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Sucessão Testamentária

Sucessão Testamentária nas palavras de MARIA HELENA DINIZ:

O Código Civil brasileiro admite, além da sucessão legítima, a sucessão


testamentária, na qual nesta, a transmissão dos bens do de cujus se opera por ato de
última vontade, revestido da solenidade exigida por lei, prevalecendo as disposições
normativas naquilo que for cogente, assim como no que for omisso no testamento.
No diz respeito à disposição dos bens por testamento, este seria uma extensão do
direito de propriedade, pois a norma jurídica permite a seu titular ditar o destino de seus
bens após o seu falecimento, seja com maior ou menos amplitude, sendo lícito dispor de
todo o seu patrimônio ou em parte na existência de herdeiros necessários, instituir
herdeiro ou distribuir os bens em legados; gravar os bens de cláusulas restritivas;
mesmo quanto às legítimas; possibilitar a substituição do favorecido.
Há possibilidade de coexistirem as duas modalidades de sucessão, pois poderiam
uma sucessão ser legítima, obedecendo ao comando legal na parte em que não houver
testamento ou não prevalecer a manifestação de última vontade, e testamentário na parte
em que se obedece a vontade do finado, bem como podendo assim um herdeiro
necessário poderá herdar um legado e não perderá o direito a legítima.
Ainda assim a sucessão testamentária e pouco usada no Brasil, ante o fato de a lei ter
contemplado, em ordem de vocação hereditária da sucessão legítima justamente aquelas
pessoas da família do autor da herança que ele gostaria de beneficiar, principalmente
seus descendentes. Geralmente os casos de sucessão testamentária ocorrem quando o
testador não tem filhos, netos, bisnetos, ascendentes ou consorte e faz o testamento para
contemplar estranho, em detrimento dos colaterais até o 4º grau, ou para beneficiar
certas pessoas por meio de legados, por tanto os herdeiros legítimos não necessários
como os colaterais até 4º grau podem ser afastados da sucessão se assim o de cujus
desejar, apenas dispondo da totalidade de seus bens em favor de terceiros não
precisando alegar qualquer justificação.
A sucessão testamentário é regida pela lei vigente no momento da facção do
testamento, que regula a capacidade testamentária ativa e a forma extrínseca do ato de
última vontade; ou pela lei que vigorar ao tempo da abertura da sucessão que rege a
capacidade testamentária passiva e a eficácia jurídica do conteúdo das disposições
testamentárias, e ainda, no caso de condição para a instituição de herdeiro ou legatário
está será regulado pela lei vigente ao tempo do implemento da condição de que
depende.
Na transmissão hereditária conjugam-se dois princípios: o da autonomia da vontade,
em que se apoia a liberdade de dispor, por ato de última vontade, dos bens; e o da
supremacia da ordem pública pelo qual se impõem restrições a essa liberdade,
protegendo a propriedade e a família, ou melhor, o interesse do autor da herança e o da
família. Tendo em vista o interesse social geral o Codigi Civil acolhei princípio da
liberdade de testar limitada aos interesses do de cujus e, principalmente, aos de sua
família, ao restringir a liberdade de dispor da totalidade do seu patrimônio quando tiver
herdeiros necessários, nos quais tem pleno direito a 50% do patrimônio.
Testamento
É ato personalíssimo e revogável pelo qual alguém, de conformidade com a lei, não
só dispõe, para depois de sua morte, no todo ou em parte, do seu patrimônio mas
também faz estipulações extrapatrimoniais, tais como: reconhecimento de filhos não
matrimoniais; nomeação de tutor para filho menor; disposição do próprio corpo para
find altruísticos ou científicos; permissão ao filho órfão para convocar núpcias com o
tutor; reabilitação do indigno; deserdação de herdeiro; determinação sobre funeral; e
patrimoniais como: recomendação sobre o cumprimento de obrigações do testador;
constituição de renda; estabelecimento de condomínio por unidades autônomas;
instituição de fundação; substituição de beneficiário na estipulação de favor em terceiro;
imposição de cláusulas restritivas.

