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Centro Universitário da FEI – Departamento de Engenharia Mecânica
Máquinas de Fluxo (7º Mec D e 9º Mec N) - Prof. Sérgio Lopes
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PARTE I Agosto/16
Dados para o projeto: HB , Q e n
Nota: Importante num projeto para o curso de graduação, que estes dados sejam retirados
de uma bomba real, do ponto de máximo rendimento, para que os valores calculados
possam ser comparados com alguns dados reais da bomba.
𝑛 . √𝑄
𝑛𝑞 = 3⁄
4
𝐻𝐵
RT = rigidez à torção
RT = º/ L (grau/m)
4 32. 𝑇
𝑑𝑒 ′ = √
𝜋. 𝐺. 𝑅𝑇
1
Onde:
(de’ ainda não é o diâmetro do eixo, pois precisamos acrescentar o rasgo da chaveta)
RT = 1,5 grau/m = 1,5. /180 rad/m para eixos maciços de seção circular,
admitindo uma rigidez normal/leve, com uma deformação angular média.
G aço = 85 GPa
4
𝑑𝑒 ′ = 0,0082 . √𝑇 de’ (m)
𝟒
𝒅𝒆′ = 𝟖, 𝟐 . √𝑻 de’ (mm)
𝛾. 𝑄. 𝐻𝐵
𝑁𝐵𝑀é𝑑𝑖𝑎 = ; 𝑁𝐵 𝑀á𝑥𝑖𝑚𝑎 > 𝑁𝐵𝑀é𝑑𝑖𝑎
𝜂𝐵
Por exemplo, podemos acrescentar 10 a 20% 𝑁𝐵𝑀á𝑥𝑖𝑚𝑎 = (1,1 𝑎 1,2) 𝑁𝐵𝑀é𝑑𝑖𝑎
Quanto ao peso específico do fluido, podemos usar o da água: H2O = 1000 kgf/m3
Nota: Depois de calcular a potência da bomba (média) será necessário acrescentar 10 a
20% à mesma, para determinar a potência máxima que será exigida do motor elétrico. Essa
medida não é semelhante à feita quando selecionamos um motor elétrico para uma bomba,
como medida de segurança contra possíveis erros. Devemos lembrar que estamos
dimensionando o eixo e que o projeto está sendo feito para o ponto de rendimento máximo
(com NBMédia), entretanto a bomba projetada deverá atender maiores vazões que exigirão
potências maiores(com NBMáxima).
2
𝑃 𝑁𝐵 𝑀á𝑥𝑖𝑚𝑎 .75 .9,8 7018,7 .𝑁𝐵 𝑀á𝑥𝑖𝑚𝑎
𝑇= = 2.𝜋.𝑛⁄ =
𝜔 60 𝑛
Nota Importante: Convém lembrar que se não estamos selecionando motor elétrico
para uma bomba e sim dimensionando o eixo para suportar uma determinada potência
máxima, não tem sentido verificar o carregamento para avaliar superdimensionamento de
motor e nem utilizar fator de serviço.
Para tanto podemos utilizar a sugestão de gráficos que utilizam a rotação específica,
como o visto no curso de Bombas. Vide gráfico I
Gráfico I
3
- Determinação do diâmetro do eixo (de):
Teoricamente:
de = de’ + 2 . t1
de = de’ + t1
4
3º passo: Cálculo de “dc” (diâmetro do cubo)
dc = (1,3 a 1,4).de
Ae (D12 d2c)
4
Segundo Stepanoff, a velocidade radial do fluido pode ser estimada pelo coeficiente
adimensional “KVr1” , obtido através do gráfico II em função da rotação específica (nq), e
calculada pela seguinte equação:
Gráfico II
5
A vazão total (Qt) pode ser obtida através do rendimento volumétrico, estimado pelo gráfico
III em função da rotação específica. Assim:
𝑄 𝑄
𝜂𝑉 = ; 𝑄𝑡 =
𝑄𝑡 𝜂𝑉
Gráfico III
5º passo: Cálculo de “ 1” (ângulo de entrada das pás)
6
PARTE II
Qt t1
b1 1 . e 1
2 . . r1 . vr1 t1 su1
π.D1
t1 Z (nº de pás)
Z
?
s
su1 s (espessura das pás)
senβ1
D 2 D1 β β2
Z 6,5. .sen 1
D 2 D1 2
Lembrar que Zmin = 5 e Zmáx = 12
D2
?
