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UNIVERSIDADE PEDAGOGICA

AULAS
INAUGURAIS
2016

Direcção Científica, Vila Olímpica, Bloco 22, Flat 7, Bairro do Zimpeto


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Direcção Científica, Vila Olímpica, Bloco 22, Flat 7, Bairro do Zimpeto
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1. UP Gaza:
Tema: “Fazer da escola uma base para o povo tomar o
poder: uma das utopias Samorianas?”
Orador: Prof. Doutor Luís Covane - Universidade
Nachingwea

Tema: “(Re)Significando as utopias samorianas”


Oradores: Dr. Aurélio Rocha, Dr. Alves Gomes, Dr.
Pedro Bule, da UEM, Baseada no livro “Mafalala 1974 -
Memórias do 7 de Setembro, A Grande Operação”, de
Aurélio Le Bon

Tema: Moçambique com que Samora sonhou: Sonho,


utopia ou realidade?
Orador: Prof. Doutor Marcelino Liphola, UEM

Tema: “Diversidade étnico-cultural e construção da


nacionalidade na África: um desafio para o milénio”
Inspirado na famosa frase “é preciso matar a tribo para
construir a nação” atribuída à Samora Machel é uma
alusão a esse desafio
Orador: Professor Catedrático Kabengele Munanga, PUC,
São Paulo, Brasil

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Tema: O papel da UP na optimização do saber fazer e do
fazer sabido
(uma proposta de ideias estruturantes da dissertação)
Orador: Katupha, José Mateus Muária

Tema: Samora Machel e a luta pela emancipação da


mulher em Moçambique
Oradora: Maria Isabel Casimiro, UEM

Tema: (Re)Significando as utopias samorianas


Orador: Severino Ngoenha, UDM

Tema : Utopias samorianas ou Samora um visionário


Orador : Professor Doutor Joaquim Marcos Manjate,
Instituto Superior de Estudos de Defesa

Tema : “(Re)Significando as utopias de Samora Machel:


Homem Novo, uma Questão do passado ou do presente?”
Orador: Prof. Doutor Camilo Ussene, UP, Faculdade de
Ciências de Educação e Psicologia

Tema: (Re)Significando as utopias samorianas


Orador: Prof. Doutor Calane da Silva, UP, Faculdade de
Ciências de Linguagem, Comunicação e Artes

Tema: Introdução à uma nova metodologia de ensino


sobre a Vida & Obra de Samora Machel: mapas
conceituais, uma ferramenta de criação de conhecimentos.

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Orador: Prof. Doutor Mário Suarte Baloi, UP, Faculdade
de Ciências Naturais e Matemáticas

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Fundamentação
O ano de 2016 marca a passagem dos trinta anos do acidente de Mbuzine, em
que pereceu de entre outras pessoas, o primeiro Presidente de Moçambique
independente, Samora Moisés Machel. Este estadista tinha muitos sonhos para
Moçambique. Sonhos que viraram autênticas utopias, diante da conjunctura
actual do mundo e do país. Trinta anos volvidos, estas utopias continuam
actuais e reais. Samora queria um Moçambique independente, livre da
ignorância, da doença e da pobreza. Hoje, estes ideais continuam a ser
perseguidos. De um modo diferente? Que seja. São os mesmos. A universidade
joga um papel preponderante na persecução destes ideais: Educação, saúde,
acesso ao emprego, ao transporte, segurança e desenvolvimento para todos.

As utopias samorianas são transversais e transdisciplinares, pois elas são


inclusivas, nacionais, internacionais, interculturais, porque Samora Machel
sonhava com um Moçambique onde todos pudéssemos nos unir pela mesma
causa: unidade, solidariedade, trabalho, vigilância, patriotismo, humildade, luta
contra a pobreza e o analfabetismo. Eis algumas das aspirações muitas vezes
divulgadas nos seus comícios às populações e dirigentes. Hoje, volvidos 40 anos
de independência nacional, é importante levar a cabo uma série de reflexões, que
podem ser conduzidas a partir das seguintes questões:

 De que maneira a universidade e os universitários poderão responder e


concretizar estas utopias, que sendo justas e legítimas, são cruciais para o
desenvolvimento de Moçambique?
 Como tornar reais estas utopias sem descurar as novas tecnologias, as
novas tendências do mercado e das necessidades locais e globais?
 De que maneira as ciências naturais, filosóficas, as ciências de linguagem,
de educação poderão contribuir para a re(significação) das utopias
samorianas?

