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DOSSIÊ MICHEL MAFFESOLI

Michel Maffesoli,
tribalista de
cátedra:
interfaces sociais
no campo da
comunicação1 EXPLORAMOS AQUI O TRABALHO do sociólogo
Michel Maffesoli, enquanto uma modalida-
RESUMO de de exercício do saber distinto do racio-
O ensaio destaca o pensamento do sociólogo Michel nalismo cartesiano, e uma aposta no novo,
Maffesoli, com ênfase na sua “sociologia compreensiva”. no “processo em andamento”, nas manifes-
Aborda o sublime e grotesco das formas assumidas pela tações sócio-culturais em curso. Aposta-
sociedade contemporânea, em suas dimensões regressivas e mos numa pesquisa que respeita a expres-
afirmativas. Relata a conexão entre a mídia e as tribos urba- são das novas gerações, dos estrangeiros e
nas, relacionando-a com o desenvolvimento tecnológico. do pensamento da praça pública que aflu-
em para a Sorbonne advindo de procedên-
ABSTRACT cias diferentes. A sua perspectiva da “soci-
This text deals with Michel Maffesoli’s fundamental concept of ologia compreensiva”, mostra o sublime e
“comprehensive sociology”, pointing out the sublime and the grotesco das formas assumidas pela socie-
grotesque of the forms taken by contemporaneous society in its dade contemporânea, em suas dimensões
regressive and affirmative dimensions. It also discusses the regressivas e afirmativas. A sua contribui-
connection between the media and urban tribes, relating it with ção no campo da comunicação é fértil tam-
technological development. bém ao focalizar a conexão a mídia e as
tribos urbanas como espaço de uma siner-
PALAVRAS-CHAVE (KEY WORDS) gia entre o arcaísmo e o desenvolvimento
– Sociologia compreensiva (Comprehensive sociology) tecnológico, levando-nos a repensarmos as
– Sociedade contemporânea (Contemporaneous society) influências mútuas entre a memória e o
– Tribos urbanas (Urban tribes) acontecimento.

1 A imaginação sociológica de
Michel Maffesoli

A imaginação filosófica francesa resplande-


ce fulgurante na figura de Gaston Bache-
lard (1881-1962), responsável por emana-
ções luminosas no pensamento francês con-
temporâneo, ao qual pertence Michel Ma-
ffesoli.
. Bachelard era um filósofo camponês,
professor de matemática, física e química
que almejava ser engenheiro, mas termi-
nou na Academia de Paris honrando a cáte-
Cláudio Cardoso de Paiva dra de Filosofia. Tornou-se célebre com a
Universidade Federal da Paraíba publicação dos livros O Novo Espírito Cientí-

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fico (1934) e A Formação do Espírito Científico lard viveu. A questão fundamental da filo-
(1938). Para ele, a história das idéias não se sofia bachelardiana, herdada por Maffesoli,
faz por evolução ou continuidade, e sim consiste no desafio de colocar em conexão
através de rupturas, revoluções e cortes os princípios diurno (saber-filosfia-ciência)
epistemológicos. e noturno (saber-poética-estética), perce-
Como homem diurno da ciência revoluci- bendo a sinergia entre os opostos, o arcaís-
onou os saberes da natureza, mas foi pelo mo e o desenvolvimento tecnológico.
caminho da intuição que elaborou um ori- A coincidência dos opostos é uma no-
ginal estudo dos símbolos. Foi o Bachelard, ção cara a Maffesoli e este a reencontra fre-
movido pelo espírito noturno da poesia, que qüentemente nas obras de Gilbert Durand,
pode orientar toda uma geração animada como As estruturas antropológicas do imaginá-
pela idéia do simbolismo que dá forma e rio [1964], uma sistematização rigorosa do
sentido à vida em sociedade. Conjugando regime diurno e regime noturno das ima-
as imagens, analogias e metáforas, o ancião gens, além de outros estudos como A imagi-
de Bar-Sur-Aube aposta numa “contempla- nação simbólica [1964] e O imaginário [1994],
ção do mundo” resgatando a potência sim- enfoque atualizado das imagens e suas ins-
bólica dos elementos da natureza. Daí sur- crições no dorso da civilização ocidental.
