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VAREJO NO BRASIL:

A INFLUÊNCIA DO DIGITAL
SOBRE O CONSUMO
Por Silvia Sonneveld, Douglas Woods, Rim Abida e Rafael Ferreira

V ale a pena ir mais a fundo. Com


US$ 16 bilhões em 2014, as vendas de
comércio eletrônico no Brasil representa-
brasileiro. Quase todas as pessoas conecta-
das — cerca de 106 milhões (mais da meta-
de da população brasileira) — usam a in-
ram cerca de 4% do total de vendas do ternet em algum momento para fazer
varejo no país (US$ 429 bilhões), o suficien- compras. O impacto digital no comércio já
te para colocá-lo entre os dez maiores é considerável e deve se tornar ainda
mercados de comércio eletrônico do maior nos próximos anos.
mundo. O Brasil é líder na América Latina,
mas continua atrás de grandes potências O Fortalecimento do Impacto
como China e Estados Unidos. Segundo a Digital
eMarketer, responsável por compilar essas
estatísticas, as três principais categorias de As tecnologias digitais afetam cada etapa
comércio eletrônico no Brasil durante o do processo de compra — pré-compra,
primeiro semestre de 2014 — moda e compra e pós-compra — de formas
acessórios, saúde e beleza, e eletrodomésti- diferentes. Ao longo desse processo, profis-
cos — responderam, juntas, por quase sionais de marketing e varejistas estão em
metade de todas as transações. busca de grandes mudanças em como e
onde as pessoas compram, mudanças estas
No entanto, um estudo detalhado sobre o que também evoluirão ao longo dos próxi-
impacto digital no comércio brasileiro feito mos anos. Até o momento, o impacto da
pelo Center for Customer Insight, do The internet é maior nas fases de pré-compra e
Boston Consulting Group, mostra que a pós-compra (Veja o Anexo 1); atividades
internet tem muito mais força no país do online já representam três quartos da fase
que as estatísticas sugerem, e não deve ser de descoberta de produtos e dois terços
ignorada por varejistas ou por profissionais das pesquisas realizadas. A internet tem
de marketing. A internet influencia mais alterado o comportamento do consumidor
da metade de todas as compras do varejo de forma substancial e está cada vez mais

Para saber mais sobre este assunto, visite bcgperspectives.com


Anexo 1 | O Impacto Digital é Maior nas Atividades de Pré-compra
DESCOBRIR PESQUISAR LOCALIZAR COMPRAR PÓSCOMPRA
% das atividades feitas
no âmbito online1 72% 61% 61% 30% 70%

Offline: Experimentação do produto


Offline: Descoberta na loja
Offline: Embalagem do produto

Offline: Funcionário da loja


Online: Mídia online

Online: Outro online


Online: Rede social/WhatsApp
Offline: Mídia tradicional
Offline: Amigo em pessoa
Online: Site do varejista Online: Site especializado
Online: Site do varejista Offline: Outro offline
Offline: Encontrou na loja
Online: Site do fabricante
Online: Google Online: Site da marca
Online: Pesquisa online por instruções/serviços
Online: Site da marca
Online: Site da marca Online: Google
Online: Site do varejista Offline: : Amigo que
Online: Site de recomendações comprou no exterior
Offline: Outro offline Offline: Loja física
Offline: Outro offline Online: Google
Online: Loja online
Offline: Amigo Online: Review website Offline: Telefonou para a loja/revendedor Offline: Revendedor

Online: Rede social Online: Buscapé Online: Pesquisou pelo celular


(site comparativo de preços)
Online: Amigo Offline: Telefonou para o fabricante
Online: Outro online Online: Rede social

Offline: Devolução na loja/para o revendedor


Atividade offline Atividade online
Online: Site do varejista
Online: Devolução online
Offline: Telefonou para devolução
Offline: Telefonou para o SAC

Origens: BCG Center for Customer Insight. Pesquisa feita em mercados emergentes (n = 2.492); Euromonitor; análise do BCG.
Observação: Funil analisado em compras nas categorias de bens duráveis, vestuário, cosméticos e higiene pessoal..
1
Número de atividades online dividido pelo total de atividades por fase de compra, ponderado pelo tamanho da categoria.

