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GUIA DO

IMPOSTO
DE RENDA
por Jô Galazi
GUIA
DO
IMPOSTO DE RENDA
AVISO
Este material foi elaborado pela jornalista Jô Galazi, com orienta-
ção técnica da consultora tributária Eduarda Batistella, e será dis-
tribuído pelo analista Igor Rodrigues Luis. O material tem caráter
meramente informativo, não constitui e nem deve ser interpretado
como solicitação de compra ou venda, oferta ou recomendação de
qualquer ativo financeiro, investimento, sugestão de alocação ou
adoção de estratégias por parte dos destinatários. Os prazos, taxas
e condições aqui contidas são meramente indicativas. As informa-
ções contidas neste material foram consideradas razoáveis na data
em que ele foi divulgado e foram obtidas de fontes públicas consi-
deradas confiáveis. Não é dada nenhuma segurança ou garantia,
seja de forma expressa ou implícita, sobre a integridade, confia-
bilidade ou exatidão dessas informações. Os investidores devem
obter orientação especializada, com base em suas características
pessoais, antes de tomar qualquer decisão a respeito do tema tra-
tado neste guia. Não nos responsabilizamos por decisões de inves-
timentos que venham a ser tomadas com base nas informações
divulgadas e se exime de qualquer responsabilidade por quaisquer
prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização
deste material ou seu conteúdo.

COPYRIGHT
Essa publicação está protegida por Leis e tratados internacionais de
Direito Autoral. Nenhuma parte desse e-book poderá ser reprodu-
zida ou transmitida sem a prévia autorização por escrito do autor.

Copyright© 2018, Mago Finance


Todos os direitos reservados.
PREFÁCIO 1

PARTE I - RENDA VARIÁVEL 5

Capítulo 1 - Day Trade 13

Capítulo 2 - Mercado Futuro 31


SUMÁRIO

Capítulo 3 - Mercado à Vista 45

Capítulo 4 - Mercado de Opções 59

Capítulo 5 - Mercado a Termo 79

Capítulo 6 - Fundos de Investimento Imobiliário 91

PARTE II - RENDA FIXA 103

Capítulo 1 - Tesouro Direto 111

Capítulo 2 - Fundos de Renda Fixa 119

Capítulo 3 - Fundos Multimercado 125

Capítulo 4 - CDBs e RDBs 133

Capítulo 5 - Debêntures 139

Capítulo 6 - Títulos de Capitalização 145

PARTE III - A LETRA DA LEI 149

Renda Variável 151

Renda Fixa 166


PREFÁCIO

Lidar com o Imposto de Renda (IR) causa grande


preocupação à maioria dos investidores pessoa física,
estejam eles com ganhos ou com perdas. Desenrolar
o emaranhado de normas da Receita Federal e apli-
cá-las corretamente em cada caso específico é uma
caminhada cheia de armadilhas. Com este e-book,
o Mago Finance quer ajudar você a desmontar tais
armadilhas.

O guia que criamos está dividido em três partes.


Na primeira, mostramos como se dá a tributação nas
aplicações em renda variável; na segunda, destrin-
chamos a renda fixa; e na terceira reproduzimos as
normas da Receita Federal relativas aos dois temas,
de maneira a facilitar eventuais consultas à legislação.

Procuramos dotar este e-book de uma linguagem


acessível, que permita a você cuidar pessoalmente,
com segurança, do IR que recai sobre suas aplicações.
2 prefacio

PRODUÇÃO
Este e-book foi produzido por demanda do grupo
Mago Finance, dirigido pelo analista Igor Rodrigues
Luis. O trabalho teve a supervisão dele e de Bruno
Parodi, sócios-fundadores do Mago Finance.

Edição de arte e diagramação: Diogo Lavall

AGRADECIMENTOS
O apoio de alguns dos qualificados traders do Mago
Finance foi decisivo para a elaboração deste e-book.
São eles, por ordem alfabética, Adriana Aparecida
Thiago, Juliana Ayumi, Leandro Neves, Lucas Cappi,
Mauricio Bussolaro, Raquel I.C. Jesus, Rosângela San-
tos da Costa e Thulio Montes. Não há palavras para
agradecer adequadamente aos oito.
prefacio 3
PARTE

I
Renda Variável
6 Renda Variável

Por definição da Receita Federal, são de renda va-


riável os ativos cuja rentabilidade não pode ser dimen-
sionada no momento da aplicação. Fazem parte deste
mercado todas as operações realizadas nas bolsas de
valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas,
bem como as operações com ouro (ativo financeiro),
realizadas fora de bolsas, devidamente intermedia-
das por instituições integrantes do Sistema Financei-
ro Nacional (bancos, corretoras e distribuidoras).

Está no mercado de renda variável quem opta por


correr riscos para abrir a possibilidade de obter ga-
nhos maiores do que os fixados nos investimentos
considerados mais conservadoras. Com prudência,
um bom gerenciamento de risco e conhecimento
adequado de cada modalidade de aplicação de renda
variável, de fato são amplas as janelas pelas quais o
dinheiro pode entrar.

Com o dinheiro, pela mesma janela inevitavelmen-


te entra o Imposto de Renda, que recairá sobre os
ganhos, de acordo com a modalidade em que forem
negociados os ativos ou contratos. Por isso, é muito
importante conferir, cuidadosamente, as regras váli-
das para cada uma delas.

O investidor precisa calcular, todos os meses, o


que ganhou e o que perdeu em cada modalidade e os
custos com os quais arcou para fazer as operações.
Se o saldo for positivo, mesmo após a compensação
de prejuízos sofridos no passado, é obrigatório emitir
e pagar Documento de Arrecadação de Receitas Fe-
Renda Variável 7

derais (Darf). O pagamento deve ser feito até o último


dia útil do mês seguinte àquele em que o imposto foi
gerado. Em outras palavras, o pagamento do IR nas
operações de renda variável é mensal.

Nos meses em que o investidor não conseguiu ga-


nho líquido, nada há a informar à Receita Federal. É
essencial, contudo, a manutenção de um bom regis-
tro pessoal de todas as operações. Assim, quando vier
um mês positivo, o aplicador já terá o levantamento
das perdas a serem compensadas. O desconto delas,
tanto as de meses como as de anos anteriores, podem
ir sendo feitas, mês a mês, até que elas se esgotem.

Também precisa ficar bem compreendido que o


pagamento de IR por Darf é caracterizado pela Recei-
ta Federal como definitivo, o que quer dizer que os
valores pagos por Darf não podem ser abatidos do
imposto a pagar na Declaração de Ajuste Anual (DAA).

O registro dos resultados mensais das operações


na declaração de ajuste anual é feito em telas especí-
ficas do programa da Receita a cada ano. Como pode
haver mudanças, este e-book terá uma comple-
mentação a ser distribuída assim que o programa
relativo ao ano-exercício de 2018 (ano-calendário
2017) for divulgado pela Receita. Em tal comple-
mentação, guiaremos o investidor na tarefa de preen-
cher as telas.

Com o registro dos resultados mensais na declara-


ção de ajuste anual, é permitida a compensação de
perdas de meses e anos anteriores, sob determina-
8 Renda Variável

das condições, explicadas neste e-book nos capítu-


los dedicados a cada modalidade de mercado e/ou
operação.

Caso o investidor não tenha registrado em suas


declarações de ajuste anual os prejuízos que teve
nos anos precedentes, ele tem a possibilidade de re-
tificar declarações antigas, conforme mostramos em
seguida.

RETIFICAÇÃO DE DECLARAÇÃO ANUAL DE


IMPOSTO SOBRE A RENDA
É muito comum os investidores se preocuparem
apenas em declarar à Receita Federal o que ganharam
ao longo do ano. As perdas, eles costumam não regis-
trar – afinal, não há incidência de imposto sobre elas
e, assim, os prejuízos quase sempre são ignorados.

Ocorre que, ao desprezar o que perdeu, o investi-


dor pode estar elevando sua carga tributária quando
ganha. Isso porque os meses no vermelho podem ser
descontados de futuros lucros no mercado.

Se você teve perdas em anos anteriores e não as


registrou em declarações de ajuste anual, ainda tem
a chance de corrigir tal omissão. Veja em seguida
em que condições você pode ou não alterar as de-
clarações antigas e como proceder para fazer as
retificações.
Renda Variável 9

A) O prazo de retificação é de 5 anos.


B) A retificação somente é possível se sua declaração
não estiver sob fiscalização.
C) Se sua declaração caiu na malha fina, você não
poderá retificar a declaração do exercício após a
entrega dos documentos pedidos pela Receita Fe-
deral para tirar você da malha.
D) Não é permitido trocar a forma de tributação. Em
outras palavras, se a declaração a ser corrigida
tiver sido apresentada pelo modelo de desconto
simplificado, você não pode mudar para o modelo
de deduções legais. Se ela foi entregue à Receita
por este último modelo, você estará impedido de
usar, na retificação, o modelo simplificado.
E) Na retificação, você precisará usar o mesmo pro-
grama do IR do ano em que a declaração original
foi feita. Caso você queira corrigir uma declaração
entregue em 2016, terá de usar o programa IRPF
2016. Como lembra a própria Receita, a declara-
ção retificadora substitui integralmente a corrigi-
da “e, portanto, deve conter todas as informações
anteriormente declaradas com as alterações e
exclusões necessárias, bem como as informações
adicionadas, se for o caso”.
F) Para a fazer a retificação, entre no site da Receita
Federal – http://rfb.gov.br – e baixe o programa
relativo ao ano-exercício (que é o de entrega da
declaração) em questão. É nele que você fará as
alterações. Para indicar que se trata de uma decla-
ração retificadora, deve-se responder “Declaração
Retificadora” à pergunta “Que tipo de declaração
você deseja fazer?”. Tem de ser informado o nú-
mero do recibo da declaração a ser retificada.
10 Renda Variável

G) Tudo corrigido, é só enviar a declaração retificada


pela internet, por meio do programa de transmis-
são Receitanet. Caso você prefira, pode entregar a
retificação em mídia removível, em unidades físi-
cas da Receita.

DARF – TUDO JUNTO OU SEPARADOS?


Você tanto pode emitir um Documento de Arrecadação de Receitas
Federais (Darf) para cada mercado em que operou, como pode somar
os resultados de todos os seus impostos devidos no mês, de qualquer
modalidade de renda variável. Neste caso, emitirá um único Darf.

Trata-se de um caso de preferência pessoal. Fazer tudo em um docu-


mento só sem dúvidas poupará seu tempo – apenas, tenha o cuidado de
manter uma escrituração muito meticulosa a respeito dos resultados
registrados em cada uma das modalidades em que operou.
Renda Variável 11
CAPÍTULO

1
Day Trade
14 Day Trade

O pagamento mensal do Documento de Arreca-


dação de Receitas Federais (Darf) é um peso, pois as
pessoas tendem a não gostar de impostos e taxas,
mas representa uma vitória para os investidores, no-
tadamente os iniciantes – e mais ainda para os que fa-
zem operações de day trade. Significa que os ganhos
chegaram, quase sempre após meses de aprendiza-
do, com as consequentes e já programadas perdas.

É na hora de registrar os ganhos e apurar o que


precisa ser efetivamente pago à Receita Federal que
começa a complicação. Há muitas nuances e nem to-
dos estão preparados para destrinchar a linguagem
especializada das normas. Afinal, você não quer cor-
rer o risco de cometer um erro e acabar tendo de se
explicar ao Leão.

Observe que os prejuízos suportados no day trade


em meses e/ou em anos anteriores podem ser abati-
dos dos seus lucros, como explicaremos neste mesmo
capítulo, mais adiante, em Compensação de perdas.
No caso de perdas em anos anteriores, mesmo que
você não as tenha registrado em sua Declaração de
Ajuste Anual (DAA) do Imposto de Renda (IR), é pos-
sível corrigir a falha retificando declarações antigas,
como mostramos na página 8.

O passo a passo que damos a seguir e os exemplos


apresentados no encerramento deste capítulo pre-
tendem ajudar você a lidar com esta complexa área.
Há pontos bem conhecidos, mas não deixe de exami-
Day Trade 15

ná-los com cuidado. Não perca de vista os detalhes,


por mais que eles pareçam óbvios.

O PASSO A PASSO

PRIMEIRO PASSO

Comece separando as operações que foram feitas


na modalidade day trade. Como você sabe, são day
trade todas as operações que foram abertas e fecha-
das no mesmo dia, total ou parcialmente, por inter-
médio de uma mesma corretora. Se a liquidação tiver
sido só de uma parte, considere day trade apenas a
parcela de fato liquidada naquele dia. O que sobrar já
não é day trade e terá tratamento tributário diferente.

SEGUNDO PASSO

Agora, separe as operações day trade por ativo. No


Darf, o que você terá a pagar refere-se a todos os ati-
vos operados no sistema day trade, tais como índices
e dólar futuros (contratos cheios ou mínis) e ações.

No caso de ações operadas em day trade, a nota de


corretagem vem separada, pois se trata de mercado à
vista e não de futuro.

Fique atento, pois o tratamento tributário dado a


ações em operações comuns (swing trade e position)
não valem para as negociações day trade.
16 Day Trade

TERCEIRO PASSO

Pegue o valor dos ganhos em day trade com todos


os ativos operados (contratos de índice, dólar e ações)
em cada dia do mês e some-os.

QUARTO PASSO

Veja nas notas de corretagem o que você pagou


em taxas às instituições envolvidas nas negociações
(a bolsa e a corretora), a cada dia de ganho.

Some a esse valor o ISS que é recolhido pelo mu-


nicípio em que a sua corretora está sediada. Especia-
listas dizem que o ISS pode ser acrescentado aos cus-
tos, mas há pouca clareza sobre isso. Geralmente, as
corretoras o consideram para chegar ao valor líquido
da nota, mas se você achar que esta é uma área cin-
zenta, não inclua o ISS na sua conta.

Agora, pegue o total obtido em custos e diminua


do ganho alcançado no dia. Com isso, você chega ao
seu primeiro valor líquido, que é chamado de total
conta normal nas notas das corretoras.

QUINTO PASSO

É hora de fazer as contas dos pregões de perdas


com day trade. Repita os passos que indicam como
chegar ao montante de custos a cada dia.
Day Trade 17

O valor dos custos assim obtido deve ser acresci-


do à sua perda no dia. O valor final é o quanto você
perdeu realmente, ou seja, a soma dos custos com a
perda nas operações.

SEXTO PASSO

Tendo feito as contas explicadas nos passos ante-


riores para cada dia, some o resultado líquido regis-
trado em todos os dias em que teve ganho no mês,
em todos os ativos em que você operou na modali-
dade day trade. Ai você terá o valor real que ganhou
no período, com corretagem e taxas já devidamente
descontadas.

Some o resultado líquido de todas as perdas que


você sofreu no mês, ou seja, os prejuízos nas opera-
ções day trade, acrescidos dos custos que você teve
para operar. O valor obtido será a sua perda total no
mês.
Caso você tenha tido prejuízos em meses e/ou anos anteriores com
operações de day trade, leia Compensação de Perdas neste mesmo
capítulo.

À parte, some todos os valores que foram descon-


tados de você a titulo de Imposto de Renda Retido na
Fonte (IRRF) nas operações de day trade e anote o va-
lor final. A própria nota de corretagem mostra quanto
foi descontado, mas é bom saber como se chega a tal
número: basta calcular 1% sobre o seu valor líquido
(ou total normal).
18 Day Trade

SÉTIMO PASSO

Diminua do ganho líquido no mês a sua perda total


no mês.

Se o resultado for positivo, ou seja, se você ganhou


mais do que perdeu, aplique 20% sobre o valor obtido.

Some todo o IR descontado de você na fonte nas


operações de day trade, conforme recomendado no
sexto passo, e diminua este valor do montante apu-
rado na aplicação dos 20% sobre o seu ganho líquido.

O IR recolhido na fonte em seus dias de ganho nos


meses em que você fechou no negativo também pode
ser abatido, desde que a retenção tenha sido feita no
ano em curso.

O resultado final é o valor que você tem a pagar de


IR, por Darf. Ele tem de ser quitado até o último dia
do mês seguinte àquele em que houve o lucro líquido.
Fique atento: se o valor do Darf calculado for inferior a R$ 10,00,
você não poderá recolhê-lo, mas na sua próxima leva de ganhos, em
qualquer outro mês, ele terá de ser acrescentado às contas, a favor
da Receita.
Preencha o campo código da Receita no Darf com o número 6015,
que diz respeito às operações de pessoas físicas.
O pagamento do Darf deve ser feito até o último dia do mês seguin-
te àquele em que seu ganho foi apurado. Juros e multa penalizam
quem desrespeita o prazo.
A Receita oferece em seu site um programa para emissão de Darf e
cálculo de multas e outros encargos. Eis o link:
http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/tributaria/
pagamentos-e-parcelamentos/darf-calculo-e-impressao-programa-
sicalc-1/darf-calculo-e-impressao-programa-sicalc
Day Trade 19

COMPENSAÇÃO DE PERDAS NO DAY TRADE


Perdas ocorridas em meses anteriores, acrescidas
dos custos que você teve para operar, podem ser des-
contadas dos seus ganhos mensais seguintes, no todo
ou em parte. Com isso, mesmo em um mês positivo,
você tem o direito ser dispensado de emitir e pagar
Darf. Só não se esqueça que as operações, de ganhos
ou perdas, devem ser todas day trade.

Do ponto de vista da Receita Federal, tanto faz se


suas perdas ou seus ganhos ocorreram com con-
tratos de índice ou de dólar. Em um mês você pode,
por exemplo, ter operado apenas contratos de dólar
e apurado prejuízo – tal perda é dedutível dos ga-
nhos dos meses seguintes, mesmo que suas opera-
ções vencedoras sejam originárias só de contratos de
índice.

O que você ganhar ou perder com a negociação de


ações no day trade pode igualmente entrar na con-
ta para a emissão e pagamento do Darf. Na hipótese
de perdas com operações day trade com ações, você
tem o direito de deduzir o prejuízo do montante ga-
nho com contratos dólar e/ou de índice.

Mais: se você informou nas suas declarações


anuais de IR as perdas sofridas no day trade, é pos-
sível compensá-las e reduzir o valor do Darf a pagar
ou até mesmo ficar na situação de nada ter a pagar.
Você pode ir descontando as perdas até que o valor
declarado delas se esgote. Por isso, nunca deixe de
20 Day Trade

registrar na declaração de ajuste anual todos os pre-


juízos em que incorreu nas suas operações.

O registro destas informações é trabalhoso, mas


você pode tornar a carga mais leve. Mensalmente,
deixe tudo anotado, de preferência em uma planilha,
separando ativo por ativo, com os custos rateados
entre eles, na proporção do resultado financeiro apu-
rado, quando as notas de corretagem se referirem a
mais de um ativo do mesmo mercado. É o que se dá
no caso do índice e do dólar, ambos negociados no
mercado futuro (BM&F).
Se, por exemplo, sua perda foi de R$ 2 mil em um mês, por ter tido
R$ 800,00 de prejuízo com contratos de índice (40% do total perdido)
e R$ 1.200,00 com contratos de dólar (60%), some os custos que teve
para operar e aplique os percentuais sobre o total de custos. Diga-
mos que o custo total tenha sido de R$ 400. Neste caso, R$ 160,00
(40%) será o custo atribuído às operações com índice e R$ 240,00
(60%) será o custo atribuído aos negócios com contratos de dólar.

As negociações day trade com ações têm nota de


corretagem separada, pois são ativos de outro mer-
cado, o mercado à vista.

OS EXEMPLOS
• Tenha em mente que seus custos variarão confor-
me a quantidade de contratos girados e de opera-
ções feitas no dia.
• O valor do ISS foi incluído nos custos
• Veja as diferentes hipóteses para chegar ao valor
do IR devido, a ser pago por Darf.
Day Trade 21

CASO 1
INVESTIDOR COM OPERAÇÕES DAY TRADE
EM CONTRATOS DE ÍNDICE E/OU DE DÓLAR
(CHEIOS E/OU MÍNI)

GANHOS POR DIA EM CONTRATOS DE ÍNDICE E DÓLAR


Ganho IRRF
Ganho -Custo
líquido de 1%
R$ 150,00 R$ 25,72 R$ 124,28 R$ 1,24
R$ 180,00 R$ 26,15 R$ 153,85 R$ 1,54
R$ 150,00 R$ 27,20 R$ 122,80 R$ 1,23
R$ 200,00 R$ 32,40 R$ 167,60 R$ 1,68
R$ 160,00 R$ 25,30 R$ 134,70 R$ 1,35
R$ 180,00 R$ 29,02 R$ 150,98 R$ 1,51
R$ 150,00 R$ 26,40 R$ 123,60 R$ 1,24
R$ 200,00 R$ 29,30 R$ 170,70 R$ 1,70
R$ 180,00 R$ 30,40 R$ 149,60 R$ 1,50
R$ 150,00 R$ 28,80 R$ 121,20 R$ 1,21
R$ 190,00 R$ 31,10 R$ 158,90 R$ 1,59
R$ 150,00 R$ 26,90 R$ 123,10 R$ 1,23
R$ 200,00 R$ 31,60 R$ 168,40 R$ 1,68
R$ 180,00 R$ 29,90 R$ 150,10 R$ 1,50

Ganho bruto no mês: R$ 2.420,00


Custo total no mês (sem IRRF): R$ 400,19
Ganho líquido (total do mês): R$ 2.019,81
IR recolhido na fonte: R$ 20,20

PERDAS POR DIA EM CONTRATOS DE ÍNDICE E DÓLAR


Perda
Perda +Custo
final
R$ 150,00 R$ 32,00 R$ 182,00
R$ 170,00 R$ 35,90 R$ 205,90
R$ 150,00 R$ 28,50 R$ 178,50
R$ 120,00 R$ 25,30 R$ 145,30
R$ 180,00 R$ 34,80 R$ 214,80
R$ 150,00 R$ 29,10 R$ 179,10
22 Day Trade

Perda no mês: R$ 920,00


Custos: R$ 185,60
Perda total no mês: R$ 1.105,60

PRIMEIRA HIPÓTESE DO CASO 1


Quem nunca operou antes enquadra-se nesta hi-
pótese, que também é cabível para traders antigos, se
observadas as condições B e C:
A) Você só fez operações day trade com contratos de
índice e de dólar, cheios e/ou do tipo míni.
B) Você não teve perdas em meses e/ou anos ante-
riores que possam ser descontadas do ganho lí-
quido apurado no mês.
C) Você não teve IR retido na fonte em meses ante-
riores do ano em curso

CÁLCULO DO IR PARA A PRIMEIRA HIPÓTESE DO CASO 1

Ganho líquido no mês (R$ 2.019,81), menos a perda total


no mês (R$ 1.105,60): R$ 914,21.
É sobre estes R$ 914,21 que serão aplicados os 20% do
IR incidentes sobre operações day trade.
R$ 914,21 x 0,2 = R$ 182,84 (este é o imposto calculado)
R$ 182,84 – R$ 20,20 (valor do IR recolhido na fonte) = R$ 162,64
(este é o imposto devido)
O Darf que você emitirá e pagará no mês será de
R$ 162,64, dentro das condições apresentadas
para esta primeira hipótese.

SEGUNDA HIPÓTESE DO CASO 1


A) Você teve perdas em meses anteriores. Além dis-
so, sofreu prejuízos em anos anteriores e os regis-
trou nas suas declarações de ajuste anual do IR.
Day Trade 23

B) Você teve IR recolhido na fonte nos dias em que


saiu ganhador em meses anteriores, mesmo que,
no cômputo final, eles tenham sido negativos. O
desconto só é possível quando se referir a IR retido
na fonte em meses do ano em curso. Não é permi-
tido abater IR retido na fonte em anos anteriores.

CÁLCULO DO IR PARA A SEGUNDA HIPÓTESE DO CASO 1

Ganho líquido final no mês (R$ 2.019,81), menos a perda


total no mês (R$ 1.105,60): R$ 914,21
R$ 914,21 – R$ 420,00 (perdas registradas em meses anteriores) =
R$ 494,21
R$ 494,21 – R$ 250,00 (perdas registradas em anos anteriores) =
R$ 244,21
R$ 244,21: é sobre este valor que serão aplicados os
20% do IR incidentes sobre operações day trade.
R$ 244,21 x 0,2 = R$ 48,84 (este é o imposto calculado)
R$ 48,84 – R$ 20,20 (IR retido na fonte no mês) = R$ 28,60
R$ 28,60 – R$ 12,40 (IR retido na fonte em meses anteriores) =
R$ 16,20 (este é o imposto de renda devido no mês)
O Darf que você emitirá e pagará no mês será de
R$ 16,20, dentro das condições apresentadas
para esta segunda hipótese.

CASO 2
INVESTIDOR COM OPERAÇÕES DAY TRADE
APENAS EM AÇÕES
Fique atento: a alíquota do IR para ações negociadas em day trade
é de 20%. Só quando as operações são comuns (swing trade ou posi-
tion) a alíquota fica em 15%.

No caso de day trade, não há aquela isenção de IR


válida para as operações comuns (ou seja, de mais de
um dia) quando a venda de ativos não ultrapassar R$
20 mil no mês.
24 Day Trade

• Tenha em mente que seus custos variarão con-


forme a quantidade de ordens dada à corretora e
volume financeiro negociado.
• O valor do ISS foi incluído nos custos.

