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Solimar Garcia, São Paulo, mestre em comunicação pela Universidade Paulista (UNIP). MBA em comunicação
e marketing pela ESPM. Pós‑graduada em didática do Ensino Superior, especialista em ensino a distância.
Jornalista e publicitária pela Fundação Cásper Líbero. Professora universitária da Unip (Instituto de Ciências
Sociais e Comunicação) e da Unip Interativa (Ensino a Distância), empresária da área de comunicação e
marketing.
Mais de 25 anos de experiência em comunicação, no jornalismo impresso, passando por vários veículos,
entre eles o jornal O Estado de S. Paulo e diversas revistas especializadas. Desenvolvimento de atividades na
área de comunicação empresarial em projetos de comunicação, informativos, jornais, revistas etc. Na função
de jornalista, experiência como assessora de imprensa, repórter, editora‑chefe, editora‑assistente, jornalista
responsável e revisora. Por mais de vinte anos, atuou em diversos veículos de comunicação impressa, em vários
segmentos diferentes. Empresária da área de comunicação com atividades jornalísticas, publicações e assessoria
de imprensa, de marketing e projetos culturais e sociais, além de desenvolvimento e revisão de materiais para
cursos de extensão.
Experiência de quase dez anos como docente universitária na Universidade Paulista, UNIP, entre outras,
nos cursos de gestão empresarial com as disciplinas de comunicação empresarial e várias da área de marketing
(Marketing Estratégico, Marketing de Eventos, Marketing Esportivo e Cultural, Mercadologia, Composto
de Comunicação, Plano de Negócios). Professora do ensino a distância na Unip Interativa (Comunicação
Empresarial e Plano de Negócios) e orientadora de trabalhos multidisciplinares nos cursos de gestão, presencial
e a distância. Orientadora e avaliadora de monografias da pós‑graduação do ensino a distância na Unip
Interativa. Desenvolvimento de materiais didáticos (livros‑texto, apresentações, questionários etc.) para o
ensino a distância. Dissertação de mestrado: Representações da sustentabilidade na propaganda: uma visão do
consumidor (Universidade Paulista, UNIP, 2010). Autora do capítulo Sociedade de consumo: representações da
sustentabilidade na propaganda (in: Representações em trânsito: personagens e lugares na cultura midiática.
HELLER, Bárbara; LONGHI, Carla Reis. Orgs. São Paulo: Porto de Ideias, 2009).
CDU 658.012.45
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem
permissão escrita da Universidade Paulista.
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Comissão editorial:
Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto
Revisão:
Tatiane Souza
Sumário
Comunicação Empresarial
Apresentação.......................................................................................................................................................9
Introdução......................................................................................................................................................... 10
Unidade I
1 O QUE É COMUNICAÇÃO E QUAIS SEUS PRINCIPAIS ELEMENTOS...............................................11
1.1 Comunicação e linguagem.................................................................................................................11
1.2 Signo linguístico e ruído na comunicação................................................................................. 12
1.3 Elementos do processo de comunicação..................................................................................... 13
1.4 Dificuldades na comunicação humana........................................................................................ 15
1.4.1 Fatores pessoais........................................................................................................................................ 15
1.4.2 Fatores sociais........................................................................................................................................... 17
1.4.3 Fatores fisiológicos.................................................................................................................................. 17
1.4.4 Fatores de personalidade...................................................................................................................... 18
1.4.5 Fatores de linguagem............................................................................................................................. 18
1.4.6 Fatores psicológicos................................................................................................................................ 18
1.5 Os níveis da fala e a comunicação................................................................................................. 18
1.5.1 Língua falada e língua escrita............................................................................................................ 18
1.5.2 Diferenças entre língua falada e língua escrita.......................................................................... 20
1.6 Níveis de linguagem............................................................................................................................. 20
1.7 Linguagem verbal.................................................................................................................................. 22
1.8 A linguagem verbal e a não verbal................................................................................................ 25
2 COMUNICAÇÃO ORAL: APRESENTAÇÃO EM AMBIENTES DE TRABALHO,
EM AMBIENTES ACADÊMICOS E EM DEBATES......................................................................................... 26
2.1 Importância de boas apresentações.............................................................................................. 26
2.2 O que é uma apresentação?............................................................................................................. 27
2.3 Uso dos recursos audiovisuais......................................................................................................... 28
2.4 Sugestões para organizar a apresentação.................................................................................. 31
2.5 Postura antes de falar......................................................................................................................... 33
2.6 Movimentação, postura e contato visual.................................................................................... 33
2.7 Voz............................................................................................................................................................... 34
2.8 A apresentação....................................................................................................................................... 36
2.8.1 Como despertar a atenção da plateia?........................................................................................... 36
2.9 Barreiras à comunicação interpessoal eficaz............................................................................. 38
2.10 Exercícios de dicção para melhorar a voz................................................................................. 38
2.11 Debates.................................................................................................................................................... 40
Unidade II
3 O QUE É COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL?.............................................................................................. 45
3.1 Para onde vai a comunicação empresarial?............................................................................... 46
3.2 Conheça o caso da GE......................................................................................................................... 48
3.3 Importância da comunicação interna e externa no mundo corporativo....................... 51
3.3.1 Público externo......................................................................................................................................... 51
3.3.2 Público interno......................................................................................................................................... 52
3.4 Fatores que influenciam a comunicação nas organizações................................................ 53
3.4.1 Canais formais de comunicação........................................................................................................ 53
3.5 Estrutura de autoridade..................................................................................................................... 56
3.5.1 Fluxo das comunicações....................................................................................................................... 56
3.6 Superando as barreiras organizacionais à comunicação...................................................... 57
3.7 Canais ou veículos de comunicação.............................................................................................. 57
3.8 Vantagens e desvantagens da comunicação verbal e não verbal nas empresas........ 59
3.9 A importância da comunicação interna...................................................................................... 60
3.9.1 Endomarketing.......................................................................................................................................... 60
3.10 Importância da comunicação externa....................................................................................... 64
3.10.1 Customer relationship management – CRM............................................................................. 65
3.10.2 Serviço de atendimento ao cliente/consumidor – SAC......................................................... 65
3.10.3 Assessoria de imprensa....................................................................................................................... 66
3.10.4 Ombudsman............................................................................................................................................ 66
3.10.5 Ouvidoria.................................................................................................................................................. 66
3.11 Imagem organizacional.................................................................................................................... 69
4 PLANO INTEGRADO DE COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL – PICE.................................................... 69
4.1 A importância do planejamento..................................................................................................... 70
4.2 Análise de problemas potenciais..................................................................................................... 70
4.3 Modelo básico do PICE........................................................................................................................ 70
4.3.1 Considerações iniciais............................................................................................................................ 71
4.3.2 Análise.......................................................................................................................................................... 71
4.3.3 Objetivos...................................................................................................................................................... 72
4.3.4 Resultados.................................................................................................................................................. 72
4.3.5 Atividades................................................................................................................................................... 72
4.3.6 Conclusão.................................................................................................................................................... 74
Unidade III
5 FUNÇÕES DA LINGUAGEM APLICADAS À COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL.............................. 79
5.1 Função emotiva ou expressiva......................................................................................................... 80
5.2 Função metalinguística....................................................................................................................... 81
5.3 Função fática........................................................................................................................................... 82
5.4 Função conativa ou apelativa.......................................................................................................... 82
5.5 Função poética....................................................................................................................................... 83
5.6 Função referencial ou denotativa................................................................................................... 84
6 COMUNICAÇÃO ESCRITA.............................................................................................................................. 86
6.1 Veículos de redação administrativa............................................................................................... 88
6.1.1 Carta comercial e de apresentação.................................................................................................. 88