difícil prevê-lo, tornando o processo de pré- milhões de clientes têm assinaturas de dis-
-compra mais complexo. positivos móveis com conexão às redes 3G
e 4G. As vendas de smartphones devem
Além disso, com mais de 70 milhões de atrair 70% de todas as compras de apare-
usuários, o Brasil é o terceiro maior país lhos celulares a partir de 2016.
no Facebook, considerando a quantidade
total de usuários. E as opiniões de pós- Como já destacado em publicações ante-
-compra dos consumidores — positivas ou riores, cidades menores, localizadas no in-
negativas — repercutem de maneira signi- terior do Brasil, abrigam mais da metade
ficativa. da população do país e serão grandes im-
pulsionadoras do crescimento desse mer-
A influência digital varia de acordo com cado até o final desta década. (Ver Captu-
tipo de consumidor, categoria do produto e ring Retail Growth in Brazil’s Rising Interior,
conectividade. O uso da internet ainda BCG Focus, Abril de 2015, e Brazil’s Next
predomina entre pessoas de alta renda, Consumer Frontier: Capturing Growth in the
com perfil urbano/suburbano e litorâneo, Rising Interior, BCG Focus, Junho de 2014.)
enquanto fatores como infraestrutura de Recentemente, milhões de famílias resi-
telecomunicações, renda e aspectos indivi- dentes fora das principais áreas metropoli-
duais limitaram a penetração e o uso digi- tanas e das 26 capitais saíram da pobreza
tal no interior do país. Contudo, isso está para a classe média. Elas serão uma fonte
mudando e espera-se uma aceleração do de crescimento importante para setores
digital no interior do país nos próximos como serviços financeiros, automóveis e
anos. Projeções mostram que a internet vestuário. Ao se tornarem usuárias digitais,
chegará a cobrir 65% do território nacional essas pessoas serão, em sua maioria, mobi-
até 2019. Atualmente, cerca de 40% das fa- le-first (que têm acesso ao mundo digital,
mílias brasileiras têm acesso à internet principalmente, por meio dos seus disposi-
banda larga fixa e mais de 140 tivos móveis) ou mobile-only (que têm aces-

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so ao mundo digital, exclusivamente, por profissionais de marketing e varejistas, es-
meio de seus dispositivos móveis). Esses pecialmente para as categorias de produtos
usuários precisarão lidar com as limitações com alta intensidade digital ou altos níveis
inerentes a uma tela de 4 ou 5 polegadas, de comércio eletrônico. Trata-se dos consu-
mas poderão interagir desde o princípio midores digitais sofisticados chamados de
com uma conexão local, adaptada às ne- “casal antenado” e “nascidos na internet”.
cessidades e preferências, que promove a Juntos, eles formam quase 50 milhões de
socialização e, por fim, sempre disponível. pessoas (25% da população) que fazem
compras online há cinco anos ou mais, e va-
lorizam a variedade, a conveniência e a in-
Um Mercado Segmentado pelo teração da experiência online. Conforme a
Consumidor... maturidade digital (período de tempo
O estudo do BCG, que incluiu uma pesqui- online) aumenta, espera-se que o número
sa quantitativa com cerca de 2.500 brasi- de integrantes desses dois segmentos cres-
leiros e entrevistas sobre suas atividades ça de forma significativa.
online, indica que diferentes perfis de con-
sumidores conectados têm se formado.
Essa pesquisa apontou cinco segmentos …e pelo Produto
distintos com base em demografia, profis- Os consumidores usam ferramentas digitais
são e renda, grau de adesão e de uso digi- de maneiras diferentes, dependendo da cate-
tal, e hábitos de compra online. Cada seg- goria de produto envolvida. Em um dos ex-
mento possui características distintas e tremos da escala estão as compras que as
exibe padrões particulares de uso, prefe- pessoas não querem errar — por exemplo,
rências e desenvolvimento do usuário computadores, dispositivos móveis, eletrodo-
online (Veja o Anexo 2). Além disso, cada mésticos e eletrônicos. O preço e a seleção
um passa por mudanças próprias em ter- do produto são considerações importantes
mos de formação e tamanho, e há possibili- nesse tipo de compra, sendo alto o engaja-
dade de emergirem novos segmentos. mento da marca. Além disso, esses compra-
dores em potencial têm uma necessidade
Dois segmentos devem ser de interesse dos moderada de tocar e sentir o produto. Em

