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3. Avaliação do paciente:
- História clínica: duração da PFP; instalação – súbita ou progressiva; evolução – piora
ou melhora; história familiar; história de doenças otológicas; sintomas otológicos; PFP
prévias; contato com carrapato (doença de Lyme – ausente no Brasil, mas comum nos
EUA, uma das principais causas de paralisia facial nessa região; deve-se pensar se o
paciente viajou para locais com risco).
- Quadro clínico: analisar se é:
a) Analisar se é uma paralisia periférica ou central:
Paralisia facial periférica → Acomete toda a hemiface. Normalmente representa uma
doença benigna.
Paralisia facial central → Compromete andar médio e inferior da face. Ex: ocorre
desvio da boca, mas os olhos e a testa mantêm-se normais. Quadro grave (Ex: AVE).
Normalmente a central está associada a déficits de movimentação de membros
superiores, inferiores, língua e queda da rima labial, podendo ocorrer também ataxia.
- Exame físico:
Grau de paralisia (House-Brackmann): Importante para indicação cirúrgica e para
acompanhar a evolução do paciente. Isso é importante pois uns dos tratamentos da
paralisia facial periférica é a descompressão do nervo facial (o nervo facial tem um
trajeto dentro do osso temporal e caso ele sofra com alguma doença – inflamação,
trauma – ele começa a edemaciar, mas não possui espaço e as suas fibras começam a
se degenerar, por isso uns dos tratamentos é a mastoidectomia) e esta cirurgia deve
ser feita quando o grau de paralisia grave ou uma paralisia total, pois durante a
cirurgia há o risco de lesionar o nervo.
- Topodiagnóstico:
Com o conhecimento anatômico do nervo facial e de seus ramos é possível, por meio
de exames específicos, estabelecer o local onde ocorreu a lesão.
Nervo corda do tímpano: Pode ser avaliado através do fluxo salivar (Teste de Blatt),
gustometria ou eletrogustometria – exames não mais utilizados na rotina clínica
Nervo estapédico: Avaliado pelo reflexo estapédico no exame de impedanciometria
(lembrar que 20% da população normal não possui esse reflexo).
Nervo petroso superficial maior: lacrimejamento – Avaliado pelo teste de Schimmer
(papel filtro 10cmx5mm é posicionado no fundo conjuntival bilateralmente e retirado
após 5 minutos; diferenças no lacrimejamento maiores que 30% mostram
comprometimento desse ramo – lesão suprageniculada – e indicam abordagem via
fossa média, caso necessário tto cirúrgico. Lesões abaixo do GG – infrageniculadas –
podem ser abordadas através do mastoide).
4. Etiologias:
- Traumas
- Tumores
- Congênitas
- Infecciosas
- Iatrogênicas
- Idiopáticas
5.6. Lues:
Rara
Forma terciária
6. Paralisia facial periférica traumática: Segunda causa mais comum de paralisia facial
periférica.
6.1. Fraturas do osso temporal: Fratura mais comum para paralisia facial periférica.
6.1.1. Longitudinais (ao longo do maior eixo do triângulo): Causadas por impactos
laterais; são as mais frequentes - 85%, mas só cursam com paralisia facial periférica em
20% dos casos. Podem causar otorreia, perfuração timpânica, desarticulação da cadeia
ossicular e fistula labiríntica. Prognóstico melhor.
Segmento timpânico
OI poupado
6.1.2. Transversais (ao longo do menor eixo do triângulo): Mais raras - 10%; causadas
por impactos verticais; são mais graves e causam paralisia facial periférica em até 60%
dos casos. Os sintomas associados são mais graves: disacusia sensório-neural e
vertigens incapacitantes, devido à fratura da cápsula ótica.
Qualquer segmento
OI comprometido
Prognóstico ruim
6.1.3. Mistas: Cominutivas – associam os dois tipos de fraturas e apresentam sintomas
variados.