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HORA ACTIVIDADE INTERVENIENTE

8:30 h Chegada/Entrada dos convidados Protocolo

9:00 h Entrada do Presidium Protocolo

9:05 h Hino Nacional Grupo Cultural da UP

9:10h Apresentação do Programa MC

Intervenção do Magnífico Reitor da


9:20 h Prof. Doutor Rogério José Uthui
UP

9:50 h Momento Cultural Grupo Cultural da UP

Orador: Prof. Doutor Luís Covane


10:00 h Aula Inaugural Moderador: Dr. Eceu da Novidade A.
Muianga

10:45 h Momento Cultural Grupo Cultural da UP

Intervenção da Sua Excia. Sra. Msc. Stela da Graça Pinto Novo


10:50 h
Governadora da Província de Gaza Zeca

11:20 h Hino da UP Grupo Cultural da UP


11:25 h Foto Oficial Protocolo

Fim da Cerimónia e saída do


11:30h Protocolo
Presidium

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PROGRAMA DA CERIMÓNIA DE ABERTURA DO
ANO LECTIVO 2016

UP-SEDE

LOCAL: Campus Universitário de Lhanguene (Anfiteatro I)

Data: 14 de Março de 2016

9h00: Entrada dos convidados


9h30: Entrada do Presidium
9h40: Entoação do Hino Nacional
9h45: Intervenção do Mestre de Cerimónia
 Saudação do público presente
 Apresentação do programa da cerimónia
 Apresentação do Orador

9h55: Aula Inaugural “(Re)Significando as utopias


samorianas”, pelos oradores Dr. Aurélio Rocha, Dr.
Alves Gomes e Dr. Pedro Bule.
10h55: Momento cultural – Grupo Cultural da UP
11h00: Intervenção do Representante do Magnífico Reitor
da UP
11h20: Hino da UP
11h25: Fim da Cerimónia

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Nº Unidade Orador Título/Resumo
Orgânica
1 Tema:
“Fazer da escola uma base para o povo
UP-Gaza
tomar o poder: uma das utopias
Cerimónia Samorianas?”
Samora Machel ė muito grande. Não
Central
pode ser abordado na sua total
dimensão multifacetada, numa palestra
ou aula inaugural de um ano académico.
Ele impõe estudos especializados dos
temas ou subtemas por ele tratados em
diferentes momentos na sua qualidade
de comandante militar, chefe de centros
Prof. Doutor de preparação político-militar,
presidente da FRELIMO, Presidente da
Luís Covane República Popular de Moçambique, e
acima de tudo como líder carismático a
nível nacional, regional e internacional.
Universidade de A nossa escolha é falar de Samora como
Nachingwea estadista e líder político que via na
educação a chave para a solução dos
problemas da nação moçambicana.
Samora Machel via a escola, a todos os
níveis e especialidades, como uma base
onde deviam ser preparados os
moçambicanos para se desenvolverem a
si próprios como seres sociais e para
serem capazes de transformar os
diversos e vastos recursos naturais de
Moçambique em fontes de riqueza para
a elevação constante do nível de vida
dos moçambicanos.
Samora queria um Moçambique com
recursos humanos capazes de enfrentar