gem os trabalhos fundamentais para a insti- Em verdade, Maffesoli age um pouco
tuição de uma “ciência do imaginário”, de maneira iconoclasta para com os postu-
constituída por obras como A psicanálise do lados de Bachelard e de Durand, que certa-
fogo [1938], A água e os sonhos [1942], O ar e os mente são partes do seu oriente filosófico e
sonhos [1943], A terra e os devaneios da vontade epistemológico. De Bachelard, recolhe os
[1948], A terra e os devaneios do repouso [1948]. saberes diurnos e noturnos, e os reúne
Para Bachelard, o princípio diurno da numa perspectiva híbrida que abrange o
ciência não se mistura com o princípio no- aspecto dionisiano, nômade e tribalista da
turno da poesia; ambos aparecem separa- cultura. E percorrendo a obra de Durand,
dos e constantemente em tensão na sua apreende as analogias, imagens e metáfo-
obra. De um lado estão os trabalhos científi- ras, mas trata de abolir os conceitos mecâ-
cos como O Racionalismo Aplicado e O materi- nicos como esquemas, estruturas e tipolo-
alismo racional [1952], e do outro, A poética do gias. Maffesoli vai se inspirar em outros re-
espaço [1957], A poética do devaneio e A chama ferenciais para contemplar o “reencanta-
de uma vela [1961]. Posteriormente, surgem mento do mundo”.
O direito de sonhar [1970] e O engajamento raci- A recepção de Maffesoli no espaço
onalista [1972], concluindo uma trajetória público é bastante significativa. Em suas fa-
marcada pela cruel divisão separando a ra- las acadêmicas; consegue tornar claras as
zão e a sensibilidade, o dia e a noite da suas idéias mesmo tratando de temas com-
sabedoria. plexos, e tem boa acolhida junto ao meio
Convém observar que a obra de Ba- intelectual, principalmente pelo exercício
chelard tem influências notáveis nos estu- etimológico rigoroso; decifrando o sentido
dos de Maffesoli, e grande parte da ciência original das palavras, lança uma mirada
deste último se fez apoiada nas bases de profunda na superfície do social. Circula
uma “razão sensível”, resultando na sua so- também com fluência nos campos midiáti-
ciologia compreensiva. O legado de Bachelard cos (jornais, revistas, internet), atendendo a
parece ter sido importante para o jovem expectativa dos diletantes e não-iniciados,
Maffesoli porque o levou a uma compreen- pois lida com noções e metáforas animadas
são do imaginário como uma instituição es- pela aposta na afirmação e vitalidade do
sencial na vida cotidiana. Mas resta algo a conhecimento. Mas, sobretudo, procura de-
fazer, reunir os opostos, algo difícil de se cifrar as imagens obsedantes do imaginário
cumprir na era positivista em que Bache- coletivo, recolhendo-as no repertório trivial

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das várias tribos urbanas (artísticas, tecno- locais e transnacionais.
lógicas, religiosas, sexuais ou políticas). A rigor, o métier de Maffesoli se carac-
Partilhando a sua argumentação com os vá- teriza como um híbrido de sociologia, an-
rios segmentos sociais, faixas etárias e naci- tropologia urbana e filosofia do cotidiano,
onalidades diferentes, goza de popularida- ocupado com as questões da ética e estética
de na ampla variedade da esfera pública. nas sociedades contemporâneas. O autor
A prosa de Maffesoli não é indigesta explora o “presenteísmo” das tribos urba-
como um tratado sociológico, e neste senti- nas, as formas nômades da cultura pós-mo-
do, demonstra ser um legítimo herdeiro de derna, a transfiguração assumida pelas ex-
uma tradição francesa que elegeu a lítero- periências políticas, o hedonismo da socie-
filosofia, privilegiando a arte literária em dade de massas e a sensibilidade do trági-
conexão com a filosofia e as ciências huma- co, que para ele, assume novas modulações
nas, como uma estratégia comunicativa na dita “era da comunicação”.
para desvendar as tramas sócio-culturais. Este personagem do theatrum philosofi-
Então, as categorias, conceitos e gra- cum do pensamento social se apresenta na
des metodológicas cedem terreno às ima- cena intelectual a partir de incursões na Fi-
gens, metáforas e conceitos provisórios losofia (com Nietzsche, Jung, Benjamin, Ba-
para entender o que está acontecendo aqui chelard, Foucault, Deleuze), na Estética
e agora. Para isso, recorre à tradição, não (com Wolfflin, D’Ors, Lukàcs, Bazin), na
àquela fixada nos anais, museus e cartóri- Antropologia (com Durand, Mircea Eliade,
os, mas à tradição da cultura popular que Bastide, Goffman), Sociologia (com Weber,
fora oculta pela lógica dominante da moder- Durkheim, Simmel) e na História (com Jae-
nidade racionalista. Maffesoli, portanto, se ger, Braudel, Veyne).