6.1.2 Circular......................................................................................................................................................... 89
6.1.3 Memorando................................................................................................................................................ 89
6.1.4 Procuração.................................................................................................................................................. 90
6.1.5 Notificação................................................................................................................................................. 90
6.1.6 Ata.................................................................................................................................................................. 90
6.1.7 E‑mail ou correio eletrônico............................................................................................................... 91
6.1.8 Boletim......................................................................................................................................................... 92
6.1.9 Manual......................................................................................................................................................... 92
6.1.10 Jornais e revistas.................................................................................................................................... 92
6.2 Correspondência com órgãos oficiais........................................................................................... 92
6.2.1 Ofício............................................................................................................................................................. 92
6.2.2 Edital............................................................................................................................................................. 92
6.2.3 Requerimento........................................................................................................................................... 93
6.3 Relatório.................................................................................................................................................... 93
6.4 Currículo................................................................................................................................................... 95
6.5 Resumo...................................................................................................................................................... 96
6.5.1 Técnica de sublinhar............................................................................................................................... 98
6.5.2 Esquema ou quadro sinóptico............................................................................................................ 99
6.5.3 Resenha crítica.......................................................................................................................................100
6.5.4 Fichamento...............................................................................................................................................103
6.5.5 Referências...............................................................................................................................................104
6.6 Parágrafo................................................................................................................................................105
6.6.1 Tópico frasal.............................................................................................................................................106
6.6.2 Desenvolvimento de parágrafos......................................................................................................108
6.6.3 Conclusão do parágrafo...................................................................................................................... 110
6.6.4 Planejar o parágrafo..............................................................................................................................111
6.6.5 Tipos de parágrafo................................................................................................................................. 112
Unidade IV
7 Texto................................................................................................................................................................... 117
7.1 Montagem do texto........................................................................................................................... 117
7.2 Coerência textual................................................................................................................................ 117
7.3 Clareza e ambiguidade...................................................................................................................... 118
7.4 Coesão......................................................................................................................................................122
7.4.1 Conexão: conectivos ou conectores............................................................................................. 123
7.5 Expressão................................................................................................................................................125
7.5.1 Concisão................................................................................................................................................... 125
7.5.2 Correção................................................................................................................................................... 126
7.5.3 Criatividade............................................................................................................................................. 127
7.5.4 Propriedade............................................................................................................................................. 128
7.6 Componentes de um texto..............................................................................................................129
7.6.1 Plano de trabalho................................................................................................................................. 129
7.6.2 Organização............................................................................................................................................ 130
7.6.3 Estrutura....................................................................................................................................................131
7.6.4 Conteúdo...................................................................................................................................................131
7.6.5 Expressão.................................................................................................................................................. 132
8 TIPOS DE TEXTOS............................................................................................................................................132
8.1 Descrição.................................................................................................................................................132
8.1.1 Descrição física...................................................................................................................................... 134
8.1.2 Descrição psicológica.......................................................................................................................... 134
8.1.3 Descrição técnica.................................................................................................................................. 134
8.1.4 Descrição de paisagem....................................................................................................................... 135
8.1.5 Descrição de ambiente....................................................................................................................... 136
8.1.6 Descrição de objeto............................................................................................................................. 136
8.1.7 Descrição de pessoa............................................................................................................................. 137
8.2 Narração..................................................................................................................................................138
8.3 Discurso direto e discurso indireto...............................................................................................143
8.3.1 Discurso direto....................................................................................................................................... 144
8.3.2 Discurso indireto................................................................................................................................... 144
8.3.3 Discurso indireto livre......................................................................................................................... 145
8.4 Dissertação.............................................................................................................................................146
8.4.1 Dissertação expositiva........................................................................................................................ 146
8.4.2 Dissertação argumentativa............................................................................................................... 147
8.5 Esquema comparativo dos três tipos de texto........................................................................149
Apresentação
Caro aluno,
Comunicação Empresarial compõe o conjunto de disciplinas dos cursos de Gestão Tecnológica e é uma
das áreas do conhecimento em que você irá aprofundar-se em seu curso, visto que é muito importante o
desenvolvimento de habilidades e características que facilitem a comunicação, seja escrita, seja verbal.
Nesta disciplina, serão apresentados vários tópicos importantes para o seu desenvolvimento
pessoal e profissional. Começamos, então, por apresentar os objetivos da disciplina:
• Consolidar a capacidade de julgamento e crítica do aluno a fim de que elabore textos técnicos e
acadêmicos.
• Capacitar os estudantes quanto a saber ouvir, a fim de que compreendam e interpretem com
exatidão o conteúdo da mensagem transmitida e a intenção de seu emissor, favorecendo, assim,
o retorno da informação, que marca o início do diálogo, que, por sua vez, poderá garantir a
qualidade do relacionamento humano.
• Dar base à vida acadêmica e profissional do aluno, no que tange à redação de trabalhos e às suas
respectivas apresentações orais.
Somente pela apresentação dos objetivos da disciplina você deve ter observado que se trata de um
vasto campo de estudos, em que os assuntos serão, à medida de seu desenvolvimento, explanados e
aumentarão sua capacidade de se expressar de forma clara, seja oralmente ou por textos escritos.
Além disso, será possível conhecer como as empresas tratam esse tema, suas experiências e práticas,
o que fazem a respeito, por exemplo, de sua comunicação interna e de sua comunicação com o mercado,
com a sociedade, com seus fornecedores etc. Sem dúvida, é um assunto instigante, que levará você a
conhecer muitas ferramentas interessantes para o seu trabalho e para sua vida pessoal.
Bons estudos!
9
Introdução
Uma empresa decide lançar um novo projeto cultural, em que patrocinará a exibição de uma
peça teatral, em um teatro próximo à sua sede. Imagine quantas oportunidades de comunicação
ela precisará desenvolver. Por exemplo: terá que manter seus funcionários informados dessa nova
ação; deverá informar seus clientes, fornecedores e parceiros sobre o projeto, para que participem e
conheçam essa ação de marketing cultural desenvolvida por ela; deverá informar à imprensa sobre
o projeto, que trará muitos benefícios à comunidade local; precisa informar à comunidade sobre o
lançamento para que possa usufruir dessa oportunidade. Enfim, essa empresa terá muitas chances
de chegar mais perto das pessoas e comunicar‑se com elas, com a grande vantagem de não ser por
meio das ferramentas de comunicação tradicionais, como propaganda e merchandising (ações no
ponto de venda).
Esse é um exemplo típico de aplicação da comunicação empresarial. Logicamente, ela terá que produzir
materiais escritos sobre esse lançamento, peças de propaganda, informativos para os funcionários e
outros públicos. Essas são as principais aplicações da comunicação empresarial que trataremos nesta
disciplina.
A comunicação empresarial deve ser objeto de atenção especial por parte das empresas e dos
empresários, pois dela depende a qualidade da imagem institucional que a empresa terá na sociedade.
Para Cahen (2003), toda ação de comunicação empresarial deve manter implícitas mensagens como:
somos bons cidadãos; nossos produtos e serviços são excelentes; temos respeito por nossos clientes; temos
respeito por nossos acionistas; somos uma empresa bem‑administrada; temos tradição; somos éticos;
somos bons clientes; somos bons patrões; é bom trabalhar em nossa empresa; nossos administradores,
gerentes, técnicos são experientes.
