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LEI Nº 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996 sentido estrito, não estão sujeitas à Lei
9.296/1996, podendo ser utilizadas, a
Fundamento Constitucional depender do caso concreto, como prova no
processo.
Art. 5º, XII - é inviolável o sigilo da
correspondência e das comunicações O fato de um dos interlocutores dos diálogos
telegráficas, de dados e das comunicações gravados de forma clandestina ter consentido
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem posteriormente com a divulgação dos seus
judicial, nas hipóteses e na forma que a lei conteúdos não tem o condão de legitimar o
estabelecer para fins de investigação criminal ato, pois no momento da gravação não tinha
ou instrução processual penal. ciência do artifício que foi implementado pelo
responsável pela interceptação, não se
podendo afirmar, portanto, que, caso
Conceitos soubesse, manteria tais conversas pelo
telefone interceptado.
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Legislação Penal Especial
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HC 113.477-DF, Rel. Min. Maria Thereza de dando ciência ao Ministério Público, que
Assis Moura, julgado em 20/3/2012. poderá acompanhar a sua realização.
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Competência Penal
Também não pratica abuso de autoridade Compete à Justiça Federal processar e julgar
aquele que apenas exerce múnus público crime praticado por funcionário público federal
(tutor, curador, inventariante, administrador da no exercício de suas atribuições funcionais.
massa). (CC 105.202/MG, TERCEIRA SEÇÃO, DJe
17/06/2010)
De acordo com o art. 5º da lei 4898/65, o
MILITAR pode ser sujeito ativo de abuso de “Nesse contexto, considerando os fatos
autoridade. até agora apurados, penso estar
comprovado que o agente valeu-se de
Quando a vítima é civil, a competência é da sua condição de servidor do INCRA para
Justiça comum. dar credibilidade as suas ações, utilizando-
se de sua função de Gerente Operacional
Súmula 172, STJ: do referido Órgão Estatal na Região, restando
patente que a União tem interesse na
COMPETE A JUSTIÇA COMUM causa, pois exige de seus servidores que
PROCESSAR E JULGAR MILITAR POR obedeçam a estrita legalidade no exercício
CRIME DE ABUSO DE AUTORIDADE, de suas funções; por isso, ao meu sentir,
AINDA QUE PRATICADO EM SERVIÇO. eventual Ação Penal deve ser julgada pela
Justiça Federal”. CC 97679
Se a vítima for militar, há crime militar previsto
no CPM.
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2. Por isso mesmo, o ato praticado por Com o advento da Lei 11313/2006, que
delegado de polícia federal – tendo como modificou a redação do art. 61, da lei
vítima médica em hospital – quando NÃO SE 9099/95, o STJ consolidou o entendimento de
ENCONTRAVA NO EXERCÍCIO da função que o crime de abuso de autoridade como de
não é bastante para se fixar a competência da menor potencial ofensivo, independentemente
Justiça Federal. de a infração penal possuir rito especial HC
59591/RN. QUINTA TURMA. Rel. Félix
3. Ordem concedida para se proclamar a Fischer, DJ 04/09/2006
incompetência da Justiça Federal.
(HC 102.049/ES, Rel. Ministro NILSON O rito previsto na lei dos juizados especiais
NAVES, SEXTA TURMA, DJe 14/06/2010) deve ser empregado, mesmo quando da
ocorrência de crimes que preveem
1. Nos termos do art. 92, III da Lei Maior, os procedimento próprio, como, in casu, a Lei
Juízes Federais são órgãos do Poder 4.898, de 9 de dezembro de 1965 (Lei de
Judiciário, qualidade essa que impõe o Abuso de Autoridade);
reconhecimento do interesse da União no
julgamento de crimes de que sejam vítimas, o Reconhecendo-se a competência absoluta do
que atrai a competência da Justiça Federal Juizado Especial para processar e julgar a
para processar e julgar a respectiva Ação conduta imputada ao paciente, imperioso o
Penal, nos termos do art. 109, IV da CF/88. reconhecimento da extinção da punibilidade
pela ocorrência da prescrição, eis que
2. Outrossim, tal qualidade não pode ser afastada a causa interruptiva (recebimento da
ignorada quando da fixação do Juízo denúncia). HC 36429 / MG SEXTA TURMA
competente, devendo ser levada em Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA DJ
consideração, ainda que a vítima não esteja 17/12/2004
no exercício das funções jurisdicionais.
