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DEFINIÇÃO DA AÇÃO SÍSMICA

Carlos Sousa Oliveira


Prof. Jubilado IST
SUMÁRIO
• O impacto dos sismos
• Variáveis que intervém na determinação das curvas de
Perigosidade (“Hazard”). Incertezas no caso do
Continente;
• O terramoto de 1755;
• Como relacionar as Probabilidades de Excedência com
os Tempos de Vida e os Períodos de Retorno;
• Os Estados Limites de Projecto;
• Algumas considerações sobre a “Reabilitação Sísmica”
das construções.
ANÁLISE DE RISCO - IMPACTO

• Perigosidade
• Vulnerabilidade
• Existências

Risco = Perigosidade X Vulnerabilidade X Existências


ANÁLISE DE RISCO - IMPACTO

• Perigosidade
Adapted from Lowman
Plate boundaries and geometries employed for MORVEL (Mid-Ocean Ridge VELocity model) .
Plate name abbreviations are as follows: AM, Amur; AN, Antarctic; AR, Arabia; AU, Australia; AZ,
Azores; BE, Bering; CA, Caribbean; CO, Cocos; CP, Capricorn; CR, Caroline; EU, Eurasia; IN, India;
JF, Juan de Fuca; LW, Lwandle; MQ, Macquarie; NA, North America; NB, Nubia; NZ, Nazca; OK,
Okhotsk; PA, Pacific; PS, Philippine Sea; RI, Rivera; SA, South America; SC, Scotia; SM, Somalia;
SR, Sur; SU, Sundaland; SW, Sandwich; YZ, Yangtze.
Blue labels indicate plates not included in MORVEL. Patterned red areas show diffuse plate
boundaries. Adapted from DeMets et al. (2010).
Crista Médio-
Atlântica
Idade do fundo do
oceano

Fonte
NGS
Sismicidade
do Atlântico Norte

Açores

Fonte
USGS
Fronteira das Placas Euro-Asiática – Africana ou Núbia

http://www.citizenseismology.
eu/
S. Godey, R. Bossu, J. Guilbert, (2013) - Improving the
Mediterranean seismicity picture thanks to international
collaborations. Physics and Chemistry of the Earth 63 (2013) 3–11
SISMICIDADE CONTINENTE
(ATÉ 2000)
SISMICIDADE AÇORES (1915-2010)
ANÁLISE DE RISCO - IMPACTO

•Vulnerabilidade
Vulnerabilidade do Parque
Edificado:
• Habitação e escritórios
• Estruturas industriais
• Redes, Transportes, life-lines,
abastecimento, saneamento
• Estruturas Críticas

Funcionalidade:
• Perigosidade
• Resiliência
• Impacto
Reabilitação de escolas no México segundo novo
Regulamento local (Jaimes et al., 2017)
ANÁLISE DE RISCO - IMPACTO

•Existências
EVOLUÇÃO DE RISCO SÍSMICO EM
LISBOA
EXISTÊNCIAS (Tipologias) ÚLTIMOS 250 ANOS

RSA, 1983

Nº Edifícios

Fonte: INE,I.P - Recenseamento Geral da População de 2011


ANÁLISE DE RISCO - IMPACTO

• Perigosidade
• Vulnerabilidade
• Existência

Risco = Perigosidade x Vulnerabilidade x


Existência
1 – Cenário pessimista, mas plausível
2006 – Tese
Luísa Sousa
Trabalhos recentes –
confirmam as
previsões de 2006
2013 – Tese Paula Lamego
2013 – Tese Vitor Silva
POTENCIAIS CONSEQUÊNCIAS EM
PORTUGAL CONTINENTAL - COM
SISMOS:

1 - Cenário pessimista, mas plausível: um único sismo,


semelhante ao de 1755, pode causar hoje em dia dezenas de
milhares de mortos e prejuízos materiais entre 50% e 100%
do PIB (Danos directos)
2 - Cenário altamente provável (50% de probabilidade em 50
anos): prejuízos de cerca de 10 000 milhões de euros (custo
de 10 pontes Vasco da Gama) e centenas ou milhares de
mortos (Danos directos)
MODELAÇÃO DA PERIGOSIDADE: BASEADA NO TRABALHO

