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INTRODUÇÃO Existem esses cistos teca luteínicos que acontecem por Hiperestimulação ovariana. Às
– Alterações morfológicas marcantes vezes é iatrogênico quando faz a hiper-estimulação na paciente com infertilidade. Então, tem
– Pode ser sede de Neoplasias de crescimento oculto e elevada letalidade que ficar acompanhando essa paciente, porque ela pode acabar fazendo uma síndrome da hiper-
– Dificuldade de acesso à Histopatologia estimulação ovariana. O cisto pode crescer e ficar imenso, simulando até uma gravidez e levar
– Diagnóstico diferencial a abdome agudo.
– Dilema clínico frequente e significativo Características importantes
– Incidência CA de ovário invasivo: 56-60 anos Regridem espontaneamente
– 30% pós-menopausa são malignas Uso de ACHO por 2 meses contínuos- Regra de Spanius- Repouso ovariano com regressão
– Baixa paridade e infertilidade cistos funcionais, mas existem alguns estudos que mostram que não há evidências de regressão.
– Mutação BRCA 1 Às vezes, só faz com que não apareçam outros. Vai deixar o ovário em repouso para que não
– Epiteliais são mais comuns apareçam outros.
– 5ª maior causa de morte em mulheres A taxa regressão é a mesma usando ou não o anticoncepcional.
Uma paciente com características de tumor irregular com partes sólidas, alto fluxo
baixa resistência tem que avaliar com profissional adequado, pois tem grandes características Tumorações inflamatórias
de tumor maligno. Durante o estadiamento já é o tratamento do tumor: abrir a região, colher Complicações: endometriose e infecção pélvica
líquido de todos os lugares... é um cirurgia grande, que tem que ser melhor avaliada pelo Endometrioma- Cistificação foco superficial, colonização de um cisto não neoplásico a
oncologista. partir de células endometrióticas
TU DIVERSAS NATUREZAS O cisto endometrióide é Repleto de sangue antigo associado a debris menstruais
- Funcionais - Inflamatórios - De inclusão - Neoplásicas - Não neoplásicos Aderido a outras estruturas
Estes ductos derivam de uma invaginação do epitélio celômico, em posição lateral aos Causa Dor pélvica crônica e dismenorréia. O conteúdo é achocolatado.
já existentes ductos mesonéfricos ou de Wolf. O epitélio celômico é o que dá maior parte dos Dor tipo abdome agudo quando rompe, pois cai sangue na cavidade e irrita
tumores: ele reveste o endométrio, parte do canal cervical e também parte das trompas. Então Pode ser Cirúrgico – quando ultrapassam 2 -3 cm. Quando passa disso é endometrioma, faz
esse epitélio pode formar vários tipos histológicos de acordo com o local onde está Videolaparoscopia para retirar.
revestindo. Os tumores epiteliais do ovário derivam desse epitélio celômico. Escolha – Laparoscopia
TU NÃO NEOPLÁSICOS
- Cistos Funcionais - Cisto Teca Luteínico Abscesso pélvico:
- Tumorações Inflamatórias - Abscesso Pélvico Envolve trompas e ovários
- Cistos Serosos de inclusão Evolução da DIP com predomínio anaeróbio
Os precedentes são os abscessos- Complexos inflamatórios tubo-ovarianos- Massas sólidas
Cistos funcionais Extensas aderências e destruição tissular
Podem ser cistos Foliculares Perda da função e graves sequelas
Eles são de 3 a 8 cm
Acontecem Durante menacme
Cistos Serosos de Inclusão
Podem acontecer Até 3 anos após menopausa em resposta ao FSH
Desde a infância até a menopausa
Podem ser assintomáticos - só vistos ao USG
Cápsula fina e conteúdo aquoso
Podem ser também o Cisto Lúteo Hemorrágico. Libera o óvulo, e o corpo lúteo se
Trazem dificuldade de interpretação diagnóstica
enche novamente, ou então, por uma falha na ruptura do folículo com acúmulo de líquido
Não regridem nem evoluem
no seu interior.