Em sentido contrário, opinião da doutrina
2. A interpretação restritiva prevista na (Bitencourt, Nucci), entende que o crime de
Súmula 147/STJ não se aplica aos Juízes abuso de autoridade não pode ser abrangido
Federais, ocupantes de cargos cuja natureza pela competência dos juizados especiais
jurídica não se confunde com a de funcionário criminais, não só pela previsão de um
público, mas sim com a de órgão do Poder procedimento especial, mas também pela
Judiciário, o que reclama tratamento e cominação de sanções especiais (sistema
proteção diferenciados, em razão da própria sancionatório próprio), que não são
atividade por eles exercida. O art. 95 da adequadas ao sistema da justiça consensual.
Constituição Federal, que assegura a garantia
da vitaliciedade aos Magistrados
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Todos os crimes dessa lei são crimes Segundo a jurisprudência, o preso (apenado)
dolosos. tem direito ao sigilo da correspondência.
Além do dolo, exige-se um elemento subjetivo Entretanto, se houver indícios de
distinto do dolo, que é a intenção de abusar cometimento de infrações penais ou risco
do poder que o sujeito detém em nome do para a segurança do estabelecimento, o
Estado. diretor do presídio ou o delegado poderá
Não há previsão de modalidade culposa. restringir esse direito.
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prisão ou do ato processual a que se refere, e) levar à prisão e nela deter quem quer que
sem prejuízo da responsabilidade civil do se proponha a prestar fiança, permitida em
estado. lei;
d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de Art. 5º, caput - Todos são iguais perante a lei,
prisão ou detenção ilegal que lhe seja sem distinção de qualquer natureza,
comunicada; garantindo-se (...) à propriedade, nos termos
seguintes: X - são invioláveis a intimidade, a
Fundamento Constitucional vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização
LXV - a prisão ilegal será imediatamente pelo dano material ou moral decorrente de
relaxada pela autoridade judiciária; sua violação;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela
mantido, quando a lei admitir a liberdade Das Penas
provisória, com ou sem fiança;
Trata-se de crime próprio da autoridade Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu
judiciária, que manifesta intenção de não autor à sanção administrativa, civil, e penal.
relaxar a prisão ilegal. § 3º A sanção penal será aplicada de acordo
com as regras dos artigos 42 a 56 (atuais
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Art. 109, Parágrafo único - Aplicam-se às Parágrafo único. A representação será feita
penas restritivas de direito os mesmos prazos em duas vias e conterá a exposição do fato
previstos para as privativas de liberdade. constitutivo do abuso de autoridade, com
todas as suas circunstâncias, a qualificação
A pena de multa segue o regramento do do acusado e o rol de testemunhas, no
artigo 60, CP (sistema de dias-multa) e máximo de três, se as houver.
prescreve nos termos do artigo 114, CP:
A Petição é um requerimento formal, feito por
Prescrição da multaArt. 114 - A prescrição da escrito, que deve conter a identificação do
pena de multa ocorrerá: interessado. Não se trata de denúncia
I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a anônima.
única cominada ou aplicada;
II - no mesmo prazo estabelecido para Art. 12. A ação penal será iniciada,
prescrição da pena privativa de liberdade, independentemente de inquérito policial ou
quando a multa for alternativa ou justificação por denúncia do Ministério
cumulativamente cominada ou Público, instruída com a representação da
cumulativamente aplicada. vítima do abuso.
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