Carácteres jurídicos:
Revogabilidade, pois apesar de valer somente após o óbito do testador a lei admite a
modificação no todo ou em parte, de modo que o testamento posterior revoga o anterior
apenas no que concerne disposições de ordem patrimonial;
Unilateralidade, pois somente pode ser efetuado pelo testador, isoladamente, daí ser
ato personalíssimo;
Gratuidade, porque é inadmissível que o testador, em troca das liberalidades
testamentárias, exija uma vantagem correspectiva;
Solenidade, ante a exigência da observância de formalidades legais para que seja
válido o testamento;
Produção de efeitos causa mortis, porque, destinando-se o testamento a produzir
efeitos após o falecimento do testador, verificando este, torna-se irrevogável é
definitivo.

Espécies de testamento
Os testamentos são divididos em ordinários e especiais. Os ordinário são divididos
em 3 formas: público, cerrado e particular e os especiais em marítimo, aeronáutico e
militar.
Nosso ordenamento jurídico veda o testamento de forma conjuntiva seja ele
simultâneo, reciproco ou correspectivo, pois o testamento é um negócio personalíssimo.
O testamento público é aquele feito pelo tabelião em seu livro de notas de acordo
com as vontades do testador, deve ser feito na língua nacional, ter 2 testemunhas,
podendo ser escrito de forma manual ou mecânica. O testamento público é a única
forma de testamento permitida ao analfabeto e cego, no caso do analfabeto o tabelião irá
assinar pelo testador, no caso do cego o testamento deverá ser lido em voz alta 2 vezes
uma pelo tabelião e a outra por uma testemunha escolhida pelo testador. O indivíduo
que for apenas surdo e souber ler irá ler seu testamento e se não souber designará que
alguém leia em seu lugar na presença de suas testemunhas.
O testamento cerrado também conhecido como místico, secreto ou nuncupação
Implícita é aquele escrito pelo autor ou por alguém a seu pedido com conteúdo sigiloso
completado pelo instrumento de aprovação ou autenticação lavrado pelo tabelião, na
presença do testador e de 2 testemunhas. Essa modalidade de testamento tem como
vantagem manter em sigilo a vontade do testador, nem o tabelião e as testemunhas
tomam conhecimento das disposições. os requisitos essenciais do testamento cerrado
são os seguintes: a) cédula testamentária; b) ato de entrega; c) auto de aprovação; d)
cerramento. A cédula testamentária elaborada pelo testador, com o pedido para que se
lavre um auto de aprovação pelo tabelião, o tabelião, na presença das testemunhas,
lavrará o auto de, após a última palavra do testador, declarando, sob sua fé, que o
testador lhe entregou para ser aprovado na presença das testemunhas. Não havendo
espaço na última folha escrita, colocará o seu sinal público e declarará, colando outra
folha, a razão de seu procedimento. escritura do testamento particular”.
Apesar do Código Civil não exigir a colocação da data, tanto no testamento público
como no cerrado e no particular, trata-se, de um dado importante para que se saiba, ante
a apresentação de dois testamentos da mesma pessoa, qual o anterior e qual o posterior,
tendo em vista que o posterior revoga o anterior naquilo que com ele conflita. Depois de
aprovado e cerrado (fechado), será o testamento entregue ao testador e o tabelião
lançará, no seu livro, nota do lugar, dia, mês e ano em que o testamento foi aprovado e
entregue.
O testamento particular é o menos utilizado é aquele escrito de próprio punho, ou
mediante processo mecânico, assinado pelo testador, e lido para três testemunhas, que o
subscreverão, com a obrigação de, depois da morte do disponente, confirmar a sua
autenticidade. Apesar de ser a forma mais simples de testar por não consiste na presença
do tabelião é a forma menos segura de testar, porque depende de confirmação, em juízo,
pelas testemunhas (que poderão faltar), após a abertura da sucessão. Morto o testador,
publicar-se-á em juízo o testamento, com citação dos herdeiros legítimos, é possível a
elaboração do testamento particular em qualquer idioma, desde que datado, assinado
pelo testador e por três testemunhas, sob pena de invalidade. As testemunhas deverão
conhecer o idioma estrangeiro, para compreenderem a leitura. Se faltarem testemunhas,
por morte ou ausência, e se pelo menos uma delas reconhecer o testamento, este poderá
ser confirmado, se, ao critério do juiz, houver prova suficiente de sua veracidade.

