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MÉTODO DO CASO NO ESTUDO DA ADMINISTRAÇÃO

Antonio Cesar Amaru Maximiano


Professor Associado do Departamento de Administração da FEA-USP em São
Paulo. Bacharel, Mestre e Doutor em Administração pela USP. Supervisor de
Projetos da Fundação Instituto de Administração. Coordenador do MBA em
Administração de Projetos da FIA-USP. Autor de Introdução à Administração, 5ª
edição (Editora Atlas, 2000), Teoria Geral da Administração, 2ª edição (Editora
Atlas, 2000) e Administração de Projetos (Editora Atlas, 1997).
Roberto Sbragia

Professor Titular do Departamento de Administração da FEA-USP, em São Paulo.


Bacharel, Mestre e Doutor em Administração pela USP. Pós-Doutorado em R&D
Management pela Northwestern University/EUA. Coordenador Científico
PGT/USP- Núcleo de Política e Gestão Tecnológica da Universidade de São Paulo.
Supervisor de Projetos da Fundação Instituto de Administração. Coordenador do
MBA em Administração de Projetos da FIA/USP. Assessor Técnico da ANPEI-
Associação Nacional de P,D&E das Empresas Inovadoras.

RESUMO

O método do caso é uma forma de colocar o estudante ou treinando em contato


com situações práticas, que ilustram conceitos e técnicas. Um caso é uma descrição
de uma situação ou problema administrativo, que exige análise ou decisão. O caso
focaliza uma situação – empresa, evento, pessoa, decisão – que representa uma
oportunidade de aprendizagem. A situação é apresentada na forma de um relato.
O relato é, idealmente, acompanhado por notas de ensino, que são usadas pelo
instrutor como guia de aplicação.

O método do caso consiste na utilização de casos como recursos educacionais. Seu


objetivo é o desenvolvimento de habilidades, em ambiente participativo de ensino.
O método compreende todos os procedimentos associados à aplicação do caso,
bem como a própria filosofia da utilização de casos, como alternativa de outras
estratégias educacionais.

A principal técnica para a compreensão e elaboração de casos é o Cubo de


Dificuldade do Caso.

Neste texto, o leitor encontrará uma visão panorâmica da técnica da preparação e


utilização de casos para o ensino da administração.

1. OBJETIVOS
Há um contraste muito comum que se aplica à atividade educacional. É o contraste
entre teoria e prática. Teoria significa o tratamento conceitual de um assunto, em
geral por meio da apresentação de seus princípios e técnicas. Prática significa o
tratamento empírico ou pragmático de um assunto, em geral por meio de
exemplos ou da aplicação dos princípios e técnicas à solução de problemas.

No estudo da administração, assim como nas atividades de treinamento


empresarial, o método do caso é uma forma de colocar o estudante ou treinando
em contato com situações práticas, que ilustram conceitos e técnicas. Se o assunto é
estratégia empresarial, por que não estudar a história da diversificação da Nike, de
calçados esportivos para material esportivo? Se o assunto é processo decisório, que
tal a história de como a Xerox perdeu as interfaces gráficas para a Apple e esta as
perdeu para a Microsoft? Em seguida, podem ser estudados conceitos que
explicam não apenas esses dois casos, mas inúmeros outros semelhantes.

Esses exemplos ilustram o método do caso como estratégia para conciliar teoria e
prática. Sua grande popularidade, que vem desde os anos 50, só tem crescido
desde então. Praticamente todos os livros de administração, assim como os
currículos de muitas universidades, incorporam regularmente o método do caso.
Os casos oferecem uma alternativa atraente para o ensino professoral.

Neste trabalho, uma versão renovada do que foi publicado no Manual de T&D de
1980, os objetivos principais são descrever o método do caso e apresentar as
diretrizes para a elaboração e utilização de casos.

2. O QUE É UM CASO?

Um caso é uma descrição de uma situação ou problema administrativo, que exige


análise ou decisão. O caso ideal apresenta as seguintes características:

• Descreve uma situação real enfrentada por uma empresa ou executivo.

• A situação é descrita do ponto de vista da pessoa que deve tomar ou tomou a


decisão.

• O caso baseia-se em depoimentos dessa pessoa ou de outras, envolvidas na


situação.

• O caso pode basear-se em outras fontes, como documentos e publicações na


grande imprensa.

