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Respostas não-oficiais para o Estudo Dirigido de HM1

1. Em relação à música na Grécia da Antigüidade, explique o que é a


“doutrina do etos”.

A doutrina do etos consiste na concepção existente na Grécia Antiga de que


associava-se à música qualidades e efeitos morais. A música, assim, seria uma força
capaz de afetar o universo, influenciando o caráter e a conduta humanos sendo que,
consequentemente, diferentes tipos de música poderiam afetar distintamente o caráter.

2. Explique resumidamente como os gregos da Antigüidade


construíam suas escalas ou modos musicais.

As escalas musicais gregas eram formadas a partir da justaposição de


tetracordes, os quais poderiam ser combinados de duas maneiras diferentes para
formar heptacordes e sistemas de uma ou duas oitavas. A concatenação de
tetracordes poderia ser feita de forma em que a última nota do primeiro tetracorde era a
primeira do segundo, caso em que eram chamados tetracordes ​conjuntos​; e quando o
fim e o início dos tetracordes eram separados por um tom inteiro, ocorrência que os
denominava de ​disjuntos​.

Os tetracordes gregos, por sua vez, apresentavam-se de três formas e eram


utilizados no que hoje conhece-se como movimento descendente. O tetracorde
diatônico apresentava os dois intervalos superiores espaçados por tons inteiros e o
inferior por um semitom. O tetracorde ​cromático tinha o intervalo superior separado por
uma terça menor (denominada de semidítono), e os dois intervalos inferiores formavam
semitons, região densa denominada ​pynknon​. O tetracorde ​enarmônico​, por sua vez,
apresentava o intervalo superior como uma terça maior (dítono) e os dois inferiores
formando o ​pynknon​.

O processo de concatenação de tetracordes levou, com o tempo, à formação do


sistema perfeito completo​, em que se formava uma escala de duas oitavas com
tetracordes conjuntos e disjuntos alternados. O ​sistema perfeito menor também era
presente e diferia da escala formada no ​sistema perfeito maior pela adição de um
tetracorde conjunto suplementar com as notas ​ré​, ​dó​, ​si​ e ​lá​.

Cleónides, por sua vez, demonstrou a existência de três espécies de quartas,


quatro de quintas e sete de oitavas, as quais eram diferenciadas pelas sequências de
tons e semitons. Às espécies de oitavas, Cleónides atribuiu os nomes étnicos de
dórico​, ​frígio etc; cada uma delas podem ser representadas como segmentos do
sistema perfeito completo (maior e menor) na sua forma natural.

Já Ptolomeu teceu um sistema baseado em ​tonois​, em que, baseando-se nas


notas do sistema perfeito completo, poderia-se combinar tons e semitons nas mais
diversas formas a partir de um determinado ​tonos​, no espaço de oitava. Então, por
exemplo, na posição central do sistema perfeito, colocava o ​tonos dórico, um tom
acima o ​tonos​ frígio etc.

3. Por que é praticamente impossível realizarmos uma história da


música das práticas musicais da Grécia Antiga?

O que se sabe hoje em dia sobre as práticas musicais da Grécia Antiga deriva
do conhecimento adquirido a partir de contos épicos e antigos escritos que
sobreviveram até os tempos atuais. Nenhuma vestígio real, ou que pode ser
completamente compreendido, de instrumentos ou notação sobreviveu para que se
pudesse historicizar as práticas musicais gregas clássicas.

4. Resumidamente, discorra sobre as principais características


sociais e culturais da sociedade européia durante a Idade Média.

Denomina-se Idade Média como sendo o período abrangendo os séculos V e


XV, desde a queda do Império Romano do Ocidente até a tomada de Constantinopla
pelos turcos otomanos. A este período, agrega-se um sistema de ordens político e
socioeconômica denominado Feudalismo, baseado na descentralização política, na
agricultura de subsistência e na divisão social em três ordens: plebe, nobreza e clero.

No âmbito cultural, tem-se a Igreja Católica como entidade mestra e reguladora


das principais atividades e deveres frente ao panorama cultural da época, baseado no
teocentrismo. Assim, os aspectos culturais focariam questões sacras, sem fins
contemplativos, mas de foco ao cunho litúrgico e religioso. Linhas culturais seculares
também ascendem no período medieval, uma delas pode ser representada pelas
práticas trovadorescas.
5. Relacione e explique ao menos três influências da teoria musical
da Grécia Antiga encontradas nas práticas musicais da Idade
Média.

