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Curso FMB. Criminologia. Profª Neusa Bittar.

Comentários sobre a prova objetiva de agente da Polícia Civil 2013.


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Recurso contra a resposta do teste 54, constante do gabarito oficial.

49. É correto afirmar que a Criminologia


(A) é uma ciência do dever ser.
(B) não é uma ciência interdisciplinar.
(C) não é uma ciência multidisciplinar.
(D) é uma ciência normativa.
(E) é uma ciência empírica.
Comentários:
A Criminologia é uma ciência do ser, empírica e interdisciplinar. Não deixa de ser multidisciplinar,
mas vai além porque confronta e integra o conhecimento fornecido pelas múltiplas disciplinas, das
quais necessita para cumprir a sua função, corrigindo eventuais incoerências e adequando os
resultados. O direito penal é normativo e do dever ser.
Resposta: E.

50. É correto afirmar que a Criminologia contemporânea tem por objetos


(A) o delito, o delinquente, a vítima e o controle social.
(B) a tipificação do delito e a cominação da pena.
(C) apenas o delito, o delinquente e o controle social.
(D) apenas o delito e o delinquente.
(E) apenas a vítima e o controle social.
Comentários:
A partir do momento em que o delito foi encarado como um fato humano e um problema social e
comunitário, a Criminologia passou a englobar não apenas o delinquente, mas também a vítima e
o controle social da delinquência, ampliando seu objeto.
Resposta: A.

51. A história da Criminologia conta com grandes autores que, com suas obras, contribuíram
significativamente na construção desse ramo do conhecimento. É correto afirmar que Cesare
Bonesana (1738~1794), o marquês de Beccaria, foi autor da obra
(A) O Homem Delinquente.
(B) Dos Delitos e das Penas.
(C) Antropologia Criminal.
(D) O Ambiente Criminal.
(E) Sociologia Criminal.
Resposta: B.

52. Cesare Lombroso (1835-1909), médico e cientista italiano, foi considerado um dos expoentes
da corrente de pensamento denominada
(A) Escola Positiva.
(B) Escola Clássica.
(C) Escola Jusnaturalista.
(D) Terza Scuola.
(E) Escola de Política Criminal ou Moderna Alemã.
Resposta: A.
53. A respeito dos fatores impulsionadores da criminalidade, assinale a alternativa correta.
(A) O bom funcionamento do sistema de educação e ensino não é fator inibitório de criminalidade
na sociedade.
(B) O crescimento populacional de uma determinada localidade sempre eleva os índices
criminais.
(C) Não há qualquer relação entre o aumento do poder aquisitivo de determinado grupo social e o
crescimento da delinquência.
(D) A má distribuição de renda influencia o aumento de todos os índices criminais de uma
determinada localidade.
(E) A pobreza influi no aumento de índices criminais de cunho patrimonial.

Comentários:
Entre os fatores sociais condicionantes do comportamento delitivo, os mais comuns são:
a. Fatores sócio familiares: representados pela falta, deterioração ou desajustamento familiar,
constituem a raiz mais profunda da criminalidade;
b. Fatores sócio econômicos: constituídos pela pobreza, vadiagem, desemprego, subemprego, ou
riqueza com exagerada ganância e desejo de ganho fácil levando a fraudes.
c. Fatores sócio pedagógicos: englobam a ignorância, a falta de educação e de formação moral
d. Fatores sócio ambientais: referem-se às más companhias e más influências ambientais que
atingem menores carentes, abandonados, vítimas de maus tratos que fogem do lar e das
instituições para perambular pelas ruas.
Então, o bom funcionamento do sistema de educação e ensino é fator inibitório da criminalidade.
A riqueza, se acompanhada de exagerada ganância e desejo de ganho fácil, pode levar a
fraudes. O crescimento populacional eleva os índices de criminalidade se for rápido e
desorganizado (Escola de Chicago). A má distribuição de rendas, levando à pobreza, propicia
apenas crimes contra o patrimônio. Quem tem fome furta, mas não mata.
Resposta: E.

54. Fenômeno comum em países em desenvolvimento ou emergentes, ................... propicia(m) a


promiscuidade, o afrouxamento dos freios morais, o desrespeito ao próximo e outros desvios
comportamentais, empurrando aqueles que vivem ou sobrevivem nessas situações a uma
existência marcada pela inclinação ao crime. Assinale a alternativa que preencha corretamente a
lacuna do texto.
(A) a migração
(B) a religião
(C) o subemprego
(D) as condições precárias de habitação
(E) a política
Comentários:
Nos países em desenvolvimento ou emergentes, a migração de grupos raciais e nacionais com
culturas diferentes enfraquece o controle social informal, pois dificulta o estabelecimento de
princípios e valores morais comuns (Escola de Chicago).
Resposta: A (de acordo com o nosso entendimento).
Pelo gabarito oficial, a resposta D.

