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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA POLITÉCNICA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL

CÁLCULO HIDRÁULICO DE REDE DE


DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA
- PARTE 1 -

Salvador
Março– 2013
ESPÁRTANO SILVA DOS SANTOS
JAIR DOS SANTOS SILVA

CÁLCULO HIDRÁULICO DE REDE DE


DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA

Trabalho apresentado ao Professor Jorge


Eurico, Disciplina ENG 136–Hidráulica, da
turma T-01, turno Matutino.

Salvador

2
Março– 2013
SUMÁRIO

PARTE I
1 - INTRODUÇÃO.....................................................................................................................5
1.1 Redes
1.1.1 Redes ramificadas..........................................................................................5
1.1.2 Redes malhadas..............................................................................................6
1.2 Distribuição de vazões em marcha em redes.............................................................6
1.3 Procedimento para o cálculo da perda de carga contínua.........................................7
1.4 Condições hidrodinâmicas e hidrostáticas................................................................7

2 - MÉTODOS DE DIMENSIONAMENTO DE REDES......................................................8


2.1 Seccionamento Fictícios.............................................................. ..............................8
2.2 Hardy-Cross..............................................................................................................8
2.3 Cálculos hidráulicos de redes de distribuição ramificadas e aneladas.......................9
2.3.1 Rede ramificada............................................................................................9
2.3.2 Rede malhada...............................................................................................10

3 – SISTEMA DE ABASTECIMENTO EM ESTUDO ..........................................................11


3.1 Planta topográfica da localidade .............................................................................12
3.2 Condições de projeto ...............................................................................................12

4 - DEFINIÇÃO DAS VAZÕES DE PROJETO E VAZÕES POR TRECHO .....................12


4.1 Vazão de distribuição...............................................................................................13
4.2 Vazão unitária distribuída........................................................................................13

5 – DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO DA REDE E DEFINIÇÃO DO NÍVEL DE


ÁGUA MÍNIMO REQUERIDO PARA O RESERVATÓRIO ELEVADO..................13
5.1 Rede ramificada.....................................................................................................14
5.2 Rede malhada........................................................................................................19
5.3 Nível de Água Mínimo requerido para o Reservatório Elevado...........................24

7 - DIMENSIONAMENTO DO RESERVATÓRIO PARA ABASTECIMENTO DA


REDE...................................................................................................................................25

PARTE II
8 - CÁLCULO DO SISTEMA DE RECALQUE POÇO-RESERVATÓRIO…....................29
8.1.1 Adutora, conexões e acessórios ….......................................................................31
8.1.4 Escolha conjunto Motor bomba…........................................................................32
8.1.4 Curvas características das bombas …...................................................................33
8.1.4 Curvas características do sistema ….....................................................................34
8.1.4 NPSH…................................................................................................................36

9 – CONCLUSÃO.....................................................................................................................38

10 – REFERÊNCIAS …............................................................................................................40

3
11 – ANEXOS ….......................................................................................................................41

APRESENTAÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo a demonstração prática o dimensionamento de redes


hidráulicas – REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA e de um SISTEMA DE RECALQUE /
ADUÇÃO de água visando atender a rede. Serão apresentados metodologias e memorial de
cálculo que descreve bem o objetivo deste trabalho.

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1 INTRODUÇÃO

Segundo a NBR 12218 NB 594 pode-se definir rede de distribuição o conjunto de peças
especiais destinadas a conduzir a água até os pontos de tomada das instalações prediais, ou os
pontos de consumo público, sempre de forma contínua e segura. Logo é necessário
dimensiona-lo levando em consideração melhor condição de funcionamento, economia e
condições de manutenção aplicáveis ao sistema. No geral o dimensionamento de uma rede é
de certa forma simples, mas a depender da complexidade do sistema pode ser tornar uma
atividade não tão simplória, alguns fatores que contribuem podem ser citados abaixo:
 Topografia, relevos acidentados.
 Disponibilidade hídrica;
 Contorno entre obstáculos;
 Entre outros.
Sendo assim antes de iniciar o dimensionamento deve-se sabe qual o tipo de rede a ser
utilizada.

1.1 REDES:

Uma rede de abastecimento de água é um sistema projetado com componentes


hidrológicos e hidráulicos incluindo: a bacia ou área geográfica para coleta de água; um
reservatório de água não tratada (acima ou debaixo da terra) tais como um lago, um rio
ou lençol freático de um aquífero subterrâneo; um meio de transportar a água da fonte para o
tratamento, tal como canalização subterrânea, aquedutos e/ou túneis, geralmente denominada
de adutora; purificação de água; transmissão do tratamento, por canos para armazenamento de
água tratada e distribuição através de canos do reservatório até o consumidor (casas,
indústrias, etc.)
Como já descrito acima fatores geométricos definem o tipo de rede a ser projetada, além do
porte da cidade a ser abastecida, essa rede é composto de condutos que se cruzam da melhor
forma possível esses condutos por sua vez são classificados como condutos ou tubulações
principais da rede de distribuição, verificadas por cálculo hidráulico, mediante concentração
das vazões máximas de dimensionamento em seus nós e Condutos ou tubulações secundárias,
as demais tubulações da rede de distribuição. Sendo assim a rede pode ser classificada com:
 Rede ramificada;
 Rede malhada.

1.1.1 Rede ramificada

Neste tipo de rede o sentido da vazão é conhecida uma vez que o abastecimento é realizado a
partir de uma tubulação principal por meio de um reservatório de montante. No geral esse tipo
de rede é utilizado em pequenas comunidade, um dos seus principais inconveniente é que se
por ventura ocorrer rompimento num trecho inicial a montante toda a rede ficará prejudicada.

5
Figura 1 – Rede de distribuição ramificada (Fonte: Porto, 2006)

1.1.2 Rede malhada:

Já este caso é amais conveniente para o abastecimento de grandes cidades, pois se trata de uma
rede constituída por tubulações troncos que forma em anéis, essa condição permite a
reversibilidade de fluxo uma vem a solicitação dos condutos secundários irá definir o sua
solicitação, assim um rompimento no trecho principal não causará paralisação total na rede.

Figura 2 – Rede de distribuição malhada (Fonte: Porto, 2006)

1.2 DISTRIBUIÇÃO DE VAZÕES EM MARCHA EM REDES

Ao longo da canalização a vazão vai sendo distribuída aos usuários e por esse motivo a vazão
de montante será sempre maior que a vazão de jusante em um trecho da canalização,
obedecendo assim o movimento permanente gradualmente variado. Devida a dificuldade em
determinar as perdas de cargas e vazões entre as derivações, que em geral em sistemas de
distribuição de água em redes urbanas são elevadas, considera-se a relação entre a vazão total
consumida no percurso e seu comprimento, como vazão unitária de distribuição considerando
uniforme em todo percurso, onde esta tem as dimensões de litros/metro/segundo.

