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Resumo do livro: A dimensão técnico operativa do Serviço Social:


desafios contemporâneos. Organizadoras: Claudia Monica dos Santos,
Sheila Backx e Yollanda Guerra.

A dimensão técnico-operativa do Serviço Social: questões para reflexão.


Autores: Claudia Monica dos Santos, Rodrigo de Souza Lima e Sheila
Backx

O texto objetiva traz a apresentação de algumas discussões ocorridas


no Simpósio “A Dimensão Técnico-Operativa no Serviço Social: Desafios
Contemporâneos na Formação Profissional do Assistente Social Frente aos
Novos Padrões de Proteção Social”.

A discussão da dimensão técnico-operativa aparece no texto como


dimensão constitutiva da profissão, enfatizando suas particularidades frente às
dimensões teórico -metodológica e ético-politica, sem, contudo dissociar essas
três dimensões. Os autores destacam a importância de não confundir as
expressões da profissão com suas esferas constitutivas, assim as expressões
interventivas, investigativas e formativas da profissão não são o escopo
constitutivo da profissão, mas a maneira como essas dimensões se
apresentam.

Na compreensão dos mesmos há uma tensão entre o Projeto ético


politico profissional inscrito no campo da emancipação humana sob orientação
marxista e o exercício profissional inscrito na esfera da emancipação politica e
de direitos inscrito na esfera da racionalidade burguesa.

A partir dessa proposição os autores vão colocar que a dimensão


técnico operativa se relaciona com o instrumental técnico-operativo, com as
ações e procedimentos profissionais, conformando uma unidade entre esses
elementos a elaboração teórica e as questões relacionadas ao espaço de
inserção profissional e as escolhas realizadas por esses mesmos profissionais
no âmbito do exercício profissional.

Esta dimensão esta imersa na discussão teórica e ética e encampa a


discussão do cotidiano como espaço privilegiado de ação profissional onde os

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assistentes sociais são colocados em contato com as demandas que chegam


fragmentadas, heterogêneas e imediatizadas.

Ao mesmo tempo faz-se necessário a compreensão das politicas sociais


e das instituições como mediações para o desenvolvimento critico da
intervenção profissional.

Outra questão suscitada é o ensino da dimensão técnico-operativa, onde


foi discutida a necessidade dos instrumentos serem debatidos a partir do
direcionamento teórico e do contexto que envolve seu uso, implicando num
repensar a própria intervenção. Foi enfatizada a necessidade de
transversalização do ensino desta dimensão em todos os eixos que compõe a
formação.

Por fim foi colocada a requisição de profissionais do Serviço Social para


funções relacionadas a gestão, particularmente na implementação da politica
de assistência social, o que representa um desafio posto para pensar a
discussão da dimensão técnico-operativa e a consonância da função de
gestão com os princípios orientados pelo projeto ético-politica profissional.

A dimensão técnico-operativa do exercício profissional. Autora: Yolanda


Guerra

A autora inicia sua argumentação situando o Serviço Social como


especialização do trabalho coletivo inserida na divisão sociotecnica do trabalho,
que é chamada a realizar a mediação entre Estado e classe trabalhadora via
politicas sociais, partindo deste referencial a autora irá situar a dimensão
técnico-operativa como aquela que mobilizada de maneira mais imediata o
cotidiano profissional isso se deve a sua resolutividade pratica frente às
questões colocadas no dia a dia da rotina profissional. Nessa dimensão ocorre
o processo de construção desconstrução e reconstrução da cultura profissional,
que incorpora valores, racionalidades, objetivos etc...

De modo geral o arsenal instrumental disposto para os profissionais é


concebido como suficiente para o exercício diário da profissão, a questão que
precisa ser levantada é aliar o que fazer, como fazer, porque fazer, para que

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fazer e com o que fazer a relação estabelecida entre essas questões


expressam as ações profissionais.