Fazer acompanhamento a vida toda, pois esse cisto não regride. Mas se a paciente tiver
Se o cisto for folicular não precisa de cirurgia. Faz acompanhamento, pois com 2
algum fator de risco, ou se quiser operar, ou se não houver segurança se é um cisto seroso
meses geralmente regridem.
faz uma videolaparoscopia.
Cistos Teca Luteínicos
Hiperestimulação ovariana
TUMORAÇÕES NEOPLÁSICAS
Doença Trofoblástica gestacional
Essas tumorações neoplásicas podem ser benignas e malignas. Ainda tem outra
Indução para ovulação- Reprodução Assistida
classificação que é a de Boderline (tumores proliferativos atípicos) que é baixo potencial de
Gestação Gemelar
malignidades.
Hidropsia fetal
São Áreas císticas múltiplas e podem chegar + 10 cm de diâmetro
PROVAVELMENTE MALIGNOS: É uma imagem Brenner – Malignos
que pode ser benigna, mas que é característica de tumor São grandes, 16 a 20 cm de diâmetro, com áreas sólidas ou císticas
maligno. Irregular (tem reentrâncias), presença de áreas Bilaterais em 12%
sólidas, tem mistura de áreas líquidas e sólidas. Além Podem ser encontradas áreas Benignas de permeio
de ter uma cápsula grossa (cápsula espessada).
Características de tumor maligno Tumores Do Estroma
Tumores de células da granulosa
Tumores epitelial-estromal de superfície: derivado do epitélio celômico. Tecoma e fibroma
- Serosos - Mucinosos - Endometrióides Androblastoma
- Tumores de células claras (tem pior prognóstico e são as mais raras – 1%) Tu misto ou não classificado
- Tumores de células transicionais - Tumores de células escamosas Tu células esteróides
– GRANULOSA
Serosos – Cistoadenoma Tipicamente unilaterais, 12cm de diam., encapsulado, sup. Externa lobulada , ao
Grandes volumes, uni ou multiloculados; Superfície externa lisa; corte é amarelado com áreas císticas ou sólidas
Epitélio do tipo tubário- seroso podendo apresentar cílios na superfície; não há atipias, Hemorragia em grandes tumores, necrose é menos frequente.
necroses ou mitoses. Pequenos folículos Ch de corpúsculo de Call-Exner
Volumosos, superfície externa boleada e multiloculado. 70% são bilaterais Secreção de Andrógeno levando a Virilismo
Dissemina cel.neoplásica no peritôneo
Atípias, mitoses e/ou necrose qtd variável – FIBROMA
BAIXO POTENCIAL DE MALIGNIDADE Tu benigno não funcionante
Cístico ou variável número de excrescências com conteúdo líquido ou mucinoso Cor branca, superfície externa lisa
Não há observação de invasão do estroma Em geral unilaterais
Pode se associar a síndrome de Meigs ( Ascite, hidrotórax à dir., e fibroma ovariano) ↑ 6,0
Mucinosos – Cistoadenomamucinoso cm de diam.
Usualmente volumosos e unilaterais
Uni ou multiloculados – TECOMA
Contendo material mucóide em seu interior Tumores funcionantes
Não há sinais de atipias Mais comum em mulheres idosas e em geral são benignos
Usualmente volumosos, unilaterais, superfície externa lisa, multiloculado ou uni Aspecto fasciculado, amarelado,
preenchido por material de aspecto gelatinoso, ao lado de áreas sólidas. As células são fusiformes, citoplasma claro, rico em lípides.