6
1.3 PROCEDIMENTO PARA O CÁLCULO DA PERDA DE CARGA CONTÍNUA

Para o calculo da perda de carga continua ao longo do trecho com consumo de vazões em
marcha é necessário o seguinte procedimento:

-Calcula-se a vazão de consumo ao longo do trecho através da vazão unitária de distribuição


multiplicado pelo comprimento total do trecho.

Qc = q x L.

-Conhecendo-se a vazão de montante do trecho, encontra-se a sua vazão de jusante subtraindo-


se a vazão de montante da vazão de consumo.

Qj = Qm – Qc

-Agora calcula a vazão fictícia fazendo a média aritmética entre a vazão de montante e a vazão
de jusante.
Qf = (Qm + Qj)/2

Para o caso de ponta seca, a vazão fictícia devera ser calcula pela seguinte equação:

Qf = Qm/√3

Tendo em mãos a vazão fictícia, o coeficiente de rugosidade, o comprimento da canalização do


trecho e o respectivo diâmetro, o qual seja mais eficiente para o sistema, calcula-se a perda de
carga distribuída através da equação universal ou da equação de Hazen-Williams, utilizaremos
a primeira por ser mais confiável que a segunda, e para ela utilizaremos o fator de atrito da
tubulação.

1.4 CONDIÇÕES HIDRODINÂMICAS E HIDROSTÁTICAS REQUERIDAS

A norma 12218 NB 594 faz as seguintes definições de interesse:

Pressão estática refere-se ao nível do eixo da via pública, em determinado ponto da rede, sob
condição de consumo nulo.
Pressão dinâmica refere-se ao nível do eixo da via pública, em determinado ponto da rede,
sob condição de consumo não nulo.
Para atender aos limites de pressão, a rede deve ser subdividida em zonas de pressão.
Zona de pressão é área abrangida por uma subdivisão da rede na qual as pressões estática e
dinâmica obedecem os limites prefixados.
A pressão estática máxima nas tubulações distribuidoras deve ser de 500 kPa, ou 50 m.c.a., e a
pressão dinâmica mínima de 100 kPa, alguns autores recomendam utilizar o mínimo de 15
m.c.a. para pressão dinâmica.
Os valores da pressão estática superiores à máxima e da pressão dinâmica inferiores à
mínima podem ser aceitos, desde que justificados técnica e economicamente.

7
2 MÉTODOS DE DIMENSIONAMENTO DE REDES

Os métodos de dimensionamento de redes de distribuição de água potável. Há quatro tipos


que são considerados os mais clássicos: o Método dos Seccionamentos Fictícios, o Método de
Hardy-Cross de Iteração de Vazões, o Método Nodal com Convergência por Iteração de
Pressões e o Método Nodal com Convergência pela Técnica de Newton-Raphson, porem os
métodos mais simples e adequados para serem utilizados no dimensionamento e analise
pratico do trabalho, são os métodos de dimensionamento de redes malhadas e ramificadas,
respectivamente Hardy-Cross e o Seccionamento fictício.

2.1 SECCIONAMENTO FICTÍCIO

O princípio deste método consiste em seccionar alguns pontos da rede, de forma que esta se
torne uma rede ramificada equivalente, simplificando-se assim os cálculos necessários para a
determinação dos valores das incógnitas.
Para definir os sentidos dos escoamentos nesta última, e procurando-se maximizar o
aproveitamento da topografia do terreno, os cortes fictícios são feitos em locais onde
minimizem o trajeto da água desde os pontos de abastecimento até os de consumo.
Calcula-se a pressão estática nos dois lados de cada corte, segundo diferentes caminhos, e os
resultados devem ser aproximadamente iguais. É importante notar que os seccionamentos
fictícios não devem diminuir a importância dos condutos principais.
Este método é bastante limitado porque não pode ser aplicado a todo tipo de rede malhada, já
que nem sempre é possível transformá-las em redes simplificadas equivalentes.

2.2 HARDY-CROSS

Este é um método iterativo. Toma-se uma rede como um conjunto de circuitos fechados, com
ramos comuns, e assumem-se vazões para todas as tubulações. A rede então deve satisfazer às
duas hipóteses seguintes:
I – A equação da continuidade é satisfeita em todas as junções.
II – A circulação da pressão é nula em todos os circuitos.

A hipótese I diz que há conservação de massa e energia em um nó.

A hipótese II diz que partindo de qualquer ponto de um circuito e calculando ou conhecendo


as pressões e as perdas de carga sobre um circuito fechado, a circulação da pressão sobre o
mesmo é nula. Isso significa que a partir do ponto escolhido, percorre-se o circuito
determinando-se pressões em pontos desse caminho e, ao voltar ao ponto de partida, a pressão
é a inicialmente conhecida. Em essência, a hipótese II quer dizer que a circulação da pressão,
que é propriedade intensiva (ou seja, de ponto) é nula, pois o modelo de rede é conservativo.
A perda de pressão (perda de carga) entre dois nós consecutivos ligados é dada pela lei do
escoamento entre ambos. Perdas menores, como as devidas a singularidades não são
consideradas. A perda de pressão h no escoamento em uma tubulação funcionando como
conduto forçado

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2.3 CÁLCULOS HIDRÁULICOS DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO RAMIFICADAS E
ANELADAS

2.3.1 Redes Ramificadas:

Nesse tipo de rede, pelo fato de se conhecer o sentido da vazão, o processo de calculo é
determinado, podendo ser elaborado com o auxilio da planilha, conforme anexo (planilha para
cálculo de rede ramificada) onde as colunas são descritas abaixo:

Coluna 1 – Corresponde ao numero do trecho que devem ser numerados por critérios
racionais, sendo o trecho mais afastado do reservatório numero 1, o anterior a esse numero 2 e
assim sucessivamente.
Coluna 2 – Extensão L do trecho, medido em metros.
Coluna 3 – Vazão de jusante Qj, onde esta deve ser calculada subtraindo da vazão de
montante, a vazão consumida no trecho, e quando for ponta seca, esta será igual a zero.
Coluna 4 – Vazão em marcha igual a q x L, na qual q e a vazão unitária de distribuição em
marcha (l/m/s). Onde q será constante em todos os trechos da rede e igual à relação entre a
vazão de distribuição e o comprimento total da rede.
Coluna 5 – Vazão a montante do trecho Qm = Qj + qL.
Coluna 6 – Vazão fictícia, Qf = (Qm + Qj)/2 se Qj ≠ 0 ou Qf = Qm/√3 se Qj = 0, isto e, se a
extremidade de jusante for uma ponta seca.
Coluna 7 – Diâmetro D determinado pela vazão de montante obedecendo os limites da tabela
abaixo.

