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2017­5­17 Aviso Prévio

AVISO PRÉVIO
 
Nas  relações  de  emprego,  quando  uma  das  partes  deseja  rescindir,  sem  justa  causa,  o  contrato  de  trabalho  por  prazo  indeterminado,
deverá, antecipadamente, notificar à outra parte, através do aviso prévio.
 
O aviso prévio tem por finalidade evitar a surpresa na ruptura do contrato de trabalho, possibilitando ao empregador o preenchimento do
cargo vago e ao empregado uma nova colocação no mercado de trabalho.
 
Com fundamento na legislação, doutrina e jurisprudência, elaboramos o presente estudo sobre o instituto do aviso prévio.
 
Importante  observar  que  as  normas  coletivas  de  trabalho  podem  estipular  condições  mais  benéficas  que  as  previstas  na  legislação
vigente, inclusive no que concerne ao aviso prévio.
 
Para baixar os modelos de aviso prévio acesse o tópico Modelos.
 
DEFINIÇÃO
 
Aviso prévio é a comunicação da rescisão do contrato de trabalho por uma das partes, empregador ou empregado, que decide extingui­
lo, com a antecedência que estiver obrigada por força de lei.
 
Pode­se conceituá­lo, também, como a denúncia do contrato de trabalho por prazo indeterminado, objetivando fixar o seu termo final.
 
CONTAGEM DO PRAZO E FORMALIZAÇÃO
 
O aviso prévio, até outubro/2011, era de 30 dias conforme estabelece o art. 7º, XXI da Constituição Federal.
 
Com a publicação da Lei 12.506/2011 a duração do aviso prévio passou a ser contado de acordo com o tempo de serviço do empregado,
sendo de 30 (trinta) dias para aquele que tiver até um ano de vínculo empregatício na mesma empresa, acrescidos 3 (três) dias por ano
de serviço prestado até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias.
 
A nova lei não deixou especificado exatamente como o acréscimo dos 3 dias será computado. Entretanto, de acordo com a Nota Técnica
184/2012 da Secretaria das Relações do Trabalho do MTE, podemos sintetizar que o entendimento do Órgão Fiscalizador e da própria
jurisprudência (abaixo) está de acordo com a tabela abaixo:
 
Tempo Trabalhado Dias de Aviso
Até 1 ano 30
Acima de 1 até 2 anos 33
Acima de 2 até 3 anos 36
Acima de 3 até 4 anos 39
Acima de 4 até 5 anos 42
Acima de 5 até 6 anos 45
Acima de 6 até 7 anos 48
Acima de 7 até 8 anos 51
Acima de 8 até 9 anos 54
Acima de 9 até 10 anos 57
Acima de 10 até 11 anos 60
Acima de 11 até 12 anos 63
Acima de 12 até 13 anos 66
Acima de 13 até 14 anos 69
Acima de 14 até 15 anos 72
Acima de 15 até 16 anos 75
Acima de 16 até 17 anos 78
Acima de 17 até 18 anos 81
Acima de 18 até 19 anos 84
Acima de 19 até 20 anos 87
A partir de 20 anos 90
 
Forma de Contagem Dos Dias a Partir da Comunicação
 
Conforme  dispõe  o  art.  20  da  Instrução  Normativa  SRT  15/2010,  o  prazo  correspondente  ao  aviso­prévio  conta­se  a  partir  do  dia
seguinte do recebimento da comunicação, que deverá ser formalizada por escrito.
 
Assim, independentemente da hora da comunicação, ou seja, se no primeiro horário, durante ou no final da jornada de trabalho, deve­se
considerar  o  início  da  contagem  do  período  correspondente  o  dia  seguinte  da  comunicação,  independentemente  se  for  dado  pelo
empregador ou pelo empregado.
 

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O  início  da  contagem  do  dia  seguinte  também  independerá  de  ser  ou  não  dia  útil,  ou  seja,  o  início  da  contagem  será  sempre  o  dia
seguinte, ainda que este seja domingo, feriado ou qualquer outro dia não útil.
 
Embora pareça não ter nenhuma influência no aspecto geral, a contagem do início do aviso no dia seguinte ao da comunicação poderá
ser determinante para assegurar ou não o pagamento de 1 avo a mais de férias ou de 13º salário, como veremos no exemplo 2 abaixo.
 
Nota: Ainda que a legislação estabeleça que o início da contagem seja o dia seguinte ao da comunicação, na prática, praticamente 100%
(cem por cento) das empresas iniciam a contagem no mesmo dia ao da comunicação. Como não há reclamação ou repercussão
desse um dia a mais ou a menos no montante das verbas rescisórias a serem pagas, as empresas continuam contando a partir da
comunicação. Mas como já frisado no parágrafo anterior, esse um dia pode sim, fazer diferença.
 
Exemplo 1
 
Empresa comunicou o desligamento do empregado (com um ano de emprego) em 17.05.2017, estabelecendo o cumprimento de 30 dias.
O início da contagem dos 30 dias começa em 18.05.2017 com vencimento em 16.06.2017 (sexta­feira). Neste caso, o pagamento deverá
ser realizado no dia 19.06.2017 (segunda­feira) que é o primeiro dia útil seguinte ao vencimento.
 

 
Exemplo 2
 
Empregado, com um ano de vínculo empregatício, comunicou o desligamento à empresa em 16.10.2017. O início da contagem dos 30
dias começou em 17.10.2017 (dia seguinte ao da comunicação) com vencimento em 15.11.2017. Neste caso, o pagamento deverá ser
realizado no dia 16.11.2017 (primeiro dia útil seguinte ao vencimento).
 

 
Observe que neste exemplo o início da contagem do aviso no dia seguinte foi determinante para o pagamento de 1/12 avos a mais de
13º salário e de férias, já que os 15 dias trabalhados em novembro garante ao empregado esse direito.
 
Embora  observamos  que  na  prática  muitas  empresas  começam  a  contar  o  aviso  a  partir  da  data  de  comunicação,  sem  qualquer
repercussão perante ao sindicato representativo ou à Justiça do Trabalho, há casos, como neste exemplo, em que os fiscais do Ministério
do Trabalho acabam autuando as empresas pelo não pagamento do avo devido.
 
Aviso Prévio Indenizado
 
A  legislação  não  se  manifesta  em  relação  ao  aviso  prévio  imediato  (indenizado).  Assim,  entendemos  que  quando  do  aviso  prévio
indenizado, o desligamento ocorre a partir do recebimento da comunicação, data esta que será considerada como último dia trabalhado,
a qual também deverá ser formalizada por escrito.
 
Exemplo
 
Empresa  comunicou  o  desligamento  do  empregado  (aviso  prévio  indenizado)  em  12.05.2017.  Neste  caso,  o  pagamento  das  verbas
rescisórias deverá ser realizado até o 10º, contados a partir da data do desligamento.
 
Assim, como o 10º dia a partir do desligamento será 21.05.2017 (domingo), o empregador poderá efetuar o pagamento até esta data (se
for em dinheiro) ou até dia 19.05.2017 se for em cheque ou depósito em conta bancária.
 
Para maiores detalhes acesse o tópico Pagamento de Verbas Rescisórias.
 
MODALIDADES
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Ocorrendo a rescisão do contrato de trabalho, sem justa causa, por iniciativa do empregador, poderá ele optar pela concessão do aviso
prévio trabalhado ou indenizado, da mesma forma, quando o empregado pede demissão.
 
