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Direito do Consumidor
Cristiano Sobral
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pela reparação dos danos causados aos § 1° Não sendo o vício sanado no prazo
consumidores por defeitos relativos à máximo de trinta dias, pode o consumidor
prestação dos serviços, bem como por exigir, alternativamente e à sua escolha:
informações insuficientes ou inadequadas I - a substituição do produto por outro da
sobre sua fruição e riscos. mesma espécie, em perfeitas condições de
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece uso;
a segurança que o consumidor dele pode II - a restituição imediata da quantia paga,
esperar, levando-se em consideração as monetariamente atualizada, sem prejuízo de
circunstâncias relevantes, entre as quais: eventuais perdas e danos;
I - o modo de seu fornecimento; III - o abatimento proporcional do preço.
II - o resultado e os riscos que razoavelmente § 2° Poderão as partes convencionar a
dele se esperam; redução ou ampliação do prazo previsto no
III - a época em que foi fornecido. parágrafo anterior, não podendo ser inferior a
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos
pela adoção de novas técnicas. contratos de adesão, a cláusula de prazo
§ 3° O fornecedor de serviços só não será deverá ser convencionada em separado, por
responsabilizado quando provar: meio de manifestação expressa do
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito consumidor.
inexiste; § 3° O consumidor poderá fazer uso imediato
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de das alternativas do § 1° deste artigo sempre
terceiro. que, em razão da extensão do vício, a
§ 4° A responsabilidade pessoal dos substituição das partes viciadas puder
profissionais liberais será apurada mediante a comprometer a qualidade ou características do
verificação de culpa. produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de
produto essencial.
Art. 15. (Vetado). § 4° Tendo o consumidor optado pela
alternativa do inciso I do § 1° deste artigo, e
Art. 16. (Vetado). não sendo possível a substituição do bem,
poderá haver substituição por outro de espécie,
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, marca ou modelo diversos, mediante
equiparam-se aos consumidores todas as complementação ou restituição de eventual
vítimas do evento. diferença de preço, sem prejuízo do disposto
nos incisos II e III do § 1° deste artigo.
§ 5° No caso de fornecimento de produtos in
SEÇÃO III natura, será responsável perante o consumidor
Da Responsabilidade por Vício do Produto e do o fornecedor imediato, exceto quando
Serviço identificado claramente seu produtor.
§ 6° São impróprios ao uso e consumo:
Art. 18. Os fornecedores de produtos de I - os produtos cujos prazos de validade
consumo duráveis ou não duráveis respondem estejam vencidos;
solidariamente pelos vícios de qualidade ou II - os produtos deteriorados, alterados,
quantidade que os tornem impróprios ou adulterados, avariados, falsificados,
inadequados ao consumo a que se destinam corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à
ou lhes diminuam o valor, saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em
assim como por aqueles decorrentes da desacordo com as normas regulamentares de
disparidade, com a indicações constantes do fabricação, distribuição ou apresentação;
recipiente, da embalagem, rotulagem ou III - os produtos que, por qualquer motivo, se
mensagem publicitária, respeitadas as revelem inadequados ao fim a que se
variações decorrentes de sua natureza, destinam.
podendo o consumidor exigir a substituição das
partes viciadas. Art. 19. Os fornecedores respondem
solidariamente pelos vícios de quantidade do
produto sempre que, respeitadas as variações
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decorrentes de sua natureza, seu conteúdo Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas
líquido for inferior às indicações constantes do empresas, concessionárias, permissionárias ou
recipiente, da embalagem, rotulagem ou de sob qualquer outra forma de empreendimento,
mensagem publicitária, podendo o consumidor são obrigados a fornecer serviços adequados,
exigir, alternativamente e à sua escolha: eficientes, seguros e, quanto aos essenciais,
I - o abatimento proporcional do preço; contínuos.
II - complementação do peso ou medida; Parágrafo único. Nos casos de
III - a substituição do produto por outro da descumprimento, total ou parcial, das
mesma espécie, marca ou modelo, sem os obrigações referidas neste artigo, serão as
aludidos vícios; pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a
IV - a restituição imediata da quantia paga, reparar os danos causados, na forma prevista
monetariamente atualizada, sem prejuízo de neste código.
eventuais perdas e danos.
§ 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os
do artigo anterior. vícios de qualidade por inadequação dos
§ 2° O fornecedor imediato será responsável produtos e serviços não o exime de
quando fizer a pesagem ou a medição e o responsabilidade.
instrumento utilizado não estiver aferido
segundo os padrões oficiais. Art. 24. A garantia legal de adequação do
produto ou serviço independe de termo
Art. 20. O fornecedor de serviços responde expresso, vedada a exoneração contratual do
pelos vícios de qualidade que os tornem fornecedor.
impróprios ao consumo ou lhes diminuam o
valor, assim como por aqueles decorrentes da Art. 25. É vedada a estipulação contratual de
disparidade com as indicações constantes da cláusula que impossibilite, exonere ou atenue a
oferta ou mensagem publicitária, podendo o obrigação de indenizar prevista nesta e nas
consumidor exigir, alternativamente e à sua seções anteriores.
escolha: § 1° Havendo mais de um responsável pela
I - a reexecução dos serviços, sem custo causação do dano, todos responderão
adicional e quando cabível; solidariamente pela reparação prevista nesta e
II - a restituição imediata da quantia paga, nas seções anteriores.
monetariamente atualizada, sem prejuízo de § 2° Sendo o dano causado por componente
eventuais perdas e danos; ou peça incorporada ao produto ou serviço, são
III - o abatimento proporcional do preço. responsáveis solidários seu fabricante,
§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser construtor ou importador e o que realizou a
confiada a terceiros devidamente capacitados, incorporação.
por conta e risco do fornecedor.