Nesta disciplina, discutiremos a comunicação empresarial e tudo de que precisamos para fazer
dela uma aliada importante na criação e manutenção de uma imagem institucional positiva junto aos
clientes, parceiros, fornecedores, funcionários etc.
10
Comunicação empresarial
Unidade I
1 O QUE É COMUNICAÇÃO E QUAIS SEUS PRINCIPAIS ELEMENTOS
A comunicação é talvez uma das necessidades humanas mais antigas, observada desde os primórdios
da humanidade, quando ainda não eram possíveis nem a fala, nem as interações sociais mais elaboradas
e tampouco os relacionamentos. Quando alguém, em algum momento, resolveu compartilhar uma ideia,
combinar algo com alguém, a comunicação começou a ser desenvolvida.
Após esse início de tentativas de comunicação, o desenvolvimento da linguagem foi acontecendo, pois era
preciso que se combinasse entre as pessoas o que cada situação representaria, ou como cada objeto ou elemento
deveria ser tratado. A comunicação também guarda uma grande ligação com a evolução tecnológica.
“A linguagem, uma construção social da humanidade através dos tempos, é o instrumento usado
para comunicação” (PIMENTA, 2006, p. 24).
Revisão: Tatiane - Diagramação: Jefferson - 02/05/11 - 2ª revisão: Tatiane - Diagramador: Everton - 04/05/11
A partir da linguagem escrita, foi possível ao homem perpetuar sua história, passando de geração
a geração os conhecimentos atribuídos à geração anterior. Antes de essa linguagem aparecer, nossos
ancestrais transmitiam seus conhecimentos às novas gerações verbalmente.
A invenção da escrita, há cerca de cinco mil anos, alterou a relação espaço‑temporal entre as pessoas.
Foi possível, a partir daí, registrar e transportar informações de lugar para lugar e mantê‑las, mesmo sem
a presença das pessoas que as geraram.
A tipografia, criada há mais ou menos cinco séculos, proporcionou outro crescimento importante para a
história do homem. Se antes o conhecimento era registrado por meio de manuscritos, o novo sistema pode
reproduzir em maior escala e para muitas pessoas. Para alguns, esse foi o início da comunicação de massa.
Saiba mais
11
Unidade I
Existem muitas formas de linguagem: oral, escrita, científica, musical etc. As formas de combinação
dos elementos, bem como as regras e convenções sobre o uso adequado de cada um deles são
determinantes para que outras pessoas possam entender determinada linguagem.
A linguagem é, portanto, um conjunto de signos com regras para serem combinados. O signo é
qualquer coisa que faz referência a outra coisa ou ideia. Ele possui significado, ou seja, maneira pela
qual as pessoas o compreendem. Também faz parte do signo o significante, que é a forma concreta do
que ele representa, como a palavra, o gesto, o som etc.
Revisão: Tatiane - Diagramação: Jefferson - 02/05/11 - 2ª revisão: Tatiane - Diagramador: Everton - 04/05/11
Se eu disser a palavra “casa”, você imediatamente vai pensar abstratamente em uma casa. Pode ser a
sua ou a casa que você viu pela manhã quando passou por determinada rua. Essa é a ideia de casa que
você tem, é o significado da palavra casa. Por outro lado, a representação da casa pode ser feita por uma
fotografia, uma imagem, que é o significante da palavra casa.
• significado contextual, que varia conforme o contexto em que está inserido, e o exemplo são as
flores que enfeitam um casamento ou homenageiam um morto, em um velório;
• significado referencial, o próprio sentido atribuído às palavras pelo dicionário, ou seja, o conceito
referente;
• significado denotativo, quando o próprio signo indica um objeto ou suas qualidades como quando
se conta um sonho;
12
Comunicação empresarial
Observação
Para transmitir as mensagens, um emissor precisa de um código, que nada mais é do que um conjunto
organizado de signos. É preciso então transformar o que se pretende comunicar em um código, é preciso
codificar a mensagem.
Mensagem
Emissor Codificação Decodificação Receptor
Meio
Ruído
Revisão: Tatiane - Diagramação: Jefferson - 02/05/11 - 2ª revisão: Tatiane - Diagramador: Everton - 04/05/11
Feedback Resposta
A mensagem precisa de um suporte para ser transmitida, um meio, que pode ser papel, meio
eletrônico, televisão etc., este suporte é também chamado de canal de comunicação.
O receptor, por sua vez, precisa decodificar a mensagem, realizar o processo contrário, ou seja,
entender o que o codificador quis dizer com a mensagem. Quando a decodificação da mensagem se dá
de forma adequada, aí dizemos que houve comunicação, ou seja, o receptor compreendeu a mensagem
e deu um retorno, um feedback para o emissor da mensagem.
Tudo isso acontece, é bom lembrar, em um ambiente, em um referente, que é também chamado
de contexto em que a comunicação acontece. É possível que a aula de comunicação empresarial no
contexto virtual seja diferente da que é realizada de forma presencial, por exemplo.
Quando a comunicação não se completa, dizemos que houve ruídos e que a pessoa não entendeu
por problemas que possam ter ocorrido em algum dos elementos do processo de comunicação, como
no próprio receptor ou no emissor. Problemas de ordem psicológica, preocupações, estresse etc. podem
afetar o estado de ambos. Também pode ser uma dificuldade em relação à formação da pessoa, sua
cultura, religião, ou seja, a percepção da pessoa em relação à comunicação fica prejudicada em função
13
Unidade I
de sua concepção de mundo, preconceitos etc. Pode ocorrer dificuldade ainda por causa de questões
fisiológicas, como dores de cabeça, ou outras dores, problemas de visão e de audição.
No ambiente, os ruídos podem se dar por falta de condições mínimas para a compreensão da
mensagem, como muito barulho, falta de luz, intensa movimentação de pessoas etc.
Os ruídos possíveis de se concentrarem nas mensagens podem ser por causa do tipo de linguagem
ou vocabulário inadequado, da sequência em que a mensagem aparece, da velocidade da emissão etc.
• mensagem – objeto da comunicação, é uma estrutura organizada de sinais que servem para
comunicar;
Revisão: Tatiane - Diagramação: Jefferson - 02/05/11 - 2ª revisão: Tatiane - Diagramador: Everton - 04/05/11
Falando sobre comunicação, o que é necessário, além dos elementos essenciais, para haver comunicação?
Será que a utilização de uma linguagem clara facilitaria esse processo? Certamente que sim. Além disso, é
preciso haver disponibilidade para a comunicação tanto de quem está transmitindo a mensagem como de
quem a está recebendo. É preciso saber quem a ouvirá, quem é o receptor, o que ele espera da mensagem,
além de se precisar saber muito bem qual é o conteúdo da mensagem que se pretende transmitir.
Observação
14
Comunicação empresarial
Se eu compreender a sua ideia, mas não concordar com ela, ainda assim posso afirmar que houve
comunicação? Por quê? Certamente, pois houve a transmissão de informação e a comunicação; apesar
de não se obter a resposta esperada pelo emissor, houve o feedback. Houve a comunicação porque
ter ideias diferentes não significa que não se compreendeu a mensagem. Às vezes, compreendemos a
mensagem, mas não concordamos com ela, a resposta, o feedback, vai acontecer do mesmo jeito, então
houve a comunicação. Feedback é a resposta à emissão da mensagem.
Após esse breve relato sobre a comunicação, sua função e seu processo, você deve estar pensando
na importância que tem essa função humana e como é difícil nos comunicarmos com clareza, condição
importantíssima para que a comunicação seja completa e obtenha resultados.