Anexo 2 | Propensão digital de cinco segmentos de consumidores brasileiros


CASAL CAÇADORES DE NASCIDOS NA RECÉM-
ANTENADO PECHINCHAS INTERNET CHEGADOS COADJUVANTES
(22%) (23%) (24%) (19%) (12%)
Palavras dos “Procuro os preços mais “Vivo em um mundo “Uso a internet regular-
“Internet? Não sei como “Ela me ajuda,
próprios baixos e irei comprar onde digital e estou totalmente mente, mas não me sinto
consegui viver sem ela!” mas não sou fã.”
consumidores os encontrar.” acostumado com isso.” seguro para comprar lá.”
Adultos Adultos maduros Adultos jovens Adultos Adultos
Idade média: 35 Idade média: 45 Idade média: 27 Idade média: 32 Idade média: 38
Demografia
Homens e mulheres 59% homens Homens e mulheres 56% mulheres 57% mulheres
Casados com filhos Casados com filhos solteiros Casados com filhos Casados com filhos
Classe B Classe C
Perfil Classe A e classe B Classe B Classe C
Tempo integral/um Tempo integral/dona
socioeconômico1 Renda dupla Tempo integral Tempo integral
turno ou estudante de casa
Vive no celular/ Vive no celular/ Vive no celular/
Usa com frequência/ Usa pouco/ não gosta de
Autodescrição primeiros a primeiros a primeiros a
segunda onda experimentar
experimentar experimentar experimentar
Perfil de uso da
Uso alto Uso baixo Uso alto Uso alto/moderado Uso moderado/baixo
internet
Perfil de comércio
eletrônico (primeira Mais de 5 anos atrás Mais de 5 anos atrás Mais de 5 anos atrás 1 ano atrás ou menos Misto
compra online e Frequência alta Frequência média Frequência média Frequência baixa Frequência baixa
frequência)

Origens: BCG Center for Customer Insight. Pesquisa feita em mercados emergentes (n = 2.492); Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa,
Critério de Classificação Econômica Brasil 2014.
Observação: As porcentagens dos segmentos são a porcentagem de entrevistados em cada segmento.
1
Os níveis de renda anual são: classe A = mais de 10.200 reais (BRL); classe B = mais de BRL 5.100; classe C = mais de BRL 2.040.

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relação aos eletrônicos, por exemplo, o co- do. (Ver The Digital Future: A Game Plan for
mércio online é responsável por 13% das ven- Consumer Packaged Goods, BCG report,
das, mas nove em cada dez consumidores co- Agosto de 2014, e Digital Satisfaction: U.S.
nectados pesquisaram sobre os produtos Consumers Raise the Ante, BCG Focus, Maio
online, e a internet influenciou diversas ativi- de 2013).
dades nas fases iniciais do processo de com-
pra — antes mesmo desses consumidores Os profissionais de marketing e varejistas
irem à loja para comprar uma TV, câmera ou do Brasil precisam começar a se preparar
outros aparelhos de entretenimento. As em- para um futuro cada vez mais digital e
presas e marcas que não possuem estraté- omnichannel. O desafio é aumentar ofertas
gias de engajamento nas fases de pré-com- com base em perfis de usuários bem defi-
pra provavelmente estão em desvantagem. nidos e adaptá-las às necessidades e situa-
ções específicas de cada segmento. Entre-
A outra extremidade da escala envolve pro- tanto, no mundo digital — e,
dutos que são comprados repetidamente, especialmente, no mundo dos dispositivos
como produtos de saúde e beleza. O preço é móveis —, há uma oportunidade de ir
um fator muito menos crítico na decisão de ainda mais longe, com ofertas que abor-
compra e o engajamento com a marca é dem as preferências de microssegmentos,
alto, assim como a frequência de reabasteci- ou mesmo de indivíduos, de acordo com os
mento do produto. Muitas vezes os consumi- dados que definem o seu comportamento
dores experimentam produtos em uma loja online. Quanto aos novos usuários, as em-
(para ver a cor do batom ou esmalte, por presas que tiverem agilidade para oferecer
exemplo) e, em seguida, usam lojas online conteúdo personalizado, com base no local
para comprá-los. Hoje em dia, menos de 2% em que estão, o que estão fazendo e com
dos produtos de saúde e beleza são vendi- quem estão, terão uma oportunidade enor-
dos online, mas as decisões de compra são me de engajar e influenciar consumidores
baseadas em uma combinação de canais de maneiras totalmente inusitadas.
online e offline muito antes de clicar no bo-
tão de compra. Como disse uma consumido- Para prosperar neste mercado digital brasi-
ra de classe média de Recife: “Sou louca por leiro em rápido desenvolvimento, as em-
perfume, mas, antes de comprar online, vou a presas precisam considerar cinco ações.
uma loja local para sentir a fragrância. Depois,
vou para casa e compro pela internet”. Entender as mudanças que estão aconte-
cendo. É difícil liderar sem ter conhecimen-
Novos modelos de negócios digitais para to. Os executivos precisam estar cientes de
produtos de compra recorrente têm surgido como as tecnologias digitais têm mudado o
tanto entre empresas maduras quanto em comportamento dos consumidores. Diante
startups. Esses modelos tentam fidelizar os da falta de conhecimento digital, um
consumidores com a conveniência do pedi- executivo decidiu recentemente começar
do através de uma assinatura e do incenti- uma “dieta digital”. Ele se forçou a usar
vo à experimentação de novos produtos. tecnologias digitais sempre que possível
No Brasil, os exemplos incluem Dolce em sua rotina diária, como pedir comida e
Gusto, Home Shave Club, Wine Club e Be- táxis pelo smartphone e usar aplicativos de
auty Box. companhias aéreas e hotéis para fazer
check-in quando viajava. Chegou até a
contratar um coach digital para garantir
Implicações para Profissionais que estaria por dentro dos novos aplicati-
de Marketing e Varejistas vos e ferramentas.
A influência digital no comportamento de
compra dos consumidores deve aumentar, Nem todo mundo chegará a esse extremo,
movida por uma maior conectividade, mas workshops de transformação digital
avanços tecnológicos e novos serviços. O podem ajudar uma equipe executiva a
efeito de ruptura dessa influência nos mer- compreender a influência do impacto digi-
cados desenvolvidos está bem documenta- tal, a definir uma visão inspiradora para a