opõe ao cogito cartesiano e ao programa Os objetos, as imagens, as tribos urba-
ideológico dos intelectuais jacobinos, enga- nas, as “socialidades emergentes” lhe ser-
jados na crítica radical da sociedade e da vem de corpus para uma contemplação da
cultura. cultura em trânsito. Para isso, não cessa de
fazer “recorrências epistemológicas” às no-
2 Perfil de um autor trágico, nôma- ções, conceitos e metáforas dos pensadores
de, tribalista clássicos, medievais e contemporâneos.
Como faz Walter Benjamin, Maffesoli
Michel Maffesoli é um pensador com for- viaja ao passado para atualizá-lo, extraindo
mação em ciências humanas e sociais, que da história os símbolos e as alegorias que
tem desenvolvido explorações no domínio ajudam a entendermos o imaginário do
do imaginário e do cotidiano, objetivando presente.
construir uma sociologia do presente. É As leituras benjamininas instigam
responsável por uma cátedra na Universi- uma compreensão do homem e seus sím-
dade René-Descartes, Paris V, na Sorbonne, bolos, da ética e estética formadas pelas re-
onde ministra seminários na pós-gradua- des e labirintos urbanos, como se mostra
ção, dirige o Centre d’Études de l’Actuel et du em “A obra de arte na época da sua reprodutibi-
Quotidien (CEAQ) e o Centre de Recherche sur lidade técnica” [1936], os textos sobre Baudelai-
l’Imaginaire. Maffesoli orienta docentes e re [1938-1939], O trabalho das passagens [1982]
pesquisadores do mundo inteiro, fazendo e Rua de mão única [1928].
um trabalho prestigiado pela comunidade Com inspiração em Benjamin, Maffe-
internacional, incluindo, além da França, a soli se interessa em recuperar a “aura” da
Itália, o Japão e o Brasil, além de países sociedade tribalizada. Mas a “aura” da so-
árabes. Isto se deve à sua abertura de espí- ciedade tecnológica, para Maffesoli, se es-
rito para apreciar o permanente devir das gota no “instante eterno” do acontecimento.
práticas sociais em seus diversos matizes Essa metáfora do pensamento serve aqui

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para desvendar como as imagens servem ta e suas construções sofrem as irradiações
de liames simbólicos, conexões e os enca- do estruturalismo francês. Talvez herdando
deamentos entre os indivíduos e grupos de Bachelard o problema da separação en-
sociais; modelando estilos de socialidade e tre o “homem diurno da ciência” e o “ho-
comunicabilidade. mem noturno da poesia”, Durand tenha
Maffesoli percorre as ruas das gran- edificado uma montanha de “jargões con-
des cidades, os shoppings, os lugares vir- ceituais” que criam certa dificuldade para
tuais, privilegiando a trajetória, o percurso, o entendimento de sua obra. Mas, relendo
o nomadismo, as “vagabundagens iniciáti- Jung, Durand nos permite enxergar o terre-
cas”. O “flâneur” de Baudelaire, resgatado no antropológico em que se nutrem as ima-
por Benjamin, reaparece em Maffesoli sob a gens, ícones e símbolos atuais, asseguran-
forma do nômade pós-moderno. Isto nos do um princípio comunitário. Essas influ-
leva a compreender a condição dos indiví- ências, em modulações diferenciadas, irão
duos reunidos em comunidades afetivas; repercutir na elaboração das idéias de Ma-
ligados num mundo virtual através das re- ffesoli.
des de comunicação. Assumindo uma postura de atualiza-
Para Maffesoli as relações entre os ho- ção, desdobramento ou réplica face aos
mens e os objetos tecnológicos, exprimem seus interlocutores, Maffesoli oferece no-
as extensões de seus afetos e sociabilida- vos parâmetros para examinarmos o estatu-
des. Para ele, os meios de comunicação ge- to das imagens e sua performance comuni-
ram modos de comunidade e tribalização; cativa na sociedade contemporânea.
