Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
AQUINO
1 Tomás de Aquino, filósofo e teólogo italiano, sem dúvida foi o maior filósofo da escolástica
medieval. Era filho de Landolfo, conde de Acerra, e Teodora Caracciolo. Nascido no castelo de
Roccasecca, perto de Aquino, em 1224/25. Estudou inicialmente sob orientação dos monges
beneditinos da Abadia de Montecassino e, em 1244, ingressou na Ordem dos Dominicanos. Um ano
depois vai para Paris, onde continua a formação teológica com Alberto Magno. De 1248 a 1252,
permanece em Colônia, ainda dedicado aos mesmos estudos, até que volta para Paris e prossegue
as atividades universitárias, culminando pela obtenção do título de doutor em teologia, em 1259.
Nesse ano retorna à Itália e leciona em Agnani, Orvieto, Roma e Viterbo. De 1269 a 1272, exerceu
em Paris as funções de professor. Retornando à Itália, veio a falecer no convento dos cistercienses
de Fossanova, no dia 7 de março de 1274, com apenas 49 anos de idade. Teve uma vida
inteiramente dedicada à meditação e ao estudo. [Cf. MATTOS, Carlos Lopes de. Sto. Tomás: vida e
obra. In: BARAÚNA, Luiz João et al. Sto. Tomás de Aquino; Dante Alighieri; John Duns Scot;
Willian of Ockham. 2. ed. São Paulo: Abril Cultura, 1979, p. VI.]
2 Cf. VAZ, H. C. de Lima. Escritos de Filosofia IV: introdução à ética filosófica 1. São Paulo:
Universidade Pontifícia Salesiana (Roma). Doutor em Filosofia Moral pela Universidade Pontifícia
Salesiana.
4 Cf. ABBÀ, Guiseppe. História Crítica da Filosofia Moral. Trad. Frederico Bonaldo. São
Paulo: Instituto Brasileiro de Filosofia e Ciência “Raimundo Lúlio” (Ramon Llull), 2011, p. 94.
pessoal e transcendente. “Para os filósofos cristãos, o pensamento humano se
encontra sempre depois da revelação divina, que está sempre antes”.5 Em virtude
disto, os filósofos cristãos reivindicavam para a filosofia cristã a honra de ser a
verdadeira filosofia.
Assim, o confronto entre os filósofos pagãos e os cristãos era inevitável. Isso
levou os filósofos cristãos a adotarem uma atitude crítica e de discernimento frente
às filosofias pagãs.
Isso ocorreu, sobretudo, com as filosofias então dominantes, o
estoicismo e o neo-platonismo [sic]. Ambas as filosofias eram escola
de vida e de virtude, pese a que não distinguissem nitidamente, ao
modo de Aristóteles, a ética como disciplina filosófica específica.6
1962, p. 13.
13 Cf. VAZ, 1999, p. 183.
14 GILSON, Etienne. A Filosofia na Idade Média. Trad. Eduardo Brandão. São Paulo: Martins
33 Filósofo grego, nascido em Estagira, Colônia jónica na Macedônia, no ano de 384 a.C. Filho
de um médico de Nincómaco, médico de Amitas II, rei da macadonia. Com a idade dezessete anos
da morte do seu pai, vem por sugestão do seu tutor Próxeno, para ir a Atenas ingressar a academia
de Platão, do qual seria aluno. Depois de algumas divergências com a academia platônica, funda o
Liceu, onde os estudos divide-se em dois tipos de ensino um de manhã destinado aos alunos, era
mais complexo e profundo e outro era a tarde destinado ao público em geral e menos científico,
dando um contributo original para a filosofia em diversas áreas, através de seu vasto pensamento.
Também foi responsável pela a sistematização da primeira biblioteca. Morre exilado em Cálcida, em
322. [Cf. BLACKBURN Simon. Dicionário oxford de filosofia. Tradução de Desidério Murcho. et al.
Rio de Janeiro: Zahar Editor, 1997. p. 24.]
34
Cf. ABBÀ, 2011, p. 65.
35
Cf. ABBÀ, 2011, p. 65.
36
Cf. VAZ,1999, p. 109.
37
Cf. VAZ,1999, p. 113.
38
Cf. VAZ, op. cit.
39
ABBÀ, 2011, p. 71.
Introduzindo as ideias nas realidades sensíveis, e excluindo o chorismós,
Aristóteles abriu o caminho para um método filosófico diverso. Desta forma, o ser
humano, que é constituído segundo uma forma natural própria, é capaz de conhecer
o que são as coisas, é capaz de conhecimento verdadeiro; e assim, todas as
realidades sensíveis são naturalmente cognoscíveis. 40 Na sociedade, isso significa
que o ser humano tem a capacidade de ter opiniões verdadeiras sobre assuntos
humanos, como as opiniões práticas.
“O homem aristotélico não deduz mais por via de anamnese o conhecimento
das realidades físicas e dos assuntos humanos, mas sim por via de abstração da
experiência sensível, que consta também das ações humanas”.41 Neste caso, a
heterogeneidade e a multiplicidade dos saberes assumem o lugar da
homogeneidade e da unicidade, de acordo com os objetos conhecidos e conforme a
relação que os saberes têm com o seu respectivo objeto.42
Divergindo também de Platão, onde o mesmo tem uma concepção de que o
conhecimento das ideias é incindivelmente teórico e prático, para Aristóteles isso já
não pode ser assim: com relação ao saber humano, as realidades sensíveis tem em
si mesmas o principio dos seus movimentos, e as obras humanas têm o seu
princípio não em si mesmas, mas no ser humano. Assim, o saber com relação às
coisas naturais é teórico, com relação às coisas produzíveis é poiético, com relação
às coisas praticáveis é prático.43
A diferença nos objetos e na relação dos saberes com os seus objetos reflui
sobre os saberes mesmos, para designar os quais Aristóteles introduziu a
denominação de filosofia teórica e filosofia prática. As duas buscam a verdade, o
conhecimento de como as coisas estão e a causa de por que estão assim.44 Para a
filosofia teórica a verdade é fim em si mesma, e para a filosofia prática a verdade é
ulteriormente ordenada à obra a ser feita aqui e agora. O saber prático não é fim em
si mesmo, mas em vista de outro, da ação.45
40
Cf. ABBÀ, 2011, p. 71
41
ABBÀ, 2011, p. 71.
42
Cf. ABBÀ, 2011, p. 72.
43
Cf. ABBÀ, op. cit.
44
Cf. ABBÀ, 2011, p. 72.
45 Cf. ABBÀ, op. cit.