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Índice

Assembleia Legislativa - TO
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO TOCANTINS

ASSISTENTE LEGISLATIVO
Assistência Administrativa
EDITAL DE ABERTURA N. 001 DE 18 DE OUTUBRO DE 2016

ARTIGO DO WILLIAM DOUGLAS

LÍNGUA PORTUGUESA

Leitura e interpretação de texto...........................................................................................................................................01


Nova Ortografia da Língua Portuguesa..............................................................................................................................08
Divisão silábica......................................................................................................................................................................16
Acentuação gráfica. Sinais gráficos.....................................................................................................................................18
Pontuação...............................................................................................................................................................................20
Coletivos. Aumentativos e diminutivos. Graus do substantivo e do adjetivo..................................................................23
Palavras sinônimas, antônimas, parônimas e homônimas................................................................................................30
Emprego de algumas palavras (porque / por que / porquê / por quê - senão / se não – há / a – mau / mal – afim / a
fim).................................................................................................................................................................................................32
Classificação das palavras – substantivo, artigo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, contração,
conjunção e interjeição. Pronomes pessoais, demonstrativos e possessivos...........................................................................33
Estrutura das palavras – elementos mórficos. Processo de formação das palavras. Locuções.....................................52
Frase, oração e período.........................................................................................................................................................57
Vozes do verbo: Voz ativa, passiva e reflexiva....................................................................................................................73
Termos da oração. Termos essenciais da oração: Sujeito e predicado. Termos acessórios da oração. Vocativo. Período
composto – Coordenação, subordinação, orações reduzidas, orações intercaladas ou interferentes..................................74
Regência verbal e nominal...................................................................................................................................................74
Sintaxe de concordância.......................................................................................................................................................79
Sintaxe de regência................................................................................................................................................................91
Sintaxe de colocação..............................................................................................................................................................91
Emprego de algumas classes de palavras............................................................................................................................95
Fonema. Sílaba......................................................................................................................................................................95
Acento tônico.........................................................................................................................................................................97

Didatismo e Conhecimento
Índice
Crase.......................................................................................................................................................................................97
Encontro vocálico Encontro consonantal..........................................................................................................................101
O significado das palavras. Denotação e conotação........................................................................................................101
Figuras de linguagem..........................................................................................................................................................101
Vícios de linguagem............................................................................................................................................................105
Funções da linguagem.........................................................................................................................................................107

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Estado de Tocantins - Resolução nº 201, de 18/9/1997: TÍTULO
I: Dos Órgãos da Assembleia: CAPÍTULO I Da Mesa Diretora; SEÇÃO I Disposições;.......................................... 01
SEÇÃO II Da Comissão Executiva;........................................................................................................................ 01
SEÇÃO III Da Presidência;.................................................................................................................................... 02
SEÇÃO IV Dos Vice-Presidentes; .......................................................................................................................... 03
SEÇÃO V Dos Secretários;...................................................................................................................................... 03
CAPÍTULO II Das Comissões: SEÇÃO I Das Disposições;.................................................................................. 04
SEÇÃO II Das Comissões Permanentes; SUBSEÇÃO I Da Composição e Instalação;....................................... 05
SUBSEÇÃO II Das Comissões Permanentes e suas Competências;...................................................................... 07
SEÇÃO III Das Comissões Temporárias: SUBSEÇÃO I Das Disposições Gerais;.............................................. 08
SUBSEÇÃO II Das Comissões Especiais;............................................................................................................... 08
SUBSEÇÃO III Das Comissões Parlamentares de Inquérito;............................................................................... 09
SUBSEÇÃO IV Da Comissão de Representação;................................................................................................... 09
SEÇÃO IV Da Presidência das Comissões;............................................................................................................ 10
SEÇÃO V Dos Impedimentos e Ausências;............................................................................................................ 10
SEÇÃO VI Das Vagas;............................................................................................................................................. 11
SEÇÃO VII Das Reuniões;...................................................................................................................................... 11
SEÇÃO VIII Dos Trabalhos; SUBSEÇÃO I Da Ordem dos Trabalhos;............................................................... 12
SUBSEÇÃO II Dos Prazos;..................................................................................................................................... 12
SEÇÃO IX Da Admissibilidade e da Apreciação das Matérias pelas Comissões.................................................. 12
TÍTULO III: Das Sessões Plenárias: CAPÍTULO I Das Disposições Gerais;...................................................... 13
CAPÍTULO II Das Sessões Públicas; SEÇÃO I Das Disposições Gerais;............................................................. 15
SEÇÃO II Do Pequeno Expediente;........................................................................................................................ 15
SEÇÃO III Do Grande Expediente;........................................................................................................................ 15
CAPÍTULO III Das Sessões Secretas;.................................................................................................................... 16
CAPÍTULO IV Da Questão de Ordem, da Ata e do Diário da Assembleia; SEÇÃO I Da Questão de Ordem;
SEÇÃO II Das Atas; SEÇÃO III Do Diário da Assembleia. ....................................................................................... 16
TÍTULO IV: Das Proposições: CAPÍTULO I Disposições Gerais; CAPÍTULO II Dos Projetos; CAPITULO
III Dos Requerimentos; SEÇÃO I Disposições Gerais; SEÇÃO II Requerimentos Sujeitos a Despacho Apenas do;
SEÇÃO III Requerimentos Sujeitos à Deliberação do Plenário; CAPÍTULO IV Das Emendas. ............................. 17
TÍTULO VI Das Matérias Sujeitas a Disposições Especiais:: CAPÍTULO I Da Proposta de Emenda à
Constituição do Estado; CAPÍTULO II Dos Projetos de Iniciativa do Governador do Estado com Solicitação de
Urgência; CAPÍTULO III Das Matérias de Natureza Periódica; SEÇÃO I Dos Projetos de fixação da remuneração
dos Deputados, do Governador, e do Vice-Governador; SEÇÃO II Da Prestação e Tomada de Contas; SEÇÃO
III Do Plano Plurianual, Diretrizes Orçamentárias e Orçamento Anual; SEÇÃO IV Do Veto; CAPÍTULO IV Das
Leis Delegadas; CAPÍTULO V Das Medidas Provisórias; CAPÍTULO VI Das Nomeações Sujeitas à Aprovação da
Assembleia; CAPÍTULO VII Da Divisão Territorial; CAPÍTULO VIII Do Regimento Interno............................... 20
TÍTULO VIII: Dos Deputados: CAPÍTULO I Do Exercício do Mandato; CAPÍTULO II Da Licença CAPÍTULO
III Da Vacância; CAPÍTULO IV Da Convocação de Suplente; CAPÍTULO V Do Decoro Parlamentar; CAPÍTULO
VI Da Licença para Instauração de Processo Criminal contra Deputado.................................................................. 24
TÍTULO IX: Da participação da Sociedade: CAPÍTULO I Da Iniciativa Popular de Lei; CAPITULO II Das
Petições e Representações e das Outras Formas de Participação; CAPÍTULO III Da Audiência Pública............... 27

Didatismo e Conhecimento
Índice
Funções (planejamento, organização, direção e controle)..................................................................................... 28
Produtividade, eficiência, eficácia e efetividade..................................................................................................... 29
Planejamento estratégico, tático e operacional. Características, técnicas, ferramentas...................................... 30
Relação organização – ambiente............................................................................................................................. 31
Estruturas organizacionais e organogramas: características, tipos, vantagens e desvantagens.......................... 31
Liderança: tipos de abordagens. Poder e influência. Comunicação...................................................................... 32
Habilidades interpessoais........................................................................................................................................ 33
Trabalho em equipe................................................................................................................................................. 38
Controle. Importância e fundamentos. Processo de controle. Instrumentos e ferramentas de controle do
desempenho da organização.......................................................................................................................................... 40
Temas contemporâneos da Administração............................................................................................................. 41
Qualidade Total, Reengenharia. Downsizing.......................................................................................................... 42
Gestão do Conhecimento......................................................................................................................................... 46
Gestão de documentos. O ciclo vital dos documentos: arquivos correntes, intermediários e permanentes. Métodos
de classificação dos documentos. Preservação de documentos..................................................................................... 47

Didatismo e Conhecimento
SAC

Atenção
SAC
Dúvidas de Matéria
A NOVA APOSTILA oferece aos candidatos um serviço diferenciado - SAC (Serviço de Apoio ao Candidato).
O SAC possui o objetivo de auxiliar os candidatos que possuem dúvidas relacionadas ao conteúdo do edital.
O candidato que desejar fazer uso do serviço deverá enviar sua dúvida somente através do e-mail: professores@
novaconcursos.com.br.
Todas as dúvidas serão respondidas pela equipe de professores da Editora Nova, conforme a especialidade da
matéria em questão.
Para melhor funcionamento do serviço, solicitamos a especificação da apostila (apostila/concurso/cargo/Estado/
matéria/página). Por exemplo: Apostila Professor do Estado de São Paulo / Comum à todos os cargos - Disciplina:.
Português - paginas 82,86,90.
Havendo dúvidas em diversas matérias, deverá ser encaminhado um e-mail para cada especialidade, podendo
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Didatismo e Conhecimento
Artigo
O conteúdo do artigo abaixo é de responsabilidade do autor William Douglas, autorizado gentilmente e sem cláusula
de exclusividade, para uso do Grupo Nova.
O conteúdo das demais informações desta apostila é de total responsabilidade da equipe do Grupo Nova.

A ETERNA COMPETIÇÃO ENTRE O LAZER E O ESTUDO

Por William Douglas, professor, escritor e juiz federal.

Todo mundo já se pegou estudando sem a menor concentração, pensando nos momentos de lazer, como também já deixou de
aproveitar as horas de descanso por causa de um sentimento de culpa ou mesmo remorso, porque deveria estar estudando.
Fazer uma coisa e pensar em outra causa desconcentração, estresse e perda de rendimento no estudo ou trabalho. Além da
perda de prazer nas horas de descanso.
Em diversas pesquisas que realizei durante palestras e seminários pelo país, constatei que os três problemas mais comuns de
quem quer vencer na vida são:
• medo do insucesso (gerando ansiedade, insegurança),
• falta de tempo e
• “competição” entre o estudo ou trabalho e o lazer.

E então, você já teve estes problemas?


Todo mundo sabe que para vencer e estar preparado para o dia-a-dia é preciso muito conhecimento, estudo e dedicação, mas
como conciliar o tempo com as preciosas horas de lazer ou descanso?
Este e outros problemas atormentavam-me quando era estudante de Direito e depois, quando passei à preparação para concursos
públicos. Não é à toa que fui reprovado em 5 concursos diferentes!
Outros problemas? Falta de dinheiro, dificuldade dos concursos (que pagam salários de até R$ 6.000,00/mês, com status e
estabilidade, gerando enorme concorrência), problemas de cobrança dos familiares, memória, concentração etc.
Contudo, depois de aprender a estudar, acabei sendo 1º colocado em outros 7 concursos, entre os quais os de Juiz de Direito,
Defensor Público e Delegado de Polícia. Isso prova que passar em concurso não é impossível e que quem é reprovado pode “dar a
volta por cima”.
É possível, com organização, disciplina e força de vontade, conciliar um estudo eficiente com uma vida onde haja espaço para
lazer, diversão e pouco ou nenhum estresse. A qualidade de vida associada às técnicas de estudo são muito mais produtivas do que a
tradicional imagem da pessoa trancafiada, estudando 14 horas por dia.
O sucesso no estudo e em provas (escritas, concursos, entrevistas etc.) depende basicamente de três aspectos, em geral,
desprezados por quem está querendo passar numa prova ou conseguir um emprego:
1º) clara definição dos objetivos e técnicas de planejamento e organização;
2º) técnicas para aumentar o rendimento do estudo, do cérebro e da memória;
3º) técnicas específicas sobre como fazer provas e entrevistas, abordando dicas e macetes que a experiência fornece, mas que
podem ser aprendidos.
O conjunto destas técnicas resulta em um aprendizado melhor e em mais sucesso nas provas escritas e orais (inclusive entrevistas).
Aos poucos, pretendemos ir abordando estes assuntos, mas já podemos anotar aqui alguns cuidados e providências que irão
aumentar seu desempenho.
Para melhorar a “briga” entre estudo e lazer, sugiro que você aprenda a administrar seu tempo. Para isto, como já disse, basta
um pouco de disciplina e organização.
O primeiro passo é fazer o tradicional quadro horário, colocando nele todas as tarefas a serem realizadas. Ao invés de servir
como uma “prisão”, este procedimento facilitará as coisas para você. Pra começar, porque vai levá-lo a escolher as coisas que não são
imediatas e a estabelecer suas prioridades. Experimente. Em pouco tempo, você vai ver que isto funciona.
Também é recomendável que você separe tempo suficiente para dormir, fazer algum exercício físico e dar atenção à família ou
ao namoro. Sem isso, o estresse será uma mera questão de tempo. Por incrível que pareça, o fato é que com uma vida equilibrada o
seu rendimento final no estudo aumenta.
Outra dica simples é a seguinte: depois de escolher quantas horas você vai gastar com cada tarefa ou atividade, evite pensar em
uma enquanto está realizando a outra. Quando o cérebro mandar “mensagens” sobre outras tarefas, é só lembrar que cada uma tem
seu tempo definido. Isto aumentará a concentração no estudo, o rendimento e o prazer e relaxamento das horas de lazer.
Aprender a separar o tempo é um excelente meio de diminuir o estresse e aumentar o rendimento, não só no estudo, como em
tudo que fazemos.

*William Douglas é juiz federal, professor universitário, palestrante e autor de mais de 30 obras, dentre elas o best-seller
“Como passar em provas e concursos” . Passou em 9 concursos, sendo 5 em 1º Lugar
www.williamdouglas.com.br
Conteúdo cedido gratuitamente, pelo autor, com finalidade de auxiliar os candidatos.

Didatismo e Conhecimento
LÍNGUA PORTUGUESA
LÍNGUA PORTUGUESA
Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a:
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
Identificar - reconhecer os elementos fundamentais de uma
argumentação, de um processo, de uma época (neste caso, pro-
curam-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo).
A literatura é a arte de recriar através da língua escrita. Sendo
assim, temos vários tipos de gêneros textuais, formas de escrita; Comparar - descobrir as relações de semelhança ou de dife-
mas a grande dificuldade encontrada pelas pessoas é a interpretação renças entre as situações do texto.
de textos. Muitos dizem que não sabem interpretar, ou que é muito
difícil. Se você tem pouca leitura, consequentemente terá pouca ar- Comentar - relacionar o conteúdo apresentado com uma rea-
gumentação, pouca visão, pouco ponto de vista e um grande medo lidade, opinando a respeito.
de interpretar. A interpretação é o alargamento dos horizontes. E
esse alargamento acontece justamente quando há leitura. Somos Resumir - concentrar as ideias centrais e/ou secundárias em
fragmentos de nossos escritos, de nossos pensamentos, de nossas um só parágrafo.
histórias, muitas vezes contadas por outros. Quantas vezes você
não leu algo e pensou: “Nossa, ele disse tudo que eu penso”. Com Parafrasear - reescrever o texto com outras palavras.
certeza, várias vezes. Temos aí a identificação de nossos pensamen-
tos com os pensamentos dos autores, mas para que aconteça, pelo Exemplo
menos não tenha preguiça de pensar, refletir, formar ideias e escre-
ver quando puder e quiser. Título do Texto Paráfrases
Tornar-se, portanto, alguém que escreve e que lê em nosso país
A integração do mundo.
é uma tarefa árdua, mas acredite, valerá a pena para sua vida futura. A integração da humanidade.
Mesmo que você diga que interpretar é difícil, você exercita isso a A união do homem.
todo o momento. Exercita através de sua leitura de mundo. A todo “O Homem Unido”
Homem + Homem = Mundo.
e qualquer tempo, em nossas vidas, interpretamos, argumentamos, A macacada se uniu. (sátira)
expomos nossos pontos de vista. Mas, basta o(a) professor(a) dizer
“Vamos agora interpretar essse texto” para que as pessoas se calem. Condições Básicas para Interpretar
Ninguém sabe o que calado quer, pois ao se calar você perde opor-
tunidades valiosas de interagir e crescer no conhecimento. Perca o Faz-se necessário:
medo de expor suas ideias. Faça isso como um exercício diário e - Conhecimento Histórico – literário (escolas e gêneros lite-
verá que antes que pense, o medo terá ido embora. rários, estrutura do texto), leitura e prática.
- Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto)
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas en- e semântico. Na semântica (significado das palavras) incluem-se:
tre si, formando um todo significativo capaz de produzir interação homônimos e parônimos, denotação e conotação, sinonímia e an-
comunicativa (capacidade de codificar e decodificar). tonímia, polissemia, figuras de linguagem, entre outros.
- Capacidade de observação e de síntese.
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Em cada - Capacidade de raciocínio.
uma delas, há certa informação que a faz ligar-se com a anterior e/
ou com a posterior, criando condições para a estruturação do con- Interpretar X Compreender
teúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de con-
texto. Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão grande,
Interpretar Significa Compreender Significa
que, se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada
separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial. Explicar, comentar, julgar, Intelecção, entendimento,
tirar conclusões, deduzir. atenção ao que realmente
Intertexto - comumente, os textos apresentam referências di- Tipos de enunciados: está escrito.
- através do texto, infere- Tipos de enunciados:
retas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo de
-se que... - o texto diz que...
recurso denomina-se intertexto. - é possível deduzir que... - é sugerido pelo autor que...
- o autor permite concluir - de acordo com o texto, é
Interpretação de Texto - o primeiro objetivo de uma interpre- que... correta ou errada a afirma-
tação de um texto é a identificação de sua ideia principal. A par- - qual é a intenção do au- ção...
tir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as tor ao afirmar que... - o narrador afirma...
argumentações, ou explicações, que levem ao esclarecimento das
questões apresentadas na prova.