AVISO PRÉVIO TRABALHADO
 
É aquele que uma das partes comunica à outra da sua decisão de rescindir o contrato de trabalho ao final de determinado período, sendo
que, no transcurso do aviso prévio, continuará exercendo as suas atividades habituais.
 
Conforme dispõe o art. 488 parágrafo único da CLT, sendo rescindido o contrato de trabalho por iniciativa do empregador ocorrerá a
redução da jornada de trabalho do empregado ou a falta ao trabalho por 7 (sete) dias corridos.
 
Ocorrendo  a  rescisão  do  contrato  de  trabalho  por  iniciativa  do  empregado,  o  mesmo  cumprirá  a  jornada  de  trabalho  integral  durante
todo o aviso prévio, pois se presume que já tenha encontrado outro emprego, não havendo, portanto, a necessidade de redução e nem a
falta ao trabalho.
 
Para mais detalhes, veja o sub­tópico Redução de 7 dias abaixo.
 
DISPENSA DE CUMPRIMENTO DO AVISO PRÉVIO TRABALHADO
 
Tendo  o  empregador  rescindido  o  contrato  de  trabalho  sem  justa  causa  com  aviso  prévio  trabalhado  e  sendo  este  um  direito
irrenunciável  do  empregado,  o  pedido  de  dispensa  do  cumprimento  não  exime  o  empregador  de  efetuar  o  pagamento  do  respectivo
período,  salvo  se  o  empregado  comprovar  que  obteve  novo  emprego.  Esta  comprovação  se  faz  através  de  uma  carta  do  novo
empregador em papel timbrado.
 
A Súmula 276 do TST dispõe:
 
"AVISO PRÉVIO. RENÚNCIA PELO EMPREGADO (mantida) ­ Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. O direito ao aviso prévio
é irrenunciável pelo empregado. O pedido de dispensa de cumprimento não exime o empregador de pagar o respectivo valor, salvo
comprovação de haver o prestador dos serviços obtido novo emprego."
 
Da  mesma  forma  ocorre  no  caso  do  empregado  que  pede  demissão  da  empresa,  ou  seja,  havendo  o  pedido  pela  dispensa  do
cumprimento do aviso prévio, o empregador só poderá aceitar que o mesmo se abstenha do cumprimento se o empregado comprovar
novo emprego, sob pena do empregador ter que indenizar o empregado, ainda que este seja quem tenha pedido.
 
Portanto,  caso o empregador dispense o empregado do cumprimento do aviso prévio trabalhado (independentemente  de  quem  tenha
dado)  sem  que  este  tenha  obtido  novo  emprego,  terá  que  indenizá­lo  no  valor  respectivo,  gerando  os  mesmo  efeitos  do  aviso  prévio
indenizado, inclusive com os reflexos sobre férias, 13º salário e etc.
 
AVISO PRÉVIO INDENIZADO
 
Considera­se aviso prévio indenizado quando o empregador determina o desligamento imediato do empregado e efetua o pagamento da
parcela relativa ao respectivo período.
 
Considera­se também aviso prévio indenizado quando o empregado se desliga de imediato (sem o devido cumprimento) e o empregador
efetua o desconto do valor respectivo em rescisão de contrato.
 
BAIXA NA CTPS QUANDO O AVISO É INDENIZADO
 
No aviso prévio, tanto trabalhado quanto indenizado, o seu período de duração integra o tempo de serviço para todos os efeitos legais,
inclusive  reajustes  salariais,  férias,  13º  salário  e  indenizações.  Portanto,  o  aviso  prévio  indenizado  deve  ser  considerado  para  fins  de
anotação da baixa da CTPS.
 
Assim, se o empregador demitir o empregado hoje, indenizando o aviso de 30 dias, a data a ser anotada na CTPS é a data do fim dos 30
dias, ainda que indenizados. Assim dispõe o art. 17 da Instrução Normativa SRT 15/2010, transcrito na íntegra abaixo:

"Art.  17.  Quando  o  aviso  prévio  for  indenizado,  a  data  da  saída  a  ser  anotada  na  Carteira  de  Trabalho  e  Previdência
Social ­ CTPS deve ser:

I  ­  na  página  relativa  ao  Contrato  de  Trabalho,  a  do  último  dia  da  data  projetada  para  o  aviso  prévio
indenizado; e
II ­ na página relativa às Anotações Gerais, a data do último dia efetivamente trabalhado.
Parágrafo  único.  No  TRCT,  a  data  de  afastamento  a  ser  consignada  será  a  do  último  dia  efetivamente
trabalhado."

Exemplo
 
Empregado com 2 anos de empresa foi demitido sem justa causa, com aviso prévio indenizado, em 04.10.2017. Considerando que a
data  projetada  para  o  término  do  aviso  prévio  indenizado  será  em  06.11.2017  (são  33  dias  de  aviso  por  ter  2  anos  de  empresa),  as
informações serão preenchidas conforme abaixo:

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2017­5­17 Aviso Prévio
Data de afastamento no TRCT: 04.10.2017 (último dia trabalho);
Data na baixa da CTPS na página de anotações do Contrato de Trabalho: 06.11.2017 (data de término do aviso projetado);
Ressalva em anotações gerais da CTPS informando a data do último dia de trabalho como sendo: 04.10.2017;

Este entendimento também está consubstanciado na OJ 82 do TST.
 
AVISO PRÉVIO DOMICILIAR
 
O  aviso  prévio  domiciliar  é  considerado  aquele  em  que  o  empregador  dispensaria  o  empregado  de  cumpri­lo  trabalhando,  sendo
autorizado ao empregado permanecer durante todo período em casa.
 
Esta modalidade não existe em virtude de falta de previsão legal e o art. 18 da Instrução Normativa 15/2010 do MTE dispõe que caso o
empregador não permita que o empregado permaneça em atividade no local de trabalho durante o aviso prévio, na rescisão deverão ser
obedecidas as mesmas regras do aviso prévio indenizado.
 
Como o prazo para pagamento das verbas rescisórias no caso do aviso prévio indenizado é de 10 dias, se o empregador determinar que
o empregado cumpra o aviso prévio em casa, terá que pagar a multa do art. 477, § 8º da CLT, já que estará quitando a rescisão somente
no final do período do aviso.
 
O empregador somente estará isento desta multa se houver previsão em acordo ou convenção coletiva de trabalho desta possibilidade. A
Constituição Federal assegura o reconhecimento das convenções e dos acordos coletivos, conforme artigo 7º, inciso XXVI.
 
APLICAÇÕES
 
O aviso prévio, regra geral, é exigido nas rescisões sem justa causa dos contratos de trabalho por prazo indeterminado ou pedidos de
demissão.
 
Exige­se  também  o  aviso  prévio,  nos  contratos  de  trabalho  por  prazo  determinado  que  contenham  cláusula  assecuratória  do  direito
recíproco de rescisão antecipada.
 
Ainda, nas rescisões motivadas por falência, concordata ou dissolução da empresa, fica o empregador obrigado ao pagamento do aviso
prévio.
 
CONCESSÃO
 
Sendo o aviso prévio trabalhado, a comunicação deve ser concedida por escrito, em 3 (três) vias, sendo uma para o empregado, outra
para o empregador e a terceira para o sindicato.
 
Por  cautela,  caso  uma  das  partes  se  recuse  a  dar  ciência  na  via  da  outra,  deverá  a  comunicação  ser  realizada  na  presença  de  duas
testemunhas e por elas assinada.
 
O aviso prévio não poderá coincidir simultaneamente com as férias, isto porque férias e aviso prévio são direitos distintos.
 