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com sucesso os vários e complexos
desafios para o desenvolvimento do
país: cidadãos motivados, técnicos
elementares, básicos, médios, superiores
e cientistas. Em várias ocasiões reiterou
a importância de se educar o homem
para vencer a guerra, criar uma
sociedade nova e desenvolver o país.
Samora foi um educador e visionário
em relação ao desenvolvimento
sociopolítico e económico de
Moçambique. Como comandante e
disciplinador dos guerrilheiros e
quadros político-militares da
FRELIMO, destacou-se na Argélia, em
1963; em Kongwa, entre 1963 e 1965; e
em Nachingwea, entre 1965 e 1969.
Como presidente da Frelimo, desde
Maio de 1970, Samora Machel conduziu
a luta armada de libertação nacional até
a derrocada do sistema colonial
português e a consequente proclamação
da Independência de Moçambique a 25
de Junho de 1975. Ele acreditava que
Moçambique podia operar
transformações susceptíveis de
culminar com a criação e consolidação
de sistema socialista. Um Socialismo
não utópico, mas sim um socialismo
científico. No dia 8 de Marco de 1977
Samora Machel anunciou a decisão da
suspensão do ensino pré-universitário
para acelerar a formação de quadros. Na
altura exortou aos estudantes para
estudarem e fazerem dos
conhecimentos um instrumento para a
libertação do povo. Assim nasceu “a
geração 8 de Março”.
As utopias Samorianas, se é que
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realmente foram utopias,
desenvolveram-se num ambiente
interno e externo extremamente
desfavorável. O elevado nível de
analfabetismo, uma das mais pesadas
heranças do colonialismo português, a
guerra-fria, os ataques militares
directos e indirectos perpetrados pelos
regimes do Apartheid da África do Sul
e racista da Rodésia do Sul (actual
Zimbabwe) influenciaram
negativamente os processos de
mudanças em Moçambique. Esta
conjuntura não permitia uma
governação capaz de concretizar grande
parte dos seus sonhos, ideais e
principalmente os muitíssimo bem
elaborados programas quinquenais do
seu executivo. Podemos citar como um
dos exemplos o programa que
preconizava a liquidação do
subdesenvolvimento em Moçambique
entre 1980 e 1990. A proclamada década
da vitória sobre o subdesenvolvimento.
A guerra de desestabilização sustentada
pelos regimes racistas de África do Sul
e da Rodésia do Sul (Zimbabwe), que
durou 16 anos, fez milhares de vítimas e
de deslocados a nível interno e externo,
destruiu infra-estruturas económicas e
sociais, desarticulou o tecido social,
inviabilizou ou quase paralisou a
produção e a circulação de pessoas e
bens no País.
Os sonhos e os ideais de Samora
Machel estão a ser materializados e as
suas utopias são o farol que guia o
desenvolvimento de Moçambique.

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2 UP Sede Tema: “(Re)Significando as utopias
samorianas”
Oradores: Dr. Aurélio Rocha, Dr. Alves
Gomes, Dr. Pedro Bule, da UEM,
Baseada no livro “Mafalala 1974 -,
Dr. Aurélio Rocha
Memórias de 7 de Setembro, A Grande
Dr. Alves Gomes
Operação”, de Aurélio Le Bon
Dr. Pedro Bule

