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Universidade​ ​Federal​ ​de​ ​Mato​ ​Grosso

Instituto​ ​de​ ​Educação

Departamento​ ​de​ ​Psicologia

Seminários​ ​e​ ​Tópicos​ ​Especiais

Docente:​ ​Thaisa​ ​Silva

Discentes:​ ​Árthur​ ​Galvão​ ​Martini

Proposta:​ ​Análise​ ​sobre​ ​o​ ​documentário​ ​“Olhar​ ​de​ ​Nise”​ ​utilizando​ ​das
referências​ ​bibliográficas​ ​estudadas​ ​em​ ​sala.

O filme traz uma realidade bem distinta das atuais instituições que tratam da
saúde mental, ou os hospitais psiquiátricos ainda existentes. No documentário é
retratado o desdém e o menosprezo dos médicos e psiquiatras nos manicômios,
utilizando de métodos e terapias extremamente desumanos desconsiderando
totalmente​ ​o​ ​indivíduo​ ​ali​ ​presente.

As terapias da época variavam entre choques elétricos a remédios


extremamente fortes que deixavam os pacientes dopados e incoerentes. Também o
encarceramento e isolamento era usado como método de punição com esses
pacientes. Nise não concordava com essas abordagens, e começou a questionar os
sentidos​ ​terapêuticos​ ​desses​ ​métodos.

A chegada da Nise provocou uma mudança na forma de tratar o


paciente psiquiátrico, principalmente o como encarar a doença, seus sintomas e
suas diferentes formas de expressar. Nise procurou tratar a loucura como algo
natural de todo ser humano, algo que deveria ser encarado e tratado de forma
diferente sociedade, afirmava que ser normal era chato, dizia também que todos os
indivíduos têm um pingo de loucura em seus corpos, alguns mais perceptíveis que
outros.
Essa “nova” forma de se ver a doença foi algo muito diferente do que era
normal na época, principalmente de um ponto de vista ético em que de acordo com
Bock & Gianfaldoni (2010) antes de 1964 os direitos humanos não eram algo de
grande preocupação dentro do Brasil, as preocupações em relação a esses direitos
se limitavam aos direitos da pessoa com carteira de trabalho ou aposentadoria, por
isso a mudança de “ritmo” que Nise impôs foi um enorme avanço em como tratar
aquele​ ​ser​ ​humano​ ​como​ ​humano​ ​e​ ​não​ ​como​ ​um​ ​animal.
Outro ponto que surgiu após Nise trazer sua nova forma de intervenção foi
trazer a luz a relação de poder entre os médicos e os pacientes e as questões éticas
do trabalho, afinal os médicos e psiquiatras abusavam de seu suposto
conhecimento e de seu posto de poder para colocar os pacientes em intervenções
enfadonhas por mero medo do desconhecido e justificando suas ações na suposta
ciência na qual cultuavam, algo que foi muito bem retratado por Patto(2009) em que
ela fala sobre a prática profissional embasada pela opinião de outros e pelo
estereótipo leva a esses profissionais a verem os pacientes como coisas ou animais
e partem a desconsiderar totalmente a história e as vivências desse sujeito, tais
profissionais​ ​se​ ​tornar​ ​nada​ ​mais​ ​que​ ​cães​ ​de​ ​guarda​ ​programados​ ​pelo​ ​sistema.
Por isso seria pontual dizer que as intervenções e ideias propostas por Nise
colocaram em pauta essa prática horrenda que ignora por completo o que era
proposto pelos direitos humanos e desconsiderava o paciente enquanto sujeito
vivente​ ​trazendo​ ​maior​ ​consciência​ ​para​ ​a​ ​prática​ ​dentro​ ​de​ ​tais​ ​instituições

Referências
Bock, A. M. B & Gianfaldoni, M. H. T. A.(2010) Direitos humanos no ensino de
Psicologia.​ ​Psicologia​ ​Ensino​ ​e​ ​Formação.​ ​1(2),​ ​97-115.

Patto M. H. S. (2009) De gestores e cães de guarda: sobre psicologia e violência.


Temas​ ​em​ ​psicologia.​ ​17(​ ​2),​ ​405​ ​–​ ​415
.

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