• Eventualmente, o caso pode basear-se exclusivamente em publicações na


imprensa, desde que todas as fontes sejam citadas.
O caso, em essência, focaliza uma situação – empresa, evento, pessoa, decisão –
que representa uma oportunidade de aprendizagem. A situação é apresentada na
forma de um relato. A extensão do relato depende da complexidade da situação,
dos objetivos do autor, de seu estilo e outros fatores. O relato tanto pode caber em
uma página quanto exigir um livro com centenas de páginas e horas de leitura. Em
geral, o estudante ou treinando só toma contato com o relato da situação. No
entanto, o relato é, idealmente, acompanhado por notas de ensino, que são usadas
pelo instrutor como guia de aplicação.

3. O MÉTODO DO CASO

O que é o método do caso?

O método do caso consiste na utilização de casos como recursos educacionais. Seu


objetivo específico é o desenvolvimento de habilidades, em ambiente de
laboratório.

O método compreende todos os procedimentos associados à aplicação do caso,


bem como a própria filosofia da utilização de casos, como alternativa de outras
estratégias educacionais. Como qualquer outra estratégia, o método do caso tem
suas vantagens e desvantagens.

3.1. Vantagens do método do caso

• Mostra a aplicação prática de conceitos e técnicas, estabelecendo vínculos entre


o ambiente de ensino e o mundo real das organizações e empresas.

• Permite a utilização, indefinidamente, de situações clássicas.

• Cria situações dinâmicas no ambiente de ensino, nas escolas e empresas,


mantendo o estudante envolvido na solução de problemas empresariais
práticos.

• Permite desenvolver habilidades analíticas e decisórias.

• Permite desenvolver habilidades interpessoais, uma vez que normalmente os


casos são estudados em pequenos grupos, nos quais os integrantes precisam
comunicar-se e tentar influenciar as decisões de seus colegas.

• Presta-se tanto ao ensino presencial quanto ao ensino à distância, uma vez que
podem ser estudados e debatidos independentemente da presença física dos
estudantes.
3.2. Desvantagens e limitações do método do caso

• Muitos casos têm vida útil curta, acelerada por retratarem problemas datados,
como inflação ou o movimento sindical durante a ditadura militar, ou porque o
autor usa termos como hoje ou atualmente.

• Não é possível criar teorias ou explicações abrangentes com base em casos


isolados, apenas hipóteses.

• Pouca ou nenhuma inferência pode ser feita para outras situações e contextos.

4. ONDE ENCONTRAR CASOS

Se você precisa utilizar casos, há várias fontes onde encontrá-los. Antes de mais
nada, como já foi dito, praticamente todos os livros de administração incorporam
estudos de caso. Assim, se você precisa de um caso, o caminho mais fácil é
procurar um livro texto. Duas outras fontes mais importantes são analisadas a
seguir: imprensa e alunos.

4.1. Imprensa

Com a grande presença do mundo dos negócios na imprensa, na Internet e em


outros meios de comunicação, há um suprimento praticamente inesgotável de
casos para quem se der o trabalho de registrá-los e editá-los. Com adaptações, os
casos disponíveis nesses meios podem ser aproveitados, com a grande vantagem
da preservação dos nomes reais das empresas e personagens.

Algumas empresas são tão transparentes que as mesmas situações são publicadas
durante longos períodos, por diferentes órgãos de comunicação, oferecendo aos
autores vários ângulos e opiniões distintas.

Outras vezes, uma situação com interesse educacional é relatada de maneira tão
original que se pode transcrevê-la e transformá-la em um caso praticamente sem
modificações. Um exemplo é o caso A Escola de Administração dos Marines, adaptado
de uma matéria da revista Inc. Veja uma passagem desse caso, usado em
treinamentos de liderança:

A primeira experiência de um candidato a oficial dos marines é a Escola de Candidatos a


Oficial (OCS, Officer Candidate School) . “Escola” é eufemismo, já que a OCS não
ensina nada a suas “vítimas”. Seu papel é fazer passar pela peneira aqueles que não têm o
estofo certo. Basicamente, a escola consiste de uma entrevista de emprego. A entrevista dura
10 semanas de 7 dias de 24 horas. O comandante da escola acha ridículo gastar esse tempo
para avaliar um gerente em potencial. “É insuficiente”, disse ele em tom de brincadeira.
Os candidatos passam por muitos desafios físicos e acadêmicos na OCS. A qualidade mais
observada, no entanto, é aquilo a que os marines chamam constante e, quase casualmente,
de liderança. “Não tem definição”, diz o comandante da escola. “Nosso trabalho é
reconhecê-la”.

