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Supervisor de Estágio
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Rio de Janeiro, 25 de agosto de 2017.
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SUMÁRIO
IDENTIFICAÇÃO DO CONTEXTO 04
SOBRE A INSTITUIÇÃO 05
SOBRE A PARTICIPAÇÃO 08
A PRÁTICA PSICOPEDAGÓGICA 09
CONCLUSÃO 11
REFRÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 12
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Identificação do contexto:
Período de estágio:
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Sobre a instituição
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oprimida e passa a ser pedagogia dos homens em processo de
permanente libertação.” (Paulo Freire)
Com essa teoria desenvolveu-se uma nova teoria de alfabetização de adultos no Brasil,
através do Sistema Paulo Freire de educação, que considerava as experiências e vivências do
educando não o considerando como um analfabeto (bestas, idiotas), mas sim um ser que
desconhece o mundo da escrita e por isso é considerado excluído da sociedade.
Segundo Vanilda Paiva, é possível relacionar algumas posições acerca da Alfabetização de
Adultos na história brasileira. Primeiro, a educação de Jovens e Adultos estavam intimamente
relacionadas com o interesse das elites preocupadas com os votos e suas respectivas eleições.
Num outro momento, a preocupação era de educar para mudar as estruturas sociais, que
começavam a ser formuladas da era desenvolvimentista, mas ainda predominava a ideologia
de libertação, através de práticas e metodologias onde a cultura e a educação popular
significavam a possibilidade de transformação social.
A educação enquanto política social do Estado capitalista tem respondido às necessidades
de valorização do capital, ao mesmo tempo em que tem se constituído num instrumento de
emancipação da classe trabalhadora, através do efetivo acesso ao saber socialmente
produzido. No Brasil, o projeto da sociedade na ótica do capital tem atribuído à educação o
papel da formação e qualificação da força do trabalho, como forma de garantia de maior
produtividade demonstrando um vínculo equivocado de educação como o mundo do trabalho
dentro de uma sociedade capitalista.
A Escola Municipal Sítio do Ipê também atende aos estudantes dos anos finais do Ensino
Fundamental, através da modalidade da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Inicialmente,
constituíam os grupos de EJA alunos que não tiveram a oportunidade de estudar na idade
adequada. Entretanto, essa realidade tem sido modificada ao passar dos anos com a inserção
de alunos adolescentes com defasagem idade/série que migraram do ensino regular para a
Educação de Jovens e Adultos.
Equivocadamente a escola é considerada sinônimo de empregabilidade e mobilidade
social. Uma face da escola retrata a preferência pelos ricos, e mais recentemente pelas classes
intermediárias, demonstrando que a exclusão das camadas populares vem sendo determinada
concretamente e historicamente pelos interesses concentradores de bens e capital, que
dominam a sociedade. A escola pública no sistema capitalista é direcionada para uma
concepção produtivista, desenvolvendo habilidades de competências, de valores e atitudes
direcionadas à formação de um indivíduo que seja capaz de assegurar a empregabilidade no
mercado de trabalho.
Considerando a teoria marxista, que diz que toda concepção de educação é válida como
um investimento desde que conscientizada como um investimento lucrativo para as empresas
privadas, os investimentos feitos para aprimorar a força de trabalho, sob forma de “qualificação
de mão-de-obra”, devem ser vistas no contexto da produção capitalista. Nesse cenário a força
de trabalho não é qualificada no interesse do trabalhador, para que melhore sua vida, para que
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se torne independente e que se emancipe das relações de trabalho vigente, mas sim para
aprimorar e tornar eficazes as relações de trabalho, ou seja, para reiterar a dependência do
trabalhador.
A escola segue o princípio de que a educação não resolve isoladamente os problemas do
desemprego e que a mesma cumpre um papel ingrato diante à sociedade. Acredita que a
escola pública para o trabalhador deveria ser alegre, competente, séria, democrática e,
sobretudo comprometida com a transformação social, gratuita em todos os níveis e para todos.
Acredita também em uma educação para a formação da consciência critica predominando as
ideias de liberdade. Uma escola que tenha como princípio educativo que possa superar as
dicotomias entre o trabalho manual e intelectual, a teoria e prática, a formação geral e
formação profissional.
Sobre a participação
A observação foi feita em turmas do 1º/2º/3º ano do Curso NormalEJA nas aulas de língua
portuguesa, com as professoras Rosimar Miranda Machado e Rosimere da Silva Brito.
Além do auxiliei junto aos alunos na realização das atividades propostas, a participação tinha
por objetivo reflexão sobre as práticas que estão sendo neles desenvolvidas, no exercício da
docência, contribuindo de maneira autônoma, crítica, criativa e participativa para a construção
de uma sociedade democrática que valorize o exercício pleno da cidadania com equidade,
solidariedade e justiça social. docentes para atuação no ensino técnico, agregando vivência e
aplicação de ações didático-pedagógicas à experiência profissional inerente a cada
especialidade, com o objetivo de favorecer o processo de ensino e aprendizagem de forma
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contextualizada com o mundo do trabalho, priorizando não somente o desenvolvimento
profissional dos educandos, mas também habilidades relacionadas à construção autônoma do
conhecimento, à preocupação com a sustentabilidade, à inovação e aos avanços tecnológicos,
respeitando os valores e especificidades de cada profissão.
Diferenciais
A abordagem diferenciada deste curso se reflete, principalmente, na relação dinâmica entre
teoria e prática, na apropriação e discussão de inovações tecnológicas, na valorização da
interdisciplinaridade e no tratamento da educação profissional baseada nos novos modos de
organização da produção e valorização das questões socioambientais.