INTEGRAÇÃO AO TEMPO DE SERVIÇO ­ REAJUSTE DATA­BASE
 
No aviso prévio dado pelo empregador, tanto trabalhado quanto indenizado, o seu período de duração integra o tempo de serviço para
todos os efeitos legais, inclusive reajustes salariais, férias, 13º salário e indenizações.
 
Exemplo
 
Empregado com um ano de emprego foi demitido sem justa causa em 10.11.2017. Considerando que o aviso prévio foi trabalhado e que
a data­base da categoria profissional é dezembro/2017, este empregado não terá direito à multa prevista no art. 9º da Lei 7.238/84 (um
salário  mensal),  mas  terá  direito  ao  reajuste  salarial  convencional  sobre  as  verbas  rescisórias,  bem  como  aos  10  dias  trabalhados
(10.12.2017), data de término do aviso de 30 dias.
 

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2017­5­17 Aviso Prévio

 
Neste  exemplo,  ainda  que  o  aviso  prévio  fosse  indenizado,  este  empregado  não  teria  direito  à  multa  de  um  salário,  já  que  com  a
projeção do aviso, o término cairia no mês da data­base e não no mês que a antecede. Veja mais detalhes abaixo.
 
O  mesmo  não  ocorre  com  o  aviso  prévio  indenizado  pelo  empregado,  ou  seja,  aquele  descontado  pelo  empregador  dos  haveres  do
empregado constantes do termo de rescisão, por não ter cumprido o aviso. Neste caso não há a projeção do aviso.
 
AVISO PRÉVIO DE MAIS DE 30 DIAS ­ INTEGRAÇÃO AO TEMPO DE SERVIÇO
 
Há convenção coletiva de trabalho que prevê que em caso de demissão sem justa causa, o aviso prévio deverá ser superior aos previstos
legalmente.
 
Em  muitos  casos  a  contagem  do  número  mínimo  de  dias  do  aviso  prévio  previsto  na  convenção  é  feito  de  forma  escalonada,
dependendo do tempo de trabalho do empregado na empresa, da mesma forma que o estabelecido pela Lei 12.506/2011.
 
Conforme estabelece o § 1º do art. 487 da CLT a falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos salários
correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período no seu tempo de serviço.
 
Como  podemos  observar,  a  Constituição  Federal  não  restringe  o  aumento  do  prazo  do  aviso  prévio  e  o  referido  parágrafo  da  CLT,
garante a integração deste prazo no tempo de serviço.
 
Assim, havendo norma  coletiva  que estabeleça  prazo  de  aviso  maior  que  o  previsto  constitucionalmente,  entendemos  que  este  prazo
deverá ser computado para fins de integração como tempo de serviço do empregado, repercutindo, consequentemente, no acréscimo das
verbas rescisórias como férias indenizadas e 13º salário indenizado.
 
Este entendimento está consubstanciado na Orientação Jurisprudencial 367 do TST, a qual transcrevemos na íntegra:
 
"OJ 367. AVISO PRÉVIO DE 60 DIAS. ELASTECIMENTO POR NORMA COLETIVA. PROJEÇÃO. REFLEXOS NAS PARCELAS
TRABALHISTAS. 
O  prazo  de  aviso  prévio  de  60  dias,  concedido  por  meio  de  norma  coletiva  que  silencia  sobre  alcance  de  seus  efeitos  jurídicos,
computa­se integralmente como tempo de serviço, nos termos do § 1º do art. 487 da CLT, repercutindo nas verbas rescisórias."
 
Exemplo
 
Empregado  que  trabalha  há  11  anos  na  empresa  é  demitido  em  05.07.2017.  A  categoria  profissional  estabelece  em  convenção  que  é
garantido ao empregado o direito ao aviso prévio nas seguintes proporções:

Até 5 anos de trabalho = 30 dias de aviso prévio;
De 5 a 10 anos de trabalho = 50 dias de aviso prévio;
De 10 a 15 anos de trabalho = 70 dias de aviso prévio;
De 15 a 20 anos de trabalho = 90 dias de aviso prévio;
Acima de 20 anos de trabalho = 110 dias de aviso prévio;

Considerando o tempo de trabalho na mesma empresa (11 anos), este empregado terá direito a 70 (setenta) dias de aviso prévio, período
o qual deverá ser computado como tempo de serviço para todos os efeitos legais.
 
Assim, este empregado terá em rescisão o direito, além dos 70 dias de aviso, a mais 2/12 avos de férias proporcionais e a mais 2/12 avos
de 13º salário indenizado, já que os 70 dias equivalem a 2 meses de trabalho.
 
Se considerarmos ainda que a data­base da categoria profissional deste empregado seja no mês de outubro/2017, o termo final do aviso
prévio será justamente no mês que antecede à data base da categoria (05.07.2017 + 70 dias = 13.09.2017), situação a qual garantiria ao
empregado o direito a indenização adicional disposta no tópico abaixo.
 
Considerando que a nova lei trouxe a  proporcionalidade  no  aviso  de  acordo  com  o  tempo  trabalhado  na  mesma  empresa,  havendo a
proporcionalidade disposta em convenção coletiva (conforme exemplo), cabe ao empregador aplicar a norma mais benéfica.
 
REDUÇÃO DA JORNADA DIÁRIA ­ 2 HORAS
 
Conforme determina o artigo 488 da CLT, a duração normal da jornada de trabalho do empregado, durante o aviso prévio, quando a
rescisão tiver sido promovida pelo empregador, é reduzida em 2 (duas) horas, diariamente, sem prejuízo do salário integral.
 

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2017­5­17 Aviso Prévio
Tal  redução  não  poderá  ser  fracionada  pelo  empregador,  salvo  se  for  a  pedido  expresso  do  empregado  e  ainda  se  tal  procedimento
resultar  em  benefício  deste,  como  por  exemplo,  ceder  4  (quatro)  horas  em  um  único  dia  para  realização  de  entrevista  de  um  novo
emprego.
 
Exemplo
 
Empregado  com  jornada  normal  diária  de  8  horas,  optou  pela  redução  de  2  horas  diárias  durante  o  curso  do  aviso  prévio.  Este
empregado irá trabalhar, durante o curso do aviso prévio, 6 horas diárias.
 
JORNADA INFERIOR A 8 HORAS OU 7 HORAS E 20 MINUTOS
 
O legislador, ao elencar esta redução na CLT, não fez distinção aos empregados com jornada reduzida. Desta forma, aplica­se a redução
de 2 (duas) horas em qualquer hipótese.
 
Ressalva­se  que  temos  alguns  doutrinadores  e  membros  do  Poder  Judiciário  que  entendem  que  esta  redução  pode  ser  proporcional  à
jornada reduzida.
 
REDUÇÃO DE 7 DIAS
 
O  parágrafo  único  do  artigo  488  da  CLT  faculta  ao  empregado  trabalhar  sem  a  redução  das  2  (duas)  horas  da  jornada  diária,
substituindo­a pela falta ao serviço durante 7 (sete) dias corridos.
 
Assim como na redução de 2 (duas) horas, os 7 (sete) dias não poderão ser fracionados, salvo também, se for a pedido expresso pelo
empregado e ainda se tal procedimento resultar em seu benefício.
 
Se  optar  pela  redução  dos  7  (sete)  dias  corridos,  o  empregado  irá  trabalhar  as  8  (oito)  horas  diárias  normalmente  durante  23  dias  e
descansar os últimos 7 (sete) dias, considerando que o aviso seja de 30 dias.
 