Vmáx (m/s) = 0,60 + 1,5 D (m) e Vmáx=< 2,0 m/s

Tabela 01 – Velocidades e vazões máximas em rede de abastecimento

D (mm) Vmáx (m/s) Qmáx (l/s)


50 0,68 1,34
60 0,69 1,95
75 0,71 3,14
100 0,75 5,89
125 0,79 9,69
150 0,83 14,67
200 0,90 28,27
250 0,98 47,86
300 1,05 74,22
350 1,13 108,72
400 1,20 150,80
500 1,35 265,10

Coluna 8 – Perda de carga unitária J (m/100m) determinada para o diâmetro D e a vazão


fictícia.
Coluna 9 – Perda de carga total no trecho.

9
Coluna 10 e 11 – Cotas topográficas do terreno, obtida pelas plantas e relativa aos nós de
montante e jusante do trecho.
Coluna 12 e 13 – Cotas piezométricas de montante e jusante.
Coluna 14 e 15 – Carga de pressão disponível em cada nó.

2.3.2 Redes malhadas

Já o cálculo do escoamento em redes malhada se torna mais complexo do que a rede


ramificada. Sua solução é semelhante ao método anterior, pois se baseiam nas mesmas
equações. A implementação de algumas equações vem a satisfazer duas condições básicas para
o equilíbrio do sistema:
 O somatório das vazões nos nó é igual a zero.
 O somatório das perdas de carga em qualquer circuito fechado é igual a zero.

Convenciona-se:
 O sentido horário, como positivo;
 As vazões que afluem do nó são positivas
 As vazões que derivam do nó são negativas
 As perdas de cargas são positivas se coincidirem com o sentido das vazões e negativas
caso contrário;

Para aplicação do método há alguns pressupostos a ser considerados:

 Distribuição em marcha nos trechos dos anéis devem ser substituídas por vazão
constante;
 Deve-se conhecer os pontos de entrada e saída e seus respectivos valores;
 Atribui-se partindo dos pontos de alimentação, uma distribuição de vazão hipotética
Qa pelos trechos dos anéis, obedecendo em cada nó à equação da continuidade;
 Calcula-se o somatório das perdas de carga em todos os anéis;
 Se para todos os anéis o somatório da perda de carga for igual à zero, a vazão
estabelecida estará correto e a rede é dita equilibrada;
 Se em pelos menos um dos anéis o somatório das perdas de carga for diferente de
zero , deveram serem feitas algumas interações, que serão demonstradas nas tabelas
08, 09 e 10 das paginas 20 a 23;

Caso não seja verificado as condições, deve-se realizar iterações considerando os diferentes
sentidos de fluxo até realizar o equilíbrio da rede conhecendo os posteriores cotas
piezométricas e cargas de pressão nos diversos pontos da rede.

O método de Hardy Cross se torna exaustivo por se tratar de um método de aproximações


sucessivas, neste caso é sugerido realizar as iterações com o auxilio de um programa
computacional.

3. SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA EM ESTUDO:

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3.1 Planta topográfica da localidade:

Figura 3 – Planta topográfica da localidade a ser estudada

3.2 Condições de Projeto

Tabela 2 – Condições de projeto


CONDIÇÕES DE PROJETO
População (hab) 4800
Consumo per capita (l/hab/dia) 200
K1 1,2
k2 1,5
Trecho mais desfavorável 33
Trecho mais favorável 16
Captação do Rio SIM
Pressão estática máxima (m.c.a) 50
Pressão dinâmica mínima (m.c.a) 15
Coeficiente de Hazen Williams PVC 150
Vazão do campo l/s 20
Bairro Nova Irundiara (l/s) 1,2
De acordo com os pré-requisitos, o reservatório está localizado no ponto de cota topográfica
740 m.

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4. DEFINIÇÃO DAS VAZÕES DE PROJETO E VAZÕES POR TRECHO

4.1 Vazão de distribuição.

Vazão de demanda deve ser calculada antes de tudo, pois com base neste cálculo saberemos a
vazão para que a população seja atendida, com o auxilio da seguinte equação:

Qd = P x q x K1 x K2
3600 x h
Onde,

P = população a ser abastecida


q = taxa ou cota de consumo per capita média da comunidade em l/hab/dia
h = horas de operação do sistema, consideraremos 24 h.
K1 = Vazão de consumo num ano
K2 = Vazão de consumo em um dia
Com os valores de projeto obtemos que a vazão média anual necessária é:

Qd = 4.800 x 200 x 1,2 x 1,5=> Qd = 20 l/s


3600 x 24

4.2 Vazão unitária distribuída

A vazão unitária distribuída é a relação entre a vazão total de distribuição e o comprimento


total da rede, logo temos:
Lt = 3182,59 m.
Qd = 0,02 m³/s.

qu = Qd = => qu = 0,0006284 l/sm.


Lt

5. DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO DA REDE E DEFINIÇÃO DO NÍVEL DE


ÁGUA MÍNIMO REQUERIDO PARA O RESERVATÓRIO ELEVADO

Conforme anexo, para abastecer a localidade foi realizado um traçado das canalizações usou-
se os dois métodos, porem no Hardy-Cross o sistema passa ser misto, pois possui anéis e redes
ramificadas. Q =

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Figura 4 – Lançamento das canalizações, seccionamento e sentido de fluxo

5.1 Rede ramificada

Em primeira instância foi utilizado o método do seccionamento fictício para calculo e


dimensionamento da rede, onde os anéis foram seccionados com intuído de transformar os
trechos de rede malhadas em redes ramificadas, a extensão de todos os trechos da rede,
nomeando-os da seguinte forma (01, 02, 03...), obtendo uma extensão total de 3182,59 m,
conforme mencionado no item 3.4 a vazão unitária é 0,006284 l/sm, a vazão em marcha em
cada trecho é calculada da seguinte forma:

Vazão em Marcha = qu x L

Consideramos as pontas secas como vazão de jusante igual a zero, e a partir desses pontos
calculamos a vazão de montante, sendo esta a vazão consumida no trecho em análise. Em
seguida calculamos a vazão de jusante do trecho anterior que será igual à vazão de montante
do trecho posterior, obedecendo assim a condição de que a vazão que entra em um nó é igual à
vazão que sai. Todo esse processo foi repetido nos outros trechos, considerando o método do
seccionamento, no qual um nó será seccionado e considerado como ponta seca e daí então o
anel se torna uma ramificação normal, o processo foi repetido até chegar ao inicio da rede e
assim encontrar nesse ponto a vazão de distribuição calculada anteriormente que foi igual a

13
21,2 l/s, esse valor devido a vazão de 1,2 l/s que abastecera o Bairro Nova Irundiara. Tendo as
vazões de montante e jusante de cada trecho, foi encontrada a vazão fictícia através das
formulações apresentadas no item 2.3 como também os diâmetros obedecendo à tabela 1.
Pode-se apresentar a seguinte tabela abaixo.

