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Prefácio ...................................................................................................... 4
A origem da concorrência (Distribuidoras) ................................................. 6
O início da virada ....................................................................................... 7
A grande virada .......................................................................................... 7
É aqui que tudo acontece! .......................................................................... 8
Vantagens x Desvantagens ..................................................................... 10
A padronização do vidraceiro ................................................................... 11
Sabe o que acontece? ............................................................................. 12
Ou melhor... ............................................................................................. 13
O funil ....................................................................................................... 14
Novos discursos, mesma história! ............................................................ 15
Por que a maioria das vidraçarias não está agradando seus clientes? .... 17
1ª Conclusão ............................................................................................ 19
O que fazer então para vencer a concorrência? ...................................... 20
A primeira questão que você deve compreender ..................................... 21
O medo de perder .................................................................................... 27
A segunda questão que você deve compreender! ................................... 28
Mas você já sabia disso, não é mesmo? .................................................. 32
Potencialize seus produtos! ..................................................................... 34
Novos produtos dos mesmos produtos! Como assim? ............................ 39
A arte de ser diferente “de verdade’’! ....................................................... 41
Você realmente quer mudar? ................................................................... 44
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Quanto mais cedo se adaptar à mudança, mais cedo você se estabelece!
................................................................................................................. 50
Os três principais passos para liquidar todos esses bandidos! ................ 55
Conceito de Valor x Preço........................................................................ 64
Comprando um McDonald’s, onde tem um? ............................................ 71
O momento do consumo .......................................................................... 71
Da Teoria para a Prática .......................................................................... 77
Aliás, o que é Venda? .............................................................................. 79
O que o cliente sabe sobre o seu produto? .............................................. 80
Como vencer a concorrência ................................................................... 84
5 Dicas importantes para potencializar seus produtos ............................. 98
Vai continuar aí dentro ou vai sair? ........................................................ 110
Sobre o autor ......................................................................................... 111
Sobre o site Setor Vidreiro ..................................................................... 112
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Prefácio
Olá, meu nome é Gabriel Batista.
Decidi rescrever este livro pelo fato de que, em minhas andanças pelo
mercado vidreiro, percebi que agora, mais do nunca, existem muitos
colegas sendo prejudicados e roubados por diversos bandidos que se
escondem nas vidraçarias e aos poucos vão tomando aquilo que você
construiu com tanto esforço e trabalho.
Porém, nessa segunda edição, além de te revelar quem são e onde estão
esses bandidos, você perceberá o porquê eles se instalam em sua
vidraçaria, e mesmo convivendo com eles todos os dias, você não
consegue percebê-los.
O pior de tudo é que existe uma ‘’cegueira’’ na maioria dos vidraceiros que
culpam inocentes pelo insucesso de suas empresas e, baseando-se em
escolhas equivocadas, direcionam esforços para ações que não eliminam
o problema pela raiz e, muito pelo contrário, acabam agravando os
prejuízos da empresa.
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Com certeza isso também está acontecendo em sua vidraçaria!
Boa Leitura!
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A origem da concorrência
(Distribuidoras)
Aqueles que já atuam no mercado vidreiro antes dos anos 80 sabem bem
sobre o que vou dizer! Para conseguir ilustrar a real situação do mercado,
vamos conhecer a origem de tanta concorrência, principalmente, no que diz
respeito a vidros temperados.
Até os anos 90, vender vidros temperados era bem complicado, pelo
simples fato de que comprar vidro temperado era complicado. Até então,
existiam apenas duas fábricas que forneciam vidros temperados, eram
elas: Blindex e a Santa Marina; e comprar vidros dessas empresas não era
tão simples como é hoje! Tanto a Blindex como a Santa Marina tinham
muito rigor para selecionar seus revendedores, e isso quer dizer que a
empresa pretendente tinha que possuir, principalmente, estrutura financeira
e operacional, além de outras qualidades para ser uma representante da
marca. As maiores diferenças entre os dias atuais e antes da década de 90
são que antes:
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B - Demora na produção (somente duas empresas forneciam e
demoravam de 30 a 60 dias independentemente do tamanho do pedido).
O início da virada
Por volta de 1987, chega ao Brasil o primeiro forno de tempera vertical
“particular”, pois a demanda de vidros temperados já estava se tornando
grande e era preciso novas alternativas para produzi-los. Foi nessa época
que a maioria das empresas pioneiras surgiu e está até hoje no mercado.
Alguns poucos empresários que visualizaram a oportunidade e tinham
capital para investir se anteciparam e montaram suas estruturas
rapidamente e dominaram os mercados regionais.
A grande virada
Mas foi em 1994, com a chegada de fornos de temperas horizontais mais
modernos que os fornos verticais e com maior capacidade de produção,
que o mercado virou de ponta-cabeça!
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Daí em diante, muitos vidraceiros perceberam que era possível ter um forno
e passaram a ser temperadores (distribuidores) de vidros. A questão é: para
produzir vidro temperado é preciso de muito mais que um forno de têmpera!
Toda a estrutura necessária demanda muito investimento, e para que o
negócio seja rentável é preciso vender muito vidro!
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E, nesse caso, o vidraceiro tem somente o trabalho de medir a obra. Isso
eliminou a necessidade do profissional vidraceiro dominar os conceitos
básicos de um projeto. Dentro desse contexto, algumas temperas
passaram a fornecer até mesmo medidores para alguns vidraceiros,
quando a obra é complexa e vale a pena.
Ou seja, mesmo que o indivíduo não entenda nada de vidro, ele consegue
vender e comprar matéria-prima para executar muitos trabalhos e é
considerado um vidraceiro.
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Vantagens x Desvantagens
Muitas dessas ações são benéficas para o mercado, outras nem tanto, mas
o fato é que são atitudes que proporcionam às temperas venderem muito
vidro e continuarem trabalhando.
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A padronização do vidraceiro
O ponto principal que permite que a indústria beneficiadora, principalmente,
as têmperas e laminadoras trabalhem com produtos personalizados (vidro
temperado e laminado) de uma maneira industrializada chama-se:
Padronização
Isso acontece muito com box, janelas e portas tradicionais e, nesse caso,
a única diferença é no tamanho, cor e espessura da peça.
Eu digo isso por experiência própria pelo fato de que, por dois anos, eu fui
representante comercial de uma empresa que revendia vidros, e o sistema
da empresa funcionava de uma maneira tão otimizada que quem calculava
o preço mínimo de vendas da obra era a própria tempera, já que os
vidraceiros enviavam somente as medidas dos vãos e deixavam para que
o projetista da empresa definisse tudo, desde espessura do vidro até o
melhor sistema (que nos casos era sempre o menos complicado). Nessa
época, eu fui convidado a trabalhar nessa empresa justamente pelo fato de
que, mesmo a distribuidora fornecendo toda a estrutura para montagem do
orçamento de vendas pronto para o consumidor final, muitos desses
vidraceiros não sabiam medir os vãos, então, dependendo do caso, eu era
acionado não para vender vidros, mas para assessorar os vidraceiros
medindo obras, tirando moldes e, até mesmo, apaziguando impasses entre
os meus clientes (vidraceiros) e os clientes dos meus clientes
(consumidores finais).
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Agora, quando você pede algo fora de padrão como, por exemplo, uma
peça com cortes mais elaborados, recortes diferentes ou tamanhos fora de
padrão, geralmente, as têmperas não são tão eficientes para produzir. E
você sabe por que isso acontece? Pelo fato de não ser padronizado!
Quando é pedido algo que foge um pouco do padronizado, além de pagar
mais caro, o vidraceiro terá que esperar mais tempo por aquele produto,
isso quando a empresa se propõe a fazer. Perceba que nem tudo que a
distribuidora ou têmpera oferece no catálogo ou na tabela de preços, ela
tem disponível em estoque, forçando o vidraceiro a comprar os mais
comuns e elaborar a venda de seus produtos baseada no que é mais
tradicional. Com isso, a profissão de vidraceiro perdeu muito da essência
artística do ramo!
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Se a resposta for sim (sabe que o seu produto é melhor que o do
concorrente), então, ele comprará de você, mesmo sendo mais caro. Agora,
se ao comparar o seu produto e o do concorrente, ele não conseguir
perceber grandes diferenças, ele provavelmente vai optar pela opção mais
barata (no caso, o produto do seu concorrente).
Ou melhor...
Responda sinceramente! O atendimento que a têmpera disponibiliza,
para um profissional que tem 30 anos de mercado, é melhor que o
atendimento prestado a um vidraceiro que tem apenas 1 ano?
Se não for igual, digo que pode até ser diferente, mas priorizando o novato,
pois se você tem 30 anos e é cliente “garantido”, já é considerado um cliente
fiel. Já o novato está mais propenso a mudanças, então, eu digo: não se
espante, se um novato for mais bem atendido. Isso, provavelmente,
acontece pelo fato de ele não ser ainda um cliente fidelizado e, por isso, é
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normal que exista até mesmo um assédio maior por parte da têmpera para
conquistá-lo.
Preste atenção nisso que vou falar agora, pois é muito importante para
você entender os motivos da afirmação que fiz no início deste livro,
que é: A SUA VIDRAÇARIA ESTÁ SENDO ROUBADA!
Talvez, você fique irritado por eu estar dizendo isso e no fundo saber que é
verdade, mas baseado em minha experiência, eu te digo: o mercado é
muito parecido seja para você que é vidraceiro ou para a própria têmpera.
Nessa configuração, que acabei de te descrever, é extremamente
necessária a conquista de novos clientes e a produção cada vez maior na
quantidade de m². Isso por muitos pode ser considerado uma estratégia de
expansão, mas na verdade é uma tarefa necessária para a sobrevivência.
O funil
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Existe uma linguagem no marketing que se chama Funil de Vendas. A
estrutura do Funil de Vendas consiste exatamente em reunir todos os
candidatos a consumidores em um mesmo local e, assim, consegue-se
padronizar o atendimento para todos.