2
D2 < 300 mm s = 3 mm
D2 300 a 500 s = >3 mm
<5 mm
D2 > 500 mm s = >5 mm
(até 1000) <7 mm
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maior ou um pouco menor em relação ao adotado (os cálculos dos próximos passos vão
mostrar a necessidade da alteração).
nq (rpm) D2/D1
10 a 30 2,0 a 3,5
30 a 50 1,5 a 2,0
50 a 80 1,3 a 1,5
80 a 135 1,1 a 1,2
135 a 330 1,0
Z (5 a 12) e s
Encerrando os cálculos: com D2 e 2
=> 1 < 1,3 e b1
vr2
u2 ' . n . D 2 ' vu 2 u2 (do triângulo de velocidades)
tg β2
g.Ht
vu 2 (da condição: entrada radial)
u2
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Igualando as duas equações acima e isolando a velocidade tangencial do rotor,
chegaremos numa equação do segundo grau. Utilizando o valor positivo da mesma, temos:
2
vr2 vr2
u2 ' g.Ht
2 . tg β 2 2 . tg β 2
Temos que calcular a velocidade radial do fluido na saída das pás e a carga teórica
infinita. Utilizando o coeficiente adimensional Kvr2, que já foi apresentado no gráfico II e as
equações da Teoria das Bombas, fica faltando apenas o rendimento hidráulico que deve ser
estimado através da fórmula de Lomakine:
0,42
ηH 1 2
Fórmula de Lomakine:
33 Q
log (4 a 4,5).10 . 0,172
n
( onde: Q => m3/s ; n => rpm )
Nota: Calcule dois valores do rendimento hidráulico, com (4) e com (4,5), e utilize o valor
médio lembrando que esta faixa poderá ser útil para ajuste do projeto, pois qualquer valor
dentro da faixa obtida pode ser utilizado.
U2’ D2’ (calculado) D2’= U2’/ ( . n) comparar com o adotado no 6º passo (D2)
D2’ calculado
permitida = 5% ( = erro)
D2 adotado (em relação ao adotado)
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Nota: o valor que vai continuar no projeto é o adotado. O valor calculado serve apenas para
a verificação do adotado, portanto, a referência deve ser sempre o valor adotado.
diferença
= x 100 5% [diferença = (D2 – D2’) ou (D2’ – D2)]
D2
Importante: Caso a diferença seja maior do que 5% voltar ao item “6” adotando uma
nova relação D2/D1, um pouco maior ou um pouco menor do que a anteriormente adotada.
Se for necessário alterar também o valor do ângulo 2.
2 .Qt t2
b2 e 2
2. .r2 .vr2 t 2 su 2
Neste item teremos que fazer o fechamento do projeto. O rendimento da bomba ( B)
foi adotado no início do projeto através da rotação específica. Depois foi adotado o
rendimento volumétrico (V) também por indicação da rotação específica, e por último o
rendimento hidráulico (H). A verificação será feita através do rendimento mecânico (M).
Sabemos que: B = V . H . M
O rendimento mecânico será calculado pela fórmula deduzida pela Teoria das
Bombas, que não utiliza as perdas mecânicas, somente grandezas teóricas (Qt e Htz), e isto
vai fazer com que essa verificação dê sempre certa, pois a verificação feita desta forma
será mascarada pela Teoria das Bombas que referendou o diâmetro adotado. Vale
lembrar que o diâmetro calculado foi determinado pelas equações da Teoria das Bombas e
se a verificação deu certo, então esta, a verificação dos rendimentos, também dará certo.