Revisão: Tatiane - Diagramação: Jefferson - 02/05/11 - 2ª revisão: Tatiane - Diagramador: Everton - 04/05/11
A comunicação interpessoal é um método de comunicação que promove a troca de informações entre
as pessoas. Está ligada à inteligência interpessoal e se manifesta na sua forma mais avançada, como a
habilidade para perceber intenções e desejos de outras pessoas e para reagir apropriadamente a partir
dessa percepção. Significa ter sensibilidade para o sentido de expressões faciais, voz, gestos e posturas de
habilidade para responder de forma adequada às situações interpessoais (PIMENTA, 2006, p. 77).
Nas interações sociais, em nossas relações pessoais, muitos são os fatores que podem dificultar a
comunicação, dos quais destacamos os pessoais, de personalidade, de linguagem e psicológicos. Dessa
forma, comunicar‑se, e bem, torna‑se uma arte de gerenciar adequadamente as mensagens enviadas e
recebidas nos processos interacionais, evitando‑se as barreiras à comunicação.
Os principais elementos que dificultam essas boas relações comunicacionais são o tempo, o espaço,
o local, o clima, a intimidade, o próprio corpo e a história de vida de cada um, o ambiente em que foi
criado etc., que trazem barreiras à boa comunicação. Se se conhecem esses fatores, isso pode facilitar o
processo. Vamos a eles!
O real conhecimento sobre o assunto que está sendo tratado, ou o que os outros pensam que o
interlocutor conhece sobre o tema, interfere no processo de comunicação, pois pode trazer maior ou
menor credibilidade ao emissor da mensagem.
15
Unidade I
Outro ponto é a aparência, uma vez que a primeira impressão é sempre a que fica, como diz
um ditado popular. O fato é que a aparência do outro traz à tona a formação dos estereótipos,
e estar vestido dessa ou daquela forma pode nos remeter a determinado tipo de pessoa ou de
profissional.
A postura corporal deve ser bem‑cuidada, pois ela diz muita coisa a nosso respeito. Atitudes
como estar cabisbaixo ou movimentando em demasia as mãos e a cabeça querem dizer algo
a nosso interlocutor. É importante que não se tenha uma postura extremamente rígida nem
descontraída demais. As posturas adotadas nas situações de comunicação, geralmente, fazem
com que sejamos identificados nos grupos que frequentamos.
Saiba mais
O contato visual é muito importante numa comunicação. Não só o corpo fala, mas os olhos têm
muito a dizer. Pode provocar empatia imediata ou, ainda, provocar embaraço e até pânico, conforme a
posição de quem olha e de quem é olhado.
As expressões faciais refletem a interação, o que sentimos, o que queremos dizer. Transparente,
nosso rosto não consegue mentir. Se dissermos uma determinada informação com as palavras, se
não a estivermos sentindo, dificilmente ela será crível para o interlocutor, por causa das expressões
faciais que denunciarão o real sentimento. Talvez esse seja o meio de comunicação mais importante na
relação pessoal com o outro. Ódio, prazer, desprezo, preocupação, raiva, simpatia, alegria, compreensão,
bem‑estar etc., estão todos ali na expressão de quem comunica.
16
Comunicação empresarial
A voz também influencia no resultado da comunicação. A fluência com que se fala, bem como
a articulação das palavras, a modulação, o ritmo ou o timbre da voz são claramente percebidos e
compreendidos nas relações.
Observação
Os fatores sociais são herdados de nossa forma de criação as ideias nas quais nos fizeram acreditar;
o ambiente em que vivemos impõe flexibilidade ou rigidez em nossas relações e maneira de ser,
condicionando‑nos como indivíduos sociais. A educação é um desses fatores sociais que determinam
os princípios e os valores que as pessoas imprimem ao mundo. Outro ponto é a cultura, que mostra
claramente a origem dos envolvidos, com suas formas específicas de pensar, sentir e agir, o que nos faz
aproximar ou afastar dos outros.
Revisão: Tatiane - Diagramação: Jefferson - 02/05/11 - 2ª revisão: Tatiane - Diagramador: Everton - 04/05/11
Também as crenças influenciam as relações. Lembremos que muitas guerras são geradas em função
de credos e fé diferenciados, e aqui não se fala apenas em religião. Crenças são ideias em que se
acreditam e que se adotam como modelos a serem seguidos. Elas favorecem e ditam os estilos de vida,
as escolhas de parceiros e as decisões em geral. “A complexidade das crenças na vida das pessoas é, pois,
um dos fatores que mais riscos podem trazer às relações interpessoais e, por consequência, barreiras à
comunicação” (DIAS, 2011).
A dificuldade oriunda dos fatores fisiológicos tem a ver com as percepções pessoais provocadas pelos
meios sociais ou culturais em que as pessoas vivem. Falar mal, articular mal as palavras, ter dificuldade
física para falar, mudez, ou surdez, estão entre esses fatores.
17
Unidade I
Aqui podem ser relatadas as formas de ser, que, geralmente, dificultam a comunicação. Atitudes rígidas
e elementos como a autossuficiência, por exemplo, dificultam a comunicação, pois em geral a pessoa não
quer se comunicar, pois já sabe tudo, e parece que nada tem a aprender com o outro. É preciso haver um
esforço de objetividade e evitar subjetividade nas relações para que a comunicação ocorra e sejam evitados
os conflitos. Para isso, em situações com pessoas dotadas dessas características, deve‑se concentrar em
falar sobre fatos e nunca sobre atitudes e pessoas, para que não haja equívocos de compreensão.
A linguagem deve ser a mais clara possível e de fácil compreensão para quem ouve. Não se pode
falar em jargões profissionais fora do próprio meio ou em um nível de dificuldade muito além do que os
interlocutores poderiam compreender apenas para mostrar intelectualismos desnecessários. Diferenças
em sentidos de palavras também causam essa dificuldade. Exageros na linguagem, nos adjetivos, bem como
de expressões extremas ofuscam a comunicação. Por exemplo, se você utilizar a palavra “extraordinário”
para tudo o que vê, quando for tratar de algo realmente extraordinário, provavelmente, ninguém o
achará. Palavras que têm vários significados também levam a essa dificuldade de compreensão.
A comunicação humana depende de fatores relacionados à psique também, dos quais destacamos
apenas o efeito lógico e os tipos predeterminados. Generalizações do tipo “se médicos são assim, e
fulano é médico, então ele é igual a todos os médicos” são desagradáveis, pois não consideramos o outro
como ser individual, carregado de suas próprias características. Isso é chamado de efeito lógico. Outro
mecanismo a que recorremos é um chamado tipos predeterminados, como uma questão de economia
cognitiva ou perceptiva. Trata‑se de tentar adivinhar ou prever o outro. Além da simplificação que o
processo implica também se colocam rótulos nas pessoas desnecessariamente (NOGUEIRA, 2011).
Assim como quando estamos em casa nos vestimos com uma roupa qualquer, ficamos à vontade,
sem nos preocuparmos com nossa aparência, quando vamos sair para um passeio, logo colocamos uma
roupa melhor, calçamos sapatos, as mulheres até arriscam uma maquiagem – se for uma festa, então... o
capricho é maior ainda! –, assim é com nossa fala. Podemos comparar a fala (linguagem oral) a estarmos
mais à vontade em casa e a língua escrita aos cuidados que temos quando vamos passear.