A prática pedagógica:
Tensas relações estão estabelecidas em nossa sociedade. Recentemente elas fazem parte
do universo das escolas e inúmeras vezes são simuladas como harmoniosas ou tratadas como
singulares e normais pelos profissionais da educação. As atitudes e ideias de violência estão
envolvidas em diferentes situações como: discriminação, racismo, bullying e a violência física.
Diante dessa situação torna-se imprescindível o debate sobre as dimensões das relações
sociais na escola e um redimensionamento das políticas públicas de reconhecimento,
valorização e respeito na mesma, daí a importância de se tratar do tema desde a educação
infantil até a Educação de Jovens e Adultos.
Encontra-se na escola:
►violência física: brigas, brincadeiras estúpidas, agressões aos colegas, brigas na sala de
aula, no recreio;
►modelos negativos;
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►banalização da violência;
Com discussões e projetos bem elaborados, a escola aplica como prática pedagógica
bases de um relacionamento harmonioso , buscando superar os desafios e pontos de apoio
para o processo a ser desencadeado.
- Projetos com culminância aberta aos pais e comunidade, as quais são definidas no início do
ano letivo, de acordo com o plano anual;
- Convocação dos pais, não só para reclamar, apresentar problemas, mas para dar orientação,
articulando com outras áreas, com palestras e atividades diversificadas e desportivas para os
pais a fim de conscientizá-los e orientá-los a importância da escola e das atividades educativas
e pedagógicas, em encontros acolhedores, na última quarta-feira de cada mês;
- Convocação individual dos pais que não comparecem às reuniões coletivas e, sempre que
houver o não comparecimento após convocações consecutivas, o responsável, através do
aluno, é encaminhado ao Conselho Tutelar para que se faça acontecer a responsabilidade que
os pais devem ter em relação aos menores, de acordo com a legislação vigente;
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- Quando necessário, a participação dos alunos na reunião de pais para que eles tenham a
possibilidade de refletir sobre suas ações e se responsabilizar pelos seus atos e
conseqüências;
- Entrevistas individuais com pais e/ou alunos a fim de estreitar os laços de parceria e ampliar
as possibilidades de diagnóstico da realidade dos alunos, sempre que houver necessidade;
- Conscientização dos pais sobre o espaço escolar e os momentos mais adequados para a
comunicação/conversa com os professores para que eles tenham consciência sobre como agir
e transitar no espaço social coletivo, solicitando que os pais agendem com antecedência as
conversas com os professores e/ou pedagogos ;
- Conscientização dos pais e comunidade em relação à inclusão, nos encontros acolhedores;
- Fortalecimento da representatividade dos pais do CEC a fim de legitimar a gestão
democrática, a qual direciona o trabalho dessa unidade.
Para combater a influência negativa da mídia na construção do processo educacional,
são desenvolvidas as seguintes ações:
- Produção artística (música, dança, literatura, teatro, etc.), cultural e “prático-científica” feita
pelos próprios alunos a fim de favorecer o conhecimento das produções artísticas de
relevância, estimulando a criatividade e a construção da arte, de forma contínua;
- Reedição de projetos que já foram realizados e obtiveram sucesso nos anos anteriores, a ser
definido no plano anual.
Para trabalhar com a representatividade e sua relação com a gestão democrática, são
trabalhadas as seguintes ações:
- Os alunos tem a oportunidade de organizar, semestralmente, Eleição de aluno representante
para todos os grupos de referência, com discussões em assembléias, a fim de estimular o
espírito de liderança e a participação efetiva na gestão democrática; essa ação é acompanhada
por orientações gerais e específicas para os alunos representantes;
- A prática da rotina pedagógica e orientações sobre princípios e atitudes adequadas ao
convívio social, as quais acontecem diariamente, a fim de promover o respeito a si mesmo e ao
outro enquanto ser humano. Para tanto, há demanda de realização de atividades pedagógicas
diferenciadas utilizando os espaços da escola além dos tradicionais, da integração e melhor
aproveitamento desses nos projetos pedagógicos, uma melhor comunicação na Unidade
Escolar (visual, escrita) como forma de letramento e processo de construção do conhecimento,
comunicação /interrelação pedagógica entre os grupos e os professores de referência;
- Construção coletiva das regras de convívio dos grupos de referência, de âmbito interno à sala
de aula e demais espaços compartilhados, as quais serão orientadas pelo Regimento Interno
da Unidade Escolar, que foi construído no primeiro semestre de 2013.
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Conclusão
Ao chegar à escola a fim de solicitar a autorização para o estágio fui muito bem recebida
pela pedagoga. Ela levou-me para conhecer as dependências da U.E. e apresentou-me os
professores e demais funcionários. Todos foram bem receptivos. Ela explicou-me ainda
como funcionam os espaços da escola. Fui, então, encaminhada para a sala do
prof.____________________________, sempre muito solícito, que apresentou-me aos
alunos . Minha experiência no primeiro dia de aula foi marcante e apontou como esse
trabalho seria interessante e cheio de desafios! A EJA tem peculiaridades que não podem
ser esquecidas:
Meu objetivo principal foi auxiliar esses jovens a aprenderem a se expressar melhor no
trabalho; a não se intimidar em situações mais formais e a adequar sua fala ao meio onde está
(mais formal, menos formal). Houve o retorno esperado, pois quando a comunidade escolar
está toda envolvida com a prática pedagógica o saber acontece.
Bibliografia:
LIBÂNEO, J. C.; OLIVEIRA, J.F de; TOSCHI. Educação escolar: política, estrutura e
organização. 2. Ed. São Paulo: Cortez, 2005
SAVIANI, Dermerval. Educação e colonização: as idéias pedagógicas nos séculos XVI, XVII,
XVIII 1-12 p.
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