GANHOS POR DIA COM AÇÕES DAY TRADE


Ganho IRRF
Ganho -Custo
líquido de 1%
R$ 300,00 R$ 40,80 R$ 259,20 R$ 2,59
R$ 455,00 R$ 61,20 R$ 393,80 R$ 3,94
R$ 480,00 R$ 67,30 R$ 412,70 R$ 4,13
R$ 368,00 R$ 51,52 R$ 316,48 R$ 3,16
R$ 526,00 R$ 69,60 R$ 456,40 R$ 4,56
R$ 360,00 R$ 46,80 R$ 313,20 R$ 3,13

Ganho bruto no mês: R$ 2.489,00


Custo total no mês (sem IRRF): R$ 337,22
Ganho líquido (total do mês): R$ 2.151,78
IR recolhido na fonte: R$ 21,51

PERDAS POR DIA COM AÇÕES DAY TRADE


Perda
Perda +Custo
final
R$ 297,00 R$ 41,58 R$ 338,58
R$ 395,00 R$ 55,30 R$ 450,30
R$ 352,00 R$ 49,00 R$ 401,00

Perda no mês: R$ 1.044,00


Custos: R$ 145,88
Perda total no mês: R$ 1.189,88

PRIMEIRA HIPÓTESE DO CASO 2


Quem nunca operou antes enquadra-se nesta hi-
pótese, que também é cabível para traders antigos, se
observadas as condições B e C:
A) Você só fez operações day trade com ações.
Day Trade 25

B) Você não teve perdas em meses e/ou anos ante-


riores que possam ser descontadas do ganho lí-
quido apurado no mês.
C) Você não teve IR retido na fonte em meses ante-
riores do ano em curso.

CÁLCULO DO IR PARA A PRIMEIRA HIPÓTESE DO CASO 2

Ganho líquido no mês (R$ 2.151,78), menos a perda total


no mês (R$ 1.189,88): R$ 961,90.
É sobre estes R$ 961,90 que serão aplicados os 20% do
IR incidente sobre operações day trade.
R$ 961,90 x 0,2 = R$ 192,38 (este é o imposto calculado)
R$ 192,38 – R$ 21,51 (valor do IR recolhido na fonte) = R$ 170,87
(este é o imposto devido)
O Darf que você emitirá e pagará no mês será de
R$ 170,87, dentro das condições apresentadas
para esta primeira hipótese do Caso 2.

SEGUNDA HIPÓTESE DO CASO 2


A) Você teve perdas com ações day trade em meses
anteriores. Além disso, sofreu prejuízos em anos
anteriores e os registrou nas suas declarações de
ajuste anual do IR – portanto, pode descontar es-
tas perdas também.
B) Você teve IR recolhido na fonte nos dias em que
saiu ganhador em meses anteriores, mesmo que,
no cômputo final, eles tenham sido negativos. O
desconto só é possível quando se referir a IR retido
na fonte em meses do ano em curso. Não é permi-
tido abater IR retido na fonte em anos anteriores.
26 Day Trade

CÁLCULO DO IR PARA A SEGUNDA HIPÓTESE DO CASO 2

Ganho líquido no mês (R$ 2.151,78), menos a perda total


no mês (R$ 1.189,88): R$ 961,90.
R$ 961,90 – R$ 315,00 (perdas registradas em meses anteriores) =
R$ 649,90
R$ 649,90 – R$ 70,00 (perdas registradas em anos anteriores) =
R$ 576,90
R$ 576,90: é sobre este valor que serão aplicados os
20% do IR incidente sobre operações day trade:
R$ 576,90 x 0,2= R$ 115,38 (este é o imposto calculado)
R$ 115,38 – R$ 21,51 (IR retido na fonte no mês) = R$ 93,87
R$ 93,87 – R$ 17,00 (IR retido na fonte em meses anteriores) =
R$ 76,87 (este é o imposto de renda devido no mês)
O Darf que você emitirá e pagará no mês será de
R$ 76,87, dentro das condições apresentadas
para esta segunda hipótese.

CASO 3
INVESTIDOR COM OPERAÇÕES DAY TRADE
EM AÇÕES, CONTRATOS DE ÍNDICE E/OU
DE DÓLAR (CHEIOS E/OU MÍNI)
Para facilitar, usaremos os mesmos valores de ga-
nho líquido/mês e de perda total/mês apurados para
o índice e para o dólar no Caso 1 e para ações no Caso
2.
• O valor do ISS está incluído nos custos

PRIMEIRA HIPÓTESE DO CASO 3


Quem nunca operou antes enquadra-se nesta hi-
pótese, que também é cabível para traders antigos, se
observadas as condições B e C:
Day Trade 27

A) No mês, você fez operações com ações e contra-


tos de índice e/ou dólar (cheios e/ou míni)
B) Você não teve perdas em meses e/ou anos ante-
riores que possam ser descontadas do ganho lí-
quido apurado no mês.
C) Você não teve IR retido na fonte em meses ante-
riores do ano em curso

CÁLCULO DO IR PARA A PRIMEIRA HIPÓTESE DO CASO 3

R$ 162,64 (imposto devido nas operações de contratos de índice e de dó-


lar), somados a R$ 170,87 (imposto devido nas operações com
ações): R$ 333,51 (este é o imposto total devido no mês)
O Darf que você emitirá e pagará no mês será de
R$ 333,51, dentro das condições apresentadas
para esta primeira hipótese.

SEGUNDA HIPÓTESE DO CASO 3


A) No mês, você fez operações com ações e contra-
tos de índice e/ou dólar (cheios e/ou míni)
B) Você teve perdas em meses anteriores, mas so-
mente com ações. Nos contratos de índice e/ou
de dólar, não teve prejuízos a descontar. Além dis-
so, sofreu prejuízos em anos anteriores (somente
com ações) e os registrou nas suas declarações de
ajuste anual do IR – portanto, pode descontar es-
tas perdas também.
C) Você teve IR recolhido na fonte nos dias em que
saiu ganhador em meses anteriores, mesmo que,
no cômputo final, eles tenham sido negativos. O
desconto só é possível quando se referir a IR retido
na fonte em meses do ano em curso. Não é permi-
tido abater IR retido na fonte em anos anteriores.
28 Day Trade

CÁLCULO DO IR PARA A SEGUNDA HIPÓTESE DO CASO 3

R$ 162,64 (imposto devido nas operações de contratos de índice e de dólar),


somados a R$ 76,87 (imposto devido no mês, após compensa-
ção das perdas, conforme os números da segunda hipótese do Caso 2):
R$ 239,51 (este é o IR devido no mês).
O Darf que você emitirá e pagará no mês será de
R$ 239,51, dentro das condições apresentadas
para esta segunda hipótese.

TERCEIRA HIPÓTESE DO CASO 3


A) No mês, você fez operações com ações e contra-
tos de índice e/ou dólar (cheios e/ou míni).
B) Você teve perdas em meses anteriores, em todos
os ativos operados day trade. Além disso, sofreu
prejuízos em anos anteriores e os registrou nas
suas declarações de ajuste anual do IR.
C) Você teve IR recolhido na fonte nos dias em que
saiu ganhador em meses anteriores, mesmo que,
no cômputo final, eles tenham sido negativos. O
desconto só é possível quando se referir a IR retido
na fonte em meses do ano em curso. Não é permi-
tido abater IR retido na fonte em anos anteriores.

CÁLCULO DO IR PARA A TERCEIRA HIPÓTESE DO CASO 3

R$ 16,20 (imposto devido nas operações de contratos de índice e de dólar


após compensação de perdas anteriores) somados a R$ 76,87
(imposto devido no mês, após compensação das perdas, conforme os nú-
meros da segunda hipótese do Caso 2): R$ 93,07
O Darf que você emitirá e pagará no mês será de
R$ 93,07, dentro das condições apresentadas
para esta terceira hipótese.
Day Trade 29
CAPÍTULO

2
Mercado Futuro
32 Mercado Futuro

No mercado futuro são negociados contratos de


lotes padronizados de certos ativos, com data de li-
quidação previamente fixada. Existem, por exemplo,
contratos de futuros de índices, como o Ibovespa, de
moedas, como o dólar, de commodities, como o boi
gordo, e de taxas de juros. Os contratos podem ser
cheios, envolvendo grande volume do ativo em que
se baseiam, ou mínis, que representam um pequeno
percentual do contrato cheio.

Naturalmente, as operações podem ser abertas


e fechadas no mesmo dia, caso em que as opera-
ções passam a ser do tipo day trade (ver o Capítulo
1). Neste segundo capítulo, vamos falar apenas de
operações que duram mais de um dia e focaremos
nos contratos cheios do Índice Bovespa e de dólar,
por terem maior liquidez e serem mais conhecidos do
investidor pessoa física no Brasil. Quem opera ativos
como contratos de milho, boi gordo e petróleo, entre
outros, só precisa seguir os mesmos procedimentos
que indicamos para os contratos de índice e de dólar.

Independentemente do ativo, tanto quem assume


posição compradora, como quem assume posição
vendedora no mercado futuro precisa depositar uma
margem para garantia contra eventuais oscilações no
preço do ativo objeto da operação.

Adicionalmente, todos os dias a bolsa calcula uma


cotação para ajuste das posições nos ativos negocia-
dos em futuros. Estes ajustes diários são pagamentos
Mercado Futuro 33

de perdas ou recebimento de ganhos por parte dos


investidores.

É exatamente com base nos ajustes que se faz o


cálculo do ganho líquido do investidor nas operações
do mercado futuro. Isso envolve soma algébrica, que
nada mais é do que uma conta que admite parcelas
negativas. Assim, se você ganhou R$ 200,00, perdeu
R$ 150,00, ganhou R$ 320,00 e perdeu R$ 100,00, terá
R$ 270,00 como resultado líquido positivo.

Como especificado pela Receita Federal, “o ganho


líquido é o resultado positivo da soma algébrica dos
ajustes diários por ocasião da liquidação dos contra-
tos ou da cessão ou encerramento da posição, em
cada mês”.

Ainda conforme a Receita, “os resultados, positivos


ou negativos, apurados em cada contrato correspon-
derão à soma algébrica dos ajustes diários incorridos
entre as datas de abertura e de encerramento ou de
liquidação do contrato, total ou parcial. O resultado é
apurado na liquidação da operação, parcial ou total”.

O tratamento tributário dado ao mercado futuro


não difere do dispensado aos demais segmentos de
renda variável, exceto quando se trata de operações
day trade: não há isenções e a alíquota é de 15% so-
bre o ganho líquido, após descontados os custos da
operação e perdas ocorridas em meses e/ou anos
anteriores passíveis de serem compensadas. Destes
15% é que é abatido o Imposto de Renda Retido na
34 Mercado Futuro

Fonte (IRRF), conforme você verá nas notas de corre-


tagem geradas por suas operações.

O IRRF de meses anteriores do ano em curso pode


igualmente ser abatido do IR a pagar.

O PASSO A PASSO

PRIMEIRO PASSO

Verifique as operações que você fez no mês no


mercado futuro, encerradas total ou parcialmente, e
separe-as por ativo, de maneira a deixar tudo mui-
to bem organizado. Trata-se de uma providência que
não apenas facilitará os cálculos relativos ao mês,
como também deixará você melhor preparado para o
preenchimento da sua próxima declaração de ajuste
anual do IR.

SEGUNDO PASSO

Some todos os ganhos que você conseguiu nos vá-


rios ativos, ao longo do mês, nas operações encerra-
das total ou parcialmente. No mercado futuro, o ga-
nho vem dos ajustes diários por você recebidos nas
operações que caminharam a seu favor.

TERCEIRO PASSO

Nas notas de corretagem relativas às operações


feitas, identifique o que você pagou em taxas às insti-
Mercado Futuro 35

tuições envolvidas nas negociações em que você saiu


ganhador e some-as. Acrescente a esse valor o ISS
que é recolhido pelo Município em que a sua correto-
ra está sediada – esta informação também consta das
notas de corretagem.

Especialistas dizem que o ISS pode ser acrescen-


tado aos custos, mas não há clareza sobre isso. Ge-
ralmente, as corretoras o consideram para chegar ao
valor líquido da nota, mas se você achar que esta é
uma área cinzenta, simplesmente não inclua o ISS na
sua conta.

QUARTO PASSO

O total dos custos que você teve para operar ago-


ra tem de ser diminuído do total de ganhos obtidos,
como calculado no segundo passo. Feita esta conta,
você alcançará o valor do seu ganho líquido inicial.

QUINTO PASSO

Chegou a hora de calcular os prejuízos. Para isso,


some todas as perdas que teve no mês. No mercado
futuro, tais perdas são o que você pagou em ajustes
diários nas operações que foram contra você.

Em seguida, repita os procedimentos recomenda-


dos no quarto passo para saber o montante de custos
(corretagem, emolumentos, etc) com o qual você ar-
cou para fazer as operações perdedoras.
36 Mercado Futuro

O valor dos custos deverá ser somado ao total de


perdas que você teve no mês com as suas operações.
Aí você verá o valor real do seu prejuízo.

SEXTO PASSO

Some todos os valores que foram descontados de


você a título de Imposto de Renda Retido na Fonte
(IRRF). A informação consta das notas de corretagem
e somente entra na conta no final de todo o processo.

SÉTIMO PASSO

Agora, pegue o seu ganho líquido inicial, apurado


no quarto passo, e subtraia dele a sua perda total no
mês, como calculado no quinto passo.

Na sequência, pegue a soma das suas perdas em


meses e/ou anos anteriores (leia Compensação de
Perdas, mais à frente) e subtraia, do seu ganho líqui-
do, o valor encontrado.

Se o resultado for positivo, isto é, se você ganhou


mais do que perdeu, aplique 15% sobre o valor obti-
do. Os 15% são a alíquota do IR incidente sobre ga-
nhos no mercado futuro. Este é o imposto calculado.

Deduza do valor encontrado após a aplicação da


alíquota de 15% o total de IRRF recolhido em suas
operações (ver o sexto passo).
Mercado Futuro 37

O IR recolhido na fonte em ganhos nos meses em que você fechou


no negativo também pode ser abatido, desde que a retenção tenha
sido feita no ano em curso.

O resultado final é o que você tem a pagar em IR,


por Darf.

O Darf tem de ser quitado até o último dia útil do


mês seguinte àquele em que houve o lucro líquido.
Fique atento: se o valor do Darf calculado for inferior a R$ 10,00,
você não poderá recolhê-lo, mas no seu próximo mês positivo ele
terá de ser acrescentado às contas, a favor da Receita.
Preencha o campo código da Receita no Darf com o número 6015,
que diz respeito às operações de pessoas físicas.
Pagamento do Darf com atraso resulta em multa e juros. A Receita
oferece em seu site um programa para emissão de Darf e cálculo de
multas e outros encargos. Eis o link:
http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/tributaria/
pagamentos-e-parcelamentos/darf-calculo-e-impressao-programa-
sicalc-1/darf-calculo-e-impressao-programa-sicalc

COMPENSAÇÃO DE PERDAS NO MERCADO


FUTURO
É permitido descontar prejuízos de meses e/ou
anos anteriores nos meses em que você registra ga-
nho líquido. Pode-se abater dos ganhos no mercado
futuro as perdas sofridas em qualquer um dos mer-
cados de renda variável, ou seja, à vista, de opções e/
ou a termo. Não vale, porém, descontar perdas regis-
tradas no day trade.

As perdas ocorridas em meses anteriores, acresci-


das dos custos que você teve para operar, podem ser
descontadas nos seus ganhos mensais seguintes, no
38 Mercado Futuro

todo ou em parte. Com isso, mesmo em um mês po-


sitivo, você tem o direito de ser dispensado de emitir
e pagar Darf, ou de reduzir o valor a ser pago.

Se você informou as perdas nas suas declarações


anuais de IR, é possível compensá-las também e re-
duzir o valor do Darf a pagar ou até mesmo ficar na si-
tuação de nada ter a pagar. Você pode ir descontando
as perdas até que o valor declarado delas se esgote.

Por isso, nunca deixe de registrar na declaração de


ajuste anual todos os prejuízos das suas operações.
Mensalmente, anote tudo, preferencialmente em
uma planilha, separando ativo por ativo, com seus
respectivos custos. Assim, o trabalho será menor na
época de preencher a declaração de ajuste anual do
IR.

Mesmo que você não tenha registrado na declara-


ção anual as perdas suportadas em períodos anterio-
res, em certas situações é possível retificar as infor-
mações prestadas à Receita Federal. Veja como fazer
isso na página 8.

OS EXEMPLOS
• Como são mais líquidos e mais familiares aos in-
vestidores, daremos exemplos apenas de contra-
tos cheios do Índice Bovespa e do dólar. Também
minicontratos podem ser negociados no mercado
futuro.
Mercado Futuro 39

• As taxas de corretagem variam conforme a insti-


tuição intermediadora e o número de contratos
operados.
• O ISS foi incluído nos custos.

PRIMEIRA HIPÓTESE
• Se você nunca operou antes, mas obteve ganho
líquido e vai pagar Darf, está enquadrado nesta
primeira hipótese.
• Quem opera há mais tempo também pode estar
enquadrado nesta hipótese, desde que sejam ob-
servadas as seguintes condições:
A) Você não teve perdas em meses e/ou anos
anteriores que possam ser descontadas do
ganho líquido final apurado no mês.
B) Você não teve IR retido na fonte em meses an-
teriores do ano em curso.

OPERAÇÕES COM GANHO NO ÍNDICE BOVESPA - CONTRATO CHEIO1


Ganho
bruto no -Custo Ganho
IRRF
dia/ajuste diário líquido
recebido
R$ 925,00 R$ 16,00 R$ 909,00 R$ 0,05
R$ 910,00 R$ 15,40 R$ 894,60 R$ 0,04
R$ 920,00 R$ 15,90 R$ 904,10 R$ 0,05
R$ 905,00 R$ 15,25 R$ 889,75 R$ 0,04
R$ 895,00 R$ 14,95 R$ 880,05 R$ 0,04
R$ 880,00 R$ 14,40 R$ 865,60 R$ 0,04
R$ 890,00 R$ 14,80 R$ 875,20 R$ 0,04
R$ 905,00 R$ 15,25 R$ 889,75 R$ 0,04
R$ 915,00 R$ 15,60 R$ 899,40 R$ 0,05
R$ 910,00 R$ 15,40 R$ 894,60 R$ 0,04
R$ 900,00 R$ 15,10 R$ 884,90 R$ 0,04

1 O lote mínimo no futuro do Ibovespa é de cinco contratos. Este quadro


foi feito com base em um lote.
40 Mercado Futuro

Ganho bruto no mês com o Índice Bovespa: R$ 9.955,00


Custo das operações no mês: R$ 168,05
Ganho líquido no mês: R$ 9.786,95
IRRF no mês: R$ 0,47

OPERAÇÕES COM PERDAS NO ÍNDICE BOVESPA – CONTRATO CHEIO


Perda no Perda
+Custo
dia/ajuste total
diário
pago no dia
R$ 875,00 R$ 14,30 R$ 889,30
R$ 860,00 R$ 14,10 R$ 874,10
R$ 855,00 R$ 14,00 R$ 869,00
R$ 870,00 R$ 14,25 R$ 884,25
R$ 865,00 R$ 14,20 R$ 879,20
R$ 875,00 R$ 14,30 R$ 889,30
R$ 860,00 R$ 14,10 R$ 874,10

Perda no mês: R$ 6.060,00


Custo no mês: R$ 99,25
Perda total no mês: R$ 6.159,25

OPERAÇÕES COM GANHO NO DÓLAR (EUA) - CONTRATO CHEIO2


Ganho
Ganho
bruto no -Custo
líquido IRRF
dia/ajuste diário
no dia
recebido
R$ 1.725,00 R$ 27,60 R$ 1.697,40 R$ 0,08
R$ 1.790,00 R$ 28,60 R$ 1.761,40 R$ 0,09
R$ 1.756,00 R$ 28,10 R$ 1.727,90 R$ 0,09
R$ 1.770,00 R$ 28,30 R$ 1.741,70 R$ 0,09
R$ 1.730,00 R$ 27,70 R$ 1.702,30 R$ 0,09
R$ 1.750,00 R$ 28,40 R$ 1.721,60 R$ 0,09
R$ 1.745,00 R$ 28,05 R$ 1.716,95 R$ 0,09
R$ 1.760,00 R$ 28,20 R$ 1.731,80 R$ 0,09

Ganho bruto no mês com o dólar (EUA): R$ 14.026,00


Custo das operações no mês: R$ 224,95
Ganho líquido no mês: R$ 13.801,05
IRRF no mês: R$ 0,71
2 O lote mínimo no futuro de dólar americano é de cinco contratos. Este
quadro foi feito com base em um lote.
Mercado Futuro 41

OPERAÇÕES COM PERDAS NO DÓLAR (EUA) – CONTRATO CHEIO


Perda no
+Custo Perda total
dia/ajuste
diário no dia
pago
R$ 1.680,00 R$ 26,70 R$ 1.706,70
R$ 1.710,00 R$ 27,30 R$ 1.737,30
R$ 1.695,00 R$ 27,00 R$ 1.722,00
R$ 1.715,00 R$ 27,10 R$ 1.742,10
R$ 1.685,00 R$ 26,90 R$ 1.711,90
R$ 1.690,00 R$ 26,80 R$ 1.716,80

Perda no mês: R$ 10.175,00


Custo no mês: R$ 161,80
Perda total no mês: R$ 10.336,80

CÁLCULO DO IR PARA A PRIMEIRA HIPÓTESE:

Ganho líquido no mês com o Índice Bovespa:


R$ 9.786,95
Ganho líquido no mês com o dólar (EUA): R$ 13.801,05
Ganho líquido com o mercado futuro no mês:
R$ 23.588,00
IRRF: R$ 1,18
Perda total no mês com o Índice Bovespa: R$ 6.159,25
Perda total no mês com o dólar (EUA): R$ 10.336,80
Perda total com o mercado futuro no mês: R$ 16.496,05
Ganho líquido inicial no mês no mercado futuro
(R$ 23.588,00), menos a perda total no mês (R$ 16.496,05) =
R$ 7.091,95 (ganho líquido final)
É sobre esses R$ 7.091,95 que incidirá a alíquota de
15% de IR estabelecida para o mercado futuro.
R$ 7.091,95 x 0,15 = R$ 1.063,79 (este é o imposto calculado)
R$ 1.063,79 – R$ 1,18 (valor do IR recolhido na fonte) = R$ 1.062,61
(este é o imposto devido)
O Darf que você emitirá e pagará no mês será de
R$ 1.062,61, dentro das condições apresenta-
das para esta primeira hipótese.
42 Mercado Futuro

SEGUNDA HIPÓTESE
Os valores da primeira hipótese serão usados aqui
para facilitar o entendimento, mas a situação será
diferente:
A) Você teve perdas nos mercados futuro, de opções,
à vista e a termo em meses anteriores. Também
registrou prejuízos com estas modalidades de
operações em anos anteriores e as registrou em
suas declarações de ajuste anual do IR. Todas es-
tas perdas podem ser descontadas do seu ganho
líquido final no mês.
B) Houve IRRF em meses anteriores, ainda não aba-
tido. O desconto do IRRF só é possível quando se
referir a Imposto de Renda recolhido na fonte em
meses do ano em que você está emitindo o Darf. O
IRRF de anos anteriores não pode ser descontado.

CÁLCULO DO IR PARA A SEGUNDA HIPÓTESE

Ganho líquido final no mês: R$ 7.091,50


R$ 7.091,95 – R$ 2.035,00 (perda total de meses anteriores) =
R$ 5.056,95;
R$ 5.056,95 – R$ 4.130,00 (perda total de anos anteriores) =
R$ 926,95;
R$ 926,95: é sobre este valor que recairá a alíquota de
15% de IR incidente sobre as operações no merca-
do futuro;
R$ 926,95 x 0,15 = R$ 139,04 (este é o imposto calculado)
R$ 139,04 – R$ 1,18 (IRRF no mês) = 137,86
R$ 137,86 – R$ 2,05 (IRRF recolhido em meses anteriores) =
R$ 135,81 (este é o imposto devido)
O Darf que você emitirá e pagará no mês será de
R$ 135,81, dentro das condições apresentadas
para esta segunda hipótese.
Mercado Futuro 43
CAPÍTULO

3
Mercado à Vista
46 Mercado à Vista

A compra e a venda de ações no mercado à vista


recebem tratamento tributário, por parte da Receita
Federal, diferente daquele é dado às operações feitas
em outras modalidades de negociação, entre elas o
day trade, em que as operações são abertas e encer-
radas no mesmo dia. O ouro como ativo financeiro
faz parte da mesma categoria das ações no merca-
do à vista e, assim, as aplicações neste metal seguem
idênticas regras.

São chamadas de operações normais ou comuns


aquelas que englobam o swing trade, em que a in-
tenção do investidor é a de sair do negócio feito em
poucos dias ou semanas, e a position – nome mais
conhecido no mercado para a aquisição de um papel
com o qual se pretende ficar por prazos mais longos.
As operações em que o investidor está posicionado
como vendido no mercado à vista seguem as mesmas
normas.

A Receita Federal define como normais ou comuns


no mercado à vista as operações “cuja liquidação físi-
ca (entrega do ativo pelo vendedor) e financeira (pa-
gamento do ativo pelo comprador) ocorrem no máxi-
mo até o terceiro dia após o dia da negociação”.