Didatismo e Conhecimento 1
LÍNGUA PORTUGUESA
Erros de Interpretação Algumas dicas para interpretar um texto:

É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros - O autor escreveu com uma intenção - tentar descobrir qual
de interpretação. Os mais frequentes são: é, qual é a chave.
- Extrapolação (viagem). Ocorre quando se sai do contexto, - Leia todo o texto uma primeira vez de forma despreocu-
acrescentado ideias que não estão no texto, quer por conhecimento pada - assim você verá apenas os aspectos superficiais primeiro.
prévio do tema quer pela imaginação. - Na segunda leitura observe os detalhes, visualize em sua
- Redução. É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas
mente o cenário, os personagens - Quanto mais real for a leitura
a um aspecto, esquecendo que um texto é um conjunto de ideias,
na sua mente, mais fácil será para interpretar o texto.
o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema
desenvolvido. - Duvide do(a) autor(a), leia as entrelinhas, perceba o que
- Contradição. Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às o(a) autor(a) te diz sem escrever no texto.
do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, consequen- - Não tenha medo de opinar - Já vi terem medo de dizer o que
temente, errando a questão. achavam e a resposta estaria correta se tivessem dito.
- Visualize vários caminhos, várias opções e interpretações,
Observação: Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica só não viaje muito na interpretação. Veja os caminhos apontados
do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de concurso o que pela escrita do(a) autor(a). Apegue-se aos caminhos que lhe são
deve ser levado em consideração é o que o autor diz e nada mais. mostrados.
- Identifique as características físicas e psicológicas dos per-
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relacionam sonagens - Se um determinado personagem tem como caracterís-
palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. Em outras pala- tica ser mentiroso, por exemplo, o que ele diz no texto poderá ser
vras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo, uma mentira não é mesmo? Analisar e identificar os personagens são
conjunção (nexos), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação
pontos necessários para uma boa interpretação de texto.
correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito. São muitos os
erros de coesão no dia a dia e, entre eles, está o mau uso do pronome - Observe a linguagem, o tempo e espaço, a sequência dos
relativo e do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do acontecimentos. O feedback conta muito na hora de interpretar.
verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode esquecer também de - Analise os acontecimentos de acordo com a época do texto,
que os pronomes relativos têm cada um valor semântico, por isso a assim, certas contradições ou estranhamentos vistos por você po-
necessidade de adequação ao antecedente. Os pronomes relativos dem ser apenas a cultura da época sendo demonstrada.
são muito importantes na interpretação de texto, pois seu uso incor- - Leia quantas vezes achar que deve - Não entendeu? Leia de
reto traz erros de coesão. Assim sendo, deve-se levar em considera- novo. Nem todo dia estamos concentrados e a rapidez na leitura
ção que existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, vem com o hábito.
a saber:
Para ler e entender um texto é preciso atingir dois níveis de
Que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente. Mas de- leitura: Informativa e de reconhecimento;
pende das condições da frase.
Qual (neutro) idem ao anterior.
Interpretativa:
Quem (pessoa).
A primeira leitura deve ser feita cuidadosamente por ser
Cujo (posse) - antes dele, aparece o possuidor e depois, o objeto
possuído. o primeiro contato com o texto, extraindo-se informações e se
Como (modo). preparando para a leitura interpretativa. Durante a interpretação
Onde (lugar). grife palavras-chave, passagens importantes; tente ligar uma pa-
Quando (tempo). lavra à ideia-central de cada parágrafo. A última fase de interpre-
Quanto (montante). tação concentra-se nas perguntas e opções de respostas. Marque
palavras com não, exceto, respectivamente, etc, pois fazem dife-
Exemplo: rença na escolha adequada. Retorne ao texto mesmo que pareça
Falou tudo quanto queria (correto). ser perda de tempo. Leia a frase anterior e posterior para ter ideia
Falou tudo que queria (errado - antes do que, deveria aparecer do sentido global proposto pelo autor.
o demonstrativo o).
Organização do Texto e Ideia Central
Vícios de Linguagem – há os vícios de linguagem clássicos
(barbarismo, solecismo, cacofonia...); no dia a dia, porém, existem
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias se-
expressões que são mal empregadas, e por força desse hábito come-
tem-se erros graves como: letas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela
- “Ele correu risco de vida”, quando a verdade o risco era de ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão
morte. do texto. Podemos desenvolver um parágrafo de várias formas:
- “Senhor professor, eu lhe vi ontem”. Neste caso, o pronome - Declaração inicial;
oblíquo átono correto é “o”. - Definição;
- “No bar: Me vê um café”. Além do erro de posição do prono- - Divisão;
me, há o mau uso. - Alusão histórica.

Didatismo e Conhecimento 2
LÍNGUA PORTUGUESA
Serve para dividir o texto em pontos menores, tendo em vista minados ofícios mecânicos e na criação do gado. Dificilmente se
os diversos enfoques. Convencionalmente, o parágrafo é indi- acomodavam, porém, ao trabalho acurado e metódico que exige
cado através da mudança de linha e um espaçamento da margem a exploração dos canaviais. Sua tendência espontânea era para as
esquerda. Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico atividades menos sedentárias e que pudessem exercer-se sem re-
frasal, ou seja, a ideia central extraída de maneira clara e resumida. gularidade forçada e sem vigilância e fiscalização de estranhos.
Atentando-se para a ideia principal de cada parágrafo, assegura- (Sérgio Buarque de Holanda, in Raízes)
mos um caminho que nos levará à compreensão do texto.
Infere-se do texto que os antigos moradores da terra eram:
Os Tipos de Texto (A) os portugueses.
(B) os negros.
Basicamente existem três tipos de texto: (C) os índios.
- Texto narrativo; (D) tanto os índios quanto aos negros.
- Texto descritivo; (E) a miscigenação de portugueses e índios.
- Texto dissertativo.
(Aquino, Renato.
Cada um desses textos possui características próprias de cons- Interpretação de textos, 2ª edição.
trução, que veremos no tópico seguinte (Tipologia Textual). Rio de Janeiro: Impetus, 2003.)

É comum encontrarmos queixas de que não sabem interpretar Resposta “C”. Apesar do autor não ter citado o nome dos ín-
textos. Muitos têm aversão a exercícios nessa categoria. Acham dios, é possível concluir pelas características apresentadas no tex-
monótono, sem graça, e outras vezes dizem: cada um tem o seu to. Essa resposta exige conhecimento que extrapola o texto.
próprio entendimento do texto ou cada um interpreta a sua maneira.
No texto literário, essa ideia tem algum fundamento, tendo em - Tome cuidado com as vírgulas. Veja por exemplo a diferença
vista a linguagem conotativa, os símbolos criados, mas em texto de sentido nas frases a seguir:
não-literário isso é um equívoco. Diante desse problema, seguem (1) Só, o Diego da M110 fez o trabalho de artes.
algumas dicas para você analisar, compreender e interpretar com (2) Só o Diego da M110 fez o trabalho de artes.
mais proficiência. (3) Os alunos dedicados passaram no vestibular.
(4) Os alunos, dedicados, passaram no vestibular.
- Crie o hábito da leitura e o gosto por ela. Quando nós passa- (5) Marcão, canta Garçom, de Reginaldo Rossi.
mos a gostar de algo, compreendemos melhor seu funcionamento. (6) Marcão canta Garçom, de Reginaldo Rossi.
Nesse caso, as palavras tornam-se familiares a nós mesmos. Não
se deixe levar pela falsa impressão de que ler não faz diferença. Explicações:
Leia tudo que tenha vontade, com o tempo você se tornará mais (1) Diego fez sozinho o trabalho de artes.
seleto e perceberá que algumas leituras foram superficiais e, às ve- (2) Apenas o Diego fez o trabalho de artes.
zes, até ridículas. Porém elas foram o ponto de partida e o estímulo (3) Havia, nesse caso, alunos dedicados e não dedicados e
para se chegar a uma leitura mais refinada. Existe tempo para cada passaram no vestibular somente os que se dedicaram, restringindo
momento de nossas vidas. o grupo de alunos.
- Seja curioso, investigue as palavras que circulam em seu (4) Nesse outro caso, todos os alunos eram dedicados.
meio. (5) Marcão é chamado para cantar.
- Aumente seu vocabulário e sua cultura. Além da leitura, um (6) Marcão pratica a ação de cantar.
bom exercício para ampliar o léxico é fazer palavras cruzadas.
- Faça exercícios de sinônimos e antônimos. Leia o trecho e analise a afirmação que foi feita sobre ele:
- Leia verdadeiramente.
- Leia algumas vezes o texto, pois a primeira impressão pode “Sempre fez parte do desafio do magistério administrar ado-
ser falsa. É preciso paciência para ler outras vezes. Antes de res- lescentes com hormônios em ebulição e com o desejo natural da
ponder as questões, retorne ao texto para sanar as dúvidas. idade de desafiar as regras. A diferença é que, hoje, em muitos
- Atenção ao que se pede. Às vezes a interpretação está vol- casos, a relação comercial entre a escola e os pais se sobrepõe à
tada a uma linha do texto e por isso você deve voltar ao parágrafo autoridade do professor”.
para localizar o que se afirma. Outras vezes, a questão está voltada
à ideia geral do texto. Frase para análise.
- Fique atento a leituras de texto de todas as áreas do conheci-
mento, porque algumas perguntas extrapolam ao que está escrito. Desafiar as regras é uma atitude própria do adolescente das
Veja um exemplo disso: escolas privadas. E esse é o grande desafio do professor moderno.

Texto: - Não é mencionado que a escola seja da rede privada.


- O desafio não é apenas do professor atual, mas sempre fez
Pode dizer-se que a presença do negro representou sempre parte do desafio do magistério. Outra questão é que o grande de-
fator obrigatório no desenvolvimento dos latifúndios coloniais. safio não é só administrar os desafios às regras, isso é parte do
Os antigos moradores da terra foram, eventualmente, prestimosos desafio, há também os hormônios em ebulição que fazem parte do
colaboradores da indústria extrativa, na caça, na pesca, em deter- desafio do magistério.

Didatismo e Conhecimento 3
LÍNGUA PORTUGUESA
- Atenção ao uso da paráfrase (reescrita do texto sem prejuízo Constata-se, entretanto, que, apesar da maior extensão de
do sentido original). Veja o exemplo: obrigações do Ministério Público brasileiro, a relação entre o nú-
Frase original: Estava eu hoje cedo, parado em um sinal de mero de integrantes da instituição e a população é uma das mais
trânsito, quando olho na esquina, próximo a uma porta, uma loiro- desfavoráveis no quadro latino-americano. De fato, dados recentes
na a me olhar e eu olhava também. indicam que, no Brasil, com 4,2 promotores para cada 100 mil
(Concurso TRE/SC) habitantes, há uma situação de clara desvantagem no que diz res-
peito ao número relativo de integrantes. No Panamá, por exemplo,
A frase parafraseada é: o número é de 15,3 promotores para cada cem mil habitantes; na
(A) Parado em um sinal de trânsito hoje cedo, numa esquina, Guatemala, de 6,9; no Paraguai, de 5,9; na Bolívia, de 4,5. Em
próximo a uma porta, eu olhei para uma loira e ela também me situação semelhante ou ainda mais crítica do que o Brasil, estão,
olhou. (l.11) por exemplo, o Peru, com 3,0; a Argentina, com 2,9; e, por
(B) Hoje cedo, eu estava parado em um sinal de trânsito, quan- fim, o Equador, com a mais baixa relação: 2,4. É correto dizer que
do ao olhar para uma esquina, meus olhos deram com os olhos de há nações (l.12) proporcionalmente com menos promotores que o
uma loirona. Brasil. No entanto, as atribuições do Ministério Público brasileiro
(C) Hoje cedo, estava eu parado em um sinal de trânsito quan- são muito mais (l.13) extensas do que as dos Ministérios Públicos
do vi, numa esquina, próxima a uma porta, uma louraça a me olhar. desses países.
(D) Estava eu hoje cedo parado em um sinal de trânsito, quan-
do olho na esquina, próximo a uma porta, vejo uma loiraça a me Maria Tereza Sadek. A construção de um novo Ministério
olhar também. Público
resolutivo. Internet: <https://aplicacao.mp.mg.gov.br> (com
Resposta “C”. adaptações).

- A paráfrase pode ser construída de várias formas, veja al- (l.11) – linha 11 no texto original
gumas delas: substituição de locuções por palavras; uso de si- (l.12) – linha 12 no texto original
nônimos; mudança de discurso direto por indireto e vice-versa; (l.13) – linha 13 no texto original
converter a voz ativa para a passiva; emprego de antonomásias
ou perífrases (Rui Barbosa = A águia de Haia; o povo lusitano = Julgue os itens seguintes com (C) quando a afirmativa estiver
portugueses). Correta e com (E) quando a afirmativa estiver Errada. Itens rela-
tivos às ideias e a aspectos linguísticos do texto acima.
Observe a mudança de posição de palavras ou de expressões
01. Os dados expostos no terceiro parágrafo indicam que os
nas frases. Exemplos:
profissionais do Ministério Público brasileiro são mais eficientes
- Certos alunos no Brasil não convivem com a falta de pro-
que os dos órgãos equivalentes nos demais países da América do
fessores.
Sul.
- Alunos certos no Brasil não convivem com a falta de pro-
fessores.
02. Com base nos dados apresentados no texto, é correto con-
- Os alunos determinados pediram ajuda aos professores.
cluir que a situação do Brasil, no que diz respeito ao número de
- Determinados alunos pediram ajuda aos professores.
promotores existentes no Ministério Público por habitante, está
pior que a da Guatemala, mas melhor que a do Peru.
Explicações:
- Certos alunos = qualquer aluno. 03. Seriam mantidas a coerência e a correção gramatical do
- Alunos certos = aluno correto. texto se, feitos os devidos ajustes nas iniciais maiúsculas e minús-
- Alunos determinados = alunos decididos. culas, o período “É correto (...) o Brasil” (l.11-12) fosse iniciado
- Determinados alunos = qualquer aluno. com um vocábulo de valor conclusivo, como logo, por conseguin-
te, assim ou porquanto, seguido de vírgula.
QUESTÕES
04. O objetivo do texto é provar que o número total de pro-
(CESPE/UnB – Analista do MPU – Apoio Jurídico/2013) motores no Brasil é menor que na maioria dos países da América
Latina.
Se considerarmos o panorama internacional, perceberemos
que o Ministério Público brasileiro é singular. Em nenhum outro 05. No primeiro período do terceiro parágrafo, é estabelecido
país, há um Ministério Público que apresente perfil institucional contraste entre a maior extensão das obrigações do Ministério Pú-
semelhante ao nosso ou que ostente igual conjunto de atribuições. blico brasileiro, em comparação com as de órgãos equivalentes em
Do ponto de vista da localização institucional, há grande di- outros países, e o número de promotores em relação à população
versidade de situações no que se refere aos Ministérios Públicos do país, o que evidencia situação oposta à que se poderia esperar.
dos demais países da América Latina. Encontra-se, por exemplo,
Ministério Público dependente do Poder Judiciário na Costa Rica, 06. No último período do texto, a palavra “atribuições” está
na Colômbia e, no Paraguai, e ligado ao Poder Executivo, no Mé- subentendida logo após o vocábulo “as” (l.13), que poderia ser
xico e no Uruguai. substituído por aquelas, sem prejuízo para a correção do texto.

Didatismo e Conhecimento 4
LÍNGUA PORTUGUESA
07. Seriam mantidas a correção gramatical e a coerência do texto 09. Ao citar Michael Sandel, o autor reproduz desse professor
se o primeiro parágrafo fosse assim reescrito: Quando se examina o uma ideia contrária à:
contexto internacional, concluímos que não há situação como a do (A) venda de uma vaga de uma pessoa a outra, sendo que aquela
Brasil no que se refere a existência e desempenho do Ministério Pú- ficou na fila com intenção comercial. O autor do texto concorda com
blico. esse posicionamento de Sandel.
(B) comercialização de uma prática que consiste no pagamento
(VUNESP – TJ-SP – 2013) a uma pessoa para que ela fique em seu lugar em uma fila. O autor do
texto discorda desse posicionamento de Sandel.
Leia o texto para responder às questões de números 08 a 10. (C) criação de uma legislação que normatize a venda de vagas
de uma fila de uma pessoa a outra. O autor do texto discorda desse
A ética da fila posicionamento de Sandel.
(D) falta de incentivo para que a pessoa fique em uma vaga e,
SÃO PAULO – Escritórios da avenida Faria Lima, em São Pau- posteriormente, comercialize-a com quem precise. O autor do texto
lo, estão contratando flanelinhas para estacionar os carros de seus discorda desse posicionamento de Sandel.
profissionais nas ruas das imediações. O custo mensal fica bem abai- (E) falta de legislação específica no que se refere à venda de uma
xo do de um estacionamento regular. Imaginando que os guardadores vaga de uma pessoa que ficou em uma fila guardando lugar a outra. O
não violem nenhuma lei nem regra de trânsito, utilizar seus serviços autor do texto concorda com esse posicionamento de Sandel.
seria o equivalente de pagar alguém para ficar na fila em seu lugar.
Isso é ético? 10. Nas considerações de Sandel, o dinheiro:
Como não resisto aos apelos do utilitarismo, não vejo grandes (A) cria caminhos alternativos para ações eficientes, minimizan-
problemas nesse tipo de acerto. Ele não prejudica ninguém e dei- do as diferenças sociais e resguardando as instituições.
xa pelo menos duas pessoas mais felizes (quem evitou a espera e o (B) anda por diversos caminhos para ser eficiente, rechaçando as
sujeito que recebeu para ficar parado). Mas é claro que nem todo o diferenças sociais e preservando as instituições.
mundo pensa assim. (C) está na base dos caminhos eficientes, visando combater as
Michael Sandel, em “O que o Dinheiro Não Compra”, levanta diferenças sociais e a corrupção das instituições.
bons argumentos contra a prática. Para o professor de Harvard, du- (D) é eficiente e abre caminhos, mas reforça as desigualdades
blês de fila, ao forçar que o critério de distribuição de vagas deixe de sociais e corrompe as instituições.
ser a ordem de chegada para tornar-se monetário, acabam corrom- (E) percorre vários caminhos sem ser eficiente, pois deixa de lado
pendo as instituições. as desigualdades sociais e a corrupção das instituições.
Diferentes bens são repartidos segundo diferentes regras. Num
leilão, o que vale é o maior lance, mas no cinema prepondera a Leia o texto para responder às questões de números 11 e 12.
fila. Universidades tendem a oferecer vagas com base no mérito, já
prontos-socorros ordenam tudo pela gravidade. O problema com o O que é ler?
dinheiro é que ele é eficiente demais. Sempre que entra por alguma
fresta, logo se sobrepõe a critérios alternativos e o resultado final é Começo distraidamente a ler um livro. Contribuo com alguns
uma sociedade na qual as diferenças entre ricos e pobres se tornam pensamentos, julgo entender o que está escrito porque conheço a lín-
cada vez mais acentuadas. gua e as coisas indicadas pelas palavras, assim como sei identificar as
Não discordo do diagnóstico, mas vejo dificuldades. Para come- experiências ali relatadas. Escritor e leitor possuem o mesmo reper-
çar, os argumentos de Sandel também recomendam a proibição da tório disponível de palavras, coisas, fatos, experiências, depositados
prostituição e da barriga de aluguel, por exemplo, que me parecem pela cultura instituída e sedimentados no mundo de ambos.
atividades legítimas. Mais importante, para opor-se à destruição de De repente, porém, algumas palavras me “pegam”. Insensivel-
valores ocasionada pela monetização, em muitos casos é preciso ele- mente, o escritor as desviou de seu sentido comum e costumeiro e
ger um padrão universal a ser preservado, o que exige a criação de elas me arrastam, como num turbilhão, para um sentido novo, que
uma espécie de moral oficial – e isso é para lá de problemático. alcanço apenas graças a elas. O escritor me invade, passo a pensar de
(Hélio Schwartsman, A ética da fila. Folha de S.Paulo, dentro dele e não apenas com ele, ele se pensa em mim ao falar em
mim com palavras cujo sentido ele fez mudar. O livro que eu parecia
08. Em sua argumentação, Hélio Schwartsman revela-se: soberanamente dominar apossa-se de mim, interpela-me, arrasta-me
(A) perturbado com a situação das grandes cidades, onde se aca- para o que eu não sabia, para o novo. O escritor não convida quem o lê
bam criando situações perversas à maioria dos cidadãos. a reencontrar o que já sabia, mas toca nas significações existentes para
(B) favorável aos guardadores de vagas nas filas, uma vez que o torná-las destoantes, estranhas, e para conquistar, por virtude dessa
pacto entre as partes traduz-se em resultados que satisfazem a ambas. estranheza, uma nova harmonia que se aposse do leitor.
(C) preocupado com os profissionais dos escritórios da Faria Ler, escreve Merleau-Ponty, é fazer a experiência da “retomada
Lima, que acabam sendo explorados pelos flanelinhas. do pensamento de outrem através de sua palavra”, é uma reflexão em
(D) indignado com a exploração sofrida pelos flanelinhas, que outrem, que enriquece nossos próprios pensamentos. Por isso, prosse-
fazem trabalho semelhante ao dos estacionamentos e recebem me- gue Merleau-Ponty, “começo a compreender uma filosofia deslizando
nos. para dentro dela, na maneira de existir de seu pensamento”, isto é,
(E) indiferente às necessidades dos guardadores de vagas nas em seu discurso.
filas, pois eles priorizam vantagens econômicas frente às necessida- (Marilena Chauí, Prefácio. Em: Jairo Marçal,
des alheias. Antologia de Textos Filosóficos. Adaptado)