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empresa, a praticar uma autoavaliação no clientes. Quase 60% dos entrevistados
cenário atual e a determinar as prioridades brasileiros disseram que, quando se sentem
para uma transição futura. valorizados, reconhecidos ou recompensa-
dos, permanecem fiéis a uma marca,
Definir a estratégia. Com base na combina- mesmo que gostem um pouco mais de
ção de produtos, segmentação do público produtos ou serviços de uma outra empre-
alvo e localização, as empresas precisam sa. Em comparação, esse valor é de 38%
determinar o que é necessário para vencer nos mercados em desenvolvimento, en-
no ambiente online e como alavancar sua quanto nos mercados desenvolvidos, a
marca e sua empresa a fim de proporcionar média é de 45%. Técnicas modernas, como
os melhores resultados. Como foi mencio- Digital Targeting (definição do público-alvo
nado anteriormente, uma verdadeira digital) e Branded Content (conteúdo
transformação digital começa com o básico: promovido pela própria marca), aprofun-
uma estratégia bem definida que parte de dam relacionamentos e o engajamento,
uma compreensão das necessidades do enquanto que, ao mesmo tempo, coletam
consumidor, de uma diferenciação competi- dados importantes sobre o consumidor que
tiva clara e de um potencial retorno podem dar forma a futuros programas de
financeiro atrativo. (Ver The Omnichannel marketing. (Ver The Agile Marketing Organi-
Opportunity for Retailers, artigo do BCG, zation, BCG Focus, Outubro de 2015, e
Julho de 2013). Empresas estritamente Branded Content: Growth for Marketers and
online construíram seus negócios em torno Media Companies, BCG Focus, Julho de
de tecnologias digitais (e cada vez mais 2015). No Brasil, uma boa estratégia é
móveis), e possuem vantagens que empre- começar a lidar com as necessidades dos
sas com loja física ou mista (modelos que 50 milhões de consumidores que perten-
integram presença offline e online) não cem às categorias “casal antenado” e
podem replicar. Todavia, a abordagem “nascidos na internet”, que já são impor-
mista oferece uma vantagem: o poder e o tantes usuários digitais.
alcance da interação omnichannel.
Respeitar o papel da loja física. As lojas
Existem ótimas oportunidades para as em- físicas continuam sendo relevantes no
presas repensarem a gestão de categorias Brasil. Apesar da crescente matriz de
de produtos em relação a promoção, preci- recursos digitais, os consumidores ainda
ficação, distribuição, papel da loja física, veem a loja como local estratégico para
publicidade e ponto de venda, para um informações e transações —especialmente
mundo omnichannel. Quais são os pontos nos segmentos em que o valor da compra é
críticos de contato com o consumidor? alto. Mais de 80% dos consumidores
Quais são as preocupações dos clientes e o afluentes no interior do Brasil e 63%
que os deixam verdadeiramente felizes? daqueles que moram em capitais preferem
Onde as decisões de compra são tomadas? tocar no produto. Entre as famílias do
Quais serviços deseja oferecer e em quais interior, 52% disseram que haviam compra-
canais? Como deseja conduzir os clientes? do, recentemente, um item de luxo em uma
loja de sua cidade; já 31% compraram em
Conectar-se com o consumidor. Na era outra cidade.
digital, as empresas têm oportunidades
cada vez mais fortes de se conectar com Os varejistas devem pensar sobre como po-
consumidores, desde websites e aplicativos dem tirar proveito desse ponto decisivo no
integrados até revistas digitais e platafor- processo de compra – por exemplo, permi-
mas de discussão online. A mais recente tir que os funcionários façam ofertas relâm-
pesquisa anual do BCG, conhecida como pago para manter os clientes na loja ou se
Consumer Sentiment (Ver Why Emerging- conectem com eles após uma visita. A loja é
Market Consumers Remain Bullish: Keeping igualmente fundamental para empresas de
an Eye on the Prize, BCG Focus, Novembro bens de consumo, já que os consumidores
de 2013), mostra que os consumidores ainda não podem tocar, segurar, experimen-
brasileiros querem ser valorizados como tar ou provar um produto online, além de a

