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CRITÉRIOS DE CORREÇÃO

Estes são os tópicos básicos de resposta. Valoriza-se a qualidade da redação e a


adaptação aos dados do caso prático, bem como a pertinência dos exemplos.

TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL I


2.º ANO
1.ª e 2.ª TURMA
8 de janeiro de 2018

Note Bem: leia atentamente todo o enunciado da prova. As respostas devem ser convenientemente justificadas, indicando o
respetivo fundamento legal sempre que for caso disso. Seja preciso(a) e rigoroso(a) no seu discurso. A legislação consultada não
deve conter anotações, impressas ou manuscritas, exceto remissões. Tempo útil de duração da prova: 2h Boa sorte!

I (6 valores)
Distinga (e dê exemplos):
1. Boa fé em sentido subjetivo de boa fé em sentido objetivo;
2. Responsabilidade subjetiva de responsabilidade objetiva;
3. Direitos absolutos de direitos relativos;
4. Fundações de corporações.

II (6 valores)
Comente as seguintes afirmações:
A) “O Código Civil português consagrou expressamente o chamado Direito Geral
de Personalidade e a responsabilidade civil é o único meio de tutela.”

Tópicos básicos:
Explicar o art. 70.º, n.º1. A tutela geral da personalidade; o conceito de Direito Geral
de Personalidade (defendido pela Escola de Coimbra); as fontes de direitos especiais
de personalidade (Código Civil, Constituição, leis avulsas, Convenções
internacionais, jurisprudência, etc.); a dimensão aberta dessa tutela: personalidade
física e personalidade moral.
Seguidamente, explicar os meios de proteção dos direitos de personalidade: a
responsabilidade civil (extracontratual) e a indemnização por danos patrimoniais e
não patrimoniais e a importância das “providências adequadas” quer preventivas,
quer reparatórias. Referência à responsabilidade criminal.

B) “A todas as pessoas é reconhecido o princípio da plenitude da capacidade


jurídica.”

Distinguir a capacidade jurídica das pessoas singulares de pessoas coletivas.


Quanto às primeiras a frase é correta. Explicar o conceito de capacidade de gozo; dar
exemplos de falta de capacidade de gozo para pessoas singulares (casos excecionais).
Quanto às pessoas coletivas, a afirmação está errada. Pelo contrário, estas têm uma
capacidade funcional; princípio da especialidade do fim. Explicar o art. 160.º, n.º1 e
n.º 2, dando exemplos. Explicar razões para aplicar o regime da nulidade em caso de
violação desta norma (razão dogmática e razão legal).

III (8 valores)
Rita abusa de bebidas alcoólicas e tem vindo a delapidar o seu património
jogando “raspadinhas” e outros jogos de azar, nos últimos seis anos. Em janeiro de 2015
foi sujeita a uma ação com vista à sua incapacitação, que viria a ser publicitada a 20 de
fevereiro do mesmo ano. A sentença que a incapacitou – de 30 de setembro de 2017 –
foi registada dia 15 de dezembro passado.
Rita praticou os seguintes negócios:
a. No dia 30 de janeiro de 2015, Rita vendeu o seu automóvel (um Renault
Mégane de 2014) por €1000 (mil euros) a João, vendedor de cautelas da
lotaria;
b. No dia 16 de outubro de 2016 doou um colar de ouro a Sara, sua amiga de
longa data;
c. No dia 6 de janeiro de 2018, falsificando uma certidão do registo civil e
fazendo-se passar por plenamente capaz, vendeu um quadro da famosa
pintora Vieira da Silva por €5000 (cinco mil euros).
d. No dia 7 de janeiro casou-se com Xavier, seu primo direito.

• Quem poderia ter intentado a referida ação contra Rita? (1 valor)

Inabilitação 152.º (abuso de bebidas alcoólicas e prodigalidade) – requerida por


pessoas previstas no art. 141.º, por remissão do art. 156.º

• Quem e quando poderá requerer o levantamento desta incapacidade?


(1 valor)
Art. 155.º - prazo de 5 anos, pelo menos... Quem – 156.º - 151.º (141.º)

• Aprecie a validade dos negócios referidos. (6 valores)


• No dia 30 de janeiro de 2015, Rita vendeu o seu automóvel (um Renault
Mégane de 2014) por €1000 (mil euros) a João, vendedor de cautelas da
lotaria;

Aplica-se o art. 150.º (por remissão do art. 156.º), pois a ação ainda não foi
publicitada (apesar de já ter sido intentada). O artigo remete para o art. 257.º - 2
requisitos: (1) haver incapacidade de entender o sentido da declaração ou não
tinha o livre exercício da vontade – parece ser o caso... pois o preço é
absolutamente irrisório (carro novo custa muito mais de €1000) + ser notório ou do
conhecimento do declaratário – também se verifica, pois o vendedor de cautelas de
lotaria seguramente sabia que a incapaz ia vender o carro ao desbarato para
jogar... logo é anulável.
(PARA VALORIZAR: Qual o Prazo para intentar a ação de anulação? Aplica-se o
art. 125.º, por remissão do art. 156.º e 139.º, mas o prazo (de 1 ano após o
conhecimento do negócio para o curador) só deve começar a correr depois de
15/12/2017 (aplicação analógica do art. 149.º/ 2)

• No dia 16 de outubro de 2016 doou um colar de ouro a Sara, sua amiga de


longa data;
Aplica-se o art. 149.º (por remissão do art. 156.º). Segundo Manuel de Andrade a
doação constitui sempre um prejuízo. Uma vez que se veio a decretar a
inabilitação, estão verificados os 2 requisitos do referido artigo. O negócio é
anulável.
Qual o Prazo para intentar a ação de anulação? Aplica-se o art. 125.º, por
remissão do art. 156.º e 139.º, mas o prazo (de 1 ano após o conhecimento do
negócio para o curador) só deve começar a correr depois de 15/12/2017.

• No dia 6 de janeiro de 2018, falsificando uma certidão do registo civil e


fazendo-se passar por plenamente capaz, vendeu um quadro da famosa
pintora Vieira da Silva por €5000 (cinco mil euros).

Art. 148.º regra da anulabilidade – que reconduz ao art. 125, por pfrça do art.
156.º e 139.º
Ato de disposição carece de autorização do curador – art 153.º
Mas, é um caso de dolo do inabilitado - Art. 126.º, por remissão do artigo 156.º e
art. 139. Explicar as duas teses em confronto, sobre a legitimidade de o curador
poder requerer a anulação do negócio. Seguindo a tese de CARLOS ALBERTO
DA MOTA PINTO (PINTO MONTEIRO e P MOTA PINTO) não podem
requerer – argumento teleológico (confiança do tráfego jurídico). Seguindo a tese
de OLIVEIRA ASCENSÃO e ORLANDO DE CARVALHO, sim PODEM.
Argumento literal e teleologia de proteção dos incapazes.

• No dia 7 de janeiro casou-se com Xavier, seu primo direito.


Eventual problema de incapacidade de gozo. Mas que neste caso não se verifica,
pois os inabilitados por prodigalidade (ou abuso de bebidas alcoólicas) não sofrem
restrição à liberdade de casaram (cfr. art. 1601.º/ b)). E pode casar com o primo,
pois não há qualquer impedimento relativo (cfr. art. 1604/ c)) (parente na linha
colateral no 4.º grau – art. 1581.º, n.º2)

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