Hemorragia, necrose, áreas sólidas e papilares são relativamente frequentes. Associa-se a CA ou hiperplasia de endométrio
Cistos, hemorragia ou necrose
Adenocarcinoma Endometrióide
10 a 20 cm diâmetro, com áreas sólidas, friáveis, amolecidas ou císticas. – OUTROS
São bilaterais em 28% dos casos Androblastoma- 97% unilaterais, sólidos ou cístico, 12 a 14 cm, áreas de hemorragia e
Eventualmente área de diferenciação escamosa necrose, quando bem diferenciados há células de Sertoli e Leydig
Ginandroblastoma- Extremamente raros, mistura bem diferenciada de célula de Sertoli e da
Brenner – Benigno granulosa
Pequenos, 2 cm de diâmetro, bem circunscrito, com pequenos cistos e as vezes extensas
calcificações. Tumores de celulas germinativas
7 a 8 % são bilaterais
Ilhas contem material mucinoso - Tumores de células germinativas Primitivas
Pode haver associação com outros tumores mucinosos - Teratoma maduro e imaturo
Digerminoma Obs: O tumor de ovário quando é maligno, geralmente não tem muito tempo de vida
Digerminoma - Tu germinativo mais frequente- Maligno quando diagnosticado, já está com ascite, às vezes não faz USG. O rastreio é difícil, é
Bem encapsulado diagnosticado em laparoscopia.
90% casos unilateral FATORES DE RISCO:
15 cm diam. Sólidos, uniformes, lobulados, ocasionais áreas de necrose coagulativa, Reprodutivos: pacientes nulíparas
cistos e calcificações. É maligno, mas tem um bom prognóstico, é radiossensível. Dietéticos- ingesta de gordura
Ambientais - Asbesto do talco, antigamente usava muito talco em criança, foi associado à
- Carcinomas embrionários maior incidência por causa do asbesto.
Lembra que secretam dois marcadores o HCG e o alfa-feto proteína. Genéticos- Sind. Lynch II (prole definida, faz ooforectomia profilática) e Ca mama-ovário
Compostos por células grandes, nucléolos evidentes, proliferam formando ninhos coesos. Infertilidade parece ser um fator de risco
Podem representar células gigantes sinciciais que contem HCG.
EFEITO PROTETOR:
Coriocarcinoma Histerectomia – 33%, talvez por conta que tira a vascularização e impede a via de
O diagnóstico requer elementos do cito e sinciotrofoblasto. disseminação hematogênica
Células gigantes que podem ser encontradas em outros tu desta linhagem. Uso contínuo de ACHO por um período igual ou a 5 anos
Aconselhamento genético- definir indivíduos e famílias de alto risco (ooforectomia
Teratoma maduro profilática ou orientar para que tenha logo a prole)
São os benignos Mastectomias ou ooforectomias PROFILÁTICAS
90% dos tumores de células germinativas Gravidez
Parede- Epit. Plano estratificado corneificado
Semelhante - Pele e anexos, folículo piloso, glândulas sebáceas e sudoríparas PRINCIPAL VIA DE DISSEMINAÇÃO DOS TUMORES DE OVÁRIO É TRANSCELÔMICA
Pode o tumor atingir grandes volumes
ASPECTOS CLÍNICOS:
Teratoma imaturo São em geral silenciosas, só apresentando diagnóstico em fase avançada.
São Malignos Sintomas: Dor abdominal vaga e distensão abdominal, náuseas vômitos - Massa tumoral ou
3% dos Teratomas ascite, quando ascite já é uma doença avançada.
20% dos tumores germinativos
Unilaterais, medem 3 a 35 cm de diâmetro DIAGNÓSTICO:
Predominante sólido: podem ter cistos e grandes áreas de necrose e hemorragia Exame Físico
São compostos de tecido pouco diferenciados, lembrando componentes fetais USG pélvica – Transvaginal fornece informações importantes sobre tamanho e conteúdo
dos tumores ovarianos
Teratoma monodérnico Características de malignidade: Superfície irregular, áreas sólidas, projeções papilíferas
Formados exclusivamente por um único tipo de tecido. internas ou externas, septações, componente sólido e paredes/cápsulas espessas, trabéculas,
Struma Ovarii com tecido histologicamente idêntico ao da tiróide. fluxo aumentado.