logo, aprecia a televisão, os telefones celu- A postura dialógica é uma marca re-
lares, os videogames, a internet enquanto gistrada no seu trabalho e tem mantido um
vetores de experiências afirmativas na es- debate fértil com os intelectuais do seu
pessura da vida cotidiana. Estes dispositi- tempo, mesmo confrontando posições epis-
vos geram imagens vinculadas a uma ética- temológicas distintas. Explorando as efer-
estética remetendo às “figuras do estilo co- vescências, as pulsões subterrâneas, os mo-
munitário”, algo presente, em obras como dos de cooperação e disputa, os regimes de
No fundo das Aparências (1990) e A contempla- cumplicidade e rivalidade entre os grupos
ção do Mundo (1995). Todavia, é importante sociais, o seu trabalho é instigante pela ma-
notar que as suas argumentações alertam neira como interage com outras lógicas so-
principalmente para a atividade cultural ciais.
que se faz fora dos campos midiáticos; as- O entusiasmo experimentado em O
sim, contemplando os estilos de socialida- tempo das tribos (1987) e A tribalização do
de, indica também os gêneros de comuni- Mundo (1992), certamente, contrasta com a
cabilidade que se forjam na espontaneida- postura mais severa dos seus colegas na
de dos encontros casuais. Sorbonne, a exemplo de André Akoun, au-
tor de A Ilusão Social [1989], que investiga
3 Elementos para uma antropolo- os fenômenos sócio-culturais. Este pertence
gia da comunicação a uma seara mais crítica da sociologia da
comunicação e se inspira nos cânones da
Mirando o presente, o pensador mantém filosofia iluminista para explicar os fatos
um diálogo fecundo com os seus pares: sociais.
discute com Gilbert Durand desde As estru- Certamente, as diferenças são saluta-
turas antropológicas do imaginário (1964) até o res para a recepção por parte da massa crí-
breviário L’imaginaire [1994]. Mas entre Du- tica dos pesquisadores brasileiros: enquan-
rand e Maffesoli percebemos um certo des- to Akoun aposta na força do “princípio de-
locamento epistemológico. Durand viven- mocrático”, Maffesoli aposta na potência
ciou o “espírito do tempo” ainda positivis- do “princípio comunitário”.

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A maioria dos sociólogos da Sorbonne apreciação de fenômenos localizados no
se atém a uma etnografia da vida social, em campo das mídias, como os temas do dese-
moldes ainda cartesianos, embora com lú- jo e sua simulação, a questão da dissolução
cidas enquetes e discussões sobre temas da ética na cultura dos simulacros e o efei-
que incluem a comunicação social. Maffe- to de clonagem e multiplicação das ima-
soli dispensa a demonstração, o cálculo, as gens. Sua verve irônica, extrema, iconoclas-
estatísticas e mira o acontecimento (social, ta é desconcertante, promovendo o questio-
ético, político) em sua dimensão mais orgâ- namento e a desmontagem de sentido num
nica e vitalista. mundo assolado pela ideologia do neolibe-
ralismo e suposta obliteração das práticas
4 Uma tríade sociológica nas redes sócio-históricas. E, acerca da comunicação
da comunicação particularmente, a última parte de A socie-
dade de consumo, nomeada “Mídia, sexo e
No que respeita às interfaces da comunica- lazeres” (1979) se mostra pertinente para
ção, cultura e sociedade, a tríade de pensa- um olhar mais crítico dos processos midiá-
dores composta por Maffesoli, Morin e ticos. Para ele, as imagens de afeto e sensi-
Baudrillard constitui um referencial sólido bilidade, inflacionadas pela mídia, perde-
no pensamento comunicacional brasileiro. ram a sua força substancial, subversiva, de-
Suas conferências e seminários ministrados sejante.
de norte a sul do país têm gerado debates Para Maffesoli, as coisas não são bem
fervorosos e propiciado análises originais assim. Em A Sombra de Dionísio [1982], o es-
no campo da comunicação. Eles têm sinali- pírito coletivo ressurge guiando as tribos
zado novos prismas na articulação das prá- urbanas que atualizam a extensão dos afe-
ticas de ensino, grupos de pesquisa, fóruns tos sociais pelos objetos tecnológicos, ritua-
de debates e publicações nas diversas áreas lizando um novo estilo de vida comunitá-
do domínio conexo à comunicação. Partin- ria.