55. O comportamento inadequado da vítima que de certo modo facilita, instiga ou provoca a ação
de seu verdugo é denominado:
(A) vitimização terciária.
(B) vitimização secundária.
(C) periculosidade vitimal.
(D) vitimização primária.
(E) vitimologia.
Comentários:
A Vitimologia consiste no estudo da vítima nos diferentes aspectos, seja em relação à sua
participação no próprio delito, seja em relação à reparação de danos. A vitimização primária diz
respeito aos danos causados pela conduta criminosa. Como a partir do momento em que o
Estado assumiu a titularidade da persecução criminal, a vítima passou para uma posição
secundária, sendo abandonada pela máquina estatal e pela sociedade civil, passou a sofrer
danos sociais e econômicos adicionais muitas vezes mais nocivas efetivamente do que o próprio
crime. É a sobrevitimização do processo penal ou vitimização secundária, devida à mecânica da
justiça penal que trata a vítima com descaso e desconfiança. Soma-se o desamparo da
sociedade que incentiva a vítima a manter-se no anonimato, contribuindo para a cifra negra,
composta pelos crimes que não chegam ao sistema penal (vitimização terciária).Trata-se, nesse
teste, da vítima programadora ou desencadeadora do delito que, com seu comportamento, em
vez de se opor ao agressor, acaba criando a ideia do crime na cabeça dele ou fazendo com que
ele coloque em prática aquilo que ele já tinha em mente. De forma semi consciente, seu
comportamento se associa ao do agressor, daí falar-se em periculosidade também da vítima.
Resposta: C.
56. Os “crimes de colarinho branco” são delitos conhecidos na Criminologia por
(A) crimes contra a dignidade social.
(B) crimes de menor potencial ofensivo.
(C) cifras cinza.
(D) cifras amarelas.
(E) cifras douradas.
Comentários:
Os crimes de colarinho branco são os praticados por pessoas respeitáveis, de alta posição social,
no exercício de suas funções. Em decorrência do poder de seus autores, ficam frequentemente
impunes porque surgem entraves na abordagem policial, o tratamento é diferenciado e as fugas
são mais fáceis. Esses crimes compõem a chamada cifra dourada, parte que aumenta a cifra
negra.
Resposta: E.

57. Entende(m)-se por prevenção primária


(A) as ações policiais dirigidas aos indivíduos vulneráveis.
(B) as políticas públicas dirigidas aos grupos de risco.
(C) aquela dirigida exclusivamente ao preso, em busca de sua reinserção familiar e/ou social.
(D) o trabalho de conscientização social, o qual atua no fenômeno criminal, em sua etiologia.
(E) aquela que age em momento posterior ao crime ou na iminência de seu acontecimento.
Comentários:
As teorias clássicas partem da concepção racional do delinquente, tendo a pena efeitos
preventivos gerais e especiais. A prevenção geral diz respeito ao efeito da pena sobre os indivíduos
que não delinquiram, para que não o façam. Já a prevenção especial refere-se à ação da pena sobre
aquele que sofreu os rigores da sanção, levando-o a não delinquir no futuro.
Atualmente, existem três tipos de prevenção estabelecidos de acordo com os programas
utilizados, os destinatários aos quais se dirigem, os instrumentos e mecanismos que se utilizam,
os âmbitos e fins perseguidos. A prevenção primária utiliza programas de prevenção que se
dirigem-se à raiz do conflito para neutralizá-la antes que o problema se manifeste, utilizando
estratégias de política cultural, econômica e social como educação, trabalho, qualidade de vida.
Opera a médio e longo prazo, sendo direcionada a todos os cidadãos. É a mais eficaz e genuína
por atuar na gênese do crime, mas depende do investimento dos governantes numa sociedade
melhor a médio e longo prazo. A prevenção secundária atua quando e onde os efeitos do crime
se manifestam ou se exteriorizam. Age a curto e médio prazo, seletivamente, nos grupos e
subgrupos com risco de sofrer ou protagonizar o problema criminal. Está relacionada com a
política legislativa penal e com a ação policial direcionada à prevenção geral, que incluem
programas de prevenção policial e controle de meios de comunicação. A prevenção terciária tem
por objetivo evitar a reincidência, atuando sobre destinatários identificados, isto é, presos e
condenados. É a que possui maior caráter punitivo, e seus programas reabilitadores e
ressocializadores operam no âmbito penitenciário, distante das origens do crime. É uma
intervenção não compensadora por ser: tardia, operando após o delito; parcial, porque se dirige
apenas aos condenados; insuficiente, já que não neutraliza as causas. Mas é útil para evitar a
reincidência. Então, A e B dizem respeito à prevenção secundária e C e E à prevenção terciária.
Resposta: D.