Seja qual for o significado, a OCS coloca a liderança em evidência, submetendo os


candidatos a uma série de problemas práticos. Um dos exercícios consiste em levar um
camarada ferido, atravessando um campo minado, com o uso de cordas e tábuas. Em outro
exercício, têm que escalar uma parede aparentemente insuperável. Enquanto os candidatos
se esfolam, os instrutores observam, sem nenhum sinal de emoção.

A solução do problema em si não conta muito. O comandante da escola pergunta, para


exemplificar as habilidades realmente procuradas:

- Quem assume o comando? Quem pede sugestões aos outros? Quem reconhece que um
plano falhou e recomeça tudo? 1

4.2. Estudantes

Se você é professor ou instrutor, pode trabalhar com metodologias que estimulem


os estudantes a pesquisar e redigir casos. Essa experiência revela-se extremamente
interessante e produtiva, tanto em nível de pós-graduação como de graduação,
gerando resultados de várias ordens, além da própria produção dos casos:

• Desenvolvimento de habilidades de pesquisa e de produção de informações


nos estudantes.

• Desenvolvimento nos estudantes do interesse pelo acompanhamento de


problemas práticos de gestão de negócios.

• Comprometimento dos estudantes com a apresentação de um produto muito


específico e tangível.

• Facilidade de avaliação objetiva do desempenho do estudante.

No entanto, as grandes vantagens dessa metodologia em geral começam e


terminam na sala de aula, sendo pequena a taxa de aproveitamento da grande
quantidade de casos produzidos. Uma das razões para isso é o fato de que, muitas
vezes, os estudantes focalizam as empresas em que trabalham, havendo um
compromisso da cessão de informações em troca da circulação restrita.

1 Baseado em Corps Values, matéria de David H. Freedman. Inc., April 1998, p. 54-66. Consulte
também www.inc.com/incmagazine/archives/04980541.html
5. CUBO DE DIFICULDADE DO CASO

A principal técnica para a compreensão e elaboração de casos é o Cubo de


Dificuldade do Caso (Figura 1). Qualquer caso pode ser posicionado como um
ponto (x, y, z) dentro do cubo. A posição do ponto define o tipo de dificuldade do
estudante e, ao mesmo tempo, os objetivos do autor ou instrutor. Em seguida, as
três dimensões do cubo serão exploradas.

5.1. Dimensão analítica

A dimensão analítica (eixo x) é o coração do método do caso e define o que o aluno


ou treinando deverá fazer ao final da leitura. A dimensão analítica tem três pontos,
cada um dos quais representa um momento – passado, presente ou futuro, como
mostra a Figura 1. Esses momentos são retratados nas seguintes questões:

1. Veja o problema que a organização enfrentou e o modo como ela o resolveu. O


que você pensa disso?

2. Eis um problema, que a organização está enfrentando agora. Que decisão você
acha deve ser tomada?

3. Veja uma situação. Há algum problema em perspectiva? Se for o caso, que


decisões devem ser tomadas?

A dimensão analítica depende do momento em que o redator corta o relato, para


encerrá-lo. Um caso que conta a situação completa, com um problema já resolvido,
fica no ponto 1 da dimensão analítica. Um caso interrompido no momento em que
ocorre um problema fica no ponto 2. Um caso interrompido antes de ocorrer
qualquer problema fica no ponto 3. Desse modo, a dimensão analítica é também a
mais importante do caso, já que se relaciona com o tipo de objetivo que o autor ou
instrutor deseja alcançar.

• No ponto 1, o objetivo é desenvolver habilidades analíticas. Uma decisão já foi


tomada e deve ser analisada pelos estudantes, que devem colocar-se como
analistas críticos, para julgar o acerto da decisão e, eventualmente, propor
alternativas.

• No ponto 2, o objetivo é desenvolver habilidades de julgamento e escolha. Há


um problema, que exige decisão ou solução. O estudante deve colocar-se na
posição de tomador de decisões, que procura resolver o problema.

• No ponto 3, o objetivo é desenvolver habilidades prospectivas, de elaboração


de cenários e projeções. Não há problema, apenas uma descrição de fatos que
podem, eventualmente, evoluir e apresentar ameaças ou oportunidades. O
estudante coloca-se na posição de especialista em planejamento, que faz
projeções para estudar o futuro.