Isso é culpa da indústria vidreira? Não! Porque esse fato é fruto da evolução
do mercado e foi assim que as têmperas conseguiram otimizar todo o
processo, ao ponto de conseguirem vender o vidro pelo preço que você
paga hoje e não pelo preço absurdo que se pagava há 20 anos atrás.
Então, podemos dizer que a culpa por termos hoje um mercado totalmente
prostituído é dos novatos? Também não!
Então, a culpa é sua por ter escolhido o ramo errado para trabalhar?
Também não! Pois o mercado vidreiro é uma mina de ouro, basta entender
como funciona o jogo e saber onde escavar! Mas o fato é que ninguém diz
isso, não é mesmo?
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A estratégia era simples, ter um estoque grande de peças de vidro
padronizadas, assim como kits e todos os insumos necessários para
montagem de box de vidro para banheiro. Ele sabia que comprando em
maior quantidade teria melhor poder de compra perante seus fornecedores
e, com isso, melhor preço que os seus concorrentes. Mas segundo ele, para
a estratégia funcionar era preciso ter 2 diferenciais: preço mais baixo que a
média e velocidade de entrega.
Com a estrutura que ele tinha, ele poderia de fato tornar-se o Rei do Box
aqui, no Vale do Paraíba. No entanto, a abordagem teria que ser outra e
não entrando em um jogo que não dá para ganhar.
Na primeira vez em que nos reunimos, em seu enorme galpão, ele foi me
apresentando sua estrutura e me disse que queria ser o Rei do Box. Eu
pensei: esse cara vai revolucionar o mercado! E, durante alguns minutos,
eu de fato achei que aquele empreendedor era diferente, mas quando ele
falou de fazer o preço mais barato que a média, eu recuei! Pois na minha
cabeça eu sabia que, se ele não mudasse de ideia, toda aquela estrutura
trabalharia em prol da degradação do mercado, porque puxaria mais ainda
a média de preço do box para baixo. Ao mesmo tempo em que ele dizia
que prezava a qualidade, o bom atendimento e valorizava, acima de tudo,
a satisfação do cliente, na minha mente, eu ia pensando: Até quando?
Porque eu sabia que já há muito tempo alguns vidraceiros profissionais já
não estavam conseguindo ganhar dinheiro com box, pelo fato de que a
margem de lucro estava muito pequena e a maior reclamação desses
profissionais era que a maior parte dos vidraceiros que vendiam box barato
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eram os caras que não tinham estrutura nenhuma, os chamados “fundo de
quintal”. Ou seja, o discurso era bonito, mas na prática seria mais uma
empresa com o velho pensamento de que para vender mais é preciso fazer
mais barato.
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Eu já cheguei a presenciar uma vidraçaria que tinha que executar cinco
serviços em um mesmo dia apenas com duas equipes de montagem.
Aí, entra toda a insatisfação dos seus clientes por ouvir desculpas
esfarrapadas, como: “furou o pneu do carro”, “seu vidro quebrou na hora de
carregar”, “a mãe do montador morreu”, etc.
Agora, diga-me! Você se encontra assim? Sem tempo, sem ajuda, sem
funcionários eficientes, sem capital e sem estrutura? Se essa é a sua
realidade, eu vou te revelar algo! Não adianta apenas contratar mais
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funcionários, nem mudar para um galpão maior, nem comprar mais carros,
se continuar trabalhando pensando somente em volume!
Eu já trabalhei assim e por experiência própria sei que não funciona. Nós
não somos indústrias que funcionam com linha de produção, nosso trabalho
exige personalização e, por mais que hoje tenhamos disponíveis no
mercado equipamentos que proporcionem maior agilidade na produção,
nosso trabalho ainda é muito artesanal.
Vender mais não será suficiente pelo simples fato de que, trabalhando
nessa configuração de produtos comuns e padronizados, você sempre terá
que vender mais e mais e mesmo aumentando sua estrutura, amanhã ou
depois, você terá que novamente vender mais do que consegue produzir
para manter essa nova estrutura. A realidade é que vender mais produtos
assim somente lhe causará uma fadiga e te tornará escravo do trabalho.
1ª Conclusão
Nessa configuração de mercado existe uma sequência de resultados que
conspira para que muitas empresas estejam à beira do caos, devido ao
excesso de concorrentes, e o mais comum é que todas as empresas
inseridas dentro da garrafa estejam sempre precisando vender mais que a
capacidade de produção:
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3º. A margem de lucro muito baixa, devido ao excesso de ofertas
semelhantes, obrigando o vidraceiro a ter que vender muito mais que a sua
capacidade produtiva, sobrecarregando todo o sistema operacional para
sobreviver.
Talvez, você possa estar pensando que é por falta de mão de obra
qualificada ou porque as distribuidoras não cumprem com os prazos de
entrega. E, realmente, esses dois pontos influenciam diretamente na
qualidade e na velocidade da execução dos serviços. No entanto, mesmo
que as distribuidoras cumprissem os prazos e houvesse mão de obra
qualificada sobrando, ainda assim, não eliminaria o fato da concorrência
predatória.
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A resposta você já sabe! É preciso sair de dentro da
garrafa!!
Vou te dizer como fazer para sair de dentro dessa garrafa.
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Caso seja a sua realidade, é preciso que você tenha outras opções de
fornecedores para que possa ter acesso a outros produtos.
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Esse é um erro muito comum de empresas que de fato têm melhor matéria-
prima, mas que não sabem transmitir de forma eficiente suas vantagens e
benefícios para seus consumidores.
Não é uma característica comum dos que de fato são bons ficar dizendo:
Eu sou o melhor!
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precisa concluir por si só que você tem muito mais benefícios que a outra
empresa.
Exemplo: não basta somente trabalhar com o alumínio mais grosso (linha
pesada), o seu cliente primeiramente precisa entender o porquê é usado
alumínio e não outro material em sua janela. Aqui você insere todo o
benefício do alumínio: material durável, não precisa de manutenção como
ferro e madeira, é muito fácil de limpar, é reciclável, é mais bonito, etc.
Depois, ele precisa entender o porquê o alumínio mais grosso é melhor que
um alumínio mais fino.
Aqui, você insere todo o benefício de um alumínio mais grosso: mais rígido
(não fica balançando ao movimentar as folhas nem na pressão do vento),
é silencioso (não fica rangendo), as folhas móveis de vidro deslizam com
mais suavidade, mantém-se íntegro (não desregula devido a torções), etc.
Mas cuidado! Pois essa técnica funciona com você sempre reforçando e
agregando mais valor ao seu produto, sem jamais descartar o produto do
concorrente. Primeiro, para não ser antiético, e segundo, para que você não
descarte a possibilidade de vender para ele um alumínio mais fino.
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Agora, se você trabalha com a linha pesada, valoriza a linha pesada, mas
não fala mal da linha leve, quando perceber que o seu cliente está propenso
em trabalhar com um produto mais barato, você consegue pivotar sua
estratégia e oferecer também a janela de linha leve. Tipo assim: “Eu poderia
lhe oferecer uma janela um pouco mais barata, usando uma linha mais leve
que é muito boa, mas se trabalhar com a linha mais resistente, o Sr.
ganhará muito mais e terá mais benefícios: nisso, nisso, e nisso...”
O seu cliente então pensa: “Essa empresa me disse que a janela com
alumínio leve é boa, mas que a mais reforçada é melhor, no entanto, o outro
concorrente somente me ofereceu a janela de linha leve, ou seja: ele não
me ofereceu a melhor janela”. E, automaticamente, você cria mais
autoridade perante o seu concorrente e mesmo que depois, por algum
motivo, ele ofereça uma janela reforçada, o cliente vai se perguntar: Mas
por que ele não disse isso antes? Será que ele quis me empurrar um
produto ruim ou será que achou que eu não poderia pagar pelo mais caro?
Não sei se você assiste a lutas de MMA, mas se assiste, verá que 90% dos
que vencem o combate, momento da entrevista, no fim do combate, eles
dizem que o oponente era duro, difícil, muito bom e que foi a luta mais difícil
da vida, o que ele está fazendo? Ele está aplicando exatamente essa
técnica que consiste em valorizar o oponente para, na verdade, mostrar
para todo mundo que ele é que é de fato o melhor, pois ele não ganhou de
qualquer um, ele ganhou de um cara muito bom também.
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Vende mais, quem demonstra mais! Essa técnica chama-
se Técnica do Mascate. Baseia-se em se mostrar muitos benefícios até
que devido a tantas opções, o cliente encontre uma e decida por um produto
ou benefício e conclua a compra.
Eu não sei você, mas eu fico louco quando eu vou à Avenida 25 de Março,
em São Paulo, é tanta coisa (que a gente nem precisa), mas que se deixar,
a gente compra tudo que vê.
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O vidraceiro moderno precisa de ferramentas, amostras e técnicas que
ilustrem e expliquem todo o potencial e benefício dos seus produtos.
O medo de perder
A grande sacada nessa Técnica do Mascate é que quando o seu produto
parece ter mais benefícios que o do seu concorrente, automaticamente, o
seu cliente entende que optando pelo produto do seu concorrente (mais
barato), ele pode perder alguma coisa.
E aí que entra o medo da perda: por mais contraditória que seja essa
afirmação, acredite: as pessoas compram mais pelo medo de perder do que
pela vontade de ganhar.
Ou seja, o seu cliente precisa entender que ele pode de fato pagar mais
barato pela janela do seu concorrente, mas vai perder muitos benefícios
que o seu produto oferece e o do concorrente supostamente não. Esse fato
está totalmente ligado ao ego das pessoas, porque implica decidir por um
mau negócio, sabendo que está fazendo um mau negócio. Principalmente,
pelo negócio de vidraçaria estar ligado diretamente ao consumo de bens
duráveis, aquele cliente não vai querer passar grande parte da sua vida
convivendo com aquele produto sabendo que, por alguns reais a mais,
poderia ter adquirido algo muito melhor.