A alíquota incidente sobre ganhos líquido no mer-


cado à vista é de 15%, com percentual de 0,005% re-
colhido na fonte (IRRF), calculado sobre o valor das
vendas efetuadas.
Mercado à Vista 47

Potencialmente, ações geram dividendos e Juros


sobre Capital Próprio (JSCP). Tais ocorrências entram
na declaração de ajuste anual.
Os dividendos são isentos de IR. Eles devem ser discriminados na
declaração anual, na ficha “Rendimentos isentos e não tributáveis”.
Os JSCP têm o IR cobrado na fonte, com alíquota de 15%. Na declara-
ção anual, são registrados na ficha “Imposto sobre a renda incidente
na fonte-tributação exclusiva na fonte”.
Bonificações e desdobramentos afetam o seu estoque de ações e o
valor médio dos papéis.

Uma importante diferença entre as demais ope-


rações de renda variável e as feitas com ações e/ou
ouro (ativo financeiro) no mercado à vista refere-se a
uma isenção de IR concedida pela Receita. Pela nor-
ma legal, quando o total de ações vendidas em um
mês não ultrapassar o valor de R$ 20 mil, não há inci-
dência de IR sobre ganhos que daí decorram.
Fique atento: muitos confundem a isenção para a venda de ações
com isenção em ganhos de até R$ 20 mil. Um equívoco desses pode
fazer o investidor cair na malha fina da Receita, sujeitando-o a pa-
gar multas. A isenção de R$ 20 mil é para a venda de ações em um
mês, e não para ganhos de R$ 20 mil.
A isenção é para a totalidade de ações vendidas em um mês e não
para os papéis de uma única companhia. Se você vendeu R$ 15 mil
em ações da Petrobras, com lucro, e também alienou R$ 10 mil em
papéis das Lojas Americanas, igualmente com ganho, em princípio
terá de emitir e pagar Darf no mês seguinte – a não ser, claro, que
você tenha perdas a compensar de períodos anteriores em valor su-
ficiente para cobrir o que efetivamente lucrou.
O limite de isenção de IR para vendas de até R$ 20 mil no mês vale
também para o ouro (ativo financeiro), separadamente.
O mês entendido pela Receita é o mês do calendário (janeiro, feve-
reiro, março etc) e não um período qualquer de 30 dias.

Tanto os prejuízos mensais sofridos, quanto os pre-


juízos de anos anteriores registrados na sua declara-
48 Mercado à Vista

ção de ajuste anual do IR podem ser descontados nos


meses em que você apurar ganhos. Desde que não
envolva day trade, podem ser abatidas, além das per-
das no mercado à vista, as verificadas nos mercados
de opções, a termo e futuro. Veja mais à frente, ainda
neste capítulo, e com mais detalhes, a parte que trata
de compensação de perdas.

Não se esqueça de que você pode retificar sua de-


claração, respeitadas certas condições. Veja como fa-
zer isso na página 8.

O Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) descon-


tado de suas operações ganhadoras nos meses em
que você, na totalização das contas, saiu no prejuízo
pode ser abatido do imposto a pagar por Darf.
Não é permitido deduzir, em um ano, o IRRF de anos anteriores. Este
abatimento somente pode ocorrer quando o IR na fonte tiver sido
descontado em um mês do ano presente.

Estude o passo a passo que apresentamos a seguir


e observe os exemplos que montamos, para identifi-
car os que mais se adaptam à sua situação específica.

O PASSO A PASSO

PRIMEIRO PASSO

Separe as operações encerradas no mês no merca-


do à vista, ou parcialmente encerradas. Digamos que
você tenha em carteira 1,5 mil ações da Petrobras,
mas vendeu apenas 500, com lucro ou prejuízo em
Mercado à Vista 49

relação ao preço pelo qual adquiriu os papeis. Neste


caso, para o Darf do mês, você vai considerar somen-
te o resultado oriundo da venda dessas 500 ações. Se
você foi comprando ações ao longo do tempo, deverá
fazer o preço médio ponderado delas.

SEGUNDO PASSO

Anote cuidadosamente as operações concluídas


no mês, separadas por ativo. No Darf, o que você terá
a pagar refere-se às ações de todas as empresas ne-
gociadas com ganho no mercado à vista, porém é me-
lhor você se organizar, com vistas ao preenchimento
da sua próxima declaração de ajuste anual do IR.

Junte as notas de corretagem das suas operações


no mercado à vista.

TERCEIRO PASSO

Pegue o valor dos ganhos com todos os ativos ope-


rados no mês e some-os.

QUARTO PASSO

Veja nas notas de corretagem o que você pagou


em taxas às instituições envolvidas nas negociações
(como a bolsa e a corretora) em cada operação en-
cerrada no mês com ganho. As taxas de corretagem
variam conforme a corretora.
50 Mercado à Vista

Some a esse valor o ISS que é recolhido pelo Muni-


cípio em que a sua corretora está sediada. Esta infor-
mação consta das notas de corretagem. Especialistas
dizem que o ISS pode ser acrescentado aos custos,
mas não há muita clareza sobre isso. Geralmente, as
corretoras o consideram para chegar ao valor líquido
da nota, mas se você achar que esta é uma área cin-
zenta, simplesmente não inclua o ISS na sua conta.

Pegue o total dos custos e diminua do ganho al-


cançado. Com isso, você chega ao seu primeiro valor
líquido, que é chamado de total conta normal nas no-
tas das corretoras.

QUINTO PASSO

Agora, você vai somar todas as perdas que teve no


mês, no mercado à vista. Repita os procedimentos do
quarto passo para sabe o montante de custos (corre-
tagem, emolumentos etc) que você teve, para somá-
-los às operações perdedoras.
Caso você tenha tido prejuízos em meses e/ou anos anteriores, leia
Compensação de Perdas neste mesmo capítulo.

Após acrescentar o montante dos custos à sua per-


da no mês, você terá o valor que realmente perdeu
no período.

SEXTO PASSO

Feitas as contas explicadas nos passos anteriores,


some o resultado líquido dos ganhos no mês, em to-
Mercado à Vista 51

dos os ativos negociados no mercado à vista. Ai você


saberá o valor real que ganhou no período, com cor-
retagem e taxas já devidamente descontadas – o aba-
timento do IRFF só se dá depois, na última etapa do
processo de cálculo.

À parte, some todos os valores que foram descon-


tados de você a titulo de Imposto de Renda Retido na
Fonte (IRRF) nas operações do mês. Esta informação
está na nota de corretagem.
Atenção: a alíquota na fonte é de 0,005% e incide sobre o valor de
venda das ações e não sobre o lucro líquido obtido na operação. Este
é o chamado imposto dedo-duro, que informa à Receita a sua mo-
vimentação na bolsa de valores. Por isso, ele é retido com base no
valor das vendas até em operações nas quais você sofreu prejuízo.

SÉTIMO PASSO

Diminua, do ganho líquido no mês, a sua perda to-


tal no mês.

Se o resultado for positivo, ou seja, se você ganhou


mais do que perdeu, aplique 15% sobre o valor obtido.

Pegue o valor do IR descontado de você na fonte,


conforme recomendado no sexto passo, e diminua
este valor do montante apurado na aplicação dos
15% sobre o seu ganho líquido.
O IR recolhido na fonte em ganhos nos meses em que você fechou
no negativo também pode ser abatido, desde que a retenção tenha
sido feita no ano em curso.

O resultado final é o valor que você tem a pagar de


IR, por Darf, se não houver perdas em meses ou anos
52 Mercado à Vista

anteriores a descontar (veja Compensação de Perdas,


neste mesmo capítulo).

O Darf tem de ser quitado até o último dia útil do


mês seguinte àquele em que houve o lucro líquido.
Fique atento: se o valor do Darf calculado for inferior a R$ 10,00,
você não poderá recolhê-lo, mas nos próximos meses positivos ele
terá de ser acrescentado às contas, a favor da Receita.
Preencha o campo código da Receita no Darf com o número 6015,
que diz respeito às operações de pessoas físicas.
Pagamento do Darf com atraso resulta em multa e juros. A Receita
oferece em seu site um programa para emissão de Darf e cálculo de
multas e outros encargos. Eis o link:
http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/tributaria/
pagamentos-e-parcelamentos/darf-calculo-e-impressao-programa-
sicalc-1/darf-calculo-e-impressao-programa-sicalc

COMPENSAÇÃO DE PERDAS NO
MERCADO À VISTA
Como mostrado nos capítulos anteriores, perdas
ocorridas em meses anteriores, acrescidas dos custos
que você teve para operar, podem ser descontadas
nos seus ganhos mensais seguintes, no todo ou em
parte. Com isso, mesmo em um mês positivo, você
tem o direito de ser dispensado de emitir e pagar
Darf, ou de reduzir o valor a ser entregue ao Leão.

Você pode abater dos seus ganhos no mercado


à vista as perdas sofridas nos meses anteriores em
qualquer um dos mercados de renda variável, ou
seja, opções, futuro e a termo. Não é permitido, po-
rém, descontar perdas sofridas no day trade.
Mercado à Vista 53

Mais: se você informou as perdas nas suas declara-


ções anuais de IR, é possível compensá-las também e
reduzir o valor do DARF a pagar ou até mesmo ficar
na situação de nada ter a pagar. Você pode ir des-
contando as perdas até que o valor declarado delas
se esgote. Por isso, nunca deixe de registrar na de-
claração de ajuste anual todos os prejuízos das suas
operações.

O registro destas informações é trabalhoso, mas


você conseguirá aliviar a carga futura se, mensalmen-
te, deixar tudo anotado, de preferência em uma pla-
nilha, separando ativo por ativo, com seus respecti-
vos custos. Assim, a correria será menor na época de
preencher a declaração de ajuste anual.

Mesmo que você não tenha registrado na declara-


ção anual as perdas suportadas em períodos anterio-
res, em certas situações é possível retificar as infor-
mações prestadas à Receita Federal. Veja como fazer
isso na página 8.

OS EXEMPLOS
• Seus custos variarão conforme a quantidade de
ordens dadas em cada operação, valor da correta-
gem e volume financeiro dos seus negócios.
• O valor do ISS foi incluído nos custos.
• Nos custos foram consideradas as taxas de cor-
retagem pagas nas operações de compra, mesmo
que elas tenham ocorrido em períodos anteriores.
54 Mercado à Vista

PRIMEIRA HIPÓTESE
Quem nunca operou antes enquadra-se nesta hi-
pótese. Ela também é cabível para traders antigos,
desde que sejam observadas as seguintes condições:
A) Você não teve perdas em meses e/ou anos ante-
riores que possam ser descontadas do ganho lí-
quido apurado no mês.
B) Você não teve IR retido na fonte em meses ante-
riores do ano em curso.

OPERAÇÕES COM GANHOS LÍQUIDOS NO MÊS


Nº de Valor Valor Ganho Ganho
-Custo IRRF
ações/ativo da compra da venda bruto líquido
500 PETR4 R$ 6.750,00 R$ 7.970,00 R$ 1.220,00 R$ 19,80 R$ 1.200,20 R$ 0,40
400 BBAS3 R$ 12.165,00 R$ 12.540,00 R$ 375,00 R$ 21,10 R$ 353,90 R$ 0,63
600 ITUB4 R$ 24.380,00 R$ 25.662,00 R$ 1.282,00 R$ 25,60 R$ 1.256,40 R$ 1,28
300 ITUB4 R$ 12.528,00 R$ 12.897,00 R$ 369,00 R$ 21,90 R$ 347,10 R$ 0,64
500 BBAS3 R$ 14.950,00 R$ 15.324,00 R$ 374,00 R$ 19,30 R$ 354,70 R$ 0,77
1000 LAME4 R$ 13.700,00 R$ 17.770,00 R$ 4.070,00 R$ 22,90 R$ 4.047,10 R$ 0,89

Ganho bruto no mês: R$ 7.690,00


Custo total no mês (sem IRRF): R$ 130,60
Ganho líquido no mês: R$ 7.559,40
IR retido na fonte: R$ 4,61

OPERAÇÕES COM PERDAS NO MÊS


Nº de Valor Valor Perda Perda
+Custo IRRF
ações/ativo da compra da venda bruta final
600 ABEV3 R$ 11.630,00 R$ 11.292,00 R$ 338,00 R$ 20,50 R$ 358,50 R$ 0,56
700 CIEL3 R$ 16.205,00 R$ 15.637,00 R$ 567,00 R$ 22,60 R$ 589,60 R$ 0,78
900 VALE3 R$ 28.854,00 R$ 27.153,00 R$ 1.701,00 R$ 28,40 R$ 1.729,40 R$ 1,36
400 CIEL3 R$ 9.260,00 R$ 8.488,00 R$ 772,00 R$ 19,50 R$ 791,50 R$ 0,42

Perda bruta no mês: R$ 3.378,00


Custos: R$ 91,00
Perda final total: R$ 3.496,00
IRRF: R$ 3,12
Mercado à Vista 55

CÁLCULO DO IR PARA A PRIMEIRA HIPÓTESE

Ganho líquido no mês (R$ 7.559,40) menos a perda final


total no mês (R$ 3.496,00): R$ 4.063,40.
É sobre este resultado que você aplicará os 15% de IR
incidentes nas operações comuns com ações no
mercado à vista.
R$ 4.063,40 x 0,15 = R$ 609,41 (este é o IR calculado)
R$ 609,41 – R$ 7,73 (total de IRRF) = R$ 601,68 (este é o imposto
devido)
O Darf que você emitirá e pagará no mês será de
R$ 601,68, dentro das condições apresentadas
para esta primeira hipótese.

SEGUNDA HIPÓTESE
Usaremos os mesmos valores da primeira hipóte-
se, mas em uma situação diferente:
A) Você teve perdas em operações comuns com
ações no mercado à vista e/ou nos mercados de
opções, a termo e futuro.em meses anteriores.
Além disso, sofreu prejuízos em anos anteriores e
os registrou nas suas declarações de ajuste anual
do IR – portanto, pode descontar estas perdas
também.
B) Você teve IR recolhido na fonte nas operações fei-
tas em meses anteriores, mesmo que, no compu-
to final, eles tenham sido negativos. O desconto
só é possível quando se referir a IR retido na fonte
em meses do ano em curso. Não é permitido aba-
ter IR retido na fonte em anos anteriores.
56 Mercado à Vista

CÁLCULO DO IR PARA A SEGUNDA HIPÓTESE

Ganho líquido no mês (R$ 7.559,40) menos a perda final


total no mês (R$ 3.496,00): R$ 4.063,40.
R$ 4.063,40 – R$ 1.090,00 (perdas registradas em meses anteriores)
= R$ 2.973,40
R$ 2.973,40 – R$ 2.250,00 (perdas registradas em anos anteriores)
= R$ 723,40.
É sobre este valor de R$ 723,40 que serão aplicados
os 15% do IR incidentes sobre operações comuns
com ações no mercado à vista.
R$ 723,40 x 0,15 = R$ 108,41 (este é o imposto calculado)
R$ 108,51 – R$ 7,73 (total de IR retido na fonte no mês) = R$ 100,78
R$ 100,78 – R$ 19,20 (IR retido na fonte em meses anteriores) =
R$ 81,58 (este é o imposto de renda devido no mês)
O Darf que você emitirá e pagará no mês será de
R$ 81,58, dentro das condições apresentadas
para esta segunda hipótese.
Mercado à Vista 57
CAPÍTULO

4
Mercado de Opções
60 Mercado de Opções

Calcular o Imposto de Renda devido nos negócios


feitos no mercado de opções não é tarefa simples,
seja na emissão mensal de Darf, seja no registro dos
resultados na declaração de ajuste anual.

Os mais experientes nesta complexa modalidade


de operação terão maior facilidade para chegar aos
números corretos. Se, contudo, você está aplicando
em opções há pouco tempo, precisará ser especial-
mente cuidadoso e prudente ao lidar com as nuances
dos cálculos válidos para este mercado.

A estrutura básica do IR no mercado de opções é a


mesma do mercado à vista. Não há isenções; perdas
sofridas em meses anteriores e/ou em anos anterio-
res podem ser abatidas do ganho líquido, de forma a
reduzir o valor do IR a ser pago por Darf, ou até a dei-
xar você dispensado de pagá-lo; a alíquota incidente
sobre o ganho líquido é de 15%; e é permitido des-
contar do imposto devido o Imposto de Renda Retido
na Fonte (IRRF) de meses anteriores.
Fique atento: no IRRF do mercado de opções a alíquota continua
sendo, como no mercado à vista, de 0,005%. A base de recolhimen-
to, porém, é diferente. Tal base é constituída pela soma algébrica
dos prêmios pagos e recebidos no mesmo dia – mas não se assuste,
soma algébrica é aquela que aceita entre as suas parcelas números
negativos. Apenas some todos os prêmios recebidos e depois dimi-
nua deles todos os prêmios pagos no mesmo dia. Se o resultado for
positivo, o IRRF será calculado a partir dele. Se o resultado for nega-
tivo, não haverá IRRF. Também não há IRRF no exercício de opções.
De qualquer forma, o IRRF vem nas notas de corretagem e você não
precisará calculá-lo.

Chegar ao valor do ganho líquido no mês depen-


derá das situações possíveis no mercado de opções:
posição titular, sem exercício; posição lançadora, sem
Mercado de Opções 61

exercício; titular de opção de compra, com exercício;


titular de opção de venda, com exercício, lançador de
opção de compra (vendedor), coberto ou descoberto;
e lançador de opção de venda (comprador).

Muitos investidores posicionam-se em todas estas


condições, ou em parte delas, daí a necessidade de
extremo rigor no trato com os números do mercado
de opções.

Neste quadro marcado pela variedade de situa-


ções, apresentaremos, a seguir, os procedimentos
a serem observados em cada condição possível no
mercado. Independentemente de questões tributá-
rias, a lista de procedimentos ajudará na identifica-
ção do resultado de cada operação, o que às vezes se
mostra complicado, seja você iniciante, seja você já
atuante em opções.

Depois disso, traçaremos um passo a passo para


a organização dos valores por você encontrados. Por
fim, mostraremos os diversos casos e hipóteses para
apurar o imposto efetivamente devido a ser pago por
Darf.
62 Mercado de Opções

PROCEDIMENTOS PARA AS VÁRIAS


CONDIÇÕES NO MERCADO DE OPÇÕES

GANHO LÍQUIDO EM OPÇÕES DE COMPRA OU DE


VENDA (SEM EXERCÍCIO)

1. POSIÇÃO TITULAR (DIREITO DE COMPRA OU DE


VENDA)

Para descobrir qual foi o seu ganho líquido, dimi-


nua o valor da operação de encerramento das opções
de mesma série, ou seja, o valor recebido pela ven-
da de opções, do seu custo médio de aquisição. Este
custo é calculado pela média ponderada dos prêmios
unitários pagos ao adquirir as opções.

A própria Receita Federal montou o seguinte exem-


plo para orientar o contribuinte: o investidor adquiriu
opção de compra de 10 mil ações K, pagando prêmio
unitário de R$ 1,00. O total em prêmio foi, portanto,
de R$ 10 mil, com vencimento para 60 dias e preço de
exercício de R$ 10,00 por cada ação K. Este investidor
decidiu encerrar sua posição compradora, ou zerá-la,
ante as condições favoráveis do mercado, e vendeu
sua opção de compra da ação K, da mesma série, re-
cebendo prêmio total de R$ 12 mil.

Desta maneira, o investidor embolsou ganho lí-


quido de R$ 2 mil (R$ 12 mil em prêmio que ganhou
ao vender as opções, menos os R$ 10 mil em prêmio
pago ao comprá-las no início da operação).
Mercado de Opções 63

Este ganho líquido ainda não é final, pois dele não foram abatidos
os custos com os quais o investidor arcou ao fazer a operação, tais
como os de corretagem, emolumentos e outras taxas.

2. POSIÇÃO LANÇADORA (OBRIGAÇÃO DE COMPRA OU


DE VENDA)

Em primeiro lugar, some os valores dos prêmios


das opções lançadas, recebidos até a data de encer-
ramento da operação. Este é o valor “a”. As opções
têm de ser da mesma série.

Na sequência, divida o valor “a” pela quantidade de


opções de mesma série lançadas até o encerramento.
Com isso, você terá o valor médio do prêmio recebido
em cada opção. Este é o valor “b”.
Caso você tenha feito encerramento parcial, será preciso ajustar o
valor das opções que sobraram e que, portanto, ainda estão em seu
poder. Para isso, diminua do valor “a” o valor “b”, multiplicado pela
quantidade de opções que foram encerradas. Veja mais adiante,
em exemplo montado pela Receita Federal, detalhes sobre saldo de
operações com encerramento apenas parcial.

Agora, multiplique o valor “b” (que é o valor médio


do prêmio recebido por cada opção no encerramen-
to) pela quantidade de opções de mesma série encer-
radas. Este é o valor “c”.

Por fim, diminua do valor “c” o valor da operação


de encerramento. Se o resultado for positivo, você
teve ganho líquido.

O exemplo criado pela Receita Federal para este


caso é o seguinte: o investidor vendeu opção de com-
pra de 10 mil ações K e recebeu prêmio de R$ 1,00
64 Mercado de Opções

por opção. Assim, o total de prêmio foi de R$ 10 mil.


Dias depois, ele aumentou sua posição, fazendo nova
venda de opção de compra, desta vez de 5 mil ações
K, da mesma série, recebendo prêmio unitário de R$
1,10. Nesta segunda parte, o total de prêmio foi de R$
5,5 mil. As duas operações têm vencimento de 60 dias
e preço de exercício de R$ 10,00 por ação K.

Depois, considerando o mercado indefinido, o in-


vestidor resolveu encerrar parte da sua posição ven-
dedora. Adquiriu, então, opção de compra de 12 mil
ações K, sempre da mesma série, pagando o prêmio
de R$ 1,00 por opção, ou seja, R$ 12 mil em prêmio
no total.

O ganho líquido para este investidor foi de R$


360,00.
Este ganho líquido ainda não é final, pois dele não foram abatidos
os custos com os quais o investidor arcou ao fazer a operação, tais
como os de corretagem, emolumentos e outras taxas.

Detalhamento do cálculo feito pela Receita Federal


no exemplo precedente:
• Prêmio total recebido nas duas operações de ven-
da de opção de compra: R$ 15.500,00
• Valor médio do prêmio recebido: R$ 15.500,00
(prêmio total recebido) divididos por 15.000 (quan-
tidade de opções de compra vendidas) = R$ 1,03
• Valor do prêmio recebido pelo encerramento
parcial da posição: R$ 12.000,00 multiplicado por
R$ 1,03 (valor médio do prêmio recebido) = R$
12.360,00
Mercado de Opções 65

• Valor do prêmio recebido pelo encerramento par-


cial da posição menos o valor do prêmio pago pela
quantidade encerrada = R$ 360,00. Este é o ganho
líquido.
Para saber o valor do saldo de opções de compra
vendidas, já que a posição deste investidor foi des-
feita só parcialmente, basta diminuir R$ 12.360,00
(valor do prêmio recebido no encerramento parcial
da operação) de R$ 15.500,00 (prêmio total recebido
nas duas operações de venda de opção de compra).
O resultado é R$ 3.140,00. Este é o valor do saldo de
opções ainda em poder do investidor.

GANHO LÍQUIDO EM OPÇÕES DE COMPRA


(NO EXERCÍCIO)

1. TITULAR DE OPÇÃO DE COMPRA (COMPRADOR)

Começa-se apurando o custo de aquisição das op-


ções. Isso deve ser feito somando o valor do prêmio
pago ao preço de exercício do ativo, que é o valor de
compra do ativo acertado para a liquidação da opera-
ção. Se você pagou R$ 10 mil em prêmio para ter a op-
ção de compra e se o preço de exercício acordado for
de R$ 100 mil, o custo de aquisição será de R$ 110 mil.

Seu ganho líquido será apurado diminuindo o cus-


to de aquisição (R$ 110 mil) do valor de venda à vista
do ativo que deu origem à opção.
66 Mercado de Opções

Se o valor desta venda à vista foi de R$ 130 mil, seu


ganho líquido alcançou R$ 20 mil.
Este ganho líquido ainda não é final, pois dele não foram abatidos os
custos com os quais você arcou ao fazer a operação, tais como os de
corretagem, emolumentos e outras taxas.

2. LANÇADOR DE OPÇÃO DE COMPRA (VENDEDOR).

Aqui, para chegar ao custo de aquisição das op-


ções, há duas situações diferentes.

Para o lançador coberto, isto é, aquele que tem em


sua carteira as ações que originaram as opções, basta
calcular o custo médio de aquisição de tais ações no
mercado à vista.

Para o lançador descoberto, o custo de aquisição


nada mais é do que o preço de aquisição das ações
objeto do exercício.

Na apuração do ganho líquido, soma-se o valor do


prêmio recebido ao preço de exercício do ativo, ou
seja, o valor de venda do ativo para liquidação da ope-
ração. Em seguida, o custo de aquisição é diminuído
do resultado desta soma. Chega-se, assim, ao ganho
líquido.
Mercado de Opções 67

GANHO LÍQUIDO EM OPÇÕES DE VENDA


(NO EXERCÍCIO)

1. TITULAR DE OPÇÃO DE VENDA (VENDEDOR)

Como sempre, em primeiro lugar é preciso estabe-


lecer o custo de aquisição, que é o custo médio soma-
do ao valor do prêmio pago na partida do negócio.

O ganho líquido é obtido diminuindo o custo de


aquisição do preço de exercício do ativo.

A Receita Federal dá o seguinte exemplo para uma


operação deste tipo: o investidor adquiriu opção de
venda de 20 mil ações K, pagando prêmio total de R$
20 mil. O vencimento é de 60 dias e o preço por ação,
de R$ 10,00. Desta maneira, o valor acordado do ne-
gócio alcançou R$ 200 mil.