Um caso pode ter mais de um objetivo e diferentes situações dentro de uma mesma
narrativa, com objetivos distintos. Nessa hipótese, o autor deve dividir o caso em
partes ou capítulos.

5.2. Dimensão conceitual

A dimensão conceitual (eixo y) define os conceitos que podem ser abordados ou


ilustrados com o caso. A dimensão conceitual também tem três pontos:

1. Um único conceito, claro e simples, como estratégia empresarial ou estrutura


organizacional ou liderança.

2. Combinações simples de conceitos, como estrutura organizacional e estratégia,


ou liderança e modelo de gestão, ou gerência de suprimentos e estrutura
organizacional.

3. Combinações complexas de conceitos, como planejamento empresarial


envolvendo operações, marketing, finanças e recursos humanos.

5.3. Dimensão de apresentação

A dimensão de apresentação (eixo z) define a maneira como o autor dispõe as


informações para o usuário. Os três pontos desta dimensão são os seguintes:

1. Pequena quantidade de informações, claramente apresentadas, em geral na


forma de um texto curto com uma ilustração.

2. Maior quantidade de informações, ainda apresentadas de forma clara e direta.

3. Grande quantidade de informações, apresentadas de forma a dificultar a


compreensão, com dados cruciais faltando.

6. COMO ELABORAR UM CASO

Em seguida, o cubo de dificuldade será utilizado como base de um roteiro prático


de elaboração de casos.

6.1. Defina seus objetivos


Comece definindo os objetivos que você pretende atingir. Use a dimensão analítica
do cubo para isso. Tenha clareza a respeito do tipo de problema que o aluno
deverá resolver e o interesse disso para o processo educacional: conceitos que serão
abordados, habilidades que serão desenvolvidas, temas do currículo que serão
cobertos e assim por diante.

6.2. Prepare um projeto do caso

O projeto de um caso contém:

• Parágrafo inicial.

• Objetivos de ensino.

• Estrutura do caso, em tópicos ou capítulos.

• Lista das informações necessárias para complementação do caso, segundo cada


tópico.

6.2.1. Parágrafo inicial

O primeiro parágrafo é, na prática, um resumo, que coloca o problema relevante


ou a situação-problema central do caso. O primeiro parágrafo funciona como
resenha ou sinopse do caso, apresentando de forma sucinta as questões chaves que
o estudante deverá enfrentar. Veja um exemplo:

A maior parte do faturamento da Mega Internacional, empresa fabricante de material


escolar e de escritório, vem de produtos tradicionais, como lápis de madeira e canetas
esferográficas de baixo preço. Concorrentes inovadores, em particular da Europa, estão
oferecendo produtos substitutos, como lápis de resina, de produção mais eficiente e custo
mais baixo, que ameaçarão a situação competitiva da Mega nos próximos anos. A empresa
acaba de criar um grupo multidisciplinar para lidar com essa situação.

Use a lista de verificação a seguir para controlar a qualidade de seu projeto de


caso:

• Quem deve tomar uma decisão ou está envolvido com o problema?


Identificação por nome ou posição ou, como acima, simplesmente a empresa ou
um grupo multidisciplinar.

• Quando ocorre o caso? Identificação da época ou momento.

• Onde acontece o problema? Identificação da região, organização, departamento


ou seção etc.
• Qual é o problema básico? Identificação do problema.

• Há clareza na apresentação do problema ou situação?

• O caso é suficientemente interessante para uso em sala de aula? Oferece


potencial de aprendizagem?

6.2.2. Estrutura do caso

O sumário do corpo do caso é simplesmente um índice do texto a ser elaborado e


de sua extensão, bem como a indicação do cubo planejado de dificuldade, como
neste exemplo:

• Estrutura organizacional da empresa – 1 parágrafo

• Descrição da linha de produtos – 2 parágrafos

• Descrição da situação competitiva – 1 parágrafo

• O problema da inovação – 1 parágrafo

• Último parágrafo

• Cubo de dificuldade planejado (2,1,1)

A estrutura do sumário e, consequentemente, do próprio caso, depende da


natureza da situação, dos objetivos do autor e da disponibilidade de informações.
Os casos mais complexos começam com a descrição da empresa, vão para a
apresentação da área específica de interesse (marketing, finanças etc) para então
chegar ao problema, como na Figura 2.