Didatismo e Conhecimento 5
LÍNGUA PORTUGUESA
11. Com base nas palavras de Marilena Chauí, entende-se que mente conseguiríamos nos recuperar. As informações sensíveis
ler é: a que temos acesso, embora restritas, não comprometeram nossa
(A) um ato de interação e de desalojamento de sentidos cris- sobrevivência no laboratório da vida. Longe disso. É a brutal se-
talizados. letividade dos nossos sentidos que nos protege da infinita comple-
(B) uma atividade em que a contribuição pessoal está au- xidade do Universo. Se o muro desaba, o caos impera.
sente.
(C) uma reprodução automatizada de sentidos da ideologia (Adaptado de: Eduardo Gianetti, O valor do amanhã, São
dominante. Paulo, Cia. das Letras, 2010. p. 139-143)
(D) um processo prejudicado pela insensibilidade do escri-
tor. 13. No texto, o autor:
(E) um produto em que o posicionamento do outro se neu- (A) lamenta o fato de que nossos sentidos não sejam capazes
traliza. de captar a imensa gama de informações presentes no Universo.
(B) aponta para a função protetora dos órgãos sensoriais, cuja
12. Com a frase – O escritor me invade, passo a pensar de seletividade, embora implique perdas, nos é benéfica.
dentro dele e não apenas com ele... – (2.º parágrafo), a autora (C) constata que, com o uso da tecnologia, a percepção visual
revela que: humana pode alcançar o nível de percepção visual das abelhas, e
(A) sua visão de mundo destoa do pensamento do escritor. vir a captar raios ultravioleta.
(B) seu mundo agora deixa de existir e vale o do escritor. (D) discorre sobre uma das máximas de William Blake, para
(C) sua reflexão está integrada ao pensamento do escritor. quem a inquietação humana deriva do fato de não se franquearem
(D) seu modo de pensar anula o pensamento do escritor. as “portas da percepção”.
(E) seu pensamento suplanta a perspectiva do escritor. (E) comprova que alterações na percepção sensorial humana
causariam danos irreparáveis ao cérebro.
(FCC – TRT-12ªRegião – 2013)

Para responder a questão de número 13, considere o texto


Para responder às questões de números 14 e 15, considere o
abaixo.
texto abaixo.
As certezas sensíveis dão cor e concretude ao presente vivi-
bem no fundo
do. Na verdade, porém, o presente vivido é fruto de uma sofisti-
cada mediação. O real tem um quê de ilusório e virtual.
no fundo, no fundo,
Os órgãos sensoriais que nos ligam ao mundo são altamente
bem lá no fundo,
seletivos naquilo que acolhem e transmitem ao cérebro. O olho
a gente gostaria
humano, por exemplo, não é capaz de captar todo o espectro de
energia eletromagnética existente. Os raios ultravioleta, situados de ver nossos problemas
fora do espectro visível do olho humano, são, no entanto, capta- resolvidos por decreto
dos pelas abelhas. a partir desta data,
Seletividade análoga preside a operação dos demais senti- aquela mágoa sem remédio
dos: cada um atua dentro de sua faixa de registro, ainda que o é considerada nula
grau de sensibilidade dos indivíduos varie de acordo com idade, e sobre ela − silêncio perpétuo
herança genética, treino e educação. Há mais coisas entre o céu extinto por lei todo o remorso
e a terra do que nossos cinco sentidos − e todos os aparelhos maldito seja quem olhar pra trás,
científicos que lhes prestam serviços − são capazes de detectar. lá pra trás não há nada,
Aquilo de que o nosso aparelho perceptivo nos faz cientes e nada mais
não passa, portanto, de uma fração diminuta do que há. Mas o mas problemas não se resolvem,
que aconteceria se tivéssemos de passar a lidar subitamente com problemas têm família grande,
uma gama extra e uma carga torrencial de percepções sensoriais e aos domingos saem todos passear
(visuais, auditivas, táteis etc.) com as quais não estamos habitua- o problema, sua senhora
dos? Suponha que uma mutação genética reduza drasticamente e outros pequenos probleminhas
a seletividade natural dos nossos sentidos. O ganho de sensibili-
dade seria patente. “Se as portas da percepção se depurassem”, (Paulo Leminski, Toda Poesia, São Paulo,
sugeria William Blake, “tudo se revelaria ao homem tal qual é, Cia. das Letras, 2013. p. 195)
infinito”.
O grande problema é saber se estaríamos aptos a assimilar o 14. Atente para o que se afirma abaixo.
formidável acréscimo de informação sensível que isso acarreta- I. Depreende-se do poema que é preciso mais do que apenas
ria. O mais provável é que essa súbita mutação – a desobstrução nosso desejo para a resolução de dificuldades.
das portas e órgãos da percepção – produzisse não a revelação II. Segundo o texto, o remorso deve ser evitado, bastando,
mística imaginada por Blake, mas um terrível engarrafamento para tanto, que não se evoque o passado a todo o momento.
cerebral: uma sobrecarga de informações acompanhada de um III. Infere-se do texto que as mágoas podem desaparecer na
estado de aguda confusão e perplexidade do qual apenas lenta- medida em que não forem cultivadas.

Didatismo e Conhecimento 6
LÍNGUA PORTUGUESA
Está correto o que se afirma APENAS em: 04-E (Afirmativa Errada)
(A) I e III. Pois o texto afirma que há outros países em situação seme-
(B) I e II. lhante ou ainda mais crítica do que o Brasil, estão, por exemplo,
(C) II e III. o Peru, com 3,0; a Argentina, com 2,9; e, por fim, o Equador,
(D) I. com a mais baixa relação: 2,4.
(E) II.
05-C (Afirmativa Correta)
15. a partir desta data, Sim, as afirmações estão explícitas e confirmam o item
aquela mágoa sem remédio 05: “Constata-se, entretanto, que, apesar da maior extensão de
é considerada nula obrigações do Ministério Público brasileiro, a relação entre o
e sobre ela − silêncio perpétuo número de integrantes da instituição e a população é uma das
mais desfavoráveis no quadro latino-americano”.
Uma redação alternativa em prosa para os versos acima, em
que se mantêm a correção, a lógica e, em linhas gerais, o sentido 06-C (Afirmativa Correta)
original, é: “No entanto, as atribuições do Ministério Público brasi-
(A) Um silêncio perpétuo, cairia sem remédio, sobre aquela leiro são muito mais extensas do que as atribuições dos Minis-
mágoa, considerada nula a partir desta data. térios Públicos desses países”. (Sim, a palavra atribuições está
(B) Aquela mágoa sem remédio fora, considerada nula, a subentendida após “as”).
partir desta data, sobre ela restando um silêncio perpétuo. “No entanto, as atribuições do Ministério Público brasi-
(C) Aquela mágoa sem remédio seria, a partir desta data, leiro são muito mais extensas do que aquelas dos Ministérios
considerada nula e, sobre ela, cairia um silêncio perpétuo. Públicos desses países”. (Não houve prejuízo no entendimento
(D) Considerando-se nula aquela mágoa a partir desta data, do texto).
restando sobre ela, um silêncio perpétuo.
(E) Aquela mágoa, sem remédio será, a partir desta data, 07-E (Afirmativa Errada)
considerada nula, caindo-se sobre ela, um silêncio perpétuo. Como está no texto: “Se considerarmos o panorama inter-
nacional, perceberemos que o Ministério Público brasileiro é
singular. Em nenhum outro país, há um Ministério Público que
Respostas: apresente perfil institucional semelhante ao nosso ou que osten-
te igual conjunto de atribuições”.
01-E (Afirmativa Errada) Como ficaria: “Quando se examina o contexto internacio-
No terceiro parágrafo constatamos que apesar da maior ex- nal, concluímos que não há situação como a do Brasil no que se
tensão de obrigações do Ministério Público brasileiro, a relação refere a existência e desempenho do Ministério Público”.
entre o número de integrantes da instituição e a população é uma
das mais desfavoráveis no quadro latino-americano. De fato, da- Errada porque o primeiro diz que em nenhum outro país
dos recentes indicam que, no Brasil, com 4,2 promotores para há um Ministério Público semelhante ao nosso, que ostente
cada 100 mil habitantes, há uma situação de clara desvanta- a quantidade de atribuições. No segundo diz que em nenhum
gem no que diz respeito ao número relativo de integrantes. No outro país há um Ministério Público semelhante ao nosso, na
Panamá, por exemplo, o número é de 15,3 promotores para cada existência e desempenho.
cem mil habitantes; na Guatemala, de 6,9; no Paraguai, de 5,9; na
Bolívia, de 4,5. Em situação semelhante ou ainda mais crítica do 08-B
que o Brasil, estão, por exemplo, o Peru, com 3,0; a Argentina, A confirmação da alternativa fica evidente no trecho:
com 2,9; e, por fim, o Equador, com a mais baixa relação: 2,4. “Como não resisto aos apelos do utilitarismo, não vejo grandes
problemas nesse tipo de acerto. Ele não prejudica ninguém
02-C (Afirmativa Correta) e deixa pelo menos duas pessoas mais felizes (quem evitou a
No Brasil, com 4,2 promotores para cada 100 mil habitantes. espera e o sujeito que recebeu para ficar parado). Mas é claro
Na Guatemala, com 6,9 promotores para cada 100 mil ha- que nem todo o mundo pensa assim”.
bitantes.
No Peru, com 3,0 promotores para cada 100 mil habitantes. 09-B
Michael Sandel reproduz uma ideia contrária à comerciali-
03-E (Afirmativa Errada) zação de uma prática que consiste no pagamento a uma pessoa
Não podemos usar um vocábulo de conclusão, pois ela se para que ela fique em seu lugar em uma fila. Podemos verificar
dará nas últimas duas linhas do texto: ...apesar de haver nações essa afirmação na passagem: “Para o professor de Harvard, du-
proporcionalmente com menos promotores que o Brasil, as atri- blês de fila, ao forçar que o critério de distribuição de vagas dei-
buições do Ministério Público brasileiro são muito mais extensas xe de ser a ordem de chegada para tornar-se monetário, acabam
do que as dos Ministérios Públicos desses outros países. corrompendo as instituições”.

Didatismo e Conhecimento 7
LÍNGUA PORTUGUESA
10-D 14-D
Podemos confirmar esta afirmativa no trecho: “O problema I. Depreende-se do poema que é preciso mais do que apenas
com o dinheiro é que ele é eficiente demais. Sempre que entra por nosso desejo para a resolução de dificuldades. (Correta)
alguma fresta, logo se sobrepõe a critérios alternativos e o resultado “mas problemas não se resolvem,
final é uma sociedade na qual as diferenças entre ricos e pobres se problemas têm família grande,
tornam cada vez mais acentuadas”. e aos domingos saem todos passear
o problema, sua senhora
11-A
e outros pequenos probleminhas”
(A) um ato de interação e de desalojamento de sentidos crista-
lizados. (Correta)
(B) uma atividade em que a contribuição pessoal está ausente. II. Segundo o texto, o remorso deve ser evitado, bastando, para
Errada. “Ler é fazer a experiência da “retomada do pensamento tanto, que não se evoque o passado a todo o momento. (Incorreta)
de outrem através de sua palavra”, é uma reflexão em outrem, que Pois, a gente gostaria
enriquece nossos próprios pensamentos”. de ver nossos problemas
(C) uma reprodução automatizada de sentidos da ideologia do- resolvidos por decreto
minante. a partir desta data,
Errada, não há ideologia dominante. “Ler é fazer a experiência aquela mágoa sem remédio
da “retomada do pensamento de outrem através de sua palavra”, é considerada nula
é uma reflexão em outrem, que enriquece nossos próprios pensa- e sobre ela − silêncio perpétuo
mentos”.
extinto por lei todo o remorso
(D) um processo prejudicado pela insensibilidade do escritor.
Errada. Ler é ter muita sensibilidade, “é uma reflexão”. maldito seja quem olhar pra trás,
(E) um produto em que o posicionamento do outro se neutra- lá pra trás não há nada,
liza. e nada mais
Errada. “Ler é fazer a experiência da “retomada do pensamen-
to de outrem através de sua palavra”, é uma reflexão em outrem, que III. Infere-se do texto que as mágoas podem desaparecer na
enriquece nossos próprios pensamentos”. medida em que não forem cultivadas. (Incorreta)
a gente gostaria
12-C de ver nossos problemas
(A) sua visão de mundo destoa do pensamento do escritor. resolvidos por decreto
Errada. Não destoa, pois o “escritor me invade, passo a pensar a partir desta data,
de dentro dele e não apenas com ele...”
aquela mágoa sem remédio
(B) seu mundo agora deixa de existir e vale o do escritor.
Errada. Seu mundo passa a existir junto com o mundo do autor. é considerada nula
“O escritor me invade, passo a pensar de dentro dele e não apenas e sobre ela − silêncio perpétuo
com ele... extinto por lei todo o remorso
(C) sua reflexão está integrada ao pensamento do escritor. (Cor- maldito seja quem olhar pra trás,
reta) lá pra trás não há nada,
(D) seu modo de pensar anula o pensamento do escritor. e nada mais
Errada. Seu modo de pensar não anula a do autor, pois passa a
pensar não apenas com ele, mas de dentro dele. 15-C
(E) seu pensamento suplanta a perspectiva do escritor. Aquela mágoa sem remédio seria, a partir desta data, conside-
Errada. Pois os dois pensam juntos. rada nula e, sobre ela, cairia um silêncio perpétuo.
13-B
A confirmação da alternativa “B” fica evidente nos parágrafos
02 e 03: “Os órgãos sensoriais que nos ligam ao mundo são alta- NOVA ORTOGRAFIA DA
mente seletivos naquilo que acolhem e transmitem ao cérebro. O LÍNGUA PORTUGUESA
olho humano, por exemplo, não é capaz de captar todo o espectro
de energia eletromagnética existente. Os raios ultravioleta, situados
fora do espectro visível do olho humano, são, no entanto, captados
pelas abelhas. A palavra ortografia é formada pelos elementos gregos orto
Seletividade análoga preside a operação dos demais sentidos: “correto” e grafia “escrita” sendo a escrita correta das palavras da
cada um atua dentro de sua faixa de registro, ainda que o grau de língua portuguesa, obedecendo a uma combinação de critérios eti-
sensibilidade dos indivíduos varie de acordo com idade, herança mológicos (ligados à origem das palavras) e fonológicos (ligados
genética, treino e educação. Há mais coisas entre o céu e a terra do
aos fonemas representados).
que nossos cinco sentidos − e todos os aparelhos científicos que lhes
prestam serviços − são capazes de detectar.” Somente a intimidade com a palavra escrita, é que acaba tra-
E quando finaliza o texto: “É a brutal seletividade dos nossos zendo a memorização da grafia correta. Deve-se também criar o
sentidos que nos protege da infinita complexidade do Universo.” hábito de consultar constantemente um dicionário.

Didatismo e Conhecimento 8
LÍNGUA PORTUGUESA
Alfabeto Emprega-se a letra I:

O alfabeto passou a ser formado por 26 letras. As letras “k”, - Na sílaba final de formas dos verbos terminados em –air/–
“w” e “y” não eram consideradas integrantes do alfabeto (agora oer /–uir: cai, corrói, diminuir, influi, possui, retribui, sai, etc.
são). Essas letras são usadas em unidades de medida, nomes pró- - Em palavras formadas com o prefixo anti- (contra): antiaé-
prios, palavras estrangeiras e outras palavras em geral. Exemplos: reo, Anticristo, antitetânico, antiestético, etc.
km, kg, watt, playground, William, Kafka, kafkiano. - Nos seguintes vocábulos: aborígine, açoriano, artifício, ar-
Vogais: a, e, i, o, u. timanha, camoniano, Casimiro, chefiar, cimento, crânio, criar,
Consoantes: b,c,d,f,g,h,j,k,l,m,n,p,q,r,s,t,v,w,x,y,z.
criador, criação, crioulo, digladiar, displicente, erisipela, escárnio,
Alfabeto: a,b,c,d,e,f,g,h,i,j,k,l,m,n,o,p,q,r,s,t,u,v,w,x,y,z.
feminino, Filipe, frontispício, Ifigênia, inclinar, incinerar, inigualá-
vel, invólucro, lajiano, lampião, pátio, penicilina, pontiagudo, pri-
Emprego da letra H
vilégio, requisito, Sicília (ilha), silvícola, siri, terebintina, Tibiriçá,
Esta letra, em início ou fim de palavras, não tem valor fonéti- Virgílio.
co; conservou-se apenas como símbolo, por força da etimologia e
da tradição escrita. Grafa-se, por exemplo, hoje, porque esta pala- Grafam-se com a letra O: abolir, banto, boate, bolacha, bole-
vra vem do latim hodie. tim, botequim, bússola, chover, cobiça, concorrência, costume, en-
Emprega-se o H: golir, goela, mágoa, mocambo, moela, moleque, mosquito, névoa,
- Inicial, quando etimológico: hábito, hélice, herói, hérnia, he- nódoa, óbolo, ocorrência, rebotalho, Romênia, tribo.
sitar, haurir, etc.
- Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh e nh: chave, bo- Grafam-se com a letra U: bulir, burburinho, camundongo,
liche, telha, flecha, companhia, etc. chuviscar, cumbuca, cúpula, curtume, cutucar, entupir, íngua, ja-
- Final e inicial, em certas interjeições: ah!, ih!, hem?, hum!, buti, jabuticaba, lóbulo, Manuel, mutuca, rebuliço, tábua, tabuada,
etc. tonitruante, trégua, urtiga.
- Algumas palavras iniciadas com a letra H: hálito, harmo-
nia, hangar, hábil, hemorragia, hemisfério, heliporto, hematoma, Parônimos: Registramos alguns parônimos que se diferen-
hífen, hilaridade, hipocondria, hipótese, hipocrisia, homenagear, ciam pela oposição das vogais /e/ e /i/, /o/ e /u/. Fixemos a grafia e
hera, húmus; o significado dos seguintes:
- Sem h, porém, os derivados baianos, baianinha, baião, baia-
nada, etc.
área = superfície
Não se usa H: ária = melodia, cantiga
- No início de alguns vocábulos em que o h, embora etimoló- arrear = pôr arreios, enfeitar
gico, foi eliminado por se tratar de palavras que entraram na língua arriar = abaixar, pôr no chão, cair
por via popular, como é o caso de erva, inverno, e Espanha, res- comprido = longo
pectivamente do latim, herba, hibernus e Hispania. Os derivados cumprido = particípio de cumprir
eruditos, entretanto, grafam-se com h: herbívoro, herbicida, hispâ- comprimento = extensão
nico, hibernal, hibernar, etc. cumprimento = saudação, ato de cumprir
costear = navegar ou passar junto à costa
Emprego das letras E, I, O e U custear = pagar as custas, financiar
deferir = conceder, atender
Na língua falada, a distinção entre as vogais átonas /e/ e /i/, /o/ diferir = ser diferente, divergir
e /u/ nem sempre é nítida. É principalmente desse fato que nascem delatar = denunciar
as dúvidas quando se escrevem palavras como quase, intitular, má- dilatar = distender, aumentar
goa, bulir, etc., em que ocorrem aquelas vogais. descrição = ato de descrever
discrição = qualidade de quem é discreto
Escrevem-se com a letra E: emergir = vir à tona
imergir = mergulhar
- A sílaba final de formas dos verbos terminados em –uar: con-
emigrar = sair do país
tinue, habitue, pontue, etc.
imigrar = entrar num país estranho
- A sílaba final de formas dos verbos terminados em –oar:
abençoe, magoe, perdoe, etc. emigrante = que ou quem emigra
- As palavras formadas com o prefixo ante– (antes, anterior): imigrante = que ou quem imigra
antebraço, antecipar, antedatar, antediluviano, antevéspera, etc. eminente = elevado, ilustre
- Os seguintes vocábulos: Arrepiar, Cadeado, Candeeiro, iminente = que ameaça acontecer
Cemitério, Confete, Creolina, Cumeeira, Desperdício, Destilar, recrear = divertir
Disenteria, Empecilho, Encarnar, Indígena, Irrequieto, Lacrimo- recriar = criar novamente
gêneo, Mexerico, Mimeógrafo, Orquídea, Peru, Quase, Quepe, soar = emitir som, ecoar, repercutir
Senão, Sequer, Seriema, Seringa, Umedecer. suar = expelir suor pelos poros, transpirar