Por sua vez o cotidiano configura a relação espaço tempo central no


desenrolar das ações profissionais. Recorrendo a Heller(1989) este se
caracterizaria por sua heterogeneidade, espontaneidade, imediaticidade,
superficialidade extensiva. Essas características quando transposta para o
Serviço social acaba por caracterizar uma intervenção que tende a centrar-se
em respostas rápidas, pouco refletidas e que atendem as expectativas
institucionais.

A profissão tem caráter operativo o que significa a necessidade de dar


respostas que envolvem o manejo de algumas variáveis para a modificação de
determinada situação. `A questão suscitada é a operação pragmática da
intervenção, posto que o campo do cotidiano costuma demandar uma cisão
entre teoria e pratica na medida em que exige uma dissociação entre o pensar
e o fazer, é bom lembrar que o modo de produção capitalista aprofunda e
acentua essa divisão, principalmente pela própria maneira como o trabalho é
dividido, fragmentado e é demandada a construção da separação entre os que
pensam e os que executam.

Assoma-se a isso o clamor utilitarista que impõe a lógica do pensar/agir


a partir da dimensão da utilidade sem questionamentos do porque ou para que
ou com qual intenção algo é requisitado como útil, desprezando a reflexão e a
busca por nexos que compõe a demanda aparente, assim a intervenção diária
da profissão passa a orientar-se pela ideia de que os fins justificam os meios,
ao final o importante é o alcance dos resultados, sem considerar o processo e
a maneira como é constituída o que seriam resultado esperado para a
intervenção profissional.

A autora relata, estabelecendo uma relação com Heller(1999), alguns


procedimentos adotados no exercício profissional, a saber:

Ultrageneralização - consiste na generalização de experiências e


características de algumas situações para um amplo espectro de fenômenos

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com os quais se deparam os profissionais, esse modos operante é necessário


até certa medida para estabelecer algumas noções e ideias iniciais sobre uma
situação, mas torna-se um empecilho na medida em que invisibiliza as
particularidades e singularidades desse mesmo fenômeno.

Confiança – É uma característica importante do ponto de vista profissional, pois


traz a esfera da responsabilidade sobre as escolhas e direção da intervenção,
contudo esta pode se tornar um obstáculo a um olhar que procure um
referencial além de si mesmo, que ultrapasse as crenças e valores
sedimentados no profissional, que busque o questionamento e a duvida que
são base para a elaboração de novos conhecimentos sobre a realidade.

Analogia – Constitui-se de modo geral pela comparação, ou antes, pela


utilização de um modelo comparativo, onde se adota um conjunto de
procedimentos por semelhança a outra situação, esse procedimento é
acionado para lidar com as demandas postas na cotidianidade, mas quando
utilizada sem questionamentos ou considerações torna-se mera repetição de
modelos de intervenção recaindo no ranço dos manuais.

Precedente - A utilização de estudos e reflexões anteriores sobre situações que


se assemelham, esse procedimento, embora muito útil para se debruçar sobre
um caso ou situação, torna-se um complicador quando justamente leva uma
generalização apagando as especificidades do caso.

Imitação - Copiamos um modo de fazer do outro, ou uma maneira já utilizada


anteriormente para enfrentar determinada situação, esse modos operante traz
uma perspectiva que nega historicidade, conjuntura e contexto a intervenção
profissional.

A intervenção profissional, embora muitas vezes ocorra de maneira


fragmentada, instrumental e pouco aprofundada pela inserção do profissional
como executor terminal das politicas sociais, que por sua vez, se caracterizam
cada vez mais pela privatização, terceirização, descontinuidade, parcos
recursos etc. Podem se configurar como chaves de desvelamento da realidade
tanto do profissional quanto das demandas que a ele chegam, a investigação, a

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participação em outros espaços de âmbito social e politico podem propiciar a


suspenção desse cotidiano e o questionamento dele.