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internet não oferecer a satisfação de posse esperando mais tempo pela chegada dos
instantânea. As empresas de bens de consu- itens.
mo devem avaliar a melhor forma de dar
suporte aos varejistas preferenciais: dispo- Os consumidores do interior podem ser
nibilizar produtos com antecedência, entre- muito criativos ao superarem as limitações
gar (ou não entregar) os sortimentos na locais do comércio digital. No estado do
loja, oferecer serviços especiais e até mes- Rio Grande do Sul, por exemplo, para lidar
mo condições de negociação especiais. (Ver com o problema de não poder tocar ou
Winning at Omnichannel Pricing, BCG Focus, sentir um produto antes de comprá-lo
Maio de 2015). online, assim como a dificuldade de devol-
vê-lo, os consumidores criaram mercados
Desenvolver uma estratégia geográfica. No secundários. Os Briques (mercados de rua
Brasil, a questão da localização é importan- informais, organizados e anunciados pelo
te e as empresas podem se beneficiar disso Facebook) se tornaram vias comuns de
ao adaptarem seus serviços por cidade. As compra e revenda de produtos original-
expectativas dos consumidores quanto a mente adquiridos online.
disponibilidade, seleção e velocidade de
entrega do produto são muito mais altas
nas capitais e área metropolitanas do que
no interior. Nas primeiras, por exemplo, as
pessoas esperam que a entrega ocorra no
O ritmo de inovação observado sur-
preende, mas o Brasil ainda está no
início do desenvolvimento digital. A maio-
dia seguinte para a maioria das categorias, ria das empresas enfrenta os mesmos desa-
enquanto os consumidores do interior fios. Aquelas que adotarem rapidamente as
ficam satisfeitos com um prazo de entrega mudanças trazidas pelo mundo online,
de uma semana e também são mais além de definirem uma estratégia digital e
flexíveis em relação às políticas de devolu- iniciarem um processo de transformação,
ção. Estes gostam de ter e adquirir as poderão construir uma vantagem competi-
mesmas opções de varejo que as pessoas tiva verdadeiramente duradoura.
das capitais e áreas metropolitanas, mesmo

Sobre os autores
Silvia Sonneveld é sócia do escritório de São Paulo do The Boston Consulting Group. Você pode
entrar em contato com ela pelo e-mail sonneveld.silvia@bcg.com.

Douglas Woods é sócio do escritório de São Paulo do The Boston Consulting Group. Você pode en-
trar em contato com ele pelo e-mail woods.douglas@bcg.com.

Rim Abida é diretora do escritório de São Paulo do The Boston Consulting Group. Você pode entrar
em contato com ela pelo e-mail abida.rim@bcg.com.

Rafael Ferreira é líder de projetos do escritório de São Paulo do The Boston Consulting Group.
Você pode entrar em contato com ele pelo e-mail ferreira.rafael@bcg.com.

Sobre o Center for Consumer Insight do BCG


O Center for Consumer Insight (CCI) do The Boston Consulting Group aplica uma abordagem integrada e exclusiva, que combina
pesquisa quantitativa e qualitativa dos consumidores e uma profunda compreensão da estratégia de negócios e da dinâmica
competitiva. O CCI trabalha em estreita colaboração com várias práticas do BCG para converter seus insights em estratégias
acionáveis que conduzem a um impacto econômico tangível para os nossos clientes. No decorrer do seu trabalho, o CCI acumu-
lou um rico conjunto de dados proprietários sobre os consumidores em todo o mundo, nos mercados emergentes e desenvolvi-
dos. O CCI é patrocinado pelas práticas de Marketing e Vendas e Vantagem Global do BCG. Para obter mais informações, acesse
http://www.bcg.com/expertise/institutes/center-customer-insight.

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