3 Tema:
Moçambique com que Samora sonhou:
UP Tete
Sonho, utopia ou realidade?
Nesta intervenção, irei centrar a minha
reflexão sobre Moçambique com que
Samora sonhou. Embora por força da
inércia expressiva seja forçado, por
vezes, a falar de questões relacionadas
com vários aspectos dos seus sonhos,
Prof. Doutor
vou ocupar-me, especificamente, do
Marcelino Liphola sonho de Samora na área de Educação.
Duas razões militam a favor da escolha
UEM
desta área. A primeira razão prende-se
com o facto de a audiência presente
neste acto, a que me dirijo, ser
composta, maioritariamente, por
estudantes, docentes e o pessoal
técnico-administrativo ligada
especificamente ao ensino superior. A
segunda razão que motivou a escolha do
tema foi o facto de esta minha
intervenção ser feita no âmbito de
abertura oficial do ano lectivo.
Considero este ser um momento
oportuno e crucialmente relevante para,
volvidos 40 anos de independência
nacional e trinta anos após a morte de
Samora, de cujos sonhos constituem
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tema da nossa conversa, examinarmos,
em conjunto, o alcance dos sonhos de
um dos dirigentes mais carismáticos
que se tornou no Primeiro Presidente
do Estado Moçambicano. Antecipo a
minha conclusão preliminar afirmando
que os sonhos de Samora deixaram de
ser utopia, transformando-se, na sua
maioria, em euforia. Parte dos seus
sonhos são conquistas reais de muitos
moçambicanos. Grande parte dessas
conquistas requer a sua consolidação
permanente e valorização consciente.
Precisamos de olhar para os passos
dados no passado, os que estão a ser
dados no presente e os que devem ser
dados no futuro, tendo em conta que o
futuro não existe. Todos vivemos no
passado e no presente, mas não no
futuro. O futuro representa simples
projecção. Nesse sentido, o presente é
igual ao passado, na medida em que
partilham, alguns traços comuns, tais
como as nossas experiências de vida
acumuladas no passado e reexaminadas
no presente. Não é difícil demonstrar
que o quê eu disse a três minutos já
pertence, ao mesmo tempo, ao presente
e ao passado. O que fizermos agora,
neste preciso momento – i.e., no
presente – ficará no passado no minuto
seguinte. Portanto, o passado não é uma
questão geracional apenas. É sobretudo,
uma questão de referência. Fiz esta
breve divagação para mostrar a
relevância dos sonhos de Samora sobre
Moçambique que tiveram lugar no
passado e, hoje, podemos analisar o seu
alcance. Pretendo, ao longo da minha
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intervenção, problematizar algumas
linhas de força dos sonhos de Samora-
alguns preferem chamar de “utopia” ou
“pensamento samoriano” - para, no
final, mostrar, primeiro, que Samora foi
uma pessoa como qualquer um de nós
presentes nesta sala, talvez com a
excepção de algumas pessoas. Ele
nasceu de uma família pobre. Teve
infância igual à da maioria das crianças
moçambicanas de pais pobres.
Enquanto jovem, viu-se trancado do
lado de fora do portão da escola, quando
do lado oposto do portão, os filhos de
colonos esbanjavam o suor no luxo
produzido pela mão preta e escrava
forçada a servir a metrópole colonial:
Portugal. Estes factores devem ter
contribuído para Samora sonhar com
Moçambique diferente. Pessoalmente,
creio que o sonho de Samora rompeu os
modelos psicanalíticas propostos por
Freud (1913; Wallace, 1956) que sugerem
as teorias de interpretação dos sonhos.
Irei, igualmente, tentar convencer parte
da audiência aqui presente que o sonho
de Samora superou o horizonte da
utopia, nos termos em que esta é
definida, como sendo o lugar que não
existe em parte alguma ou mais
estritamente, que é o tipo de sociedade que
não se estabeleceu em nenhum lugar;
Benedito S. et. il (1986; Coord. Geral).
Samora sonhava que, um dia,
Moçambique se tornasse independente.
É um facto consumado. Tinha a utopia
de ver a África do Sul sem o Apartheid.
Hoje, brancos, mulatos, amarelos, azuis
e castanhos, incluindo gente incolor
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convivem como cidadãos sul-africanos
iguais perante a lei. Ficou para o
passado a nojenta restrição de “White
Only”, inscrita em bancos dos jardins,
nos machibombos e nos serviços
públicos. Estes são apenas alguns
exemplos de sonhos que deixaram de
ser utopia. Moçambique com que
Samora sonhou está, em miniatura,
aqui neste local, onde não sonhamos,
mas discutimos os sonhos dele. O
desafio que coloco, particularmente aos
estudantes, é o de não discutam se os
sonhos de Samora eram utopia até hoje
não concretizada, mas discutam como
transformar a sua utopia em sonho
realizável. Em fazendo isso, estarão a
testar a sua teoria não para negar a sua
validade, mas apenas para provar que,
como produto dos seus sonhos,
devemos conseguir sonhar mais, ter
sonhos superiores, que superem os
sonhos de Samora, cuja concretização
vai colocar Moçambique e os
moçambicanos num estágio diferente
com a qual Samora nunca sonhou. Não
se refuta uma teoria por esta não
conseguir explicar um conjunto de
dados ou fenómenos. Os dados ou
fenómenos podem não ser explicados
ou porque a teoria é insuficiente, por
isso, incapaz de dar resposta adequada
ou porque os dados são errados, por
isso, é preciso procurar outros dados.
Palavras-chave: Samora, sonho, desafio,
realidade, suplantar, dignidade humana.