7. Iatrogênicas:
Podem ocorrer em qualquer cirurgia que envolva o ângulo pontocerebelar, osso
temporal ou face.
a) Deliberadas – quando há necessidade da retirada do nervo devido à patologia
existente.
b) Acidentais.
Timpanomastoidectomia
Estapedectomia
Neurocirurgias
Glândulas salivares
Cirurgias plásticas
Etiologia: (incerta)
a) Vascular:
- Espasmos de ramificações
- Transudatos – edema - compressão; estrangulamento da corrente venosa e linfática -
aumento do edema
b) Viral: herpes simples, neurite intersticial
c) Auto-imune: resposta imunológica mediada por linfócitos
d) Tumoral
Prognóstico: favorável (85% evolui com melhora satisfatória, sendo 70% com remissão
completa da paralisia).
Tratamento: Clínico
Corticóide, antirretrovirais orais - aciclovir/famciclovir, proteção ocular (parte mais
importante, pois paciente que não consegue fechar o olho pode desenvolver úlcera de
córnea; deve-se usar lágrima artificial e fechar a pálpebra colando-se uma gaze com
esparadrapo durante o sono), tranquilizantes (deve-se tranquilizar o paciente),
fisioterapia.
Tratamento: Cirúrgico
Descompressão total ou localizada do nervo. Somente se o paciente não estiver
melhorando ou se houver uma paralisia facial muito grave.
9.2. Síndrome de Melkerson-Rosenthal
Etiologia desconhecida: acredita-se que possa ser uma granulomatose
neuromiocutânea (bx).
Etiologia incerta: reações alérgicas, alterações genéticas, infecções, granulomas
dentários, tonsilites, distúrbios neurovegetativos e até traumas locais.
Quadro clínico:
Tríade: edema orofacial + PFP + língua plicata. A presença da tríade completa é
incomum. O edema orofacial é a manifestação mais frequente.
Caracterizada pelos sintomas: edema orofacial (mais comum, assimétrico, indolor, não
pruriginoso, geralmente acomete o mesmo lado da PFP), PFP (unilateral, incompleta,
origem súbita, importante característica inúmeras recidivas – recidivas são mais
comuns nessa doença do que na paralisia de Bell), língua plicata (com sulco
longitudinal muito profundo com várias fissuras)
Pode ter caráter familiar
Sexo feminino (mais comum em mulheres 25-40 anos)
Sintomas secundários (critérios menores – auxiliam no diagnóstico): nevralgia do
trigêmeo, parestesia, dores de cabeça (migrânea ou não), zumbido, disfagia, tontura e
surdez súbita estão presentes em mais de 80% dos casos.
Prognóstico geralmente é bom
Diagnóstico:
Presença de 2 dos 3 sinais maiores (EO, PFP e LP). Alguns defendem necessidade de
biópsia do edema orofacial.
Tratamento clínico – princípios semelhantes aos da paralisia facial de Bell
- Corticosteróides
- Vasos dilatadores
- Vitaminoterapia
- Antiinflamatórios
- Antibióticos
- Anti viral
Tratamento cirúrgico profilático: o tto não difere da PFP de Bell, entretanto, devido ao
caráter recidivante da PFP, a descompressão cirúrgica do nervo facial pode ser
realizada profilaticamente.
Tratamento cirúrgico - Indicação terapêutica:
- Descompressão do NF
- Reparo do nervo
- Enxerto autógeno
- Anastomose (liga-se nervo hipoglosso ao facial – ao movimentar a língua o paciente
consegue a contração do facial)
- Cross-face
- Transposição muscular (cirugia do nervo que tem sido mais feita atualmente). Pode-
se indicar botox do lado normal depois dessa cirurgia para melhorar a assimetria e a
estética.
Tratamento fisioterápico - Deve ser indicado desde o início da paralisia.
O Objetivo desses tratamentos é fazer o pct fechar o olho (lacrimejametno) e fechar a
boca (para evitar a disfagia, pois paciente não consegue fechar a boca, e
consequentemente deglutir).