A Fada dos Desejos

Sara e Violeta eram gémeas, mas não eram nada parecidas.

Sara tinha um cabelo louro e era uma gentil rapariga. Enquanto o pai e a
mãe iam trabalhar para a quinta onde viviam, Sara varria o chão e lavava os
pratos. Violeta, por outro lado, tinha o cabelo castanho e era uma rapariga
egoísta e preguiçosa. Embora devesse estar a ajudar nos trabalhos de casa, em
vez disso ficava no seu quarto, penteando-se e sonhando com o dia em que um
rico e elegante cavalheiro a levasse para a tornar sua esposa. Mas Sara era tão
boa de coração que nunca contava histórias acerca da sua preguiçosa irmã.
Então, num Sábado de manhã, a mãe chamou Sara e Violeta ao seu quarto.
Os olhos da mãe estavam cheios de lágrimas e tinha o nariz vermelho.
– Estou com uma constipação horrível! – explicou ela. – Por isso não
posso levar hoje o cesto de ovos ao mercado. Vocês as duas deverão fazer isso
por mim.
Ora Violeta não gostou nada da ideia.
– A...Atchim! – espirrou ela. – Penso que também apanhei uma
constipação! Tenho de ir já para a cama. Sara, podes trazer-me leite quente antes
de ires para o mercado? – e apesar de Sara saber o que a sua irmã pretendia,
levou-lhe o leite antes de se meter ao caminho que ia até à cidade.
Era um dia quente. A estrada estava seca e poeirenta e o cesto dos ovos
fazia com que os braços de Sara doessem. Mas, em vez de se culpar a si própria,
respirou o ar fresco e pôs-se a ouvir as aves a cantar nas árvores enquanto
admirava o bonito dia que fazia. Depois de ter andado durante uma hora ou
mais, sentou-se num bocado de relva na berma da estrada para comer o pão com
queijo e beber o leite que tinha trazido. Mal tinha começado a sua refeição,
quando reparou que alguém a olhava. Era uma mulher pequena e velha que
parecia não ter surgido de lado nenhum.