A teoria musical clássica grega influenciou as práticas musicais da Idade Média


em inúmeros aspectos, alguns deles tangem:

● A concepção inicial de uma terminologia musical, isto é, a utilização e emprego


de termos para designar aspectos teóricos musicais;
● A fundamentação de uma teoria acústica, desenvolvida segundo aspectos
científicos;
● Um sistema de formação de escalas baseado em tetracordes;
● A noção da melodia estar associada às palavras por meio do ritmo e da métrica;
● A execução musical de caráter improvisativo, frente a ausência de uma notação
fixa. O intérprete possui um papel criador na execução musical, mas seguia
padrões musicais mantidos por tradições orais;
● A concepção de uma filosofia associada à música, interpretando-a não como
sons, meramente, mas como um sistema ordenado, intimamente agregado à
Natureza e capaz de afetar o pensamento e conduta humanos;
● A noção da presença da linha melódica como parte essencial da música.

6. Explique de que forma a consolidação do cristianismo é


importante para a compreensão dos primórdios da história da
música ocidental.

A música ocidental desenvolveu-se grandemente em função das música


agregadas às liturgias cristãs. A consolidação da soberania da Igreja Católica gerou a
necessidade de ampliação das práticas musicais, partindo-se destas liturgias.

A consolidação do cristianismo na Europa se deu, essencialmente, como


resultado da expansão do Reino Franco até a consolidação do Império Carolíngio, por
Carlos Magno, e instauração da religião cristã como a oficial deste Império.
7. Na página 44 há uma citação de Santo Agostinho sobre “os
prazeres e perigos da música”. Leia e resuma o que compreendeu.

Santo Agostinho tece um caráter dual da música que ouvia. Um dos sentidos
foca-se nas letras das músicas a que ouvia, evidenciando-se, assim, o caráter funcional
desta música, de ordem religiosa e não contemplativa, focando-se em expor o texto
religioso. No entanto, por outro lado, por vezes, Santo Agostinho sensibilizava-se pela
música, e não apenas pela letra. Nesta ocasião, o Santo revela ter pecado, pois
agregando seu prazer à música e não à letra, ia contra o objetivo meramente religioso,
de fins litúrgicos expostos no texto, ao qual deveria dar, segundo ele próprio, total
atenção e valor.

8. Quais são as partes que compõe a liturgia do ​ordinarium ​da missa


católica?

O ​ordinarium da missa católica consiste nas partes invariáveis do serviço,


normalmente cantadas pela congregação e apresentando melodias silábicas. Fazem
parte do ​ordinarium ​da missa as seguintes sessões:

1. Kyrie;
2. Gloria;
3. Credo;
4. Sanctus;
5. Benedictus;
6. Agnus Dei.

9. Qual a diferença entre Missa e Ofício?

Embora tanto a ​missa quanto o ​ofício simbolizem serviços religiosos, eles


apresentam, substancialmente, funções distintas.

Os ​ofícios​, também denominados de ​horas canônicas​, são celebrados


diariamente em determinados horários; apresentando-se como uma recitação pública,
embora ocorressem em mosteiros, igrejas e catedrais, primariamente. Os ​ofícios são
compostos de orações, salmos, cânticos, antífonas, responsos, hinos e leituras, sendo
musicalmente compilados no ​Antifonário​.

A ​missa​, por outro lado, celebra a última ceia através da oferta e consagração
do pãe e do vinho, e da partilha destes entre os fiés; e caracteriza-se como o mais
importante serviço religioso da igreja católica.

10. O que é uma antífona?

A antífona consiste em uma resposta musical associada, em geral, a um salmo.


As antífonas normalmente recorrem a tipos melódicos similares, sendo apenas
levemente adaptadas para se adequarem ao texto. Elas têm melodias silábias ou
pouco ornamentadas e ritmo simples; sendo originalmente mais destinadas a serem
cantadas por grupos de cantores que por solistas. A antífona é entoada, assim, pela
congregação antes e depois do salmo.

11. O que é canto gregoriano?

O canto gregoriano consiste numa melodia de linha única cantada em Latim por
vozes masculinas desprovidas de acompanhamento instrumental, apresentando ritmo
flexível e articulado, sem acentuação regular, também sendo baseado em sistemas de
escalas. Este canto tem por finalidade um caráter impessoal e voltado para expressar o
caráter religioso do texto cantado, expondo-se de maneira funcional, isto é, não sendo
voltado à apreciação ou entretenimento do ouvinte.