§ 2° São impróprios os serviços que se SEÇÃO IV
mostrem inadequados para os fins que Da Decadência e da Prescrição
razoavelmente deles se esperam, bem como
aqueles que não atendam as normas Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios
regulamentares de prestabilidade. aparentes ou de fácil constatação caduca em:
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de
Art. 21. No fornecimento de serviços que serviço e de produtos não duráveis;
tenham por objetivo a reparação de qualquer II - noventa dias, tratando-se de fornecimento
produto considerar-se-á implícita a obrigação de serviço e de produtos duráveis.
do fornecedor de empregar componentes de § 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial
reposição originais adequados e novos, ou que a partir da entrega efetiva do produto ou do
mantenham as especificações técnicas do término da execução dos serviços.
fabricante, salvo, quanto a estes últimos, § 2° Obstam a decadência:
autorização em contrário do consumidor. I - a reclamação comprovadamente formulada
pelo consumidor perante o fornecedor de
produtos e serviços até a resposta negativa
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chamada for onerosa ao consumidor que a de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde
origina. (Incluído pela Lei nº 11.800, de 2008). ou segurança.
§ 3° Para os efeitos deste código, a publicidade
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é é enganosa por omissão quando deixar de
solidariamente responsável pelos atos de seus informar sobre dado essencial do produto ou
prepostos ou representantes autônomos. serviço.
§ 4° (Vetado).
Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou
serviços recusar cumprimento à oferta, Art. 38. O ônus da prova da veracidade e
apresentação ou publicidade, o consumidor correção da informação ou comunicação
poderá, alternativamente e à sua livre escolha: publicitária cabe a quem as patrocina.
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação,
nos termos da oferta, apresentação ou SEÇÃO IV
publicidade; Das Práticas Abusivas
II - aceitar outro produto ou prestação de
serviço equivalente; Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou
III - rescindir o contrato, com direito à serviços, dentre outras práticas abusivas:
restituição de quantia eventualmente (Redação dada pela Lei nº 8.884, de
antecipada, monetariamente atualizada, e a 11.6.1994)
perdas e danos. I - condicionar o fornecimento de produto ou de
serviço ao fornecimento de outro produto ou
SEÇÃO III serviço, bem como, sem justa causa, a limites
Da Publicidade quantitativos;
II - recusar atendimento às demandas dos
Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal consumidores, na exata medida de suas
forma que o consumidor, fácil e imediatamente, disponibilidades de estoque, e, ainda, de
a identifique como tal. conformidade com os usos e costumes;
Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade III - enviar ou entregar ao consumidor, sem
de seus produtos ou serviços, manterá, em seu solicitação prévia, qualquer produto, ou
poder, para informação dos legítimos fornecer qualquer serviço;
interessados, os dados fáticos, técnicos e IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do
científicos que dão sustentação à mensagem. consumidor, tendo em vista sua idade, saúde,
conhecimento ou condição social, para
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa impingir-lhe seus produtos ou serviços;
ou abusiva. V - exigir do consumidor vantagem
§ 1° É enganosa qualquer modalidade de manifestamente excessiva;
informação ou comunicação de caráter VI - executar serviços sem a prévia elaboração
publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, de orçamento e autorização expressa do
por qualquer outro modo, mesmo por omissão, consumidor, ressalvadas as decorrentes de
capaz de induzir em erro o consumidor a práticas anteriores entre as partes;
respeito da natureza, características, VII - repassar informação depreciativa,
qualidade, quantidade, propriedades, origem, referente a ato praticado pelo consumidor no
preço e quaisquer outros dados sobre produtos exercício de seus direitos;
e serviços. VIII - colocar, no mercado de consumo,
§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade qualquer produto ou serviço em desacordo com
discriminatória de qualquer natureza, a que as normas expedidas pelos órgãos oficiais
incite à violência, explore o medo ou a competentes ou, se normas específicas não
superstição, se aproveite da deficiência de existirem, pela Associação Brasileira de
julgamento e experiência da criança, Normas Técnicas ou outra entidade
desrespeita valores ambientais, ou que seja credenciada pelo Conselho Nacional de
capaz de induzir o consumidor a se comportar Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial (Conmetro);
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CAPÍTULO VI SEÇÃO II
Da Proteção Contratual Das Cláusulas Abusivas
SEÇÃO I
Disposições Gerais Art. 51. São nulas de pleno direito, entre
outras, as cláusulas contratuais relativas ao
Art. 46. Os contratos que regulam as relações fornecimento de produtos e serviços que:
de consumo não obrigarão os consumidores, I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a
se não lhes for dada a oportunidade de tomar responsabilidade do fornecedor por vícios de
conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se qualquer natureza dos produtos e serviços ou
os respectivos instrumentos forem redigidos de impliquem renúncia ou disposição de direitos.
modo a dificultar a compreensão de seu Nas relações de consumo entre o fornecedor e
sentido e alcance. o consumidor pessoa jurídica, a indenização
poderá ser limitada, em situações justificáveis;
Art. 47. As cláusulas contratuais serão III - transfiram responsabilidades a terceiros;
interpretadas de maneira mais favorável ao IV - estabeleçam obrigações consideradas
consumidor. iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor
em desvantagem exagerada, ou sejam
incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;
V - (Vetado);
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SEÇÃO III
Dos Contratos de Adesão
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