Outro fator que conta muito é o receio que a maioria de nós temos em que
os outros descubram que nós fizemos algo errado, mesmo que ninguém
tenha nada a ver com a nossa vida, nós nos preocupamos muito com o que
os outros pensam de nós e o medo que as pessoas questionem nossas
decisões é fator determinante para optar pelo melhor.
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que você não colocou aqui uma porta de vidro, ao invés dessa porta de
ferro? Ficaria muito mais moderno! E o cara não vai querer falar que
comprou porque era mais barato.
Agora, se a história for ao contrário: um amigo pergunta: “Por que você não
colocou aqui uma porta mais barata do tipo porta de ferro?” Ele
conscientemente vai dizer: “Essa de vidro é muito melhor!” E o melhor é
que esse consumidor, sabendo dos benefícios daquela aquisição, vai fazer
propaganda do produto pelo fato de que estará expondo todos os
benefícios que o motivaram a comprá-lo.
Mas lembre-se! Jamais seja agressivo, diga os valores (valor não é preço,
valor é benefício) que o seu produto tem e não o que o produto do seu
concorrente não tem. O produto do concorrente também é bom (afinal, você
igualmente pode trabalhar com esse produto), mas o seu tem muito mais
valor, tem muito mais benefícios!
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(dentro da garrafa), não oferecendo outros tipos de serviço como: colagem
UV, revestimento de paredes, pisos e escadas de vidros, fabricação de
móveis e pequenos objetos de vidro, etc., será apenas mais um no meio da
multidão e pode até se destacar pela eficiência no atendimento ao cliente,
mas ainda assim, é muito parecido com os demais. Porque esse tipo de
benefício, o cliente percebe apenas depois de ter comprado o produto e
não no momento da comparação entre o seu produto e o do concorrente.
Agora, em 2016, posso dizer que ele, praticamente, não executa mais todos
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aqueles trabalhos que executava antes como box para banheiro, portas e
janelas, pois, hoje, ele se dedica a revestimentos de paredes com dois tipos
apenas de matéria-prima: espelhos e vidros serigrafados.
Ao contrário do meu cliente que queria ser o rei do box trabalhando com
preço baixo e rapidez, ele não se considera o rei do revestimento de parede,
mas posso dizer que é assim que ele é reconhecido.
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Posso afirmar, sem medo de errar, que as empresas que mais têm tido
sucesso nesse mercado não são as mais experientes em vidro (no caso,
as vidraçarias), e sim, as que se especializaram nesse sistema (onde a
maioria não era do ramo vidreiro).
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até “esterco de galinha” tem gente interessado em comprar. Basta
encontrar quem esteja precisando de “esterco de galinha” como fertilizante,
certo? Como é o caso da maioria dos pequenos agricultores orgânicos que
não usam agrotóxicos.
Aliás, quem trabalha somente com preço baixo, nunca terá clientes pelo
fato de que logo aparecerá um que faça mais barato, e logo, esse
consumidor, acostumado a comprar barato, vai encontrá-lo e passará a
comprar com esse.
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Pense em um concorrente da sua região que tem fama de barateiro ou fama
de “gambiarreiro”, picareta, etc. Se prestar bem atenção, ele acha que está
fazendo certo, que os produtos dele também são de qualidade.
Você viu que te apresentei duas opções para você sair de dentro da garrafa
que foram: trabalhar com matéria-prima diferenciada e trabalhar com
produtos diferenciados. Mas vamos supor que, por algum motivo, você
queira continuar trabalhando com os mesmos produtos que você trabalha
atualmente e ganhar mais dinheiro que vem ganhando, segue um modelo
apropriado...
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Potencialize seus produtos!
Ainda assim, existe um
método. Esse método chama-se
Potencialização de Produtos.
A única maneira de o seu cliente optar pelo seu produto (mais caro) e não
do concorrente (mais barato) é provar para esse cliente que o seu produto
tem mais valor (gera mais benefícios) que o do seu concorrente.
Assim, também como uma janela não tem apenas a função de iluminar e
ventilar um ambiente, mas também, que a janela está ligada diretamente à
questão da saúde das pessoas que utilizam o ambiente no qual esse
produto está instalado. Também, ela está totalmente ligada à questão da
conservação dos móveis e dos objetos presentes naquele ambiente. Ou
seja, a escolha da janela certa proporcionará mais saúde e economia para
o cliente. Não se trata de uma simples janela!
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Conheça a fundo o seu produto, explorando suas características técnicas
e, também, suas características não técnicas, como sensoriais, emocionais
ou culturais.
Dica: Uma grande sacada é dar nome próprio para o seu produto, isso gera
autoridade e exclusividade, pois dificulta a comparação.
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tradicional de vidro temperado, uma vez que a estrutura de alumínio já é
eficiente e muito mais resistente e mais fácil para conservação que
qualquer outro material concorrente. Assim, também como o vidro
temperado que, além de ser muito simples de conservar e limpar, é
praticamente eterno e 100% reciclado (ecologicamente correto).
Pode não parecer, mas a embalagem ou até mesmo a maneira com que o
seu produto é transportado influencia, e muito, no conceito de valor gerado
na consciência do seu cliente. O exemplo mais concreto é o que a AL
puxadores fez quando decidiu montar os seus kits de ferragens.
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Nessa situação, o mais importante não é o fato das ferragens virem em
caixas, até porque desde sempre, a AL forneceu suas ferragens dentro de
caixinhas. Mas a questão é que com a elaboração dos kits, a experiência
de compra dos vidraceiros ficou muito mais eficiente não somente no
momento da compra em si, mas também, no momento da separação
desses materiais que serão necessários para determinada obra.
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Acrescentar outro benefício ao produto.
Experiência de compra.
Pense que um cliente que tem ou teve uma tábua de vidro, que ficava
escorregando sobre a pia quando a carne era cortada, agora percebe que
essa nova tábua é melhor que a que ele tem em casa.
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Que promove o acesso aos produtos (Sistema Glazing Alclean e Portas
Automáticas), com todos os seus componentes e também o acesso aos
adesivos estruturais, automatizadores, treinamento e demais insumos, que
antes os vidraceiros não tinham acesso.
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E o melhor de tudo é que não foi preciso inventar um produto novo (uma
pizza diferente), o que foi alterado foi apenas a experiência de compra
(sistema de compra e entrega).
Por que as pessoas deveriam optar pelo seu modelo de produto e não pelo
modelo do concorrente?
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Como está sendo entregue o seu produto?
Ele é fácil de ser lembrado?
Ele é sinônimo de agilidade de entrega?
Resolve quais problemas do cliente? Ou será que é somente
um simples box, um simples espelho ou uma simples janela?
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O Sr. Ivan tinha um filho que o auxiliava e respirava todo aquele clima
artístico do ateliê.
Até hoje, eles continuam com a loja na área nobre da cidade, e o fato mais
curioso disso é que quando eu trabalhava como representante comercial,
eu nunca disputei uma obra com eles, ou seja, eles forneciam produtos
muito parecidos com os que eu fornecia, mas nós estávamos em mercados
diferentes. Afinal, quem comprava naquela vidraçaria era um público
diferente do público que comprava da vidraçaria que eu trabalhava.
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Uma das características do Sr. Ivan era que ele era tão exigente que
quando os vidros chegavam para serem jateados, ele conferia um por um
e quando o vidro estava meio sujo, ele passava um líquido vermelho para
descobrir se existia alguma mancha ou risco. Antes de nos entregar os
vidros, ele fazia questão que conferíssemos um por um antes de embrulhar
as peças.
Resumindo, o Sr. Ivan era chato, mas chato mesmo e é obvio que com
aquela conversa calma e toda paciência que tinha, não sobreviveria em um
mercado agressivo ou que o ideal esteja baseado na produção massiva.
A verdade é que ele era diferente, assim como a maioria dos seus clientes,
e não pensem que ele era calmo pelo fato de ter idade avançada, ele era
assim porque o estilo dele era assim, estilo esse herdado pelo seu filho que
conservou os modos e conceitos do Sr. Ivan. E assim, como o pai, trata
todos os seus produtos como Arte.
Acredito que a maior lição que aprendi com o Sr. Ivan é que existe mercado
para todo tipo de profissional.
Isso porque ele tinha algo que nós precisávamos, ele tinha muitos
concorrentes, mas em determinados aspectos profissionais, ele era único,
e quem estivesse em busca de um trabalho impecável de jateamento tinha
que “comer na mão” dele.
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decidi compartilhá-la com você, para que compreenda que quando somos
de fato especiais ou temos qualidades que se destaquem de verdade dos
demais, os clientes reconhecem e podem até estar em busca de preço
baixo, mas quando precisam de qualidade eles terão que te procurar.
Assim que foram surgindo novos jateadores no mercado, o Sr. Ivan poderia
ter diminuído sua qualidade e mantido seus clientes vidraceiros, mas ele
manteve a qualidade e foi bem-sucedido até o final da sua vida.
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Os resultados positivos vieram depois de 18 meses, até que ele conseguiu
aperfeiçoar sua técnica e quando começou a ganhar novamente não parou
mais. O Campeão tornou-se imbatível até os dias de hoje 2016.
Mas eu fico imaginando o quanto deve ter sido duro aguentar todos aqueles
comentários à falta de vitórias até a incerteza de que realmente fez a
escolha certa.
Nesse gesto, que parece extremo, Cortez deixou bem claro para todo
mundo o que ele queria, disse para a vida e para todos os que o
acompanhavam que ele estava ali para vencer, conquistar e não iria deixar
que nenhuma conquista anterior ou bem material o prendesse, e assim foi:
queimaram os navios ali mesmo, assim, não havia mais como voltar...
45
Esse cara estava tão desesperado que acho que qualquer coisa que eu
falasse, ele iria acatar, pois praticamente, ele já não tinha mais nada a
perder.