12. Explique o desenvolvimento da notação musical.

Primariamente, os cânticos eram transmitidos de forma oral, inexistindo uma


notação musical formalizada. Por vezes, alguns símbolos eram adicionados para que
se tivesse um noção genérica da melodia associada a um texto. Em meados do século
IX, inicia-se a utilização de neumas, isto é, sinais colocados acima das palavras,
indicando direções melódicas (linhas ascendentes ou descendentes). No entanto, a
necessidade de uma forma mais exata de notação das melodias fez com que escribas,
já no século X, colocassem neumas com alturas variáveis acima do texto, a fim de
simbolizar a configuração melódia. Tais neumas são denominados elevados ou
diastemáticos. Evolutivamente, teve-se a adição de uma linha horizontal vermelha,
representante da nota ​fá​, com neumas agrupados em torno desta linha; e
posteriormente uma segunda linha, em geral amarela, representando o ​dó​.

No século XI, Guido de Arezzo já fazia a utilização de uma pauta com quatro
linhas, as quais apresentavam letras representando as notas ​fá​, ​dó e até ​sol​. A
utilização da pauta possibilitou o registro preciso de alturas relativas entre notas de
melodias.

No entanto, a utilização de neumas ainda não possibilitava a indicação da


duração relativa das notas, embora representasse alturas relativas entre elas. Alguns
sinais indicativos de ritmos apareciam em certos manuscritos, mas apenas nos século
IX é que valores temporais longos e breves precisos passaram a ser utilizados nos
cânticos. Todavia tal forma fadou ao desuso a partir do século XII.

Deste então, as notas num cantochão passaram a apresentar mesmo valor,


embora fossem agrupadas ritmicamente em grupos de duas ou três notas. Tais grupos,
por sua vez, eram combinados de forma a criar unidades rítmicas ainda mais amplas.

13.Resumidamente, explique como surgiu a Solmização, a partir dos


ensinamentos de Guido d’Arezzo.

Os ensinamentos do monge Guido de Arezzo (séc. XI) visavam o ensino de


leitura à primeira vista. Assim, o monge propôs uma série de sílabas, ​ut, re, mi, fa sol,
la​, para auxiliar a memorização pelos cantores das sequência de tons ou semitons em
escalas que começassem em ​sol ou em ​dó​. As sílabas foram retiradas dos inícios de
frases do cântico “​Ut queant laxis”. ​Tais sílabas eram denominadas sílabas de
solmização, sendo que os semitom encontrava-se entre as sílabas ​mi​ e ​fá​.

Após Guido, o modelo de solmização originou um sistema de hexacordes, em


que a sequência de notas, de ​ut a ​lá​, poderia se iniciar em diversos pontos da escala,
mantendo-se a configuração de tons e semitons. Para se aprender melodias que
excedessem o âmbito de seis notas, era necessária a mudança de um hexacorde para
outro.

Desenvolveu-se, assim, a ​mão guidoniana​, um modelo auxiliar pedagógico que


marcava em cada articulação da mão esquerda uma das vinte notas do sistema.
14. Quantos e quais foram os modos eclesiásticos muito utilizados na
construção dos cantos gregorianos? Exemplifique musicalmente
(isto é, utilizando um pentagrama musical).

A utilização do sistema de modos eclesiásticos foi gradual, atingindo sua forma


acaba no século XI. O sistema incluia oito modos, os quais eram diferenciados pelo
posicionamento de tons e semitons numa oitava diatônica construída a partir da ​finalis​.
Os modos eram classificados em modos ímpares, nomeados ​autênticos e modos
pares, ​plagais​. Os modos ​plagais apresentavam a mesma ​finalis que o modo autêntico
correspondente, embora abrangessem a oitava a partir de uma quarta abaixo desta
finalis​. Além da ​finalis​, tem-se em cada modo a nota ​tenor​, a nota característica do
dado modo. As notas ​finalis dos modos autêntico e plagal são iguais, mas a nota tenor
é distinta.

Nos modos autênticos, o tenor é a nota um quinta acima da ​finalis e nos plagais,
o tenor fica uma terça abaixo do tenor do modo autêntico correspondente; no entanto,
um tenor não pode ser a nota ​si​, sendo neste caso, substituído pela nota ​dó​.
Na figura acima, a breve indica a ​finalis​ do modo e a semibreve o tenor.

Os modos serviam como um meio de classificar os cânticos e ordenar os livros


litúrgicos.

15. Quais foram as etapas no desenvolvimento da polifonia.

Acreditava-se que a música polifônica já era presente na Europa antes mesmo


de sua existência concebida, em práticas musicais sacras não-litúrgicas. Acredita-se
que ocorria a duplicação da melodia espaçada em intervalos de terça, quarta ou quinta.

Contudo, a prática polifônica encontra-se devidamente manifestada num tratado


anônimo de música ​Musica enchiriadis e complementado pela ​Scolica enchiriadis​, nas
quais são descritas duas formas do então chamado “canto conjunto”, denominado
organum​.