Didatismo e Conhecimento 9
LÍNGUA PORTUGUESA
sortir = abastecer - S: ânsia, ansiar, ansioso, ansiedade, cansar, cansado, descan-
surtir = produzir (efeito ou resultado) sar, descanso, diversão, excursão, farsa, ganso, hortênsia, preten-
sortido = abastecido, bem provido, variado são, pretensioso, propensão, remorso, sebo, tenso, utensílio.
surtido = produzido, causado - SS: acesso, acessório, acessível, assar, asseio, assinar, car-
vadear = atravessar (rio) por onde dá pé, passar a vau rossel, cassino, concessão, discussão, escassez, escasso, essen-
vadiar = viver na vadiagem, vagabundear, levar vida de vadio cial, expressão, fracasso, impressão, massa, massagista, missão,
necessário, obsessão, opressão, pêssego, procissão, profissão,
Emprego das letras G e J profissional, ressurreição, sessenta, sossegar, sossego, submis-
são, sucessivo.
Para representar o fonema /j/ existem duas letras; g e j. Grafa- - SC, SÇ: acréscimo, adolescente, ascensão, consciência,
-se este ou aquele signo não de modo arbitrário, mas de acordo consciente, crescer, cresço, descer, desço, desça, disciplina, dis-
com a origem da palavra. Exemplos: gesso (do grego gypsos), jeito cípulo, discernir, fascinar, florescer, imprescindível, néscio, os-
(do latim jactu) e jipe (do inglês jeep). cilar, piscina, ressuscitar, seiscentos, suscetível, suscetibilidade,
suscitar, víscera.
Escrevem-se com G: - X: aproximar, auxiliar, auxílio, máximo, próximo, proximi-
dade, trouxe, trouxer, trouxeram, etc.
- Os substantivos terminados em –agem, -igem, -ugem: gara-
- XC: exceção, excedente, exceder, excelência, excelente,
gem, massagem, viagem, origem, vertigem, ferrugem, lanugem.
excelso, excêntrico, excepcional, excesso, excessivo, exceto, ex-
Exceção: pajem
- As palavras terminadas em –ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio: citar, etc.
contágio, estágio, egrégio, prodígio, relógio, refúgio.
- Palavras derivadas de outras que se grafam com g: massa- Homônimos
gista (de massagem), vertiginoso (de vertigem), ferruginoso (de
ferrugem), engessar (de gesso), faringite (de faringe), selvageria acento = inflexão da voz, sinal gráfico
(de selvagem), etc. assento = lugar para sentar-se
- Os seguintes vocábulos: algema, angico, apogeu, auge, es- acético = referente ao ácido acético (vinagre)
trangeiro, gengiva, gesto, gibi, gilete, ginete, gíria, giz, hegemonia, ascético = referente ao ascetismo, místico
herege, megera, monge, rabugento, sugestão, tangerina, tigela. cesta = utensílio de vime ou outro material
sexta = ordinal referente a seis
Escrevem-se com J: círio = grande vela de cera
sírio = natural da Síria
- Palavras derivadas de outras terminadas em –já: laranja (la- cismo = pensão
ranjeira), loja (lojista, lojeca), granja (granjeiro, granjense), gorja sismo = terremoto
(gorjeta, gorjeio), lisonja (lisonjear, lisonjeiro), sarja (sarjeta), ce- empoçar = formar poça
reja (cerejeira). empossar = dar posse a
- Todas as formas da conjugação dos verbos terminados em incipiente = principiante
–jar ou –jear: arranjar (arranje), despejar (despejei), gorjear (gor- insipiente = ignorante
jeia), viajar (viajei, viajem) – (viagem é substantivo). intercessão = ato de interceder
- Vocábulos cognatos ou derivados de outros que têm j: laje interseção = ponto em que duas linhas se cruzam
(lajedo), nojo (nojento), jeito (jeitoso, enjeitar, projeção, rejeitar, ruço = pardacento
sujeito, trajeto, trejeito). russo = natural da Rússia
- Palavras de origem ameríndia (principalmente tupi-guarani)
ou africana: canjerê, canjica, jenipapo, jequitibá, jerimum, jiboia, Emprego de S com valor de Z
jiló, jirau, pajé, etc.
- As seguintes palavras: alfanje, alforje, berinjela, cafajeste,
- Adjetivos com os sufixos –oso, -osa: gostoso, gostosa, gra-
cerejeira, intrujice, jeca, jegue, Jeremias, Jericó, Jerônimo, jérsei,
cioso, graciosa, teimoso, teimosa, etc.
jiu-jítsu, majestade, majestoso, manjedoura, manjericão, ojeriza,
- Adjetivos pátrios com os sufixos –ês, -esa: português, por-
pegajento, rijeza, sabujice, sujeira, traje, ultraje, varejista.
- Atenção: Moji, palavra de origem indígena, deve ser escrita tuguesa, inglês, inglesa, milanês, milanesa, etc.
com J. Por tradição algumas cidades de São Paulo adotam a grafia - Substantivos e adjetivos terminados em –ês, feminino –esa:
com G, como as cidades de Mogi das Cruzes e Mogi-Mirim. burguês, burguesa, burgueses, camponês, camponesa, campone-
ses, freguês, freguesa, fregueses, etc.
Representação do fonema /S/ - Verbos derivados de palavras cujo radical termina em –s:
analisar (de análise), apresar (de presa), atrasar (de atrás), exta-
O fonema /s/, conforme o caso, representa-se por: siar (de êxtase), extravasar (de vaso), alisar (de liso), etc.
- Formas dos verbos pôr e querer e de seus derivados: pus,
- C, Ç: acetinado, açafrão, almaço, anoitecer, censura, cimen- pusemos, compôs, impuser, quis, quiseram, etc.
to, dança, dançar, contorção, exceção, endereço, Iguaçu, maçarico, - Os seguintes nomes próprios de pessoas: Avis, Baltasar,
maçaroca, maço, maciço, miçanga, muçulmano, muçurana, paço- Brás, Eliseu, Garcês, Heloísa, Inês, Isabel, Isaura, Luís, Luísa,
ca, pança, pinça, Suíça, suíço, vicissitude. Queirós, Resende, Sousa, Teresa, Teresinha, Tomás, Valdês.

Didatismo e Conhecimento 10
LÍNGUA PORTUGUESA
- Os seguintes vocábulos e seus cognatos: aliás, anis, arnês, Verbos terminados em –ISAR e -IZAR
ás, ases, através, avisar, besouro, colisão, convés, cortês, cortesia,
defesa, despesa, empresa, esplêndido, espontâneo, evasiva, fase, Escreve-se –isar (com s) quando o radical dos nomes cor-
frase, freguesia, fusível, gás, Goiás, groselha, heresia, hesitar, respondentes termina em –s. Se o radical não terminar em –s,
manganês, mês, mesada, obséquio, obus, paisagem, país, paraíso, grafa-se –izar (com z): avisar (aviso + ar), analisar (análise + ar),
pêsames, pesquisa, presa, presépio, presídio, querosene, raposa, alisar (a + liso + ar), bisar (bis + ar), catalisar (catálise + ar), im-
represa, requisito, rês, reses, retrós, revés, surpresa, tesoura, te- provisar (improviso + ar), paralisar (paralisia + ar), pesquisar (pes-
souro, três, usina, vasilha, vaselina, vigésimo, visita. quisa + ar), pisar, repisar (piso + ar), frisar (friso + ar), grisar (gris
+ ar), anarquizar (anarquia + izar), civilizar (civil + izar), canalizar
Emprego da letra Z (canal + izar), amenizar (ameno + izar), colonizar (colono + izar),
vulgarizar (vulgar + izar), motorizar (motor + izar), escravizar (es-
- Os derivados em –zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita: cravo + izar), cicatrizar (cicatriz + izar), deslizar (deslize + izar),
cafezal, cafezeiro, cafezinho, avezinha, cãozito, avezita, etc. matizar (matiz + izar).
- Os derivados de palavras cujo radical termina em –z: cru-
zeiro (de cruz), enraizar (de raiz), esvaziar (de vazio), etc. Emprego do X
- Os verbos formados com o sufixo –izar e palavras cogna-
tas: fertilizar, fertilizante, civilizar, civilização, etc. - Esta letra representa os seguintes fonemas:
- Substantivos abstratos em –eza, derivados de adjetivos e
denotando qualidade física ou moral: pobreza (de pobre), lim- Ch – xarope, enxofre, vexame, etc.
peza (de limpo), frieza (de frio), etc. CS – sexo, látex, léxico, tóxico, etc.
- As seguintes palavras: azar, azeite, azáfama, azedo, ami- Z – exame, exílio, êxodo, etc.
zade, aprazível, baliza, buzinar, bazar, chafariz, cicatriz, ojeri- SS – auxílio, máximo, próximo, etc.
za, prezar, prezado, proeza, vazar, vizinho, xadrez. S – sexto, texto, expectativa, extensão, etc.

Sufixo –ÊS e –EZ - Não soa nos grupos internos –xce- e –xci-: exceção, exceder,
excelente, excelso, excêntrico, excessivo, excitar, inexcedível, etc.
- O sufixo –ês (latim –ense) forma adjetivos (às vezes - Grafam-se com x e não com s: expectativa, experiente, ex-
substantivos) derivados de substantivos concretos: montês (de piar, expirar, expoente, êxtase, extasiado, extrair, fênix, texto, etc.
monte), cortês (de corte), burguês (de burgo), montanhês (de - Escreve-se x e não ch: Em geral, depois de ditongo: caixa,
montanha), francês (de França), chinês (de China), etc. baixo, faixa, feixe, frouxo, ameixa, rouxinol, seixo, etc. Excetuam-
- O sufixo –ez forma substantivos abstratos femininos deri- -se caucho e os derivados cauchal, recauchutar e recauchutagem.
vados de adjetivos: aridez (de árido), acidez (de ácido), rapidez Geralmente, depois da sílaba inicial en-: enxada, enxame, enxa-
(de rápido), estupidez (de estúpido), mudez (de mudo) avidez mear, enxaguar, enxaqueca, enxergar, enxerto, enxoval, enxugar,
(de ávido) palidez (de pálido) lucidez (de lúcido), etc. enxurrada, enxuto, etc. Excepcionalmente, grafam-se com ch:
encharcar (de charco), encher e seus derivados (enchente, preen-
Sufixo –ESA e –EZA cher), enchova, enchumaçar (de chumaço), enfim, toda vez que se
trata do prefixo en- + palavra iniciada por ch. Em vocábulos de ori-
gem indígena ou africana: abacaxi, xavante, caxambu, caxinguelê,
Usa-se –esa (com s):
orixá, maxixe, etc. Nas seguintes palavras: bexiga, bruxa, coaxar,
- Nos seguintes substantivos cognatos de verbos termi-
faxina, graxa, lagartixa, lixa, lixo, mexer, mexerico, puxar, rixa,
nados em –ender: defesa (defender), presa (prender), despesa
oxalá, praxe, vexame, xarope, xaxim, xícara, xale, xingar, xampu.
(despender), represa (prender), empresa (empreender), surpresa
(surpreender), etc.
Emprego do dígrafo CH
- Nos substantivos femininos designativos de títulos no-
biliárquicos: baronesa, dogesa, duquesa, marquesa, princesa,
Escreve-se com ch, entre outros os seguintes vocábulos: bu-
consulesa, prioresa, etc.
cha, charque, charrua, chavena, chimarrão, chuchu, cochilo, facha-
- Nas formas femininas dos adjetivos terminados em –ês: da, ficha, flecha, mecha, mochila, pechincha, tocha.
burguesa (de burguês), francesa (de francês), camponesa (de
camponês), milanesa (de milanês), holandesa (de holandês), Homônimos
etc.
- Nas seguintes palavras femininas: framboesa, indefesa, Bucho = estômago
lesa, mesa, sobremesa, obesa, Teresa, tesa, toesa, turquesa, etc. Buxo = espécie de arbusto
Cocha = recipiente de madeira
Usa-se –eza (com z): Coxa = capenga, manco
- Nos substantivos femininos abstratos derivados de adjeti- Tacha = mancha, defeito; pequeno prego; prego de cabeça lar-
vos e denotando qualidade, estado, condição: beleza (de belo), ga e chata, caldeira
franqueza (de franco), pobreza (de pobre), leveza (de leve), etc. Taxa = imposto, preço de serviço público, conta, tarifa

Didatismo e Conhecimento 11
LÍNGUA PORTUGUESA
Chá = planta da família das teáceas; infusão de folhas do chá ou Emprego das iniciais minúsculas
de outras plantas
Xá = título do soberano da Pérsia (atual Irã) - Nomes de meses, de festas pagãs ou populares, nomes gentí-
Cheque = ordem de pagamento licos, nomes próprios tornados comuns: maia, bacanais, carnaval,
Xeque = no jogo de xadrez, lance em que o rei é atacado por uma ingleses, ave-maria, um havana, etc.
peça adversária - Os nomes a que se referem os itens 4 e 5 acima, quando em-
pregados em sentido geral: São Pedro foi o primeiro papa. Todos
Consoantes dobradas amam sua pátria.
- Nomes comuns antepostos a nomes próprios geográficos: o
- Nas palavras portuguesas só se duplicam as consoantes C, R, S. rio Amazonas, a baía de Guanabara, o pico da Neblina, etc.
- Escreve-se com CC ou CÇ quando as duas consoantes soam - Palavras, depois de dois pontos, não se tratando de citação
distintamente: convicção, occipital, cocção, fricção, friccionar, fac- direta: “Qual deles: o hortelão ou o advogado?”; “Chegam os magos
ção, sucção, etc. do Oriente, com suas dádivas: ouro, incenso, mirra”.
- Duplicam-se o R e o S em dois casos: Quando, intervocálicos, - No interior dos títulos, as palavras átonas, como: o, a, com, de,
representam os fonemas /r/ forte e /s/ sibilante, respectivamente: car- em, sem, grafam-se com inicial minúscula.
ro, ferro, pêssego, missão, etc. Quando a um elemento de composição
terminado em vogal seguir, sem interposição do hífen, palavra come- Algumas palavras ou expressões costumam apresentar dificul-
çada com /r/ ou /s/: arroxeado, correlação, pressupor, bissemanal, gi- dades colocando em maus lençóis quem pretende falar ou redigir
rassol, minissaia, etc. português culto. Esta é uma oportunidade para você aperfeiçoar
seu desempenho. Preste atenção e tente incorporar tais palavras
CÊ - cedilha certas em situações apropriadas.
É a letra C que se pôs cedilha. Indica que o Ç passa a ter som de
/S/: almaço, ameaça, cobiça, doença, eleição, exceção, força, frustra- Acerca de: equivale a (a respeito de): Falávamos acerca de
ção, geringonça, justiça, lição, miçanga, preguiça, raça. uma solução melhor.
Nos substantivos derivados dos verbos: ter e torcer e seus deri- Há cerca de: equivale a (faz tempo). Há cerca de dias resol-
vados: ater, atenção; abster, abstenção; reter, retenção; torcer, torção;
vemos este caso.
contorcer, contorção; distorcer, distorção.
O Ç só é usado antes de A,O,U.
Ao encontro de: equivale (estar a favor de): Sua atitude vai ao
encontro da verdade.
Emprego das iniciais maiúsculas
De encontro a: equivale a (oposição, choque): Minhas opi-
niões vão de encontro às suas.
- A primeira palavra de período ou citação. Diz um provérbio
árabe: “A agulha veste os outros e vive nua”. No início dos versos que
não abrem período é facultativo o uso da letra maiúscula. A fim de: locução prepositiva que indica (finalidade): Vou a
- Substantivos próprios (antropônimos, alcunhas, topônimos, no- fim de visitá-la.
mes sagrados, mitológicos, astronômicos): José, Tiradentes, Brasil, Afim: é um adjetivo e equivale a (igual, semelhante): Somos
Amazônia, Campinas, Deus, Maria Santíssima, Tupã, Minerva, Via- almas afins.
-Láctea, Marte, Cruzeiro do Sul, etc.
- Nomes de épocas históricas, datas e fatos importantes, festas Ao invés de: equivale (ao contrário de): Ao invés de falar co-
religiosas: Idade Média, Renascença, Centenário da Independência do meçou a chorar (oposição).
Brasil, a Páscoa, o Natal, o Dia das Mães, etc. Em vez de: equivale a (no lugar de): Em vez de acompanhar-
- Nomes de altos cargos e dignidades: Papa, Presidente da Re- -me, ficou só.
pública, etc.
- Nomes de altos conceitos religiosos ou políticos: Igreja, Nação, Faça você a sua parte, ao invés de ficar me cobrando!
Estado, Pátria, União, República, etc. Quantas vezes usamos “ao invés de” quando queremos dizer
- Nomes de ruas, praças, edifícios, estabelecimentos, agremia- “no lugar de”!
ções, órgãos públicos, etc: Rua do Ouvidor, Praça da Paz, Academia Contudo, esse emprego é equivocado, uma vez que “invés”
Brasileira de Letras, Banco do Brasil, Teatro Municipal, Colégio San- significa “contrário”, “inverso”. Não que seja absurdamente errado
tista, etc. escrever “ao invés de” em frases que expressam sentido de “em
- Nomes de artes, ciências, títulos de produções artísticas, literá- lugar de”, mas é preferível optar por “em vez de”.
rias e científicas, títulos de jornais e revistas: Medicina, Arquitetura, Observe: Em vez de conversar, prefe-
Os Lusíadas, O Guarani, Dicionário Geográfico Brasileiro, Correio da riu gritar para a escola inteira ouvir! (em lugar de)
Manhã, Manchete, etc. Ele pediu que fosse embora ao invés de ficar e discutir o caso. (ao
- Expressões de tratamento: Vossa Excelência, Sr. Presidente, Ex- contrário de)
celentíssimo Senhor Ministro, Senhor Diretor, etc. Use “ao invés de” quando quiser o significado de “ao contrá-
- Nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões: Os po- rio de”, “em oposição a”, “avesso”, “inverso”.
vos do Oriente, o falar do Norte. Mas: Corri o país de norte a Use “em vez de” quando quiser um sentido de “no lugar de”
sul. O Sol nasce a leste. ou “em lugar de”. No entanto, pode assumir o significado de “ao
- Nomes comuns, quando personificados ou individuados: o invés de”, sem problemas. Porém, o que ocorre é justamente o
Amor, o Ódio, a Morte, o Jabuti (nas fábulas), etc. contrário, coloca-se “ao invés de” onde não poderia.