A dimensão teórico-metodológica é indissociável, na compreensão da


discussão técnico operativa, pois ela é atravessada pela intervenção e ao
mesmo tempo subsidia a intervenção, mesmo quando essa intervenção esta
sendo realizada com base no senso comum, lembrando que o senso comum
esta imerso em pragmatismo, utilitarismo que são orientações teórico-politicas.
Quando nos orientamos por uma discussão teórico-critica conseguimos
repensar as formas de atuação.

A articulação com a dimensão investigativa propicia uma realimentação


da elaboração teórico-prática, pois a investigação além de facilitar a suspensão
do cotidiano, ainda coloca em tela as relações estabelecidas entre o fazer
cotidiano à teoria e a dimensão politica do exercício profissional.

No que tange a dimensão ético – politica o fato do profissional ser


requisitado a uma intervenção com vistas a “mediar” a relação entre Estado e
classe trabalhadora, sendo muitas vezes requisitado para a disseminação da
ideologia dominante confere ao fazer profissional sua dimensão politica. Essa
dimensão é rica de possibilidades, pois dialoga com outros projetos societários
ao mesmo tempo os valores tanto no sentido dos princípios norteadores do
trabalho profissional, como no valor das ações desenvolvidas podem
redimensionar o exercício profissional.

A autora traz, ainda, a dimensão formativa como aquela que deve


articular as dimensões e contribuir com sua unidade, para tanto o campo de
estágio e a disciplina de estágio tornam-se fundamentais na compreensão da
articulação entre essas dimensões e o aprofundamento das mesmas
particularmente pelo caráter investigativo do momento do estágio.

Por fim a autora chama atenção para a confusão entre a aparência da


profissão, retratada como uma técnica social para a resolução de uma
multiplicidade de problemas que lança mão de alguns instrumentos que auxilie
no ajustamento e resolução fragmentada das demandas apresentadas, essa

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visão faz crer em uma independência e supervalorização da dimensão técnico-


operativa frente às demais, fazendo com que os instrumentos ganhem uma
suposta autonomia frente às relações estabelecidas entre esses, as teorias e
as opções entre projetos societários divergentes, a historicidade e conjuntura
da intervenção profissional.

Ações profissionais, procedimentos e instrumentos no trabalho dos


assistentes sociais nas politicas sociais. Autora: Rosa Lúcia Prédes
Trindade

O texto busca discutir as atribuições assumidas pelos assistentes sociais,


tendo como foco a dimensão técnico-operativa.

A principio é realizado uma conceituação dos termos ação,


procedimento e instrumento e técnica, a saber:

Ações – É a proposição interventiva da profissão, como: orientar, agrupar,


monitorar, planejar, supervisionar etc.. Para ter caráter de ação profissional
elas devem estar relacionadas aos conteúdos teóricos e as escolhas éticas dos
profissionais.

Procedimentos – São elementos intermediários entre as ações e os


instrumentos, não são exatamente uma ação, mas uma forma de organizar e
ou propiciar a ação, como por exemplo, o atendimento individual, plantão (no
geral não é designado por verbos que denotam ação).

Instrumentos - Os instrumentos são responsáveis pela execução das ações e


procedimentos, na medida em que se recorre a eles para concretiza-los, assim
uma entrevista é um instrumento que é acionado em um atendimento
individual.

Técnica – são as diferentes maneiras de utilização dos instrumentos.

A autora, então, recorre a uma subdivisão do conjunto das ações,


procedimentos e instrumentos utilizados pela profissão em relação aos

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seguimentos que são alvo destes, ações, procedimentos e instrumentos de


caráter individual com direcionamento para a atendimento direto aos usuários,
de caráter coletivo para atendimento dos usuários(indireto e/ou direto), de
caráter administrativo organizacional relacionado as articulações inter e intra
institucional e a gestão dos serviços etc..., de formação profissional, de
capacitação e de pesquisa.

Essas divisões, não significam uma abordagem fragmentada dos


instrumentos, na verdade se reafirma o caráter relacional do conjunto composto
por ações, procedimentos e instrumentos na sua relação com a teoria e com as
relações sociais em que esta imersa a profissão.