Tabela 3 – Vazões e extensões por trechos

Extensão Vazão (l/s)


Trecho N° Rua
(m)
Jusante Marcha Montante Fictícia
RESERVATÓRIO 21,2 0 21,2 21,2
01 17,51 0,000 0,110 0,110 0,055
02 61,56 1,143 0,387 1,530 1,336
03 191,26 18,358 1,202 19,560 18,959
04 181,85 0,000 1,143 1,143 0,571
05 70,07 10,061 0,440 10,501 10,281
06 21,07 7,725 0,132 7,857 7,791
07 173,48 0,369 1,090 1,459 0,914
08 58,7 0,000 0,369 0,369 0,184
09 65,83 5,852 0,414 6,266 6,059
10 52,9 4,126 0,332 4,458 4,292
11 168,95 0,332 1,062 1,394 0,863
12 52,9 0,000 0,332 0,332 0,166
13 166,83 0,000 1,048 1,048 0,524
14 95,23 2,479 0,598 3,077 2,778
15 177,81 1,200 1,117 2,317 1,759
16 25,67 0,000 0,161 0,161 0,081
17 15,18 0,000 0,095 0,095 0,048
18 203,74 0,095 1,280 1,376 0,736
19 129,91 1,376 0,816 2,192 1,784
20 60 3,190 0,377 3,567 3,379
21 109,09 0,313 0,686 0,999 0,656
22 49,82 0,000 0,313 0,313 0,157
23 19,85 0,873 0,125 0,998 0,936
24 138,99 0,000 0,873 0,873 0,437
25 62,32 4,566 0,392 4,958 4,762
26 27,9 4,958 0,175 5,133 5,045
27 58,05 0,000 0,365 0,365 0,182
28 39,12 5,498 0,246 5,744 5,621
29 69,28 0,000 0,435 0,435 0,218
30 20,59 6,179 0,129 6,308 6,244
31 102,16 0,000 0,642 0,642 0,321
32 55,42 6,950 0,348 7,299 7,124
33 117,16 0,000 0,736 0,736 0,368

14
34 55,3 8,035 0,348 8,382 8,209
35 88,15 1,124 0,554 1,678 1,401
36 118,15 0,000 0,742 0,742 0,371
37 60,79 0,000 0,382 0,382 0,191

5.1.1 Diâmetros da canalização

Como já mencionado no item 2.3, com o auxilio da tabela 1, comparando a vazão de montante
em cada trecho na condição de ser imediatamente menor que a vazão máxima, em seguida foi
verificada velocidade no trecho, que deveria atender a velocidade máxima tabelada, assim
pode-se apresentar a seguinte tabela:

Tabela 4 – Diâmetros em rede ramificada


Extensão Vazão (l/s) Diâmetro
Trecho N° Rua
(m) Fictícia (mm)
RESERVATÓRIO __ 21,2 200
01 17,51 0,055 50
02 61,56 1,336 75
03 191,26 18,959 200
04 181,85 0,571 50
05 70,07 10,281 150
06 21,07 7,791 125
07 173,48 0,914 50
08 58,7 0,184 50
09 65,83 6,059 125
10 52,9 4,292 100
11 168,95 0,863 50
12 52,9 0,166 50
13 166,83 0,524 50
14 95,23 2,778 75
15 177,81 1,759 75
16 25,67 0,081 50
17 15,18 0,048 50
18 203,74 0,736 50
19 129,91 1,784 75
20 60 3,379 100
21 109,09 0,656 50
22 49,82 0,157 50
23 19,85 0,936 50
24 138,99 0,437 50
25 62,32 4,762 100

15
26 27,9 5,045 100
27 58,05 0,182 50
28 39,12 5,621 100
29 69,28 0,218 50
30 20,59 6,244 125
31 102,16 0,321 50
32 55,42 7,124 125
33 117,16 0,368 50
34 55,3 8,209 125
35 88,15 1,401 75
36 118,15 0,371 50
37 60,79 0,191 50

5.1.2 Cálculo da perda de carga distribuída

De acordo com as condições de projeto, a canalização será em PVC, assumindo um


Coeficiente de Hazen-Williams (C) igual a 150. Pode-se calcular a perda de carga distribuída
em cada trecho com o auxilio da seguinte equação:

J = 10,65 x Qf ^ 1,85
C^1,85 x D^4,87

∆ H = JxL
Onde,
J = Perda de carga unitária.
Qf = Vazão fictícia
D = Diâmetro
C = Coeficiente de Hazen-Williams
L = Comprimento do trecho.
∆ H = Perda de carga distribuída do trecho.

Podendo assim apresentar a seguinte tabela abaixo:

Tabela 5 – Perda de carga em rede ramificada


Perda Perda
Trecho N° Unitária J Total H
(m/100m) (m)
RESERVATÓRIO 0 0
01 5,02E-06 0,0005018
02 0,000895 0,0895184
03 0,003169 0,3168674
04 0,003957 0,3956853
05 0,001519 0,1518888

16
06 0,000664 0,0664452
07 0,009001 0,9000924
08 0,000158 0,0157683
09 0,001304 0,1303781
10 0,001641 0,1641067
11 0,007888 0,7887874
12 0,000117 0,0117224
13 0,003095 0,3094912
14 0,005363 0,5362962
15 0,004298 0,4298391
16 1,49E-05 0,0014929
17 3,34E-06 0,000334
18 0,007074 0,7073526
19 0,003224 0,3224303
20 0,001196 0,1195809
21 0,003063 0,3063261
22 9,88E-05 0,0098802
23 0,001076 0,1075893
24 0,001839 0,1839374
25 0,002343 0,2343129
26 0,001167 0,1167439
27 0,000153 0,0152758
28 0,001999 0,1998932
29 0,000253 0,0252871
30 0,000431 0,043108
31 0,000765 0,0764923
32 0,001481 0,1481153
33 0,00113 0,1130286
34 0,001921 0,1920729
35 0,0014 0,1400066
36 0,001158 0,1157719
37 0,000174 0,0174216

5.1.3 Cálculo das cotas piezométricas e de pressão.

Considerando que o trecho mais crítico é o Trecho 33, por ser o trecho que possui cota de
terreno mais alto, considera-se que a carga de pressão neste ponto deverá ser 15 m.c.a.
(pressão dinâmica mínima), assim calcula-se a cota piezométrica de jusante deste trecho com o
auxílio da seguinte fórmula:
Cp = Cg + Cpres. (4.1.3)
Onde,
Cp = Cota piezométrica.
Cg = Cota geométrica.
Cpres = Carga de pressão.