Será que, se o rendimento mecânico (M) fosse calculado através das potências
dissipadas pelas perdas mecânicas e depois multiplicado pelos rendimentos hidráulico e
volumétrico, daria o mesmo valor do rendimento da bomba adotado no início do projeto?
Segundo Troskolanski, para evitar que a Teoria das Bombas mascare essa verificação, as
perdas mecânicas devem ser utilizadas e o rendimento mecânico deve ser calculado por
uma outra equação, sugerida por ele, que inclusive leva em conta que quando todas as
perdas acontecem ao mesmo tempo, uma acaba interferindo nas outras.
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Se o resultado for positivo significa que o tamanho do rotor está perfeitamente
compatível, fechando os cálculos, mas se não der o mesmo valor, significará que o tamanho
do rotor não está compatível e deveremos voltar ao item “6” reiniciando os cálculos,
perseguindo um valor de rendimento o mais próximo possível do rendimento que foi adotado
no início do projeto.
Pela Teoria das Bombas, vimos que a potência dissipada pelas perdas mecânicas
(Npm) é a soma da potência dissipada por atritos mecânicos (Na) com a potência dissipada
por atrito de disco (Nd) (função do diâmetro que será avaliado):
Npm = Na + Nd
Na potência dissipada por atritos mecânicos terá o seu valor estimado, normalmente:
Na = 0,01 x Nu
𝛾. 𝑄. 𝐻𝐵
𝑁 (𝑑𝑎 𝑀𝑒𝑐𝐹𝑙𝑢) = 𝑁𝑢 = (𝐶𝑉)
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Nd potência dissipada por atrito de disco pode ter a fórmula deduzida por equações da
MecFlu, resultando na equação abaixo (sugerida por A.Troskolanski):
𝛾
𝑁𝑑 = 2,73𝑥10−2 . . 𝑛3 . 𝐷25
𝑔
𝑁𝑑 = 1,72𝑥10−7 . 𝑛3 . 𝐷25
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Segundo A. Troskolanski, uma fórmula “prática” que procura determinar o rendimento
mecânico levando em conta o conjunto, ou seja, as influências que podem acontecer quando
todas as perdas acontecem ao mesmo tempo é:
NU
M '
NU NPM
B’ = V . H . M’
Este rendimento será o rendimento “calculado” que deverá ser comparado com o
rendimento adotado no início do projeto:
B’ calculado
permitida = 5% ( = erro)
B adotado (em relação ao adotado)
diferença
= x 100 5% [diferença = entre os dois rendimentos]
B
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PARTE III
O método mais simples para o traçado das pás é o Método Geométrico por Um Arco
de Circunferência. Não é o melhor método, pois o traçado por um simples arco de
circunferência pode proporcionar pás abruptas que somente se preocupam com a entrada e
a saída, sem a preocupação do que acontecerá ao longo das mesmas. Além disto, tendo
apenas as larguras da entrada e da saída das pás, não conseguiremos determinar o perfil
lateral do rotor.
(1) (2)
(3) (4)
O melhor método de traçado das pás é o Método dos Pontos, que adota 9 pontos
entra a entrada e a saída das pás, calculando tudo para cada um deste 9 pontos, verificando
se o ângulo de cobertura das pás fica na faixa de 90 a 110º. Com este método, podemos
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determinar como deve ocorrer a variação das grandezas ao longo da pá e o traçado da pá
se assemelha ao perfil de uma envolvente (como visto em mecanismos).