Para isso a autora lança mão de uma caracterização do mercado de


trabalho profissional recente, chamando atenção para dois aspectos: a
municipalização e interiorização da profissão e o aumento no quantitativo de
instituições que contam com a presença do Serviço Social, ainda que
quantitativamente haja poucos profissionais nessas instituições, ao mesmo
tempo a fragmentação e precarização das politicas sociais criam implicações
diretas para o exercício profissional, particularmente, no que se refere ao
conjunto de ações, procedimentos e instrumentos utilizados pelo Serviço
Social.

Nas ações de caráter individual prevalece a entrevista, onde, geralmente


coletam-se dados socioeconômicos, pessoais etc. Reitera-se a utilização da
entrevista, ficha e outros procedimentos, para seleção dos usuários habilitados
a acessar um serviço ou beneficio isso ocorre muitas vezes em virtude da
pauperização dos usuários e a precariedade de atendimentos das instituições
estes fatores intensificam a seletividade e a focalização o que muitas vezes
choca-se com o discurso do profissional pautado nos direitos sociais.

As entrevistas, em geral, ocorrem no chamado plantão social esse se


caracteriza, por um serviço fornecido pela instituição em que o usuário chega
de modo espontâneo, encaminhado por outras instituições ou agendado
previamente para o atendimento social, via de regra, com variadas demandas.

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O plantão embora bastante comum na pratica profissional tende a ser


reconhecido como um espaço precarizado de atendimento onde as
possibilidades restringem-se a prestação de auxilio e ajuda, entretanto a uma
dificuldade em analisar o plantão a luz do desmonte das politicas sociais e da
pauperização dos usuários, ao mesmo tempo de compreende-lo a partir das
demandas apresentadas e suas relações com outras politicas e serviços, do
acompanhamento a partir da demanda inicial, com isso repensando e
qualificando a atuação no plantão.

É Nas entrevistas e atendimentos que ocorre o repasse de informações


e/ou aconselhamento essas ações viabilizam informações sobre a instituição,
direitos, além de contribuírem na reflexão dos usuários acerca das
determinantes sociais que envolvem as demandas apresentadas, essa feição
da atuação, pode ainda viabilizar suporte emocional e orientações em saúde
etc..

No rol de instrumentos utilizados muitas vezes nas entrevistas e


atendimentos sociais individuais, ainda pode-se destacar o cadastro de
recursos, que se constitui por um conjunto de informações de contato de outras
instituições e serviços que podem ser acessados pelo usuário, esse cadastro
pode ser potencializado como uma ferramenta na construção de uma
perspectiva mais interinstitucional entre as diferentes politicas. Os
encaminhamentos, por sua vez, tornam-se um instrumento de contribuição à
viabilização de direitos na medida em que o profissional se responsabiliza pela
articulação com outro serviço e/ou instituição.

O acompanhamento social medida que reforça uma perspectiva


preventiva e mais integral de atendimento na mediada em que envolve
procedimentos como visita domiciliar, conhecimento da família do usuário,
visita a outras instituições que realizam atendimento ao usuário etc.. O
acompanhamento pode ainda contribuir com uma perspectiva mais intersetorial
já que envolve o estabelecimento de relações com outras instituições e
serviços.

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Por fim temos o registro de tais ações e procedimentos através de


documentação que pode ser classificada em dois grupos a documentação
técnica e documentação burocrático administrativa, sendo as primeiras
qualificadas como a documentação direcionada para o registro de atendimento
e acompanhamento dos usuários, e de modo geral, mais restrita aos
profissionais do Serviço Social, salvo o prontuário do usuário que costuma ser
um registro dos atendimentos de todos os profissionais da equipe.