Casos mais simples consistem apenas do problema, às vezes apresentado como um


diálogo, dispensando informações sobre a empresa ou contexto.

6.3. Redija o caso

Como disse Gertrude Stein, escrever é... uma fieira com quinze vezes a palavra
escrever. Prepare-se para corrigir seu texto e revê-lo frequentemente, alterando-o
para suprimir ou acrescentar detalhes, ou modificar a redação para esclarecer
passagens que provocaram confusão. Quanto mais você escreve, melhor escreve.

Para redigir o caso, oriente-se pelo sumário. Veja agora algumas dicas de redação:
• Comece com a situação básica em torno da qual o caso se desenrola. Por
exemplo: Um excelente vendedor torna-se um péssimo gerente de vendas, criando um
problema que a empresa precisa resolver.

• Escreva de maneira sóbria e impessoal, evitando opiniões pessoais e


julgamentos condenatórios ou laudatórios, ou afirmações simplistas e ingênuas
como a empresa era autoritária ou chamada carinhosamente Lulu por sua equipe, a
executiva traz a fama de pessoa implacável. As conclusões são do leitor, não do
autor.

• Transcreva diálogos sempre que possível.

• Inclua todos os fatos e informações pertinentes para o problema que o


estudante enfrenta.

• Coloque sempre o verbos no passado ou use o presente histórico: Estamos em


1898, acompanhando Frederick Taylor em uma visita à Bethlehem Steel. Tenha
sempre presente no espírito o tempo em que está escrevendo. Verifique se os
tempos dos verbos são compatíveis.

• Evite humor ou ironia, que induz o leitor a pensar em falta de seriedade ou


façam o caso parecer comédia. Nem sequer pense em brincadeiras como a
fábrica de portas fechou as portas ou o Senhor Salgado, presidente da fábrica de
açúcar...Deixe esses recursos para as histórias em quadrinhos.

• Coloque figuras, tabelas e fotografias.

• Use conceitos precisos, evitando a ambiguidade.

• Submeta o caso à apreciação de outras pessoas e faça testes em sala de aula,


antes de considerá-lo pronto e divulgá-lo ou publicá-lo.

• Focalize sempre uma situação em que alguém está envolvido em uma decisão,
em uma posição organizacional, em um momento ou época.

6.4. Preste atenção ao último parágrafo

O último parágrafo de um caso tem importância especial e deve receber a maior


atenção do redator. O último parágrafo representa a volta ao primeiro parágrafo e,
portanto, a colocação muito precisa do problema que o estudante deve resolver.
No final do caso, deve-se encontrar a decisão que precisa ser tomada, de maneira
coerente com o início. Veja os exemplos a seguir:
• Você faz parte de um grupo multidisciplinar incumbido de estruturar um sistema de
gestão da inovação para a empresa, que seja capaz de produzir idéias e avaliá-las, para
transformá-las em projetos de produtos e processos.

• O diretor de engenharia ficou então incumbido de apresentar as vantagens e


desvantagens das alternativas de manter sua divisão centralizada ou dividi-la entre as
unidades de negócios. Na posição dele, o que você faria?

6.5. Escreva as notas de ensino

O que são as notas de ensino?

As notas de ensino servem para estabelecer comunicação entre o autor do caso e


aqueles que podem utilizá-lo. Do contrário, o uso do caso se restringirá a um único
usuário, o próprio autor. Nas notas de ensino, o autor explica os objetivos do caso,
como utilizá-lo, quais perguntas devem ser feitas aos estudantes e, idealmente, as
respostas típicas que poderiam existir.

As notas de ensino são parte integrante de todos os casos preparados de maneira


profissional. Em geral, os professores que aplicam casos solicitam notas de ensino
aos autores.

O que devem conter as notas de ensino?

No mínimo, as notas de ensino devem conter as respostas das perguntas feitas aos
estudantes. O autor também pode incluir:

• Objetivos do caso.

• Problema colocado para o estudante.

• Tarefas/exercícios para os alunos (perguntas, roteiro de simulação, etc).

• Informações complementares sobre a organização e a situação.

• Aplicação ideal (graduação, pós-graduação, etc).

• Cubo de dificuldade.

7. IDENTIFICAÇÃO E DISFARCE DA EMPRESA

A autorização da empresa retratada no caso é importante?