Podem desenvolver adenoma, carcinoma ou ambos. Tumor de Krukenberg (tumor de Lesões que necessitam de investigação cirúrgica:
estômago que pode pegar mama, peito e ovário)- Origem epitelial metastática de tumores 1 – Tumor sólido
com células em “anel de Sinet” do TGI. 2 – Tumor cístico maior que 5 cm
3- Tumor cístico com septações ou papilas
Outros: 4 - Tumor cístico pré-pubere e pós-menopáusica
Coriocarcinoma gestacional Sobre os marcadores:
Mola Hidatiforme O principal marcador sérico- CA 125 (Valor de Referência até 35) é sensível, mas não é
Luteoma da gravidez específico. Sendo expresso em mais de 80% dos carcinomas
Níveis acima de 35U/ml podem ser encontradas em endometrioses (pode chegar a 100),
EPIDEMIOLOGIA: carcinomas (geralmente 200), miomatose, adenomiose, etc e 28% de mulheres com neoplasias
A Incidência de ca de ovário : 15/ 100.000 na Escandinávia, 10/100.000 na Europa não ginecológica (Pulmão e TGI), em idade fértil.
Ocidental e América do Norte e 5/ 100.000 no Japão e países subdesenvolvidos TC e RM são bons para ajudar no diagnóstico, mas são caros.
Nos locais de maior risco, temos de 1 a 2%.
A sobrevida de 5 anos em 40% dos casos
Outros:
- Rx de tórax - Urografia excretora - Enema opaco - Cariótipo Estádio 1A: Está presente apenas em um ovário.
- Dosagem de marcadores tumorais: Estadio1B: Quando é bilateral
ß-HCG Carcinoma Embrionário Estádio 1C: Quando já apresenta citologia positiva
Alfa-fetoproteína (AFP) Estádio 2: Quando já caiu na pelve
Antígeno carcinoembriônico (CEA): tu mucinosos Estádio 3: Quando já está no abdome
Frações séricas 1 e 2 da desidrogenase láctica(LDH) Estádio 4: Quando já tem metástase à distância (pulmão ou fígado)
Lembra que o principal tipo de disseminação é transcelômica.
PRINCÍPIOS DO TRATAMENTO:
Tumores malignos em estágios avançados maior que 1A o tratamento é com
Histerectomia, salpingectomia bilateral, omentectomia parcial e linfadenectomia segmentar
ilíaca e paraórtica- Citorredução. Tudo isso pode ser feito por vídeolaparoscopia sendo
importante principalmente na retirada dos linfonodos paraórticos. Lembrar que sempre deve
ser colhida a citologia.
Ter cuidado com biópsias ou punções em lesões suspeitas e fazer laparotomia
exploradora com citoredução. Nos grandes centros já estão tentando fazer ao mesmo tempo a
cirurgia, biópsia de congelação e a radioterapia no casos das pacientes que tem tumores
radiosensíveis (radioterapia intra-operatória); portanto a paciente já sai com estadiamento e
tratamento em apenas um procedimento.
O estadiamento é cirúrgico -> Laparotomia exploradora com:
Aspirado peritoneal
Histerectomia total + anexectomia
Linfadenectomia
Omentectomia
Biópsia de lesões macroscópicas
Biópsia de goteiras
SEGUIMENTO
O seguimento é muito importante, se achar que é maligno encaminhe para o
oncologista. O exame físico e ginecológico deve ser realizado a cada 3 meses e
semestralmente após 1 ano. Exames radiológicos devem ser feitos anualmente (Radiografia,
Ecografia abdome total ou TC). Realizar também exames laboratoriais (TGO, TGP, citologia
oncótica) e o CA 125 (geralmente nessas pacientes ele vai diminuindo, portanto sendo bom
para seguimento – se ele começa a subir pode ser um sinal de que a doença está voltando)