Os documentos oficiais são ofícios, cartas, comunicados essa


documentação, embora relacionada aos atendimentos não se caracterizam por
um registro dos mesmos sendo mais providenciais para o suporte ao
atendimento e/ou acompanhamento. Destaca-se ainda o parecer social como
importante instrumento do exercício profissional, este se torna um
potencializador do acompanhamento e de uma ação mais qualificada ao
ultrapassar uma perspectiva burocrática e redutora que coloca esse
instrumento, apenas como uma descrição de uma face da realidade.

As Ações, procedimentos e instrumentos de caráter coletivo têm no


grupo um de seus principais procedimentos, de modo geral seus objetivos são
propiciar reflexão coletiva, troca de experienciais e socialização de
informações.

Os grupos podem ser formados de modo “espontâneo” quando se utiliza


salas de espera e podem ser planejados a partir da proximidade de demandas
entre os usuários ou da proximidade de perfis para discussão de determinadas
temática e ou questões que envolvam os usuários coletivamente. Os principais
instrumentos utilizados nos grupos são reunião, dinâmicas, material educativo,
material audiovisual etc..

Embora o grupo, organizado institucionalmente, seja a forma de atuação


coletiva mais comum no Serviço Social, chama atenção à intervenção
profissional junto a movimentos sociais e organizações da sociedade civil na
qualidade de palestrante ou facilitador no acesso a informações, participação
na mobilização e organização de conselhos de direitos e ainda na articulação,
facilitação e assessoria a “redes de apoio”, comumente na saúde, promovendo

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muitas vezes a participação dessas redes nas lutas por direitos relacionas a
saúde e a cidadania de usuário portadores de alguma condição especifica de
saúde. O registro dessas ações pode ser realizado em relatórios técnicos, atas,
murais, registros áudio visuais.

Coloca-se como desafio a uma maior expansão e aprofundamento das


ações coletivas profissionais: os múltiplos vínculos, jornada de trabalho
reduzida, a aceitação de demandas pontuais e burocrático administrativas, e
baixa experiência politica dos profissionais.

As ações profissionais de caráter de organização e gestão dos serviços


têm como característica a participação dos assistentes sociais como
articuladores Interinstitucionais, mobilizadores das equipes multiprofissionais e
participes no planejamento e assessoria a gestão de serviços, principalmente
em esfera municipal, tendo como principais instrumentos de trabalho: planos,
programas, projetos, planilhas, relatórios, mapas, organogramas, recursos
tecnológicos, etc.. Como dificuldade aponta-se: as dificuldades associadas ao
planejamento e organização.

As ações, procedimentos e instrumentos profissionais relacionados a


formação, capacitação e pesquisa, congregam no caso da formação os
profissionais em cargo de docência ou equivalentes e aqueles exercendo a
função de supervisor, neste caso sobressai a dimensão do ensino e da
contribuição a formação de novos profissionais.

As de capacitação referem-se à qualificação de recursos humanos


internos ou externos aos quadros da instituição. E as ações de pesquisa, aqui
representadas não só pela pesquisa acadêmica, mas pelo desenvolvimento da
dimensão investigativa responsável pela ultrapassagem das aparências dos
fenômenos. Os instrumentos ensejados nessas formas de atuação envolvem:
instrumentos de caráter pedagógico, instrumentos científicos, instrumentos de
pesquisa, ressalta-se como dificuldades para o exercício dessas funções o
acumulo de atribuições, a rotina massifica etc...

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Instrumental técnico e o Serviço Social. Autor: Hélder Boska de Moraes


Sarmento

O autor procura situar sua reflexão sobre instrumental técnico a partir da


discussão de trabalho e de processo de trabalho, articulada a uma leitura de
realidade marcada por dois movimentos, a saber:

O caminho de ida da contemporaneidade ao cotidiano: reconhecendo a


necessidade de pensar(fundamentos teóricos) a globalização, a tecnologia, as
formas de apreensão do real (estilos de pensamento), as transformações nos
modos de produção e reprodução social, as organizações, os conhecimentos
procedimentos; (p.111)

O caminho de volta, do cotidiano à contemporaneidade: a partir da apreensão


do cotidiano, da ética e da politica, a reprodução, da relação teoria-prática e
teoria-realidade, o instrumental-técnico, a construção do objeto da ação
profissional; (p.111)

Nesse sentido pensar a unidade teoria pratica significa pensar um


movimento complexo de relação entre teoria e realidade, que implica um
conjunto de mediações entre sujeitos e suas relações nos mecanismos da
produção e reprodução social.