Os testamentos especiais só são admitidos os contemplados pelo Código Civil.O


testamento Marítimo é aquele feito por quem estiver em viagem, a bordo de navio
nacional, de guerra ou mercante feito na presença de 2 testemunhas e do comandante na
forma que corresponda ao testamento público ou cerrado, o testamento será registrado
no diário de bordo já o testamento aeronáutico é aquele feito por quem estiver em
viagem, a bordo de aeronave militar ou comercial, podendo testar perante pessoa
designada pelo comandante, assim como no testamento marítimo será registrado no
diário de bordo, O testamento marítimo ou aeronáutico ficará sob a guarda do
comandante, que o entregará às autoridades administrativas do primeiro porto ou
aeroporto nacional, contra recibo averbado no diário de bordo. Esse testamento tem
prazo para decadência, ou seja, caducará o testamento marítimo, ou aeronáutico, se o
testador não morrer na viagem, nem nos 90 dias subsequentes ao seu desembarque,
onde possa fazer, na forma ordinária, outro testamento. Se, após o último desembarque,
o testador ficar impedido, em virtude de agravamento do estado de saúde, por exemplo,
de fazer novo testamento ordinário, os testamentos marítimo e aeronáutico não
caducarão.
O testamento militar é aquele disponibilizado não apenas aos militares, mas as
demais pessoas a serviço das Forças Armadas e que estejam em campanha, dentro ou
fora do País, assim como em praça sitiada, ou que estejam de comunicações
interrompidas, poderá fazer o testamento sem a presença de um tabelião diante de 2 ou 3
testemunhas e se o testador não puder assinar ou não souber uma das testemunhas irá
assinar por ele, se o testador pertencer a corpo o testamento será escrito pelo respectivo
comandante, ainda que de graduação ou posto inferior. Se o testador estiver em
tratamento em hospital, o testamento será escrito pelo respectivo oficial de saúde, ou
pelo diretor do estabelecimento. Se o testador for o oficial mais graduado, o testamento
será escrito por aquele que o substituir. Poderá fazer testamento de seu punho
tendo data e assinatura por extenso sendo apresentado aberto ou cerrado, com
a presença de 2 testemunhas ao auditor ou ao oficial de patente. O auditor, ou
o oficial a quem o testamento se apresente, notará, em qualquer parte dele,
lugar, dia, mês e ano em que lhe for apresentado, nota essa que será assinada
por ele e pelas testemunhas. Pode haver também um testamento na forma oral
onde as pessoas em combate ou feridas testam sua vontade a 2 testemunhas,
se o testador não morrer na guerra ou convalescer do ferimento o testamento
não terá efeito. Assim como o testamento marítimo e aeronáutico o militar
também irá caducar salvo se o testamento for escrito do próprio punho, datado
e assinado pelo testador, tendo a homologação pelo auditor, ou oficial, com
duas testemunhas.

A figura do testamenteiro na sucessão testamentaria

O testamenteiro é uma figura de muita importância na sucessão


testamentária. É uma pessoa de extrema confiança do testador, que cumprirá
as determinações deixadas em testamento. A nomeação dele não é obrigatória
e sua ausência não invalida o testamento. A figura do testamentário não se
confunde com a figura do inventariante, podendo ele cumular as duas funções.
No entanto, a nomeação do testamentário é de extrema confiança do testador
(Instrumento particular), enquanto a do inventariante segue a ordem legal, ele
administra o inventario. Nada impede que o inventariante faça o papel de
testamenteiro, mas tendo em vista que o inventariante na maioria dos casos é
um parente ou pessoa interessada; nomeia-se o testamenteiro para resguardar
a real vontade do testador. Sabendo que o testamento é um negocio jurídico
unilateral, um ato de ultima vontade do de cujus, ele nomeia em vida o
testamenteiro para evitar danos ou desrespeito da sua vontade.

As atribuições testamentarias encontram-se no Código Civil brasileiro nos


artigos 1.976 a 1.990 e no atual código de processo civil de 2015, no artigo 735
§ 3°. Tendo em vista que o novo código de processo civil não recepcionou os
artigos que tratavam da figura do testamenteiro devido a alteração feita no
procedimento de abertura do testamento.