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4 UP Nampula Tema:
“Diversidade étnico-cultural e
construção da nacionalidade na África:
um desafio para o milénio” Inspirado
na famosa frase “é preciso matar a tribo
para construir a nação” atribuída à
Samora Machel é uma alusão a esse
desafio
Professor Catedrático A complexidade do Continente
Kabengele Munanga africano em termos etno-linguísticos,
culturais, económicos, político-
PUC São Paulo ideológicos e históricos exige cautela e
prudência com teorizações
generalizantes que, em vez de explicar o
Continente, podem simplesmente
desembocar em reducionismos
mutiladores. No entanto, a África
viveu, e vive, experiências históricas
comuns e apresenta semelhanças
culturais que ofereceriam algumas
possibilidades para compreendê-la
como totalidade complexa, sem afogar
na generalização as peculiaridades e
experiências das Nações nelas contidas.
Entre os problemas comuns a todos os
países africanos, figuram a questão de
promover o desenvolvimento
económico e social e consequentemente,
erradicar a miséria e a pobreza no
continente; construir uma cultura de
paz, fortalecendo o processo
democrático e a construção das
nacionalidades. Como conciliar a
construção da unidade nacional com a
patente diversidade étnico-cultural que
embora constituía uma das riquezas das
nações africanas em construção, é
sempre sujeita à manipulação para
acesso e controle do poder político?
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Qual seria o sentido profundo do
postulado “Matar a tribo para construir
a nação”, atribuído ao estadista Samora
Machel?
Tema:
Samora Machel e a luta pela
UP Quelimane
emancipação da mulher em
Moçambique
Um aspecto importante do legado da
FRELIMO (Frente de Libertação de
5 Moçambique) foi a posição assumida,
durante a Luta Armada de Libertação
Nacional, sobre a emancipação da
mulher e as concepções de luta para a
sua libertação da opressão. Na década
Prof.ª Doutora Isabel
de 60-70, a FRELIMO foi, talvez, dos
Maria Cortesão poucos movimentos nacionalistas, no
continente Africano, que defendeu que
Casimiro
a emancipação da mulher deveria
UEM ocorrer em simultâneo com a luta pela
libertação do jugo colonial, e pela
construção duma sociedade nova,
adiantando que apenas a participação da
mulher na luta, e em todas as frentes de
combate, poderia fazer avançar o
processo revolucionário, com vista a
uma sociedade livre de todas as formas
de opressão. Esta posição viria a ser
consubstanciada na frase “A
participação da mulher é uma
necessidade da revolução, garantia da
sua continuidade, condição do seu
triunfo”, pronunciada por Samora
Machel aquando da criação da
Organização da Mulher Moçambicana
em 1973.
O combate pela afirmação da mulher
mostrou como, ao longo da Luta
Armada, foi também possível iniciar o
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desmontar das formas anteriores de
coisificação e 'promoção' da mulher,
tendo-se iniciado os primeiros passos
para relações sociais de género baseadas
na igualdade de direitos e deveres.
Neste processo, mulheres e homens
foram, ao mesmo tempo, agentes
transformadores e sujeitos a ser
transformados, através dum processo de
criação duma sociedade de tipo novo. A
Luta Armada demonstrou que um dos
principais indicadores dos avanços e
revezes da revolução, estava ligado ao
processo de libertação da mulher, e a
sua pparticipação obrigou a um
repensar sobre o seu papel na sociedade,
sobre as relações sociais com os
homens, sobre a divisão de actividades
entre mulheres e homens, e sobre o tipo
de sociedade a edificar, tendo
provocado o uma ruptura simbólica nas
relações de género.