Falar é muito diferente de escrever. Ao falarmos, nós nos permitimos erros e formas gramaticais e de
tratamento impensáveis ao escrevermos. Isso se dá porque as duas formas não têm o mesmo vocabulário nem a
18
Comunicação empresarial
mesma gramática, a não ser que estejamos falando oralmente um texto escrito. Para Nadólskis (2009, p. 76), “o
sistema linguístico é o mesmo, mas a efetivação é diferente. Não se fala como se escreve nem se escreve como
se fala”. O autor explica que a sonoridade, os gestos e a expressão facial são recursos próprios da fala.
O texto escrito, no entanto, como supera os limites do espaço e do tempo, tem a tendência de ser
melhor elaborado, e sempre é feito de maneira formal, de acordo com os elementos envolvidos e com
sua finalidade.
Quem está transmitindo a mensagem deve escolher a modalidade mais adequada para transmitir
sua mensagem da maneira mais conveniente.
Observe que, se você for contar um acontecimento recente em sua vida, você o fará de uma forma
se for por escrito e de outra, se for por meio da linguagem oral. Vai interferir na forma como você o fará
quem vai ouvir ou ler seu relato. Se for dirigido a seu chefe, seu tom será um; se for para sua mãe, ou
uma pessoa próxima, sua linguagem será diferente.
Oi, Ana
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Acredita que eu passei no vestibular? Ai... eu to tão feliz!
Me liga pra gente marcar e comemorar!
Beijos,
Cláudia
Eu queria muito que o senhor soubesse que eu entrei na faculdade, e a partir do próximo mês
começam minhas aulas. Estou matriculada no curso de Gestão em Recursos Humanos. Tenho certeza de
que essa iniciativa trará boas oportunidades para minha carreira aqui na empresa.
3. Veja, ainda, uma medida econômica explicada para um adulto, e, depois, para uma criança.
Para um adulto: O governo anunciou que estão proibidas as importações de brinquedos da China,
porque esses produtos têm apresentado muitos defeitos e causado acidentes com as crianças.
Para uma criança: Não, eu não vou comprar aqueles bichinhos que vêm junto com o lanche. Esses
brinquedos são perigosos, e o governo até proibiu vendê‑los aqui. Não pode de jeito nenhum. Vai fazer
dodói em você!
19
Unidade I
Lembrete
Acompanhe este quadro com as principais diferenças entre língua falada e língua escrita:
Quadro 2
As línguas possuem elementos que as fazem ser uniformes, e isso as distingue umas das outras.
Entretanto, não existem duas pessoas que falem da mesma forma, cada pessoa utiliza os recursos de
forma diferente, o que traz diversidade à língua.
Essa oposição uniformidade/diversidade é mais percebida na escrita do que na língua falada, por
esta não obedecer a padrões tão rígidos impostos pela norma culta da gramática, por exemplo. Essa
diversidade é resultado de vários motivos, na visão de Nadólskis (2009, p. 77).
Fatores regionais
Nos fatores regionais, a pronúncia é o primeiro sinal que se nota. O vocabulário e o uso de normas
gramaticais também denotam algumas diferenças.
20
Comunicação empresarial
Esses fatores dizem respeito às formas diferentes que se fala, até mesmo dentro de um mesmo país.
Aqui no Brasil, fala‑se diferente em vários lugares; por exemplo, o português falado no Sul do país difere
do falado no Norte. Entre países diferentes, temos o português de Portugal, que é diferente do falado no
Brasil, embora seja a mesma língua.
Observação
Exemplos:
A la pucha, tchê!
O índio está mais por fora do que cusco em procissão (cusco = cão pequeno e sem raça).
O negócio hoje é a tal de comunicação, seu guasca! (guasca = caipira).
Fatores socioculturais
Os fatores socioculturais são idade, sexo, cultura, profissão, posição social e nível de estudos. Entre os
fatores culturais, também chamados sociológicos, que mais influenciam a maneira de falar estão o grau
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de escolarização das pessoas e a formação cultural. Uma pessoa culta, estudada, como dizem, utiliza a
língua de maneira diferente da pessoa inculta ou com baixo grau de escolarização.
Vós poderíeis dizer‑me que estou equivocado. Entretanto, saberíeis dizer exatamente em que
aspecto?
Fatores contextuais
Os fatores contextuais se referem ao assunto ou tema tratado, ao local, ao momento e às relações que
envolvem os interlocutores. Nesse caso, dependendo do ambiente, assunto, ouvinte, relação entre os falantes,
entre outros, o falante altera o registro de sua fala de acordo com a situação em que se encontra.
Exemplos:
21
Unidade I
A linguagem se modifica conforme o passar dos anos. Por exemplo, se você for ler um trecho de
Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, publicado em 1956, há mais de 40 anos, certamente
terá a impressão de que está escrito em outra língua, dado o número de palavras diferentes
utilizadas no texto, bem como as formas de tratamento e a maneira de escrever. A linguagem é,
portanto, muito dinâmica.
Veja:
O senhor tolere, isto é sertão. Uns querem que não seja: que situação sertão
é por os campos‑gerais a fora e dentro, eles dizem, fim de rumo, terras altas,
demais do Urucúia. Toleima. Para os de Corinto e do Curvelo, então, o aqui
não é dito sertão? Ah, que tem maior! Lugar sertão se divulga: é onde os
pastos carecem de fechos; onde um pode torar dez, quinze léguas, sem topar
com casa de morador; e onde criminoso vive o seu cristo‑jesus, arredado do
arrocho de autoridade. O Urucúia vem dos montões oestes. Mas, hoje que
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Isso porque o vocabulário se enriquece com novas palavras, novos produtos, novos hábitos, novas
criações artísticas. “O vocabulário cresce com a evolução da sociedade” (NADÓLSKIS, 2009, p. 77).
Além disso, a gíria, a linguagem coloquial, a mídia, as ciências, as artes contribuem com suas novas
denominações para o que criaram ou, simplesmente, dão novos nomes para coisas antigas, explica o
autor. Já o modo de falar sofre simplificações, como reduções de palavras, pronúncia descuidada e falta
de conhecimento das regras gramaticais da língua.
22
Comunicação empresarial
Há ainda o que se chama de linguagem de nível popular, em que se usa entonação e se afasta das
regras gramaticais. Nesse caso, observa‑se muito o uso de frases feitas e repetições, além de gírias e
obscenidades. Repetem‑se muito as ideias, fenômeno chamado de redundância. Geralmente, nesse caso,
a linguagem caminha para o vulgar, é informal demais e sempre desvalorizada no ambiente familiar e,
principalmente, no ambiente profissional.
Observação
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Sebastião baixou mais a cabeça, enxugou outra batida, todo mundo estava
chateado, porque ele no violão é o máximo, aí a Santuza compridona,
porque o nome dela é Santuza, disse assim para todos ouvirem: “Sebastião
já foi Sebastião, hoje não toca nem apito.” Aí Sebastião levantou o queixo,
sacudiu a cabeleira, enxugou o copinho de uma golada, tocou o violão.
Menina, foi uma coisa (ANDRADE, 1970).
Na fala das pessoas, encontramos o reflexo desses fatores, e isso gera os diferentes níveis de fala ou
de linguagem, que podem ser classificados em:
• discursos acadêmicos;
• trabalhos científicos;
23
Unidade I
Oposto ao formal, não segue estritamente a norma gramatical, apresentando gírias e formas
contraídas. É a linguagem familiar ou espontânea, usada no dia a dia.
