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A

casa museu da chácara do ceu é uma das antigas residências de Raimundo Ottoni de Castro
Maya, um bem sucedido empresário e colecionador de obras de arte. Se trata de uma
residência modernista, em estilo cubista purista, com amplos jardins, situado numa parte alta
do bairro de Santa Tereza, com uma bela vista da cidade e Baía de Guanabara.

Esta casa, com belos e amplos jardins, exprime o estilo de vida do refinado colecionador, que
deixou um legado com muitas obras de arte.

Na verdade foram duas as residências do colecionador, ambas no Rio de Janeiro, que foram
transformadas em museu. A Chacára do Céu iniciou suas atividades em 1972, e outra no Alto
da Boa Vista, foi aberta ao público como Museu do Açude em 1964.

A chácara do céu fica ao lado de outro casarão que possui um mirante, e em cujo terreno fica o
chamado Parque das Ruinas.

O que ver no Local

No Museu Chácara do Céu, destacam-se os inúmeros originais de obras de arte feitos por
artistas que estiveram no Brasil principalmente na primeira metade do século 19, incluindo
quase 500 originais de Jean-Baptiste Debret.

Outra atração são os belos jardins e a magnifica vista da cidade e da Baía de Guanabara.

O local onde situa-se a casa no alto de Santa Teresa, que abriga o Museu, era conhecida desde
os idos de 1876 como Chácara do Céu, chácara por ter um amplo terreno e provavelmente
céu, por causa da sua localização numa parte alta da cidade.

Em 1936, Castro Maia herdou


uma casa no local, e convidou seu amigo, o arquiteto Wladimir Alves de Souza, para projetar
uma nova casa para o local, que é a que hoje abriga o museu com inúmeras obras de arte do
colecionador.

Se trata de uma casa modernista clássica, feita de angulos retos em estilo purista cubista. A
tendência classicizante fica evidênciada pela busca de equilíbrio e simetria na fachada que se
volta para os jardins internos.
A casa possui belos jardins, e também uma ampla vista para a Baía de Guanabara e cidade do
Rio de Janeiro. Alias a bela vista da cidade e seus belos jardins são um dos motivos à mais para
visitar a Chácara do Céu. Ao lado do Museu Chácara do Céu existe também o Parque das
Ruinas, que possui também um Mirante com vistas fantásticas. Ambos os locais podem ser
visitados de uma só vez.

Alguns cômodos são ambientados com sua mobília original, como a sala de jantar e a
biblioteca.

Ao contrário de muitas casas modernistas do século 20, quando existia uma tendência de
uniformizar o estilo arquitetônico e do mobiliário, praticamente erradicando outros estilos,
Castro Maya possuía móveis, estatuária e objetos de arte de diferentes épocas. A foto mostra
o interior da casa, com inúmeras obras de arte.

O Acervo de Artes Plásticas

Castro Maya, durante sua vida reuniu um acervo com aproximadamente 22 mil peças. O
acervo esta divido em seus dois museus, a Chácara do Céu e Museu do Açude. Na Chácara do
Céu se destacam as seguintes coleções:

Arte Européia

Esta coleção agrupa desenhos, pinturas, gravuras de artistas famosos como Matisse,
Modigliani, Degas, Seurat, Miró.

Arte Moderna Brasileira

Entre os artistas plasticos brasileiros do chamado modernismo do século 20 destaca-se


principalmente o grande acervo de Portinari. Existem também quadros de Guignard, Di
Cavalcanti, Iberê Camargo, Antonio Bandeira.

Coleção de Brasiliana

A parte que mais se detaca em sua coleção são as "Brasilianas", ou seja, as gravuras, aquarelas
ou pinturas de época, feitas por artistas estrangeiros que visitavam o Brasil no século 19, após
a vinda de D. João VI. O maior acervo da coleção Brasiliana refere exatamente à Jean-Baptiste
Debret, contando com quase 500 originais que Castro Maya adquiriu entre 1939 e 1940 em
Paris. Muitos destes desenhos nem constaram da primeira edição de Viagem Pitoresca ao
Brasil, onde Debret apresentou seu relato histórico da viagem e descrição de várias pranchas
de sua autoria.

Entre a coleção Brasiliana, existem também originais de Rugendas, Chamberlain e Taunay.