do de orientações filosóficas e sociais dife- Como Baudrillard, Maffesoli também
renciadas, têm engendrado “alavancas me- promove desestabilização, desordem e
todológicas” favoráveis - por exemplo - no desconstrução dos modelos dominantes.
campo dos estudos de mídia, cultura e tec- Mas a diferença entre ambos reside no fato
nologia. Além disso, têm irrigado a esfera de Baudrillard mirar a sociedade de consu-
pública em suas vastas extensões, seja no mo, os objetos e as imagens, mostrando
campo das artes tecnológicas, organiza- suas fraturas e desaparições, fragmentos e
ções, área de saúde, marketing turístico e disjunções, enquanto Maffesoli os percebe
governamental. Mas fundamentalmente, como elementos de coesão social, laços
têm gerado reflexões essenciais acerca das simbólicos forjando estilos de comunicabi-
formas de politização do cotidiano, das lidade.
práticas interculturais, mostrando as espe- A natureza do diálogo filosófico-soci-
cificidades que regem as configurações tan- al entre Baudrillard e Maffesoli se mostra
to da memória quanto do esquecimento so- evidente ao apreciarmos os títulos “inquie-
cial. tantes” dos seus respectivos livros. A som-
bra das maiorias silenciosas – o fim do social e o
5 Celebridades intelectuais na cul- surgimento das massas (Baudrillard, 1984) e O
tura das redes tempo das tribos – o declínio do individualismo
na sociedade de massa (Maffesoli, 1987). Mais
Os ensaios radicais de Baudrillard como As tarde Baudrillard escreveria a Torre do Infer-
trocas simbólicas e a Morte (1979), A transpa- no (2003) servindo de contraponto aos li-
rência do Mal (1990) ou A Torre do Inferno vros de Maffesoli como O instante eterno
(2003) propiciam janelas estratégicas para a (2003) e A parte do Diabo (2004).

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Para Baudrillard, as mega-informa- tenas de sites e páginas eletrônicas na Inter-
ções, os simulacros das notícias, a prolife- net com referência ao seu nome indicam
ração das imagens, enquanto frutos do tur- que o seu trabalho é algo mais do que um
bocapitalismo, são motores para uma des- simples efeito de celebração intelectual,
realização do mundo e uma finalização da mais do que uma literatura da moda.
história. Para Maffesoli, tudo isso são sinto- O autor aprecia os agenciamentos co-
mas do retorno do trágico, destinações da letivos ligados às novas tecnologias de co-
existência, o real vindo à tona do “fundo municação, situando-os no contexto mais
das aparências”. Baudrillard sofre as ema- significativo do percurso antropológico.
nações do espírito marxista e mostra-se irô- Entende que as tribos urbanas do presente
nico para com a sociedade e a comunicação refazem o trajeto das tribos primitivas. Por
contemporâneas. Maffesoli, sob o signo de conseguinte, traz elementos vigorosos para
Nietzsche, percebe expressões da vontade uma reflexão sobre os estilos de socialida-
de potência, vínculos comunitários e afir- de na idade mídia com base na memória
mação da vida nas experiências mais ba- afetiva das sociedades antigas.
nais do cotidiano, incluindo as irradiações Os seus ensaios atraem porque encar-
midiáticas. nam emanações de uma certa “contracultu-
Do outro lado do pensamento, Maffe- ra de cátedra”. Como um “enfant terrible”,
soli, mirando a “tragédia da cultura” - Maffesoli atira no coração das instituições
como escrevia Simmel (1988) e utilizando- tradicionais, afirmando, por exemplo,
se da sua intuição herdada de Nietzsche e como as experiências da política partidária
Bachelard, aposta na força afirmativa dos e da pedagogia convencional perderam a
afetos, sensações e sentimentos, aposta con- sintonia na sociedade pós-moderna.
seqüentemente na orientação estética que
rege o espírito comunitário. 6 Interpenetrações filosóficas, so-
É notável na sua produção o fato de ciais e midiáticas
saber apreciar a importância do efêmero,
banal e provisório, típico na ambiência mi- Percorrendo a sociologia francesa, o traba-
diática, como instâncias oportunas para a lho de Maffesoli e as incursões no campo
deflagração da sociabilidade e comunicabi- da comunicação, chegamos inevitavelmen-
lidade instantâneas. te a Edgar Morin, pois este partilha com
A sua pesquisa busca explorar os con- Maffesoli algumas investidas na área da co-
tornos de uma ética nômade que rege a ex- municação e cultura de massa. Em traba-
periência comunitária, a qual sem um rotei- lhos consagrados como O cinema e o homem
ro prévio desvela o percurso dos indivídu- imaginário [1956] e As Estrelas [1957], anteci-
os e grupos transitando nos espaços da ci- pa um enfoque da economia, sociedade,
dade, fazendo associações imprevistas, re- cultura e política, examinando os seus ní-
modelando o sentido do estar-junto. Inqui- veis de complexidade.