Didatismo e Conhecimento 12
LÍNGUA PORTUGUESA
A par: equivale a (bem informado, ciente): Estamos a par das Dia a dia: é um substantivo, equivale a cotidiano, diário, que
boas notícias. faz ou acontece todo dia. Meu dia a dia é cheio de surpresas. (até
Ao par: indica relação (de igualdade ou equivalência entre valo- 01/01/2009, era grafado dia-a-dia)
res financeiros – câmbio): O dólar e o euro estão ao par. Dia a dia: é uma expressão adverbial, equivale a diariamente.
O álcool aumenta dia a dia. Pode isso?
Aprender: tomar conhecimento de: O menino aprendeu a lição.
Apreender: prender: O fiscal apreendeu a carteirinha do menino. Descriminar: equivale a (inocentar, absolver de crime). O réu
foi descriminado; pra sorte dele.
À toa: é uma locução adverbial de modo, equivale a (inutilmente, Discriminar: equivale a (diferençar, distinguir, separar). Era
sem razão): Andava à toa pela rua. impossível discriminar os caracteres do documento. Cumpre dis-
À toa: é um adjetivo (refere-se a um substantivo), equivale a (inú- criminar os verdadeiros dos falsos valores. /Os negros ainda são
til, desprezível). Foi uma atitude à toa e precipitada. (até 01/01/2009 discriminados.
era grafada: à-toa)
Descrição: ato de descrever: A descrição sobre o jogador foi
Baixar: os preços quando não há objeto direto; os preços funcio- perfeita.
nam como sujeito: Baixaram os preços (sujeito) nos supermercados. Discrição: qualidade ou caráter de ser discreto, reservado:
Vamos comemorar, pessoal! Você foi muito discreto.
Abaixar: os preços empregado com objeto direto: Os postos
(sujeito) de combustível abaixaram os preços (objeto direto) da ga- Entrega em domicílio: equivale a lugar: Fiz a entrega em do-
solina. micílio.
Entrega a domicílio com verbos de movimento: Enviou as
Bebedor: é a pessoa que bebe: Tornei-me um grande bebedor compras a domicílio.
de vinho.
Bebedouro: é o aparelho que fornece água. Este bebedouro está As expressões “entrega em domicílio” e “entrega a domicílio”
funcionando bem. são muito recorrentes em restaurantes, na propaganda televisa, no
outdoor, no folder, no panfleto, no catálogo, na fala. Convivem
Bem-Vindo: é um adjetivo composto: Você é sempre bem vindo juntas sem problemas maiores porque são entendidas da mes-
aqui, jovem. ma forma, com um mesmo sentido. No entanto, quando falamos
Benvindo: é nome próprio: Benvindo é meu colega de classe. de gramática normativa, temos que ter cuidado, pois “a domi-
cílio” não é aceita. Por quê? A regra estabelece que esta última
Boêmia/Boemia: são formas variantes (usadas normalmente): locução adverbial deve ser usada nos casos de verbos que indicam
Vivia na boêmia/boemia. movimento, como: levar, enviar, trazer, ir, conduzir, dirigir-se.
Portanto, “A loja entregou meu sofá a casa” não está correto.
Botijão/Bujão de gás: ambas formas corretas: Comprei um bo- Já a locução adverbial “em domicílio” é usada com os verbos sem
tijão/bujão de gás. noção de movimento: entregar, dar, cortar, fazer.
A dúvida surge com o verbo “entregar”: não indicaria movi-
Câmara: equivale ao local de trabalho onde se reúnem os ve- mento? De acordo com a gramática purista não, uma vez que quem
readores, deputados: Ficaram todos reunidos na Câmara Municipal. entrega, entrega algo em algum lugar.
Câmera: aparelho que fotografa, tira fotos: Comprei uma câ- Porém, há aqueles que afirmam que este verbo indica sim mo-
mera japonesa. vimento, pois quem entrega se desloca de um lugar para outro.
Contudo, obedecendo às normas gramaticais, devemos usar
Champanha/Champanhe (do francês): O champanha/cham- “entrega em domicílio”, nos atentando ao fato de que a finalidade
panhe está bem gelado. é que vale: a entrega será feita no (em+o) domicílio de uma pessoa.

Cessão: equivale ao ato de doar, doação: Foi confirmada a cessão Espectador: é aquele que vê, assiste: Os espectadores se far-
do terreno. taram da apresentação.
Sessão: equivale ao intervalo de tempo de uma reunião: A sessão Expectador: é aquele que está na expectativa, que espera algu-
do filme durou duas horas. ma coisa: O expectador aguardava o momento da chamada.
Seção/Secção: repartição pública, departamento: Visitei hoje a
seção de esportes. Estada: permanência de pessoa (tempo em algum lugar): A es-
tada dela aqui foi gratificante.
Demais: é advérbio de intensidade, equivale a muito, aparece Estadia: prazo concedido para carga e descarga de navios ou
intensificando verbos, adjetivos ou o próprio advérbio. Vocês falam veículos: A estadia do carro foi prolongada por mais algumas se-
demais, caras! manas.
Demais: pode ser usado como substantivo, seguido de artigo,
equivale a os outros. Chamaram mais dez candidatos, os demais de- Fosforescente: adjetivo derivado de fósforo; que brilha no es-
vem aguardar. curo: Este material é fosforescente.
De mais: é locução prepositiva, opõe-se a de menos, refere-se Fluorescente: adjetivo derivado de flúor, elemento químico,
sempre a um substantivo ou a um pronome: Não vejo nada de mais refere-se a um determinado tipo de luminosidade: A luz branca do
em sua decisão. carro era fluorescente.

Didatismo e Conhecimento 13
LÍNGUA PORTUGUESA
Haja - do verbo haver - É preciso que não haja descuido. Questões:
Aja - do verbo agir - Aja com cuidado, Carlinhos.
01. Observe a ortografia correta das palavras: disenteria; pro-
Houve: pretérito perfeito do verbo haver, 3ª pessoa do sin- grama; mortadela; mendigo; beneficente; caderneta; problema.
gular.
Ouve: presente do indicativo do verbo ouvir, 3ª pessoa do sin- Empregue as palavras acima nas frases:
gular. a) O......teve.....porque comeu......estragada.
b) O superpai protegeu demais seu filho e este lhe trouxe
Levantar: é sinônimo de erguer: Ginês, meu estimado cunha- um.........: sua.......escolar indicou péssimo aproveitamento.
do, levantou sozinho a tampa do poço. c) A festa......teve um bom.......e, por isso, um bom aprovei-
Levantar-se: pôr de pé: Luís e Diego levantaram-se cedo e, tamento.
dirigiram-se ao aeroporto.  
02. Passe as palavras para o diminutivo:
- asa; japonês; pai; homem; adeus; português; só; anel;
Mas: conjunção adversativa (ideia contrária), equivale a po-
- beleza; rosa; país; avô; arroz; princesa; café;
rém, contudo, entretanto: Telefonei-lhe mas ela não atendeu.
- flor; Oscar; rei; bom; casa; lápis; pé.
Mais: pronome ou advérbio de intensidade, opõe-se a menos:
 
Há mais flores perfumadas no campo. 03. Passe para o plural diminutivo: trem; pé; animal; só; pa-
pel; jornal; mão; balão; automóvel; pai; cão; mercadoria; farol;
Nem um: equivale a nem um sequer, nem um único; a palavra rua; chapéu; flor.
“um” expressa quantidade: Nem um filho de Deus apareceu para  
ajudá-la. 04. Preencha as lacunas com as seguintes palavras: seção, ses-
Nenhum: pronome indefinido variável em gênero e número; são, cessão, comprimento, cumprimento, conserto, concerto
vem antes de um substantivo, é oposto de algum: Nenhum jornal a) O pequeno jornaleiro foi à.........do jornal.
divulgou o resultado do concurso. b) Na..........musical os pequenos cantores apresentaram-se
muito bem.
Obrigada: As mulheres devem dizer: muito obrigada, eu c) O........do jornaleiro é amável.
mesma, eu própria. d) O..... das roupas é feito pela mãe do garoto.
Obrigado: Os homens devem dizer: muito obrigado, eu mes- e) O......do sapato custou muito caro.
mo, eu próprio. f) Eu......meu amigo com amabilidade.
g) A.......de cinema foi um sucesso.
Onde: indica o lugar em que se está; refere-se a verbos que ex- h) O vestido tem um.........bom.
primem estado, permanência: Onde fica a farmácia mais próxima? i) Os pequenos violinistas participaram de um........ .
Aonde: ideia de movimento; equivale (para onde) somente  
com verbo de movimento desde que indique deslocamento, ou seja, 05. Dê a palavra derivada acrescentando os sufixos ESA ou
a+onde. Aonde vão com tanta pressa? EZA: Portugal; certo; limpo; bonito; pobre; magro; belo; gentil;
duro; lindo; China; frio; duque; fraco; bravo; grande.
“Pode seguir a tua estrada  
o teu brinquedo de estar 06. Forme substantivos dos adjetivos: honrado; rápido; escas-
fantasiando um segredo so; tímido; estúpido; pálido; ácido; surdo; lúcido; pequeno.
o ponto aonde quer chegar...”
07. Use o H quando for necessário: alucinar; élice, umilde,
(gravação: Barão Vermelho)
esitar, oje, humano, ora, onra, aver, ontem, êxito, ábil, arpa, irôni-
co, orrível, árido, óspede, abitar.
Por ora: equivale a “por este momento”, “por enquanto”: Por
  
ora chega de trabalhar. 8. Complete as lacunas com as seguintes formas verbais: Hou-
Por hora: locução equivale a “cada sessenta minutos”: Você ve e Ouve.
deve cobrar por hora. a) O menino .....muitas recomendações de seu pai.
b) ........muita confusão na cabeça do pequeno.
Tampouco: advérbio, equivale a “também não”: Não compa- c) A criança não.........a professora porque não a compreende.
receu, tampouco apresentou qualquer justificativa. d) Na escola........festa do Dia do Índio.
Tão pouco: advérbio de intensidade: Encontramo-nos tão pou-   
co esta semana. 9. A letra X representa vários sons. Leia atentamente as pala-
vras oralmente: trouxemos, exercícios, táxi, executarei, exibir-se,
Trás ou Atrás = indicam lugar, são advérbios. oxigênio, exercer, proximidade, tóxico, extensão, existir, experiên-
Traz - do verbo trazer. cia, êxito, sexo, auxílio, exame. Separe as palavras em três seções,
conforme o som do X.
Vultoso: volumoso: Fizemos um trabalho vultoso aqui. - Som de Z;
Vultuoso: atacado de congestão no rosto: Sua face está vultuo- - Som de KS;
sa e deformada. - Som de S.

Didatismo e Conhecimento 14
LÍNGUA PORTUGUESA
10. Complete com X ou CH: en.....er; dei.....ar; ......eiro; 17. Forme novas palavras usando ISAR ou IZAR: análise;
fle......a; ei.....o; frou.....o; ma.....ucar; .....ocolate; en.....ada; en..... pesquisa; anarquia; canal; civilização; colônia; humano; suave;
ergar; cai......a; .....iclete; fai......a; .....u......u; salsi......a; bai.......a; revisão; real; nacional; final; oficial; monopólio; sintonia; central;
capri......o; me......erica; ria.......o; ......ingar; .......aleira; amei......a; paralisia; aviso.
......eirosos; abaca.....i.  
  18. Haja ou aja. Use haja ou aja para completar as orações:
11. Complete com MAL ou MAU: a) ........ com atenção para que não ........ muitos erros.
a) Disseram que Carlota passou......ontem.
b) Talvez ......... greve; é preciso que........... cuidado e atenção.
b) Ele ficou de......humor após ter agido daquela forma.
c) O time se considera......preparado para tal jogo. c) Desejamos que ........ fraternidade nessa escola.
d) Carlota sofria de um..........curável. d) ...... com docilidade, meu filho!
e) O.......é se ter afeiçoado às coisas materiais.
f) Ele não é um........sujeito. 19. A palavra MENOS não deve ser modificada para o femini-
g) Mas o.......não durou muito tempo. no. Complete as frases com a palavra MENOS:
   a) Conheço todos os Estados brasileiros,.....a Bahia.
12. Complete as frases com porque ou por que corretamente: b) Todos eram calmos,.........mamãe.
a) ....... você está chateada? c) Quero levar.........sanduíches do que na semana passada.
b) Cuidar do animal é mais importante........ele fica limpinho. d) Mamãe fazia doces e salgados........tortas grandes.
c) .......... você não limpou o tapete?  
d) Concordo com papai.............ele tem razão. 20. Use por que , por quê , porque e porquê:
e) ..........precisamos cuidar dos animais de estimação.   a) ..........ninguém ri agora?
 
b) Eis........ ninguém ri.
13. Preencha as lacunas com: mas = porém; mais = indica
c) Eis os princípios ............luto.
quantidade; más = feminino de mau.
a) A mãe e o filho discutiram,.......não chegaram a um acordo. d) Ela não aprendeu, ...........?
b) Você quer.......razões para acreditar em seu pai? e) Aproximei-me .........todos queriam me ouvir.
c) Pessoas.........deveriam fazer reflexões para acreditar...... na f) Você está assustado, ..........?
bondade do que no ódio. g) Eis o motivo........errei.
d) Eu limpo,.........depois vou brincar. h) Creio que vou melhorar.......estudei muito.
e) O frio não prejudica .........o Tico. i) O....... é difícil de ser estudado.
f) Infelizmente Tico morreu, ........comprarei outro cãozinho. j) ........ os índios estão revoltados?
g) Todas as atitudes ......devem ser perdoadas,.......jamais ser k) O caminho ........viemos era tortuoso.
repetidas, pois, quanto............se vive,.........se aprende.  
  21. Uso do S e Z. Complete as palavras com S ou Z. A se-
14. Preencha as lacunas com: trás, atrás e traz. guir, copie as palavras na forma correta: pou....ando; pre....ença;
a) ........... de casa havia um pinheiro. arte.....anato; escravi.....ar; nature.....a; va.....o; pre.....idente; fa.....
b) A poluição.......consigo graves consequências.
er; Bra.....il; civili....ação; pre....ente; atra....ados; produ......irem;
c) Amarre-o por......... da árvore.
d) Não vou....... de comentários bobos.. a....a; hori...onte; torrão....inho; fra....e; intru ....o; de....ejamos;
  po....itiva; podero....o; de...envolvido; surpre ....a; va.....io; ca....o;
15. Preencha as lacunas com: HÁ - indica tempo passado; A - coloni...ação.
tempo futuro e espaço.   
a) A loja fica ....... pouco quilômetros daqui. 22. Complete com X ou S e copie as palavras com atenção:
b) .........instantes li sobre o Natal. e....trangeiro; e....tensão; e....tranho; e....tender; e....tenso; e....pon-
c) Eles não vão à loja porque ........ mais de dois dias a mer- tâneo; mi...to; te....te; e....gotar; e....terior; e....ceção; e...plêndido;
cadoria acabou. te....to; e....pulsar; e....clusivo.
d) .........três dias que todos se preparam para a festa do Natal.   
e) Esse fato aconteceu ....... muito tempo. 23. Tão Pouco / Tampouco
f) Os alunos da escola dramatizarão a história do Natal daqui  
......oito dias. Complete as frases corretamente:
g) Ele estava......... três passos da casa de André.
a) Eu tive ........oportunidades!
h) ........ dois quarteirões existe uma bela árvore de Natal.
b) Tenho.......... alunos, que cabem todos naquela salinha.
16. Atenção para as palavras: por cima; devagar; depressa; de c) Ele não veio;.......virão seus amigos.
repente; por isso. Agora, empregue-as nas frases: d) Eu tenho .........tempo para estudar.
a) ......... uma bola atingiu o cenário e o derrubou. e) Nunca tive gosto para dançar;......para tocar piano.
b) Bem...........o povo começou a se retirar. f) As pessoas que não amam,........são felizes.
c) O rei descobriu a verdade,..........ficou irritado. g) As pessoas têm.....atitudes de amizade.
d) Faça sua tarefa............, para podermos ir ao dentista. h) O governo daquele país não resolve seus problemas,....... se
e) ......... de sua vestimenta real, o rei usava um manto.    preocupa em resolvê-los.

Didatismo e Conhecimento 15
LÍNGUA PORTUGUESA
Respostas 16. a) De repente b) devagar c) por isso d) depressa e) Por
cima
01. a) mendigo disenteria mortadela b) problema caderneta c)
beneficente programa 17. analisar; pesquisar; anarquizar; canalizar; civilizar; coloni-
zar; humanizar; suavizar; revisar; realizar; nacionalizar; finalizar;
02. oficializar; monopolizar; sintonizar; centralizar; paralisar; avisar.
- asinha; japonesinho; paizinho; homenzinho; adeusinho; por-
tuguesinho; sozinho; anelzinho; 18. a) Aja haja b) haja haja c) haja d) Aja
- belezinha; rosinha; paisinho; avozinho; arrozinho; princesi-
nha; cafezinho; 19. a) menos b) menos c) menos d) menos
- florzinha; Oscarzinho; reizinho; bonzinho; casinha; lapisi-
20. a) Por que b) por que c) por que d) por quê e) porque f) por
nho; pezinho.
quê g) por que h) porque i) porquê j) Por que k) por que
03. trenzinhos; pezinhos; animaizinhos; sozinhos; papeizi- 21. Pousando; Presença; Artesanato; Escravizar; Natureza;
nhos; jornaizinhos; mãozinhas; balõezinhos; automoveizinhos; Vaso; Presidente; Fazer; Brasil; Civilização; Presente; Atrasados;
paizinhos; cãezinhos; mercadoriazinhas; faroizinhos; ruazinhas; Produzirem; Asa; Horizonte; Torrãozinho; Frase; Intruso; Deseja-
chapeuzinhos; florezinhas. mos; Positiva; Poderoso; Desenvolvido; Surpresa; Vazio; Caso;
Colonização.
04. a) seção b) sessão c) cumprimento d) conserto e) conserto
f) cumprimento g) sessão h) comprimento i) concerto. 22. estrangeiro; extensão; estranho; estender; extenso; Espon-
tâneo; Misto; Teste; Esgotar; Exterior; Exceção; Esplêndido; Tex-
05. portuguesa; certeza; limpeza; boniteza; pobreza; magreza; to; Expulsar; Exclusivo.
beleza; gentileza; dureza; lindeza; Chinesa; frieza; duquesa; fra-
queza; braveza; grandeza. 23. a) tão poucas b) tão poucos c) tampouco d) tão pouco e)
tampouco f) tampouco g) tão poucas h) tampouco
06. honradez; rapidez; escassez; timidez; estupidez; palidez;
acidez; surdez; lucidez; pequenez.
DIVISÃO SILÁBICA
07. alucinar, ontem, hélice, êxito, humilde, hábil, hesitar, har-
pa, hoje, irônico, humano, horrível, hora, árido, honra, hóspede,
haver, habitar.
A palavra amor está dividida em grupos de fonemas pronun-
08. a) ouve b) Houve c) ouve d) houve ciados separadamente: a - mor. A cada um desses grupos pronun-
ciados numa só emissão de voz dá-se o nome de sílaba. Em nossa
09. língua, o núcleo da sílaba é sempre uma vogal: não existe sílaba
Som de Z: exercícios, executarei, exibir-se, exercer, existir, sem vogal e nunca há mais do que uma vogal em  cada sílaba.
êxito e exame. Dessa forma, para sabermos o número de sílabas de uma palavra,
Som de KS: táxi, oxigênio, tóxico e sexo. devemos perceber quantas vogais tem essa palavra. Atenção: as
Som de S: trouxemos, proximidade, extensão, experiência e letras i e u (mais raramente com as letras e e o) podem representar
auxílio. semivogais.
 