Como no vencimento o preço de mercado da ação


K estava abaixo do preço de exercício, o investidor
decidiu exercer a opção. Para isso, comprou no mer-
cado à vista 20 mil ações K, pagando R$ 160 mil por
elas. Somado o prêmio de R$ 20 mil pago ao iniciar a
operação, seu custo situou-se em R$ 180 mil. Como é
detentor de opção de venda no valor de R$ 200 mil,
conseguiu neste negócio ganho líquido de R$ 20 mil.
Este ganho líquido ainda não é final, pois dele não foram abatidos
os custos com os quais o investidor arcou ao fazer a operação, tais
como os de corretagem, emolumentos e outras taxas.
68 Mercado de Opções

2. LANÇADOR DE OPÇÃO DE VENDA (COMPRADOR)

O preço de exercício do ativo – que é o valor de


compra do papel acertado para liquidar a operação –
subtraído do valor do prêmio recebido constitui-se no
custo de aquisição.

O ganho líquido representa a diferença, se positiva,


entre o preço de venda do ativo na data do exercício e
o seu custo de aquisição.

Caso a venda somente se dê após a data de ven-


cimento, o ganho líquido será obtido pela diferença
entre o valor recebido pela venda do ativo e o custo
médio de aquisição, calculado da mesma forma que
no mercado à vista.

Se não houver encerramento ou exercício da op-


ção, o valor do prêmio recebido será o ganho líquido
do lançador.
Atenção: o valor do prêmio será ganho para o lançador e perda para
o titular na data do vencimento da opção, se não houver exercício
ou encerramento da opção.

O PASSO A PASSO

PRIMEIRO PASSO

Separe todas as operações feitas no mês no merca-


do de opções, sejam elas ganhadoras ou perdedoras.
Mercado de Opções 69

SEGUNDO PASSO

Faça a lista das operações de opções de compra ou


de venda sem exercício, separando aquelas em você
teve posição titular daquelas em que esteve em posi-
ção lançadora. Siga o mesmo procedimento nas op-
ções de compra no exercício e nas opções de venda
no exercício. Esta organização em listas ou planilhas
facilitará o cálculo do imposto devido a ser pago por
Darf e vai tornar menos penosa a tarefa de preencher
a declaração de ajuste anual.

TERCEIRO PASSO

Some, separadamente, todos os ganhos que teve


nas diversas condições em que operou no mercado
de opções. Depois some todos os resultados obtidos
para saber qual foi o ganho geral neste mercado.

QUARTO PASSO

Examine as notas de corretagem e some tudo o


que você pagou em corretagem, taxas e emolumen-
tos às instituições financeiras envolvidas nas opera-
ções encerradas no mês com ganho.

Junte a esse valor o ISS que é recolhido pelo Municí-


pio em que a sua corretora está sediada. Especialistas
dizem que o ISS pode ser acrescentado aos custos,
mas há pouca clareza sobre isso. Geralmente, as cor-
retoras o consideram para chegar ao valor líquido da
70 Mercado de Opções

nota, mas se você achar que esta é uma área cinzen-


ta, não inclua o ISS na sua conta.

Pegue o total dos custos e diminua do ganho al-


cançado. Com isso, você chega ao seu primeiro valor
líquido.

QUINTO PASSO

Este é o momento de somar todas as perdas que


você sofreu no mês no mercado de opções. Repita
os passos que indicam como chegar ao montante de
custos (corretagem, emolumentos etc) que você teve
para fazer as operações perdedoras.

O montante dos custos deve ser acrescentado ao


total de perdas com opções que você apurou no mês.
O valor assim obtido é o seu prejuízo final ou total.

SEXTO PASSO

Agora, com todos os ganhos no mês já somados


e custos descontados, conforme descrito nos tercei-
ro e quarto passos, assim como as perdas, de acordo
com o detalhado no quinto passo, é hora de fazer o
levantamento dos prejuízos registrados em meses e/
ou anos anteriores, se você os teve. Leia Compensa-
ção de Perdas, mais à frente, neste mesmo capítulo.

Também some todos os valores que foram descon-


tados de você como Imposto de Renda Retido na Fon-
te (IRRF) nas operações do mês. Esta informação está
Mercado de Opções 71

nas notas de corretagem. Deixe esse valor separado,


pois ele somente entrará na conta bem no final deste
processo todo.

SÉTIMO PASSO

Diminua do seu primeiro valor líquido no mês (ver


o quarto passo) o seu prejuízo total no mês. Este é o
seu ganho líquido antes da compensação de perdas.

Em seguida, pegue a soma das suas perdas em me-


ses e/ou anos anteriores (leia Compensação de Per-
das, mais à frente) e subtraia, do seu ganho líquido, o
valor encontrado.

Se o resultado for positivo, isto é, se você ganhou


mais do que perdeu, aplique 15% sobre o valor obti-
do. Este é o imposto calculado.

Por fim, do imposto calculado diminua o IRRF que


tenha sido recolhido nas suas operações. Abata tam-
bém o IRFF incidente sobre suas operações nos meses
anteriores. O de anos anteriores não pode ser usado.

O valor final que você encontrar será o IR efetiva-


mente devido, a ser pago por meio do Darf. Ele tem
de ser quitado até o último dia útil do mês seguinte
ao que foi apurado.
Fique atento: se o valor do Darf calculado for inferior a R$ 10,00,
você não poderá recolhê-lo, mas na sua próxima leva de ganhos, em
qualquer outro mês, ele terá de ser acrescentado às contas, a favor
da Receita.
72 Mercado de Opções

Preencha o campo código da Receita no Darf com o número 6015,


que diz respeito às operações de pessoas físicas.
Pagamento do Darf com atraso resulta em multa e juros. A Receita
oferece em seu site um programa para emissão de Darf e cálculo de
multas e outros encargos. Eis o link:
http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/tributaria/
pagamentos-e-parcelamentos/darf-calculo-e-impressao-programa-
sicalc-1/darf-calculo-e-impressao-programa-sicalc

COMPENSAÇÃO DE PERDAS
MERCADO DE OPÇÕES
Como mostrado nos capítulos precedentes, perdas
em meses anteriores, mais os custos que você teve
para operar, podem ser descontadas dos seus ga-
nhos mensais seguintes, no todo ou em parte. Mes-
mo em um mês positivo, fazendo compensação de
perdas efetivamente sofridas você tem o direito ser
dispensado de emitir e pagar Darf, se o prejuízo co-
brir todo o lucro.

Podem ser descontadas dos ganhos em opções as


perdas de meses anteriores ocorridas em todos os
mercados de renda variável, exceto quando se tratar
de operações day-trade. Isso quer dizer que prejuízos
no mercado à vista, a termo e/ou futuro são elegíveis
para compensação.

Se você informou nas suas declarações anuais de


IR as perdas sofridas nos mercados de renda variá-
vel (exceto day trade), é possível compensá-las. Você
pode ir descontando as perdas até que o valor decla-
rado delas se esgote. Por isso, nunca deixe de regis-
Mercado de Opções 73

trar na declaração de ajuste anual todos os prejuízos


das suas operações.

O registro destas informações é trabalhoso, mas


você pode aliviar a carga futura. Mensalmente, deixe
tudo anotado, de preferência em uma planilha, sepa-
rando ativo por ativo, com seus respectivos custos.
Assim, o esforço será menor na época de preencher a
declaração de ajuste anual.

Caso você tenha tido perdas em anos anteriores,


mas não as registrou nas declarações anuais de IR
anual, é possível retificar as declarações. Veja em
que casos você pode fazer isso na página 8 deste
e-book.

OS EXEMPLOS
PRIMEIRA HIPÓTESE

Se você nunca operou antes, enquadra-se nesta


hipótese.

Caso já tenha atuado no mercado de opções, você


também pode se enquadrar nesta hipótese, obedeci-
das as seguintes condições:
A) Você não teve perdas em meses e/ou anos ante-
riores que ainda possam ser descontadas do ga-
nho líquido apurado no mês.
B) Você não teve IR retido na fonte em meses ante-
riores do ano em curso.
74 Mercado de Opções

OPERAÇÕES COM GANHO LÍQUIDO NO MÊS


Valor Valor
Opções Opções Ganho
bruto das liquido das -Custo IRRF
compra venda líquido
operações operações
R$ 1.854,00 R$ 2.894,00 R$ 4.748,00 R$ 1.040,00 R$ 50,35 R$ 989,65 R$ 0,05
R$ 1.170,00 --- R$ 1.170,00 R$ 1.170,00 R$ 12,68 R$ 1.157,32 R$ 0,05
--- R$ 420,00 R$ 420,00 R$ 420,00 R$ 11,67 R$ 408,33 R$ 0,02
R$ 300,00 --- R$ 300,00 R$ 300,00 R$ 11,51 R$ 288,49 R$ 0,01
R$ 1.320,00 --- R$ 1.320,00 R$ 1.320,00 R$ 12,87 R$ 1.307,13 R$ 0,06
R$ 525,00 R$ 2.858,00 R$ 3.383,00 R$ 2.333,00 R$ 48,54 R$ 2.284,46 R$ 0,11
--- R$ 2.060,00 R$ 2.060,00 R$ 2.060,00 R$ 22,09 R$ 2.037,91 R$ 0,10
R$ 1.980,00 --- R$ 1.980,00 R$ 1.980,00 R$ 19,31 R$ 1.960,70 R$ 0,09

Valor líquido das operações no mês: R$ 10.623,00


Custo total no mês (sem IRRF): R$ 169,71
Ganho líquido no mês: R$ 10.453,29
IR recolhido na fonte: R$ 0,40

OPERAÇÕES COM PERDAS NO MÊS


Valor Valor
Opções Opções Perda
bruto das liquido das +Custo
compra venda total
operações operações
R$ 1.470,00 --- R$ 1.470,00 R$ 1.470,00 R$ 13,08 R$ 1.483,08
R$ 1.200,00 R$ 1.020,00 R$ 2.020,00 R$ 180,00 R$ 22,31 R$ 202,31
R$ 2.157,00 --- R$ 2.157,00 R$ 2.157,00 R$ 38,66 R$ 2.195,66
R$ 1.528,00 R$ 618,00 R$ 2.146,00 R$ 910,00 R$ 30,44 R$ 940,44
R$ 2.015,00 R$ 925,00 R$ 2.940,00 R$ 1.090,00 R$ 39,71 R$ 1.129,71
R$ 805,00 --- R$ 805,00 R$ 805,00 R$ 20,39 R$ 825,39

Valor líquido das operações perdedoras: R$ 6.612,00


Custos: R$ 164,59
Perda total no mês: R$ 6.776,59

CÁLCULO DO IR PARA A PRIMEIRA HIPÓTESE

Ganho líquido no mês (R$ 10.453,29), menos a perda total


no mês (R$ 6.776,59): R$ 3.676,70
É sobre este resultado que você aplicará os 15% de IR
incidentes nas operações no mercado de opções.
R$ 3.676,70 x 0,15 = R$ 551,51 (este é o IR calculado)
Mercado de Opções 75

R$ 551,51 – R$ 0,40 (total do IRRF) = R$ 551,11 (este é o imposto


devido)
O Darf que você emitirá e pagará no mês será de
R$ 551,11, dentro das condições apresentadas
para esta primeira hipótese.

SEGUNDA HIPÓTESE

Os valores da primeira hipótese serão usados aqui,


para facilitar o entendimento, mas a situação será
diferente:
A) Você teve perdas em opções, mercado à vista, fu-
turos e a termo em meses anteriores. Também
registrou prejuízos em anos anteriores, devida-
mente registrados em suas declarações de ajuste
anual do IR e, assim, pode descontá-los dos seus
ganhos no mês.
B) Houve IRRF em meses anteriores ainda não aba-
tido. O desconto do IRRF só é possível quando se
referir a Imposto de Renda recolhido na fonte em
meses do ano em curso. O IRRF de anos anteriores
não pode ser descontado.

CÁLCULO DO IR PARA A SEGUNDA HIPÓTESE

Ganho líquido no mês (R$ 10.453,29), menos a perda total


no mês (R$ 6.776,59): R$ 3.676,70.
R$ 3.676,70 – R$ 1.270,00 (perdas registradas em meses anteriores
em opções, mercado à vista, a termo e/ou futuro) = R$ 2.406,70.
R$ 2.406,70 – R$ 2.035,00 (perdas sofridas em anos anteriores em
opções, mercado à vista, a termo e/ou futuro, registradas em suas declara-
ções anuais de IR)
= R$ 371,70.
É sobre esses R$ 371,70 que você deverá calcular os
15% de IR que recaem sobre as operações.
R$ 371,10 x 0,15 = R$ 55,67 (este é o imposto calculado)
R$ 55,67 – R$ 0,40 (IR retido na fonte no mês): R$ 55,27
76 Mercado de Opções

R$ 55,27 – R$ 2,10 (IR retido na fonte em meses anteriores do ano em


curso) = R$ 53,17 (este é o Imposto de Renda devido no mês).
O Darf que você emitirá e pagará no mês será de
R$ 53,17, dentro das condições apresentadas
para esta segunda hipótese.
Mercado de Opções 77
CAPÍTULO

5
Mercado a Termo
80 Mercado a Termo

Esta é uma modalidade de operação que exige cui-


dados especiais por parte do investidor. No mercado
a termo, compra-se ou vende-se um ativo por preço
e prazo previamente acertados em contrato. A liqui-
dação física (entrega do ativo pelo vendedor) e finan-
ceira (pagamento do ativo pelo comprador) ocorrem
até o terceiro dia após o dia da negociação. Diferente-
mente do que se dá com contratos futuros, nos con-
tratos a termo não há ajustes diários.

Na base, o tratamento tributário dado ao mercado


a termo é o mesmo dispensado ao mercado de renda
variável em geral (exceto day trade e ações). Não há
isenções; a alíquota incidente sobre ganhos liquidos é
de 15%, com percentual de 0,005% recolhido na fon-
te (IRRF); é permitido descontar o Imposto de Renda
Retido na Fonte (IRRF) de meses anteriores; e perdas
sofridas em meses anteriores ou em anos anteriores,
inclusive as dos mercados de opções, futuro e à vista
podem ser abatidas do ganho líquido.

O cálculo do Imposto de Renda (IR) a ser pago por


Darf, porém, dependerá da posição de cada inves-
tidor: se comprador, se vendedor descoberto ou se
vendedor coberto. A partir da posição de cada um é
que se chegará ao ganho liquido sobre o qual recairá
o IR.

A seguir, mostraremos como se chega ao ganho lí-


quido em cada posição assumida pelo investidor.
Mercado a Termo 81

PROCEDIMENTOS PARA APURAR GANHO LÍQUIDO


NO MERCADO A TERMO

1. SITUAÇÃO DO COMPRADOR

O ganho líquido constitui-se na diferença positiva


entre o valor de venda a vista do ativo, na data de li-
quidação do contrato a termo (ou posteriormente, se
for o caso), e o custo de aquisição, que é o preço do
ativo fixado no contrato de compra a termo.

A Receita Federal apresenta o seguinte exemplo:


o investidor comprou a termo 1 mil ações K, por R$
10,00 por papel. O contrato, portanto, ficou no valor
de R$ 10 mil. No vencimento, que era de 30 dias, o
investidor vendeu no mercado à vista as 1 mil ações
K, por 12 mil. Isso significa que ele conseguiu lucro
líquido de R$ 2 mil, ainda sem descontar os custos da
operação.

2. SITUAÇÃO DO VENDEDOR DESCOBERTO

Obtém-se o lucro líquido diminuindo o custo de


aquisição (preço da compra à vista do ativo objeto do
contrato) do preço do ativo recebido conforme o con-
trato a termo.

De acordo com exemplo montado pela Receita Fe-


deral, o investidor vendeu a termo 1 mil ações K, por
R$ 10,00 por ação. O valor do contrato total, assim,
situou-se em R$ 10 mil. No vencimento, que era de 30
dias, o preço das ações estava em queda e o investi-
82 Mercado a Termo

dor comprou no mercado à vista lote de 1 mil ações


K, por R$ 9,5 mil, honrando a liquidação do contrato a
termo. Seu lucro líquido, sem descontar custos, foi de
R$ 500 nesta operação.
Fique atento: para o vendedor coberto nas operações de financia-
mento feitas no mercado a termo com ações, o lucro líquido obtido
é tributado como aplicação de renda fixa, de acordo com a seguinte
tabela progressiva: até 6 meses, 22,5% de IR; de 6 meses a 12 meses,
20%; de 12 meses a 24 meses, 17,5%; acima de 24 meses, 15%.

O PASSO A PASSO

PRIMEIRO PASSO

Comece identificando as operações encerradas no


mês no mercado a termo, sejam elas ganhadoras ou
perdedoras.

SEGUNDO PASSO

Anote cuidadosamente as operações concluídas no


mês, separadas conforme a posição por você assumi-
da. Junte as notas de corretagem das suas operações
no mercado a termo.

TERCEIRO PASSO

Calcule o resultado líquido de cada operação,


conforme explicado anteriormente, na página 81.
Some o valor dos ganhos, para saber qual foi o seu
lucro bruto no mês.
Mercado a Termo 83

QUARTO PASSO

Veja nas notas de corretagem o que você pagou


em taxas às instituições envolvidas nas negociações,
incluindo corretagem, em cada operação encerrada
no mês com ganho. Some a esse valor o ISS que é
recolhido pelo Município em que a sua corretora está
sediada. Especialistas dizem que o ISS pode ser acres-
centado aos custos. Geralmente, as corretoras o con-
sideram para chegar ao valor líquido da nota, mas se
você achar que esta é uma área cinzenta, não inclua o
ISS na sua conta.

Pegue o total dos custos e diminua do ganho al-


cançado. Com isso, você chega ao seu primeiro valor
líquido de lucro.

QUINTO PASSO

Agora, você vai somar todas as perdas que teve no


mês, no mercado a termo. Como no quarto passo,
apure o montante de custos (corretagem, emolumen-
tos etc) com o qual você arcou, neste caso para fazer
as operações perdedoras. O valor dos custos assim
obtido deve ser acrescido à sua perda no mês.

SEXTO PASSO

Feitas as contas explicadas nos passos anteriores,


some o resultado líquido inicial dos ganhos no mês.
Aí você terá o valor real que ganhou no período, com
corretagem e taxas já devidamente descontadas.
84 Mercado a Termo

À parte, some todos os valores que foram descon-


tados de você a titulo de Imposto sobre a Renda Reti-
do na Fonte (IRRF) nas operações do mês – a alíquota,
de 0,005%, incide sobre a diferença entre o preço a
termo e o preço à vista na data de liquidação. Esta
informação está na nota de corretagem.

SÉTIMO PASSO

Diminua do ganho líquido no mês a sua perda total


no mês. Se o resultado for positivo, ou seja, se você
ganhou mais do que perdeu, aplique 15% sobre o va-
lor obtido.

Pegue o valor do IR descontado de você na fonte,


conforme recomendado no sexto passo, e diminua
este valor do montante apurado na aplicação dos
15% sobre o seu ganho líquido.
O IR recolhido na fonte em ganhos nos meses em que você fechou
no negativo também pode ser abatido, desde que a retenção tenha
sido feita no ano em curso.

O resultado final é o valor que você tem a pagar de


IR, por Darf, se não houver perdas em meses ou anos
anteriores a descontar (veja Compensação de Perdas,
neste mesmo capítulo).

O Darf tem de ser quitado até o último dia útil do


mês seguinte àquele em que houve o lucro líquido.
Fique atento: se o valor do Darf calculado for inferior a R$ 10,00,
você não poderá recolhê-lo, mas nos próximos meses positivos ele
terá de ser acrescentado às contas, a favor da Receita.
Mercado a Termo 85

Preencha o campo código da Receita no Darf com o número 6015,


que diz respeito às operações de pessoas físicas.
Pagamento do Darf com atraso resulta em multa e juros. A Receita
oferece em seu site um programa para emissão de Darf e cálculo de
multas e outros encargos. Eis o link:
http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/tributaria/
pagamentos-e-parcelamentos/darf-calculo-e-impressao-programa-
sicalc-1/darf-calculo-e-impressao-programa-sicalc

COMPENSAÇÃO DE PERDAS NO
MERCADO A TERMO
Perdas ocorridas em meses anteriores, acrescidas
dos custos que você teve para operar, podem ser
descontadas nos seus ganhos mensais seguintes, no
todo ou em parte.

Pode-se abater dos ganhos no mercado a termo os


prejuízos verificados nos meses e/ou nos anos ante-
riores, em qualquer um dos mercados de renda va-
riável, ou seja, no próprio a termo, opções, futuro e à
vista. Fique atento, contudo, porque perdas em day
trade não podem ser descontadas de ganhos em ope-
rações comuns.

No caso da compensação de perdas de anos ante-


riores, você somente tem permissão para fazer isso
se informou os prejuízos nas suas declarações anuais
de IR. Você pode ir descontando as perdas até que o
valor declarado delas se esgote. Por isso, nunca deixe
de registrar na declaração de ajuste anual todos os
seus resultados negativos.
86 Mercado a Termo

O registro destas informações é trabalhoso, mas


será menor na época de preencher a declaração
anual se você se organizar. Mensalmente, deixe tudo
anotado, de preferência em uma planilha, separando
ativo por ativo, com seus respectivos custos.

Mesmo que você não tenha registrado na declara-


ção anual as perdas suportadas em períodos ante-
riores, obedecidas certas condições é possível retifi-
car as informações prestadas à Receita Federal. Veja
como fazer isso na página 8.

OS EXEMPLOS
PRIMEIRA HIPÓTESE

Se você nunca operou antes, enquadra-se nesta


hipótese.

Caso você já seja trader há algum tempo, poderá se


enquadrar nesta hipótese, observadas as condições a
seguir:
A) Você não teve perdas em meses e/ou anos ante-
riores que possam ser descontadas do ganho lí-
quido apurado no mês.
B) Você não teve IR retido na fonte em meses ante-
riores do ano em curso ainda não abatidos.
Mercado a Termo 87

OPERAÇÕES COM GANHOS LÍQUIDOS NO MÊS


POSIÇÃO DE COMPRADOR E/OU VENDEDOR DESCOBERTO
Ganho Ganho
bruto por -Custo líquido por IRRF
operação operação
R$ 2.460,00 R$ 27,30 R$ 2.432,70 R$ 0,12
R$ 1.200,00 R$ 15,90 R$ 1.184,10 R$ 0,06
R$ 600,00 R$ 9,15 R$ 590,85 R$ 0,03
R$ 1.410,00 R$ 17,40 R$ 1.392,60 R$ 0,07
R$ 1.290,00 R$ 16,20 R$ 1.273,80 R$ 0,06
R$ 2.390,00 R$ 25,20 R$ 2.364,80 R$ 0,11

Ganho bruto das operações no mês: R$ 9.350,00


Custo total no mês (sem IRRF): R$ 111,55
Ganho líquido no mês: R$ 9.238,45
IRRF: R$ 0,45

OPERAÇÕES COM PERDAS NO MÊS


POSIÇÃO DE COMPRADOR E/OU VENDEDOR DESCOBERTO
Perda total
Perda por
+Custo por
operação
operação
R$ 1.180,00 R$ 14,80 R$ 1.194,80
R$ 960,00 R$ 13,90 R$ 973,90
R$ 1.435,00 R$ 17,50 R$ 1.452,50

Perda no mês: R$ 3.575,00


Custo no mês: R$ 46,20
Perda total no mês: R$ 3.621,20

CÁLCULO DO IR PARA A PRIMEIRA HIPÓTESE

Ganho líquido no mês (R$ 9.238,45), menos a perda total


no mês (3.621,20) = R$ 5.617,25
É sobre esses R$ 5.617,25 que serão aplicados os 15%
de IR incidentes sobre os resultados positivos do
mercado a termo.
R$ 5.617,25 x 0,15 = R$ 842,59 (este é o imposto calculado)
R$ 842,59 – R$ 0,45 (IRRF) = R$ 842,14 (este é o imposto de renda
devido)
88 Mercado a Termo

O Darf que você emitirá e pagará no mês será de


R$ 842,14, dentro das condições apresentadas
para esta primeira hipótese.

SEGUNDA HIPÓTESE

Os valores da primeira hipótese serão usados aqui,


para facilitar o entendimento, mas com as condições
a seguir:
A) Você teve perdas no próprio mercado a termo, em
opções, mercado à vista e/ou futuro em meses an-
teriores. Também registrou prejuízos em alguns
ou em todos estes mercados, em anos anteriores,
e as perdas foram registradas em suas declara-
ções de ajuste anual do IR. Com isso, é possível
descontá-las dos seus ganhos no mês.
B) Houve IRRF em meses anteriores, ainda não aba-
tido. O desconto do IRRF só é possível quando se
referir a Imposto de Renda recolhido na fonte em
meses do ano em curso. O IRRF de anos anteriores
não pode ser descontado.

CÁLCULO DO IR PARA A SEGUNDA HIPÓTESE

Ganho líquido no mês (R$ 9.238,45), menos a perda total


no mês (3.621,20) = R$ 5.617,25.
R$ 5.617,25 – R$ 2.230,80 (perdas sofridas em meses anteriores) =
R$ 3.386,45.
R$ 3.386,45 – R$ 2.975,00 (perdas de anos anteriores) =
R$ 411,45
É sobre esses R$ 411,45 que serão aplicados os 15%
de IR.
R$ 411,45 x 0,15 = R$ 61,72 (imposto calculado)
R$ 61,72 – R$ 0,45 (IRRF no mês) = R$ 61,27
R$ 61,27 – R$ 1,90 (IRRF de meses anteriores) = R$ 59,37 (imposto
devido)
Mercado a Termo 89

O Darf que você emitirá e pagará no mês será de


R$ 59,37, dentro das condições apresentadas
para esta segunda hipótese.
CAPÍTULO

6
Fundos de
Investimento
Imobiliário
92 Fundos de Investimento Imobiliário

Um tipo de aplicação que vem ganhando espaço


nas carteiras dos poupadores é o Fundo de Investi-
mento Imobiliário (FII). Com um amplo leque de op-
ções, que envolve ativos ligados a vários segmentos
do mercado imobiliário, muitos FIIs são acessíveis até
para os menos abonados.