Exemplos:
• bilhetes;
• cartas pessoais;
• diários íntimos;
Você acha que, ao aprender a norma culta da língua, ou seja, ao aprender as regras da fala e da
escrita, tidas como as mais corretas, você está aprendendo algo inútil? É lugar comum ouvir as pessoas
dizendo que a gramática não serve para nada e que usar as palavras corretamente, seja escrevendo
ou falando, não deve ser um cuidado a ser tomado em nossas comunicações. Este é o famoso ledo
engano. Aprender a utilizar a língua da forma mais correta possível é uma exigência da vida pessoal, e,
principalmente, do mercado de trabalho.
24
Comunicação empresarial
Ao aprender corretamente a escrever, ler e a usar as palavras e a gramática, você passará a escrever
e a falar melhor, tornando mais clara a sua comunicação.
As palavras vão sendo ditas, e muitos tipos de interferência podem ocorrer nesse processo. É
importante que se preste atenção ao conteúdo da informação não verbal presente na comunicação.
Importa mais o que se faz ou se deixa de fazer enquanto falamos do que o conteúdo propriamente dito
da mensagem.
A leitura do não verbal complementa a compreensão da comunicação verbal, muitas vezes. Com
isso, vemos que o sucesso da nossa comunicação não depende só da habilidade com que usamos as
palavras. O ser humano faz uso de muitos signos universais da comunicação. A palavra é fundamental,
mas é apenas um desses signos.
Lembrete
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Uma imagem diz mais do que mil palavras!
Tanto a comunicação verbal quanto a não verbal têm a sua importância; basta saber usá‑las
adequadamente. A junção entre a comunicação verbal e a não verbal é que possibilitará o sucesso da
comunicação empresarial. Tudo que envolve o processo da comunicação é importante: o que falar ou
escrever e como o fazemos.
A linguagem não verbal comunica sem palavras, por meio de outras formas de comunicação.
Nesse caso, não se quer expor verbalmente o pensamento. Entre as principais formas de comunicação
não verbal estão as placas, os gestos, os objetos, as cores, as figuras, ou seja, os elementos visuais. Na
comunicação interpessoal, destacam‑se os gestos, os movimentos com a cabeça, a expressão dos olhos
e da face, a postura, a aparência e outros símbolos.
São exemplos de linguagem não verbal o semáforo, o cartão vermelho, o apito do juiz em uma partida
de futebol, o cartão amarelo, uma dança, o aviso de “não fume” ou de “silêncio”, o bocejo, a identificação
de “feminino” e “masculino” por meio de figuras na porta do banheiro, as placas de trânsito etc.
Observação
Figura 5 – Placas de sinalização do tipo proibido fumar e indicações de locais, como banheiro feminino ou masculino, são símbolos da
linguagem não verbal.
Falar bem em público hoje não é só uma habilidade importante. Ela é imprescindível para o sucesso
profissional. Em todos os âmbitos, as pessoas são instadas a dar opiniões; no trabalho, são requisitadas
para fazer apresentações profissionais sobre sua área ou sobre algo que seja do seu conhecimento. Por
exemplo, se você faz um trabalho social interessante no seu bairro, pode ser que algum dia precise falar
corretamente sobre isso na empresa em que você trabalha. Por essas razões e tantas outras, falar em
público adequadamente é uma exigência cada vez maior e uma habilidade que se deve aprender, se não
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Você está o tempo todo sujeito a ter que falar em público, seja em sua vida pessoal ou profissional.
Empresários, executivos, técnicos, profissionais liberais necessitam cada vez mais da boa comunicação.
Todos precisam falar bem para enfrentar as mais diferentes situações, como comandar subordinados,
dirigir reuniões ou participar delas, apresentar relatórios, presidir solenidades, vender ou apresentar
produtos e serviços, negociar com grevistas e líderes sindicais, dar entrevistas para emissoras de rádio e
televisão, fazer palestras, ministrar cursos, fazer homenagens e agradecer por elas, desenvolver contatos
sociais, representar a empresa ou entidade a que pertence, nos mais diversos acontecimentos e em
tantas outras possibilidades.
26
Comunicação empresarial
A apresentação é um meio de informar e/ou persuadir uma audiência. É, pois, uma forma de
comunicação. Uma apresentação bem‑sucedida deve produzir o efeito desejado pelo apresentador, ou
seja, persuadir e influenciar.
O palestrante ou apresentador deve desde o início despertar a atenção da plateia e deixar claros os
seus objetivos, além de enfatizar a importância do assunto que está sendo exposto. O principal objetivo
é fazer‑se entender para seus ouvintes.
Já que é inevitável falar em público, vamos aprender algumas técnicas importantes sobre o assunto.
Esta parte do trabalho é desenvolvida a partir das ideias de Polito (2005) e Blikstein (2006).
Conhecimento da matéria
Essa é a primeira condição para uma boa apresentação. É preciso conhecer o assunto para falar bem
sobre ele. Outro ponto importante é ter claro quais são seus objetivos. Quando estiver se preparando
para falar em público, deverá responder aos seguintes questionamentos:
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É preciso que se tenha isso bem claro para não fugir do assunto nem falar de temas que não
deveriam ser tratados no momento de sua apresentação. Tenha um cuidado especial com o vocabulário.
Pense nas palavras que irá dizer.
Análise da audiência
Quem é o seu público? Para falar em público, é preciso saber para quem se dirigirá a sua comunicação;
com quem falará. É importante saber as seguintes informações:
27
Unidade I
• São subordinados?
• São pares?
• São da diretoria?
O público que o ouvirá sabe mais do que você sobre o assunto tratado? Se sim, tenha o cuidado de
falar em uma linguagem mais técnica, porém clara. Não tente impressionar. Fale sobre o que domina,
assim não cometerá erros.
Como se formou esse público? De livre e espontânea vontade ou estão ali por serem obrigados? Se
estiverem ali livremente, significa que estão abertos às informações que você dará.
Se as pessoas sabem menos do que você, então tenha o cuidado de não esnobá‑las com palavreado
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Plateias formadas por subordinados tendem a ser mais carinhosas e receptivas (por que será, hein?),
os colegas do mesmo nível tendem a ser mais críticos com sua apresentação e os elementos superiores
tendem a ser profissionais, mas exigem um bom trabalho. Fique atento à sua plateia!
Saiba mais
Sempre defina com antecedência os materiais de apoio que utilizará em sua apresentação. Eles
devem estar funcionando adequadamente e serem testados com antecedência para, no caso de algum
problema, ser acionado o Plano B. Entre os mais comuns estão:
• data show;
• flipchart;
28
Comunicação empresarial
• retroprojetor;
• DVDs (filmes);
• computadores;
• lousa e giz;
• papéis impressos;
• etc.
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Figura 7 – Recursos tecnológicos favorecem as apresentações, mas devem ser bem‑planejados.
Planeje seus recursos audiovisuais. Nada mais desagradável do que um material poluído visualmente,
com cores que dificultam até mesmo enxergar o próprio texto, atrapalhando sua compreensão.
Os recursos audiovisuais não devem ofuscar o apresentador, que deve ser a peça fundamental da
apresentação. Nada substitui o que ele tem a dizer, nem mesmo efeitos visuais.
Lembrete
Dica importante: nunca leia os slides. Fale sobre o assunto, sem ler. O
público percebe logo que você não conhece o assunto!
Blikstein (2006) chama a atenção para a má utilização dos recursos audiovisuais. Preste atenção:
• postura incorreta diante da tela de projeção, ao lado e virado para a tela, etc.;
29
Unidade I
• uso de tipos de letras ilegíveis, com péssima disposição gráfica e erros gramaticais ou de grafia
de palavras.
