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INTRODUÇAO
A época medieval marcou o continente Europeu num período entre os seculos V e XV, que
teve início com a queda do império Romano do Ocidente e que vai ter o seu fim com a
transição para a idade moderna, a época medieval vai determinar interposição da história
do ocidente segundo a divisão clássica em três (3) períodos nomeadamente. A
Antiguidade, precisamente a Idade Media e a Idade Moderna.
São vários os factores que servem de suporte para explicar o fim da antiguidade e os
primórdios da idade Media nomeadamente: politico, económico, social e cultural, a
organização social era estratificada em segmentos representativos com rigidez relativa:
elite clerical (o alto e baixo clero), os guerreiros (nobreza feudal, cavaleiros) e os
trabalhadores (camponeses livres, servos escravos etc). As relações sociais se
personalizaram e se hierarquizaram, sendo que o poder senhorial se contrapunha a
vassalagem dependente, o mundo feudal estava profundamente marcado pela hegemonia
e pelo controle eclesiástico que influenciava as relações sociais, os valores culturais e as
formas de exercício dos poderes políticos.
Durante o período medieval destacaram-se autores como santo agostinho e são tomas de
Aquino e que coincidentemente vão ser estes 2 grandes pensadores objetos de estudo
deste trabalho numa vertente essencialmente da história da ideia politica vivida naquele
período.
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PENSAMENTO POLITICO DE SANTO AGOSTINHO E SÃO TOMAS DE AQUINO
DURANTE A EPOCA MEDIEVAL
“Se, por conseguinte, se rende culto ao Deus verdadeiro, servindo com sacrifícios sinceros e
bons costumes, é útil que os bons reinem por muito tempo e onde quer que seja. E não o é
tanto para os governados como para os governantes. Quanto a eles, a piedade e a bondade,
grandes dons de Deus, lhes bastam para a felicidade verdadeira, que, se merecida, permite
à gente viver bem nesta vida e conseguir depois a vida eterna”.
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alcançar, particularmente pelos estados cristãos, não obstante o seu pessimismo em
relação a natureza humana e a capacidade de os homens actuarem de forma a se poderem
regenerar.
E desta característica do poder político defendida por Santo Agostinho vão resultar duas
(2) consequências importantes: a primeira é que é importante e absoluto o dever da
obediência dos governados em relação aos governantes. E a segunda é que não compete
aos homens distinguir entre governantes bons e maus ou entre formas de governo justas
ou injustas.
A paz é o bem supremo da Cidade e integra-se numa aspiração universal. Isso não impede
no entanto que em certas circunstâncias, como a reparação de uma injustiça ou o castigo
de uma injúria, seja justificado o recurso a guerra, nessas circunstâncias qualificada como
guerra justa.
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conservadorismo, com o seu autoritarismo, tendo em consideração a contemporização,
apesar do cristianismo com a escravatura; a concepção demasiada pessimista do Homem
e do mundo; a visão unicamente repressiva do Estado sem desenvolver a componente do
officium providendi; em consequência, a feição marcadamente conservadora imprimida a
uma ordem social estática e não evolutiva; a recusa da noção de progresso histórico como
se a humanidade fosse totalmente de progredir de se aperfeiçoar, de melhorar as suas
instituições e as condições de vida dos povos
São tomas de Aquino teve durante o período medieval algumas obras relevantes
nomeadamente: comentário a politica de Aristóteles, a Summa Theologica a Summa
contra Gentilis e o de regimene principum.
São tomas de Aquino é uma figura de grande importância na igreja católica tendo sido
canonizado em 1323 e proclamado doutor da Igreja em 1567.
A sua obra procura fazer uma síntese entre o cristianismo e o pensamento de Aristóteles
que tinha sido redescoberto pelo ocidente nessa época, apos terem sido traduzidos as
versões árabes através das quais se tinham conservado
É um autor jusnaturalista, dado que defende a existência de uma ordem única na natureza
criada pela providência divina e que se encontram escritas em todos os seres e, em
espécies, no homem e na sua razão.
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Lei natural – participação dos seres criados na razão estabelecida pela lei eterna,
concretizando a inclinação natural do homem a ordenar a sua conduta de acordo com
a lei eterna e que se traduz num preceito fundamental que é “fazer o bem e evitar o
mal”.
Lei humana – tendo em conta que compete ao homem a partir da razão extrair dela
todas as suas consequências, corolários e desenvolvimentos ou seja todas as normas
de aplicação daquele princípio fundamental a lei humana vai enquadra-se na
particularização da lei natural de circunstâncias concretas.
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exercício pelo povo de uma forma colectiva ou pelos governantes que tenham sido
escolhidos por eles.
Esta doutrina é designada doutrina da origem popular do poder que sintetiza a seguinte
formula: todo o poder vem de Deus através do Povo. Contrariando a doutrina do direito
divino dos reis que defendia que o poder dos Reis tinha origem diretamente em Deus sem
intervenção do povo.
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E no exercício do poder o Príncipe subordina-se a suas próprias leis ou seja deve
obediência a leis criadas por ele no que tange a sua força directiva, diferente da coação
na medida em que a utilização da forca é um das prerrogativas do Monarca.
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4. CONCLUSÃO
A filosofia política de Santo Agostinho é uma filosofia de tempos difíceis. Santo Agostinho
apenas ocasionalmente utilizou a expressão “filosofia cristã”; mas certamente não
suspeitava de nenhuma contradição nos termos (como foi feito no período
neoescolástico, talvez ela devesse parecer-lhe tautológica. Muitas de suas obras
constituem sínteses de filosofia, teologia, estudo das relações entre o Estado e a liberdade
de consciência. Admite-se até que Santo Agostinho contribuiu para a existência da
pedagogia da essência.
Santo Agostinho busca o amor como fundamento da ordem social, para que se torne o
Estado de Deus. O homem que tem amor a Deus, há de tê-lo também aos seus
semelhantes. A ordem social não é senão um prolongamento da ordem moral
fundamental, isto é, da reta ordem do amor. A vida feliz é inseparável do social: a vida
moral e a felicidade pressupõem uma vida em comunidade. Toda sociedade, boa ou má,
visa a paz.
A nosso ver, os escritos políticos de Tomás de Aquino são fundamentais por
manifestarem uma leitura conciliatória entre os textos antigos e os cristãos, tão
necessária ao século XIII. Ao estabelecer uma continuidade entre a teologia e a filosofia,
entre o saber divino e o saber humano, entre o “viver” para a alcançar a vida eterna e o
“viver” para o bem comum, esse mestre pôde estabelecer a necessidade das ações
humanas. Ao mesmo tempo, definiu, de maneira clara, os limites da lei divina e da lei
humana, apontando a importância da pessoa e do agir ético.
Entendemos que o autor colabora para a gênese do pensamento político moderno, não
porque sua ética aponte para a existência do indivíduo ou sua política para um estado
autônomo. Muito pelo contrário. A ética que encontramos em Tomás de Aquino pauta-se
na liberdade moral e a política no bem comum, numa participação consciente, que
também corresponde a uma postura teológica.
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5. BIBLIOGRAFIA
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