Há fundos voltados exclusivamente para shopping


centers, hotéis, hospitais, edifícios comerciais, indus-
triais e residenciais. Por meio deles, é quase como
se o investidor estivesse seguindo a tradicional reco-
mendação conservadora, de colocar parte das econo-
mias em imóveis – só que, no caso, estará aplicando
em uma pequena porção dos imóveis englobados
nos fundos que ele vier a escolher.

A tributação adotada para os FIIs assemelha-se


muito à que recai sobre ações, mas varia conforme a
origem do lucro por eles produzidos. Para as pessoas
físicas, a distribuição períodica de rendimento advin-
do das receitas geradas pelos imóveis integrantes do
FII, como alugueis, é isenta de Imposto de Renda (IR).
Neste sentido, tais rendimentos equiparam-se aos di-
videndos de ações e devem ser registrados na Decla-
ração de Ajuste Anual (DAA) do IR, na guia “Rendimen-
tos isentos e não tributáveis”.

Para haver a isenção, é preciso que as cotas do


fundo sejam negociadas exclusivamente em bolsas
de valores ou no mercado de balcão organizado. O
fundo também deverá ter, no mínimo, 50 cotistas e o
investidor, por sua vez, só poderá possuir até 10% das
Fundos de Investimento Imobiliário 93

cotas emitidas pelo fundo. Se o rendimento recebido


pelo aplicador superar 10% do rendimento total do
fundo, ele perde o direito à isenção.

O tratamento tributário muda quando se trata da


negociação de cotas do FII no mercado secundário
(bolsa ou mercado de balcão organizado). Mais uma
vez, assemelha-se ao que ocorre nos negócios com
ações. O pagamento se dá mensalmente, por meio
do Documento de Arrecadação de Receitas Federais
(Darf).
Fique atento: para os FIIs não existe aquela isenção de IR válida para
as ações, quando as vendas ficam abaixo de R$ 20 mil no mês. Nos
FIIs, qualquer valor é tributável.

Quando o investidor vende suas cotas no mercado


secundário, no todo ou em parte, a alíquota de IR in-
cidente é de 20% e o lucro obtido na transação consti-
tui a base de cálculo do que irá para o Leão, após aba-
tidos os custos com corretagem, taxas, emolumentos,
entre outros. A Receita admite desconto de prejuízos
anteriores (veja, mais à frente, Compensação de per-
das) e, ainda, do Imposto de Renda Retido na Fonte
(IRRF), que para os FIIs é de 1%.

O Imposto de Renda devido precisa ser recolhido


até o último dia útil do mês seguinte àquele em que
houve o lucro líquido, por meio de Darf.
94 Fundos de Investimento Imobiliário

O PASSO A PASSO

PRIMEIRO PASSO

Junte todas as informações sobre suas aplicações


em FIIs, deixando anotados, de forma muito organi-
zada, os seus recebimentos de rendimentos, que são
isentos de IR, mas que posteriormente terão de ser
informados na declaração de ajuste anual.

SEGUNDO PASSO

Agora, junte as operações de negociações de co-


tas que você tenha feito no mês, independentemente
de serem ganhadoras ou perdedoras. Faça a lista da-
quelas em que teve ganho e outra lista com as que
registrou perdas – é bom deixar estas últimas bem
especificadas, para facilitar o registro destes prejuízos
na sua declaração anual de renda, pois eles poderão
compensar perdas futuras.

TERCEIRO PASSO

Pegue o valor dos ganhos que você teve ao vender


cotas dos FIIs e some-os. Se você comprou cotas de
um mesmo fundo por diferentes preços ao longo do
tempo, faça o preço médio delas. É este preço médio
que determinará se você ganhou ou perdeu ao ven-
der cotas de um fundo específico.
Fundos de Investimento Imobiliário 95

QUARTO PASSO

Nas notas de corretagem de suas operações, veri-


fique tudo o que você pagou para fazer cada negocia-
ção e some os valores encontrados. Não inclua n3es-
tes custos o IR recolhido na fonte (IRRF), que somente
entrará na última etapa dos cálculos.

QUINTO PASSO

Dos ganhos registrados no mês, diminua os custos


que teve para operar, conforme apurado no quarto
passo. O resultado será o seu primeiro ganho líquido.

SEXTO PASSO

Some as suas perdas no mês e acrescente a elas


os custos com os quais arcou ao fazer as operações
perdedoras. Esta será a sua perda total no período.

SÉTIMO PASSO

Diminua do seu primeiro ganho líquido (ou seja,


dos ganhos menos os custos) o total de prejuízos no
mês.

Se o resultado for positivo, você ainda pode reduzir


o IR a pagar por Darf, se teve perdas nas negociações
com FIIs em meses ou anos anteriores (veja Compen-
sação de Perdas, ainda neste capítulo).
96 Fundos de Investimento Imobiliário

Feitas todas as contas e abatidas eventuais perdas


passadas, se o resultado final no mês continuar sen-
do positivo, aplique sobre ele a alíquota de 20% de
IR. Do valor assim obtido você deverá subtrair o IRRF
recolhido em suas operações no mês – as notas de
corretagem trazem esta informação. Se operações
suas em outros meses do ano em curso geraram re-
colhimentos de IRRF, pode descontá-los também.

O valor a que você chegar após todos esses cálcu-


los será o que você terá a pagar de IR, por meio de
Darf. O pagamento precisa ser feito até o último dia
útil do mês seguinte ao que ocorreu o lucro líquido
tributável.
Fique atento: se o valor do Darf calculado for inferior a R$ 10,00,
você não poderá recolhê-lo, mas no seu próximo mês positivo ele
terá de ser acrescentado às contas, a favor da Receita.
Preencha o campo código da Receita no Darf com o número 6015,
que diz respeito às operações de pessoas físicas.
Pagamento do Darf com atraso resulta em multa e juros. A Receita
tem em seu site um programa para emissão de Darf e cálculo de
multas e outros encargos. Eis o link:
http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/tributaria/
pagamentos-e-parcelamentos/darf-calculo-e-impressao-programa-
sicalc-1/darf-calculo-e-impressao-programa-sicalc

COMPENSAÇÃO DE PERDAS NO FII


É permitido descontar prejuízos de meses e/ou
anos anteriores nos meses em que você registra ga-
nho líquido nas suas negociações no mercado secun-
dário de FIIs.
Fundos de Investimento Imobiliário 97

Atenção: perdas com FIIs somente podem ser abatidas de ganhos


com FIIs, diferentemente do que ocorre em outros mercados.

As perdas ocorridas em meses anteriores, acresci-


das dos custos que você teve para operar, podem ser
descontadas nos seus ganhos mensais seguintes, no
todo ou em parte.

Além disso, se você informou as perdas nas suas


declarações anuais de IR, é possível compensá-las
também e reduzir o valor do Darf a pagar ou até mes-
mo ficar na situação de nada ter a pagar. Você pode
ir descontando as perdas até que o valor declarado
delas se extingua.

Por isso, nunca deixe de registrar na declaração de


ajuste anual todos os prejuízos das suas operações.
Mensalmente, anote tudo, preferencialmente em
uma planilha, com seus respectivos custos. Assim, o
trabalho será menor na época de preencher a decla-
ração de ajuste anual do IR.

Mesmo que você não tenha registrado na declara-


ção anual as perdas suportadas em períodos anterio-
res, em algumas situações é possível retificar as infor-
mações prestadas à Receita Federal. Veja como fazer
isso na página 8.
98 Fundos de Investimento Imobiliário

OS EXEMPLOS
• Os custos de cada operação geralmente variam
conforme o volume negociado.
• A taxa de corretagem varia de corretora para
corretora.
• O ISS foi incluído nos custos.

PRIMEIRA HIPÓTESE
Se você nunca operou antes, mas obteve ganho lí-
quido e vai pagar Darf, está enquadrado nesta primei-
ra hipótese.

Quem opera há mais tempo também pode estar


enquadrado nesta hipótese, desde que sejam obser-
vadas as seguintes condições:
A) Você não teve perdas em meses e/ou anos ante-
riores que possam ser descontadas do ganho lí-
quido final apurado no mês.
B) Você não teve IR retido na fonte em meses ante-
riores do ano em curso.
Fundos de Investimento Imobiliário 99

OPERAÇÕES COM GANHO NO MÊS


NAS OPERAÇÕES COM COTAS DE FIIS1
Preço
médio Preço Ganho Ganho
-Custo IRRF
de compra de venda bruto líquido
das cotas
R$ 2.040,00 R$ 2.200,00 R$ 160,00 R$ 18,00 R$ 143,00 R$ 1,43
R$ 2.024,00 R$ 2.075,00 R$ 51,00 R$ 12,00 R$ 39,00 R$ 0,39
R$ 2.206,40 R$ 2.318,00 R$ 111,60 R$ 16,00 R$ 95,60 R$ 0,96
R$ 1.480,00 R$ 1.703,20 R$ 223,20 R$ 21,00 R$ 202,20 R$ 2,02
R$ 2.170,00 R$ 2.238,00 R$ 68,00 R$ 14,50 R$ 53,50 R$ 0,54

Ganho bruto no mês com FIIs: R$ 613,80


Custo das operações no mês (sem IRRF): R$ 81,50
Ganho líquido no mês: R$ 532,20
IRRF no mês: R$ 5,34

OPERAÇÕES COM PERDAS NO MÊS


NAS OPERAÇÕES COM COTAS DE FIIS
Preço
médio Preço Perda Perda
+Custo
de compra de venda bruta total
das cotas
R$ 1.846,00 R$ 1.814,00 R$ 32,00 R$ 9,50 R$ 41,50
R$ 2.552,00 R$ 2.506,00 R$ 46,00 R$ 11,50 R$ 57,50

Perda bruta no mês: R$ 78,00


Custo no mês: R$ 21,00
Perda total no mês: R$ 99,00

1 Nos casos das cotas com valor absoluto unitário abaixo de R$ 1 mil,
esta simulação foi feita como se o investidor tivesse negociado 20 cotas. Nos
casos de valores unitários acima de R$ 1 mil, simulamos a negociação de 2 cotas.
100 Fundos de Investimento Imobiliário

CÁLCULO DO IR PARA A PRIMEIRA HIPÓTESE:

Ganho líquido com negociação de cotas dos FIIs no


mês (R$ 532,20), menos a perda total no mesmo seg-
mento no mês (R$ 99,00): R$ 433,20 (ganho líquido final)
É sobre esses R$ 433,20 que incidirá a alíquota de 20%
de IR estabelecida para as negociações de cotas
dos FIIs no mercado secundário.
R$ 433,20 x 0,20 = R$ 86,64
R$ 86,64 – R$ 5,34 (IRRF total no mês nestas operações) = R$ 81,30
O Darf que você emitirá e pagará no mês será de
R$ 81,30, dentro das condições apresentadas
para esta primeira hipótese.

SEGUNDA HIPÓTESE
Usaremos os valores da primeira hipótese, mas em
uma situação diferente:
A) Você teve perdas nas negociações com cotas de
FIIs em meses anteriores. Também registrou pre-
juízos com estas modalidades de operações em
anos anteriores e as registrou em suas declara-
ções de ajuste anual do IR. Todas estas perdas po-
dem ser descontadas do seu ganho líquido final
no mês.
B) Houve IRRF em meses anteriores, ainda não aba-
tido. O desconto do IRRF só é possível quando se
referir a Imposto de Renda recolhido na fonte em
meses do ano em que você está emitindo o Darf. O
IRRF de anos anteriores não pode ser descontado.

CÁLCULO DO IR PARA A SEGUNDA HIPÓTESE:

Ganho líquido final no mês: R$ 433,20


R$ 433,20 – R$ 115,00 (perda total de meses anteriores) =
R$ 318,20
Fundos de Investimento Imobiliário 101

R$ 318,20 – R$ 198,00 (perda total de anos anteriores) = R$ 120,20


R$ 120,20: é sobre este valor que recairá a alíquota de
20% de IR incidente sobre as operações de nego-
ciação de cotas de FIIs.
R$ 120,20 x 0,20 = R$ 24,04 (este é o imposto calculado)
R$ 24,04 – R$ 5,34 (IRRF recolhido no mês) = R$ 18,70
R$ 18,70 – R$ 4,80 (IRRF de meses anteriores do ano em curso) =
R$ 13,90 (este é o IR devido)
O Darf que você emitirá e pagará no mês será de
R$ 13,90, dentro das condições apresentadas
para esta segunda hipótese.
PARTE

II
Renda Fixa
104 Renda Fixa

Embora hoje até já comporte algumas opções mais


arrojadas, o mercado de renda fixa permanece como
o terreno preferencial de quem é mais conservador
ao semear suas economias.

Também os que preferem correr riscos na busca


dos ganhos maiores possíveis em renda variável, ge-
ralmente alocam parte dos próprios recursos em ren-
da fixa, como segurança.

O princípio que define este mercado é simples: a


remuneração dos investidores nos ativos que o com-
põem pode ser dimensionada na hora da aplicação.
Integram o mercado títulos emitidos pelo governo em
todas as suas esferas – são os títulos públicos – e pelo
setor privado. Quem aplica em um deles, seja do se-
tor público ou do privado, está emprestando dinheiro
ao emissor de tais papéis.

Conforme apontado pela própria Receita Federal,


“equiparam-se a operações de renda fixa, para fins
de incidência do imposto sobre a renda incidente na
fonte, as operações de mútuo e de compra vinculada
à revenda, no mercado secundário, tendo por objeto
ouro, ativo financeiro, as operações de financiamen-
to, inclusive box, realizadas em bolsas de valores, de
mercadorias e de futuros e as operações de transfe-
rência de dívidas, bem como qualquer rendimento
auferido pela entrega de recursos a pessoa jurídica”.

A tributação em renda fixa, a não ser nos chama-


dos casos híbridos – como o Certificado de Operações
Estruturadas (COE) – não envolve pagamento mensal
Renda Fixa 105

de Imposto de Renda (IR), que, em renda variável, é


feito por meio de Darf. Existem ainda modalidades
isentas de IR (veja na página 107).

O imposto retido nas aplicações em renda fixa é


devido exclusivamente na fonte e os rendimentos das
aplicações não integram a base de cálculo do IR na De-
claração de Ajuste Anual (DAA). Isso significa que eles
entram na declaração anual em guias próprias, mas
não são sujeitos a nova tributação e nem eventuais
perdas podem ser deduzidos do imposto a pagar.
Este e-book terá uma complementação a ser distribuída logo que a
Receita Federal divulgar o programa de IRPF de 2018, para orientar
os investidores no preenchimento correto das guias da declaração
de ajuste anual.

Como regra geral, o IR para a renda fixa (títulos de


todas as origens e fundos) segue uma tabela regres-
siva. Assim, quanto mais tempo o investidor ficar com
um ativo, menos dinheiro entregará ao Leão. Em al-
gumas modalidades, há diferenças na tributação, a
serem tratadas nos capítulos seguintes.
Fique de olho: fundos de renda fixa, de curto e de longo prazos, e
fundos multimercado sofrem a ação do chamado come-cotas, como
você verá na página 121.

TABELA REGRESSIVA BÁSICA DO IR PARA A RENDA FIXA


Alíquota sobre
Prazo da aplicação
o rendimento

Até 6 meses 22,5%


6 meses e um dia até 12 meses 20%
12 meses e um dia até 24 meses 17,5%
Mais de 24 meses 15%
Fonte: Secretaria da Receita Federal
106 Renda Fixa

O IOF MATADOR
A questão do prazo do investimento, que demanda atenção especial
por determinar o tamanho do pedaço que o IR levará de sua rentabilida-
de, ganha ainda mais realce por conta de um outro tributo. Trata-se do
Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Ele não faz parte do escopo
deste e-book, mas merece destaque, pois costuma machucar – e muito
– quem entra em determinadas aplicações de renda fixa e sai delas mui-
to rapidamente. O IOF recai sobre o rendimento e suas alíquotas são
verdadeiramente pesadas.

Quem aplica em um fundo, por exemplo, e por alguma razão pre-


cisar se desfazer de suas cotas no dia seguinte, arcará com IOF de 96%
da rentabilidade que eventualmente tenha existido de um dia para o
outro. Se ficar com as cotas por dois dias, entregará 93% do rendimento
para o IOF. Com 15 dias, perde a metade. A alíquota vai diminuindo,
mas somente após 30 dias de aplicação o IOF deixa de sugar o ganho do
investidor.

TABELA DO IOF
N° Dias Alíquota N° Dias Alíquota N° Dias Alíquota
1 96% 11 63% 21 30
2 93% 12 60% 22 26
3 90% 13 56% 23 23
4 86% 14 53% 24 20
5 83% 15 50% 25 16
6 80% 16 46% 26 13
7 76% 17 43% 27 10
8 73% 18 40% 28 6
9 70% 19 36% 29 3
10 66% 20 33% 30 0
Renda Fixa 107

OS ISENTOS DE IR
Além da caderneta de poupança, há no mercado outros produtos de
renda fixa isentos de Imposto de Renda (IR). Entre eles, figuram a Letra
de Crédito Imobiliário (LCI) e a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), tí-
tulos que podem ser pós-fixados ou prefixados. Tal como as cadernetas,
são protegidos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até o limite de
R$ 250 mil por CPF e por emissor e até o teto de R$ 1 milhão em quatro
anos, também por CPF e por emissor.

Igualmente são isentos de IR os ainda pouco populares Certificados


de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e os Certificados de Recebíveis Agríco-
las (CRAs). Praticamente não há mercado secundário para esses títulos
de renda fixa, que são emitidos por securitizadoras e têm prazo de ven-
cimento longo. Os CRIs nascem quando uma construtora, por exemplo,
“vende” a uma securitizadora o que pretende receber, nos próximos
anos, das pessoas que adquiriram seus imóveis. O mecanismo é o mes-
mo nos CRAs, só que aí atrelados ao agribusiness. Diferentemente do
que ocorre com LCIs e LCAs, nenhum deles tem cobertura do FGC.

Não há proteção também para as debêntures incentivadas. Em tudo


igual às debêntures comuns, mas sem que seus investidores tenham de
pagar IR, estes papéis são emitidos por empresas que almejam financiar
projetos de infraestrutura. O prazo de aplicação costuma ser longo e a
modalidade começa a atrair o interesse de quem dispõe de dinheiro do
qual não necessitará por alguns anos.
108 Renda Fixa

OS CERTIFICADOS DE OPERAÇÕES ESTRUTURADAS


(COE)
Complexo e híbrido, por misturar renda variável e renda fixa, o
Certificado de Operações Estruturadas (COEs) é relativamente novo no
Brasil. Baseados em derivativos e em ativos em geral, tais títulos se adé-
quam aos investidores de perfil moderado, dependendo das condições
prévias estabelecidas, mas destinam-se principalmente aos mais agres-
sivos. O valor inicial da aplicação gira em torno de R$ 5 mil.

Os COEs são emitidos por bancos, precisam ser registrados na Cen-


tral de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos Privados (Cetip) e
não estão sob a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Todas
as especificações estratégias de cada um, incluindo cenários de ganhos
e de perdas, constam do Documento de Informações Essenciais (DIE)
que o investidor tem de assinar antes de fazer a aplicação. Eles equiva-
lem, no Brasil, às Notas Estruturadas dos mercados dos Estados Unidos
e da Europa.

O investidor pode escolher, ao colocar COEs em sua carteira, entre


papéis de capital nominal protegido, em que o emissor assegura a devo-
lução do valor aplicado (sem correção), e papéis com o capital em risco,
ou seja, aqueles em que todo o dinheiro alocado pode ser perdido.

Embora comportem ativos e derivativos de renda variável, os COEs


são tributados pela tabela regressiva básica da renda fixa (ver página
105), sem o chamado come-cotas que atinge fundos deste segmento.
Renda Fixa 109
CAPÍTULO

1
Tesouro Direto
112 Tesouro Direto

Com aceitação crescente, o Tesouro Direto foi cria-


do para dar aos pequenos e médios investidores aces-
so fácil às aplicações em títulos públicos. Pelo volume
de dinheiro envolvido e por outras complexidades, os
títulos, que são emitidos pelo Tesouro Nacional, em
termos práticos antes estavam ao alcance apenas de
pessoas físicas com muito dinheiro ou de instituições
e empresas.

Negociados pela internet, mas com intermediação


de corretoras ou bancos, embora seja alvo de tribu-
tação do Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre
Operações Financeiras (IOF) o Tesouro Direto tem
funcionado, para muitos, como alternativa à caderne-
ta de poupança. A poupança tem isenção de IR, po-
rém a rentabilidade deixa a desejar.

No Tesouro Direto, você dispõe de algumas opções


para aplicar seu dinheiro em diferentes situações da
economia. Em si, os tipos de títulos englobados pelo
Tesouro Direto têm idêntico tratamento tributário,
sempre com Imposto de Renda recolhido na fonte, no
momento de resgate no prazo certo, no recebimento
de juros semestrais (cupom) ou de venda antecipada.
Veja, adiante, neste mesmo capítulo, a tabela regres-
siva do IR para Tesouro Direto.

É importante examinar atentamente os tipos de tí-


tulos existentes e avaliar por quanto tempo, de fato,
você pode deixar seu dinheiro neles, para não cair em
armadilhas relativas a prazos, capazes de elevar subs-
tancialmente o peso da tributação.
Tesouro Direto 113

RENTABILIDADE NO TESOURO DIRETO


Antes de tudo, é preciso saber que existem duas
grandes modalidades de títulos neste segmento de
aplicação: a dos prefixados e a dos pós-fixados. Nos
primeiros, a rentabilidade fica definida previamente,
no momento da aplicação. Assim, você sabe exata-
mente quanto receberá se levar o titulo até seu ven-
cimento, descontado, é claro, o IR sobre ele incidente.

Nos segundos, os pós-fixados, o valor inicial é cor-


rigido por um indexador, que pode ser a taxa de in-
flação ou a taxa de juros básica da economia (Selic),
além de uma taxa de juros estabelecida quando da
compra do título.

Veja, com mais detalhes, os diferentes títulos com


suas regras de rentabilidade:

Tesouro Prefixado (LTN) - Prefixado, com rentabilidade definida no


momento da compra. Se você vendê-lo antes do vencimento, vai ganhar
se o título estiver valendo mais no mercado do que quando você o com-
prou, ou vai perder, se estiver valendo menos. Não se esqueça de con-
siderar o IR a ser pago (sempre descontado na fonte), em qualquer dos
casos.

Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F) - Prefixado, com


rentabilidade definida no momento da compra e com pagamento de
juros semestrais, conhecidos como cupons de juros. Isso significa que
a rentabilidade é entregue a você semestralmente e não na data de
vencimento do título. O IR é descontado de você a cada recebimento de
rentabilidade.

Tesouro Selic (LFT) - Pós-fixado, com rentabilidade vinculada à varia-


ção da taxa de juros básica da economia, a Selic. Na hipótese de resgate
antecipado, você receberá a Selic equivalente ao período em que ficou
com o título. O IR é descontado na fonte, como em toda a renda fixa, e
a alíquota dependerá do tempo corrido entre a aquisição e o resgate.
114 Tesouro Direto

Tesouro IPCA+ Juros Semestrais (NTN-B) - Pós-fixado, com rentabili-


dade vinculada à variação da inflação medida pelo Índice de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís-
tica (IBGE). Tal variação é acrescida dos juros (cupom) definidos no mo-
mento da compra e que são pagos a você a cada semestre. Este, então,
é mais um caso de rentabilidade depositada em sua conta a cada seis
meses, sempre tendo em mente o IR a ser descontado.

Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal) - Pós-fixado, com rentabilidade vin-


culada à variação da inflação medida pelo IPCA, acrescida dos juros de-
finidos no momento da compra, sem pagamento períodico de juros. De
novo, fique de olho nas alíquotas do IR.

Há também a Nota do Tesouro Nacional Série C (NTN-C), pós-fixada,


vinculada à variação da inflação medida pelo Índice Geral de Preços-
-Mercado (IGP-M), da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Este título, porém,
não tem mais autorização para receber investimento. Quem já o possui,
pode resgatá-lo.

Como visto, antes de escolher um tipo de título,


você deverá avaliar os cenários possíveis para a eco-
nomia. Há três perguntas básicas a serem feitas: os
sinais são de que a atividade econômica crescerá, en-
colherá ou haverá estagnação? A inflação vai subir, vai
cair ou ficará estável? O Banco Central (BC) tende a
elevar a Selic, a reduzí-la ou a mantê-la?

A leitura atenta e diária de jornais, veículos espe-


cializados e sites de analistas e economistas poderá
apontar as respostas mais prováveis para estas ques-
tões, que são interligadas. As atas que o Comitê de
Política Monetária (Copom) do BC divulga na semana
seguinte às suas reuniões merecem exame com lupa.

As respostas que você encontrar não necessaria-


mente estarão corretas, mas o acompanhamento co-
tidiano dos fatos será uma poderosa ferramenta para
Tesouro Direto 115

ajudar a traçar o cenário mais consistente em várias


perspectivas de tempo. Afinal, o tempo, quando se
trata de renda fixa – o Tesouro Direto obviamente in-
cluído –, determinará, em grande parte, o seu rendi-
mento líquido.