17
Partindo da cota piezométrica do ponto de jusante do trecho mais desfavorável, determina-se a
cota piezométrica do ponto de montante somando-se a perda de carga do trecho, e assim
sucessivamente em todos dos outros trechos. A carga de pressão nos demais trechos pode ser
calculada utilizando a equação 4.1.3.

Tabela 6 – Cotas geométricas, piezométricas e de pressão - Ramificada.


Cota Piezométrica Pressão Disponível
Cota do Terreno (m)
Trecho N° (m) (mca)
Montante Jusante Montante Jusante Montante Jusante
RESERVATORIO 740 740 756,77 756,77 16,77 16,77
01 740 740 756,77 756,77 16,77 16,77
02 740 741 756,77 756,68 16,77 15,68
03 740 733 756,77 756,46 16,77 23,46
04 741 735 756,68 756,29 15,68 21,29
05 733 735 756,46 756,31 23,46 21,31
06 733 733 756,46 756,39 23,46 23,39
07 733 732 756,39 755,49 23,39 23,49
08 732 729 755,49 755,47 23,49 26,47
09 733 728 756,39 756,26 23,39 28,26
10 728 724 756,26 756,10 28,26 32,10
11 728 729 756,26 755,47 28,26 26,47
12 729 727 755,47 755,46 26,47 28,46
13 724 727 756,10 755,79 32,10 28,79
14 724 717 756,10 755,56 32,10 38,56
15 717 721 755,56 755,13 38,56 34,13
16 717 715 755,56 755,56 38,56 40,56
17 715 715 754,22 754,22 39,22 39,22
18 732 715 754,93 754,22 22,93 39,22
19 732 732 755,25 754,93 23,25 22,93
20 730 732 755,37 755,25 25,37 23,25
21 730 730 755,37 755,06 25,37 25,06
22 730 733 755,06 755,05 25,06 22,05
23 732 730 755,25 755,14 23,25 25,14
24 730 734 755,14 754,96 25,14 20,96
25 733 730 755,61 755,37 22,61 25,37
26 733 733 755,72 755,61 22,72 22,61
27 733 736 755,72 755,71 22,72 19,71
28 733 733 755,92 755,72 22,92 22,72
29 733 730 755,92 755,90 22,92 25,90
30 733 733 755,96 755,92 22,96 22,92
31 733 738 755,96 755,89 22,96 17,89
32 733 733 756,11 755,96 23,11 22,96
33 733 741 756,11 756,00 23,11 15,00

18
34 735 733 756,31 756,11 21,31 23,11
35 735 733 756,31 756,17 21,31 23,17
36 733 727 756,17 756,05 23,17 29,05
37 733 732 756,17 756,15 23,17 24,15

Observando as colunas de carga de pressão verifica-se que não há valores de carga de pressão
abaixo de 15 m.c.a, o que significa dizer que as pressões na rede esta dentro limite aceitável,
pressão estática máxima de 50 m.c.a., e a pressão dinâmica mínima de 15 m.c.a.

5.2 Rede Malhada

A rede foi dividida em 03 (três) anéis conforme figura 5.

Figura 5 – Anéis para dimensionamento pelo método Hardy-Croos


5.2.1 Método do Hardy Cross

19
Para o cálculo dos anéis adotou-se o método de Hardy-Cross, já descrito no item 2.2. Como já
conhecíamos a vazão de entrada e de saída em cada trecho dos anéis, calculadas através do
método do seccionamento, foi feito o balanço da distribuição dessa vazão através do anel,
obedecendo ao critério de que a vazão que entra em cada nó tem que ser igual à vazão que sai.
Em cada trecho foi encontrado o consumo e com este foi então calculada a vazão de montante,
jusante e fictícia. Em seguida encontramos os respectivos diâmetros, obedecendo à tabela 1,
para daí então, calcular as perdas de carga em cada trecho. Foi feito o somatório de perdas de
carga em todo o anel seguindo uma trajetória no sentido horário e obedecendo ao critério de
que as perdas de carga no mesmo sentido da vazão serão positivas e no sentido contrario à
vazão, estas perdas de cargas serão negativas, esse somatório no entanto não foi igual a zero,
condição de que o sistema não está equilibrado e necessita-se fazer uma nova distribuição de
vazão. Foi então calculado um ∆Q através da equação apresentada no item 2.3.2, e esse então
foi adicionado em um sentido de distribuição de vazão e subtraído no outro sentido, fazendo
assim uma nova distribuição ao longo do anel. Feito isso, novamente foi calculada as novas
perdas de cargas, e o novo ∆Q, e o processo foi repetido até que esse ∆Q fosse menor que 0,1
l/s, condição para que o balanço de vazões no anel esteja equilibrado.

Para cada anel, nos trechos comuns com outros anéis (aqui é o trecho L3 e L17) a correção de
vazão em cada interação será a diferença entre a correção do anel percorrido e calculado para o
trecho comum. A correção no trecho L3 é ∆I - ∆II e no trecho L17 ∆II - ∆III . Isto significa que
se tivermos "n" anéis em dimensionamento, cada correção só poderá ser efetuada após o
cálculo de todas as correções da mesma interação, ou seja, nas "n planilhas simultaneamente".

Observamos que com a primeira interação já alcançamos os limites no "anel I", sendo ∑hf =
-0,2126 < 1,00m e ∆Qo = 0,08501 < 0,50 l/s, no “anel III” temos ∑hf = -0,09199 < 1,00m
e ∆Qo = -0,07562 < 0,50 l/s, mas como no "anel II" a somatória das perdas ainda é superior ao
limite estipulado, ∑hf = 1,36715 > 1,00m, bem como ∆Q = 0,670384 > 0,50, temos que
calcular mais uma interação para todos os anéis.

20
Tabela 7 – Método de Hardy-Cross Interações

5.2.2 Diâmetros das canalizações

De forma análoga ao item 4.1 os diâmetros foram obtidos através das vazões Q e Vmáx. O
sinal (-) negativo, representa o sentido do fluxo das vazões.