Embora o empregado possa optar por esta substituição, a data de desligamento, para fins de baixa na CTPS, é a do término dos 30 dias.
 
Com a publicação da 12.506/2011, ainda que esta não se manifeste sobre a redução da jornada e da proporcionalidade nos dias de falta
ao trabalho no caso de aviso prévio trabalhado, poder­se­ia entender que o empregado teria direito à redução de 2 horas diárias, bem
como poderia faltar ao trabalho o número de dias proporcionais ao tempo trabalhado.
 
Aviso Prévio Trabalhado ­ Demissão Sem Justa Causa
Faltas ao
Trabalho
Tempo Trabalhado Dias de Aviso
no final do
aviso
Até 1 ano 30 7
Acima de 1 até 2 anos 33 8
Acima de 2 até 3 anos 36 8
Acima de 3 até 4 anos 39 9
Acima de 4 até 5 anos 42 10
Acima de 5 até 6 anos 45 11
Acima de 6 até 7 anos 48 11
Acima de 7 até 8 anos 51 12
Acima de 8 até 9 anos 54 13
Acima de 9 até 10 anos 57 13
Acima de 10 até 11 anos 60 14
Acima de 11 até 12 anos 63 15
Acima de 12 até 13 anos 66 15
Acima de 13 até 14 anos 69 16
Acima de 14 até 15 anos 72 17
Acima de 15 até 16 anos 75 18
Acima de 16 até 17 anos 78 18
Acima de 17 até 18 anos 81 19
Acima de 18 até 19 anos 84 20
Acima de 19 até 20 anos 87 20
A partir de 20 anos 90 21
 
Nota:  Entretanto,  a  lei  não  especifica  que  deva  aplicar  esta  proporcionalidade  de  acordo  com  o  tempo  de  empresa,  porquanto
entendemos que a falta ao final do aviso será sempre de 7 (sete) dias. Já em relação a redução de jornada, entendemos que deva ser
de 2 horas independentemente do número de dias de aviso trabalhado.
 
Exemplo
 
Empregado (com 5 anos de emprego) recebeu a comunicação de desligamento em 01.07.2017, optando pela falta ao serviço durante os
últimos  7  (sete)  dias  corridos.  Neste  caso,  considerando  o  início  da  contagem  dos  30  dias  em  02.07.2017  (dia  seguinte  ao  da
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comunicação), o término do aviso e consequentemente a baixa na CTPS é 31.07.2017, embora o mesmo só trabalhe até 24.07.2017.
 
Neste caso, a data de pagamento das verbas rescisórias será o dia seguinte ao término do aviso, ou seja, 01.08.2017.
 
TRABALHADOR RURAL
 
O trabalhador rural, caso a rescisão contratual tenha sido por iniciativa do empregador, sem justa causa, terá direito a 1 (um) dia por
semana, durante o período de aviso prévio, sem prejuízo do salário, para procurar outro emprego.
 
AUSÊNCIA DA REDUÇÃO
 
Na demissão sem justa causa, em havendo a opção do empregado em reduzir a jornada em 2 horas diárias ou 7 dias ao final do aviso, se
o empregador não cumprir a redução durante o cumprimento do aviso prévio, este será considerado nulo. Assim, o empregador deverá
conceder um novo aviso prévio ou indenizá­lo, considerando todas as projeções previstas em lei do respectivo período.
 
PAGAMENTO DO PERÍODO DE REDUÇÃO
 
É nulo também o aviso prévio quando o período de redução da jornada de trabalho é substituído pelo pagamento das duas horas extras
correspondentes, conforme dispõe o súmula 230 do TST:
 
AVISO PRÉVIO. SUBSTITUIÇÃO PELO PAGAMENTO DAS HORAS REDUZIDAS DA JORNADA DE TRABALHO (mantida) ­
Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 É ilegal substituir o período que se reduz da jornada de trabalho, no aviso prévio, pelo
pagamento das horas correspondentes.
 
INTERRUPÇÃO E SUSPENSÃO

Durante o período em que o contrato de trabalho estiver suspenso, o aviso prévio não poderá ser concedido, assim como em caso de
férias, estabilidade provisória, licença paternidade, salário maternidade ou em qualquer outra situação de interrupção ou suspensão.

Para maiores detalhes, acesse o tópico Suspensão e Interrupção de Contrato de Trabalho.

AUXÍLIO­DOENÇA PREVIDENCIÁRIO
 
No caso de auxílio­doença em virtude de enfermidade, o empregado é considerado em licença não remunerada.
 
Contudo, somente a partir da concessão do benefício previdenciário é que se efetiva a suspensão do contrato de trabalho, isto porque,
durante  os  15  (quinze)  primeiros  dias  de  afastamento  o  período  é  considerado  de  interrupção  do  contrato,  sendo  do  empregador  a
responsabilidade pelo pagamento dos salários correspondentes.
 
Desta forma, ocorrendo afastamento do empregado no curso do aviso prévio, por motivo de auxílio­doença, os 15 (quinze) primeiros
dias são computados normalmente no prazo do aviso, suspendendo­se a contagem a partir do 16º dia de afastamento.
 
Exemplo
 
Empregado  foi  comunicado  do  aviso  prévio  no  dia  31.08.2017,  com  data  de  término  prevista  no  dia  30.09.2017.  Adoeceu  em
11.09.2017 e obteve alta do auxílio­doença do INSS em 05.10.2017.

Início do aviso prévio: 31.08.2017
Previsão de término do aviso prévio: 30.09.2017 (considerando o início o dia seguinte ao da comunicação)
Primeiros 15 dias de afastamento pagos pela empresa: 11.09.2017 a 25.09.2017 (somando 25 dias de aviso até esta data)
Auxílio­doença previdenciário: 26.09.2017 a 05.10.2017
Período para complementação do aviso prévio: 06.10.2017 a 10.10.2017 (5 dias que faltavam para completar o aviso)
Data da baixa na CTPS: 10.10.2017.

 
AUXÍLIO­DOENÇA ACIDENTÁRIO
 
Durante o afastamento por acidente de trabalho, ocorre a interrupção do contrato de trabalho. Sendo assim, considera­se todo o período
de serviço efetivo, uma vez que o contrato de trabalho não sofre solução de continuidade, continuando em pleno vigor em relação ao
tempo de serviço, ou seja, transcorre normal a contagem do aviso prévio, não havendo suspensão da respectiva contagem.
 
Em analogia, temos, por exemplo, a Orientação Jurisprudencial 369 inciso V do TST:
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2017­5­17 Aviso Prévio
 
"Nº 369 DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISÓRIA (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 34, 35, 86, 145 e
266 da SBDI­1) ­ Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
....
V ­ O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o período de aviso prévio, ainda que indenizado,
não lhe assegura a estabilidade, visto que inaplicável a regra do § 3º do art. 543 da Consolidação das Leis do Trabalho. (ex­OJ nº
35 da SBDI­1 ­ inserida em 14.03.1994)"
A incompatibilidade decorre do fato das partes terem ciência e previsibilidade quanto ao término do contrato, ou seja, se a estabilidade
por acidente de trabalho não é devida no contrato de experiência ou determinado em função do conhecimento de seu término, da mesma
forma não poderia haver no caso do aviso prévio, já que as partes também têm ciência e previsibilidade do término do aviso.
 