Um caso não deve ser utilizado em sala de aula, e muito menos divulgado de
alguma forma, a não ser que:

• Tenha sido liberado pela empresa envolvida.

• Tenha sido escrito com base em informações de domínio público.

A liberação formal da empresa concede permissão para uso do caso com objetivos
educacionais. O uso de um caso sem permissão por escrito pode provocar a perda
da colaboração da empresa, prejuízo para o autor e para a imagem da instituição a
que pertence e, talvez, um processo jurídico. A autorização formal possibilita a
reserva de direitos autorais, dá testemunho de sua autenticidade e torna possível
sua utilização.

Informações de domínio público são aquelas divulgadas pela imprensa (notícias ou


informação legal, como balanços publicados). Nesses casos, o autor deve
transcrever as informações conforme publicadas e fazer as referências apropriadas.
Mesmo assim, o autor deve procurar obter autorização.

Nos casos em que não é necessário identificar a empresa, ou não se consegue obter
autorização, pode-se usar o recurso do disfarce. Um caso pode ser disfarçado de
diversas formas:

• Use um nome de fantasia em lugar do nome real da empresa.

• Use o título do cargo ocupado pela pessoa, em lugar de seu nome.

• Multiplique os dados sobre vendas, custos e outros por um valor constante,


como 1,1 ou 0, 25.

• Disfarce os produtos substituindo-os por similares ou fictícios.

Certas informações não é possível disfarçar: aviões a jato de grande porte,


empresas produtoras de certos tipos de software, refrigerantes ou chocolate. Isso é
uma indicação de que o caso requer autorização formal. Se o disfarce for
impraticável ou a situação ficar desfigurada a ponto de o caso perder o interesse
educativo, abandone-o, se a empresa não concordar com a liberação. Nunca se
deve violar o desejo de confidencialidade de uma pessoa ou organização. Faça essa
avaliação antes de começar o esforço, quando preparar o projeto do caso.

8. FORMATO DO CASO

8.1. Títulos e subtítulos


O título do caso é, em geral, o nome real ou disfarçado da empresa ou organização
em que se passa o caso. Por exemplo:

Volkswagen do Brasil - Fábrica de Resende

Eventualmente, o título pode fornecer alguma pista ou informação adicional sobre


a natureza do caso:

Instituto de Pesquisas Omega - Um problema na estrutura organizacional

8.2. Gráficos e tabelas

Sempre que possível, o autor deve usar esse recurso para ilustrar o caso. Tabelas e
gráficos, como organogramas e esquemas, apresentam muitas vantagens:

• Clareza na apresentação de dados.

• Facilidade de identificar relações.

• Redução de informações escritas e simplificação da apresentação.

• Redução no tempo da leitura e análise.

8.3. Estilo e enredo

A exigência básica quanto ao estilo é que a linguagem esteja correta. É


responsabilidade do autor promover a revisão do caso para evitar erros. A
linguagem deve ser direta e simples, evitando-se expressões literárias. O
importante no caso é a capacidade de comunicar com clareza uma situação para
análise de um estudante.

Outro ponto a ser focalizado pelo autor é a estrutura lógica. Deve ser fácil, para o
estudante, perceber a sequência dos acontecimentos. Além da sequência, o caso
precisa ter uma estrutura narrativa. Os fatos e sua ordem precisam igualmente ser
de fácil compreensão para o leitor.

9. PALAVRAS-CHAVE

Caso, Método do caso, Case study.

10. CONCLUSÃO

Utilizar casos em cursos de administração é um recurso didático que oferece a


vantagem de combinar a teoria com a prática. Usado com estratégias didáticas
participativas, o método do caso desperta o interesse e motiva o aluno a estudar,
mais do que os recursos tradicionais como a aula expositiva ou os seminários
teóricos.
Os casos também permitem que o professor esteja sempre atualizado com
situações práticas e modelos de gestão utilizados no mundo das organizações. Para
que essas vantagens se concretizem, todos os professores devem dedicar-se a
pesquisar e escrever casos. Com os recursos da Internet, essa tarefa ficou muito
mais facilitada do que quando se dispunha apenas da imprensa.

11. BIBLIOGRAFIA

LEENDERS, Michael R., ERSKINE, James A., Case Research: The Case Writing
Process, Londres, Canada: Research and Publications Division, School of Business
Administration, The University of Western Ontario, 1973.

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