eta-se a partir de uma consciência trágica, Ainda que seja enfático na denúncia
reconhecendo os pequenos infernos da do caráter regressivo da paisagem sócio-
vida cotidiana, mas gozando o prazer em cultural, decifra os regimes mitológicos
cada instante da realização social. Persegue que organizam afetivamente o imaginário
o sentido tribalista das vivências coletivas, ocidental, seja no cinema, na publicidade,
que asseguram a sobrevivência humana nas revistas ou na televisão. E estes são al-
pelo viés da interação e da socialidade. guns dos temas que aparecem no itinerário
Estudantes, ecologistas, grupos musi- bibliográfico de Maffesoli, preocupado
cais, políticos e religiosos têm usado o re- como a temática do imaginário. Convém
pertório das “imagens conceituais” de Ma- perceber aqui uma repercussão favorável
ffesoli em suas práticas discursivas. As cen- para os pesquisadores de comunicação,

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convidados a decifrarem os estilos de com- áticos participam do Acontecimento. De
plexidade no conjunto de socialidades e olho na aparência, acústica e visibilidade
tribalizações que se desenham em nossa das imagens, Maffesoli as percebe como di-
paisagem urbana, completamente irradiada mensões afirmativas da arte tecnológica,
pela performance das artes tecnológicas. como vetores do estilo comunitário e inte-
É interessante para a pesquisa em co- rações tribalistas,.
municação apreciar o “diálogo” sobre a
cultura pop em expansão, que recebe mira- 7 Ecos da filosofia pop na imagina-
das distintas como a de Morin, mas tam- ção sociológica
bém de Roland Barthes, em Mitologias
[1957], McLuhan em A Galáxia de Gutemberg Dos chamados filósofos pós-estruturalistas,
(1972) e Guy Debord, com A sociedade do es- a influência mais forte sobre Maffesoli ad-
petáculo (1967). Essa diversidade teórica nos vém de Deleuze. Isto aparece com clareza
traz elementos favoráveis para uma pers- nas leituras que faz do barroco deleuzeano
pectiva interdisciplinar e já serviu de base (Le Pli, 1990), do nomadismo (O que é a filo-
na história das teorias da comunicação no sofia, 1992), do caráter afirmativo do virtual
Brasil, que podem ser revigoradas pelas e dos simulacros em obras como Diferença e
leituras dionisíacas, nômades e tribalistas Repetição (1968) e O que é o virtual (1998). En-
dos textos de Maffesoli, nos instigando a tão a interface entre a filosofia da diferença de
resgatar a memória repensando a mídia à Deleuze e a sociologia compreensiva de Maffe-
luz das tochas. soli resultaria num vetor de compreensão
Maffesoli é filiado a uma outra tradi- crítica das questões de mídia, cultura e tec-
ção de pensamento ligada a Jung, Bache- nologia. Os temas da representação e simu-
lard, Durand e persegue a dimensão afir- lacro, realidade e virtualidade, identidade
mativa da imagem e do imaginário na vida e alteridade, subjetividade e socialidade,
cotidiana. O sociólogo concebe a imagem básicos no campo da comunicação, mos-
como encarnação do real, algo que tem con- tram-se efervescentes no entrecruzamento
cretude, espessura histórica, antropológica destes dois campos do saber.