Convém ressaltar que até o momento não há uma posição unânime da jurisprudência a respeito da estabilidade do acidentado, a qual foi
introduzida através da Lei nº 8.213/91, em dispor se realmente será considerada a estabilidade quando o empregado durante o prazo do
aviso prévio entrar em auxílio­doença acidentário, ou será totalmente desconsiderada em virtude da concessão do respectivo aviso ter
sido anteriormente ao ocorrido, cabendo à empresa a decisão em manter ou não o vínculo empregatício, lembrando que qualquer que
seja a decisão tomada, somente a Justiça Trabalhista poderá dar uma solução definitiva.
Exemplo 1
 
Empregado iniciou o aviso prévio no dia 31.08.2017, com data de término no dia 30.09.2017. Acidentou­se no ambiente de trabalho em
06.09.2017, ficando afastado até o dia 18.09.2017. 

Início do aviso prévio: 31.08.2017
Previsão de término do aviso prévio: 30.09.2017
Afastamento: 06.09.2017 a 18.09.2017 (13 dias pagos pelo empregador)
Retorno do afastamento: 19.09.2017
Data da baixa na CTPS: 30.09.2017

Neste caso o término do aviso prévio e dará no dia 30.09.2017 normalmente como previsto, uma vez que o afastamento por acidente de
trabalho  se  deu  em  período  inferior  a  15  dias,  não  entrando  em  auxílio­doença  acidentário  e  não  gerando,  portanto,  a  controvérsia  a
respeito da estabilidade provisória.
 
Exemplo 2
 
Empregado  iniciou  o  aviso  prévio  no  dia  31.08.2017,  com  data  de  término  no  dia  30.09.2017.  Sofreu  acidente  de  trabalho  em
06.09.2017 e obteve auxílio­doença acidentário do INSS até 26.09.2017. 

Início do aviso prévio: 31.08.2017
Previsão de término do aviso prévio: 30.09.2017
Primeiros 15 dias de afastamento pagos pelo empresa: 06.09.2017 a 20.09.2017 (total de 20 dias de aviso)
Auxílio­doença acidentário: 21.09.2017 a 26.09.2017
Data de retorno ao trabalho: 27.09.2017

Neste caso, a empresa não poderá continuar com o processo rescisório com este empregado, uma vez que com o advento do art. 118 da
Lei 8.213/91, o empregado que gozar de auxílio­doença acidentário, fará jus a estabilidade de 12 meses após o respectivo retorno.
 
Este entendimento está sedimentado com a publicação do inciso III da súmula 378 do TST que garantiu a estabilidade provisória ao
trabalhador acidentado inclusive, no caso de contrato por prazo determinado.
 
→ Considerando que o empregador deverá manter o empregado em seu quadro por conta da estabilidade, teríamos:
Período de estabilidade no emprego: 27.09.2017 a 26.09.2018 (12 meses da data de retorno do afastamento)
Novo aviso prévio a partir da estabilidade: 27.09.2018 a 27.10.2018 (30 dias). (Leia nota acima sobre a contagem do início ao
aviso)

Neste caso, o empregador deverá cancelar o aviso prévio emitido antes do afastamento, mantendo a relação de emprego até o término da
estabilidade,  e,  tendo  a  intenção  de  demitir  o  empregado,  fazê­lo  emitindo  novo  aviso  prévio  trabalhado  de  trinta  dias  (ou  mais
dependendo do tempo de serviço) ou indenizado.
 
Para maiores detalhes acesse o tópico Estabilidade Provisória.
 
RECONSIDERAÇÃO
 
Se a parte que concedeu o aviso prévio desejar, antes do término, reconsiderar o ato, à outra é facultado ou não aceitar a reconsideração.
 
Pode  a  reconsideração  ser  expressa,  quando  o  notificado  aceita  a  reconsideração  proposta,  ou  tácita,  caso  continue  a  prestação  de
serviço após expirado o prazo do aviso prévio.
 
FALTA GRAVE NO CURSO DO AVISO PRÉVIO
 
Ocorrendo do empregador ou do empregado cometer, durante o curso do aviso prévio, falta grave, poderá qualquer das partes rescindir
imediatamente o contrato de trabalho.

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2017­5­17 Aviso Prévio
 
No caso do empregador, fica ele obrigado ao pagamento da remuneração correspondente a todo o período de aviso prévio e as demais
parcelas de direito.
 
Sendo  a  falta  grave  for  cometida  pelo  empregado,  exceto  a  de  abandono  de  emprego,  retira  do  mesmo  qualquer  direito  às  verbas
rescisórias de natureza indenizatória, conforme dispõe o Súmula 73 do TST:
 
"DESPEDIDA. JUSTA CAUSA (nova redação) ­ Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A ocorrência de justa causa, salvo a de
abandono de emprego, no decurso do prazo do aviso prévio dado pelo empregador, retira do empregado qualquer direito às verbas
rescisórias de natureza indenizatória."
 
Como o abandono do emprego só se caracteriza pela falta injustificada ao trabalho por mais de 30 (trinta) dias, ainda que as faltas sejam
de 5, 10 ou 20 dias no decurso do aviso prévio, serão insuficientes para a caracterização do abandono, mas poderão ser descontadas pelo
empregador no vencimento do aviso, no ato da quitação das verbas rescisórias.
 
RESCISÃO INDIRETA
 
Ocorrendo  a  rescisão  indireta  do  contrato  de  trabalho,  ou  seja,  a  rescisão  por  justa  causa  em  face  de  falta  grave  cometida  pelo
empregador, o empregado fará jus, também, ao valor correspondente ao período do aviso prévio.
 
Para maiores detalhes, acesse o tópico Despedida Indireta.
 
INDENIZAÇÃO ADICIONAL
 
Nos  termos  da  legislação  vigente,  o  empregado  dispensado  dentro  do  período  de  30  (trinta)  dias  que  antecede  a  sua  data­base,  tem
direito a uma indenização equivalente a um salário mensal.
 
O aviso prévio, trabalhado ou indenizado, integra o tempo de serviço para todos os efeitos legais. Por conseguinte, o tempo de aviso
será  contado  para  fins  da  indenização  adicional,  sendo,  no  caso  de  aviso  prévio  indenizado,  considerada  a  data  em  que  terminaria  o
aviso, caso houvesse cumprimento.
 
Assim, podemos concluir que:
 
Condição Direito
Se o aviso prévio trabalhado ou Indenizado for emitido 2 (dois) meses antes da data­base com sua
É devido a Indenização
projeção de término no mês que antecede a data­base:

Se o aviso prévio trabalhado ou Indenizado for emitido no mês que antecede a data­base com sua
Não é devido a Indenização
projeção de término exatamente no mês da data­base:

Veja tópico acima sobre aviso prévio com término no mês que antecede a data­base tendo, inclusive, a indenização superior aos 30
dias, conforme convenção coletiva.