A Biblioteca

A Bibliote de Castro Maya possui aproximadamente oito mil títulos, incluindo literatura e livros
sobre arte. Entre algumas publicações se destacam-se livros como Viagem Pitoresca ao Brasil
de Debret, e livros de outros viajantes que formam uma importante documentação escrita e
pictórica acerca do Brasil no século 19. Entre estes autores que constam da coleção, estão
Maria Graham, Henry Chamberlain, Victor Frond, William Gore Ouseley, Maximilian von Wied-
Neuwied.

Sobre Raimundo Ottoni de Castro Maia

O empresário Raymundo Ottoni de Castro Maya era graduado em Direito, comerciante


atacadista e industrial. Foi esportista e teve muita participação nos meios culturais e artísticos.

Nasceu em Paris em 1894, filho de um culto Engenheiro, renomado membro do corpo técnico
da Estrada de Ferro Pedro II, atual Central do Brasil. Era um aristocrata refinado, e tinha
estreita relação cultural com a Europa, tendo viajado muitas vezes a Europa, principalmente
para a Françaa. Faleceu em 1968.

Principais Realizações no Ramo Comercial e Industrial

Atacadista de Tecidos

Industrial produtor de óleo de Linhaça marca Tigre, destinado ao uso também industrial

Proprietário da empresa Companhia Carioca Industrial, que também produzia óleos vegetais,
cujo produto mais conhecdo era a "Gordura de Coco Carioca".

Realização em Orgão Público

Em 1943 assumiu um cargo público como administrador da Floresta da Tijuca, a convite do


prefeito Henrique Dodsworth, revigorando o local com grande exíto. Entretanto ele ocupou o
cargo de forma altruística, sem nenhuma remuneração.

Atividades Culturais

Sociedade dos Cem Bibliófilos do Brasil - Sociedade por ele criada em 1943, editando 23 livros.

Sociedade Os Amigos da Gravura - Sociedade também fundada por ele em 1952, cujo objetivo
era divulgar e incentivar o gosto pela gravura como arte.

Membro fundador e primeiro presidente do MAM - Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro,
em 1948.

Editou o livro "Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil", de Debret, em 1954.


Fundação Raymundo Ottoni de Castro Maya - Em 1963 cria a fundação Castro Maya, cujo fim
seria geriu seu acervo e abri-lo ao público atavés de Museus criados por ele.

Museu do Açude - Em 1964 é inaugurado o Museu do Açude, em uma antiga casa de sua
propriedade, no Alto da Boa Vista.

Editou o livro "A Muito Leal e Heróica Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro", de Gilberto
Ferrez, em 1965.

Coordenou a comissão organizadora do IV Centenário da Cidade do Rio de Janeiro, em 1964 e


1965.

Em 1967 foi nomeado membro da Câmara do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do


Conselho Federal de Cultura.

O livro de sua autoria "Floresta da Tijuca" foi publicado em 1967.

Em 1972 é inaugurado o Museu da Chácara do Céu, 4 anos após seu falecimento, em 1968.

RIO — Na tarde do dia 24 de fevereiro de 2006, uma sexta-feira, o Bloco das Carmelitas
arrastava milhares de foliões pelas ruas de Santa Teresa quando quatro homens realizaram, no
mesmo bairro, o maior roubo a museu da história do Brasil. Após render os três seguranças e
um funcionário do Museu Chácara do Céu, além de cinco visitantes, o grupo levou quatro
quadros de Claude Monet, Henri Matisse, Pablo Picasso e Salvador Dalí, avaliados em mais de
US$ 10 de milhões. Um livro de gravuras de Picasso também foi levado.

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Nos últimos cinco anos, a jornalista Cristina Tardáguila se debruçou sobre o caso. Revisou
todos os passos da investigação, conversou com especialistas estrangeiros em roubo de arte e
descobriu que a principal barreira para que o crime fosse solucionado foi a falta de interesse
das instituições brasileiras. Em “A arte do descaso” (Intrínseca), Cristina mostra que pistas
importantes nunca foram investigadas e procedimentos foram ignorados pela Polícia Federal.

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Por exemplo: três dos visitantes mantidos reféns nunca foram interrogados e a análise das
digitais colhidas na cena do crime jamais foi incluída no inquérito, que continua em aberto. Um
outro roubo à instituição ocorrido em 1989, quando o mesmo Matisse e o mesmo Dalí foram
levados e depois recuperados, também foi ignorado.