Talvez, você tenha muito a perder e, por isso, tenha medo de arriscar algo
novo, algo mais ousado. Pode ser que não esteja tão desesperado como
esse vidraceiro estava, apesar disso, se quiser sair da garrafa, não existe
outro jeito. Se der esse passo pode ser que os resultados positivos não
venham com tanta rapidez. Mas o que eu posso garantir é que é possível e
nem é tão difícil vencer a concorrência de outra maneira que não seja
abaixando os preços. E se realmente, quer ver sua vidraçaria prosperar,
cedo ou tarde terá que sair de dentro da garrafa.
Sabe aquela sua ideia que está no caderno faz tempo e que você nunca
teve tempo de colocá-la em prática?
Talvez, seja esse o produto que os seus clientes estão precisando. Apenas
não espere alguém ter a mesma ideia e colocá-la em prática.
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Cedo ou tarde você vai ter que sair daí!
O cenário vidreiro está em plena transição e vou te dar mais 5 motivos para
que, desde já, você possa ir agilizando sua estratégia para explorar novos
produtos.
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2ª DICA: As maiores pistas dessa movimentação do mercado estão
impressas nas revistas e nos informativos voltados ao setor vidreiro. Se der
uma olhada, verá que toda semana uma empresa está abrindo uma nova
linha de produtos, seja de laminação, insulação, impressão digital ou de
curvação, ou de acessórios de Aço inox, alumínio, latão, mesmo na crise!
Sair de dentro da garrafa parece não ser uma opção, e sim, uma
necessidade, pois as próprias beneficiadoras já estão se preparando para
explorar novos produtos para abrirem novos mercados.
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a gama atual, ou ainda inserir vidros onde normalmente se utiliza outros
materiais como é o caso da madeira, ferro, plásticos, alvenaria, etc...
Isso não quer dizer que você não conseguirá trabalhar com esses tipos de
produtos! O fato é que tais produtos já estão com os valores nivelados por
baixo, justamente por serem produtos mais fáceis de serem construídos. O
mercado de box ainda pode ser muito explorado, mas a questão é: “Você
irá investir nos box padrão ou em produtos de maior valor agregado, como:
Box Elegance, Due, Flex, Encanto ou Luna?”
49
Como você quer que sua empresa seja reconhecida, como uma empresa
comum (que oferece o que todo mundo oferece), ou como uma empresa
que é diferente, que se destaque e seja especialista em algo?
O fato é que nas duas opções, os efeitos colaterais são mortais para
aqueles que demoram a se mexer (são os que demoram a aceitar e a
entender a dinâmica do mercado e quando acordam já é tarde).
50
fazer, e mesmo que combinássemos algo para aboli-los, seríamos
processados pela Lei Antitruste.
Para fechar esse assunto, quero terminar usando o mesmo cenário que
iniciei essa conversa.
51
não quiseram enxergar que estava havendo uma grande transformação e
se mantiveram firmes continuando com suas estratégias ultrapassadas.
52
Vai doer um pouco, mas vale muito a
pena!
Respondendo às três perguntas:
Podemos dizer que, de fato, existe uma quadrilha roubando não somente o
seu dinheiro, mas também a sua tranquilidade, liberdade e os seus sonhos.
Se você pensou que o fator concorrência vai estar nesta lista, está muito
enganado, pois como foi dito anteriormente, a concorrência, concorrência
predatória ou qualquer outro tipo de concorrência faz parte de qualquer
mercado.
Listamos 30 vilões que podem estar acabando com o seu Negócio, são
eles:
1 - Falta de dinheiro.
2 - Falta de capacidade para administrar o dinheiro.
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3 - Falta de controle financeiro (fluxo de caixa e capital de giro).
4 - Carga tributária.
5 - Não saber separar contas particulares das contas da empresa.
6 - Burocracia.
7 - Falta de tempo para administrar a empresa.
8 - Falta de planejamento e estratégias.
9 - Não saber se colocar no lugar das pessoas.
10 - Falta de senso de realidade.
11 - Imediatismo.
12 - Comodidade na Zona de Conforto.
13 - Falta de experiência de Mercado.
14 - Falta de Conhecimento.
15 - Falta de Inovação.
16 - Falta de mão de obra qualificada.
17 - Falta de relacionamento com a equipe.
18 - Falta de mão de obra comprometida.
19 - Falta de clientes.
20 - Falta de relacionamento com o cliente.
21 - Clientes insatisfeitos
22 - Clientes não instruídos.
23 - Falta de produtos diferenciados.
24 - Falta de estrutura (ferramentas).
25 - Falta de estrutura (equipamentos).
26 - Falta de estrutura (tecnologia).
27 - Falta de processos.
28 - Falta de auxílio jurídico.
29 - Falta de relacionamento com os fornecedores.
30 - Vendas equivocadas.
Pode ser que, olhando assim “de bate e pronto”, você esteja pensando que
não dá conta de combater todos esses Ladrões. Eu digo de cara, que você
dá conta, sim! Mas antes de continuarmos esse papo, vamos responder à
próxima pergunta!
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Se você leu esse livro desde o começo e chegou até aqui, isso prova que
tem mesmo tudo para VENCER nesse cenário, muitas vezes, hostil. Mas
isso somente vem reforçar que você está antenado, interessado, quer fazer
a coisa certa e basicamente isso já basta. Então, apesar de não lhe
conhecer pessoalmente, eu posso lhe garantir que a chave do seu sucesso
depende somente de você mesmo.
Você viu que, na página anterior, temos uma lista com 30 problemas que
você terá que resolver. Talvez, o seu negócio já esteja bem encaminhado
e muitos desses problemas você já nem tenha mais, ou então, pode ser
que a sua empresa esteja tão desorganizada que você tenha muito mais
do que 30 problemas.
NÃO IMPORTA!
Porque você tem que fazer apenas 3 coisas para resolver todas elas:
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Conhecer o seu Cliente
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C - Terceiro, coloque-se na pele deles (conviva com eles e entenda o
mundo deles), por isso que devemos trabalhar com nichos e não com todo
tipo de cliente, pois seria impossível conviver com todo tipo de cliente.
Quando nós iniciamos o site Setor Vidreiro, nossa meta era de colocá-lo no
ar para um único propósito (conhecer nosso público). Tudo isso que eu
escrevi não são apenas minhas ideias, mas uma soma de tudo o que nós
aprendemos nesses quatro anos nos relacionando com pessoas como
você.
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de trabalhar com arquitetos, mas como, se são eles, os arquitetos e
engenheiros que especificam as janelas, as portas, as fachadas, os vidros
em geral?
Ou seja, depois de escolher um nicho (com que tipo de cliente você quer
trabalhar), você estuda sobre esse público e, naturalmente, descobrirá que
tipo de produtos eles querem e precisam.
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Administrar a sua empresa
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E por que falta tempo? Porque você está trabalhando igual a um louco,
vendendo mais do que consegue produzir ainda mais em tempos de crise!
Onde é comum trabalhar o dobro para ganhar a metade do que ganhava
antes!
Não vou dizer que administrar uma empresa é fácil (eu mesmo já quebrei
uma empresa por não querer administrar). É isso mesmo! Tinha o fato de
eu não saber muito bem como administrar, mas eu também não queria e
deixei na mão de terceiros, porque eu amava o que eu fazia, mas eu não
queria saber da burocracia. O meu produto vendia sozinho, fizemos
propaganda somente no início da empresa, e depois os clientes
começaram a aparecer de todos os lados, e mesmo assim, nós quebramos!
E olha que nós éramos apenas comerciantes (comprava o produto e
revendia do mesmo jeito que havia sido comprado), não fazíamos
instalação e nenhum outro tipo de serviço!
Você é a pessoa que precisa saber para onde quer levar a sua empresa e
não deixar que o vento do mercado te carregue para onde ele quer!
60
gerente e queria bater no chefe de produção. Então, abri minha empresa,
e daí, eu entendi o quanto uma equipe e os clientes são preciosos!
Posso estar parecendo ser inocente e ingênuo, mas não estou, sabe por
quê? O cliente é o motivo da existência de uma empresa. Arquitetos,
engenheiros e decoradores são os profissionais que projetam e especificam
nossos produtos, já nossa equipe é composta daqueles que concretizam
os nossos projetos, e os concorrentes são um termômetro do nosso
mercado, e se prestar atenção, são os que mais nos ensinam sobre nosso
produto.
A ideia de escrever este livro foi justamente para tentar esclarecer que o
problema não é a concorrência, como eu tenho ouvido todos os dias. Na
verdade, o nosso maior concorrente somos nós mesmos. Quantas vezes,
eu já não me boicotei dizendo que eu não sou capaz, que eu não consigo,
ou que a minha ideia não vai dar certo? Por isso, eu te pedi para dizer que:
VOCÊ É A PESSOA QUE A SUA EMPRESA PRECISA! Não adianta ficar
só na janela olhando os concorrentes e não fazer nada de interessante para
se destacar e ser percebido como diferente.
Hoje, eu tenho observado que o mercado está tão igual! Pergunte-se agora!
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O QUE EU TENHO DE DIFERENTE DOS MEUS CONCORRENTES? Se
a resposta for: “Eu tenho um produto que poucos concorrentes trabalham,
e quando os meus clientes vêem o que eu estou oferecendo, eles ficam
felizes e surpreendidos, pois é algo que eles estavam procurando, mas
ninguém tinha apresentado aquela ideia!” Você está no caminho certo!
Você está no caminho comum e não está fazendo o olho do seu cliente
brilhar, com isso, o seu cliente não viu nada de tão interessante e você,
provavelmente, somente vai ganhar a concorrência, se o seu produto
estiver com preço ou condições de pagamento imperdíveis!
Por este motivo, quis te levar bem aos primórdios do mercado vidreiro, para
que conseguisse entender o percurso da história e consiga se preparar e
se antecipar ao que já está acontecendo e o que ainda está para acontecer
em nosso mercado.