A função do testamenteiro é personalíssima e indelegável, como fala o


artigo 1.985 cc (O encargo da testamentaria não se transmite aos herdeiros do
testamentário, nem é delegável), Porem o testamenteiro pode fazer-se
representar em juízo e fora dele, mediante mandatário com poderes especiais.
Por ser ato personalíssimo, questiona-se a possibilidade de representação.
Verifica-se a possibilidade de representação, desde que com procuração
especifica. Porem caso o procurador pratique ato que prejudique os herdeiros,
terá o testamenteiro responsabilidade pois cabe a ele cumprir todos os atos.

Há a possibilidade de vários testamenteiros sendo cada um responsável por


sua cota delimitada pelo testador. Na falta de um, o outro deverá agir tendo
assim obrigação solidaria. Salvo se cada um tiver funções distintas e a elas se
limitar.

Espécies de Testamenteiros

 Testamenteiro Dativo: É quando o testamenteiro nomeado pelo testador


se faz ausente, o juiz sentindo a necessidade nomeia o testamenteiro
dativo ( Artigo 1.984 na falta do testamenteiro nomeado pelo testador, a
execução testamentaria compete a um dos cônjuges, e, em falta destes o
herdeiro nomeado pelo juiz). Obs.: Cônjuge separado a mais de dois anos,
não será nomeado testamentário dativo.
 Testamenteiro universal: É o testamenteiro nomeado pelo testador, que
será também inventariante do processo, acumulando as duas funções.
(caso o testador não tenha cônjuge, companheiro ou herdeiros
necessários, poderá, já no testamento, determinar o acumulo de funções).
 Testamenteiro Singular: Será aquele nomeado pelo testador e suas
funções limitam-se as que o testador indicou.

Capacidade do Testamenteiro

Confunde-se com a capacidade civil, deverá ser capaz, maior de 18 anos,


com condições para toas praticas civis e que não possua dividas ou qualquer
debito com o testador e seus herdeiros ( evitar conflitos). Deverá ser pessoa
física, não pode ser pessoa jurídica, e estrangeiro desde que resida no Brasil.
O testamenteiro poderá ou não aceitar o Múnus privado, do qual foi nomeado.
Não podendo ser coagido ou pressionado. A aceitação se dará de forma tácita
u expressa, se ele aceitar assinará o termo de testamentaria. Já a recusa
poderá ocorrer sem forma delimitada em lei, ou seja, o testamenteiro poderá
renunciar a qualquer momento sem a necessidade de justificativa. Caso já
exista a aceitação, será necessário o comunicado ao juiz, mas nesse caso será
necessária justificativa.

Direitos e Obrigações

 Cumprir as disposições testamentaria dentro do prazo marcado pelo


testador;
 Prestar contas do que recebeu e gastou, enquanto estiver com a
responsabilidade de executar o testamento;
 Apresentar o testamento em juízo para que seja registrado e cumprido.
Da Remuneração do Testamenteiro

O artigo 1987 trata da remuneração do testamenteiro, pois o testamenteiro


que não seja herdeiro ou legatário terá direito a um premio que se o testador
não tiver fixado, será de 1% a 5%, arbitrado pelo juiz, sobre a herança liquida
conforme a dificuldade que o testamento teve para cumprir a obrigação essa
remuneração é chamada de vintena.

Extinção

 Ocorre normalmente com o cumprimento das funções determinadas no


testamento;
 Ou com a morte do testamenteiro;
 Se o testamenteiro descumpra suas funções adequadamente, não dando
ao testamento o seu real cumprimento, poderá ser removido e poderá
perder o direito ao premio;
 O testamenteiro poderá renunciar no curso do processo, sendo necessária
sua remoção após verificadas todas as contas ou responsabilidades.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro- Volume 6- Direito das
Sucessões. São Paulo, 23ª edição- Editora Saraiva.

GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, volume 7: Direito das


Sucessões. 7 edição. Editora Saraiva, 2013.

VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: Direito das Sucessões- 10ª Edição -
São Paulo: Atlas, 2010.

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