OVERVIEW ON EARTHQUAKE HAZARD ASSESSMENT – METHODS AND


NEW TRENDS (2005)
by
C. S. Oliveira and A. Campos-Costa, in “Assessment and Managing
Earthquake Risk”, Oliveira et al. (editors), Chapter 2, pp. 15-32, Springer
SCHEMATIC PROCEDURE TO ANALYZE THE SEISMIC
HAZARD
METHODOLOGIES TO COMPUTE SEISMIC HAZARD
CHARACTERIZATION OF THE OCCURRENCE PROCESS
SISMICIDADE HISTÓRICA
• Paleo-sismologia
• Arqueo-sismologia
• Sismicidade histórica
• Até 1755
• 1755-1900
• Sismicidade instrumental (Evolução das Redes Sísmicas)
• 1900-1960
• 1960-1980
• 1980-2000
• >2000
SISMOS NOS AÇORES
• 1522
• 1614
• 1647
• 1717
• 1757
• 1800
• 1817
• 1841
• 1848
• 1862
• 1926
• 1958
• 1972
• 1980
• 1998
EXAMPLES: PORTUGAL (CONTINENTAL)

Epicentral distribution of instrumental events in Southern Continental Portugal for the period 1961-
2003 (Carrilho, 2005) and main geological structures (Oliveira 2008)
TECTONIC ENVIRONMENT - OFFSHORE

(García-Mayordomo et al, 2013).

(Pro et al. 2012)


TECTONIC ENVIRONMENT - INLAND
ZONAS SÍSMICAS - SHARE PROPOSAL (2012)

Vilanova et al. 2013


NERIES EUROPEAN DIGITAL ACCELEROMETRIC DATA-
BASE1

Mean value and standard


deviation for log10 (PGA)
of horizontal components
versus epicentral distances
for the interval M4-5 with
different soil classification
(R, H and S).

1- Goula et al. (2012) Soil


amplification based on statistical
analysis of
NERIES European digital
accelerometric data-base.
15WCEE, Lisbon.
ATENUAÇÃO CONTINENTE
ATENUAÇÃO SISMO AÇORES 1998
CARTAS DE PERIGOSIDADE OU AMEAÇA SÍSMICA
“HAZARD”

Curvas de Perigosidade sísmica (“Hazard”)


para Lisboa (37º N – 39º W) (Oliveira, 1977)
EXEMPLOS DE CARTAS DE PERIGOSIDADE

Carta de “Hazard” (cm/s2) - RP975 RSA (1983)- Regulamento


ESTUDOS EM 1997 PARA A APS (EM TERMOS DE MMI)

Zones Mapa de “Hazard”


Sismogénicas

10

9
Intensidade (EMS-92)

6
Zona e
5 Zona d
Zona c
4
Zona b
3 Zona a

2
1.0000 0.1000 0.0100 0.0010 0.0001
Probabilidade anual de excedência
Perspectiva da engenharia sísmica

PERIGOSIDADE SÍSMICA (hazard)

PROBABILIDADE DE UM DETERMINADO NÍVEL


DE UM PARÂMETRO SÍSMICO (ACELERAÇÃO
DO SOLO, VELOCIDADE, ..) SER EXCEDIDO
NUM DETERMINADO LOCAL, DURANTE UM
DETERMINADO PERIODO DE TEMPO

Zonamento sísmico em Portugal Continental


considerado no Eurocódigo 8 (NP EN 1998-1
Anexo Nacional NA)

[EUROPEAN SEISMOLOGICAL COMISSION, 1:5 000 000, 2003 ]


EC-8 Parte 1

Seismic Action Type 1 Seismic Action Type 2

Zone agR (m/s2) Zone agR (m/s2)

1.1 2.5 2.1 2.5


1.2 2.0 2.2 2.0
1.3 1.5 2.3 1.7
1.4 1.0 2.4 1.1
1.5 0.6 2.5 0.8
1.6 0.35 --- ---
SOURCES OF UNCERTAINTY
• Geometry of seismogenic sources
• b-value; a-value
• M0; M1
• Attenuation
• Modeling (Poisson, Markov, Extreme Values, Max historical)
• Acceptation of level of probability

By

• Logic Trees
• Monte Carlo simulation
ABACUS FOR
CONVERSION

Non-exceedance probability in T
yrs

Exposure Time (T) yrs


ESTADOS LIMITES

• Instalações críticas (RP 2500 anos) – 2% em 50 anos


• Colapso (RP 475 anos) – 10% em 50 anos
• Funcionamento, utilização (RP 73 anos) – 50% em 50 anos
NP EN 1998-1 (2009)

Tomando os valores de γI recomendados para as classes de importância I, III e IV na Nota de