— Ao ler o inquérito, percebi que a maior dificuldade do caso era institucional. A mesma
delegacia que investiga crimes contra o patrimônio cultural também é responsável por crimes
ambientais! Em um trecho, o delegado escreveu que ia deixar de lado essa investigação
porque iria começar o defeso (período de caça proibida) e haveria muito trabalho. Já o
Ministério Público Federal esperava que eu viesse com as respostas — lembra Cristina.
“A arte do
descaso”: cinco anos de pesquisas - Reprodução

A casa onde funciona a Chácara do Céu pertenceu ao mecenas Raymundo Ottoni de Castro
Maya (1894-1968) e foi transformada em museu em 1972. Junto com o Museu do Açude, no
Alto da Boa Vista, compõe os Museus Castro Maya, que desde 1983 são administrados pela
União. O acervo do museu em Santa Teresa tem 22 mil peças reunidas pelo empresário e seus
familiares entre 1880 e 1960. Entre os destaques está a maior a coleção nacional de trabalhos
do francês Jean-Baptiste Debret, além de trabalhos de Cândido Portinari, Modigliani e Joan
Miró.

Mesmo assim a reação ao roubo foi tímida. O comunicado enviado pela PF aos aeroportos do
Rio e de São Paulo listava apenas três obras, e não cinco, não trazia nenhuma descrição nem
imagens delas. Ao porto do Rio só foi feita uma comunicação via rádio. A diretora Vera de
Alencar, que tinha saído mais cedo por causa dos blocos em Santa Teresa, não voltou à
instituição na sexta-feira nem nos dias seguintes. O ministro da Cultura Gilberto Gil estava no
carnaval de Salvador quando foi comunicado e se limitou a ligar para o colega Marcio Thomaz
Bastos, então ministro da Justiça, para pedir ajuda à PF.

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— Ficou um vácuo. Em qualquer lugar do mundo, um caso como esse é tratado como uma
emergência — diz a jornalista. — Não há um inventário oficial das obras de arte guardadas nos
museus brasileiros, nem um banco de dados de quais delas foram roubadas.

MUSEUS VULNERÁVEIS EM MEGAEVENTOS

A escolha do primeiro dia do carnaval para a realização do assalto não foi uma coincidência.
Cristina conta que há um longo histórico de roubos de arte durante grandes eventos. Como
parte da sua investigação para o livro, ela viajou em junho de 2013 para a cidade medieval de
Amelia, na Itália, onde todos os anos é realizada a conferência da Associação para Pesquisa
sobre Crimes contra a Arte (Arca, na sigla em inglês). Lá, Noah Charney, fundador da Arca,
apontou a semelhança entre o caso brasileiro e outro ocorrido em Boston, nos EUA, em 1990,
na véspera do feriado de Saint Patrick. Já o quadro “O grito”, de Edvard Munch, foi roubado
pela primeira vez em fevereiro de 1994, da National Gallery de Oslo, quando eram realizados
os Jogos Olímpicos de Inverno na Noruega.

— Durante um grande evento, os esforços estão concentrados em um lugar. O cobertor é


curto e os roubos são mais comuns. Vários especialistas com quem conversei me perguntaram
qual era o plano de segurança para os museus do Brasil durante as Olimpíadas deste ano.

A jornalista explica que roubos de obras de arte costumam ser vistos como secundários, pois
raramente há vítimas e envolvem, em geral, instituições ricas. Só que, segundo o FBI, é o
terceiro tipo de crime que mais movimenta dinheiro no mundo, atrás apenas do tráfico de
drogas e de armas. Quadros roubados são utilizados em escambos ou como garantias de
empréstimos bancários. Forças policiais já flagraram o uso de obras até na negociação de
plutônio, utilizado na construção de bombas atômicas.

— O roubo de arte alimenta uma série de outros crimes, ele não é nada secundário. Em
escândalos recentes no Brasil foram apreendidas centenas de obras de arte, mas a arte não é
tratada como parte do crime — afirma Cristina, lembrando que só na Lava-Jato 160 obras já
foram apreendidas.

“A arte do descaso"

Autor: Cristina Tardáguila


Editora: Intrínseca

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Páginas: 192

Preço: R$ 39,90


Leia mais: https://oglobo.globo.com/cultura/livros/livro-relembra-maior-roubo-de-obras-de-
arte-da-historia-brasileira-18577798#ixzz4h9LeWN8t
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