Um destes é o ​organum primitivo, no qual uma melodia do cantochão, cantada


pela ​vox principalis é duplicada pela ​vox organalis a partir de um intervalo quinta acima
ou quarta abaixo. Nesta primeira fase, a voz suplementar apenas duplica a melodia
original. Com o tempo, já no século XI, as vozes desenvolvem independência e igual
importância, tecendo movimentos contrário e oblíquo em relação uma a outra.

A ​vox organalis normalmente situava-se acima da ​vox principalis​, embora o


cruzamento de vozes fosse ocorrente. Por vezes, a ​vox organalis cantava duas notas
em contraposição a uma da ​vox principalis​. Procurava-se sempre fazer uso de
consonâncias, do uníssono, oitava, quarta e quinta; sendo que a ocorrência de
dissonâncias eram acidentais e eram conduzidas à resolução. Contudo, apesar de já
haver a combinação de melodias melodicamente independentes, estas ainda não se
mostravam ritmicamente emancipadas. Assim, houve uma necessidade de evolução da
notação a ponto de representar claramente aspectos rítmicos para que tal
independência fosse almejada.

A partir do século XII surge um novo ​organum​, o melismático ou florido. Nele, a


voz cantando a melodia do cantochão era a mais grave e com notas prolongadas para
que a voz mais aguda cantasse frases de comprimento variável entre tais notas. Tal
estrutura retira o caráter de melodia definida da voz mais grave, a qual passa a entoar
notas soltas, bordões, sobrepostos por elaborações melódicas. Tal voz mais grave
passou, com o tempo, a ser denominada de ​tenor​.

16. Defina: organum e discante, clausula

O termo ​organum refere-se ao tipo de composição polifônica em que a voz mais


grave mantinha notas longas ao passo que a voz organal desenvolvia um desenho
melódico. Tal construção foi mais desenvolvida entre o final do século XII e início do
século XIII.

O termo utilizado para designar as composições polifônicas em que as vozes


seguem um mesmo padrão rítmico foi o ​descante​.

A ​cláusula correspondia à seção de um ​organum em que o ​descante era


utilizado. Tal prática foi largamente utilizada por Léonin.

17. O que é um modo rítmico?

O modo rítmico consiste em um combinação de notas em um grupo seguindo


um padrão rítmico, sendo denotado por meio de diferentes símbolos. Tal sistema foi
concebido e utilizado a partir do século XIII como método de notação rítmica. Na
concepção, uma melodia era composta seguindo um modo rítmico, sendo que o
mesmo era repetido indefinidamente nesta dada linha melódica; contanto, na prática, o
ritmo melódico mostrava-se mais flexível, com notas dividindo-se em unidades
menores.

A base do sistema de modos rítmicos era uma unidade de medida tripla,


denominada ​perfectio​, fato que permitia a combinação dos modos entre si.

18. O que foi a Escola de Notre Dame? Quem foi Leonin e Perotin?

A Escola de Notre Dame consiste numa escola de compositores polifônicos que


exerciam suas atividades em Paris, e outros locais do Centro-Norte francês. A esta escola
atribuem-se os desenvolveres de dois compositores conhecidos, Léonin e Pérotin e a seus
contemporâneos anônimos franceses. O desenvolvimento da polifonia, em si, basicamente
centrou-se no trabalho da Escola de Notre Dame, iniciando-se lá entre os séculos XII e XIV até
irradiar-se para o resto da Europa. Três estilos principais de composição são representados
pela Escola de Notre Dame, sendo eles o ​organum​, o ​conductus​ e o ​moteto​.
Léonin foi um cônego da catedral de Paris, o qual escreveu um ciclo de graduais,
aleluias e responsórios a duas vozes para todo o ano litúrgico. Os ​organa de Léonin eram
compostos para as seções solísticas dos cânticos responsorias de missas e ofícios.
Característica de Léonin era a justaposição de elementos antigos e novos, ocasionando a
alternância e contraste, isto é, utilizava-se passagens com canto em uníssono e outras com
polifonia
Pérotin trabalhou na mesma igreja de Léonin. A obra de Pérotin e de seus
contemporâneos marca uma continuidade às obras produzidas na geração de Léonin. A
estrutura básica do ​organum não foi alterada por Pérotin, mas este introduz uma precisão
rítmica mais acentuada em suas composições. O tenor dos ​organa de Pérotin aparecia em
motivos rítmicos idênticos e reiterados, introduzindo notas de duração mais breve que os
organa de Léonin; sendo que sua melodia era repetida completamente, de forma a contribuir
para a duração da peça. Também atribui-se a Pérotin e seus contemporâneos a adição das
terceira e quarta vozes ao ​organum,​ que passou a ser denominado de ​triplum e ​quadruplum​,
em contraposição ao antigo ​duplum​.

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