Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
À Laine e à Ana
Vinicius de Moraes
1- Introdução-
3.4. A dissertação, ainda não publicada, mas já com o prefácio escrito por
Michael Lowy, identificava três tipos de trajetórias: a da Inglaterra (onde se
formou um trabalhismo não marxista) e dos EUA (onde não se formou
estavelmente sequer um partido independente de bases operárias) em
função da força do liberalismo; a da Alemanha, onde houve principalmente
em razão da força do nacionalismo e da institucionalização, uma
“integração ativa” à ordem; na Itália, onde teria havido uma “integração
passiva” à ordem, isto é, o PSI manteve a sua neutralidade diante da
Primeira Guerra mas não se movimentou em direção a uma linha
revolucionária, dividindo-se entre uma opção claramente reformista e uma
opção revolucionária , de início fortemente sectária, que veio a dar origem
ao PCI. Ao final, identificava elementos que aproximariam o PT de uma
trajetória de “integração passiva” na ordem, isto é, haveria uma distância
entre o seu proclamado revolucionarismo e sua prática encaixada na
institucionalidade brasileira da crise do regime militar e da transição à
democracia.
4.2. Algumas vezes compartilhado com a professora Vera Alice, com quem
aprendi muito nestes anos, o curso de pós graduação de Pensamento
Político e Social Brasileiro já foi oferecido cerca de dez vezes. Neles, são
estudadas as obras de Manoel Bonfim, Oliveira Vianna, Gilberto Freyre,
Caio Prado Júnior, Sérgio Buarque de Holanda, Celso Furtado, Raymundo
Faoro, Antonio Candido, Florestan Fernandes, além de autores
contemporâneos da área como Fernando Henrique Cardoso, Fábio
Wanderley Reis, Wanderley Guilherme dos Santos, Francisco Weffort,
Olavo Brasil, Leonardo Boff, Carlos Nelson Coutinho e Luiz Werneck
Vianna. Seminários de introdução e de síntese buscam progressivamente
construir uma narrativa unitária do dissenso esclarecedor destes autores
sobre a interpretação do Brasil.
6- Tempo de sínteses-
7- Conclusão-
Cada vez mais me aproximo da filosofia política sem que tenha tido uma
formação técnica na área, como domínio mais apurado de línguas, cursos
de hermenêutica, certa disciplina de leitor que só alguém com formação
sistemática na área pôde obter. Há certas vantagens de estar filosofando “de
fora” da área, com um trânsito interdisplinar e forçando-a, como que, a se
enraizar em saberes mais mundanos. Mas estas vantagens podem ser
anuladas sem o recurso aos saberes sistematizados da área. Uma nova
geração de filósofos, com a capacidade técnica dos grandes centros
mundiais, foi tardiamente formada no Brasil e a proximidade com um
destes centros de excelência – a UFMG e, talvez, a FAJE – é um
formidável privilégio.