O arranjo do ensino básico atual no Brasil é fruto de uma série de
mudanças recentes promulgadas e garantidas pela publicação da Constituição Federativa do Brasil de 1988. Além disso, a educação fica regida e regularizada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (lei 9394/96) com bases nos princípios que regem a Constituição Federal, e pelo Plano Nacional de Educação (PNE).
Esses arranjos jurídicos possuem como principal fundamento garantir e
estabelecer normas que regem a educação básica, no Brasil, em suas mais diversas modalidades e níveis de ensino. Além de normas esses documentos também preconizam ações que visem garantir a oferta e permanência do aluno em sala de aula, pois a Constituição e a LDB são claros em afirmar que o acesso a educação básica é um direito social de qualquer cidadão, que por sua vez garantirá ao individuo preparo para o seu exercício como cidadão e qualificação para o mundo do trabalho. Para garantir esses direitos de acesso do ambiente escolar, para qualquer individuo, a União trabalha em parceria com os poderes públicos Estaduais e Municipais atribuindo responsabilidades a cada esfera de governo.
Mas se a educação está tão bem respaldada e garantida juridicamente o
que faz ainda encontrarmos tantas disparidades no ensino básico brasileiro? Quais fatores culminam para o não alcance das metas estabelecidas por planos e metas educacionais?
Foi pensando nessas questões que foi proposto a encenação de um júri,
onde pudéssemos discutir e analisar as responsabilidades da UNIÃO no desenvolvimento histórico da educação brasileira. Dois grupos se dividiam em DEFENDER e ACUSAR o Estado, lançando de argumentos históricos que visassem absolver ou não o PODER PÚBLICO. Ao restante dos alunos que observavam cabia lançar sentenças que levassem a absolvição ou não do réu, o poder público.
2. SOBRE O JÚRI
O júri estava distribuído, basicamente, em dois grupos: a DEFENSORIA, e
a PROMOTORIA. Abaixo é possível ver os argumentos que foram defendidos pelos dois grupos.
2.1 PROMOTORIA
O grande argumento de acusação da promotoria dizia que o Estado
possuía alguns programas de permanência do aluno no ensino básico (citando até alguns desses programas), porém os alunos assistidos por tais ações não eram acompanhados. E essa falta de acompanhamento/fiscalização era um dos entraves para o sucesso desses programas. Como segundo argumento foi dito, pela promotoria, que não há interiorização do ensino tecnológico. Falou que predominantemente esse tipo de modalidade de ensino só atende ao público de áreas urbanas, e que logo não haveria a democratização do ensino tecnológico.
2.2 DEFENSORIA
Começou argumentando que o Brasil ainda é um país bastante novo em
questões que concernem à educação, falou da pouca idade da constituição federal e da LDB, e que por essas razões o Brasil ainda não se possui uma educação bem consolidada. Falou também que, atualmente, o poder público atua no investimento, formulação e aplicação de programas que visem garantir a permanência do aluno do ensino básico no ambiente escolar. E por fim, a defensoria defende-se da acusação de que o ensino tecnológico não seja democrático. A defensoria argumenta que os cursos técnicos são oferecidos de acordo com as necessidades locais do ambiente de oferecimento do curso.
3. SOBRE A SENTENÇA
Um dos parâmetros para se discutir a questão do fracasso escolar no Brasil são os
dados sobre fluxo, que consideram a repetência, a evasão, o abandono e a distorção idade-série. Partindo desses parâmetros e articulando-o às ações e programas de formação é fundamental identificar os processos pedagógicos, sociais e culturais que contribuem para a naturalização do fracasso escolar. Nessa perspectiva, a discussão sobre as formas de acesso e permanência com sucesso escolar articula-se à discussão sobre o papel social da educação e dimensões a serem asseguradas visando a garantia da qualidade social de processo formativo, bem como, a articulação da escola a dinâmica social vigente.