58. No que concerne à prevenção do delito, de acordo com o Código Penal Brasileiro, assinale a
alternativa correta.
(A) A função da pena é unicamente repressiva, sendo irrelevante sua adequação em face do
delinquente individualmente considerado.
(B) A função da prevenção especial da pena consiste principalmente na intimidação dos
propensos a delinquir.
(C) O legislador penal brasileiro adotou a teoria mista, também denominada eclética ou unitária
da pena.
(D) A função da prevenção geral da pena consiste principalmente em reeducação do condenado
bem como em sua ressocialização.
(E) A função da pena é unicamente preventiva, sendo irrelevante sua adequação em face do
delinquente individualmente considerado.
Comentários:
A pena tem função de punição retributiva pelo mal causado, de prevenção de novas infrações e
de readaptação. Teorias da finalidade da pena:
- Teoria absoluta ou da retribuição: a finalidade da pena é punir o autor do delito, por meio da
retribuição do mal injusto causado à vítima, aos seus familiares e à coletividade, com mal justo
previsto no ordenamento jurídico.
- Teoria relativa, finalista, utilitária ou da prevenção: a função da pena é intimidar por meio de
seus efeitos preventivos gerais e especiais. A prevenção geral diz respeito ao efeito da pena sobre os
indivíduos que não delinquiram, para que não o façam. Já a prevenção especial refere-se à ação da
pena sobre aquele que sofreu os rigores da sanção, levando-o a não delinquir no futuro.
- Teoria mista, eclética, intermediária ou conciliadora: a pena tem função dupla: punir o criminoso
e prevenir a prática do crime pela reeducação e intimidação coletiva.
O artigo 59 do Código Penal assumiu expressamente um duplo sentido para a pena: retribuição e
prevenção: "O juiz, atendendo à culpabilidade.. ., estabelecerá, conforme seja necessário e
suficiente para a reprovação e prevenção do crime: as penas aplicáveis dentre as cominadas.. .".
O artigo 1º da Lei de Execução Penal segue a mesma linha: que "A execução penal tem por
objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a
harmônica integração social do condenado ou do internado".
Resposta: C.

Recurso teste 54.


Com base na Escola de Chicago, tanto o subemprego, gerando o baixo poder
aquisitivo, como as condições precárias de habitação podem influenciar no
aumento da criminalidade, mas o mecanismo como atuam não tem relação com a
promiscuidade, afrouxamento dos freios morais, nem desrespeito ao próximo. É a
migração e consequente convivência de grupos raciais e nacionais diferentes
na zona de moradias mais baratas e deterioradas, para as quais esses grupos
consequentemente se dirigem, que dificultaria o reconhecimento de valores e
normas semelhantes, levando ao insucesso ou à inexistência de controle social
informal pela família e pela escola, gerando comportamentos desviados. Como
esses grupos migram para o local em desenvolvimento em busca de melhor
qualidade de vida, também aspiram abandonar a zona deteriorada em que moram,
e não fazem investimentos nela para construção de escolas ou para apoiar
instituições sociais, abalando ainda mais o controle social informal.
Da mesma forma, se nos fundamentarmos no exemplo de que janelas de fábricas
ou escritórios quebradas, e não imediatamente consertadas, transmitiriam a
impressão de que na região em que se situam ninguém se importa com isso e, com
o tempo, as pessoas quebrariam as janelas ainda intactas, até que todas ficassem
quebradas, levando os que por ali passassem a achar que não existia ninguém
responsável por aqueles prédios e pela rua em que se situavam,
consequentemente isso atrairia desocupados, imprudentes e indivíduos com
tendências criminosas e afastaria as pessoas de bem. Pequenas desordens iniciais
acentuar-se-iam até chegar ao crime e, em poucos anos, uma comunidade
estável e preocupada com suas crianças, poderia transformar-se ao ponto de
deixar de repreendê-las, propiciando que se transformassem em desordeiros.
As casas abandonadas, o crescimento do mato, as janelas quebradas, o lixo
acumulado atrairiam pessoas sem laços familiares que, mudando-se para lá,
passariam a reunir-se em frente aos estabelecimentos comerciais e a beber nos
bares, recusando-se a sair quando solicitados, gerando brigas. Dessa forma, se
estabelece a desordem que prepara o terreno para a ascensão da criminalidade.
Fica, portanto demonstrado que é a migração e convivência de grupos
minoritários conflitivos o que leva ao afrouxamento dos freios morais, em
decorrência do insucesso ou anulação do controle social informal que
provocam por não compartilharem de valores comuns e, não, as condições
precárias de habitação.

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