e social; ou seja, não é uma mera refração
da consciência, mas ao contrário, tem uma 8 Estudos culturais franceses: tri-
dimensão performativa na existência real bos, simulacros e complexidades
dos indivíduos e grupos. Com rigor, na
obra A Contemplação do Mundo (1995) o pen- Convém apreciar a importância da obra de
sador mostra que entre o mundo social e Maffesoli no contraponto com outros pen-
cósmico existe o “mesocosmo”, composto sadores de orientações metodológicas dife-
por “imagens reliantes”, dando sentido à rentes. Remete-nos a uma reflexão sobre os
vida coletiva, e indica o papel dos audiovi- níveis de irradiação das teorias ultramari-
suais neste processo. nas na ecologia comunicacional dos trópi-
Parece instigante uma leitura simultâ- cos. Além disso, permite-nos distinguir os
nea da mídia e sociedade à luz de uma estilos de tribalizações, simulações e com-
perspectiva compreensiva em obras como plexidades globais, na chamada era do
No fundo das Aparências (Maffesoli, 1993). O “pós-colonialismo”, sinalizando caminhos
exercício se mostra instigante porque ao in- para discutirmos as especificidades destas
vés de se deter na dimensão narcisista, pu- experiências em níveis locais, domésticos,
blicitária e regressiva dos processos midiá- regionais.
ticos, persegue as evidências de uma “bar- Mostra-se relevante contemplar a
roquização do mundo” a partir da sinergia imaginação antropológica de autores
entre o arcaísmo e o desenvolvimento tec- como Maffesoli, Morin e Baudrillard, exa-
nológico, e mostra como os processos midi- minando as suas visões e experiências do

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Brasil. 9 Interculturalidade e leituras bra-
Para o primeiro o Brasil se configura sileiras
como um “laboratório da pós-modernida-
de”, onde se conjugam o arcaico e o tecno- Seguindo as pistas dos intelectuais brasilei-
lógico, expressão dos sincretismos e hibri- ros no imaginário sociológico de Maffesoli
dações, celeiro de conexão das diversida- encontramos autores que expressam dife-
des mais extremas. rentes visões dos trópicos, definindo um
Para Edgar Morin, a complexidade certo olhar sobre a cultura. Orientando de-
brasileira é contextualizada no plano da zenas de brasileiros advindos de regiões
“complexidade humana”. A ecologia, a geográficas diferentes, o professor tem a
economia, a política, a cultura, a lingua- sua disposição um repertório fabuloso de
gem, a educação concorrem simultanea- etnias, sotaques, sonoridades e visibilida-
mente determinando e sendo determinadas des do Brasil, que lhe concede o estatuto
no longo percurso da experiência humana. de um connaisseur da diversidade cultural
Morin estabelece distinção entre a informa- brasileira.
ção, o conhecimento e a comunicação aler- Tal experiência ocorre com leituras
tando para a necessidade de uma teoria tão díspares quanto de Gilberto Freyre, Ro-
complexa dos processos comunicacio- berto da Matta ou Alfonso Romano de
nais. Sant’anna. Em Freyre, absorve a dimensão
Há diferenças básicas, mas ao mes- multicultural do hibridismo étnico brasilei-
mo tempo encontramos afinidades sur- ro, cuja inspiração vem de Casa Grande e
preendentes no estilo de pensamento de Senzala.
ambos. A contemplação da desordem das Em Da Matta, Maffesoli recolhe uma
pulsões e o milagre da morte no eterno imaginação vigilante sobre o país dos Car-
ciclo da vida, presentes em A sombra de navais, Malandros e Heróis (1983). Em Roma-
Dionísio ou enfrentando as figuras do des- no de Sant’anna, como esteta e sociólogo,
tino, em O instante eterno (2003) e em A Maffesoli encontra uma tradução da estesia
parte do diabo (2004) mantêm analogias e barroca que se irradia no cotidiano brasilei-
similaridades com o Morin, autor de ro. Isto é algo que ele conhece de perto pe-
obras como O homem e a morte [1970], Meus las incursões feitas em cidades como Salva-
demônios (1994) e Ciência com Consciência dor, Belo Horizonte, João Pessoa, Recife e
(2001). Natal, focos de explosão do barroco em
Quanto a Baudrillard, embora os seus toda exuberância e ambigüidade, reunin-
vínculos com a realidade brasileira sejam do os gênios do paganismo e do catolicis-
mais tênues, o mesmo se mostra afinado mo.
em suas interpretações, como transparece É instigante examinar como se dese-
no livro Cool Memories (1990) apreciando o nham novos prismas para repensarmos o
argumento de Muniz Sodré, sobre os para- espírito da latinidade pelo viés do estilo
doxos e complexidades de O Brasil Simulado “neobarroco”, que caracteriza os ambien-
e o Real (1990): tes híbridos e transculturais contemporâ-
Uma leitura mais rigorosa das obras neos, tanto na Europa quanto na América
dos pensadores europeus contemporâneos Latina.