4.2.5(5)P da EN 1998-1 (a saber:
0,8; 1,2 e 1,4 respectivamente) verifica-se que lhes correspondem períodos de retorno de 243,
821 e 1303 anos. Para esta quantificação partiu-se do período de retorno de referência de 475
anos e tomou-se o valor de k=3 na relação H(agR ) ~ k0 agR-k apresentada na Nota de 2.1(4) da
EN 1998-1, expressão e valor referidos como sendo uma boa aproximação para a generalidade
dos casos de perigosidade sísmica.
De seguida, para aqueles valores de período retorno associados a cada classe de importância,
determinaram-se os valores dos coeficientes de importância γI aplicáveis a Portugal, tomando
os valores de k decorrentes dos estudos de perigosidade sísmica e que são k=1,5 e k=2,5
respectivamente para a Acção sísmica Tipo 1 e Tipo 2 em Portugal Continental e k=3,6 para o
Arquipélago dos Açores. Estes valores correspondem genericamente aos valores médios
obtidos para todos concelhos em Portugal Continental e no Arquipélago dos Açores.
Em casos em que se justifique adoptar períodos de retorno mais elevados que os que acima se
indicam, pode-se, com aquela metodologia e tomando os valores de k descritos acima,
determinar os valores dos coeficientes de importância para esses períodos de retorno.
NP EN 1998-3 (2017)
QUAL O PERÍODO DE RETORNO A CONSIDERAR NA
REABILITAÇÃO? PODEMOS REDUZIR A ACÇÃO SÍSMICA?

• A probabilidade de excedência mantêm-se;


• O intervalo de vida é ampliado;
• As incertezas nas variáveis do “Hazard” são as mesmas ou menores;
• As incertezas nas variáveis ligadas à construção são menores;

CONCLUSÃO:
• É obrigatório intervir quando a estrutura não resiste a uma acção sísmica
de 2/3 do exigido para construções novas;
• Acima dos 2/3 aceita-se a estrutura como “segura”;
• Abaixo de 1/3 exige-se demolição.
ALGUMAS QUESTÕES SOBRE A REABILITAÇÃO SÍSMICA

OS “PECADOS” DA CONSTRUÇÃO EM PORTUGAL

- OS PRÉDIOS DE RENDIMENTO (1850-1900)


- O PROBLEMA DO FERRO LISO E DAS CINTAS
AFASTADAS (1950-1970)
- O PROBLEMA DOS “ANDARES VAZADOS” (1980-
2000)
- OS EDIFÍCIOS DE LAJES FUNGIFORMES (1990- )

A “qualidade” na construção
Resolução nº 102/2010 da Assembleia da República
Obras na Baixa de Lisboa – Out 2017

1
4 3
2
14 5

11
12
10 6 8
16
7
13
15

9
18

17 20
19
21 26

23 22
24
25
28
27

29
NOTAS sobre a REABILITAÇÃO da BAIXA
POMBALINA
• 29 edifícios em obras.
• Total de 600/700 edifícios (64 quarteirões)
NOTAS sobre a REABILITAÇÃO da BAIXA POMBALINA