10. encher, deixar, cheiro, flecha, eixo, frouxo, machucar, cho- Classificação das palavras quanto ao número de sílabas
colate, enxada, enxergar, caixa, chiclete, faixa, chuchu, salsicha,
baixa, capricho, mexerica, riacho, xingar, chaleira, ameixa, chei- - Monossílabas: possuem apenas uma sílaba. Exemplos: mãe,
rosos, abacaxi. flor, lá, meu;
- Dissílabas: possuem duas sílabas. Exemplos: ca-fé, i-ra, a-í,
trans-por;
11. a) mal b) mau c) mal d) mal e) mau f) mau g) mal
- Trissílabas: possuem três sílabas. Exemplos: ci-ne-ma, pró-
-xi-mo, pers-pi-caz, O-da-ir;
12. a) Por que b) porque c) Por que d) porque e) Porque
- Polissílabas: possuem quatro ou mais sílabas. Exemplos: a-
-ve-ni-da, li-te-ra-tu-ra, a-mi-ga-vel-men-te, o-tor-ri-no-la-rin-go-
13. a) mas b) mais c) más mais d) mas e) mais f) mas g) más -lo-gis-ta.
mas mais mais  
Divisão Silábica
14. a) Atrás b) traz c) trás d) atrás
Na divisão silábica das palavras, cumpre observar as seguin-
15. a) a b) Há c) há d) Há e) há f) a g) a h) A tes normas:

Didatismo e Conhecimento 16
LÍNGUA PORTUGUESA
- Não se separam os ditongos e tritongos. Exemplos: foi-ce, - São palavras proparoxítonas, entre outras: aerólito, bávaro,
a-ve-ri-guou; bímano, crisântemo, ímprobo, ínterim, lêvedo, ômega, pântano,
- Não se separam os dígrafos ch, lh, nh, gu, qu. Exemplos: trânsfuga.
cha-ve, ba-ra-lho, ba-nha, fre-guês, quei-xa; - As seguintes palavras, entre outras, admitem dupla tonici-
- Não se separam os encontros consonantais que iniciam sí- dade: acróbata/acrobata, hieróglifo/hieroglifo, Oceânia/Oceania,
laba. Exemplos: psi-có-lo-go, re-fres-co; ortoépia/ortoepia, projétil/projetil, réptil/reptil, zângão/zangão.
- Separam-se as vogais dos hiatos. Exemplos: ca-a-tin-ga,
fi-el, sa-ú-de; Questões:
- Separam-se as letras dos dígrafos rr, ss, sc, sç xc. Exem-
plos: car-ro, pas-sa-re-la, des-cer, nas-ço, ex-ce-len-te; 1-Assinale o item em que a divisão silábica é incorreta:
- Separam-se os encontros consonantais das sílabas inter- a) gra-tui-to;
nas, excetuando-se aqueles em que a segunda consoante é l ou r. b) ad-vo-ga-do;
Exemplos: ap-to, bis-ne-to, con-vic-ção, a-brir, a-pli-car. c) tran-si-tó-rio;
d) psi-co-lo-gi-a;
e) in-ter-stí-cio.
Acento Tônico
2-Assinale o item em que a separação silábica é incorreta:
Na emissão de uma palavra de duas ou mais sílabas, perce-
a) psi-có-ti-co;
be-se que há uma sílaba de maior intensidade sonora do que as b) per-mis-si-vi-da-de;
demais. c) as-sem-ble-ia;
calor - a sílaba lor é a de maior intensidade. d) ob-ten-ção;
faceiro - a sílaba cei é a de maior intensidade. e) fa-mí-lia.
sólido - a sílaba só é a de maior intensidade.
3-Assinale o item em que todos os vocábulos têm as sílabas
Obs.: a presença da sílaba de maior intensidade nas palavras, corretamente separadas:
em meio à sílabas de menor intensidade, é um dos elementos que a) al-dei-a, caa-tin-ga , tran-si-ção;
dão melodia à frase. b) pro-sse-gui-a, cus-tó-dia, trans-ver-sal;
  c) a-bsur-do, pra-ia, in-cons-ci-ên-cia;
Classificação da sílaba quanto à intensidade d) o-ccip-tal, gra-tui-to, ab-di-car;
e) mis-té-rio, ap-ti-dão, sus-ce-tí-vel.
-Tônica: é a sílaba pronunciada com maior intensidade.
- Átona:  é a sílaba pronunciada com menor intensidade. 4-Assinale o item em que todas as sílabas estão corretamente
- Subtônica: é a sílaba de intensidade intermediária. Ocorre, separadas:
principalmente, nas palavras derivadas, correspondendo à tônica a) a-p-ti-dão;
da palavra primitiva.  b) so-li-tá-ri-o;
c) col-me-ia;
Classificação das palavras quanto à posição da sílaba tô- d) ar-mis-tí-cio;
nica e) trans-a-tlân-ti-co.

De acordo com a posição da sílaba tônica, os vocábulos da 5- Assinale o item em que a divisão silábica está errada:
língua portuguesa que contêm  duas ou mais sílabas são classi- a) tran-sa-tlân-ti-co / de-sin-fe-tar;
ficados em: b) subs-ta-be-le-cer / de-su-ma-no;
c) cis-an-di-no / sub-es-ti-mar;
- Oxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a última. Exem-
d) ab-di-ca-ção / a-bla-ti-vo;
plos: avó, urubu, parabéns
e) fri-is-si-mo / ma-ci-is-si-mo.
- Paroxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a penúltima.
Exemplos: dócil, suavemente, banana
6- Existe erro de divisão silábica no item:
- Proparoxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a antepe- a) mei-a / pa-ra-noi-a / ba-lai-o;
núltima. Exemplos: máximo, parábola, íntimo b) oc-ci-pi-tal / ex-ces-so / pneu-má-ti-co;
c) subs-tân-cia / pers-pec-ti-va / felds-pa-to;
Saiba que: d) su-bli-nhar / su-blin-gual / a-brup-to;
- São palavras oxítonas, entre outras: cateter, mister, Nobel, e) tran-sa-tlân-ti-co / trans-cen-der / tran-so-ce-â-ni-co.
novel, ruim, sutil, transistor, ureter.
- São palavras paroxítonas, entre outras: avaro, aziago, 7- A única alternativa correta quanto à divisão silábica é:
boêmia, caracteres, cartomancia, celtibero, circuito, decano, a) ma-qui-na-ri-a / for-tui-to;
filantropo, fluido, fortuito, gratuito, Hungria, ibero, impudico, b) tun-gs-tê-nio / ri-tmo; ;
inaudito, intuito, maquinaria, meteorito, misantropo, necropsia c) an-do-rin-ha / sub-o-fi-ci-al;
(alguns dicionários admitem também necrópsia), Normandia, d) bo-ê-mi-a / ab-scis-sa;
pegada, policromo, pudico, quiromancia, rubrica, subido (a). e) coe-são / si-len-cio-so.

Didatismo e Conhecimento 17
LÍNGUA PORTUGUESA
8- Indique a alternativa em que as palavras “sussurro”, ”iguai- Proparoxítonos: quando a sílaba tônica é a antepenúltima:
zinhos” e “gnomo”, estão corretamente divididas em sílabas: árvore, quilômetro, México.
a) sus - su - rro, igu - ai - zi - nhos, g - no - mo;
b) su - ssu - rro, i - guai - zi - nhos, gno - mo; Monossílabos são palavras de uma só sílaba, conforme a in-
c) sus - su - rro, i - guai - zi - nhos, gno - mo; tensidade com que se proferem, podem ser tônicos ou átonos.
d) su - ssur - ro, i - gu - ai - zi - nhos, gn - omo;
e) sus - sur - ro, i - guai - zi - nhos, gno - mo. Monossílabos tônicos são os que têm autonomia fonética,
sendo proferidos fortemente na frase em que aparecem: é, má, si,
9- Na expressão “A icterícia nada tem a ver com hemodiáli-
dó, nó, eu, tu, nós, ré, pôr, etc.
se ou disenteria”, as palavras grifadas apresentam-se corretamente
divididas em sílabas na alternativa:
a) i-cte-rí-cia, he-mo-di-á-li-se, di-sen-te-ria; Monossílabos átonos são os que não têm autonomia fonética,
b) ic-te-rí-ci-a, he-mo-diá-li-se, dis-en-te-ria; sendo proferidos fracamente, como se fossem sílabas átonas do
c) i-c-te-rí-cia, he-mo-di-á-li-se, di-sen-te-ria; vocábulo a que se apoiam. São palavras vazias de sentido como
d) ic-te-rí-cia, he-mo-di-á-li-se, di-sen-te-ri-a; artigos, pronomes oblíquos, elementos de ligação, preposições,
e) ic-te-rí-cia, he-mo-di-á-li-se, di-sen-te-ria. conjunções: o, a, os, as, um, uns, me, te, se, lhe, nos, de, em, e, que.

10- Assinale a única opção em que há, um vocábulo cuja se- Acentuação dos Vocábulos Proparoxítonos
paração silábica não esta feita de acordo com a norma ortográfica
vigente: Todos os vocábulos proparoxítonos são acentuados na vogal
a) es-cor-re-gou / in-crí-veis; tônica:
b) in-fân-cia / cres-ci-a;
c) i-dei-a / lé-guas;
- Com acento agudo se a vogal tônica for i, u ou a, e, o aber-
d) des-o-be-de-ceu / cons-tru-í-da;
tos: xícara, úmido, queríamos, lágrima, término, déssemos, lógico,
e) vo-ou / sor-ri-em.
binóculo, colocássemos, inúmeros, polígono, etc.
Respostas: 1-E / 2-C / 3-E / 4-D / 5-C / 6-D / 7-A / 8-E / 9-E - Com acento circunflexo se a vogal tônica for fechada ou na-
/ 10-D sal: lâmpada, pêssego, esplêndido, pêndulo, lêssemos, estômago,
sôfrego, fôssemos, quilômetro, sonâmbulo etc.

Acentuação dos Vocábulos Paroxítonos


ACENTUAÇÃO GRÁFICA.
SINAIS GRÁFICOS Acentuam-se com acento adequado os vocábulos paroxítonos
terminados em:

- ditongo crescente, seguido, ou não, de s: sábio, róseo, planí-


Tonicidade cie, nódua, Márcio, régua, árdua, espontâneo, etc.
- i, is, us, um, uns: táxi, lápis, bônus, álbum, álbuns, jóquei,
Num vocábulo de duas ou mais sílabas, há, em geral, uma que
vôlei, fáceis, etc.
se destaca por ser proferida com mais intensidade que as outras: é a
sílaba tônica. Nela recai o acento tônico, também chamado acento - l, n, r, x, ons, ps: fácil, hífen, dólar, látex, elétrons, fórceps,
de intensidade ou prosódico. Exemplos: café, janela, médico, es- etc.
tômago, colecionador. - ã, ãs, ão, ãos, guam, guem: ímã, ímãs, órgão, bênçãos, enxá-
O acento tônico é um fato fonético e não deve ser confundido guam, enxáguem, etc.
com o acento gráfico (agudo ou circunflexo) que às vezes o assi-
nala. A sílaba tônica nem sempre é acentuada graficamente. Exem- Não se acentua um paroxítono só porque sua vogal tônica é
plo: cedo, flores, bote, pessoa, senhor, caju, tatus, siri, abacaxis. aberta ou fechada. Descabido seria o acento gráfico, por exemplo,
As sílabas que não são tônicas chamam-se átonas (=fracas), em cedo, este, espelho, aparelho, cela, janela, socorro, pessoa, do-
e podem ser pretônicas ou postônicas, conforme apareçam antes res, flores, solo, esforços.
ou depois da sílaba tônica. Exemplo: montanha, facilmente, he-
roizinho. Acentuação dos Vocábulos Oxítonos
De acordo com a posição da sílaba tônica, os vocábulos com
Acentuam-se com acento adequado os vocábulos oxítonos
mais de uma sílaba classificam-se em:
terminados em:
Oxítonos: quando a sílaba tônica é a última: café, rapaz, es- - a, e, o, seguidos ou não de s: xará, serás, pajé, freguês, vovô,
critor, maracujá. avós, etc. Seguem esta regra os infinitivos seguidos de pronome:
cortá-los, vendê-los, compô-lo, etc.
Paroxítonos: quando a sílaba tônica é a penúltima: mesa, lá- - em, ens: ninguém, armazéns, ele contém, tu conténs, ele con-
pis, montanha, imensidade. vém, ele mantém, eles mantêm, ele intervém, eles intervêm, etc.

Didatismo e Conhecimento 18
LÍNGUA PORTUGUESA
Acentuação dos Monossílabos - côa(s) (do verbo coar) - para diferenciar de coa, coas (com
+ a, com + as);
Acentuam-se os monossílabos tônicos: a, e, o, seguidos ou - pára (3ª pessoa do singular do presente do indicativo do ver-
não de s: há, pá, pé, mês, nó, pôs, etc. bo parar) - para diferenciar de para (preposição);
- péla (do verbo pelar) e em péla (jogo) - para diferenciar de
Acentuação dos Ditongos pela (combinação da antiga preposição per com os artigos ou pro-
nomes a, as);
Acentuam-se a vogal dos ditongos abertos éi, éu, ói, quando - pêlo (substantivo) e pélo (v. pelar) - para diferenciar de pelo
tônicos. (combinação da antiga preposição per com os artigos o, os);
- péra (substantivo - pedra) - para diferenciar de pera (forma
Segundo as novas regras os ditongos abertos “éi” e “ói” não
arcaica de para - preposição) e pêra (substantivo);
são mais acentuados em palavras paroxítonas: assembléia, pla-
- pólo (substantivo) - para diferenciar de polo (combinação
téia, idéia, colméia, boléia, Coréia, bóia, paranóia, jibóia, apóio,
heróico, paranóico, etc. Ficando: Assembleia, plateia, ideia, col- popular regional de por com os artigos o, os);
meia, boleia, Coreia, boia, paranoia, jiboia, apoio, heroico, para- - pôlo (substantivo - gavião ou falcão com menos de um ano) -
noico, etc. para diferenciar de polo (combinação popular regional de por com
Nos ditongos abertos de palavras oxítonas terminadas em os artigos o, os);
éi, éu e ói e monossílabas o acento continua: herói, constrói, dói,
anéis, papéis, troféu, céu, chapéu. Emprego do Til

Acentuação dos Hiatos O til sobrepõe-se às letras “a” e “o” para indicar vogal nasal.
Pode figurar em sílaba:
A razão do acento gráfico é indicar hiato, impedir a ditonga- - tônica: maçã, cãibra, perdão, barões, põe, etc;
ção. Compare: caí e cai, doído e doido, fluído e fluido. - pretônica: ramãzeira, balõezinhos, grã-fino, cristãmente, etc;
- Acentuam-se em regra, o /i/ e o /u/ tônicos em hiato com vo- - átona: órfãs, órgãos, bênçãos, etc.
gal ou ditongo anterior, formando sílabas sozinhas ou com s: saída
(sa-í-da), saúde (sa-ú-de), faísca, caíra, saíra, egoísta, heroína, caí, Trema (o trema não é acento gráfico)
Xuí, Luís, uísque, balaústre, juízo, país, cafeína, baú, baús, Gra-
jaú, saímos, eletroímã, reúne, construía, proíbem, influí, destruí-lo,
Desapareceu o trema sobre o /u/ em todas as palavras do
instruí-la, etc.
português: Linguiça, averiguei, delinquente, tranquilo, linguís-
- Não se acentua o /i/ e o /u/ seguidos de nh: rainha, fuinha,
tico. Exceto em palavras de línguas estrangeiras: Günter, Gisele
moinho, lagoinha, etc; e quando formam sílaba com letra que não
seja s: cair (ca-ir), sairmos, saindo, juiz, ainda, diurno, Raul, ruim, Bündchen, müleriano.
cauim, amendoim, saiu, contribuiu, instruiu, etc.