Fico triste em saber que muitas ideias estão esquecidas no fundo de tantas
gavetas, ideias que poderiam melhorar a vida de tantas pessoas.
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Desde quando comecei a trabalhar com vidro, apaixonei-me e,
honestamente, até já tentei fazer outras atividades que não estão
relacionadas ao vidro, nem à construção civil e nem à arquitetura, mas
confesso que não consigo, pois tudo que tenho, primeiramente, eu
agradeço a DEUS e depois ao vidro.
Sei também que você depende da sua profissão para viver, realizar seus
sonhos e manter sua família, e por isso, acredito que quando a empresa
não vai bem, todas as nossas estruturas começam a ser abaladas. Não
conseguimos dedicar mais tempo para nossa família, não conseguimos
honrar nossos compromissos financeiros e não conseguimos dormir com
tranquilidade.
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Conceito de Valor x Preço
Quanto custa? (o conceito de valor)
Para você não custará nada, a não ser o seu tempo. Para mim custou mais
de 20 anos de trabalho, errando e aprendendo, evoluindo e regredindo.
Custou muitos fins de semana longe da família, brigas com a minha esposa,
noites de estudo, privação de lazer.
Depende!
Para quem trabalha com cirurgia plástica, talvez, este livro não tenha valor
algum, é lixo! Para quem trabalha com vidro, já há um bom tempo, talvez,
tenha um pequeno valor. Para aqueles que querem melhorar seus ganhos
dentro do Mercado vidreiro, com certeza tem muito valor. Para aqueles que
precisam encontrar uma maneira de fazer com que suas vidraçarias sejam
altamente lucrativas, e ainda assim, ter mais tempo para desfrutar das
coisas boas da vida com a família, esse livro é um tesouro. E por último,
para aqueles que estão começando no mercado e não querem gastar 10
ou 20 anos de suas vidas aprendendo o que estou mostrando aqui, esse
artigo é tudo que eles precisavam.
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No caso do filme, eu tenho certeza de que o que aquele homem tinha no
bolso era suficiente para mantê-lo vivo por 4 anos tranquilamente em
Memphis, nos Estados Unidos. Digo: documentos, nome influente, cartão
de crédito, dinheiro, celular, etc. Mas quando o sobrevivente se vê sozinho
em uma ilha deserta, tudo aquilo perde o valor, aqueles objetos que outrora
eram indispensáveis não podem ajudá-lo a sobreviver na ilha, não servem
para mais nada. E o que passa a ter valor são outras coisas, como: água,
fogo, abrigo, comida, coisas que apesar dele sempre ter facilmente, não
tinha uma percepção da real importância daqueles elementos.
Na vida real, o cliente quer pagar pouco apenas por aquilo que ele
precisa ou valoriza pouco.
Mas se formos avaliar o ser humano, nós sempre queremos pagar mais
barato, não se trata de mesquinharia nem de esperteza, trata-se de instinto
de sobrevivência.
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O fato de termos a certeza que sempre estamos precisando comprar
coisas, nos previne de que não podemos gastar todo o nosso dinheiro por
um único produto ou serviço, e é essa certeza que nos induz a sempre
tentar pagar o mínimo possível por algo.
Para ter sucesso nas negociações como fornecedor é preciso que você
sempre ‘’perca’’ ou seja, o cliente vai sempre ter pagado menos do que o
seu produto realmente vale e, além disso, você precisa fazer com que ele
saiba que ganhou de você. Mas isso não quer dizer que você terá que
abaixar o preço do produto! O que terá que fazer é aumentar o valor do seu
produto! Entendeu?
Para aumentar o valor do produto, você precisa levar o seu cliente para
uma ilha sem água potável e sem fósforo, e daí, quando ele tiver passado
uns dias por lá, ele saberá a importância de uma caixa de fósforos e vai
precisar ou desejar ter uma.
Quando uso a metáfora da ilha, significa que você somente venderá algo
para o seu cliente, se ele sentir que, não comprando o seu produto, ele terá
feito um mau negócio, pois o que você lhe oferecia estava “barato” e era
algo que ele realmente precisava muito. É por isso que existem as
propagandas. Muitas vezes, quando aparece a propaganda de algum
produto na TV, nós nem tínhamos ideia de que aquilo existia. Uma semana
depois, assistindo todos os dias àquela propaganda, nós percebemos que
já não podemos mais viver sem aquilo. Não é mesmo?
66
As pessoas negociam sempre com intenção de ganhar e compram muito
mais quando percebem que se não comprarem podem perder. O medo da
perda é uma arma que nós devemos saber usar. Se depois que tiver
convencido seu cliente de que ele precisa muito daquilo, ele perceber que
pode perder ou deixar de comprar, ele geralmente tomará a decisão da
compra.
Mesmo que o cliente não tenha condições financeiras, ele sempre quer o
melhor, a TV de tela plana, fina e grande, o smartphone, roupas de marca,
carro. Porque ele sabe que sem isso ele está perdendo, ele ficou para trás
e foi privado de certos benefícios.
67
A questão é que ele precisava apenas de um telefone móvel, e se ele
tivesse entrado em uma loja que não vendesse smartphones,
provavelmente, ele teria comprado um aparelho de R$ 199,00, mas como
ele viu a possibilidade de ter algo muito mais completo, ele comprou um de
R$ 1.990,00. Ou seja: o que ele, realmente, precisa custa R$ 199,00, mas
pelos benefícios, ele pagou R$ 1.791,00. Por quê? Porque ele viu as
vantagens, valor e benefícios e não o preço, e identificou que ‘’vale a pena
pagar um pouco mais por algo que vai lhe proporcionar muito mais’’!
Se você for um jovem ou um homem, quanto vale não ter que ouvir sua
mãe ou esposa gritando com você para voltar e secar o banheiro que ficou
todo encharcado? Se você é esposa, o que você faria para não ter que
ficar gritando com seu marido e filhos para secarem o banheiro; o quanto
de estresse seria evitado? Quanto vale poder sentar no vaso sanitário sem
ter que ficar secando a tampa cheia de espuma de barbear que seu marido
espalhou não apenas na tampa, mas por todo seu banheiro ao tomar
banho?
Pense quanto isso vai valorizar o seu banheiro, o que as vizinhas vão falar
quando virem seu box de vidro, seu filhinho faz aquele escândalo para
tomar banho, você pode aplicar um adesivo dos personagens que ele gosta
no vidro para incentivá-lo, e ainda, para tornar o seu vidro mais seguro,
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você também pode instalar em seu box de vidro um porta-toalhas e
‘’domesticar’’ seu marido para que antes de entrar debaixo do chuveiro, ele
se lembre da toalha, e não ter que ficar ouvindo seu marido gritar: “Amor,
traz a toalha para mim!
A técnica do leilão é baseada em: se quer, terá que vencer: ou seja, ali, no
leilão, é a melhor maneira para se medir o quanto uma pessoa realmente
quer aquele produto. Todas as pessoas presentes ali estão interessadas
naqueles produtos, mas somente uma pessoa pode tê-lo, então, a única
maneira de adquirir aquele bem é oferecendo mais dinheiro que os outros
oponentes, e independente do preço pago pelo produto, o produto não
muda, é aquele mesmo e não vem com nenhum benefício a mais por você
ter pago mais caro. Sendo assim, sabemos que em um leilão o que define
o ganhador é a necessidade e o quanto a pessoa está disposta a pagar por
aquilo.
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gradativamente aumentando os benefícios do produto informando o cliente
sobre os benefícios. Lembre-se o produto é o mesmo, o que vai
aumentando é a percepção de valor, é o quanto o cliente consegue
perceber sobre os benefícios daquele produto.
Para que essa técnica funcione, primeiro, o vendedor precisa trabalhar com
produtos que tenham uma grande quantidade de valor (benefícios)
agregado.
Terceiro: ele precisa saber o que faz a cabeça do cliente, qual benefício
está mais alinhado com a realidade e necessidade do cliente?
70
Comprando um McDonald’s, onde tem
um?
Quando eu era adolescente e ganhava uma ‘’merreca’’, ainda sim, eu não
abria mão de, aos sábados à noite, ir com a rapaziada curtir um shopping.
Íamos com o intuito de comer e beber. Raramente, comprávamos alguma
coisa como calçados e roupas, a ideia era ficar sentado na praça de
alimentação curtindo o momento.
O momento do consumo
Eu poderia comer o X-Tudo do trailer da pracinha que, em minha opinião,
além de custar menos da metade, era muito mais gostoso. Mas aí, eu
estaria economizando somente dinheiro e comendo melhor, algo que
71
naquela fase da minha vida não era tão importante assim. Eu precisava de
mais: eu precisava me sentar em uma mesa bem localizada, onde as
gatinhas pudessem me visualizar nitidamente, e também, pudesse
visualizá-las, clima (térmico) legal e confortável, estar reunido com os
amigos, todo mundo cheiroso e bem vestido.
Mas o interessante é que, mesmo depois de ter consumido tudo que era
para consumir, você continua sendo convencido de que valeu a pena, pela
quantidade de coisas que ainda estão sobre a bandeja, caixas, copo,
canudo, tampa, guardanapo, e sem perceber começa a interagir com as
embalagens lendo algo que está escrito, dobrando, desmontando ou
rasgando as caixas vazias, ‘’nossa, é muita embalagem! ‘’
E enquanto estiver ali, tudo aquilo é prova que você está na atividade,
mesmo que já tenha consumido tudo que tinha para consumir, as
embalagens provam que você não é tão pé rapado assim, afinal, você está
na praça de alimentação de um shopping, consumindo no McDonald’s
como eu disse, o que na época era muito importante para mim e para meu
círculo de convivência.
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importante era o que aquele momento representava. Por isso que mesmo
o X-Tudo da pracinha da igreja, custando metade do preço, sendo bem
maior e muito mais gostoso, eu preferia consumir um McDonald’s no
shopping.