6 Tema:
O papel da UP na optimização do saber
UP Montepuez
fazer e do fazer sabido (uma proposta
de ideias estruturantes da dissertação)
Em memória e homenagem a Samora
Moisés Machel, primeiro Presidente de
Moçambique independente, passados
que foram 30 anos após a sua trágica
morte, a Universidade Pedagógica
decidiu dedicar durante a actividade de
Prof. Doutor José ensino e aprendizagem do ano de 2016, o
lema “re-significando as utopias de Samora
Mateus Muária Machel”.
Katupha
Sem pretender intuir a amplitude e a
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UEM carga multisémica do sintagma “re-
significar as utopias de Samora Machel ”,
atrevo-me a assumir que com este lema
se pretende fazer uma abordagem
retrospectiva, qual peregrinação ao
passado bem presente, da vida e obra de
Samora, com vista a validar ou
reinterpretar a autenticidade objectiva
do seu projecto “freliminiano” de
construção da nação moçambicana. Um
exercício que se faz num contexto novo
de paradigmas vivenciais passados que
foram 30 anos da sua morte.
Neste exercício, assumindo a validade
objectiva do pensamento transformador
de Samora Machel sobre o mundo e
sobre a realidade moçambicana, a
Universidade Pedagógica faz uma
interpelação (não meramente retórica)
a si e a outras instituições do ensino
superior em Moçambique sobre qual
deve ser o seu papel na concretização de
algumas utopias, sonhos e visão de
Samora sobre o país, sobre o homem
moçambicano e sobre o mundo.
Alinhado com este fio condutor,
proponho, para a lição inaugural do ano
2016, uma breve reflexão sobre o papel
da UP na transformação e optimização
do saber fazer e do “fazer sabido”,
incluindo aquele que provem do que se
convencionou chamar de sistemas
endógenos do conhecimento (indigineous
knowledge systems) .
Assim, alguns exemplos do pensamento
transformador de Samora Machel,
obtidos de depoimentos de pessoas que
com ele conviveram e em conjugação
com documentos tais como o Plano
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Prospectivo Indicativo, (PPI), e as
Directivas Económicas do III
Congresso servirão de antecâmara e de
suporte, (I parte), para as partes
substanciais da proposta,
nomeadamente, (II) a caracterização da
sociedade moçambicana que Samora
tanto quis transformar e os desafios do
ensino superior perante essa realidade;
(III) uma pincelada, “primeira de mão”,
projectará algumas imagens sobre “o
fazer sabido” e o seu papel equilibrador
da sociedade moçambicana cuja
ignorância prevalecente expressa a
forma mais incoerente dos
moçambicanos iluminados,
(universitários). E, para finalizar, (IV),
uma identificação de alguns dos
desafios de um graduado universitário
em Moçambique que importa ter, desde
logo, em consideração no processo de
ensino aprendizagem e em que a
Universidade Pedagógica joga (deve
jogar) o seu papel transformador.
7 Tema:
(Re)Significando as utopias samorianas
UP Manica
Existem diferentes macheis: O Machel
nacionalista, o Machel dirigente da luta
de libertação, o Machel chefe de Estado
e o Machel de que hoje nos apropriamos
para julgar o Moçambique actual.
Prof. Doutor Severino A metáfora voltariana faz com que o
Machel de interesse actual seja aquele
Ngoenha que mobilizamos para nos
UP - FCSF confrontarmos connosco mesmos e até
para julgar o desempenho político e
moral das lideranças actuais.
A minha conferência vai incidir sobre
este Machel a fim de identificar os
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aspectos da actualidade que a sua
postura é susceptível de interrogar.