De acordo com as novas regras da Língua Portuguesa não Questões:


se acentua mais o /i/ e /u/ tônicos formando hiato quando vierem
depois de ditongo: baiúca, boiúna, feiúra, feiúme, bocaiúva, etc. 01- O acento gráfico de “três” justifica-se por ser o vocábulo:
Ficaram: baiuca, boiuna, feiura, feiume, bocaiuva, etc. a) Monossílabo átono terminado em ES.
b) Oxítono terminado em ES
Os hiatos “ôo” e “êe” não são mais acentuados: enjôo, vôo, c) Monossílabo tônico terminado em S
perdôo, abençôo, povôo, crêem, dêem, lêem, vêem, relêem. Fi- d) Oxítono terminado em S
caram: enjoo, voo, perdoo, abençoo, povoo, creem, deem, leem, e) Monossílabo tônico terminado em ES
veem, releem.
02- Se o vocábulo concluiu não tem acento gráfico, tal não
Acento Diferencial acontece com uma das seguinte formas do verbo concluir:
a) concluia
Emprega-se o acento diferencial como sinal distintivo de vo- b) concluirmos
cábulos homógrafos, nos seguintes casos:
c) concluem
d) concluindo
- pôr (verbo) - para diferenciar de por (preposição).
- verbo poder (pôde, quando usado no passado) e) concluas
- é facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as
palavras forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a 03- Nenhum vocábulo deve receber acento gráfico, exceto:
frase mais clara. Exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo? a) sururu
b) peteca
Segundo as novas regras da Língua Portuguesa não existe c) bainha
mais o acento diferencial em palavras homônimas (grafia igual, d) mosaico
som e sentido diferentes) como: e) beriberi

Didatismo e Conhecimento 19
LÍNGUA PORTUGUESA
04- Todos os vocábulos devem ser acentuados graficamente,
exceto: PONTUAÇÃO
a) xadrez
b) faisca
c) reporter
d) Oasis Os sinais de pontuação são sinais gráficos empregados na lín-
e) proteina gua escrita para tentar recuperar recursos específicos da língua fa-
lada, tais como: entonação, jogo de silêncio, pausas, etc.
05- Assinale a opção em que o par de vocábulos não obedece
à mesma regra de acentuação gráfica. Ponto ( . )
a) sofismático/ insondáveis - indicar o final de uma frase declarativa: Lembro-me muito
b) automóvel/fácil
bem dele.
c) tá/já
- separar períodos entre si: Fica comigo. Não vá embora.
d) água/raciocínio
e) alguém/comvém - nas abreviaturas: Av.; V. Ex.ª

06- Os dois vocábulos de cada item devem ser acentuado gra- Vírgula ( , ): É usada para marcar uma pausa do enunciado
ficamente, exceto: com a finalidade de nos indicar que os termos por ela separados,
a) herbivoro-ridiculo apesar de participarem da mesma frase ou oração, não formam
b) logaritmo-urubu uma unidade sintática: Lúcia, esposa de João, foi a ganhadora
c) miudo-sacrificio única da Sena.
d) carnauba-germem Podemos concluir que, quando há uma relação sintática entre
e) Biblia-hieroglifo termos da oração, não se pode separá-los por meio de vírgula. Não
se separam por vírgula:
07- “Andavam devagar, olhando para trás...” (J.A. de Almei- - predicado de sujeito;
da-Américo A. Bagaceira). Assinale o item em que nem todas as - objeto de verbo;
palavras são acentuadas pelo mesmo motivo da palavra grifada no - adjunto adnominal de nome;
texto. - complemento nominal de nome;
a) Más – vês - predicativo do objeto;
b) Mês – pás - oração principal da subordinada substantiva (desde que esta
c) Vós – Brás
não seja apositiva nem apareça na ordem inversa).
d) Pés – atrás
e) Dês – pés
A vírgula no interior da oração
08- Indique a única alternativa em que nenhuma palavra é
acentuada graficamente: É utilizada nas seguintes situações:
a) lapis, canoa, abacaxi, jovens, - separar o vocativo: Maria, traga-me uma xícara de café; A
b) ruim, sozinho, aquele, traiu educação, meus amigos, é fundamental para o progresso do país.
c) saudade, onix, grau, orquídea - separar alguns apostos: Valdete, minha antiga empregada,
d) flores, açucar, album, virus, esteve aqui ontem.
e) voo, legua, assim, tenis - separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado: Che-
gando de viagem, procurarei por você; As pessoas, muitas vezes,
09- Nas alternativas, a acentuação gráfica está correta em to- são falsas.
das as palavras, exceto: - separar elementos de uma enumeração: Precisa-se de pedrei-
a) jesuíta, caráter ros, serventes, mestre-de-obras.
b) viúvo, sótão - isolar expressões de caráter explicativo ou corretivo: Ama-
c) baínha, raiz nhã, ou melhor, depois de amanhã podemos nos encontrar para
d) Ângela, espádua acertar a viagem.
e) gráfico, flúor - separar conjunções intercaladas: Não havia, porém, motivo
para tanta raiva.
10- Até ........ momento, ........ se lembrava de que o antiquário
- separar o complemento pleonástico antecipado: A mim, nada
tinha o ......... que procurávamos.
a) Aquêle-ninguém-baú me importa.
b) Aquêle-ninguém-bau - isolar o nome de lugar na indicação de datas: Belo Horizon-
c) Aquêle-ninguem-baú te, 26 de janeiro de 2014.
d) Aquele-ninguém-baú - separar termos coordenados assindéticos: “Lua, lua, lua, lua,
e) Aquéle-ninguém-bau por um momento meu canto contigo compactua...”  (Caetano Ve-
loso)
Respostas: (1-E) (2-A) (3-E) (4-A) (5-A) (6-B) (7-D) (8-B) - marcar a omissão de um termo (normalmente o verbo): Ela
(9-C) (10-D) prefere ler jornais e eu, revistas. (omissão do verbo preferir)

Didatismo e Conhecimento 20
LÍNGUA PORTUGUESA
Termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem dis- Dois-Pontos ( : )
pensam o uso da vírgula: Conversaram sobre futebol, religião e - iniciar a fala dos personagens: Então o padre respondeu: -
política. Não se falavam nem se olhavam; Ainda não me decidi se Parta agora.
viajarei para Bahia ou Ceará. Entretanto, se essas conjunções apa- - antes de apostos ou orações apositivas, enumerações ou
recerem repetidas, com a finalidade de dar ênfase, o uso da vírgula sequência de palavras que explicam, resumem ideias anteriores:
passa a ser obrigatório: Não fui nem ao velório, nem ao enterro, Meus amigos são poucos: Fátima, Rodrigo e Gilberto.
nem à missa de sétimo dia. - antes de citação: Como já dizia Vinícius de Morais: “Que
o amor não seja eterno posto que é chama, mas que seja infinito
A vírgula entre orações enquanto dure.”

É utilizada nas seguintes situações: Ponto de Interrogação ( ? )


- separar as orações subordinadas adjetivas explicativas: Meu - Em perguntas diretas: Como você se chama?
pai, de quem guardo amargas lembranças, mora no Rio de Janeiro. - Às vezes, juntamente com o ponto de exclamação: Quem
- separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas (ex- ganhou na loteria? Você. Eu?!
ceto as iniciadas pela conjunção “e”: Acordei, tomei meu banho,
comi algo e saí para o trabalho; Estudou muito, mas não foi apro- Ponto de Exclamação ( ! )
vado no exame. - Após vocativo: “Parte, Heliel!” ( As violetas de Nossa Sra.-
Humberto de Campos).
Há três casos em que se usa a vírgula antes da conjunção: - Após imperativo: Cale-se!
- quando as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes: - Após interjeição: Ufa! Ai!
Os ricos estão cada vez mais ricos, e os pobres, cada vez mais - Após palavras ou frases que denotem caráter emocional: Que
pobres. pena!
- quando a conjunção e vier repetida com a finalidade de dar
ênfase (polissíndeto): E chora, e ri, e grita, e pula de alegria. Reticências ( ... )
- quando a conjunção e assumir valores distintos que não seja - indicar dúvidas ou hesitação do falante: Sabe...eu queria te
da adição (adversidade, consequência, por exemplo): Coitada! Es- dizer que...esquece.
tudou muito, e ainda assim não foi aprovada. - interrupção de uma frase deixada gramaticalmente incom-
- separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou pleta: Alô! João está? Agora não se encontra. Quem sabe se ligar
reduzidas), principalmente se estiverem antepostas à oração prin- mais tarde...
cipal: “No momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda - ao fim de uma frase gramaticalmente completa com a inten-
mais; e fugindo com o corpo apresentou o gancho.” (O selvagem ção de sugerir prolongamento de ideia: “Sua tez, alva e pura como
- José de Alencar) um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa...”
- separar as orações intercaladas: “__Senhor, disse o velho, (Cecília- José de Alencar)
tenho grandes contentamentos em a estar plantando...”. Essas ora- - indicar supressão de palavra (s) numa frase transcrita:
ções poderão ter suas vírgulas substituídas por duplo travessão: “Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros -
“Senhor __ disse o velho __ tenho grandes contentamentos em a Raimundo Fagner)
estar plantando...”     
- separar as orações substantivas antepostas à principal: Quan- Aspas ( “  ” )
to custa viver, realmente não sei. - isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta,
como gírias, estrangeirismos, palavrões, neologismos, arcaísmos
Ponto-e-Vírgula ( ; ) e expressões populares: Maria ganhou um apaixonado “ósculo” do
seu admirador; A festa na casa de Lúcio estava “chocante”; Con-
- separar os itens de uma lei, de um decreto, de uma petição, versando com meu superior, dei a ele um “feedback” do serviço a
de uma sequência, etc: mim requerido.
Art. 127 – São penalidades disciplinares: - indicar uma citação textual: “Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro
I- advertência; vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue na face, desfiz e
II- suspensão; refiz a mala”. (O prazer de viajar - Eça de Queirós)
III- demissão;
IV- cassação de aposentadoria ou disponibilidade; Se, dentro de um trecho já destacado por aspas, se fizer neces-
V- destituição de cargo em comissão; sário a utilização de novas aspas, estas serão simples. ( ‘  ‘ )
VI-  destituição de função comissionada. (cap. V das penalida-
des Direito Administrativo) Parênteses ( () )
- isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo e
- separar orações coordenadas muito extensas ou orações datas: Na 2ª Guerra Mundial (1939-1945), ocorreu inúmeras per-
coordenadas nas quais já tenham tido utilizado a vírgula: “O rosto das humanas; “Uma manhã lá no Cajapió (Joca lembrava-se como
de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, se fora na véspera), acordara depois duma grande tormenta no fim
era pronunciadamente vultuoso, o que mais se acentuava no fim da do verão”. (O milagre das chuvas no nordeste- Graça Aranha)
vida, quando a bronquite crônica de que sofria desde moço se foi
transformando em opressora asma cardíaca; os lábios grossos, o Os parênteses também podem substituir a vírgula ou o tra-
inferior um tanto tenso (...)” (Visconde de Taunay) vessão.

Didatismo e Conhecimento 21
LÍNGUA PORTUGUESA
Travessão (__ ) Instruções para as questões de números 03 e 04: Os períodos
- dar início à fala de um personagem: O filho perguntou: __ abaixo apresentam diferenças de pontuação, assinale a letra que
Pai, quando começarão as aulas? corresponde ao período de pontuação correta:
- indicar mudança do interlocutor nos diálogos. __Doutor, o
que tenho é grave? __Não se preocupe, é uma simples infecção. É 03.
só tomar um antibiótico e estará bom. a) Pouco depois, quando chegaram, outras pessoas a reunião
- unir grupos de palavras que indicam itinerário: A rodovia ficou mais animada.
Belém-Brasília está em péssimo estado. b) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião
Também pode ser usado em substituição à virgula, em expres- ficou mais animada.
sões ou frases explicativas: Xuxa – a rainha dos baixinhos – é loira. c) Pouco depois, quando chegaram outras pessoas, a reunião
ficou mais animada.
Parágrafo d) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião,
Constitui cada uma das secções de frases de um escritor; co- ficou mais animada.
meça por letra maiúscula, um pouco além do ponto em que come- e) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião
çam as outras linhas. ficou, mais animada.

Colchetes ( [] ) 04.
Utilizados na linguagem científica. a) Precisando de mim procure-me; ou melhor telefone que eu
venho.
Asterisco ( * ) b) Precisando de mim procure-me, ou, melhor telefone que
Empregado para chamar a atenção do leitor para alguma nota eu venho.
(observação). c) Precisando, de mim, procure-me ou melhor, telefone, que
eu venho.
Barra ( / ) d) Precisando de mim, procure-me; ou melhor, telefone, que
Aplicada nas abreviações das datas e em algumas abreviatu- eu venho.
ras. e) Precisando, de mim, procure-me ou, melhor telefone que
eu venho.
Hífen (−)
Usado para ligar elementos de palavras compostas e para unir 05. Os períodos abaixo apresentam diferenças de pontuação.
pronomes átonos a verbos. Exemplo: guarda-roupa Assinale a letra que corresponde ao período de pontuação correta:
a) José dos Santos paulista, 23 anos vive no Rio.
Questões: b) José dos Santos paulista 23 anos, vive no Rio.
c) José dos Santos, paulista 23 anos, vive no Rio.
01. Assinale o texto de pontuação correta: d) José dos Santos, paulista 23 anos vive, no Rio.
a) Não sei se disse, que, isto se passava, em casa de uma co- e) José dos Santos, paulista, 23 anos, vive no Rio.
madre, minha avó.
b) Eu tinha, o juízo fraco, e em vão tentava emendar-me: pro- 06. A alternativa com pontuação correta é:
vocava risos, muxoxos, palavrões. a) Tenha cuidado, ao parafrasear o que ouvir. Nossa capacida-
c) A estes, porém, o mais que pode acontecer é que se riam de de retenção é variável e muitas vezes inconscientemente, detur-
deles os outros, sem que este riso os impeça de conservar as suas pamos o que ouvimos.
roupas e o seu calçado. b) Tenha cuidado ao parafrasear o que ouvir: nossa capacidade
d) Na civilização e na fraqueza ia para onde me impeliam de retenção é variável e, muitas vezes, inconscientemente, detur-
muito dócil muito leve, como os pedaços da carta de ABC, tritu- pamos o que ouvimos.
rados soltos no ar. c) Tenha cuidado, ao parafrasear o que ouvir! Nossa capacida-
e) Conduziram-me à rua da Conceição, mas só mais tarde no- de de retenção é variável e muitas vezes inconscientemente, detur-
tei, que me achava lá, numa sala pequena. pamos o que ouvimos.
d) Tenha cuidado ao parafrasear o que ouvir; nossa capacidade
02. Das redações abaixo, assinale a que não está pontuada de retenção, é variável e - muitas vezes inconscientemente, detur-
corretamente: pamos o que ouvimos.
a) Os candidatos, em fila, aguardavam ansiosos o resultado e) Tenha cuidado, ao parafrasear o que ouvir. Nossa capaci-
do concurso. dade de retenção é variável - e muitas vezes inconscientemente
b) Em fila, os candidatos, aguardavam, ansiosos, o resultado - deturpamos, o que ouvimos.
do concurso.      
c) Ansiosos, os candidatos aguardavam, em fila, o resultado
do concurso.
d) Os candidatos ansiosos aguardavam o resultado do concur-
so, em fila.
e) Os candidatos, aguardavam ansiosos, em fila, o resultado
do concurso.

Didatismo e Conhecimento 22
LÍNGUA PORTUGUESA
Nas questões 07 a 10, os períodos foram pontuados de cinco
formas diferentes. Leia-os todos e assinale a letra que corresponde COLETIVOS
ao período de pontuação correta: AUMENTATIVOS E DIMINUTIVOS
GRAUS DO SUBSTANTIVO
07.
a) Entra a propósito, disse Alves, o seu moleque, conhece pou-
E DO ADJETIVO
co os deveres da hospitalidade.
b) Entra a propósito disse Alves, o seu moleque conhece pou-
co os deveres da hospitalidade. Substantivo
c) Entra a propósito, disse Alves o seu moleque conhece pou-
co os deveres da hospitalidade. Substantivo é a palavra que dá nomes aos seres. Inclui os no-
d) Entra a propósito, disse Alves, o seu moleque conhece pou- mes de pessoas, de lugares, coisas, entes de natureza espiritual ou
co os deveres da hospitalidade. mitológica: vegetação, sereia, cidade, anjo, árvore, passarinho,
e) Entra a propósito, disse Alves, o seu moleque conhece pou- abraço, quadro, universidade, saudade, amor, respeito, criança.
co, os deveres da hospitalidade. Os substantivos exercem, na frase, as funções de: sujeito, pre-
dicativo do sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento
08. nominal, adjunto adverbial, agente da passiva, aposto e vocativo.
a) Prima faça calar titio suplicou o moço, com um leve sorriso Os substantivos classificam-se em:
que imediatamente se lhe apagou. - Comuns: nomeiam os seres da mesma espécie: menina, pia-
b) Prima, faça calar titio, suplicou o moço com um leve sorri- no, estrela, rio, animal, árvore.
so que imediatamente se lhe apagou. - Próprios: referem-se a um ser em particular: Brasil, América
c) Prima faça calar titio, suplicou o moço com um leve sorriso do Norte, Deus, Paulo, Lucélia.
que imediatamente se lhe apagou. - Concretos: são aqueles que têm existência própria; são
d) Prima, faça calar titio suplicou o moço com um leve sorriso independentes; reais ou imaginários: mãe, mar, água, anjo, mulher,
que imediatamente se lhe apagou. alma, Deus, vento, DVD, fada, criança, saci.
e) Prima faça calar titio, suplicou o moço com um leve sorriso - Abstrato: são os que não têm existência própria; depende
que, imediatamente se lhe apagou. sempre de um ser para existir: é necessário alguém ser ou estar
triste para a tristeza manifestar-se; é necessário alguém beijar ou
09. abraçar para que ocorra um beijo ou um abraço; designam quali-
a) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gor- dades, sentimentos, ações, estados dos seres: dor, doença, amor,
do, fisionomia insinuante, destas que mesmo sérias, trazem im- fé, beijo, abraço, juventude, covardia, coragem, justiça. Os subs-
presso constante sorriso. tantivos abstratos podem ser concretizados dependendo do seu
b) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gor- significado: Levamos a caça para a cabana. (caça = ato de caçar,
do, fisionomia insinuante, destas que mesmo sérias trazem, im- substantivo abstrato; a caça, neste caso, refere-se ao animal, por-
presso constante sorriso. tanto, concreto).
c) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gor- - Simples: como o nome diz, são aqueles formados por apenas
do, fisionomia insinuante, destas que, mesmo sérias, trazem im- um radical: chuva, tempo, sol, guarda, pão, raio, água, ló, terra,
presso, constante sorriso. flor, mar, raio, cabeça.
d) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gor- - Compostos: são os que são formados por mais de dois
do, fisionomia insinuante, destas que, mesmo sérias trazem im- radicais: guarda-chuva, girassol, água-de-colônia, pão-de-ló,
presso constante sorriso. para-raio, sem-terra, mula-sem-cabeça.
e) Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gor- - Primitivos: são os que não derivam de outras palavras;
do, fisionomia insinuante, destas que, mesmo sérias, trazem im- vieram primeiro,deram origem a outras palavras: ferro, Pedro,
presso constante sorriso. mês, queijo, chave, chuva, pão, trovão, casa.
- Derivados: são formados de outra palavra já existente; vie-
10. ram depois: ferradura, pedreiro, mesada, requeijão, chaveiro, chu-
a) Deixo ao leitor calcular quanta paixão a bela viúva, empre- veiro, padeiro, trovoada, casarão, casebre.
gou na execução do canto. - Coletivos: os substantivos comuns que, mesmo no singular,
b) Deixo ao leitor calcular quanta paixão a bela viúva empre- designam um conjunto de seres de uma mesma espécie: bando,
gou na execução do canto. povo, frota, batalhão, biblioteca, constelação.
c) Deixo ao leitor calcular quanta paixão, a bela viúva, empre-
gou na execução do canto. Eis alguns substantivos coletivos: álbum – de fotografias; al-
d) Deixo ao leitor calcular, quanta paixão a bela viúva, empre- cateia – de lobos; antologia – de textos escolhidos; arquipélago –
gou na execução do canto. ilhas; assembleia – pessoas, professores; atlas – cartas geográficas;
e) Deixo ao leitor, calcular quanta paixão a bela viúva, empre- banda – de músicos; bando – de aves, de crianças; baixela – uten-
gou na execução do canto. sílios de mesa; banca – de examinadores; biblioteca – de livros;
biênio – dois anos; bimestre – dois meses; boiada – de bois; cacho
Respostas: 01-C / 02-E / 03-C / 04-D / 05-E / 06-B / 07-D / – de uva; cáfila – camelos; caravana – viajantes; cambada – de
08-B / 09-E / 10-B vadios, malvados; cancioneiro – de canções; cardume – de peixes;

Didatismo e Conhecimento 23
LÍNGUA PORTUGUESA
casario – de casas; código – de leis; colmeia – de abelhas; concílio Substantivos Uniformes
– de bispos em assembleia; conclave – de cardeais; confraria – de
religiosos; constelação – de estrelas; cordilheira – de montanhas; Os substantivos uniformes apresentam uma única forma para
cortejo – acompanhantes em comitiva; discoteca – de discos; elen- ambos os gêneros: dentista, vítima. Os substantivos uniformes
co – de atores; enxoval – de roupas; fato – de cabras; fornada – de dividem-se em:
pães; galeria – de quadros; hemeroteca – de jornais, revistas; horda - Epicenos: designam certos animais e têm um só gênero, quer
– de invasores; iconoteca – de imagens; irmandade – de religiosos; se refiram ao macho ou à fêmea. – jacaré macho ou fêmea / a cobra
mapoteca – de mapas; milênio – de mil anos; miríade – de muitas macho ou fêmea / a formiga macho ou fêmea.
estrelas, insetos; nuvem – de gafanhotos; panapaná – de borboletas - Comuns de dois gêneros: apenas uma forma e designam
em bando; penca – de frutas; pinacoteca – de quadros; piquete – de indivíduos dos dois sexos. São masculinos ou femininos. A in-
grevistas; plêiade – de pessoas notáveis, sábios; prole – de filhos; dicação do sexo é feita com uso do artigo masculino ou feminino:
quarentena – quarenta dias; quinquênio – cinco anos; renque – de o, a intérprete / o, a colega / o, a médium / o, a personagem / o, a
árvores, pessoas, coisas; repertório – de peças teatrais, música; res- cliente / o, a fã / o, a motorista / o, a estudante / o, a artista / o, a re-
ma – de quinhentas folhas de papel; século – de cem anos; sextilha pórter / o, a menequim / o, a gerente / o, a imigrante / o, a pianista
– de seis versos; súcia – de malandros, patifes; terceto – de três / o, a rival / o a jornalista.
pessoas, três versos; tríduo – período de três dias; triênio – período - Sobrecomuns: designam pessoas e têm um só gênero para
de três anos; tropilhas – de trabalhadores, alunos; vara – de porcos; homem ou a mulher: a criança (menino, menina) / a testemunha
videoteca – de videocassetes; xiloteca – de amostras de tipos de (homem, mulher) / a pessoa (homem, mulher) / o cônjuge (marido,
madeiras. mulher) / o guia (homem, mulher) / o ídolo (homem, mulher).

