativas de julho de 2012). Convém relembrar que
a Ferrostaal, a sucursal grega do grupo alemão MAN, forneceu provas, ante um tribunal
alemão, do pagamento do montante total de 60 milhões de euros aos políticos gregos. A
pergunta é: por que o único nome da lista pública é o de Tsochatzopoulos, o único
eximido pela aposentadoria? Akis embolsou 8 dos 60 milhões. Quem são aqueles que
cooptaram os 52 milhões restantes? Esta pergunta, ainda não respondida ante a opinião
pública grega, configura um dos elementos para a perda da soberania do país, longe dos
diferentes planos de austeridade, pois quando os políticos de uma nação são corruptos,
toda a nação está vendida, e em dívida.
A isso se acrescenta uma curiosidade que nos leva a citar Yanis Varoufakis, professor
de Economia na Universidade de Atenas, quando ele declarou a Roxane McMeeken,
jornalista do The Independent na sua edição de 17/11/2011: ³Enquanto os hospitais
gregos carecem de tudo, o orçamento para escapar do ataque da União Europeia e do
FMI é o das despesas militares´. E ele acrescenta: ³A Grécia é um cliente
desproporcional para o setor de armamento. Comparando-se ao tamanho do país, a
imensidão do gasto é ridícula´. Aquilo que Yanis procura denunciar é o fato de que o
Presidente francês Sarkozy e a chanceler alemã Merkel mostravam-se os mais
engajados em todas as frentes da crise aparentando desejar verdadeiramente salvar a
Grécia, todavia houve a amarga constatação de que a Grécia é o país que mais gasta sua
riqueza com armamentos e torna-se até a primeiríssima cliente do armamento alemão e
a tarceira da França. A Alemanha, principal fornecedor de armas à Grécia, controla 58%
das suas despesas militares. E quando o plano de austeridade afeta creches e hospitais,
mas não o estoque de armas, cabe a pergunta: até onde pode chegar a imoralidade
política na Europa?
FRANÇA
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Quando em 2010 Jean Luc Touly escreveu o livro ³A Água das Multinacionais´ para
relatar seus trinta anos de serviços, findos em 2006, junto à Veolia e à máfia do sistema
francês da PPP, a Veolia lhe ofereceu 1 milhão de euros para impedir a venda desta obra.
Evidentemente ele recusou. Vale acrescentar que, baseado nesse livro, existe um
documentário muito bem feito: ³Water makes Money´ cujo vídeo é acessível
peloYoutubeno endereço:
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O SEDIF (Syndicat des Eaux d¶Île-de-France = Sindicato das Águas das Ilhas
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Francesas) agrupa 144 comunidades da metrópole parisiense para fazer frente ao grupo
privado Veolia (antiga Vivendi). Ele fornece água a 4 milhões de parisienses há 80
anos. Ao longo de 30 anos uma única pessoa chefia o SEDIF: o Sr. André Santini que,
durante esse longo mandato, acumulou também o cargo de Ministro da Função
Pública, bem como de Deputador e Prefeito de Issy-Les Moulineaux. No
documentárioWater Makes Moneyé apresentada a prova, por documento, que em 11
de agosto de 2008 o Sr. Santini envia membros do SETIF às 144 comunidades. Porém
ele se equivoca e usa papéis timbrados da Veolia. Pergunta: o que faziam os papéis
timbrados do controlado em posse do suposto controlador? Que outras atividades o
suposto controlador estatal faz em favor da supostamente controlada empresa privada
Veolia, a ponto de dispor de, no mínimo, 144 papéis timbrados desta?
A ILUSÃO ESCANDINAVA
A FINLÂNDIA
Para responder a essas diferentes perguntas escolheremos o mais virtuoso dos três
países escandinavos, a Filândia, e, para evitar que se incrimine injustamente a crise
econômica como a causa de todas as modificações de comportamento, examinaremos
os acontecimentos de 2002 a 2008. Por que a partir de 2002? Porque é o ano da nova lei
eleitoral na Finlância. Já 2008 é o começo da crise econômica. Por que focar essa lei
eleitoral? Porque é esse o principal elemento que nos indica se os políticos de uma
nação são honestos ou não. O fato de tribunal algum proferir sentença por delito não
significa sua não-existência, pois provavelmente os políticos desse país fraudaram o
código penal para se proteger de antemão. Isso significa que nas estatísticas jamais se
verá condenações por tal delito. Porém isso não quer dizer que esse país seja tão
virtuoso. Uma lei pode muito bem ser promulgada para afirmar que um ato de
corrupção não é um ato de corrupção; este foi o recurso de Silvio Berlusconi na Itália ao
fazer votar pelo Parlamento, mês após mês, todas as leis que impediam a sua prisão,
como no caso da despenalização da falsificação dos balanços de uma empresa. A lei
eleitoral é reflexo de instante delicado, base da maior das corrupções noutros países
europeus. O que diz a nova lei eleitoral finlandesa de 2002 sobre o financiamento de
campanhas eleitorais e de partidos políticos? NADA! Não há frase alguma que trate
deste assunto. E em direito positivo, tudo o que não é proibido pela lei é autorizado. O
pior é que essa lei eleitoral exige a abertura de contas da campanha eleitoral ao fim da
mesma, porém como não prevê sanção alguma, ninguém se preocupa com tal prestação
de contas.