• Há muitos casos diferenciados


• A reabilitação já tem uns poucos anos, sobretudo para alojar
hotéis, restauração, algumas lojas.
• É muito importante saber como foi feita a reabilitação.
• Muitos casos de edifícios “esventrados”.
• Neste momento foram encontrados 29 casos de intervenção no
perímetro da Baixa. Inquirir a CML de como foi feito o
Licenciamento destas obras!
• Muitos dos edifícios em obras tem “andaimes” e “panos de
protecção” que merecem a maior atenção pois podem
desprender-se. A ocupação das ruas da Baixa é muito alta por
parte dos turistas. Este aspecto deveria ser tratado
imediatamente.
ESTUDO DA RESISTÊNCIA SÍSMICA DE EDIFÍCIOS (CML)
(TESE DE F. MOTA DE SÁ, 2016)
FACTORES DE AGRAVAMENTO PARA ALVENARIAS
RESULTADO FINAL
NOTAS FINAIS (1)
• Os Arquitectos tem um papel primordial na forma como se está a tratar a reabilitação do parque
habitacional – vão atrás do que os clientes anseiam (abrir espaços maiores para salas, quartos, cozinhas,
etc.,) não querendo saber se deitar uma parede abaixo tem consequências para a resistência sísmica do
edifício. Este assunto é ainda mais agravado pela posição dos engenheiros que aceitam “quase” sempre
fazer o que o arquitecto apresenta, sem questionar sobre outras possíveis soluções. Tirar uma parede
substituindo-a por uma viga que vai apoiar noutras paredes pode reduzir de forma muito significativa a
resistência da estrutura. Há com certeza formas de resolver algumas destas “manifestações
comportamentais” dos dias de hoje, com imaginação, conhecimento e boa argumentação.
• É indispensável que a reabilitação sísmica que pode exigir soluções estruturais mais “intrusivas” do ponto
de vista estético seja acompanhada de perto por arquitectos que possam estar do lado da segurança,
ajudando com soluções que minimizem o impacto estético de algumas intervenções preconizadas pela
engenharia. Será necessário trabalhar em conjunto para que se encontrem soluções equilibradas que
satisfaçam as várias partes em jogo: segurança – custo – estética – funcionalidade –, etc.
• Para dar mais credibilidade ao uso de técnicas de reforço em reabilitação seria da maior eficácia perante a
opinião pública proceder a um conjunto de ensaios na mesa sísmica do LNEC onde fosse possível observar
o comportamento de algumas tipologias mais comuns, antes e depois do reforço. Esta campanha deveria
ser acompanhada por uma outra campanha com utilização de filmagens desses ensaios que seriam
passados na televisão, escolas, sessões de divulgação, feiras dedicadas a assuntos similares, congressos,
etc.
NOTAS FINAIS (2)
• Importa salientar o enorme esforço dedicado a iniciativas como esta que tem sido organizadas por todo o
país, demonstrando que a mensagem de que os sismos podem ocorrer e causar grande impacto tem
passado em determinados sectores da sociedade portuguesa, a saber: Universidades/ Laboratórios e
Institutos do Estado, que para além de terem promovido investigação ao mais alto nível (publicações em
revistas internacionais da especialidade, passar a fazer parte dos corpos de associações ou editoriais),
passaram a ensinar esta temática nos seus CV ou a promover acções de formação; Associações técnico-
científicas e Ordens Profissionais que colocaram na sua Agenda a temática dos Sismos; Iniciativas
relacionadas com exposições, colóquios, Palestras e organização de Conferências nacionais e
internacionais (vidé a 15WCEE e candidatura à realização da Joint-EAEE-ESC em 2022); comunicação social
que tem dado maior, mas nem sempre a melhor, cobertura ao tema. Os órgãos da Protecção Civil,
nacionais, e alguns Municípios tem também dedicado atenção ao tema desenvolvendo algumas acções de
relevo (ANPC e os Simuladores da Área Metropolitana de Lisboa e ERSTA, projectos Nacionais e
internacionais).
• Infelizmente não podemos estar tão orgulhosos com o facto de a nossa economia estar a dar passos
importantes, nomeadamente na “Reabilitação Urbana” não tomando por adquirida a necessidade da
Reabilitação Sísmica. É imperioso que a mensagem passe para o sector do Imobiliário.
• Por exemplo é importante acabar com a falácia de que a Reabilitação Sísmica encarece a Reabilitação
Urbana” o suficiente para retirar atractividade ao investimento.
NOTAS FINAIS (3)
• Neste momento não temos um texto técnico/jurídico que possa vir a enformar qualquer iniciativa política
de tipo legislativo, a não ser o que foi aprovado em 2012.
• Assiste-se neste momento a um volume significativo de obra de reabilitação urbana, para a qual só muito
poucos técnicos/empresas poderão responder a exigências de natureza sísmica. E não existe qualquer
enquadramento jurídico sobre o assunto.
• Uma forma expedita de enquadrar este problema a curto prazo é dispor de um “Manual de Boas Práticas”
que possa ser distribuído por empresas ligadas ao sector da “Reabilitação Urbana” e/ou utilizado em
cursos de formação. Tal “Manual de Boas Práticas” deverá proporcionar aos técnicos os principais
conceitos sobre reabilitação sísmica, e formas de actuação prática. Este tipo de política poderá contribuir
para a mitigação dos nefastos efeitos que a Reabilitação sem a componente estrutural/sísmica irá
certamente produzir no volume de obras actualmente em desenvolvimento.
• Este “Manual de Boas Práticas” não substitui nem retira a enorme importância das diversas iniciativas da
sociedade civil ( SPES, Ordens: Engenheiros, Arquitectos, Eng.Técnicos) para conseguir aprovar legislação
que obrigue à consideração da resistência sísmica no edificado existente.
APROVAR LEIS PARA A REABILITAÇÃO SÍSMICA

DESENVOLVER UM MANUAL DAS “BOAS PRÁTICAS”

ESFORÇO COORDENADO ENTRE OS VÁRIOS PARCEIROS

FAZER CHEGAR A INFORMAÇÃO AOS AGENTES


IMOBILIÁRIOS

FAZER CHEGAR A INFORMAÇÃO À POPULAÇÃO


OBRIGADO!

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