 
JURISPRUDÊNCIA

I  ­  AGRAVO  DE  INSTRUMENTO  DA  RECLAMADA.  ADICIONAL  NOTURNO.  DESCONTOS  SALARIAIS.  (...).  AVISO
PRÉVIO PROPORCIONAL. 1 ­ O trabalhador com mais de um ano de serviço na mesma empresa tem direito ao acréscimo de 3 dias
de aviso­prévio proporcional por ano trabalhado, de modo que o aviso­prévio mínimo de 30 dias é devido apenas a quem não completou
um ano de trabalho na empresa. 2 ­ A confirmar esse entendimento, após a edição da Lei n.º 12.506/11, dispondo sobre o aviso­prévio
proporcional,  o  Ministério  do  Trabalho  e  Emprego,  em  razão  de  demandas  por  esclarecimento  quanto  aos  procedimentos  a  serem
adotados nas rescisões de contrato de trabalho, emitiu a Nota Técnica nº 184/2012/CGRT/SRT/MTE, onde foi esclarecida a forma da
contagem do aviso­prévio proporcional, que deve ser do seguinte modo: a. Se o empregado, da admissão até o término do contrato de
trabalho, tem menos do que 1 ano de serviço, terá aviso­prévio de 30 dias; b. Se o empregado, da admissão até o término do contrato de
trabalho, tem mais de 1 ano, terá direito ao aviso­prévio de 30 dias acrescido de 3 dias por ano de serviço prestado na mesma empresa,
contados da admissão do empregado. 3 ­ No caso, o Tribunal Regional assentou que o reclamante foi admitido em 10 de março de 2008
e despedido em janeiro de 2012, ou seja, o contrato de trabalho teve duração aproximada de 3 anos e dez meses, o que dá direito ao
reclamante  de  receber  aviso­prévio  proporcional  de  39  dias.  4  ­  Recurso  de  revista  a  que  se  dá  provimento.  (  ARR  ­  968­
36.2012.5.09.0001 , Relatora Ministra: Kátia Magalhães Arruda, Data de Julgamento: 05/04/2017, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT
11/04/2017).

AGRAVO  DE  INSTRUMENTO.  RECURSO  DE  REVISTA  INTERPOSTO  ANTES  DA  LEI  13.015/2014.  PRESCRIÇÃO.  AVISO
PRÉVIO. BAIXA NA CTPS. CONTAGEM DO PRAZO. A teor do disposto no art. 487, §1º, da Consolidação das Leis do Trabalho, o
interregno  do  aviso  prévio  integra  o  tempo  de  serviço  do  trabalhador.  Computável  para  todos  os  efeitos  legais  em  benefício  do
empregado, o imediato desligamento equivale tão somente à dispensa de seu cumprimento, tratando­se de ato de discricionariedade do
empregador. Com efeito, é entendimento assente na jurisprudência que o aviso prévio indenizado integra o tempo de serviço para todos
os fins, inclusive quanto à anotação da carteira profissional do obreiro e contagem do prazo de prescrição. Neste sentido é a Orientação
Jurisprudencial nº 82 da SBDI­1 do C. TST: "Aviso Prévio. Baixa na CTPS. A data de saída a ser anotada na CTPS deve corresponder à
do  término  do  prazo  do  aviso  prévio,  ainda  que  indenizado."  Desta  forma,  considerando­se  que  o  prazo  do  aviso  prévio  projetou  o
término do contrato de trabalho de 04/08/2008 para o dia 03/09/2008 bem como que a presente demanda foi ajuizada em 01/09/2010,
encontra­se  correta  a  decisão  de  origem  que  considerou  tais  datas  para  anotação  da  baixa  da  CTPS  e  afastamento  da  prejudicial  de

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prescrição. (...) A decisão Regional operou­se em plena sintonia com a OJ 82 da SDI­1, segundo a qual "A data de saída a ser anotada
na CTPS deve corresponder à do término do prazo do aviso prévio, ainda que indenizado". Óbice da Súmula 333 do TST. Agravo de
instrumento não provido. SÚMULA 330 DO TST. EFICÁCIA LIBERATÓRIA. AUSÊNCIA DE RESSALVAS NO TRCT. A quitação
passada  pelo  empregado  ao  empregador,  com  a  devida  assistência  do  sindicato,  não  encerra  quitação  plena  e  geral  em  relação  ao
contrato de trabalho. A eficácia liberatória restringe­se às parcelas e valores discriminados no termo de rescisão do contrato de trabalho,
ou  seja,  refere­se  somente  aos  valores  efetivamente  pagos.  Óbice  da  Súmula  333  do  TST.  Agravo  de  instrumento  não  provido.(...).
(AIRR  ­  1067­56.2010.5.09.0007  ,  Relatora  Ministra:  Maria  Helena  Mallmann,  Data  de  Julgamento:  05/04/2017,  2ª  Turma,  Data  de
Publicação: DEJT 11/04/2017).

AGRAVO  DE  INSTRUMENTO  EM  RECURSO  DE  REVISTA  INTERPOSTO  NA  VIGÊNCIA  DA  LEI  Nº  13.015/2014.  AVISO­
PRÉVIO  INDENIZADO.  PROJEÇÃO  DA  DATA  DE  RESCISÃO  DO  CONTRATO  DE  TRABALHO.  TERMO  INICIAL  DA
CONTAGEM  DO  PRAZO  PRESCRICIONAL  BIENAL.  I  ­  O  Regional  manteve  a  sentença  que  rejeitou  a  incidência  da  prescrição
bienal, ao verificar que o término do aviso prévio indenizado do agravado ocorreu em 19/05/2012 e a ação foi ajuizada em 02/04/2014,
antes do decurso do prazo legal de dois anos. II­ Desse modo, constata­se que o acórdão recorrido encontra­se em plena conformidade
com a Orientação Jurisprudencial nº 83 da SBDI­1 do TST, segundo a qual "a prescrição começa a fluir no final da data do término do
aviso prévio. Art. 487, § 1º, CLT". III ­ Com isso, estando a decisão impugnada em consonância com Orientação Jurisprudencial desta
Corte, o apelo efetivamente não lograva processamento, quer à guisa de violação constitucional, quer a título de divergência pretoriana,
na esteira do artigo 896, § 7º, da CLT e da Súmula nº 333/TST. IV ­ Agravo de instrumento a que se nega provimento. (...) ( AIRR ­
20384­42.2014.5.04.0006 , Relator Ministro: Antonio José de Barros Levenhagen, Data de Julgamento: 05/04/2017, 5ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 11/04/2017).

RECURSO  DE  REVISTA.  AVISO­PRÉVIO  PROPORCIONAL  POSTERIOR  À  LEI  N°  12.506/11.  FORMA  DE  CÁLCULO.  1.  A
decisão  regional  está  em  conformidade  com  o  entendimento  desta  Corte  Superior  no  sentido  de  que,  no  que  tange  ao  aviso­prévio
proporcional, a interpretação que se faz do art. 1º da Lei nº 12.506/2011 é a de serem devidos 30 dias, acrescidos de 3 dias a cada ano de
trabalho, não sendo excluído dessa contagem o primeiro ano de serviço. 2. Portanto, o trabalhador com mais de um ano de serviço na
mesma  empresa  tem  direito  ao  acréscimo  de  3  dias  de  aviso­prévio  proporcional  por  ano  trabalhado,  de  modo  que  o  aviso­prévio
mínimo de 30 dias é devido apenas a quem não completou um ano de trabalho na empresa. 3. Recurso de revista de que não se conhece.
(RR ­ 684­96.2012.5.12.0016 , Relatora Desembargadora Convocada: Cilene Ferreira Amaro Santos, Data de Julgamento: 28/09/2016,
4ª Turma, Data de Publicação: DEJT 30/09/2016).

EMENTA:  AVISO  PRÉVIO  PROPORCIONAL.  APLICAÇÃO  DA  LEI  12.506/11.  FORMA  DE  APURAÇÃO.  A  Lei  nº  12.506/11
regulamentou o art. 7º, XXI, da CF, estabelecendo que o empregado com até um ano de serviço na mesma empresa tem direito ao aviso
prévio na proporção de 30 dias. Os empregados com período de trabalho superior a um ano fazem jus a um acréscimo equivalente a três
dias por ano de serviço prestado para a mesma empregadora até o máximo de 60 dias, perfazendo o total de 90 dias (art. 1º, 'caput' e
parágrafo único). O período proporcional ao tempo de serviço deve ser apurado com vista a todo o lapso trabalhado, sem exclusão do
primeiro ano, visto que a Lei nº 12.506/11 não contém disposição com tal alcance, sendo tal forma de apuração respaldada pelo item 2
da Nota Técnica nº 184/2012 do MTE. (TRT da 3.ª Região; Processo: 00391­2013­059­03­00­2 RO; Data de Publicação: 09/04/2014;
Órgão Julgador: Primeira Turma; Relator: Cristiana M.Valadares Fenelon; Revisor: Convocada Maria Cecilia Alves Pinto; Divulgação:
08/04/2014).
 