é necessária também para deciframos como Convém lembrar que a experiência
têm sido feitas as interpretações dos seus da modernidade com a tradição, história
textos por parte da inteligência brasileira, e memória, fez-se com base na crítica e na
principalmente - as novas gerações - no que paródia, e, uma marca registrada do pen-
concerne às interfaces da comunicação, samento de Maffesoli é revisitar a tradi-
numa época designada por pós-colonialis- ção com as lentes atualizadas pela experi-
mo. ência do presente. Para ele as tribaliza-

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ções primitivas são analógicas às tribali- Notas
zações urbanas do século XXI e se empe-
nha em explorar o sentido das suas 1 Trabalho apresentado à seção temática 3: Comunicação e
aparições no acontecimento vivo do Cultura do VII Colóquio Brasil-França
presente.
Uma imagem instigante do Brasil apa-
rece em A transfiguração do político, no capí- Lista das teses brasileiras sob orien-
tulo “Os proprietários da Sociedade”, ser- tação de Michel Maffesoli
vindo de pretexto para uma compreensão
crítica da sociedade em seus aspectos de BATISTA SILVEIRA DE OLIVEIRA Marcio Sergio. Études sur
máfia, em que o uso do “pistolão” indica l’imaginaire brésilien : le mythe de la nation et la ville Brasilia,
toda uma cultura apoiada nos privilégios, 1992.
no contrato das amizades políticas, nos jo-
gos de interesse que regem a vida comuni- CLAUDIO MARTINO Luis. Télévision et conscience, 1997.
tária (Maffesoli, 1997).
Ajuda a entender tanto as formas ge- CARDOSO DE PAIVA Cláudio. Les images dionysiaques dans le
nerosas de socialidade como as formas ca- contexte des médias, 1995.
nhestras, que se revelam, por exemplo, no
estilo de apartheid cultural no campo das mí- CARVALHO DA ROCHA Ana Luiza. Le sanctuaire du désordre,
dias, expresso na guerra das imagens entre ou l’art de vivre des tendres barbares sous les Tristes Tropiques
as tvs pagas e as tvs abertas, gerando esti- (étude de l’esthétique urbaine et la mémoire collective au sud du
los de socialização bastante desbalancea- Brésil), 1994.
dos.
O trabalho de Maffesoli consiste COELHO DOS SANTOS Francisco. La séduction de l’hybride
numa modalidade de exercício do saber (tradition et modernité dans la société brésilienne), 1994.
que aposta no novo, no “processo em anda-
mento”, nas manifestações sócio-culturais DE MAGALHAES Henrique Paiva. Fanzine de bande dessinée :
em curso. A sua pesquisa acolhe a expres- rénovation culturelle et presse alternative, 1994.
são das novas gerações, dos estrangeiros,
do pensamento da praça pública, que aflu- DE OLIVEIRA PEREIRA José Wellington. Le Quotidien
em para a Sorbonne advindo de procedên- Voilé, 1999.
cias diferentes.
Estes diferentes enfoques – colocando DE SOUSA FILHO Alípio. Les métissages brésiliens, imaginaire,
em perspectiva o cotidiano e o imaginário, quotidien et pratiques de mélanges dans la société brésilienne,
têm servido para fortalecer o campo da co- 2000.
municação e das humanidades no Brasil.
Os temas, os objetos de pesquisa e os dife- DOS SANTOS Volnei Edson. Le cinéma: un rapport entre l’oubli
rentes enfoques da sociedade brasileira, et le présent (l’expérience émotionnele d’une ville avec le cinéma),
pelos pesquisadores na Sorbonne constitu- 1994.
em empiricidades que funcionam perma-
nentemente como elementos-chave, confe- FERNANDES Y FREITAS Daniela. Disneyland et Palace (le loisir
rindo vigor e atualidade à obra maffesolini- et le ludique dans les parcs de divertissement réels et virtuels),
na. 2003.
A sua perspectiva possui relevância
ao mostrar “o pior e o melhor” das formas FERNANDEZ Y FREITAS Rosa Lucila. L’inconnu et l’imaginaire
assumidas pela sociedade contemporânea, sur les réseaux de télécommunication : téléphone, minitel, internet,
em suas versões sublimes e grotescas, ou 1996.
seja, as dimensões regressivas e afirmativas
da sociedade tribalizada . FERREIRA FREITAS Ricardo. Centres commerciaux: iles urbaines

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