21
Tabela 8 – Diâmetros

5.2.3 Cotas piezométricas e de pressão

De maneira análoga ao cálculo das cotas piezométricas e das pressões na rede ramificadas
item 5.1.3, procede-se da mesma forma, obtendo as cotas abaixo.
Como o equilíbrio da rede deve ser conjunta, ou seja a rede ramificada e malhada devem
atender os requisitos de pressão máxima e mínima, em ambos a pressão dinâmica mínima não
deverá ser abaixo de 15m.c.a.

22
Tabela 9 – Pressão disponível em cada trecho

23
5.3 Nível de Água Mínimo requerido para o Reservatório Elevado.

Para o trecho inicial, que conecta os trechos 01, 02 e 03 ao reservatório temos:

Tabela 10 – Trecho inicial

Como esse trecho é utilizado apenas para conduzir água até os trechos 01, 02 e 03, ou seja, não
há consumo, a vazão nele será constante, a extensão será desprezível em relação a rede, o seu
diâmetro foi encontrado como no item 5.1.1. Calculamos a velocidade e também a perda de
carga neste trecho.

Tabela 11 – Trecho inicial – Cotas

O nível de água mínimo no reservatório para atender as condições da rede, deverá ser a cota
piezométrica de montante, ou seja, 756,77 m.
O reservatório está localizado na cota 740,00 m, a pressão no reservatório mínima = 756,77 –
740, 00 =16,77 m.c.a.

Cota Piezométrica Rede Ramificada

O ponto mais baixo da rede está na jusante do trecho 17, nesse trecho esta localizada a maior
pressão, igual 39,22 m.c.a, Para obtermos o NA máxima, temos que;

X = 50 m.c.a – 39,22 m.c.a = 10,78m

Portanto os níveis de água em relação à cota do terreno são:

NA máx = 756,77 + 10,78 -740 = 27,55 m


NA min = 756,77 – 740 = 16,77 m
Cota do terreno = 740 m

24
Cota Piezométrica Rede Malhada

Após as correções e ajustes dos diâmetros nos anéis, o trecho onde esta localizada o valor de
maior pressão passou a ser a jusante do L15, sendo igual a 43,9 m.c.a, Para obtermos o NA
máxima, temos que;

X = 50 m.c.a – 43,9 m.c.a = 6,1m

Portanto os níveis de água em relação à cota do terreno são:

NA máx = 756,00 + 6,10 -740 = 22,10 m


NA min = 756,00 – 740 = 16,00 m
Cota do terreno = 740 m

Comparando os resultados das pressões obtidos pela rede seccionada e pela rede malhada,
vemos que houve nos seus valores houve uma diferença significante. Essa diferença comprova
que o método Hardy-Cross é mais eficaz para dimensionamento de redes.

7. DIMENSIONAMENTO DO RESERVATÓRIO PARA ABASTECIMENTO DA


REDE.

Os reservatórios de distribuição são dimensionados para satisfazer as condições seguintes:

a) Funcionar como volantes da distribuição atendendo a variação horária do consumo.


b) Assegurar uma reserva de água para combate a incêndio.
c) Manter uma reserva para atender a condições de emergência (acidentes, reparos nas
instalações etc.)
d) Atender a demanda no caso de interrupção de energia elétrica (sistemas com
recalques)
e) Manutenção de pressões na rede distribuidora.

25
Assim considerou-se a capacidade do reservatório de 1/5 do volume consumido em 24 horas.

*PERÍODO DE ARMAZENAMENTO - 1 DIA

*POPULAÇÃO PREVISTA – 4.800 PESSOAS

*CONSUMO/DIA = K1 x q x P = 1,2 x 201,2 x 4.800 = 1 158 912 L/d

*QUANTIDADE DE ÁGUA FLUTUANTE = 1/5 X 1 158 912 = 231 782,4 L


= 231,78 M³

*COMBATE A INCÊNDIO = 250 M³

*RESERVA ADICIONAL = 33% X (231,78 + 250) = 158,98 M³

*VOLUME DO RESERVATÓRIO = (231,78 + 250 + 158,98) = 640,76 M³

26
SISTEMA DE RECALQUE
- PARTE 2 –

27
8.0 INTRODUÇÃO

Na maioria das distribuições e transporte das águas se dão por gravidade, onde se aproveita a
energia potencial com intuito de abastecimento de uma rede qualquer. Em muitos casos, não
há disponibilidade de cotas topográficas, sendo necessário transferir energia para o líquido
através de um sistema eletromecânico.

Um sistema de recalque ou elevatório é o conjunto de tubulações, acessórios, bombas e


motores necessário para transportar uma certa vazão de água ou qualquer outro líquido de um
reservatório inferior, para um reservatório superior. Nos casos mais comuns de sistemas de
abastecimento de água, ambos os reservatórios estão abertos para a atmosfera e com níveis
constantes, o que permite tratar o escoamento como permanente.

Um sistema de recalque é composto, em geral, três partes:

a) Tubulação de sucção, que é constituída pela canalização que liga o reservatório


inferior a bomba, Incluindo os acessórios necessários, como válvula de pé com
crivo, registro, curvas, redução excêntrica etc.

b) Conjunto elevatório, que é constituído por uma ou mais bombas respectivos


motores elétricos ou a combustão interna.

c) Tubulação de recalque, que é constituído pela canalização que liga a bomba ao


reservatório superior, incluindo registros, válvula de retenção, manômetros, curvas
e equipamentos para o controle de afeitos do golpe de aríete.

A instalação de uma bomba em um sistema de recalque pode ser feita de duas formas distintas:

a) Bomba afogada, quando a cota de instalação do eixo da bomba está abaixo da cota
do nível d’água no reservatório inferior.

b) Bomba não afogada, quando a cota de instalação do eixo da bomba está acima da
cota do nível d’água no reservatório inferior.

Muitas vezes, como em projetos de abastecimento urbano, a vazão no final do plano, quando a
população atingir o limite de projeto, é maior que a vazão no inicio de plano. Portanto haverá
ao longo dos anos um acréscimo de demanda e seria antieconômico dimensionar a bomba para
a situação de vazão máxima. Nesta e em outras aplicações, recorre-se associação de duas ou
mais bombas em série ou em paralelo.

a) Duas bombas são colocadas em série quando se quer recalcar uma mesma vazão,
para uma altura manométrica maior.

b) Duas bombas são colocadas em paralelo, quando se quer aumentar a vazão em um


sistema.

28
8. CÁLCULO DO SISTEMA DE RECALQUE

8.1 Dados do projeto:

Tabela 13 – condições para dimensionamento do sistema de recalque.