Preste atenção às cores a serem utilizadas também. Elas fazem toda a diferença em seu material visual.
Sobre a entrega de materiais para a plateia, defina o momento em que isso ocorrerá para evitar
tumultos e conversas em sua apresentação. Faça‑o no início ou no final, nunca enquanto estiver falando.
Claro que isso pode ocorrer se você já tiver experiência em dominar seu público. Isso é para pessoas
experientes.
Conheça as dez regras básicas para produzir um bom visual (POLITO, 2005):
1. Coloque um título.
Um bom título deve ser simples, de poucas palavras e muito esclarecedor. Normalmente, o título
deve ser colocado na parte superior do visual.
2. Faça legendas.
7. Use cores.
Use, mas não abuse. Utilize cores contrastantes para destacar bem as informações. Estabeleça um
limite de três a quatro cores por visual.
30
Comunicação empresarial
Observação
Segundo Blikstein (2006), para organizar uma apresentação, é fundamental, um ponto de honra da
comunicação, como ele chama, fazer um planejamento, uma ficha mental e ensaiar. “Se as ideias, por
melhores que sejam, não estiverem articuladas com os objetivos e a lógica da apresentação, de nada
adianta jogá‑las no fluxo do discurso, sob pena de o orador criar uma imagem de desorganização,
gerando ruídos ou efeitos negativos junto à plateia” (p. 52).
Para o autor, montar uma ficha mental deve ser uma maneira corrente para planejar apresentações
em público, pois apresenta três vantagens:
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• possibilita a persuasão, “vender a ideia” em tempo adequado e planejado;
Ele sugere que se monte uma ficha física com os tópicos que se pretende falar e o tempo necessário
para cada um deles.
• Pense nos argumentos, enalteça os prós (benefícios/vantagens), prepare‑se para enfrentar os contras.
• Prepare a apresentação em uma ordem lógica, rigorosa, com começo, meio e fim e apresente
nessa ordem.
• Não utilize mais do que 2h, incluindo o tempo para perguntas e respostas, pois mais do que
isso cansa demais a plateia.
O canal
Muitas pesquisas indicam a importância dos diversos elementos presentes em uma comunicação
oral, como as apresentações profissionais. Observe que comunicação é representada por:
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• palavras – 7%.
Se a parte mais importante da comunicação não está nas palavras, é preciso então dar uma atenção
especial aos outros recursos que não sejam elas, como a entonação de voz e a comunicação não verbal
feita durante as apresentações:
• gestos;
• expressões faciais;
• emoções e sentimentos.
A entonação da voz é muito importante. É preciso modular, aumentar e baixar o tom para conquistar
a atenção de todos. Os gestos também são perigosos, e podem assustar a plateia, se você aponta o dedo
para alguém, por exemplo. As expressões faciais demonstram nossas emoções e sentimentos e precisam
ser pensadas também, para serem bem‑utilizadas.
32
Comunicação empresarial
Falar em público causa insegurança à maioria das pessoas. Isso não é razão para caminhar cabisbaixo
e com os ombros desalinhados. Caminhe com determinação, demonstrando segurança no andar e certeza
na postura. Mantenha a cabeça e os ombros eretos, semblante calmo e sereno.
Sua postura e atitudes antes de falar poderão predispor o ânimo dos ouvintes de forma favorável
ou desfavorável à sua fala. Deve‑se, nesse momento, já começar a ganhar os espectadores de sua
plateia.
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Braços e mãos – erros mais comuns:
• braços cruzados;
• estalar os dedos, mexer no relógio, brincar com objetos (caneta, anel etc.).
Postura correta:
• movimentação desordenada;
33
Unidade I
• cruzar os pés em x.
Posição correta:
Contato visual
Outra atitude muito deselegante adotada por um apresentador é não olhar para as pessoas. O olhar
fugidio é logo percebido pelos interlocutores, que sentem a insegurança do palestrante pela sua forma
de olhar. Nem pense em escolher um ponto fixo para ficar olhando, as pessoas logo percebem, inclusive
que não é para elas que está olhando. O olhar perdido, para o horizonte, para o chão ou para lugar
algum, também deve ser evitado.
Como olhar:
2.7 Voz
A voz exprime sentimentos e emoções, gera entendimentos diferentes e por isso deve‑se ter um
cuidado especial com ela. Há o tom certo para cada palavra conforme o seu significado, bem como uma
interpretação correta, a partir do que se pretende transmitir. Não se deve dar uma excelente notícia,
com semblante triste, como também não se noticia a morte de alguém com sorriso nos lábios. A voz
precisa estar condizente com as expressões faciais.
Deve‑se variar o tom da voz quando se expressa verbalmente e evitar os principais problemas
relacionados à voz.
Lembrete
voz fraca;
voz monótona;
voz rouca;
34
Comunicação empresarial
voz fanhosa;
voz de falsete;
voz estridente;
voz grave.
Para usar bem a voz, é preciso utilizar “pausas” que permitam uma dicção melhor. Deve‑se respirar
adequadamente para não perder o ar nem articular as palavras de forma errada ou apressada. Deve‑se
ter em mente que o objetivo é a compreensão da mensagem, então, por meio das pausas adequadas, o
palestrante conseguirá que o receptor decodifique a mensagem.
É comum ocorrer omissões, alterações fonéticas e má articulação das palavras, como, por exemplo, dizer
a palavra correr sem o “r” no final, as meninas sem o “s” no final. Fica muito deselegante e displicente.
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• dizer as frases utilizando diversos tons de voz;
Cuidado com os “ok”, “não é?”, “certo?”, “realmente”, “tá?”, “né?”, “na verdade”, “ehhhhh”, “hummmm”,
etc.
Um “né?” tudo bem. Dois, vá lá. Três ou quatro ainda podem ser
suportáveis. Mas usar o “né?” com frequência, em quase todo final
de frase, pode fazer com que as pessoas se irritem e se sintam
desestimuladas a prestar atenção em suas palavras, seja numa reunião
da empresa, nas negociações, nas entrevistas e nas apresentações
pessoais (POLITO, 2005, p. 21).
Segundo o autor, o “né?” é o grande chefe de uma imensa família, que inclui parentes como “tá?”,
“ok”, “não é?”, “certo?”, “realmente”, “percebe?”, “tá entendendo?”, “na verdade”, “não é verdade?”, “fui
claro?”, “ehhhhh”, “hummmm” etc.
Para eliminá‑los, o autor ensina que o primeiro passo é tomar consciência da existência deles.
Quando se está inseguro, a tendência é falar como se estivesse perguntando, como se ao final
35
Unidade I
das frases perguntasse: estou me comunicando bem? Quando você perceber isso em suas falas,
quando estiver perguntando em vez de afirmar, procure mudar a maneira de falar e se expresse
com afirmações.
Dica: grave suas apresentações em vídeo para conhecer melhor seu trabalho. Geralmente, o orador
não tem consciência de seus vícios de linguagem, de postura, nem do quanto movimenta mãos e pés.
Se constatar que está exagerando, procure “se ouvir” enquanto fala e vá substituindo essas palavras por
outras. Com o tempo, a tendência é perder o hábito de utilizá‑las.
Saiba mais
Agora que você conhece as técnicas para preparar uma boa apresentação, vamos ver então como
fazê‑la de forma correta, convincente e com bons resultados.
2.8 A apresentação
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O que evitar?
Nunca se deve pedir desculpas para o auditório. Contar piadas é perigoso, e é bom apenas para
palestrantes experientes. É muito difícil retomar se plateia cair na gargalhada. Não se deve começar com
palavras vazias, e temas polêmicos, como time de futebol, geralmente não são bons começos.