Quando você diz para as crianças, sejam seus filhos, sobrinhos ou netos:
‘’Vamos ao McDonald’s’’, que você acha que eles imaginam? O que eles
esperam que aconteça lá, principalmente, se a lanchonete estiver dentro
de um shopping?
Isso é valor! E é isso que nos motiva a pagar conscientemente algo muito
mais caro que o valor real de mercado.
73
disfarçadamente, é de contar a gloriosa história de como surgiu um
determinado produto, mostra toda a infraestrutura da fábrica e em cada
setor da produção aparece um funcionário falando sobre o que é realizado
naquele setor.
74
Mas como eu disse é marketing, não vou dizer que é tudo mentira, mas
com certeza não é tudo perfeito como é mostrado, como tudo no mundo
sempre existem as falhas e erros, mas não tem porque mostrar. A própria
empresa McDonald’s, em seu site, expõe o Além da cozinha, onde mostra
quão perfeitas são as fazendas, de onde adquire seus produtos e afirma
que tudo é feito com muita paixão e amor. A verdade é que todos nós temos
ideias diferentes de valores, porque temos necessidades diferentes!
75
vidros que constituem toda a loja, aliás, a maior parte da loja é formada por
uma belíssima vitrine.
Neste caso, quando o tal benefício não está à altura, os clientes revoltam-
se, frustram-se e exigem mais do que está sendo entregue.
76
perceba e receba os benefícios prometidos. O que não acontece na tal
vidraçaria. Pelo contrário, os clientes sentem-se enganados por
supostamente aquele ambiente ter prometido ou passado a impressão de
que era superior aos demais e não era (propaganda enganosa), o que tinha
de fato era apenas uma capa, um pacote bonito, mas o conteúdo não
justifica o preço. Na verdade, esse estabelecimento entrega menos
benefícios que o prometido, sendo que o segredo é entregar mais
benefícios do que foi prometido.
77
A produção de produtos em uma vidraçaria pode não parecer, mas é muito
complexa, estando dentro de uma vidraçaria, jamais você ouvirá a palavra
monotonia. Pois para cada cliente existe a necessidade de se adequar os
produtos e cada obra, mesmo trabalhando com o mesmo produto sempre
é diferente. No entanto, apesar de cada cliente ser único, existe a
possibilidade de se padronizar e automatizar várias etapas dos processos,
de maneira que os produtos sejam entregues com rapidez e com um padrão
de qualidade excelente.
É claro que pessoas são pessoas e têm suas particularidades, mas como
eu já disse, algumas coisas são fáceis de saber, por exemplo:
78
Não têm boa memória (quando é conveniente).
Têm amigos e fazem parte de redes sociais.
Querem ser bem tratados e dormir tranquilamente com a sensação
de dever cumprido.
‘’Vale mais a pena não dizer muita coisa, e assim, entregar mais do que
prometeu do que prometer muito e entregar menos. ’’
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Cabe a quem pretende vender algo a alguém a missão de encontrar e
entender quais são os elementos de maior valor para aquele cliente em
particular. Muitos querem prioridade no cumprimento de prazos, outros
querem velocidade de produção, outros querem preço, outros prazos,
outros querem agradar a esposa, outros querem agradar aos clientes, aos
chefes, aos sócios, à comunidade, outros querem lucrar em cima da
transação, outros querem estética, exclusividade, funcionalidade, tem
quem queira produtos indestrutíveis e outros querem produtos que não
precisam durar tanto assim.
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a espera olhando o visor, aguardando seu número ser chamado, a
arrumação dos alimentos, a pergunta sobre qual refrigerante vai querer, os
condimentos e temperos que proporcionam personalizar um pouco mais
seu lanche e que pegamos sempre a amais do que realmente precisamos,
os acessórios para proporcionar um consumo mais agradável, canudos,
colheres, tampas, embalagens, guardanapos, a preocupação com a
higiene: Aquele é somente seu! Vem lacrado.
Agora, se você já trabalha com vidro, saberá quanto custa uma placa de
vidro do box mais barato que você vende? R$ 80,00, R$ 90,00 e R$ 100,00
reais! E como ele é entregue para o cliente?
Se você não sabe ou não se lembra, eu vou te dizer, a visão que o cliente
tem quando o material chega a sua casa ou obra é a seguinte: os vidros
amarrados por cordas (geralmente velhas) em um cavalete desbotado e
com as borrachas descolando e caindo e junto com os vidros totalmente
desprotegidos estão cacos de vidro, tubos de silicone vazios, papelão,
isopor, madeira, massa e ferramentas. Isso quando não chega no Rack (no
teto de um carro), carregado de forma totalmente errada.
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Um dia, fui fazer um exame e o médico me perguntou qual era a minha
profissão, e eu disse que era projetista: mas trabalha em uma vidraçaria?
Eu disse: é uma vidraçaria grande, mas é uma vidraçaria! E ele questionou-
me novamente: O que de tão especial tem para fazer em uma vidraçaria
que precisa de um projetista?
82
produtos que ele vendia, a empresa onde até hoje ele trabalha é conhecida
como barateira e se gaba por realizarem em média 60 obras por mês.
Posso dizer que, na região onde ele atua, os construtores já se habituaram
a pechinchar até não sobrar quase nada de margem, para piorar, entre os
anos de 2008 e 2010, empresas da capital paulista começaram a atacar
com mais agressividade o Vale do Paraíba e acirraram ainda mais a disputa
por território, o resultado até hoje está sendo sentido, pois essa empresa
se queimou muito pelo fato de ter que manter um volume alto de vendas e
sua estrutura, principalmente, de mão de obra não dava conta. Atualmente,
eles ainda vendem bastantes vidros no Vale do Paraíba, mas lucro mesmo
não acredito! É claro que de graça não estão trabalhando, mas pelo volume
e o movimento que fazem, acho que não vale a pena!
Como ia dizendo, essa empresa se queimou muito e grande parte dos seus
ex-clientes passaram a espalhar a má fama deles, o que resultou em um
parcial fechamento do mercado para eles na região. Então, para
complementarem a falta de clientes regionais, adotaram a estratégia de
buscar obras mais rentáveis em cidades mais afastadas, onde a
concorrência predatória ainda não chegou com tanta força, mas na
verdade, mesmo as vendas sendo com mais margem a gordura acaba
ficando na estrada devido à logística do processo. É apenas uma questão
de tempo para aparecerem novos concorrentes e tenho certeza que a
estratégia que usarão para concorrerem será abaixando novamente os
preços.
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Você também anda fazendo isso para poder sobreviver no mercado?
Não se desespere, pois sempre existe uma saída e neste próximo tópico
justificarei o que estou dizendo.
Grande parte desses vidraceiros que estava se dando muito bem em meio
à essa crise, deu-se bem porque começou a se especializar em atender a
um público mais restrito, com produtos desconhecidos pela concorrência.
Na época, entre 2008 e 2009, o kit sacada (sistema de envidraçamento de
varandas e sacadas) era uma novidade aqui no Vale do Paraíba, e o M²
chegava a custar mais de R$ 1.000,00 (poucos vidraceiros lucraram muito).
Em 2011, esse mesmo produto custava aproximadamente entre R$ 800,00
e R$ 700,00 (alguns vidraceiros tiveram lucro). Atualmente, com o aumento
84
da disponibilidade de acessórios e mão de obra, hoje, já existem empresas
fornecendo o m² por R$ 380,00 (ainda dá um lucro, mas muito pequeno). E
então, precocemente, o mercado de fechamento de varanda e sacada,
envidraçamento panorâmico, sistema europeu, sistema de envidraçamento
retrátil e outros tantos nomes agregados a esse sistema caminha para a
saturação e um novo mercado está praticamente sem atendimento e com
altíssimos índices de ganho, vou te dar essa dica e acredito que logo de
cara concordará comigo.
http://www.reclameaqui.com.br/busca/?q=sacada
85
http://www.reclameaqui.com.br/busca/?q=envidra%C3%A7amento+de+va
randa
Basta fazer uma pesquisa no reclame aqui que perceberá o mercado que
está se abrindo. Porém, se os profissionais vidreiros não se estruturarem
para atender a este mercado, daqui a pouco, empresas como Doutor
Resolve e similares tomarão conta desse mercado também.
86
profissionais estão entrando no jogo do ‘’Eu faço mais barato”.
Inevitavelmente abdicam-se muito da qualidade, não treinando seus
funcionários, inserindo materiais de menor qualidade em seus produtos e
se distanciando completamente do relacionamento com o seu consumidor,
até mesmo pelo fato de não valer a pena implantar um sistema de
relacionamento e acaba tratando o consumidor como freguês de final de
feira.
87
Meu amigo pegou, então, a caixa do cabo e percebeu que o fabricante do
cabo não era a Ford, e sim, exatamente a mesma fabricante do cabo que
estava no saquinho.
Meu amigo vendedor comprou logicamente o cabo mais barato que vinha
em um saquinho de plástico e saiu se gabando e me ensinou algo que eu
não tinha percebido, ele me disse: Vai ao hipermercado Carrefour e pega
um sorvete, uma bolacha ou qualquer outro produto que esteja com a
marca Carrefour e olhe o nome dos fabricantes, provavelmente, é de um
fabricante conhecido que vende o mesmo produto no próprio Carrefour por
um preço muito maior. Eu comprovei isso alguns dias depois, o Carrefour
não tem fábrica de sorvetes e se ele tem um sorvete com sua própria marca
é porque outra empresa está produzindo sorvete para ele.
88
Você pode estar se perguntando: Mas o que tem a ver a história do cabo
do acelerador da Bosch ou das lojas de roupas? E eu te falo que tem tudo
a ver, pois uma marca forte também sabe que, em muitos casos, é preciso
vender produtos mais baratos, mas jamais eles vão optar em abaixar o
preço dos seus produtos e desvalorizar a marca. Eles usam outras
estratégias como criar novas marcas ou novos produtos, mas deixando
claro as notáveis diferenças entre cada produto ou marca.