Q↑
Ac = Área do caracol Vc = cte (Stepanoff)
A↑
Como a vazão que passa pela área máxima da caixa espiral é a vazão recalcada (Q),
estimando o valor da velocidade do fluido no caracol (Vc), através de mais uma fórmula
fornecida por Stepanoff, que depende de um coeficiente adimensional “Kc” que pode ser
obtido pelo gráfico IV através da rotação específica, podemos determinar o máximo valor da
área da caixa espiral:
Q recalcada
Vc Kc. 2. g. HB => Gráfico IV → Kc = f(nq) => Ac MAX
Vc
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Tipos de Seções Utilizadas:
b3
(1,2 a 1,8)
b2
b 4 adotado b 3
b 4 b 3 4 mm (2 de cada lado)
r3 r2 (0,2 a 2mm)
b4
a
2 tg( )
2
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Cálculos para o traçado do caracol:
r2 . r 2 . º
A ACD º x
2 180 360
b4 a
A ABE
2
A Cmáx x
se ACmáx 360º e ACgen = ( ACgen )
360
Ac máx . θ 180 . b 4 . a
r ou r K1 K 2
. º . º
Para o traçado do caracol teremos que calcular o (r-a) para valores do ângulo , de 0º
a 360º, determinando o “r” conforme a equação dada e subtraindo o valor do “a” que é
constante. (r-a) é a profundidade da caixa espiral, a partir do “r3”, que vai aumentando
proporcionalmente à medida que o ângulo vai aumentando.
ponto - 1 2 3 4 5 6 7 8 9
graus 000 450 090 135 180 225 270 315 360
r mm
(r-a) mm
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Para o traçado do caracol faça uma circunferência de raio “r3”. Lembre que o rotor é
um pouco menor e num desenho da bomba em corte vista de frente vamos enxergar os dois
raios, “r2” e “r3”. Iniciando de um lado, marque o ponto “1”, correspondente a = 0º,
acrescentando o (r-a) correspondente da tabela acima ao “r3”. Faça a mesma coisa com os
pontos de “2” a “9”, unindo todos estes pontos por linhas retas (1 a 2, 2 a 3, 3 a 4, etc.).
O traçado inicia com os trechos 1-2 e 2-3. Trace a mediatriz de cada um destes dois
trechos. No encontro das mediatrizes marque um ponto. Ele será o centro de curvatura que
você vai utilizar, abrindo o compasso até o ponto 1 e traçando um arco que vai passar pelos
pontos 1, 2 e 3.
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O próximo passo utilizará os pontos 2, 3 e 4 (você terá sempre que voltar um ponto),
com os respectivos trechos, 2-3 e 3-4. Trace a mediatriz do trecho novo, 3-4, e onde cruzar
com a mediatriz do trecho anterior, 2-3, marque um novo ponto. Este ponto servirá como
centro de curvatura para um novo traçado. Só que o trecho 2-3 já está com o traçado feito,
então faça uma concordância e a partir do centro de curvatura novo, traçando somente o
arco do trecho 3-4.
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12º passo: Cálculo e Traçado do Bocal de Saída (Difusor)
4*Q
Vs’ = ( 0,3 a 0,5 ). Vc => Ds'
π * Vs'
Adote um valor para a velocidade de saída (provisório) dentro da faixa sugerida e com
ele calcule o diâmetro da saída. Normalize este diâmetro pela norma DIN ou pela norma
ANSI, correspondente ao diâmetro interno de um tubo e recalcule a velocidade de saída,
verificando se ela está dentro da faixa. Para o
cálculo do comprimento do bocal determine
inicialmente o ângulo através do gráfico V.
X r a360 r a0
δ graf. δ f(Vc)
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Ds X
δ 2 Ds X
tg L
2 L 2 * tg δ 2
Gráfico V
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Finalizando o desenho, colocamos o bocal de saída a partir do final da caixa espiral,
eliminando a interferência que vai acontecer e arredondando o canto superior. Colocamos o
flange que será fundido junto com a carcaça da bomba e utilizamos uma espessura de
carcaça semelhante à espessura de tubo de ferro fundido de espessura standard.
Este roteiro foi feito com a colaboração dos alunos: Dênis Carneiro e André Selim (do 8ºN - 2º/2004);
Henrique, Bruno e Renata (do 7ºD – 1º/2005), como também do Prof. Alberto Vieira Jr na parte inicial
relacionada com Elementos de Máquinas
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