EMENTA: AVISO PRÉVIO CUMPRIDO EM CASA. ACERTO RESCISÓRIO INTEMPESTIVO. MULTA DO ART. 477 DA CLT. O
aviso prévio cumprido em casa equivale ao aviso prévio indenizado, razão pela qual, nesse caso o acerto rescisório deve se dar no prazo
estipulado  na  alínea  "b"  do  parágrafo  6º  do  art.  477  da  CLT  sob  pena  de  incidência  da  multa  prevista  no  parágrafo  8º  do  mesmo
dispositivo  (Inteligência  da  OJ  14  da  SBDI­1  do  C.  TST).  (TRT  da  3.ª  Região;  Processo:  00160­2013­004­03­00­0  RO;  Data  de
Publicação: 04/04/2014; Órgão Julgador: Oitava Turma; Relator: Convocado Jose Marlon de Freitas; Revisor: Convocada Ana Maria
Amorim Reboucas; Divulgação: 03/04/2014).
 
EMENTA: PEDIDO DE DEMISSÃO POR INICIATIVA DO EMPREGADO. AVISO PRÉVIO FRUSTRADO. DESCONTO LÍCITO.
Nos termos previstos pelo art. 487 § 2º da CLT, a demissão do trabalhador, sem cumprimento do aviso prévio, autoriza a dedução do
respectivo valor no crédito do empregado. Assim sendo, merece permanecer incólume decisão que considera lícito o desconto efetuado.
(TRT da 3.ª Região; Processo: 01020­2012­062­03­00­0 RO; Data de Publicação: 25/11/2013; Órgão Julgador: Terceira Turma; Relator:
Camilla G.Pereira Zeidler; Revisor: Emilia Facchini; Divulgação: 22/11/2013).
 
ACÓRDÃO ­ EMENTA: RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO " HOMOLOGAÇÃO. Dispensada a autora da prestação de
serviços  no  período  do  aviso  prévio,  o  pagamento  das  parcelas  rescisórias  deve  ser  efetuado  até  o  décimo  dia,  contado  da  data  da
notificação  da  demissão,  só  sendo  válida  a  quitação  em  relação  aos  empregados  com  um  ano  ou  mais  de  tempo  de  serviço,  ainda,
quando  feita  com  a  assistência  do  sindicato  da  categoria  ou  perante  a  autoridade  do  Ministério  do  Trabalho.  Mesmo  efetuando  o
empregador depósito na conta de seu ex­empregado dentro do prazo legal, mas mediante cheque que só veio a ser compensado após
expirado esse prazo legal, e mais, havendo prova nos autos de que ele não compareceu, injustificadamente, ao Sindicato da Categoria na
data aprazada para homologação desse acerto, correta a multa aplicada, com base no art. 477, parágrafo 8º., da CLT. Processo 00566­
2007­039­03­00­9 RO. Juiz Relator Emerson José Alves Lage. Belo Horizonte, 1º. de agosto de 2007.
 
EMENTA:  AFASTAMENTO  POR  ACIDENTE  DO  TRABALHO  NO  CURSO  DO  AVISO  PRÉVIO.  ESTABILIDADE
PROVISÓRIA. Em caso de ocorrência de acidente de trabalho ou doença profissional, tendo havido afastamento por mais de quinze
dias e concessão de auxílio­doença­acidentário pela Previdência Social, o empregado adquire direito à estabilidade prevista no art. 118
da Lei 8.213/91, mesmo que a ocorrência se verifique no curso do aviso prévio, trabalhado ou indenizado. É que "a atividade econômica
do empregador gera o risco do acidente do trabalho e a responsabilidade objetiva na indenização do acidentado. Em razão do trauma
físico e psíquico do sinistro, o empregado demanda algum tempo para recuperar a normalidade e o seu nível histórico de produtividade.
Diante dessas realidades, a norma legal garantiu a manutenção do contrato de trabalho do acidentado por doze meses, após a cessação
do  auxílio­doença­acidentário"  (Sebastião  Geraldo  de  Oliveira).  Aliás,  como  se  vê  da  segunda  parte  da  Súmula  371  do  TST,  que
reproduziu a OJ 135, a superveniência da doença faz com que os efeitos da dispensa só se concretizem depois de expirado o benefício
previdenciário. E em se tratando de benefício decorrente de acidente de trabalho, tais efeitos ficam obstados diante da estabilidade que a
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lei garante ao empregado. Veja­se, também, que a indenização correspondente a essa estabilidade pode se mostrar devida até mesmo
após a rescisão contratual, na hipótese de a doença profissional vir a ser constatada após a extinção do pacto laboral, como se depreende
da parte final da Súmula 378 do TST. Processo 00739­2005­004­03­00­3 RO. Relator Danilo Siqueira de Castro Faria. Belo Horizonte,
13 de dezembro de 2005.
 
EMENTA. ESTABILIDADE PROVISÓRIA DO ACIDENTADO. ACIDENTE NO CURSO DO AVISO PRÉVIO. O artigo 118 da Lei
8.213/91 assegura estabilidade provisória ao acidentado, prevenindo­o contra eventual discriminação quando do seu retorno de auxílio­
doença acidentário, ocasionada pela  sua  situação  de  fragilidade.  Ocorrendo  o  acidente  de  trabalho  no  curso  do  aviso  prévio,  ou  seja,
quando  já  manifestada  a  intenção  da  dispensa  do  obreiro,  não  há  razão  jurídica  para  a  aplicação  dessa  estabilidade  (Inteligência  do
Precedente 41 da SDI/TST).Processo RO ­ 2385/01. Relator Alice Monteiro de Barros. Belo Horizonte, 10 de abril de 2001.
 
ACÓRDÃO  ­  AVISO  PRÉVIO.  REDUÇÃO  DA  JORNADA.  Considera­se  inexistente  o  aviso  prévio  sem  a  redução  da  jornada
preconizada  no  artigo  488  da  CLT,  uma  vez  que  a  finalidade  do  instituto  não  foi  atingida.  Com  efeito,  o  Recorrente  recebeu
corretamente o aviso prévio trabalhado, porém incumbia à Ré a comprovação acerca do preenchimento dos requisitos previstos no art.
488 do Estatuto Consolidado, quais sejam, a redução da jornada de trabalho em 2 horas ou a ausência de labor por 7 dias consecutivos,
o que não ocorreu. Acrescento, por oportuno, que a Recorrida sequer colacionou os controles de frequência referentes ao último mês
laborado,  o  que  corrobora  a  tese  da  Reclamante.  PROCESSO  Nº:  00302­2005­042­15­00­0.  Relator  EDUARDO  BENEDITO  DE
OLIVEIRA ZANELLA. Decisão N° 014344/2006.
 