• Levantar reflexões.
• Prometer brevidade.
• Explorar a criatividade.
Explique para os ouvintes como será a apresentação: o tempo de duração / com ou sem intervalos;
se haverá debates / exercícios / filmes etc. Fale de modo agradável e seja breve. Essa atitude diminui a
ansiedade natural da plateia.
Demonstre que os assuntos que serão tratados são relevantes também por causa de sua
experiência pessoal (conte casos profissionais), faça comparações com outros casos. Cite exemplos
do assunto, mostre evidências de que sua apresentação é interessante. Traga opiniões de experts,
de peritos no assunto.
Observação
Revisão: Tatiane - Diagramação: Jefferson - 02/05/11 - 2ª revisão: Tatiane - Diagramador: Everton - 04/05/11
e ajude a fixar os conceitos apresentados.
Conclusão
Tão importante quanto começar bem é finalizar bem uma apresentação, e isso tem efeitos muito
positivos na plateia. Evite ser lacônico (falar pouco), prolixo (se estender demais), repetitivo (falar várias
vezes a mesma coisa).
Conclua sua apresentação da melhor forma possível: faça um convite a uma ação conjunta, a uma
reflexão, diga uma frase de efeito. Não se esqueça de agradecer e elogiar a participação das pessoas em
sua palestra.
Se a proposta for um tempo para perguntas e respostas tenha uma atitude tranquila, sem
agressividade, e mantenha a mente aberta. O mundo não é unânime. Há pessoas que podem
discordar de seu ponto de vista. Lembre‑se de falar em atitudes e fatos e nunca de coisas pessoais
ou contra as pessoas. Seja a favor ou contra ideias e posicionamentos, nunca a favor ou contra
pessoas.
Efeito da apresentação
37
Unidade I
Finalmente, Blikstein (2006, p. 164) elenca alguns itens com os quais se deve ter cuidados para
garantir boas apresentações em público:
• desorganização;
• incoerência;
• falta de motivação;
• falta de empatia;
• falta de clareza;
• voz baixa;
• monotonia;
• uso inadequado ou mistura de registros e níveis linguísticos (gíria, linguagem chula etc.);
• fuja do improviso;
Para falar bem, é importante estar relaxado. Claro que a maioria das pessoas fica muito nervosa na
hora em que tem de fazer uma apresentação em público. É preciso aprender a controlar a ansiedade. Cada
pessoa o faz de uma forma. Uns caminham, outros rezam. O ideal é aprender a controlar a respiração.
Momentos antes de iniciar sua apresentação, faça pelo menos três longas respirações prolongando ao
máximo cada uma das etapas: inspirar, segurar o ar, expirar. Faça‑o contando até 3 ou até 5, ou até
quanto você aguentar. A ideia é distrair‑se da tensão e concentrar‑se na respiração.
38
Comunicação empresarial
Pimenta (2006) sugere ainda sentar‑se, contrair todos os músculos do corpo e, em seguida, descontrair
devagar (olhos fechados), durante 10 minutos, além de respiração abdominal (pôr a mão no baixo ventre, inspirar,
sentindo a barriga dilatar, em seguida, soltar o ar devagar pela boca) e as posturas do ioga (lótus, árvore etc.).
Observação
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Tinha tanta tia que era anta.
A lontra prendeu a
Tromba do monstro de pedra
E a prenda de prata
De Pedro, o pedreiro.
Quem usa a voz profissionalmente ganha muito se puder fazer uma visita ao fonoaudiólogo. Esse
profissional terá dicas importantes que ajudam a ter um melhor proveito no uso da voz. É importante
39
Unidade I
consultar um profissional, pois existem muitos mitos que podem prejudicar sua voz e, consequentemente,
seu trabalho.
Saiba mais
2.11 Debates
Para Pimenta (2006), “debate pode ser definido como manifestação das ideias de pessoas”.
Informalmente, no dia a dia, muitos debates acontecem no convívio social. Em algumas instituições,
como nas escolas, empresas, associações etc., o debate pode ser mais formal, técnico e profissional.
Ele pode ser oral ou escrito, e, atualmente, via internet. Os argumentos contra e a favor são postos em
confronto, facilitando o processo democrático. “Todos têm direito à palavra e todas as ideias são debatidas
livremente. Vence o argumento mais consistente ou mais bem‑apresentado” (idem, p. 169). Não se pode confundir
um debate com bate‑boca, com imposição de ideias ou com conquistar as pessoas pela força do grito.
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A condição fundamental para um debate é estabelecer regras: quem fala, por quanto tempo, como
é a réplica etc.
• mediador: “juiz” que garante o cumprimento das regras, o tempo e a vez de quem vai falar;
• pesquisa: a pesquisa sobre o tema possibilita a boa argumentação; deve‑se consultar bibliografia,
ouvir especialistas, procurar exemplos e fatos etc.; isso evita o jargão “eu acho”, que empobrece
o debate e deve ser evitado;
Um debate é uma técnica que pode ser usada como forma de ajudar a compreensão de todas as
posições a favor e as contrárias, bem como as razões e as implicações de cada uma. Mesmo que seja um
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Comunicação empresarial
assunto aparentemente sem solução no momento, por exemplo, a ocupação dos morros cariocas pelos
traficantes, é um passo necessário a encaminhamentos possíveis.
Observação
Saiba mais
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Figura 8 – Os debates na televisão transformaram‑se no maior meio de informação sobre as campanhas políticas.
Resumo
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Unidade I
Exercícios
Questão 1. Leia a seguir a representação escrita de uma conversa telefônica entre a gerente de um
banco e um cliente.
Gerente – Julinho, é você, cara? Aqui é a Helena! Cê tá em Brasília? Pensei que inda tivesse na
agência de Uberlândia! Passa aqui pra gente conversar com calma!
No texto anterior, observa‑se que a maneira de falar da gerente foi alterada, de repente, devido:
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A) Alternativa correta.
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B) Alternativa incorreta.
Justificativa: ser um funcionário do banco não é suficiente para pressupor que existe intimidade
entre os dois.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: o fato de duas pessoas terem nascido na mesma cidade não implica intimidade entre
elas, é possível, apenas, que elas dominem um vocabulário regional.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: o tratamento, no final, revela amizade, relação pessoal, não uma atividade profissional.
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Figura 9 – Fonte: Orlandeli apud Santos, 2011.
“Visto que existem vários níveis de fala, o conceito do que é ‘certo’ ou ‘errado’ em língua deve
ser considerado sob esse prisma. Na verdade, devemos falar em linguagem adequada. Tome‑se como
parâmetro a vestimenta. Qual seria a roupa ‘certa’: terno e gravata, ou camiseta, sandália e bermuda?
Evidentemente, você vai dizer que depende da situação: numa festa de gala, deveremos usar o terno e a
gravata. Já, jogando bola com amigos na praia, estaremos utilizando bermuda e camiseta. Veja que não
existe a roupa ‘certa’, existe, isto sim, o traje adequado. Poderíamos dizer que ‘errado’ seria comparecer
a uma festa de gala vestido de camiseta e bermuda” (TERRA, 2011).
I. A língua é um fenômeno social que exige uma padronização, por isso se deve entender sempre
como correto o uso da norma culta, sendo inadmissíveis variações como as que aparecem no
último quadrinho.
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Unidade I
III. Considerando a analogia construída por Ernani Terra, pode‑se afirmar que o sobrinho, personagem
da tira, estaria usando “terno e gravata” na praia.
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