O tempo também pesará, caso você saia da apli-


cação antes do vencimento, ou por causa de alguma
emergência pessoal, ou porque a sua aposta quanto
ao comportamento de um dos indexadores dos títu-
los não deu certo, situação em que você pode julgar
que é melhor se desfazer deles e tentar outros.
Fique atento: desfazer-se de um título após tê-lo adquirido há ape-
nas alguns dias vai deixar você a braços com as elevadíssimas alí-
quotas do IOF, que variam de 96% do rendimento no dia seguinte ao
da aquisição até 3% no 29º dia. Somente a partir de 30 dias deixa de
haver incidência de IOF (veja a página 106).

O IMPOSTO DE RENDA NO TESOURO DIRETO


Aqui, não há a exigência de pagamento mensal de
Imposto de Renda em caso de ganho liquido. O valor
do IR que você tiver de pagar será sempre recolhido
diretamente pela instituição da qual você é cliente
(corretora ou banco).

De todos os seus ganhos, incluindo o obtido com


juros semestrais e eventual lucro na negociação de
títulos antes do prazo de vencimento, o Imposto de
Renda estará deduzido, assim como a taxa de admi-
nistração cobrada pela instituição intermediadora.
116 Tesouro Direto

O registro do resultado de suas operações no Te-


souro Direto se dá na Declaração de Ajuste Anual
(DAA) do IR, sem descontos para perdas ou acrésci-
mos de renda na hipótese de ganhos. Para ficar ainda
mais claro: lucros ou prejuízos no Tesouro Direto (e
em outras aplicações de renda fixa) não integram a
base de cálculo do imposto sobre a renda que você
declara anualmente.

O documento essencial para a declaração de IR é


o Informe de Rendimentos recebido da corretora ou
banco que intermedia suas operações no Tesouro Di-
reto. Tudo o que é pedido pela Receita Federal consta
destes informes.
Este e-book terá uma complementação assim que a Receita Federal
divulgar o programa de IR de 2018, para ajudar você a preencher cor-
retamente as telas relativas ao Tesouro Direto e a outras aplicações
de renda fixa.

TABELA REGRESSIVA DO IR PARA O TESOURO DIRETO

Alíquota sobre
Prazo da aplicação
o rendimento

Até 6 meses 22,5%


6 meses e um dia até 12 meses 20%
12 meses e um dia até 24 meses 17,5%
Mais de 24 meses 15%
Fonte: Secretaria da Receita Federal
Tesouro Direto 117
CAPÍTULO

2
Fundos de Renda Fixa
120 Fundos de Renda Fixa

Voltado para o público mais conservador, os Fun-


dos de Renda Fixa, antes chamados de Referenciados
DI, ou fundos DI, acompanham a taxa básica de juros
da economia (Selic). A maior parte dos fundos DI, ca-
tegoria extinta em 2015, agora se enquadra na classi-
ficação de fundos simples, criada naquele ano.

Os fundos simples concorrem diretamente com as


cadernetas de poupança, desde que o investidor ava-
lie muito bem as taxas de administração cobradas,
muitas vezes elevadas a ponto de fazer esta aplicação
perder para as populares cadernetas, principalmente
em prazos mais curtos.

Também não se pode esquecer que esses fundos,


que têm liquidez diária, sofrem com o Imposto sobre
Operações Financeiras (IOF). Se o investidor enfrentar
uma emergência que o leve a fazer saques antes de
decorridos 30 dias desde a sua entrada na aplicação,
o corte em qualquer rentabilidade obtida será muito
doloroso (veja na página 106).

O grande problema dos fundos de renda fixa, con-


tudo, é o famoso come-cotas do Imposto de Renda
(IR), como mostraremos mais à frente. Esse sistema
costuma achatar a base sobre a qual se dá a rentabi-
lidade final da aplicação.

No quesito segurança, o arcabouço é considerado


bom por especialistas. Embora os fundos não tenham
cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), são
reputados como de baixo risco, por terem suas cartei-
ras compostas por títulos do governo e por títulos de
Fundos de Renda Fixa 121

crédito privado, sob regulamentação da Comissão de


Valores Mobiliários (CVM).

Por conta desta regulamentação, os recursos des-


tes fundos não se misturam aos recursos da institui-
ção que os gere. Os ativos dos investidores ficam com
uma entidade custodiante, responsável pela guarda
dos títulos integrantes da carteira dos fundos.

O IMPOSTO DE RENDA E O COME-COTAS


O sistema de tributação dos fundos de investimen-
to em renda fixa tem a peculiaridade de sujeitar o
investidor a uma norma apelidada de come-cotas. À
primeira vista, o come-cotas parece ser só uma an-
tecipação do pagamento do Imposto de Renda que
teria de ser recolhido de qualquer maneira no futuro.

Na prática, entretanto, esta determinação da Re-


ceita Federal afeta a rentabilidade do investimento,
por reduzir a base sobre a qual se pode ter ganhos ao
longo do tempo. Ela se aplica aos fundos de investi-
mento e também aos fundos multimercado.

Por esta norma, no último dia útil dos meses de


maio e de novembro, não importa qual seja o prazo
da aplicação, a Receita Federal recolhe um percen-
tual da alíquota de Imposto de Renda cabível, após
transformar o valor encontrado em um número de
cotas que cubra tal valor. Só a título de exemplo, se
você tinha 50 cotas, pode passar a ficar com 48, ou 40,
ou ainda menos, dependendo do caso. A base sobre
122 Fundos de Renda Fixa

a qual seus rendimentos se acumulam fica menor e


isso, como já dito, ocorre duas vezes por ano.

No resgate final, você pagará ao Leão a diferença


entre o que a Receita já recolheu no come-cotas e o
que ainda for devido, conforme o prazo decorrido en-
tre a aplicação e a sua saída dela. As tabelas regressi-
vas da Receita Federal para os fundos, de longo prazo
e de curto prazo, estão no final deste capítulo.

Quanto à declaração de renda anual, você precisa-


rá dos Informes de Rendimentos recebidos dos ges-
tores dos fundos dos quais é cotista. Tudo o que é
pedido pela Receita Federal está nos informes.
Este e-book terá uma complementação assim que a Receita Federal
divulgar o programa de IR de 2018, para ajudar você a preencher
corretamente as telas relativas aos fundos e a outras aplicações de
renda fixa.

TABELA REGRESSIVA DO IR PARA FUNDOS DE LONGO PRAZO

Alíquota sobre
Prazo da aplicação
o rendimento

Até 6 meses 22,5%


6 meses e um dia até 12 meses 22%
12 meses e um dia até 24 meses 17,5%
Mais de 24 meses 15%
Fonte: Secretaria da Receita Federal

TABELA REGRESSIVA DO IR PARA FUNDOS DE CURTO PRAZO

Alíquota sobre
Prazo da aplicação
o rendimento

Até 6 meses 22,5%


6 meses e um dia até 12 meses 20%
Fonte: Secretaria da Receita Federal
Fundos de Renda Fixa 123
CAPÍTULO

3
Fundos
Multimercado
126 Fundos Multimercado

Mais adequado aos investidores dispostos a correr


riscos, os fundos multimercado vêm subindo em po-
pularidade no mercado financeiro. Eles constituem-
-se de uma cesta de ativos de várias modalidades, tais
como ações, títulos de renda fixa, derivativos diver-
sos, câmbio e aplicações no exterior, dependendo da
estratégia adotada. Alguns são acessíveis a quem dis-
põe de pouco dinheiro para começar.

Tais fundos exigem cuidados especiais do investi-


dor, que deve ficar de olho no balanceamento do que
está contido na cesta de investimentos deles. O que
vai dentro da cesta e o equilíbrio entre os ativos esta-
belece o nível de agressividade do fundo.

Os mais comuns são de alto risco, mas, em com-


pensação, abrem a possibilidade de rentabilidade
mais elevada do que a que se alcançaria com aplica-
ções diferentes. Outros apresentam perfil moderado
e alguns poucos, perfil conservador. Ao investidor,
cabe eleger o nível de agressividade que pode supor-
tar e que lhe convém em um dado momento.

Para eleger o instrumento certo, o investidor pre-


cisa examinar, em profundidade, o prospecto do fun-
do e seu regulamento. Nestes documentos, o fundo
aponta qual é a sua política de alocação de recursos,
estratégia e objetivos. Desta forma, o cotista pode ve-
rificar em que tipo de ativos o dinheiro será posto e
em que proporções.

Não menos importante são as informações relati-


vas à liquidez do fundo.
Fundos Multimercado 127

Há os que oferecem liquidez diária, vale dizer, saca-


-se no dia seguinte ao pedido de resgate, e existem os
que fixam prazo de 30 dias, ou mais, para as retiradas.

A partir destas especificações, e consciente dos ris-


cos que está assumindo, o aplicador estará em con-
dições de fazer sua escolha prévia – e deve ser pré-
via porque o fator custo precisa igualmente ir para a
balança. Além da taxa de administração normal, ge-
ralmente os fundos multimercado cobram uma taxa
de performance, a partir de um terminado nível de
desempenho, o que afeta a rentabilidade final de ma-
neira que pode ser bem substantiva.

O IR NOS FUNDOS MULTIMERCADO E O


COME-COTAS
Na base, a tributação dos fundos multimercado
pouco difere daquela válida para os de renda fixa.
Em ambos os casos, se você ingressar em um fundo e
precisar sair rapidamente, devido a alguma emergên-
cia, levará uma pancada do Imposto sobre Operações
Financeiras (IOF) em cima de qualquer rendimento
que já tenha obtido (veja a página 106).

No que se refere ao Imposto de Renda (IR), apesar


de os fundos multimercado comportarem a presen-
ça de ações em suas carteiras, a Receita não divide o
portfólio deles para aplicar diferentes alíquotas.

Como na regra geral da renda fixa, o IR é recolhido


integralmente na fonte. A alíquota, por sua vez, de-
128 Fundos Multimercado

pende do prazo da aplicação e o valor pago não en-


tra na base de cálculo da Declaração de Ajuste Anual
(DAA) do IR.

Uma pequena diferença, contudo, pode ser atrati-


va, a depender dos seus custos com taxas de adminis-
tração e de performance. Caso o fundo tenha 67% ou
mais de sua carteira integrada por ações, a alíquota
do IR será de somente 15%, mesmo que o resgate se
dê em apenas seis meses.

De outro lado, os fundos multimercado, como os


de renda fixa, são atingidos por uma norma da Re-
ceita Federal chamada de come-cotas: no último dia
útil dos meses de maio e de novembro, não importa
qual seja o prazo da aplicação, a Receita recolhe um
percentual da alíquota de IR compatível com o prazo
e o valor encontrado transforma-se em um número
de cotas. Estas cotas vão embora e o valor que você
tinha posto no fundo, portanto, diminui. Com isso, a
base sobre a qual seus rendimentos são gerados e
se acumulam fica menor. Por afetar os rendimentos
finais, os investidores não gostam da alegação de que
o come-cotas é apenas uma antecipação do paga-
mento do Imposto de Renda que teria de ser recolhi-
do de qualquer maneira no futuro.

No resgate final, você entregará ao Leão a diferen-


ça entre o que a Receita já recolheu no come-cotas e
o que ainda for devido, conforme o prazo decorrido
entre a aplicação e a sua saída dela. As tabelas regres-
sivas para os fundos, de longo prazo e de curto prazo,
Fundos Multimercado 129

conforme a Receita Federal, estão publicadas no final


deste capítulo.

Os resultados de suas aplicações em fundos multi-


mercado têm de ser registrados na declaração anual
do IR, sem descontos para perdas ou acréscimos de
renda na hipótese de ganhos. Em outras palavras, lu-
cros ou prejuízos em fundos multimercado e em ou-
tras aplicações de renda fixa não integram a base de
cálculo do imposto sobre a renda que você declara
anualmente.

Para a declaração anual, você precisará do Informe


de Rendimentos recebido dos gestores dos fundos
dos quais é cotista. Tudo o que é pedido pela Receita
Federal consta destes informes.
Este e-book terá uma complementação assim que a Receita Federal
divulgar o programa de IR de 2018, para ajudar você a preencher
corretamente as telas relativas aos fundos multimercado e a outras
aplicações de renda fixa.

TABELA DO IR PARA FUNDOS MULTIMERCADO DE LONGO PRAZO

Alíquota sobre
Prazo da aplicação
o rendimento

Até 6 meses 22,5%


6 meses e um dia até 12 meses 22%
12 meses e um dia até 24 meses 17,5%
Mais de 24 meses 15%
Fonte: Secretaria da Receita Federal
130 Fundos Multimercado

TABELA DO IR PARA FUNDOS MULTIMERCADO DE CURTO PRAZO

Alíquota sobre
Prazo da aplicação
o rendimento

Até 6 meses 22,5%


6 meses e um dia até 12 meses 20%

Fonte: Secretaria da Receita Federal


Fundos Multimercado 131
CAPÍTULO

4
CDBs e RDBs
134 CDBs e RDBs

Da mesma maneira que quem aplica em um título


público está financiando o governo, quem adquire um
Certificado de Depósito Bancário (CDB) está empres-
tando dinheiro a um banco, em troca de uma remune-
ração sob a forma de juros. Este papel é um título de
renda fixa, só que é emitido por instituições privadas,
além de bancos estatais. Muito semelhantes, os Reci-
bos de Depósito Bancário (RDBs) pertencem à mesma
família, porém podem ser lançados não apenas por
bancos, mas também por cooperativas e sociedades
de crédito. Adiante, será ressaltada a diferença de li-
quidez entre os dois.

Tradicionais, os CDBs hoje já não se restringem


à carteira dos grandes investidores, pois há os que
permitem aplicações iniciais de valores relativamen-
te baixos. São ainda considerados de baixo risco, por
serem cobertos pelo Fundo Garantidor de Crédito
(FGC), no limite de R$ 250 mil por CPF e conglomera-
do emissor do papel. Há, adicionalmente, um teto de
R$ 1 milhão a cada quatro anos, por CPF e por emis-
sor. OS RDBs encontram-se sob idêntica proteção.

Assim, mesmo quem apostou nos CDBs de uma


instituição bancária que venha a quebrar, dificilmente
perderá dinheiro, se estiver dentro do limite e do teto
estabelecidos.

Como na renda fixa em geral, o prazo de aplicação


em CDBs determina o tamanho da tributação – por-
tanto, afeta diretamente o cálculo do Imposto de Ren-
da a ser pago e a rentabilidade real do investidor. Por
CDBs e RDBs 135

isso, é preciso conhecer esse instrumento de aplica-


ção desde sua base.

Para começar, há três tipos de títulos no segmento


de CDBs: os pós-fixados, os prefixados e os que mis-
turam as duas modalidades, chamados híbridos. Os
prefixados oferecem uma taxa de juros específica,
nominal, e é ela que você receberá como remunera-
ção bruta. Se a inflação subir muito e superar a taxa
de juros por você aceita, o poder de compra do seu
dinheiro encolherá. Se a inflação ficar muito abaixo
da taxa acordada, você ganhará.

Os CDBs pós-fixados costumam ter a preferência


dos investidores. A rentabilidade é geralmente ex-
pressa em percentuais do Certificado de Depósito In-
terbancário (CDI), que dá a taxa de juros pela qual os
bancos emprestam dinheiro uns aos outros.

Este percentual do CDI aciona a partida para o pro-


cesso de escolha do CDB por parte do investidor. Os
bancos de grande porte, não raras vezes, oferecem
um percentual mais baixo do CDI do que as institui-
ções menores, porque o público tende a se sentir
mais seguro com os papéis deles. Já os de médio e
pequeno portes, quase sempre, acenam com rentabi-
lidade acima da taxa do CDI, para atrair aplicadores.
Na prática, considerando a cobertura do FGC, o risco
entre as instituições não se distancia muito.

O que de fato desequilibra a balança é a liquidez.


Em geral, os emissores que remuneram com taxas de
juros mais elevadas restringem a liberdade de resga-
136 CDBs e RDBs

te, muitas vezes somente permitido na data de ven-


cimento do papel. Se não houver mercado secundá-
rio com liquidez para o título em questão, você ficará
amarrado a ele por muito tempo.

Assim, a alocação de recursos em CDBs exige de


você uma avaliação muito fria sobre prazos verdadei-
ramente compatíveis com suas expectativas de vida.
Ante uma emergência, você tem em carteira alguma
aplicação líquida para enfrentá-la? Esta é uma per-
gunta cuja resposta ajuda a nortear suas decisões. No
caso de RDBs, estes cuidados são ainda mais neces-
sários, já que esta modalidade só pode mesmo ter sa-
que na data do vencimento, independentemente da
rentabilidade, pois não há resgate antecipado.

Quanto ao Imposto sobre Operações Financeira


(IOF) em CDBs de prazos flexíveis, naturalmente você
não entrará neles pensando em resgatá-los antes de
30 dias. Se, entretanto, por algum fato inesperado
precisar fazê-lo, não se esqueça que o IOF incide pe-
sadamente sobre rendimentos que possam ter ocor-
rido neste período inicial (veja a página 106).

A incidência do IR segue a regra para os investi-


mentos em renda fixa – quanto mais tempo você ficar
na aplicação, menos IR pagará. Até seis meses, por
exemplo, a alíquota é de 22,5% do rendimento alcan-
çado no período. Com prazo de dois anos ou mais,
a alíquota diminui para 15%, de acordo com tabela
da Receita Federal que publicamos ainda neste capí-
tulo. Como não há taxas de administração em CDBs
CDBs e RDBs 137

e RDBs, geralmente nada há descontar dos ganhos


capaz de formar uma base mais baixa sobre a qual
calcular o imposto.

O IR de CDBs e RDBs é descontado na fonte e você


nada mais tem a pagar ao Leão depois disso. Como
se dá nos demais casos de renda fixa, é indispensável
registrar a aplicação e seus resultados na declaração
anual de renda.

Para isso, você precisará dos Informes de Rendi-


mentos enviados pelos emissores dos CDBs e/ou
RDBs que tiver em carteira. Tudo o que é pedido pela
Receita Federal está nos informes.
Este e-book terá uma complementação assim que a Receita Federal
divulgar o programa de IR de 2018, para ajudar você a preencher
corretamente as telas relativas a estas aplicações.

TABELA DO IR PARA CDBs E RDBs


Alíquota sobre
Prazo da aplicação
o rendimento

Até 6 meses 22,5%


6 meses e um dia até 12 meses 20%
12 meses e um dia até 24 meses 17,5%
Mais de 24 meses 15%

Fonte: Secretaria da Receita Federal


CAPÍTULO

5
Debêntures
140 Debêntures

Ainda pouco comum nas carteiras de investidores


brasileiros de menor porte, a debênture é um papel
bastante antigo, emitido por companhias de capital
aberto ou fechado. Com isso, elas captam recursos
para financiar projetos, melhorar o perfil da própria
dívida etc.

A exemplo do CDB, trata-se de um empréstimo que


o aplicador faz, só que neste caso a uma empresa, e
não a um banco. A remuneração se dá conforme o
prazo e as taxas de juros e/ou indicadores estabeleci-
dos quando da contratação do investimento.

As debêntures podem ser simples ou conversíveis


em ações. As simples não permitem que o aplicador
se torne, no futuro, um sócio da companhia emissora.
Já as conversíveis abrem esta possibilidade.

Não há, no caso das debêntures, cobertura do


Fundo Garantidor de Crédito (FGC), por isso é muito
importante examinar meticulosamente a documenta-
ção relativa a tais papéis. A escritura de emissão defi-
ne todas as condições às quais as debêntures em cau-
sa estão sujeitas, tais como as garantias oferecidas, a
data de devolução do dinheiro aplicado e se ele será
ou não corrigido por um índice de inflação. Pode in-
dicar ainda em que projetos os recursos amealhados
com o público serão colocados.

Se a empresa emissora quiser alterar o que foi fi-


xado inicialmente poderá fazê-lo, desde que negocie
uma repactuação das condições com os detentores
Debêntures 141

das debêntures, o que precisa passar pela aprovação


da Assembleia Geral de Debenturistas (AGD).

Os tipos básicos de rendimento são, como é usual


na renda fixa, o pós-fixado, o prefixado e o híbrido.
No primeiro, o investimento vai render conforme o
indicador de mercado acertado. Entre eles, destacam-
-se a taxa básica de juros da economia (a Selic), o Cer-
tificado de Depósito Interbancário (CDI) e a inflação
oficial do País, que é medida pelo Índice de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).

No rendimento prefixado, acerta-se uma taxa de


remuneração, que não variará, ou seja, o investidor
sabe quanto terá ao final do prazo da aplicação, não
importa o que tenha ocorrido com a taxa de juros do
País, a inflação etc.

Já com a debênture híbrida, o que se tem é uma


taxa de juros fixada previamente, mais um indicador
pós-fixado, em proporções que comportam variações.

Quanto à liquidez, ela é baixa no mercado secun-


dário, por isso se torna particularmente relevante
avaliar se o dinheiro a ser colocado em debênture vai
poder mesmo ficar preso até o vencimento do título.

O Imposto de Renda é descontado exclusivamente


na fonte, com base em tabela regressiva publicada ao
final deste capítulo, sempre que houver fato gerador,
como o recebimento de juros. As alíquotas são apli-
cadas sobre o que a debênture rendeu e não sobre
142 Debêntures

o valor do título. Existem ainda as debêntures incen-


tivadas, isentas de IR, como se poderá ver na página
107.

Na Declaração de Ajuste Anual (DAA) do IR o inves-


timento em debêntures tem de ser declarado, embo-
ra, é claro, não entre na base de cálculo do imposto a
pagar.
Este e-book terá uma complementação assim que a Receita Federal
divulgar o programa de IR de 2018, para ajudar você a preencher
corretamente as telas relativas a estas aplicações.

TABELA DO IR PARA DEBÊNTURES

Alíquota sobre
Prazo da aplicação
o rendimento

Até 6 meses 22,5%


6 meses e um dia até 12 meses 20%
12 meses e um dia até 24 meses 17,5%
Mais de 24 meses 15%
Fonte: Secretaria da Receita Federal
Debêntures 143
CAPÍTULO

6
Títulos de
Capitalização
146 Títulos de Capitalização

Os títulos de capitalização formam uma categoria


de investimento regulamentada pela Superintendên-
cia de Seguros Privados (Susep). São comercializados
por sociedades de capitalização, usualmente inte-
grantes de conglomerados financeiros. Quase sem-
pre os títulos preveem o sorteio de prêmios, em di-
nheiro ou não.

Há uma divisão básica inicial entre os papéis, dada


pela forma de pagamento por parte de quem os ad-
quire: pagamento a cada mês de vigência do título
(PM); sem correspondência entre o número de paga-
mentos e o número de meses de vigência do papel
(PP); e pagamento único (PU).

A própria Susep explica, em seu site, que as expec-


tativas em relação a títulos de capitalização não de-
vem ser as mesmas que se tem quando se trata de
caderneta de poupança. “Seu capital de resgate será
sempre inferior ao capital constituído por aplicações
idênticas na caderneta de poupança, já que, dos pa-
gamentos efetuados num título, desconta-se uma
parte para custear as despesas administrativas das
Sociedades de Capitalização e, quando há sorteios,
uma parcela para custear as premiações”, assinala a
entidade reguladora.

A correção e as taxas de juros acordadas para os tí-


tulos de capitalização incidem apenas sobre uma par-
te daquilo que o investidor pagou. O restante, como
frisado pela Susep, serve para a sociedade de capitali-
zação cobrir os próprios custos (cota de carregamen-
Títulos de Capitalização 147

to) e para fazer frente aos prêmios distribuídos (cota


de sorteio).

De acordo com exemplo traçado pela entidade,


num título com pagamentos mensais no valor de
R$100 cada um, o quarto pagamento poderá apre-
sentar cota de capitalização de 75%; cota de sorteio
de 15%; e cota de carregamento de 10%. “Então” –
continua a Susep –, “R$ 75,00 serão destinados para
compor o capital, R$15,00 serão destinados para o
custeio dos sorteios e R$10,00 serão destinados à so-
ciedade de capitalização.”

Os títulos costumam ter prazo de carência para


resgate e tirar o dinheiro antes pode gerar multa de
até 10% do valor aplicado. Esta possibilidade e todas
as características dos títulos têm de constar do docu-
mento Condições Gerais de cada emissão, para que
o adquirente conheça as regras do papel que está
subscrevendo.

Se, porventura, o detentor de um título de capita-


lização conseguir algum lucro líquido, pagará 20% de
Imposto de Renda (IR) sobre o rendimento, desconta-
dos na fonte. Na hipótese de ser sorteado, se o prê-
mio for em dinheiro o Leão abocanhará 30% do valor
recebido.

Na Declaração de Ajuste Anual (DAA) do IR o inves-


tidor deve informar sua posição em títulos de capita-
lização e eventuais lucros ou perdas.
PARTE

III
A letra da Lei
150 A letra da Lei

A última parte deste e-book é dedicada à repro-


dução das normas da Receita Federal pertinentes ao
Imposto de Renda (IR) para o investidor pessoa física.
Com ela, o leitor poderá dirimir dúvidas que eventual-
mente restem quanto à tributação de suas aplicações.

Para tornar mais fácil a consulta, colocamos juntas


as normas que dizem respeito à renda variável, com
os artigos apresentados em ordem numérica crescen-
te. Adotamos igual procedimento para a renda fixa.