ACÓRDÃO  ­  EMENTA:  DUPLICIDADE  DE  AVISO  PRÉVIO  "  INVALIDADE  DO  SEGUNDO  DOCUMENTO  "  Dado  o  aviso
prévio ao empregado o ato só se invalida com concordância expressa das partes, pelo que deve ser tido como nulo novo aviso prévio
passado na constância do prazo do primeiro. Processo 01114­2006­006­03­00­2 RO. Relator João Bosco Pinto Lara. Belo Horizonte, 30
de julho de 2007.
 
ACÓRDÃO  ­  RECURSO  DE  REVISTA  ­  RETIFICAÇÃO  DA  CTPS  DATA  DA  EXTINÇÃO  DO  CONTRATO  DE  TRABALHO
AVISO PRÉVIO INDENIZADO Conforme a jurisprudência desta Corte, consubstanciada na Orientação Jurisnº 82 da SBDI­1, a data
de  saída  a  ser  anotada  na  CTPS  deve  corresponder  à  do  término  do  prazo  do  aviso  prévio,  ainda  que  indenizado.  Portanto,  merece
reforma  o  acórdão  regional,  para  que  seja  retificada  a  CTPS  do  Reclamante.  PROC.  Nº  TST­RR­1.925/2003­078­02­00.0.  Ministra
Relatora MARIA CRISTINA IRIGOYEN PEDUZZI. Brasília, 27 de junho de 2007.
 
ACIDENTE  DE  TRABALHO.  DISPENSA  OBSTATIVA  DE  DIREITOS.  CARACTERIZAÇÃO.  Tendo  o  autor  sofrido  acidente  de
trabalho durante a relação empregatícia, a dispensa após afastamento inferior a quinze dias caracteriza­se como obstativa ao direito à
estabilidade, ainda mais quando, no curso do aviso prévio indenizado, o autor permanecer em tratamento médico, com o afastamento de
suas funções por período superior a quinze dias. Assim, com fulcro no artigo 9ª da CLT, nula a dispensa ocorrida, devendo o autor ser
reintegrado  em  suas  funções.  PROCESSO  TRT/15ª  REGIÃO  Nº  00510­2004­004­15­00­2.  Juíza  Relatora  MARIA  CECÍLIA
FERNANDES ALVARES LEITE. Decisão N° 030199/2005.
 
ACÓRDÃO  ­  INCIDÊNCIA  DE  CONTRIBUIÇÕES  PREVIDENCIÁRIAS  SOBRE  O  AVISO  PRÉVIO  INDENIZADO.  Sendo  o
aviso prévio concedido na  forma  indenizada,  sem  a  contraprestação  de  trabalho,  não  há  falar  em  contribuição  previdenciária  sobre  o
mesmo,  mormente  porque  o  Decreto  n.  3.048/99,  em  seu  artigo  art.  214,  parágrafo  9º,  inciso  V,  alínea  "f",  expressamente  exclui  a
parcela, de tais incidências ao estabelecer que a mesma não constitui salário de contribuição. Provimento negado. Número do processo:
00324­2004­302­04­00­5 (RO). Juíza Relatora: JANE ALICE DE AZEVEDO MACHADO. Porto Alegre, 22 de março de 2006.
 
ACÓRDÃO ­ AVISO PRÉVIO PARA CUMPRIMENTO EM CASA – NATUREZA INDENIZATÓRIA. O aviso prévio cumprido em
casa é um artifício utilizado pelo empregador para tentar prolongar o prazo de pagamento das verbas rescisórias. Por isso, equivale ao
aviso prévio indenizado, devendo as verbas rescisórias ser pagas até o 10º dia a contar da notificação da demissão (CLT, art. 477, § 6º,
alínea “b” e Orientação Jurisprudencial nº 14 da SDI­1 do Col. TST). Por fim, não cabe argumentar que o aviso prévio cumprido no
domicílio é mais favorável ao obreiro, pois lhe permite mais tempo livre para procurar outro emprego. Na verdade, se o aviso prévio
fosse declaradamente indenizado, o empregado teria o mesmo tempo livre, poderia iniciar de imediato nova prestação de serviços para
outro  empregador  e  receberia  as  verbas  rescisórias  no  prazo  máximo  de  10  dias  a  contar  da  comunicação  da  dispensa.  PROCESSO
TRT­15ª  REGIÃO  Nº  01385­2005­016­15­00­9.  Juiz  Relator  MANUEL  SOARES  FERREIRA  CARRADITA.  Decisão  N°
008901/2007.
 
ACÓRDÃO ­ EMENTA: PROFESSOR ­ RUPTURA CONTRATUAL NO CURSO DO ANO LETIVO " INDENIZAÇÃO " AVISO
PRÉVIO ­ Não se há falar em existência de bis in idem em face de determinação judicial de pagamento conjunto de aviso prévio e de
indenização prevista em norma coletiva para os professores no caso de dispensa no curso do ano letivo. Os dois institutos " indenização
pela  resilição  contratual  no  curso  do  ano  letivo  e  aviso  prévio  "  têm  fatos  geradores  distintos  bem  como  visam  a  reparar  prejuízos
distintos " um, busca recompensar o professor pela dispensa em período em que é sabidamente difícil encontrar uma nova colocação no
mercado  de  trabalho  e,  outro,  que  visa  ao  ressarcimento  pela  ruptura  abrupta  do  contrato  de  trabalho  indeterminado.  Assim,  a
condenação no pagamento de ambos não representa deferimento de uma mesma parcela em duplicidade. Processo 02188­2006­145­03­
00­7 RO. Relator Maurício José Godinho Delgado. Belo Horizonte, 09 de julho de 2007.
 
ACÓRDÃO  ­  AVISO  PRÉVIO  CUMPRIDO  EM  CASA.  MULTA  DO  ARTIGO  477  DA  CLT.    NÃO  DEVIDO.  PREVISÃO
CONVENCIONAL. Aduz a reclamada que o aviso prévio cumprido em casa está previsto em norma coletiva e seu pagamento ocorreu
no prazo estipulado no art. 477 da CLT, não sendo devida a multa ora aplicada. A Constituição Federal assegura o reconhecimento das
convenções  e  dos  acordos  coletivos  (art.  7º,  XXVI),  e,  no  caso,  a  convenção  aplicável  ao  reclamante  na  cláusula  36  permite  que  o
empregado cumpra o  aviso  prévio  em  casa.  Desse  modo,  interpretar esse  dispositivo  como  dispensa  do  aviso  prévio  é  o  mesmo  que
tirar­lhe  a  eficácia,  pois  reconhece  sua  validade  por  estar  contido  em  instrumento  coletivo  e  lhe  imprime  efeitos  diversos  daqueles
pretendidos  pelas  partes.  Assim,  considerando  o  disposto  na  convenção  coletiva,  dou  provimento  ao  recurso  para  extirpar  da
condenação a multa prevista no art. 477 da CLT, tendo em vista que o pagamento das verbas rescisórias ocorreu no dia do término do
contrato,  consoante  dispõe  a  letra  a  do  §  6º  do  dispositivo  supra.  PROC.  N.  1716/2005­004­24­00­1­RO.1.  Relator  ANDRÉ  LUÍS
MORAES DE OLIVEIRA. Campo Grande, 10 de julho de 2007.
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2017­5­17 Aviso Prévio
 
Base legal: Art. 7º, XXI da Constituição Federal/88;
Artigos 449, 457, 458, 476, 477, 481, 482, 483, 487 a 491, 501 e 502 da CLT;
Lei nº 5.889/73;
Lei nº 6.708/79;
Lei nº 7.238/84;
Lei 8.213/91;
Lei nº 8.036/90;
Lei 12.506/2011;
IN SRT MTE 15/2010 e os citados no texto.
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