Tema :
“Resignificando as utopias de Samora
Machel: Homem Novo, uma
Questão do passado ou do presente?”
UP Maxixe
Reflectir sobre formação do Homem
Novo tendo como parâmetros a
8
educação e o trabalho na visão de
Prof. Doutor Camilo Samora Machel é o propósito central
desta comunicação. Num estudo de
Ussene
base bibliográfica, documental e ainda
UP - FACEP apoiada em depoimentos e na
experiência informada do autor,
procuro responder à seguinte questão:
será que a “utopia” de Samora Machel
de formar o Homem Novo é uma
questão do passado ou do presente?
Algumas passagens históricas da vida
política de Samora Machel, bem como
nas transformações sociais económicas
e políticas de Moçambique ligadas à
revolução e à globalização mostram que
as mudanças sociais e políticas
contemporâneas não podem ser o
motivo para que não haja uma educação
patriótica para a construção de um
Homem Novo dentro de um contexto
de pluralidade.
Assim, apesar de todas as mudanças
socioeconómicas que Moçambique tem
vivido, é imperioso que os valores
patrióticos, na óptica de Samora
Machel, possam servir de base para se
formar um Homem Novo em que a
educação e o trabalho se tornem a fonte
dinamizadora do processo.
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Esta conclusão permite reconhecer que
o Homem Novo idealizado por Samora
Machel pode ser (re)significado e
tornar-se uma questão do presente e,
porque não, do futuro.
Palavras- chave: Samora Machel;
Homem Novo; Educação; Trabalho;
Moçambique.
9 UP Beira Tema :
“(Re)Significando as utopias
samorianas »