89
Percebeu a relação entre valor? Esses clientes não compravam todos os
vidros da empresa que eu trabalhava (que era mais barato) pelo fato da
qualidade questionável quando o assunto era decoração, e também, não
compravam todos os vidros com a outra empresa (que era mais minuciosa),
pelo fato de todos os produtos fornecidos por eles terem o mesmo padrão
de qualidade, e por isso, mais caros. Mas a verdade é que em termos de
produtos comuns o pessoal da nossa empresa era muito mais competente
que eles, porque era a “praia” que eles estavam acostumados a trabalhar,
e mesmo assim, também esse tipo de produto comum mesmo sendo
inferior aos nossos eram mais caros.
Mas que fique bem claro isso: eles conseguiam fazer esse tipo de
abordagem apenas pelo fato de terem construído uma excelente reputação
e continuarem mantendo a qualidade dos serviços e produtos ao longo dos
anos.
Na verdade eles nem eram tão bons assim, mas era uma questão de
postura de toda a empresa, na maneira de se vestir, de tratar os materiais,
de falar, de se portar, etc...
Isso reforça a tese de que existe mercado para todos os tipos de produtos
e o cliente sempre vai optar pelo melhor negócio, mesmo que o melhor
negócio implique pagar mais caro por um produto.
90
A verdade é que a maioria das empresas, em que trabalhei como
empregado ou como consultor, percebi que os empresários têm uma visão
equivocada sobre sua empresa e seus produtos justamente por não
assimilarem as opiniões dos clientes, por não terem um sistema de
avaliação, com isso, não ouvem seus clientes e transferem a culpa para o
cliente chato e exigente ou para o concorrente desleal. E nesse caso,
sobram apenas duas alternativas: conviver com a insatisfação e prejuízos
constantes ou optar por fornecer o que é mais simples e comum.
Por mais incrível que pareça, eles aumentam o valor dos seus produtos e
direcionam suas ações aos os consumidores que estão dispostos a pagar
mais por aquilo, ou seja, seus verdadeiros clientes (as crianças).
Quem tem filho pequeno sabe que, quando entramos em uma loja de
brinquedos, encontramos opções de brinquedos bem mais baratos e muito
melhores do que aqueles que nossas crianças nos pedem! Mas qual é o
pai que arrisca levar o mais eficiente e explicar isso ao filho depois? Mesmo
com dor no bolso, se tivermos condição, vamos levar o que eles pediram,
porque eles não querem saber do preço ou de eficiência, eles querem o
personagem do desenho da TV e pronto!
91
Se você conhece um pouco de história, saberá que a concorrência é o que
motiva a abertura de novos mercados e gera novas oportunidades,
inclusive, quando o concorrente é inovador e produz produtos
revolucionários, automaticamente, obriga todos os seus concorrentes a
inovarem e lançarem melhores produtos também. Quem ganha com isso é
o mercado e os consumidores, pois terão sempre produtos melhores e
muitas opções, no entanto, se os concorrentes adotam apenas a estratégia
do preço mais baixo, acabam estragando o mercado e incentivando os
consumidores a serem cada vez mais mesquinhos.
Se você parar para pensar, verá que as marcas que funcionam como grife
não usam a técnica do melhor preço, e sim, a técnica da abundância de
benefícios e não pense que isso se aplica somente ao mercado de luxo.
Aplica-se a qualquer tipo de mercado, seja de bolsas a computadores.
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No caso do McDonald’s, repare que eles não somente premiam as crianças
com os brinquedos, mas transformam todo o ambiente agradável para
aquele público.
Para mim, que não bebo bebida alcoólica e não entendo de cachaça ou
pinga, é tudo pinga, mas é lógico que não é!
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brinquedos aos lanches, vamos falar sobre essa estratégia que segue um
rumo contrário do que vimos, agora pelo fato de que se a abertura de novos
mercados representa uma ótima saída para dar um pontapé nos
concorrentes, potencializar os produtos base, ou seja: os produtos que você
já vende em sua vidraçaria, significa explorar ao máximo e multiplicar a
venda desses produtos tradicionais por meio de técnicas muito simples de
serem praticadas. Veja a seguir.
Potencializando produtos
Basicamente toda a segunda parte desse livro está relacionado a
potencializar seu produto ou sua empresa, mas separei alguns tópicos para
que você possa entender melhor sobre como vencer a concorrência,
potencializando os produtos que você já fornece em sua vidraçaria.
A empresa que eu trabalhei era (na verdade, ainda é) considerada uma das
maiores vidraçarias da região e era detentora de uma grande fatia do
mercado regional de fornecimento de sistemas envidraçados para
consumidor final, basicamente, uma megavidraçaria! Os principais
representantes comerciais da empresa eram 2: um era de meia idade, com
boa experiência dentro do mercado vidreiro, sua característica principal era
que gostava de investir em obras mais promissoras, era tranquilo e tinha
horror à tecnologia, não corria muito atrás de novas obras, pois tinha uma
carteira razoável de clientes que compravam regularmente ou indicavam
outros clientes.
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Já o segundo representante, era um jovem com idade entre 23 a 26 anos
extremante ambicioso, já era de uma geração mais propenso à tecnologia
e sua característica principal era a agressividade que ele tinha para vender.
Este jovem vendedor despertava o ódio dos concorrentes, pois ele não
desistia de vender para um cliente mesmo que o cliente dissesse para ele
que a obra já estava fechada, ele era conhecido por fazer vários clientes
cancelarem suas compras com outras empresas e comprarem com ele,
‘’então, quando digo ódio não é no sentido figurado da palavra’’.
O mais interessante desse fato que estou contando é que mesmo sem ver
o nome do vendedor no pedido, após dar uma rápida olhada nos detalhes
da venda, já era possível identificar quem tinha executado aquela venda,
pois se tratavam de estilos muito diferentes.
Além dessas diferenças básicas, existia uma diferença muito peculiar que
era na cor dos acessórios e do próprio vidro temperado que esses
vendedores costumavam vender. O vendedor de meia idade trabalhava
basicamente com os perfis de alumínio com cor natural fosco e as ferragens
de latão cromadas e vidro verde, e o jovem vendedor trabalhava com todos
os acessórios brancos e vidro incolor.
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Ou seja, o vendedor tradicional conseguia, mesmo assim, convencer
grande parte dos seus clientes a aderirem a algo que ele achava ser mais
conveniente. É claro que tinham casos em que não era possível influenciar
na decisão por motivos de força maior, mas sempre que o cliente não sabia
ao certo qual a cor de acessórios ou vidros escolher, ele os convencia a
optarem pelos perfis natural fosco e ferragens cromadas e o vidro verde
que na verdade era uma preferência particular dele.
O que estou querendo dizer é que não exploramos na totalidade tudo que
temos para explorar, tanto nas fábricas ou em nossas vidraçarias. E
podemos usar vários argumentos, como: o produto não tem a aceitação do
mercado, o clima do Brasil é diferente, as fábricas brasileiras não produzem
esse tipo de material, etc. Mas te garanto que todos esses argumentos são
fracos, pois a verdade é que se você consegue ter altas receitas vendendo
três ou quatro produtos, por que oferecer 93 e dificultar todo o processo de
fabricação e distribuição? Além de ter que investir em novas linhas de
produção ou estruturas de importação desses produtos, não é mesmo?
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Não é de hoje que estou vendo que algumas empresas perceberam isso e
estão oferecendo velhos produtos como uma solução nova e lucrando
muito, já que, em primeiro lugar, estão oferecendo um produto que poucos
ou ninguém está oferecendo. E segundo, estão explorando ao máximo
aquele produto, estão espremendo todo o suco, tudo que aquele produto
pode dar. E apesar de não terem inventado nenhum vidro novo (pois
poucas indústrias no mundo produzem vidro), estão reconfigurando esses
velhos produtos, agregando novas embalagens, novas aplicações, novas
formas de comercialização, dando nomes próprios aos sistemas para
parecer que é algo exclusivo da determinada empresa. Ou seja, estão
aproveitando tudo o que aquele produto pode dar, pois testam um único
produto a tal ponto que, muitas vezes, sabem mais sobre ele que os
próprios fabricantes, e isso significa que são especialistas no que fazem. E
melhor: apesar de seus catálogos estarem recheados de soluções para o
mercado, com muitas opções, trabalham com três ou quatro tipos de vidro.
Agora, vamos fazer de conta que você foi proibido de comercializar todo
tipo de vidro com exceção de um, o espelho. Se você somente pudesse
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comercializar espelhos, eu te garanto que você encontraria outras maneiras
de oferecer seus espelhos, muito diferente do que você oferece hoje.
Entendeu? A maioria dos profissionais não está espremendo todo o suco
de seus produtos e como já de costume no Brasil, continuamos a consumir
uma pequena parcela dos produtos e jogando a maioria fora, não é assim
que fazemos com nossos legumes e hortaliças?
Repare o quanto de alimento que vai para o lixo que poderia ser
aproveitado, como: cascas, raízes, folhas, etc.
http://www.setorvidreiro.com.br/o-que-procura/24/
Crie catálogos com suas várias possibilidades, crie nomes específicos para
cada uma dessas configurações diferentes.
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usar espelhos em sua casa para correções e curas necessárias nos
ambientes. Percebeu? A matéria-prima é a mesma, o espelho, mas as
necessidades são diferentes, o tipo de cliente é diferente. E mesmo que
seja o mesmo cliente para cada situação o mesmo espelho (o mesmo
produto) se adéqua à necessidade específica do momento, e assim como
sua abordagem, pacote, argumento e linguagem devem se adaptar ao tipo
específico da necessidade.
Como a energia Chi está circulando em sua casa? Seus espelhos estão
posicionados corretamente? A imagem da sua casa está positiva ou
negativa? Você sabia que pode multiplicar a imagem positiva da sua casa?