Optamos por reproduzir o artigo 70 da Instrução


Normativa da Receita Federal do Brasil (RFB) Nº 1.585,
de 31 de agosto de 2015, tanto na renda variável,
quanto na renda fixa, porque ele se refere aos dois
segmentos.
A letra da Lei 151

RENDA VARIÁVEL
Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil (RFB), de 31 de agosto
de 2015

Dos Fundos de Investimento em Ações


Art. 18. Os cotistas dos fundos de investimento em ações serão
tributados pelo imposto sobre a renda exclusivamente no
resgate de cotas, à alíquota de 15% (quinze por cento).
§ 1º A base de cálculo do imposto será constituída pela diferença
positiva entre o valor de resgate e o custo de aquisição da cota,
considerados pelo seu valor patrimonial.
§ 2º Para efeitos do disposto neste artigo, consideram-se fundos
de investimento em ações aqueles cujo patrimônio líquido seja
composto por, no mínimo, 67% (sessenta e sete por cento)
de ações negociadas no mercado à vista de bolsa de valores
ou entidade assemelhada, no País ou no exterior, na forma
regulamentada pela CVM.
§ 3º Para efeitos da proporção de que trata o § 2º, serão
equiparados às ações:
I - no Brasil:
a) os recibos de subscrição;
b) os certificados de depósito de ações;
c) os Certificados de Depósito de Valores Mobiliários
(Brazilian Depositary Receipts - BDR);
d) as cotas dos fundos de investimento em ações; e
e) as cotas dos fundos de índice de ações negociadas
em bolsa de valores ou mercado de balcão organizado;
II - no exterior:
a) os American Depositary Receipts (ADR);
b) os Global Depositary Receipts (GDR);
c) as cotas dos fundos de índice de ações negociadas
em bolsas de valores ou mercado de balcão organizado;
d) as cotas de fundos de investimento em ações.
§ 4º Para efeito de enquadramento ao limite mínimo de que
trata o § 2º, as operações de empréstimo de ações feitas por
fundo ou clube de investimento em ações serão:
I - computadas no referido limite, quando o fundo ou clube
for o emprestador;
II - excluídas do mesmo limite, quando o fundo ou clube for
o tomador.
§ 5º As operações conjugadas descritas no inciso V do § 2º do
art. 4º, realizadas por fundo ou clube de investimento em ações,
não integrarão a parcela da carteira aplicada em ações para
152 A letra da Lei

efeito da proporção referida no § 2º.


§ 6º O limite de que trata o §2º deverá corresponder à média
móvel dos percentuais diários, apurados para 40 (quarenta)
dias úteis, com defasagem de 5 (cinco) dias úteis, do valor
das ações em relação ao patrimônio líquido do fundo de
investimento, tendo como termo inicial a data de constituição
ou transformação do fundo.
§ 7º O termo inicial a que se refere o § 6º será considerado
mesmo nas hipóteses em que o total de dias úteis seja inferior
a 40 (quarenta), inclusive se a defasagem for inferior a 5 (cinco)
dias úteis.
§ 8º Determinadas as médias móveis relativas aos primeiros
40 (quarenta) dias úteis, as referentes aos dias de resgate
posteriores poderão ser calculadas utilizando-se a seguinte
expressão:
M = ( p + m x 39) / (40), na qual:
M = média móvel correspondente ao dia do resgate;
p = percentual correspondente à relação entre o valor
das ações e o patrimônio líquido total do fundo no 41º
(quadragésimo primeiro) dia útil;
m = média dos percentuais diários apurados nos 40
(quarenta) dias úteis anteriores, observada a defasagem de
5 (cinco) dias úteis.
§ 9º Para fins do disposto nos §§ 6º e 8º, o valor das ações
integrantes do patrimônio líquido do fundo será dividido
pelo valor resultante da multiplicação da quantidade de cotas
emitidas pelo valor patrimonial da cota.
§ 10. A média de que trata este artigo será determinada, para
cada dia de resgate, considerando-se os percentuais diários
apurados nos 40 (quarenta) dias úteis anteriores, sendo
admitida para esse fim uma defasagem de até 5 (cinco) dias
úteis.
§ 11. Tendo o administrador do fundo optado pela apuração
da média com defasagem, essa deverá ser observada
uniformemente nas apurações subsequentes, admitindo-se a
alteração do número de dias úteis de defasagem no início de
cada ano-calendário.
§ 12. Alternativamente à forma de determinação prevista no §
10, o percentual em ações poderá ser determinado utilizando-
se a expressão constante do § 8º.
§ 13. Serão desprezados, para fins de apuração da média
de que trata este artigo, os dias úteis nos quais o fundo de
investimento se apresente sem patrimônio.
§ 14. Em relação aos fundos de investimento que, mesmo já
constituídos, não tenham iniciado suas atividades, a média de
que trata este artigo será apurada, ainda que para períodos
inferiores a 40 (quarenta) dias úteis, tendo como termo inicial a
A letra da Lei 153

data de ingresso do 1º (primeiro) cotista.


§ 15. Aplicam-se aos fundos de investimento em ações, no
que couber, as disposições previstas nos arts. 11 a 17 desta
Instrução Normativa.
§ 16. O Ministro de Estado da Fazenda poderá elevar e
restabelecer o percentual a que se refere o § 2º.
§ 17. O disposto neste artigo aplica-se, também, aos fundos
de investimento em cotas que mantenham, no mínimo, 95%
(noventa e cinco por cento) de seu patrimônio líquido em cotas
de fundos de investimento em ações.

Dos Fundos de Investimento Imobiliário


Art. 35. Os fundos de investimento imobiliário, instituídos pela
Lei nº 8.668, de 25 de junho de 1993, deverão distribuir a seus
cotistas, no mínimo, 95% (noventa e cinco por cento) dos lucros
auferidos, apurados segundo o regime de caixa, com base em
balanço ou balancete semestral encerrado em 30 de junho e 31
de dezembro de cada ano.
§ 1º Os lucros de que trata este artigo, quando distribuídos a
qualquer beneficiário, inclusive pessoa jurídica isenta, sujeitam-
se à incidência do imposto sobre a renda na fonte à alíquota de
20% (vinte por cento), ressalvado o disposto no § 2º.
§ 2º Os lucros acumulados até 31 de dezembro de 1998
sujeitam-se à incidência do imposto sobre a renda na fonte à
alíquota de 25% (vinte e cinco por cento).
§ 3º O imposto de que trata este artigo será recolhido até o
último dia útil do mês subsequente ao do encerramento do
período de apuração.
Art. 36. Os rendimentos e ganhos líquidos auferidos pelas
carteiras dos fundos de investimento imobiliário, em aplicações
financeiras de renda fixa ou de renda variável, sujeitam-se à
incidência do imposto sobre a renda na fonte de acordo com
as mesmas normas previstas para as aplicações financeiras das
pessoas jurídicas.
§ 1º Não estão sujeitas à incidência do imposto sobre a renda
na fonte prevista no caput as aplicações efetuadas pelos fundos
de investimento imobiliário nos ativos de que tratam o art. 40 e
o inciso II do art. 55.
§ 2º O imposto de que trata o caput poderá ser compensado
com o retido na fonte pelo fundo de investimento imobiliário,
por ocasião da distribuição de rendimentos e ganhos de capital.
§ 3º A compensação de que trata o § 2º será efetuada
proporcionalmente à participação do cotista pessoa jurídica ou
pessoa física não sujeita à isenção prevista no art. 40.
§ 4º A parcela do imposto não compensada, relativa à pessoa
física sujeita à isenção nos termos do art. 40, será considerada
exclusiva de fonte.
154 A letra da Lei

§ 5º A verificação da participação do cotista no fundo de


investimento imobiliário, para fins da compensação prevista
no § 3º, será realizada no último dia de cada semestre ou na
data da declaração de distribuição dos rendimentos pelo fundo,
conforme previsto no caput do art. 35, o que ocorrer primeiro.
Art. 37. Os ganhos de capital e rendimentos auferidos na
alienação ou no resgate de cotas dos fundos de investimento
imobiliário por qualquer beneficiário, inclusive por pessoa
jurídica isenta, sujeitam-se à incidência do imposto sobre a
renda à alíquota de 20% (vinte por cento).
§ 1º Os ganhos de capital ou ganhos líquidos serão apurados:
I - de acordo com os procedimentos previstos no art. 56,
quando auferidos:
a) por pessoa física em operações realizadas em bolsa; e
b) por pessoa jurídica em operações realizadas dentro
ou fora de bolsa;
II - de acordo com as regras aplicáveis aos ganhos de capital
na alienação de bens ou de direitos de qualquer natureza,
quando auferidos por pessoa física em operações realizadas
fora de bolsa.
§ 2º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1º, as perdas
incorridas na alienação de cotas de fundo de investimento
imobiliário só podem ser compensadas com ganhos auferidos
na alienação de cotas de fundo da mesma espécie.
§ 3º O resgate de cotas previsto no caput está sujeito à retenção
do imposto sobre a renda na fonte, e ocorrerá somente em
decorrência do término do prazo de duração do fundo ou da
sua liquidação, sendo o rendimento constituído pela diferença
positiva entre o valor de resgate e o custo de aquisição das
cotas.
§ 4º Na hipótese prevista no § 3º, o administrador do fundo
deverá exigir a apresentação da nota de aquisição das cotas,
se o beneficiário do rendimento efetuou essa aquisição no
mercado secundário.
Art. 40. Ficam isentos do imposto sobre a renda na fonte e na
declaração de ajuste anual das pessoas físicas, os rendimentos
distribuídos pelos fundos de investimento imobiliário cujas
cotas sejam admitidas à negociação exclusivamente em bolsas
de valores ou no mercado de balcão organizado.
§ 1º O benefício disposto no caput:
I - será concedido somente nos casos em que o fundo de
investimento imobiliário possua, no mínimo, 50 (cinquenta)
cotistas;
II - não será concedido ao cotista pessoa física titular de
A letra da Lei 155

cotas que representem 10% (dez por cento) ou mais da


totalidade das cotas emitidas pelo fundo de investimento
imobiliário ou cujas cotas lhe derem direito ao recebimento
de rendimento superior a 10% (dez por cento) do total de
rendimentos auferidos pelo fundo.
§ 2º A verificação das condições para a isenção previstas no
caput e no § 1º será realizada no último dia de cada semestre
ou na data da declaração de distribuição dos rendimentos pelo
fundo, conforme previsto no caput do art. 35, o que ocorrer
primeiro.
§ 3º O descumprimento das condições previstas neste artigo
implicará a tributação dos rendimentos nos termos do art. 37,
por ocasião da sua distribuição ao cotista.

Das Operações em Bolsa de Valores, de Mercadorias, de Futuros e


Assemelhadas e Operações de Liquidação Futura Fora de Bolsa
Art. 56. Esta Seção dispõe sobre a incidência do imposto sobre
a renda sobre os ganhos líquidos auferidos por qualquer
beneficiário, inclusive pessoa jurídica isenta, em operações
realizadas nas bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e
assemelhadas, existentes no País.
§ 1º O disposto nesta Seção aplica-se, também, aos ganhos
líquidos auferidos:
I - por qualquer beneficiário:
a) na alienação de Brazilian Depositary Receipts (BDR),
em bolsa;
b) na alienação de ouro, ativo financeiro;
c) em operação realizada em mercado de liquidação
futura, fora de bolsa, inclusive com opções flexíveis; e
d) em operações de day-trade realizadas em bolsa;
e) na alienação de cotas de fundo de investimento
imobiliário, sem prejuízo das disposições contidas no
art. 37;
II - pelas pessoas jurídicas, na alienação de participações
societárias, fora de bolsa.
§ 2º São consideradas assemelhadas às bolsas de que trata
este artigo, as entidades cujo objeto social seja análogo ao das
referidas bolsas e que funcionem sob a supervisão e fiscalização
da CVM.
§ 3º Considera-se ganho líquido o resultado positivo auferido
nas operações de que tratam os arts. 58 a 62 realizadas em
cada mês, admitida a dedução dos custos e despesas incorridos,
necessários à realização das operações.
§ 4º No caso de realização de mais de uma operação no mesmo
dia, para efeitos de apuração do ganho líquido de que trata o §
156 A letra da Lei

3º, os custos e despesas totais incorridos poderão ser rateados


entre as operações executadas, proporcionalmente ao valor
financeiro de cada operação.
§ 5º O imposto de que trata este artigo será apurado por
períodos mensais e pago pelo contribuinte até o último dia útil
do mês subsequente ao da apuração.
Art. 57. Os ganhos líquidos auferidos em alienações ocorridas
nos mercados à vista, em operações liquidadas nos mercados de
opções e a termo e em ajustes diários apurados nos mercados
futuros sujeitam-se ao imposto sobre a renda à alíquota de 15%
(quinze por cento).

Dos Mercados à Vista


Art. 58. Nos mercados à vista, o ganho líquido será constituído
pela diferença positiva entre o valor de alienação do ativo e o
seu custo de aquisição, calculado pela média ponderada dos
custos unitários.
§ 1º No caso de ações recebidas em bonificação, em virtude de
incorporação ao capital social da pessoa jurídica de lucros ou
reservas constituídas com esses lucros, considera-se custo de
aquisição da participação o valor do lucro ou reserva capitalizado
que corresponder ao acionista ou sócio, independentemente
da forma de tributação adotada pela empresa.
§ 2º O disposto no § 1º não se aplica na hipótese de lucros
apurados nos anos-calendário de 1994 e 1995, caso em que as
ações bonificadas terão custo 0 (zero).
§ 3º Na ausência do valor pago pelo ativo, o seu custo de
aquisição será:
I - no inventário ou arrolamento, o valor da avaliação;
II - na aquisição, o valor de transmissão utilizado para o
cálculo do ganho líquido do alienante;
III - na conversão de debênture, o valor da ação, fixado pela
companhia emissora, observado o disposto no § 4º;
IV - na data da aquisição, o valor corrente.
§ 4º No caso de ações adquiridas por conversão de debênture,
poderá ser computado como custo das ações o preço
efetivamente pago pela debênture, ou a média ponderada dos
custos unitários das debêntures, na hipótese de aquisição em
datas diversas.
§ 5º Para fins do disposto no art. 65 da Lei nº 8.383, de 30 de
dezembro de 1991, será considerado como custo de aquisição
das ações ou cotas da empresa privatizada:
I - o custo de aquisição dos direitos contra a União ou dos
títulos da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e
A letra da Lei 157

dos Municípios, no caso de pessoa física ou pessoa jurídica


não tributada com base no lucro real, inclusive isenta; e
II - o valor contábil dos títulos ou créditos entregues pelo
adquirente na data da operação, no caso de pessoa jurídica
tributada com base no lucro real.
§ 6º No caso de substituição, total ou parcial, de ações ou de
alteração de quantidade, em decorrência de incorporação,
fusão ou cisão de empresas, o custo de aquisição das ações
originalmente detidas pelo contribuinte será atribuído às novas
ações recebidas com base na mesma proporção fixada pela
assembleia que aprovou o evento.
§ 7º O custo de aquisição é igual a 0 (zero) nos casos de:
I - partes beneficiárias adquiridas gratuitamente;
II - acréscimo da quantidade de ações por desdobramento;
e
III - ativo cujo valor não possa ser determinado por qualquer
dos critérios de que trata este artigo.
§ 8º Na hipótese de redução do capital social da empresa
mediante restituição de capital em dinheiro, o valor recebido
pelos acionistas será considerado redução do custo de
aquisição das ações.
Art. 59. São isentos do imposto sobre a renda os ganhos líquidos
auferidos por pessoa física em operações efetuadas:
I - com ações, no mercado à vista de bolsas de valores ou
mercado de balcão, se o total das alienações desse ativo,
realizadas no mês, não exceder a R$ 20.000, 00 (vinte mil
reais);
II - com ouro, ativo financeiro, se o total das alienações
desse ativo, realizadas no mês, não exceder a R$ 20.000,00
(vinte mil reais);
III - com ações de pequenas e médias empresas a que se
refere o art. 66.
§ 1º Relativamente às operações de que trata este artigo, a
pessoa física fica dispensada de preencher, no formulário
“Resumo de Apuração de Ganhos - Renda Variável”, informações
sobre as alienações isentas realizadas no ano-calendário,
exceto no caso de pretender compensar as perdas apuradas
com ganhos auferidos em operações realizadas em bolsa
sujeitas à incidência do imposto.
§ 2º O disposto no inciso I do caput não se aplica:
I - às operações de day-trade ;
158 A letra da Lei

II - às negociações de cotas dos fundos de investimento em


índice de ações;
III - aos resgates de cotas de fundos ou clubes de
investimento em ações; e
IV - à alienação de ações efetivada em operações de exercício
de opções e no vencimento ou liquidação antecipada de
contratos a termo.
§ 3º No caso de cônjuges ou companheiros que operem em
bolsa de valores, o limite previsto neste artigo poderá ser
utilizado por ambos, os quais, no decorrer do ano-calendário,
devem apurar e tributar separadamente os ganhos líquidos
auferidos por cônjuge, não sendo permitida apuração e
tributação mensal em conjunto.

Dos Mercados de Opções


Art. 60. Nos mercados de opções, o ganho líquido será
constituído:
I - nas operações tendo por objeto a negociação da opção
(prêmio), pelo resultado positivo apurado no encerramento
de opções da mesma série;
II - nas operações de exercício da opção:
a) no caso do titular (comprador) de opção de compra,
pela diferença positiva entre o valor da venda à vista
do ativo na data do exercício da opção e o preço de
exercício da opção, acrescido do valor do prêmio;
b) no caso do lançador (vendedor) de opção de compra,
pela diferença positiva entre o preço de exercício
da opção, acrescido do valor do prêmio, e o custo de
aquisição do ativo objeto do exercício da opção;
c) no caso do titular (comprador) de opção de venda,
pela diferença positiva entre o preço de exercício da
opção e o valor da compra à vista do ativo, acrescido do
valor do prêmio;
d) no caso do lançador de opção de venda (vendedor),
pela diferença positiva entre o preço da venda à vista do
ativo na data do exercício da opção, acrescido do valor
do prêmio, e o preço de exercício da opção.
§ 1º Não ocorrendo venda à vista do ativo na data do exercício
da opção, o ativo terá como custo de aquisição o preço de
exercício da opção, acrescido ou deduzido do valor do prêmio,
nas hipóteses previstas, respectivamente, nas alíneas “a” e “d”
do inciso II.
§ 2º Para efeitos de apuração do ganho líquido, o custo de
aquisição dos ativos negociados nos mercados de opções,
A letra da Lei 159

bem como os valores recebidos pelo lançador da opção, serão


calculados pela média ponderada dos valores unitários pagos
ou recebidos.
§ 3º Não havendo encerramento ou exercício da opção, o valor
do prêmio constituirá ganho para o lançador (vendedor) e perda
para o titular (comprador), na data do vencimento da opção.

Dos Mercados Futuros


Art. 61. Nos mercados futuros, o ganho líquido será o resultado
positivo da soma algébrica dos ajustes diários por ocasião da
liquidação dos contratos ou da cessão ou encerramento da
posição, em cada mês.
Parágrafo único. Para efeitos do disposto neste artigo, os
resultados, positivos ou negativos, apurados em cada contrato
corresponderão à soma algébrica dos ajustes diários incorridos
entre as datas de abertura e de encerramento ou de liquidação
do contrato.

Dos Mercados a Termo


Art. 62. Nos mercados a termo, o ganho líquido será constituído:
I - no caso do comprador, pela diferença positiva entre o
valor da venda à vista do ativo na data da liquidação do
contrato a termo e o preço nele estabelecido;
II - no caso do vendedor descoberto, pela diferença positiva
entre o preço estabelecido no contrato a termo e o preço da
compra à vista do ativo para a liquidação daquele contrato;
III - no caso de vendedor coberto, pela diferença positiva
entre o preço estabelecido no contrato a termo e o custo
médio de aquisição do ativo apurado na forma prevista no
art. 58, exceto na hipótese de operação conjugada a que se
refere a alínea “b” do inciso I do caput do art. 47.
§ 1º Se o comprador não efetuar a venda à vista do ativo na
data da liquidação do contrato a termo, o custo de aquisição do
referido ativo será igual ao preço da compra a termo.
§ 2º No caso de venda de ouro, ativo financeiro, por prazo certo,
não caracterizada como operação de financiamento, o imposto
incidirá sobre a diferença positiva entre o valor da venda e o
custo médio de aquisição do ouro, apurada:
I - pelo regime de competência, no caso de pessoa jurídica
tributada com base no lucro real;
II - quando do vencimento da operação, nos demais casos.
§ 3º Os ganhos líquidos auferidos nos contratos a termo de taxas
de juros ou de câmbio, negociados nas bolsas de mercadorias e
de futuros serão apurados:
160 A letra da Lei

I - pelo valor de liquidação, no caso de contratos celebrados


sem ajuste periódico de posições;
II - pelo valor do ajuste periódico de posições, no caso de
contratos celebrados com essa especificação.
Art. 63. As operações referidas no § 2º do art. 25 e nos arts.
27, 37, 58 e 60 a 62 sujeitam-se à incidência do imposto sobre
a renda na fonte, à alíquota de 0,005% (cinco milésimos por
cento) sobre os seguintes valores:
I - nos mercados futuros, a soma algébrica dos ajustes
diários, se positiva, apurada por ocasião do encerramento
da posição, antecipadamente ou no seu vencimento;
II - nos mercados de opções, o resultado, se positivo, da
soma algébrica dos prêmios pagos e recebidos no mesmo
dia;
III - nos mercados a termo:
a) quando houver a previsão de entrega do ativo na
data do seu vencimento, a diferença, se positiva, entre
o preço a termo e o preço a vista na data da liquidação;
b) com liquidação exclusivamente financeira, o valor da
liquidação financeira previsto no contrato;
IV - nos mercados à vista, o valor da alienação, nas
operações com ações, ouro ativo financeiro e outros valores
mobiliários neles negociados.
§ 1º Os valores de que tratam os incisos I e II do caput serão
apurados:
I - por contrato negociado e por data de vencimento, no
caso dos mercados futuros;
II - pela consolidação, em cada bolsa ou entidade de
registro, dos prêmios referentes a todas as séries de opções
negociadas ou registradas nas referidas entidades, no caso
de mercados de opções.
§ 2º Na hipótese de que trata a alínea “a” do inciso III do caput,
será considerado o preço médio à vista na data da liquidação do
contrato, ou o último preço de fechamento disponível, quando
não houver negociação naquela data.
§ 3º O disposto neste artigo:
I - aplica-se também às operações realizadas:
a) no mercado de balcão, com intermediação, tendo
por objeto os valores mobiliários e ativos referidos no
inciso IV do caput, bem como às operações realizadas
em mercados de liquidação futura fora de bolsa;
b) por investidor estrangeiro oriundo de país com
A letra da Lei 161

tributação favorecida a que se refere o art. 24 da Lei nº


9.430, de 27 de dezembro de 1996;
II - não se aplica às operações:
a) de exercício de opção;
b) das carteiras de instituição financeira, sociedade de
seguro, de capitalização, entidade aberta ou fechada
de previdência complementar, sociedade corretora
de títulos, valores mobiliários e câmbio, sociedade
distribuidora de títulos e valores mobiliários, sociedade
de arrendamento mercantil e Fapi;
c) dos investidores estrangeiros que realizam operações
em bolsa de acordo com as normas e condições
estabelecidas pelo CMN, ressalvado o disposto na
alínea “b” do inciso I;
d) dos fundos e clubes de investimento;
e) conjugadas de que trata o inciso I do art. 47.
§ 4º Fica dispensada a retenção do imposto de que trata este
artigo cujo valor seja igual ou inferior a R$ 1,00 (um real).
§ 5º Ocorrendo mais de uma operação no mesmo mês,
realizada por uma mesma pessoa, física ou jurídica, deverá ser
efetuada a soma dos valores de imposto incidente sobre todas
as operações realizadas no mês, para efeito de cálculo do limite
de retenção previsto no § 4º, desprezados valores iguais ou
inferiores a R$ 1,00 (um real).
§ 6º Fica responsável pela retenção do imposto de que trata este
artigo a instituição intermediadora que receber diretamente a
ordem do cliente.
§ 7º O imposto sobre a renda retido na forma prevista neste
artigo deverá ser recolhido ao Tesouro Nacional até o 3º
(terceiro) dia útil subsequente ao decêndio da data da retenção,
utilizando-se o código de receita 5557.
§ 8º O valor do imposto retido na fonte a que se refere este
artigo poderá ser:
I - deduzido do imposto sobre ganhos líquidos apurados no
mês;
II - compensado com o imposto incidente sobre ganhos
líquidos apurados nos meses subsequentes;
III - compensado na declaração de ajuste anual se, após a
dedução de que tratam os incisos I e II, houver saldo de
imposto retido;
IV - compensado com o imposto devido sobre o ganho de
capital na alienação de ações.
§ 9º A retenção a que se refere o caput não se aplica às ações de
emissão das companhias que cumpram os requisitos previstos
162 A letra da Lei

no art. 66, quando negociadas em bolsa de valores.

Da Compensação de Perdas
Art. 64. Para fins de apuração e pagamento do imposto
mensal sobre os ganhos líquidos, as perdas incorridas nas
operações de que tratam os arts. 27, 58 e 60 a 62 poderão ser
compensadas com os ganhos líquidos auferidos, no próprio
mês ou nos meses subsequentes, inclusive nos anos-calendário
seguintes, em outras operações realizadas em qualquer das
modalidades operacionais previstas naqueles artigos, exceto
no caso de perdas em operações de day-trade, que somente
serão compensadas com ganhos auferidos em operações da
mesma espécie.
Parágrafo único. As perdas a que se refere este artigo não
poderão ser compensadas com ganhos em operações day-
trade de que trata o art. 65.