CONDIÇÕES DE PROJETO
Vazão de adução Q (m³/s) 0,0212
Cota nível Rio: Z (m) 716,00
Cota nível reservatório: Z2 (m) 756,00
Cota nível Superfície Rio: Z1 (m) 715,00
Altura Geométrica: Hg (m) 41,00

8.1.1 Vazão de adução

Como já calculado na parte 1, a vazão de adução, ou seja, a vazão que a bomba deverá mandar
para o reservatório será :

Qd = P x q x K1 x K2
3600 x h
Onde,

Qd = 4.800 x 200 x 1,2 x 1,5=> Qd = 20 l/s + 1,2 l/s (vazão consumida pelo bairro. Irundiara)
3600 x 24

Qd = 21,2 l/s

8.1.2 Diâmetro de recalque e sucção

Para dimensionamento do diâmetro de recalque nos baseamos na fórmula de Bress.

D(m) = K √Q (m³/s)

Onde:

D = Diâmetro dado em metros


K= Uma constante que depende, entre outras coisas, do custo de material, mão-de-obra, etc.
Essa constante varia entre 0,7 a 1,3.
Q= Vazão de recalque, expresso (m³/s).

Considerando que o sistema de recalque funcionara 24 horas por dia pode-se calcular o
diâmetro pela seguinte equação de acordo com a NBR-5626, pode-se usar a seguinte fórmula:

29
D(m) = 1,3 4√X √Q(m³/s)
Em que X é a fração do dia, isto é, o número de horas de funcionamento do sistema dividido
por 24. Em que qualquer caso, o diâmetro encontrado deve ser aproximado para diâmetro
comercial mais conveniente.

Temos:

D(m) = 1,3 4√X √Q(m³/s)

D(m) = 1,3 4√24 √0,0212(m³/s)


24

D(m) = 1,3 4√1 √0,0212(m³/s)

D(m) = 0,190

Para um diâmetro comercial temos: 200 mm.

O diâmetro da canalização se sucção deve ser imediatamente superior ao diâmetro de recalque,


neste caso equivale a 250 mm.

8.1.3 Altura Total de elevação e Altura Manométrica

Sabemos que o reservatório encontra-se na cota de terreno (curva de nível) 740 m, e rio da
onde será retirado a água, na cota de 716 m, a diferença entre o nível do eixo da bomba e a
superfície livre do rio é de 1,00 m, a altura manométrica de sucção, ou seja, a carga de pressão
relativa disponível na saída da bomba, em relação ao plano horizontal de cota do eixo da
bomba, esse valor será igual (Hs = Z + Hs ), onde Hs perda de carga total na tubulação de
sucção.

- Cáculo da perda de carga distribuída e localizada.

Material da canalização da adutora será em Ferro Fundido:

Tabela 14 – Informações das canalizações


Informações das canalizações
Coeficiente de Hazen-Willians 130
Comprimento da canalização de Recalque(m) 347,00
Comprimento da canalização de Sucção(m) 3,00
Comprimento da canalização Total (m) 350,00
Diâmetro de Recalque (m) 0,250
Diâmetro de Sucção (m) 0,200
 Perda de carga para o recalque

30
- Perdas distribuídas pela equação de Hazem-William.

ΔHr = (10,643 x Q^1,85 x L) =


(C^1,85 x D^4,87)

ΔHr = (10,643 x 0,0212^1,85 x 347,00) = 0,31 m


(130^1,85 x 0,25^4,87)

- Perdas localizadas

Tabela 15 – Acessórios do Recalque


Coeficiente de perda de carga localizada K
02 Curvas 90 graus raio longo 0,9
01 Registro de gavetas 0,5
01 válvula de retenção tipo pesada 3

V= Q = 0,0212 x 4 => V=0,432 m/s


A (π . 0,25²)

Hs loc. = k V²
2g

Hs = ((2x0,9) + 0,5 + 0,3) x 0,432² = 0,0212 m


2 x 9,81

Perda Total no Recalque

ΔHs = hdist. + hloc. =0,31 + 0,0604


ΔHs = 0,312 m

 Perda de carga para de Sucção

Perdas distribuídas pela equação de Hazem-william.

ΔHr = (10,643 x Q^1,85 x L) =


(C^1,85 x D^4,87)

31
ΔHr = (10,643 x 0,0212^1,85 x 3,00) = 0,02 m
(130^1,85 x 0,20^4,87)

- Perda Localizada

Na sucção temos:
Tabela 3 – Acessórios
Coeficiente de perda de carga localizada
Válvula de pé com crivo 10
Curva de 90° raio longo 0,6
Válvula de ângulo aberta 5

V= Q = 0,0212 x 4 => V=0,675 m/s


A (π . 0,20²)

Hs loc. = k V²
2g

Hs = (10 + 0,6 + 5) x 0,675² = 0,36m


2 x 9,81

Perda Total Na Sucção

ΔHs = hdist. + hloc. =0,02 + 0,36


ΔHs = 0,38 m

- Altura Total de Elevação

A altura total de elevação, ou seja, altura manométrica total, é a altura geométrica mais o valor
das perdas de cargas na sucção e no recalque do sistema.

H = Hg + H

H = Hg + H = 41 + 0,312 + 0,38

32
H = 41,692 m Para a cota NA min

H = Hg + H = 47,1 + 0,312 + 0,38


H = 47,792 m Para a cota NA máx

8.1.4 Escolha do Conjunto Motor-Bomba para o Sistema

A partir dos dados acima, obtivemos a vazão e altura manométrica que a bomba deverá
recalcar para o reservatório que abastecerá a rede da cidade. O ponto de trabalho da bomba
para que a pressão na rede seja mínima, deverá ser (76,32 m³/h ; 40,69m.

Com o mosaico de utilização das bombas KBS – Meganorm (em anexo), para n= 1750 rpm ,
traçamos o ponto de trabalho e selecionamos a bomba KSB- Merganorm 65-315.

- Curva Característica da Bomba

Figura 6 – Curva característica bombas KBS – Meganorm, para n= 1750 rpm

Para o ponto de funcionamento (76,32 m³/h ; 40,68m), na figura 6 , uma bomba com o
diâmetro do rotor igual a 308 e n (rendimento) aproximadamente 62 %.

33
Se o ponto cair entre duas curvas, deve-se adotar o rotor de diâmetro maior e verificar,
traçando-se a curva característica do sistema de tubulações, o novo ponto de funcionamento
que terá vazão e altura de elevação ligeiramente maior que as iniciais.