Prof. Doutor Raúl


Alves Calane da Silva
UP - FCLCA
10 UP Niassa Tema:
Introdução à uma nova metodologia de
ensino sobre a Vida & Obra de Samora
Machel: mapas conceituais, uma
ferramenta de criação de
conhecimentos.
O presente trabalho tem por objectivo
apresentar uma introdução a uma nova
metodologia para o estudo da Vida &
Prof. Doutor Mário Obra de Samora Moisés Machel. Trata-
se de uma tecnologia baseada na
Suarte Baloi, construção de mapas conceituais. O
trabalho apresenta uma breve
UP- FCNM fundamentação teórica sobre a
construção de mapas conceituais, cujo
design é ilustrado por um pacote
informático de modelação de
conhecimentos. Cada mapa conceitual
aqui construído permite por sua vez a
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22
elaboração e a modelação de
conhecimentos sobre o pensamento
político de Samora Machel. O estudo,
embora não seja conclusivo, permite
uma reflexão sobre a revalorização da
significação das chamadas utopias
samorianas, de importância especial por
exemplo na área da educação. O autor
elaborou alguns mapas que permitem
uma análise e discussão de aspectos
sobre a prática governativa, a situação
económica de Moçambique e
finalmente do projecto educacional de
Samora Machel. A luz dos textos
completos e extractos e dos discursos do
Presidente Samora Machel, são
identificadas as palavras-chaves ou os
conceitos relevantes. Estes são depois
relacionados numa estrutura por vezes
complexa assumindo a forma de um
modelo relacional e interpretativo. Os
mapas e os diagramas assim elaborados
não são uma construção mecânica mas
uma interpretação do pensamento
político tanto na forma (mapas,
diagramas e pontos de conexão) como
no conteúdo (palavras chaves e
conceitos). Duas questões centralizam a
análise neste trabalho: 1) Como
compreender através de um método
simples e conceptual o pensamento
politico-educacional de Samora Machel
2) Que evidências existem da
continuidade dos ideais politico-
educacionais de Samora Machel na
sociedade moçambicana. O autor
pretende que os professores e os alunos
do ensino secundário sejam
familiarizados com as regras de
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23
construção de mapas conceituais a
partir de textos ou de discursos de
Samora Machel. Num processo
educacional aberto, os professores
aprendem a criar seus próprios mapas,
avaliam e comparam também assim
seus e os mapas dos alunos. A
identificação dos conceitos relevantes e
a necessidade de estudos mais
elaborados de pesquisa desses mesmos
conceitos é sugerida pelo autor no
quadro-resumo de cada mapa. Assim,
pode-se continuar o processo de criação
de mapas adicionais. Isso representa
afinal mais um exercício cognitivo de
consolidação dos conhecimentos
específicos.
11 UP Massinga Tema :
Utopias samorianas ou Samora um
visionário
Desenvolver a declaração realística e
futurista da visão e missão faz nos
olhar ao norte magnético da bússola
fazendo algumas perguntas
constantemente na medida em que
Prof. Doutor Joaquim procuramos o azimute.
Marcos Manjate Samora Machel constantemente dava-
nos o norte magnético, falava longas
Instituto Superior de horas com o seu povo, da agricultura,
Estudos de Defesa falava da educação, falava da saúde
falava da guerra e da paz, falava dos
detalhes no saneamento, na produção, e
mais do que falar estava presente
educava e treinava as pessoas dizia
sobre as experiencia da luta de
libertação nacional e proclamava o que
as pessoas deviam ser amanhã. Antes
de falar da utopia falemos do interesse
nacional de Moçambique que Samora
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Machel defendia. A conclusão a que
chegamos é que partimos duma utopia
samoriana baseada na formação do
interesse nacional para uma visão,
missão e valores. Utopia expressava um
mundo imaginário que não existia mas
que queria alcançar, enquanto que a
visão era a construção mental do que
queríamos ser, a missão era como é que
iriamos fazer para ser o que queríamos
ser e mais adiante os valores sendo o
que dia a dia fizemos e as nossas
crenças. Samora dizia o que é que
queremos ser como moçambicanos –
um país próspero e protegido. Samora
dizia o que é que temos que fazer para
sermos o que queremos ser: Estudar,
Trabalhar, Solidariedade, Honestidade,
Disciplina, Voluntarismo. Samora
visionário ou utopista? Entre a visão e a
utopia existe o interesse nacional e esta
se expressa entre os anseios e
necessidades a serem satisfeitas.
Olhemos para o interesse nacional, que
significa antes de mais, exactamente o
queremos ser como moçambicanos. o
interesse nacional é expresso por duas
variáveis os anseios e as necessidades.
Os anseios expressam desejos mas não
necessariamente o que pode ser
alcançado tal como um estudante na
escola tem interesse de passar de classe
como anseio seria dispensar com uma
nota acima de 15 valores isto seria
anseio ou desejo mas se este tiver 10
valores passa na mesma de classe isto
seria necessidades o quer dizer que seu
interesse está satisfeito. No debate do
interesse nacional levantam-se
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expectativas principalmente na
juventude, mas Samora Machel através
dos valores chamava os jovens ao
cometimento. Na realidade objectiva o
interesse do povo moçambicano era o
bem-estar e cujo anseio é ter escolas,
hospitais, casa, emprego e transporte.
As necessidades segundo Maslow
baseiam-se na hierarquia, porque
necessidade significa o que temos que
ter sem falta…

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AULA INAUGURAL 2013

Aula Central: UP Niassa


Orador: Prof. Doutor Ângelo Muria,
Faculdade de Educação Física e Desportos, UP
Tema: “Transversalidade na produção de conhecimento e universidades
do século vinte e um”

AULA INAUGURAL 2014


Educação, Pluralidade, Paz e Desenvolvimento
Aula Central: UP Nampula
Orador: Professor Catedrático Boaventura de Sousa Santos
Tema: “Direitos Humanos, Desenvolvimento e Democracia”

AULA INAUGURAL 2015


Moçambique, a Vontade de Existir
Aula Central: UP Sede
Orador: Prof. Doutor Padre Ézio Lorenzo Bono
Tema: “A beleza nos salvará: Moçambique entre a
obsessão identitária e o desejo de habitar o Mundo”

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