Essa perspectiva traz o homem com uma multiplicidade dimensional que


se constitui a partir das esferas teleológicas da natureza fisio-biologica de suas
relações sociais e linguagem. Essas esferas por sua vez são mediatizadas pelo
trabalho e pelas necessidades sociais.

Essa ótica nos leva a pensar o exercício profissional a partir das


seguintes dimensões: dimensão concreta, dimensão gerencial, dimensão
socioeconômica, dimensão ideológica, dimensão simbólica. É bom lembrar que
o Serviço Social é parte do trabalho coletivo e possui autonomia relativa no
desenvolvimento de suas ações.

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Por outro lado à práxis como relação estabelecida entre o projetar e


realizar torna-se um conceito importante para a compreensão do trabalho
profissional que se estabelece a partir da teoria como projeção objetivada para
um fim à ação prática, embora ação como resultado nem sempre se identifique
com a projeção inicial.

Para contribuir com a elucidação da discussão do instrumental


profissional o autor ainda recorre ao conceito de técnica compreendida como
criação advinda do desdobramento da racionalidade, que estabelece uma inter-
relação com as formações socioculturais, econômicas e politicas, assim técnica
embora criação não pode ser descontextualizada da sociedade.

A partir dessas construções podemos situar os instrumentos como


potencializadores da ação teórico-politica do profissional e a técnica como
forma de condução de suas ações para o alcance de seus objetivos. Nesse
sentido os instrumentos se constituem em formas de elaboração a partir da
relação estabelecida entre o trabalho cotidiano e a reflexão teórica em uma
retroalimentação constante.

A partir desses marcos o autor realiza um breve inventario dos conceitos


de: relacionamento, observação, informação, abordagem, entrevista, reunião e
visita domiciliar. Segue abaixo a sumária descrição de tais conceitos:

Relacionamento – é esta ação profissional intencional na relação, isto é, o


processo de reconstrução das relações no campo das mediações, no âmbito
das relações sociais. (p.120)

Observação – pode ser entendida como instrumento importante no


levantamento de dados qualitativos e que possibilita a participação conjunta
dos usuários e do assistente social. (p.121)

Informação – para ser concebida como um potencializador valioso em nossas


ações precisa ser entendido como um instrumento que organiza e veicula
informações de interesse da população e do assistente social.

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Abordagem – é um contato intencional de aproximação através do qual é


criado um espaço para o dialogo critico, para a troca de informações e/ou
experiências para a aquisição de conhecimento e/ou de particularidades
necessárias à ação profissional...(p.121)

Entrevista – se constitui como instrumento utilizado intencionalmente e que


sendo estabelecido entre indivíduos diferenciados em seus papéis, vai
expressar e manifestar contradições nesta relação (...). Deste ponto de vista, a
entrevista é o estabelecimento de um dialogo que vai se realizando à medida
que vamos desvelando real...(p.122)

Reunião – é o estabelecimento de uma dinâmica na qual emergem as forças


vivas dos indivíduos em grupo. As correlações de forças vão emergindo na
medida em que a realidade concreta vai se revelando e aí se percebem os
elementos contraditórios da relação entre as classes sociais e organização da
sociedade. (p.122)

Visita domiciliar – como um instrumento que potencializa as possibilidades de


conhecimento da realidade (...) sendo construído um papel educativo,
colocando o saber técnico à disposição da qualidade de vida. (p.122)

A intervenção do Serviço Social nos CRAS: analise das demandas e


possibilidades para o trabalho socioeducativo realizado grupalmente.
Autora: Alexandra Aparecida Leite Toffanetto Seabra Eiras

O objetivo do texto é realizar uma discussão inicial sobre o trabalho


socioeducativo com grupos no CRAS.