Neste caso, essas perguntas podem não estar fazendo nenhum sentido
para quem não é adepto ao Feng Shui, mas para quem é adepto, isso faz
todo o sentido, pois os adeptos conhecem a pertinência das perguntas e
sabem que para todas as respostas, depende muito da existência de
espelhos no ambiente e de como os espelhos estão posicionados. Na
verdade, a pessoa não está querendo comprar um espelho, e sim, que a
energia Chi circule por toda a casa ou que a imagem da casa fique positiva,
e que além de disso, a imagem que já era boa seja dobrada.
Ou melhor: esse tipo de cliente vai comprar o seu espelho, desde que você
direcione os argumentos certos para ele, e argumentos que eu digo não
são somente palavras, mas tudo que engloba aquela realidade, como a
abordagem, o pacote, o nome do espelho, beneficiamentos condizentes
com o pensamento Feng Shui, etc.
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Agora, para esclarecer mais um pouco, imagine que além de poder vender
apenas espelhos você pudesse vender espelhos somente para os adeptos
ao Feng Shui. O que você faria?
Quais seriam as mensagens que você anexaria ao seu site, ao seu carro e
ao seu catálogo de produtos?
Que tipo de mensagens você mandaria para um cliente, sabendo que hoje
é aniversário dele no facebook?
Se você não entende nada sobre Feng Shui, eu presumo que estudaria
sobre esse público para poder se adaptar e conseguir dialogar e adequar
seus espelhos, ou estou errado?
Eu não te conheço pessoalmente, mas sei que assim que foi interagindo
com esse conteúdo e lendo as perguntas, já foi pensando no que poderia
fazer ou até mesmo digitou no Google para saber o que é Feng Shui.
Com toda certeza, você estudaria sobre o tema Feng Shui, e depois de
algum tempo aprendendo mais sobre esse universo, com certeza,
100
começaria a desenvolver novos produtos (beneficiamentos de espelhos)
para esse público especificamente.
Aí, você pode estar achando que eu sou louco, pelo fato de que, se for levar
em conta todos os possíveis públicos, terá uma linha de produtos infinita.
Bingo!
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o quão rico é o produto que trabalha atualmente, e com isso, terá mais
argumento para vender sempre mais 1 metro de espelho ou de qualquer
outro vidro comercializado em sua vidraçaria. A intenção não é que você
monte catálogos específicos para cada tipo de público (se bem que não
seria uma má ideia), mas que consiga entender que sabendo das
possibilidades conseguirá vender muito mais do mesmo produto ou da
mesma matéria-prima e para o mesmo cliente.
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possível e sabe que para fazer essa escolha terá que verificar todos esses
itens para tomar a melhor decisão.
Há algum tempo, eu fui atender a uma amiga do meu ex-patrão que estava
precisando de box e espelhos. Depois de ter conferido a medida de dois
banheiros fui até a suíte do filho mais novo e comecei a perceber que as
paredes do quarto eram todas rabiscadas, tinha todo o tipo de rabisco com
caneta, canetinha, tinta guache e até carvão. O garotinho era um artista.
Então, eu comecei a puxar assunto com ela a respeito dos rabiscos e ela
acabou me dizendo que não se incomodava com os riscos no quarto do
garoto, mas se incomodava muito com os riscos no corredor da casa,
segundo ela os únicos lugares que ele gostava de rabiscar era seu quarto
e as paredes do corredor. Então, acendeu uma luz em minha cabeça! Mas
eu não revelei de bate e pronto minha ideia e fui dando algumas sugestões
como: a senhora já usou aquela tinta que pode ser lavada? Eu já pensei
nisso! E que tal revestir a parede de vidro? Assim a senhora pode mantê-
la limpa sempre que ele rabiscar, além da beleza incomparável do vidro e
fui argumentando. Resumindo, vendemos vidro serigrafado bege nas duas
paredes do corredor e mandei serigrafar uma sobra de vidro, e dei de brinde
para que ela usasse como porta-recado em sua cozinha. E não parou por
aí! Depois de alguns meses, essa mesma senhora influenciou sua amiga
que tinha uma escola a trocar todas as lousas por placas de vidro
serigrafado branco e adivinha quem ela chamou para realizar o serviço?
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Estar atento ao seu produto e à realidade do cliente é o ideal para ajudá-lo
a encontrar uma solução da qual o seu produto seja o protagonista.
É lógico que seria um exagero falar que um espelho pode resolver todos os
problemas de uma pessoa, mas o que quero dizer é que, assim que
aparecer a menor das oportunidades, ofereça o seu produto como solução
para os problemas dele, mas a regra principal é: jamais prometa algo que
o seu produto não faz!
Se está feliz porque tirou um peso das costas, nada melhor que um espelho
para te ajudar a se produzir e sair à procura da outra metade, produzir
autorretratos, etc.
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Se está clara compre um espelho, porque assim aproveitará mais ainda a
luz natural ou artificial e poderá, inclusive, apagar algumas lâmpadas
elétricas, já que o espelho posicionado corretamente multiplicará a
expansão da luz existente, proporcionando economia de energia.
Se a casa está bonita compre um espelho, porque tudo que é bonito merece
ser visto mais vezes e por diversos ângulos.
Se o time dele (a) perdeu compre um espelho, pois pode ser que energias
negativas possam estar sobre o time e somente com a ajuda de um espelho
aplicado ao pensamento Feng Shui pode resolver esse problema e trazer
energias positivas para o ambiente de trabalho do seu time.
Isso pode parecer bobeira, mas, em muitos casos, faz todo o sentido tentar
fazer esse exercício de ver nossos produtos como solução e não como um
pedaço de vidro.
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Imagine que você está em uma selva deserta, está sozinho e a única coisa
que encontrou foi um cortador de vidros e 500 chapas de variados tipos de
vidro. Assim como a moça das bananas, garanto que você encontraria mil
e uma possibilidades de usar aquelas chapas de vidro.
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parte do vidraceiro, e facilitando até mesmo na hora de fazer as contas.
Isso decorre do fato de que, antes para se calcular o custo de uma porta,
era preciso calcular entre sete itens diferentes, e hoje, com os kits, basta
calcular o custo do kit (que já tem todas as ferragens necessárias para a
montagem da porta com exceção do puxador e do vidro).
Desde o início dos anos 60, a Blindex, por exemplo, tinha seu departamento
de ferragens (fabricando a linha 1000). Tudo bem que, no início do vidro
temperado aqui no Brasil, era óbvio que não existisse muita demanda e
incentivo para o investimento em novas linhas de ferragens ou ao menos
para se investir em design mais moderno. Tanto que somente em 1974,
depois de quase quinze anos, a Blindex desenvolveu a linha 2000, que era
menor e tinha a fixação por parafuso Philips. Depois, demorou mais de vinte
anos, após o lançamento da linha 2000, para lançar a linha 3000, em 1995,
que é, dessa forma, até hoje a principal linha de ferragens para vidros
temperados, junto da linha Santa Marina que nunca evoluiu.
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Na verdade, já existiam também outras ferragens como as linhas da Dorma,
mas que eram os extremos: ou se usavam as tradicionais ferragens Santa
Marina e Blindex ou partia-se para a linha da Dorma, que tinha preços muito
superiores aos dessas duas pioneiras.
Como disse, naquela época dos anos 60, não havia demanda, mas já nos
tempos atuais existe muita demanda e pouco foi feito. No entanto,
empresas como Elber (constituída na década de 80 com suas inovadoras
ferragens extrudadas e injeção de alumínio), GlassVetro (em meados de
1998, que começou a importar as novidades de fora do Brasil), Pacre (ano
2000), iniciaram mudanças relevantes no mercado. Entretanto, foi somente
em 2001 que se iniciou a verdadeira revolução com a então chamada AL
Puxadores, que com extrema coragem lançou a sua linha de ferragens com
tecnologia diferenciada de polímero metalizado, quebrando um paradigma
de mais de 50 anos de resistência do mercado vidreiro.
Posso dizer que isso foi o grande divisor de águas, e podem acreditar que
hoje muitos pioneiros estão seguindo os passos das jovens e bem-
sucedidas empresas inovadoras. Além do que parece que a soma desses
eventos despertou o interesse pelo design em empresas como Design
Ferragens, Belcon e Safira, e a própria Elber com a sua Linha injetada as
quais começaram a criar ferragens com design muito interessante e
contemporâneo.
Se você já trabalha com vidro, sabe do que eu estou dizendo. Se ainda não
trabalha, peço que acompanhe essas empresas e saberá o que significa na
prática potencializar um produto.
Com exceção da GlassVetro que tem uma linha grande de produtos, sendo
a maioria dos produtos de origem estrangeira, essas outras empresas
citadas não precisaram desenvolver uma linha grande de produtos pelo fato
de explorarem ao máximo seus poucos produtos. Em um mercado tão
carente de inovações.
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Quem se arrisca e se especializa no produto certo se torna Rei!
E você, sabe tudo sobre os produtos que vende, ou será que está extraindo
apenas uma pequena parte do produto e jogando dinheiro fora?
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Quarto fato é que a empresa se torna especialista e referência no produto
que se dispôs a trabalhar.
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Sobre o autor
Gabriel Batista é sócio fundador do Portal
Setor Vidreiro.
Contato: gabriel@setorvidreiro.com.br
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Sobre o site Setor
Vidreiro
Após um desentendimento com um
vidraceiro considerado mau pagador,
Gabriel Batista que, na época, era representante comercial, percebeu que
o vidraceiro não pagava a empresa que representava por não conseguir
concluir sua obra devido à falta de conhecimentos básicos.
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Angola, Portugal, Argentina, Moçambique, China e Estados Unidos. O site
acabou se transformando em um grande laboratório de pesquisa e
compartilhamento de ideias e conceitos. O site Setor Vidreiro extrapolou as
expectativas, pois na intenção de auxiliar alguns amigos, acabou
compartilhando suas matérias gratuitamente com mais de 100 mil pessoas
em menos de 2 anos de existência e o sucesso não para, mas agora o
Setor vidreiro já não apenas um portal.
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