Esta explicação nos foi dada na primavera de 2008 pelo Presidente do grupo centrista
no Parlamento finlandês, o qual jamais abriu suas contas da campanha eleitoral
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conducente à sua eleição em 2007. Ele teve assim de admitir que se seu partido não
mostrou tal transparência foi porque recebeu muito dinheiro de homens de negócios
para sua campanha e isso através de um estratagema bem enraizado da uma associação
enganar o povo, sob o nomede Kehittyvien Maakuntien Suomi. Ao se esmiuçar o caso
descobre-se por exemplo que, através dessa associação, o partido centrista recebeu 145
mil euros de uma empresa imobiliária denominada Nova Group. E o que é a Nova
Group? É uma empresa semi-inadinplente e em vias de demitir muitos funcionários. O
pior é que é seu PDG (Président-directuergeneral= Presidente-Diretor Geral) quem
reconhecia que, além do dinheiro pago à associação clandestina, ele também pagou
diretamente 125 mil euros aos caixas do partido, verba que beneficiou diretamente ao
Primeiro Ministro finlandês. E o que ele recebeu em troca? Nada? Ademais pode-se
constatar que sua empresa, antes à beira da falência, recobrou o fôlego após as eleições
de 2007.
Interrogado sobre esses fatos esse último (o Primeiro Ministro) começou por negá-los
para, em seguida, reconhecer o erro irreparável: ele: ele não queria carregar sozinho o
fardo da humilhação. O Primeiro Ministro, Matti Vanhanen (centro) avaliou o caso.
Todos foram corrompidos! Ele afirmou não passar da árvore que encobre a vasta
floresta da corrupção da sociedade finlandesa a qual já dura várias décadas, porém é
habilmente oculta do povo e do mundo. Assim, com provas, ele explicou como toda a
sociedade finlandesa se achava completamente corrompida, tanto os citados sindicatos
finlandesas quanto as empresas públicas, passando pelas associações subsidiadas pelo
Estado as quais, por ironia do destino, são muito frequentemente as instituições que
irão explicar a ³teoria da boa governança´ aos políticos ingênuos de alguns países
africanos.
A SUÉCIA
A NORUEGA
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Também aqui iremos encontrar os traços de uma velha conhecida, a Siemens alemã que
exporta a sua corrupção até a Lapônia. Em 15 de dezembro de 2007 eclode o escândalo
das férias oferecidas pela Siemens aos generais noruegueses, especialmente o número
dois da armada real, o vice-almirante Jan Reksten, chefe do Comando Operacional, e
um dos conselheiros próximos do Ministro da Defesa e capitão de mar e guerra Arne
Gronningsaeter, bem como de seis outras eminências do reino norueguês. Trata-se de
férias para a prática do golfe na Espanha pagas pela Siemens. Mas em troca do quê? Em
resposta a este questionamento, a penalização foi mais do que exemplar e os altos
funcionários foram sumeriamente exonerados de suas funções. O reino norueguês
levou assim menos de 48 horas entre a descoberta do escândalo e o expurgo no seu
exército.
A UNIÃO EUROPEIA
e antigo Ministro do Interior entre 2000 e 2004. No filme ele é visto embolsando o
primeiro maço dos 100 mil euros anuais.
– O outro eurodeputado pronto a vender serviços para os quais o povo nele votara é
Adrian Severin, nascido em 28 de março de 1954 em Bucareste, ministro das Relações
Exteriores de 12 de dezembro de 1996 a 29 de dezembro de 1997, no governo de Victor
Ciorbea. Ele foi deputado romeno de 1990 a 2007 e ex vice-Primeiro Ministro romeno.
Severin enviara um e-mail aos falsos lobistas do Sunday Time onde escrevera: ³Para
informar que a emenda desejada por vocês foi apresentada em tempo´ E ele encerra
oe-mailcom uma fatura de 12 mil euros.
– politico algum pode aceitar um convite fora de seu país sem antes conceder
explicação sobre a importância desse convite para seu povo.
– tornar inconvertíveis as moedas utilizadas na África, lá onde ainda não o são, a fim
efetuar um verdadeiro controle dos fluxos de capitais.
– toda a compra de veículo ou toda despesa além de certo limite deve ser
sistematicamente compatível com a última prestação de contas de retorno. Essa prática
está hoje em vigor em várias nações do mundo. Na Coreia do Sul, por exemplo, quando
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se compra um sedã alemão existe 100% de certeza de que no dia seguinte haverá uma
visita do fisco.
– multiplicar a publicidade sobre os atos dos políticos eleitos. Os cidadãos devem poder
saber a qualquer momento detalhes sobre contratos assinados pelos eleitos, bem como
as verdadeiras motivações na escolha dos empreiteiros no mercado público.
– a delação pode parecer moralmente repreensível, porém em vários países essa técnica
de disponibilizar um número de telefone ou uma comunicação em perfeito anonimato
para o acompanhamento dos procedimentos dos políticos se mostrou muito eficaz para
o combate a determinadas incivilidades de funcionários.
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Jean-Paul Pougala
Jean-Paul Pougala est un écrivain camerounais auteur de
"Géostratégie Africaine" et directeur de l'Institut d'Etudes
Géostratégiques.
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