- Curva Característica da Instalação

Figura 7 – Curva característica do sistema

A curva traçado do sistema, obedecendo a seguinte equação:

H = Hg + H

Onde;
H - Altura manométrica do sistema
Hg - Altura Geométrica
H - Perdas de cara do sistema

Então temos que:

H = 41 + 397,6 x Q ^1,85 + 861,48 x Q^2


Com base no gráfico, observamos que com a curva do sistema, haverá um novo ponto de
trabalho para a bomba (90 m³/h; 42 m), onde a vazão será maior e altura aumentaram
ligeiramente maiores do que as iniciais, o rendimento passa a ser n = 61%.
A vazão que chegará no reservatório poderá ser regulada pelo registro de gaveta existentes na
tubulação de recalque do sistema.

34
- Curva Característica da Instalação com Duas Bombas em Paralelo

Figura 8 – Curva associação das bombas em paralelo

A adição de duas ou mais bombas em paralelo é útil nos sistemas em que se requer vazões
variáveis. As bombas ajustam suas vazões de tal maneira que mantém constante as diferenças
de pressão entre os pontos dos reservatórios. Essas bombas devem fornecer alturas
praticamente iguais.

Em geral em um sistema de recalque, coloca-se uma bomba em paralelo com intuito de que
quando haja uma manutenção em uma das bombas, a outra fique em funcionamento para que a
rede não fique sem abastecimento.

- Potência do Conjunto Elevatório

Pot = 9,8 x Q x H (KW)


n

Pot = 9,8 x 0,03 m³/s x 42 m (KW)


0,61

Pot = 20,25 Kw = 27,16 Hp

35
O motor deve ter uma potência elétrica superior à absorvida pela bomba, cujo acréscimo, em
relação à potência da bomba, depende do tipo e tamanho desta. Os acréscimos na potencia da
bomba, recomendados, são dados na tabela abaixo.

Potência da Bomba Acréscimo


Até 2 Hp 50%
2 a 5 Hp 30%
5 a 10 Hp 20%
10 a 20 Hp 15%
Maior que 20 Hp 10%

Portanto, o motor elétrico recomendável, no caso, deverá ter uma potência de:

Pot = 27,16 Hp x 1,10 = 29,89 Hp

Não muito diferente do motor elétrico comercial de 30 Hp.

- Rotação Específica

Ns = 3,65 n √Q(m³/s)
H^3/4(m)

Ns = 3,65 x 1750 x √0,03


42^3/4(m)

Ns = 67,05 rad

Como o valor de Ns < 90, trata-se de uma bomba Radial centrífuga lenta.

- NPHS ( Net Positive Suction Head ) Disponível

O NPSH é uma característica de instalação, definida como a energia que o líquido possui em
um ponto imediatamente antes do flange de sucção da bomba acima de sua pressão de vapor. É
a disponibilidade de energia que faz com que o liquido consiga alcançar as pás do rotor.

NPSH = Pa-Pv - Z - Hs


y

36
Onde:

Pa - Pressão atmosférica,na qual varia com a altitude e condições climáticas, para lugares
y acima do nível do mar e até 2000 m, pode-se estimar pela equação 1.0

Pv - Pressão vapor
y

Z - É a diferença de cota entre o eixo da bomba e a superfície livre do rio

Equação 1 .0

Pa = 9,55 (mH20)
y

Pv = 0,32 é em função da temperatura de 25º C


y

Temos;

NPSH = Pa-Pv - Z - Hs


y

NPSH = 9,55 - 0,32 - 1 - 0,38

NPSH = 7,85 m

- NPHS ( Net Positive Suction Head ) Requerido

É uma característica da bomba, fornecida pelo fabricante. definida como a energia requerida
pelo líquido para chegar, a partir do flange de sucção e vencendo as perdas de carga dentro da
bomba, ao ponto onde ganhará energia e será recalcado.

37
Figura 9 – Curva NPSH Requerido da Bomba

Para a vazão recalcada pela bomba, Q= 90 m³/h, o NPSH requerido é igual a 2,5 m

- Cavitação

Quando um líquido em escoamento, em uma determinada temperatura passa por uma região
de baixa pressão, chegando a atingir o nível correspondente a sua pressão de vapor, naquela
temperatura, forma-se bolhas de vapor que provocam de imediato uma diminuição da massa
especifica do liquido, estas bolhas ou cavidades sendo arrastadas no seio do escoamento
atingem regiões em que a pressão reinante é maior que a pressão existente na região onde elas
se formam. Esta brusca variação de pressão provoca o colapso das bolhas por um processo de
implosão. Este processo de criação e colapso das bolhas, chamado de cavitação. é
extremamente rápido, chegando a ordem de centésimo de segundo.
A cavitação, uma vez estabelecida em uma instalação de recalque, acarreta queda de
rendimento da bomba. ruídos, vibrações e erosão. o que pode levar até o colapso do
equipamento. A cavitação provoca desgaste excessivo no rotores da bomba, exigindo
manutenção periódica e dispendiosa. Algumas vezes o problema fica difícil de ser sanado, pois
exigiria profundas alterações na montagem, como, por exemplo, o rebaixamento da cota de
instalação da bomba, diminuindo a altura estática de sucção.

No caso, para os parâmetros do sistema aqui apresentado, o NPHS disponível > NPSH
requerido. A folga entre os dois para a vazão de 90m³/h é de 5,35m, para essa faixa de
segurança não ocorrerá cavitação, pois para efeito pratico a folga entres o NPSH d e NPSH r é
de 0,50m para a vazão recalcada.

10. Conclusão

O projeto e dados aqui apresentados, estão de acordo com as necessidades e características da


rede. Dos métodos empregado para dimensionamento das tubulações da rede, ficou
comprovado que o Hardy - Cross é mais preciso, pois nele é possível corrigir, vazões, pressões

38
e diâmetros na rede, no qual o seccionamento fictício é mais propicio a erros, por trabalhar
com uma vazão fictícia.

No dimensionamento do sistema de recalque, observou-se que todos os parâmetros imposto


pelas características da localidade, não foram desfavoráveis, pois a escolha e dimensionamento
do sistema foi a atendido, bem como o NPSH disponível foi favorável, evitando assim, o
fenômeno de cavitação na bomba.

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10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PORTO, Rodrigo M.; HIDRÁULICA BÁSICA. São Paulo, EESC-USP, 4ª Edição, 2006.

NBR 12218 NB 594 - - Projeto de rede de distribuição de água para abastecimento público, julho 1994.

Manual de Curvas Características - KSB

Manual de Hidráulica Azevedo Netto, 8ª Edição, 1998.

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11. Anexo

Figura 9 -Mosaico de utilização de bombas centrifugas, KSB - MEGANORM, para n = 1750


rpm

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