A autora nos traz a discussão da função pedagógica do Serviço Social


com base em Mota(1998) e Abreu(2002), ao discutir a dimensão
socioeducativa do trabalho profissional em processos que envolvem a
socialização de informações, os processos organização, mobilização popular e
orientação em relação a hábitos e condutas.

Destacam-se os projetos socioeducativos que tem como objetivo central,


esclarecer e/ou facilitar a adesão dos indivíduos a determinadas atividades. De

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modo geral, os assistentes sociais envolvidos com esses projetos fazem uso de
técnicas e instrumentos produzidos no campo da psicossociologia, da
psicologia social e da pedagogia, ainda registra-se a utilização de dinâmicas de
grupo.

O projeto socioeducativo e o trabalho profissional com grupos tem uma


proximidade de relação já que ambos se destinam ao repasse de informações,
rediscuti valores e influencia na formação de novos valores e na mudança
comportamental etc..

A proposta de trabalho coletivo pode criar a falsa ideia de uma


construção de relações democráticas entre assistentes sociais e participantes,
mas a manutenção dos lugares diferenciados e hierarquizados de coordenador
e participante. Uma proposta mais democrática precisa questionar justamente
estes “lugares” pré-estabelecidos.

Essa questão torna-se premente, pois esta dinâmica de construção dos


grupos interfere diretamente na adesão dos usuários aos mesmos, é
importante demarcar que essas relações muitas vezes envolvem a manutenção
do status quo institucional, pois poucas instituições estão realmente dispostas a
discutir as necessidades dos usuários e os limites e questões da própria
instituição.

A autora finaliza considerando que a intervenção realizada com grupos


pelo Serviço Social caracteriza-se como atividade socioeducativa. O assistente
social costuma a realizar o grupo com foco na discussão de direitos e cidadania
para os usuários, contudo faz-se necessário trazer para o seio da reflexão
profissional as necessidades reais do usuário, a fim de potencializar a
participação e reflexão nos grupos.

Racionalidades e Serviço Social: o acervo técnico – instrumental em


questão. Autora: Yolanda Guerra

A autora nos chama atenção para a influencia da racionalidade formal


abstrata e no pensar/agir da profissão, esse modos de pensar encontra sua
origem no positivismo e posteriormente no funcionalismo, que propugnam uma

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visão de neutralidade sobre a sociedade encobrindo os conflitos e embates


próprios da sociedade capitalista, operando no mascaramento das disputas de
projetos societário em nome de uma busca pela harmonia social.

A profissão por nascer como uma das faces das respostas dadas pelo
Estado a questão social é eivada desse modos de pensar/agir levando a uma
atuação profissional disciplinadora e defensora da ordem social vigente.

No decorrer do tempo e com a maior institucionalização da profissão


combinada ao estabelecimento da ditadura civil/militar no Brasil, difusora do
tecnicismo e da neutralidade tecnocrática no trato das politicas sociais vemos o
Serviço Social em uma relação profundamente influenciado pela razão
instrumental esse desdobramento da racionalidade formal abstrata, significa
em linhas gerais um modo de conhecer e explicar os fenômenos sociais de
forma prática utilitária, de modo a conceber valor ao conhecimento na medida
em que ele possui uma aplicabilidade imediata. Esse pensamento leva a
profissão a um investimento cada vez mais intenso no primado instrumental e
técnico em detrimento da discussão teórico politica, inclusive da condução
desses instrumentos.

Como resposta possível ao constante apelo das racionalidades formal


abstrata e instrumental faz-se necessário o profissional buscar na critica o
elemento desvelador do real e questionador das razões formal abstrata e
instrumental, esse procedimento leva a compreensão do cotidiano para além
das suas aparências e do exercício profissional como espaço de
questionamentos e proposições de novas estratégias de intervenção
profissional.

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