Das Operações de Day-Trade


Art. 65. Os rendimentos auferidos em operações de day-trade
realizadas em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros
e assemelhadas, por qualquer beneficiário, inclusive pessoa
jurídica isenta, sujeitam-se à incidência do imposto sobre a
renda na fonte à alíquota de 1% (um por cento).
§ 1º Para efeitos do disposto neste artigo considera-se:
I - day-trade, a operação ou a conjugação de operações
iniciadas e encerradas em um mesmo dia, com o mesmo
ativo, em uma mesma instituição intermediadora, em que
a quantidade negociada tenha sido liquidada, total ou
parcialmente;
II - rendimento, o resultado positivo apurado no
encerramento das operações de day-trade.
§ 2º Para efeitos do disposto neste artigo não será considerado
o valor ou a quantidade de estoque do ativo existente em data
anterior à da operação de day-trade.
§ 3º Na apuração do resultado da operação de day-trade serão
considerados, pela ordem, o 1º (primeiro) negócio de compra
com o 1º (primeiro) de venda ou o 1º (primeiro) negócio de
venda com o 1º (primeiro) de compra, sucessivamente.
§ 4º Será admitida a compensação de perdas incorridas em
operações de day-trade realizadas no mesmo dia.
§ 5º O responsável pela retenção e pelo recolhimento do
imposto de que trata este artigo é a instituição intermediadora
da operação de day-trade que receber, diretamente, a ordem
do cliente.
§ 6º Quando houver a liquidação física mediante movimentação
de títulos ou valores mobiliários em custódia as operações não
A letra da Lei 163

serão tributadas como de day-trade.


§ 7º O imposto sobre a renda retido na forma prevista neste
artigo deverá ser recolhido ao Tesouro Nacional até o 3º
(terceiro) dia útil subsequente ao decêndio da data da retenção,
utilizando-se o código de receita 8468.
§ 8º O valor do imposto retido na fonte sobre operações de day-
trade poderá ser:
I - deduzido do imposto incidente sobre ganhos líquidos
apurados no mês;
II - compensado com o imposto incidente sobre ganhos
líquidos apurados nos meses subsequentes, se, após a
dedução de que trata o inciso I, houver saldo de imposto
retido.
§ 9º Se, ao término de cada ano-calendário, houver saldo de
imposto retido na fonte a compensar, fica facultado à pessoa
física ou às pessoas jurídicas de que trata o inciso II do § 12,
solicitar restituição nos termos previstos na legislação de
regência.
§ 10. As perdas incorridas em operações de day-trade somente
poderão ser compensadas com os rendimentos auferidos em
operações da mesma espécie, realizadas no mês, observado o
disposto no § 11.
§ 11. O resultado mensal da compensação referida no § 10:
I - se positivo, será tributado à alíquota de 20% (vinte por
cento);
II - se negativo, poderá ser compensado com os resultados
positivos de operações de day-trade apurados nos meses
subsequentes.
§ 12. Sem prejuízo do disposto no § 8º, o imposto sobre a renda
retido na fonte em operações de day-trade será:
I - deduzido do devido no encerramento de cada período de
apuração ou na data de extinção, no caso de pessoa jurídica
tributada com base no lucro real, presumido ou arbitrado;
II - definitivo, no caso de pessoa física e de pessoa jurídica
isenta ou optante pelo Simples Nacional.
§ 13. Não se caracteriza como day-trade:
I - o exercício da opção e a venda ou compra do ativo no
mercado à vista, no mesmo dia;
II - o exercício da opção e a venda ou compra do contrato
futuro objeto, no mesmo dia.
§ 14. O disposto neste artigo não se aplica às operações de day-
trade realizadas por:
164 A letra da Lei

I - pessoa jurídica referida nos incisos I e III do caput do art.


71;
II - fundo de investimento ou clube de investimento;
III - investidor estrangeiro de que trata o art. 88.
§ 15. O limite de isenção previsto no art. 59 não se aplica aos
rendimentos auferidos por pessoas físicas em operações de
day-trade.
§ 16. A retenção a que se refere o caput não se aplica às ações de
emissão das companhias que cumpram os requisitos previstos
no art. 66, quando negociadas em bolsa de valores.

Das Disposições Comuns às Operações de Renda Fixa e de Renda Variável


Art. 70. O imposto sobre a renda retido na fonte sobre os
rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa e de renda
variável ou pago sobre os ganhos líquidos mensais será:
I - deduzido do devido no encerramento de cada período de
apuração ou na data da extinção, no caso de pessoa jurídica
tributada com base no lucro real, presumido ou arbitrado;
II - definitivo, no caso de pessoa física e de pessoa jurídica
optante pela inscrição no Simples Nacional ou isenta.
§ 1º Os rendimentos e os ganhos líquidos de que trata este
artigo integrarão o lucro real, presumido ou arbitrado.
§ 1º-A No caso de pessoa jurídica tributada com base no
lucro real, o imposto sobre a renda retido na fonte referente
a rendimentos de aplicações financeiras já computados na
apuração do lucro real de períodos de apuração anteriores, em
observância ao regime de competência, poderá ser deduzido
do imposto devido no encerramento do período de apuração
em que tiver ocorrido a retenção, observado o disposto no §
10. (Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1720, de 20
de julho de 2017)
§ 2º Os rendimentos e ganhos líquidos previstos neste artigo,
auferidos nos meses em que forem levantados os balanços
ou balancetes de que trata o art. 35 da Lei nº 8.981, de 1995,
serão neles computados, e o imposto de que trata o art. 56 será
pago com o apurado no referido balanço, hipótese em que fica
dispensado o seu pagamento em separado.
§ 3º Nos balanços ou balancetes de suspensão será observado
o limite de compensação de perdas previsto no § 7º.
§ 4º As perdas incorridas em operações iniciadas e encerradas
no mesmo dia (day-trade), realizadas em mercados de renda
fixa ou de renda variável, não serão dedutíveis na apuração do
lucro real.
§ 5º Excluem-se do disposto no § 4º as perdas apuradas pelas
A letra da Lei 165

entidades de que trata o inciso I do caput do art. 71.


§ 6º Para efeito de apuração e pagamento do imposto mensal
sobre ganhos líquidos, as perdas em operações day-trade
poderão ser compensadas com os ganhos auferidos em
operações da mesma espécie.
§ 7º Ressalvado o disposto nos §§ 4º e 5º, as perdas apuradas
nas operações de que tratam os arts. 18, 50, 58 e 60 a 62
somente serão dedutíveis na determinação do lucro real até
o limite dos ganhos auferidos nas operações previstas nesses
mesmos dispositivos.
§ 8º As perdas não deduzidas em um período de apuração
poderão sê-lo nos períodos subsequentes, observado o limite
a que se refere o § 7º.
§ 9º No caso de pessoa jurídica tributada com base no lucro
presumido ou arbitrado:
I - o imposto de que trata o art. 56 será pago em separado
nos 2 (dois) meses anteriores ao do encerramento do
período de apuração;
II - os rendimentos auferidos em aplicações financeiras
serão adicionados ao lucro presumido ou arbitrado
somente por ocasião da alienação, resgate ou cessão do
título ou aplicação (regime de caixa);
III - as perdas apuradas nas operações de que tratam os
arts. 58 e 60 a 62 somente podem ser compensadas com
os ganhos auferidos nas mesmas operações, observado o
disposto no art. 64.
§ 9º-A Para fins do disposto no inciso II do § 9º deste artigo,
considera-se resgate, no caso de aplicações em fundos de
investimento por pessoa jurídica tributada com base no lucro
presumido ou arbitrado, a incidência semestral do imposto
sobre a renda nos meses de maio e novembro de cada ano
nos termos do inciso I do art. 9º. (Incluído(a) pelo(a) Instrução
Normativa RFB nº 1720, de 20 de julho de 2017)
§ 10. A compensação do imposto sobre a renda retido em
aplicações financeiras da pessoa jurídica deverá ser feita
de acordo com o comprovante de rendimentos, mensal ou
trimestral, fornecido pela instituição financeira.
166 A letra da Lei

RENDA FIXA
Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil (RFB) Nº 1.585, de 31
de agosto de de 2015
Art. 46. Os rendimentos produzidos por aplicações financeiras
de renda fixa e de renda variável, auferidos por qualquer
beneficiário, inclusive pessoa jurídica isenta, sujeitam-se à
incidência do imposto sobre a renda na fonte às seguintes
alíquotas:
I - 22,5% (vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento),
em aplicações com prazo de até 180 (cento e oitenta) dias;
II - 20% (vinte por cento), em aplicações com prazo de 181
(cento e oitenta e um) dias até 360 (trezentos e sessenta)
dias;
III - 17,5% (dezessete inteiros e cinco décimos por cento),
em aplicações com prazo de 361 (trezentos e sessenta e um
dias) até 720 (setecentos e vinte) dias;
IV - 15% (quinze por cento), em aplicações com prazo acima
de 720 (setecentos e vinte) dias.
§ 1º A base de cálculo do imposto é constituída pela diferença
positiva entre o valor da alienação, líquido do IOF, quando
couber, e o valor da aplicação financeira.
§ 2º Para fins de incidência do imposto sobre a renda na fonte,
a alienação compreende qualquer forma de transmissão da
propriedade, bem como a liquidação, o resgate, a cessão ou a
repactuação do título ou aplicação.
§ 3º A transferência de título, valor mobiliário ou aplicação entre
contas de custódia não acarreta fato gerador de imposto ou
contribuição administrados pela RFB, desde que:
I - não haja mudança de titularidade do ativo, nem
disponibilidade de recursos para o investidor;
II - a transferência seja efetuada no mesmo sistema de
registro e de liquidação financeira e pelo mesmo valor da
aplicação.
§ 4º Os rendimentos periódicos produzidos por título ou
aplicação, bem como qualquer remuneração adicional aos
rendimentos prefixados, serão submetidos à incidência do
imposto sobre a renda na fonte por ocasião de seu pagamento,
aplicando-se as alíquotas previstas neste artigo, conforme a
data de início da aplicação ou de aquisição do título ou valor
mobiliário.
§ 5º O imposto sobre a renda incidente sobre os rendimentos
periódicos a que se refere o § 4º incidirá, pro rata tempore,
A letra da Lei 167

sobre a parcela do rendimento produzido entre a data de


aquisição ou a data do pagamento periódico anterior e a data
de sua percepção.
§ 6º Ocorrido o 1º (primeiro) pagamento periódico de
rendimentos a que se refere o § 5º após a aquisição do título
sem alienação pelo adquirente, a parcela do rendimento não
submetida à incidência do imposto sobre a renda na fonte
deverá ser deduzida do custo de aquisição para fins de apuração
da base de cálculo do imposto, quando de sua alienação.
§ 7º As instituições intervenientes deverão manter registros
que permitam verificar a correta apuração da base de cálculo
do imposto a que se refere o § 5º.
§ 8º No caso de debênture conversível em ações, os rendimentos
produzidos até a data da conversão serão tributados nessa
data, observado o disposto no § 4º do art. 58.
§ 9º No caso de aplicações existentes em 31 de dezembro de
2004:
I - os rendimentos produzidos até essa data serão tributados
nos termos da legislação então vigente;
II - em relação aos rendimentos produzidos em 2005, os
prazos a que se referem os incisos I a IV do caput serão
contados a partir:
a) de 1º de julho de 2004, no caso de aplicação efetuada
até 22 de dezembro de 2004; e
b) da data da aplicação, no caso de aplicação efetuada
após 22 de dezembro de 2004.
§ 10. As aplicações financeiras de renda fixa existentes em
31 de dezembro de 1997 terão os respectivos rendimentos
apropriados pro rata tempore até aquela data e tributados à
alíquota de 15% (quinze por cento).
§ 11. Relativamente à alienação de aplicações realizadas até
31 de dezembro de 1995 serão obedecidas as normas sobre
determinação da base de cálculo e alíquota previstas na
legislação correspondente aos períodos em que os rendimentos
foram produzidos.
§ 12. O disposto neste artigo aplica-se, também, aos
rendimentos ou ganhos decorrentes da negociação de títulos
ou valores mobiliários de renda fixa em bolsas de valores, de
mercadorias, de futuros e assemelhadas.
§ 12. O disposto neste artigo aplica-se: (Redação dada pelo(a)
Instrução Normativa RFB nº 1637, de 09 de maio de 2016)
I - aos rendimentos ou ganhos decorrentes da negociação
de títulos ou valores mobiliários de renda fixa em bolsas
de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas;
(Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1637, de 09
de maio de 2016)
168 A letra da Lei

II- às operações ativas vinculadas pelas instituições


financeiras com base em recursos entregues ou colocados
à disposição da instituição por terceiros, de acordo com
a regulamentação do CMN, inclusive na hipótese de a
instituição financeira liquidar a operação com a entrega do
ativo vinculado em razão de inadimplemento dos recursos
captados pelo devedor. (Incluído(a) pelo(a) Instrução
Normativa RFB nº 1637, de 09 de maio de 2016)

Das Debêntures de Infraestrutura


Art. 48. No caso de debêntures emitidas por sociedade de
propósito específico, constituída sob a forma de sociedade por
ações, dos certificados de recebíveis imobiliários e de cotas
de emissão de fundo de investimento em direitos creditórios,
constituídos sob a forma de condomínio fechado, relacionados
à captação de recursos com vistas a implementar projetos
de investimento na área de infraestrutura, ou de produção
econômica intensiva em pesquisa, desenvolvimento e inovação,
considerados como prioritários nos termos do Decreto nº
7.603, de 2011, os rendimentos auferidos por pessoas físicas
ou jurídicas sujeitam-se à incidência do imposto sobre a renda,
exclusivamente na fonte, às seguintes alíquotas:
I - 0% (zero por cento), quando auferidos por pessoa física; e
II - 15% (quinze por cento), quando auferidos por pessoa
jurídica tributada com base no lucro real, presumido ou
arbitrado, pessoa jurídica isenta ou optante pelo Simples
Nacional.
§ 1º O disposto neste artigo aplica-se somente aos ativos que
atendam ao disposto nos §§ 1º, 2º, 3º, 4º e 6º do art. 92, emitidos
entre 1º de janeiro de 2011 e 31 de dezembro de 2030.
§ 2º As debêntures objeto de distribuição pública, emitidas por
concessionária, permissionária, autorizatária ou arrendatária,
constituídas sob a forma de sociedade por ações, para captar
recursos com vistas a implementar projetos de investimento
na área de infraestrutura ou de produção econômica intensiva
em pesquisa, desenvolvimento e inovação, considerados como
prioritários nos termos do Decreto nº 7.603, de 2011, também
fazem jus aos benefícios dispostos no caput, respeitado o
disposto no § 1º.
§ 3º As debêntures mencionadas no caput e no § 2º poderão ser
emitidas por sociedades controladoras das pessoas jurídicas
mencionadas neste artigo, desde que constituídas sob a forma
de sociedade por ações.
§ 4º O regime de tributação previsto neste artigo aplica-se
inclusive às pessoas jurídicas relacionadas no inciso I do art. 71.
A letra da Lei 169

§ 5º Os rendimentos tributados exclusivamente na fonte


poderão ser excluídos na apuração do lucro real.
§ 6º As perdas apuradas nas operações com os ativos a que se
refere o caput, quando realizadas por pessoa jurídica tributada
com base no lucro real, não serão dedutíveis na apuração do
lucro real.
§ 7º Ficam sujeitos à multa equivalente a 20% (vinte por cento)
do valor captado na forma prevista neste artigo e não alocado
no projeto de investimento, a ser aplicada pela RFB:
I - o emissor dos títulos e valores mobiliários; ou
II - o cedente, no caso de certificados de recebíveis
imobiliários e fundos de investimento em direitos
creditórios.
§ 8º O controlador da sociedade de propósito específico criada
para implementar o projeto de investimento na forma prevista
neste artigo responderá de forma subsidiária com relação ao
pagamento da multa estabelecida no § 7º.
§ 9º Os rendimentos produzidos pelos valores mobiliários a que
se refere este artigo sujeitam-se à alíquota reduzida de imposto
sobre a renda ainda que ocorra a hipótese prevista no § 7º, sem
prejuízo da multa nele estabelecida.
§ 10. Para fins do disposto neste artigo, consideram-se
rendimentos quaisquer valores que constituam remuneração
do capital aplicado, inclusive ganho de capital auferido na
alienação.

Dos Certificados de Operações Estruturadas


Art. 51. Estão sujeitos à incidência do imposto sobre a renda
na fonte, às alíquotas previstas no art. 46, os rendimentos
auferidos em COE, quando registrado em sistema de registro
e de liquidação financeira de ativos autorizados pelo Bacen ou
pela CVM.
§ 1º A base de cálculo do imposto nas operações de que trata
este artigo será o resultado positivo auferido na liquidação ou
cessão dos COE ou o rendimento distribuído, líquido do IOF,
quando couber.
§ 2º O imposto será retido pela pessoa jurídica que efetuar o
pagamento dos rendimentos, nos termos do inciso I do § 1º do
art. 49.
§ 3º Para efeitos de apuração e pagamento do imposto mensal
sobre os ganhos líquidos, as perdas incorridas em operações
de COE não poderão ser compensadas com os ganhos líquidos
auferidos em operações de renda variável.
§ 4º O imposto sobre a renda retido na fonte deverá ser
recolhido até o 3º (terceiro) dia útil subsequente ao decêndio
de ocorrência dos fatos geradores.
170 A letra da Lei

§ 5º Na hipótese em que a liquidação do COE ocorrer por meio


da entrega de ativos, inclusive por meio da entrega de ações,
poderá ser considerado como custo de aquisição dos referidos
ativos, o custo de aquisição do COE.
§ 6º Para fins do disposto no § 5º:
I - a incidência do imposto de renda sobre eventual
valorização do ativo objeto do certificado no decorrer da
operação ocorrerá exclusivamente quando da alienação
ou cessão do respectivo ativo, e o referido imposto será
calculado sobre a diferença positiva entre o valor de
alienação ou cessão e o custo de aquisição do COE verificada
no momento da alienação do ativo recebido;
II - fica mantida a incidência do imposto de renda na fonte
sobre eventuais juros produzidos pelo certificado, que
serão considerados distribuídos e tributados pelo referido
imposto na data de liquidação do certificado;
III - deve ser considerada como data de aquisição do ativo
entregue fisicamente, a data de liquidação do certificado.
§ 7º As perdas incorridas em COE, emitidos de acordo com as
normas do CMN, serão dedutíveis na apuração do lucro real.
§ 8º Em relação ao disposto no inciso II do § 6º, quando não
houver liquidação financeira, caberá ao investidor disponibilizar
previamente ao responsável tributário os recursos necessários
para o recolhimento do imposto sobre a renda devido nos
termos deste artigo e do IOF, quando aplicável. (Incluído(a)
pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1637, de 09 de maio de
2016)

Dos Títulos de Capitalização


Art. 54. Os rendimentos auferidos em operações com títulos de
capitalização sujeitam-se à incidência do imposto sobre a renda
na fonte às seguintes alíquotas:
I - 30% (trinta por cento), sobre o pagamento de prêmios em
dinheiro, mediante sorteio, sem amortização antecipada;
II - 25% (vinte e cinco por cento) sobre:
a) os benefícios líquidos resultantes da amortização
antecipada, mediante sorteio; e
b) os benefícios atribuídos aos portadores dos referidos
títulos nos lucros da empresa emitente; e
III - 20% (vinte por cento), nas demais hipóteses, inclusive no
caso de resgate sem ocorrência de sorteio.
§ 1º O imposto de que trata este artigo será devido na data do
pagamento, sendo responsável pela retenção a pessoa jurídica
A letra da Lei 171

que pagar o rendimento.


§ 2º O imposto sobre a renda retido na fonte deverá ser
recolhido até o 3º (terceiro) dia útil subsequente ao decêndio
de ocorrência dos fatos geradores.

Das Isenções e da Alíquota Zero


Art. 55. São isentos do imposto sobre a renda ou tributados
à alíquota 0 (zero), na fonte e na declaração de ajuste anual,
quando auferidos por pessoa física:
I - os rendimentos auferidos em contas de depósitos de
poupança;
II - a remuneração produzida por letras hipotecárias,
certificados de recebíveis imobiliários e letras de crédito
imobiliário;
III - a remuneração produzida por Certificado de Depósito
Agropecuário (CDA), Warrant Agropecuário (WA), Certificado
de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA), Letra de
Crédito do Agronegócio (LCA) e Certificado de Recebíveis do
Agronegócio (CRA), instituídos pelos arts. 1º e 23 da Lei nº
11.076, de 30 de dezembro de 2004;
IV - a remuneração produzida pela Cédula de Produto Rural
(CPR), com liquidação financeira, instituída pela Lei nº 8.929,
de 22 de agosto de 1994, com a redação dada pela Lei nº
10.200, de 14 de fevereiro de 2001, desde que negociada no
mercado financeiro;
V - os rendimentos e ganhos de capital produzidos por
debêntures emitidas por sociedade de propósito específico,
por certificados de recebíveis imobiliários e por cotas de
emissão de fundo de investimento em direitos creditórios,
emitidos na forma prevista no art. 48, e por cotas de fundo
de investimento em direitos creditórios a que se refere o §
13 do art. 34;
VI - os rendimentos e ganhos de capital produzidos pela
Letra Imobiliária Garantida (LIG) nos termos do art. 90 da
Lei nº 13.097, de 19 de janeiro de 2015.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, inclusive, ao
ganho de capital auferido na alienação ou cessão dos ativos a
que se referem os incisos II a IV do caput.

Das Disposições Comuns às Operações de Renda Fixa e de Renda Variável


Art. 70. O imposto sobre a renda retido na fonte sobre os
rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa e de renda
variável ou pago sobre os ganhos líquidos mensais será:
172 A letra da Lei

I - deduzido do devido no encerramento de cada período de


apuração ou na data da extinção, no caso de pessoa jurídica
tributada com base no lucro real, presumido ou arbitrado;
II - definitivo, no caso de pessoa física e de pessoa jurídica
optante pela inscrição no Simples Nacional ou isenta.
§ 1º Os rendimentos e os ganhos líquidos de que trata este
artigo integrarão o lucro real, presumido ou arbitrado.
§ 1º-A No caso de pessoa jurídica tributada com base no
lucro real, o imposto sobre a renda retido na fonte referente
a rendimentos de aplicações financeiras já computados na
apuração do lucro real de períodos de apuração anteriores, em
observância ao regime de competência, poderá ser deduzido
do imposto devido no encerramento do período de apuração
em que tiver ocorrido a retenção, observado o disposto no §
10. (Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1720, de 20
de julho de 2017)
§ 2º Os rendimentos e ganhos líquidos previstos neste artigo,
auferidos nos meses em que forem levantados os balanços
ou balancetes de que trata o art. 35 da Lei nº 8.981, de 1995,
serão neles computados, e o imposto de que trata o art. 56 será
pago com o apurado no referido balanço, hipótese em que fica
dispensado o seu pagamento em separado.
§ 3º Nos balanços ou balancetes de suspensão será observado
o limite de compensação de perdas previsto no § 7º.
§ 4º As perdas incorridas em operações iniciadas e encerradas
no mesmo dia (day-trade), realizadas em mercados de renda
fixa ou de renda variável, não serão dedutíveis na apuração do
lucro real.
§ 5º Excluem-se do disposto no § 4º as perdas apuradas pelas
entidades de que trata o inciso I do caput do art. 71.
§ 6º Para efeito de apuração e pagamento do imposto mensal
sobre ganhos líquidos, as perdas em operações day-trade
poderão ser compensadas com os ganhos auferidos em
operações da mesma espécie.
§ 7º Ressalvado o disposto nos §§ 4º e 5º, as perdas apuradas
nas operações de que tratam os arts. 18, 50, 58 e 60 a 62
somente serão dedutíveis na determinação do lucro real até
o limite dos ganhos auferidos nas operações previstas nesses
mesmos dispositivos.
§ 8º As perdas não deduzidas em um período de apuração
poderão sê-lo nos períodos subsequentes, observado o limite
a que se refere o § 7º.
§ 9º No caso de pessoa jurídica tributada com base no lucro
presumido ou arbitrado:
I - o imposto de que trata o art. 56 será pago em separado
nos 2 (dois) meses anteriores ao do encerramento do
A letra da Lei 173

período de apuração;
II - os rendimentos auferidos em aplicações financeiras
serão adicionados ao lucro presumido ou arbitrado
somente por ocasião da alienação, resgate ou cessão do
título ou aplicação (regime de caixa);
III - as perdas apuradas nas operações de que tratam os
arts. 58 e 60 a 62 somente podem ser compensadas com
os ganhos auferidos nas mesmas operações, observado o
disposto no art. 64.
§ 9º-A Para fins do disposto no inciso II do § 9º deste artigo,
considera-se resgate, no caso de aplicações em fundos de
investimento por pessoa jurídica tributada com base no lucro
presumido ou arbitrado, a incidência semestral do imposto
sobre a renda nos meses de maio e novembro de cada ano
nos termos do inciso I do art. 9º. (Incluído(a) pelo(a) Instrução
Normativa RFB nº 1720, de 20 de julho de 2017)
§ 10. A compensação do imposto sobre a renda retido em
aplicações financeiras da pessoa jurídica deverá ser feita
de acordo com o comprovante de rendimentos, mensal ou
trimestral, fornecido pela instituição financeira.
GUIA
DO
IMPOSTO DE RENDA
magofinance.com

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