Reflexão do Substantivo Substantivos que mudam de sentido, quando se troca o gêne-


ro: o lotação (veículo) - a lotação (efeito de lotar); o capital
“Na feira livre do arrabaldezinho (dinheiro) - a capital (cidade); o cabeça (chefe, líder)
- a cabeça (parte do corpo); o guia (acompanhante) - a guia (docu-
Um homem loquaz apregoa balõezinhos de cor
mentação); o moral (ânimo) - a moral (ética); o grama (peso) - a
- O melhor divertimento para crianças!
grama (relva); o caixa (atendente) - a caixa (objeto); o rádio
Em redor dele há um ajuntamento de menininhos pobres,
(aparelho) - a rádio (emissora); o crisma (óleo salgado) - a crisma
Fitando com olhos muito redondos os grandes
(sacramento); o coma (perda dos sentidos) - a coma (cabeleira); o
Balõezinhos muito redondos.” (Manoel Bandeira)
cura (vigário) - a cura; (ato de curar); o lente (prof. Universitário)
- a lente (vidro de aumento); o língua (intérprete) - a língua (órgão,
Observe que o poema apresenta vários substantivos e apre-
idioma); o voga (o remador) - a voga (moda).
sentam variações ou flexões de gênero (masculino/feminino), de
número (plural/singular) e de grau (aumentativo/diminutivo). Alguns substantivos oferecem dúvida quanto ao gênero. São
Na língua portuguesa há dois gêneros: masculino e feminino. masculinos: o eclipse, o dó, o dengue (manha), o champanha, o
A regra para a flexão do gênero é a troca de o por a, ou o acréscimo soprano, o clã, o alvará, o sanduíche, o clarinete, o Hosana, o es-
da vogal a, no final da palavra: mestre, mestra. pécime, o guaraná, o diabete ou diabetes, o tapa, o lança-perfume,
o praça (soldado raso), o pernoite, o formicida, o herpes, o sósia, o
Formação do Feminino telefonema, o saca-rolha, o plasma, o estigma.
O feminino se realiza de três modos: São geralmente masculinos os substantivos de origem grega
- Flexionando-se o substantivo masculino: filho, filha / mestre, terminados em – ma: o dilema, o teorema, o emblema, o trema, o
mestra / leão, leoa; eczema, o edema, o enfisema, o fonema, o anátema, o tracoma, o
- Acrescentando-se ao masculino a desinência “a” ou um sufi- hematoma, o glaucoma, o aneurisma, o telefonema, o estratagema.
xo feminino: autor, autora / deus, deusa / cônsul, consulesa / can-
tor, cantora / reitor, reitora. São femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a aluvião, a
- Utilizando-se uma palavra feminina com radical diferente: análise, a cal, a gênese, a entorse, a faringe, a cólera (doença),
pai, mãe / homem, mulher / boi, vaca / carneiro, ovelha / cavalo, a cataplasma, a pane, a mascote, a libido (desejo sexual), a rês,
égua. a sentinela, a sucuri, a usucapião, a omelete, a hortelã, a fama, a
Xerox, a aguardante.
Observe como são formados os femininos: parente, parenta
/ hóspede, hospeda / monge, monja / presidente, presidenta / gi- Plural dos Substantivos
gante, giganta / oficial, oficiala / peru, perua / cidadão, cidadã /
aldeão, aldeã / ancião, anciã / guardião, guardiã / charlatão, char- Há várias maneiras de se formar o plural dos substantivos:
latã / escrivão, escrivã / papa, papisa / faisão, faisoa / hortelão, Acrescentam-se:
horteloa / ilhéu, ilhoa / mélro, mélroa / folião, foliona / imperador,
imperatriz / profeta, profetiza / píton, pitonisa / abade, abadessa / - S – aos substantivos terminados em vogal ou ditongo: povo,
czar, czarina / perdigão, perdiz / cão, cadela / pigmeu, pigmeia / povos / feira, feiras / série, séries.
ateu, ateia / hebreu, hebreia / réu, ré / cerzidor, cerzideira / frade, - S – aos substantivos terminados em N: líquen, liquens / ab-
freira / frei, sóror / rajá, rani / dom, dona / cavaleiro, dama / zan- dômen, abdomens / hífen, hífens. Também: líquenes, abdômenes,
gão, abelha / hífenes.

Didatismo e Conhecimento 24
LÍNGUA PORTUGUESA
- ES – aos substantivos terminados em R, S, Z: cartaz, carta- - Muitos substantivos conservam no plural o “o” fechado:
zes / motor, motores / mês, meses. Alguns terminados em R mu- acordos, adornos, almoços, bodas, bojos, bolos, cocos, confortos,
dam sua sílaba tônica, no plural: júnior, juniores / caráter, caracte- dorsos, encontros, esposos, estojos, forros, globos, gostos, moços,
res / sênior, seniores. molhos, pilotos, piolhos, rolos, rostos, sopros, sogros, subornos.
- IS – aos substantivos terminados em al, el, ol, ul: jornal, - Substantivos empregados somente no plural: Arredores,
jornais / sol, sóis / túnel, túneis / mel, meles, méis. Exceções: mal, belas-artes, bodas (ô), condolências, cócegas, costas, exéquias, fé-
males / cônsul, cônsules / real, réis (antiga moeda portuguesa). rias, olheiras, fezes, núpcias, óculos, parabéns, pêsames, viveres,
- ÃO – aos substantivos terminados em ão, acrescenta S: cida- idos, afazeres, algemas.
dão, cidadãos / irmão, irmãos / mão, mãos. - A forma singular das palavras ciúme e saudade são também
usadas no plural, embora a forma singular seja preferencial, já que
Trocam-se: a maioria dos substantivos abstratos não se pluralizam. Aceita-se
os ciúmes, nunca o ciúmes.
- ão por ões: botão, botões / limão, limões / portão, portões /
mamão, mamões. “Quando você me deixou,
- ão por ãe: pão, pães / charlatão, charlatães / alemão, alemães meu bem,
me disse pra eu ser feliz
/ cão, cães.
e passar bem
- il por is (oxítonas): funil, funis / fuzil, fuzis / canil, canis /
Quis morrer de ciúme,
pernil, pernis, e por EIS (Paroxítonas): fóssil, fósseis / réptil, rép-
quase enloqueci
teis / projétil, projéteis.
mas depois, como era
- m por ns: nuvem, nuvens / som, sons / vintém, vinténs / de costume, obedeci” (gravado por Maria Bethânia)
atum, atuns.
- zito, zinho - 1º coloca-se o substantivo no plural: balão, ba- “Às vezes passo dias inteiros
lões; 2º elimina-se o S + zinhos. imaginando e pensando em você
Balão – balões – balões + zinhos: balõzinhos; e eu fico com tanta saudade
Papel – papéis – papel + zinhos: papeizinhos; que até parece que eu posso morrer.
Cão – cães - cãe + zitos: Cãezitos. Pode creditar em mim.
- alguns substantivos terminados em X são invariáveis (valor Você me olha, eu digo sim...” (Fernanda Abreu)
fonético = cs): os tórax, os tórax / o ônix, os ônix / a fênix, as fênix
/ uma Xerox, duas Xerox / um fax, dois fax. Atenção: avô – avôs (o avô materno e o avô paterno; avôs,
- Outros (fora de uso) têm o mesmo plural que suas variantes fechado) avó - avós (o avô e a avó). Termos no singular com valor
em ice (ainda em vigor): apêndix ou apêndice, apêndices / cálix de plural: Muito negro ainda sofre com o preconceito social. / Tem
o ucálice, cálices (x, som de s) / látex, látice ou láteces / códex morrido muito pobre de fome.
ou códice, códices / córtex ou córtice, córtices / índex ou índice,
índices (x, som de cs). Plural dos Substantivos Compostos
- substantivos terminados em ÃO com mais de uma forma
no plural: aldeão, aldeões, aldeãos; verão, verões, verãos; anão, Não é muito fácil a formação do plural dos substantivos com-
anões, anãos; guardião, guardiões, guardiães; corrimão, corri- postos.
mãos, corrimões; hortelão, hortelões, hortelãos; ancião, anciões,
anciães, anciãos; ermitão, ermitões, ermitães, ermitãos. Somente o segundo (ou último) elemento vai para o plural:
- Palavra unida sem hífen: pontapé = pontapés / girassol =
A tendência é utilizar a forma em ÕES. girassóis / autopeça = autopeças.
- verbo + substantivo: saca-rolha = saca-rolhas / arranha-céu
- Há substantivos que mudam o timbre da vogal tônica, no = arranha-céus / bate-bola = bate-bolas / guarda-roupa = guarda-
-roupas / guarda-sol = guarda-sóis / vale-refeição = vale-refeições.
plural. Chama-se metafonia. Apresentam o “o” tônica fechado no
- elemento invariável + palavra variável: sempre-viva = sem-
singular e aberto no plural: caroço (ô), coroços (ó) / imposto (ô),
pre-vivas / abaixo-assinado = abaixo-assinados / recém-nascido
impostos (ó) / forno (ô), fornos (ó) / miolo (ô), miolos (ó) / poço
= recém-nascidos / ex-marido = ex-maridos / auto-escola = auto-
(ô), poços (ó) / olho (ô), olhos (ó) / povo (ô), povos (ó) / corvo (ô),
-escolas.
corvos (ó). Também são abertos no plural (ó): fogos, ovos, ossos, - palavras repetidas: o reco-reco = os reco-recos / o tico-tico
portos, porcos, postos, reforços. Tijolos, destroços. = os tico-ticos / o corre-corre = os corre-corres.
- Há substantivos que mudam de sentido quando usados no - substantivo composto de três ou mais elementos não ligados
plural: Fez bem a todos (alegria); Houve separação de bens. (patri- por preposição: o bem-me-quer = os bem-me-queres / o bem-te-vi
mônio); Conferiu a féria do dia. (salário); As férias foram maravi- = os bem-te-vis / o sem-terra = os sem-terra / o fora-da-lei = os fo-
lhosas. (descanso); Sua honra foi exaltada. (dignidade); Recebeu ra-da-lei / o João-ninguém = os joões-ninguém / o ponto-e-vírgula
honras na solenidade. (homenagens); Outros: bem = virtude, be- = os ponto-e-vírgula / o bumba-meu-boi = os bumba-meu-boi.
nefício / bens = valores / costa = litoral / costas = dorso / féria = - quando o primeiro elemento for: grão, grã (grande), bel:
renda diária / férias = descanso / vencimento = fim / vencimento = grão-duque = grão-duques / grã-cruz = grã-cruzes / bel-prazer =
salário / letra = símbolo gráfico / letras = literatura. bel-prazeres.

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Somente o primeiro elemento vai para o plural: Os graus aumentativos e diminutivos são formados por dois
- substantivo + preposição + substantivo: água de colônia = processos:
águas-de-colônia / mula-sem-cabeça = mulas-sem-cabeça / pão-de- - Sintético: com o acréscimo de um sufixo aumentativo ou di-
-ló = pães-de-ló / sinal-da-cruz = sinais-da-cruz. minutivo: peixe – peixão (aumentativo sintético); peixe-peixinho
- quando o segundo elemento limita o primeiro ou dá ideia de (diminutivo sintético); sufixo inho ou isinho.
tipo, finalidade: samba-enredo = sambas-enredos / pombo-correio = - Analítico: formado com palavras de aumento: grande, enor-
pombos-correio / salário-família = salários-família / banana-maçã = me, imensa, gigantesca: obra imensa / lucro enorme / carro grande
bananas-maçã / vale-refeição = vales-refeição (vale = ter valor de, / prédio gigantesco; e formado com as palavras de diminuição: di-
substantivo+especificador) minuto, pequeno, minúscula, casa pequena, peça minúscula / saia
diminuta.
A tendência na língua portuguesa atual é pluralizar os dois ele-
mentos: bananas-maçãs / couves-flores / peixes-bois / saias-balões. - Sem falar em aumentativo e diminutivo alguns substantivos
exprimem também desprezo, crítica, indiferença em relação a cer-
Os dois elementos ficam invariáveis quando houver: tas pessoas e objetos: gentalha, mulherengo, narigão, gentinha,
- verbo + advérbio: o ganha-pouco = os ganha-pouco / o cola- coisinha, povinho, livreco.
-tudo = os cola-tudo / o bota-fora = os bota-fora - Já alguns diminutivos dão ideia de afetividade: filhinho, To-
- os compostos de verbos de sentido oposto: o entra-e-sai = os ninho, mãezinha.
entra-e-sai / o leva-e-traz = os leva-e-traz / o vai-e-volta = os vai-e- - Em consequência do dinamismo da língua, alguns substanti-
-volta. vos no grau diminutivo e aumentativo adquiriram um significado
novo: portão, cartão, fogão, cartilha, folhinha (calendário).
Os dois elementos, vão para o plural: - As palavras proparoxítonas e as palavras terminadas em
- substantivo + substantivo: decreto-lei = decretos-leis / abelha- sílabas nasal, ditongo, hiato ou vogal tônica recebem o sufixo
-mestra = abelhas-mestras / tia-avó = tias-avós / temente-coronel = zinho(a): lâmpada (proparoxítona) = lampadazinha; irmão (sílaba
tenentes-coronéis / redator-chefe = redatores-chefes. Coloque entre nasal) = irmãozinho; herói (ditongo) = heroizinho; baú (hiato) =
dois elementos a conjunção e, observe se é possível a pessoa ser o bauzinho; café (voga tônica) = cafezinho.
redator e chefe ao mesmo tempo / cirurgião e dentista / tia e avó / - As palavras terminadas em s ou z, ou em uma dessas con-
decreto e lei / abelha e mestra. soantes seguidas de vogal recebem o sufixo inho: país = paisinho;
- substantivo + adjetivo: amor-perfeito = amores-perfeitos / ca- rapaz = rapazinho; rosa = rosinha; beleza = belezinha.
pitão-mor = capitães-mores / carro-forte = carros-fortes / obra-prima - Há ainda aumentativos e diminutivos formados por prefixa-
= obras-primas / cachorro-quente = cachorros-quentes. ção: minissaia, maxissaia, supermercado, minicalculadora.
- adjetivo + substantivo: boa-vida = boas-vidas / curta-metra-
gem = curtas-metragens / má-língua = más-línguas / Substantivo caracterizador de adjetivo: os adjetivos referen-
- numeral ordinal + substantivo: segunda-feira = segundas-fei- tes a cores podem ser modificados por um substantivo: verde pisci-
ras / quinta-feira = quintas-feiras. na, azul petróleo, amarelo ouro, roxo batata, verde garrafa.

Composto com a palavra guarda só vai para o plural se for Questões:


pessoa: guarda-noturno = guardas-noturnos / guarda-florestal =
guardas-florestais / guarda-civil = guardas-civis / guarda-marinha = 01. Numa das seguintes frases, há uma flexão de plural grafa-
guardas-marinha. da erradamente:
a) os escrivães serão beneficiados por esta lei.
Plural das palavras de outras classes gramaticais usadas b) o número mais importante é o dos anõezinhos.
como substantivo (substantivadas), são flexionadas como substan- c) faltam os hífens nesta relação de palavras.
tivos: Gritavam vivas e morras; Fiz a prova dos noves; Pesei bem d) Fulano e Beltrano são dois grandes caráteres.
os prós e contras. e) os répteis são animais ovíparos.

Numerais substantivos terminados em s ou z não variam no 02. Assinale o par de vocábulos que fazem o plural da mesma
plural. Este semestre tirei alguns seis e apenas um dez. forma que “balão” e “caneta-tinteiro”:
a) vulcão, abaixo-assinado;
Plural dos nomes próprios personalizados: os Almeidas / os b) irmão, salário-família;
Oliveiras / os Picassos / os Mozarts / os Kennedys / os Silvas. c) questão, manga-rosa;
d) bênção, papel-moeda;
Plural das siglas, acrescenta-se um s minúsculo: CDs / DVDs e) razão, guarda-chuva.
/ ONGs / PMs / Ufirs.
03. Assinale a alternativa em que está correta a formação do
Grau do Substantivo plural:
a) cadáver – cadáveis;
Os substantivos podem ser modificados a fim de exprimir inten- b) gavião – gaviães;
sidade, exagero ou diminuição. A essas modificações é que damos o c) fuzil – fuzíveis;
nome de grau do substantivo. São dois os graus dos substantivos: d) mal – maus;
aumentativo e diminutivo. e) atlas – os atlas.

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04. Indique a alternativa em que todos os substantivos são abs- 10. Marque a alternativa que apresenta os femininos de “Mon-
tratos: ge”, “Duque”, “Papa” e “Profeta”:
a) tempo – angústia – saudade – ausência – esperança– imagem; a) monja – duqueza – papisa – profetisa;
b) angústia – sorriso – luz – ausência – esperança –inimizade; b) freira – duqueza – papiza – profetisa;
c) inimigo – luz – esperança – espaço – tempo; c) freira – duquesa – papisa – profetisa;
d) angústia – saudade – ausência – esperança – inimizade; d) monja – duquesa – papiza – profetiza;
e) espaço – olhos – luz – lábios – ausência – esperança. e) monja – duquesa – papisa – profetisa.

05. Assinale a alternativa em que todos os substantivos são Respostas: 01-D / 02-C / 03-E / 04-D / 05-C / 06-E / 07-D /
masculinos: 08-C / 09-E / 10-E /
a) enigma – idioma – cal;
b) pianista – presidente – planta; Adjetivo
c) champanha – dó(pena) – telefonema;
d) estudante – cal – alface; Não digas: “o mundo é belo.”
e) edema – diabete – alface. Quando foi que viste o mundo?
Não digas: “o amor é triste.”
06. Sabendo-se que há substantivos que no masculino têm um Que é que tu conheces do amor?
significado; e no feminino têm outro, diferente. Marque a alternativa Não digas: “a vida é rápida.”
em que há um substantivo que não corresponde ao seu significado: Com foi que mediste a vida? (Cecília Meireles)
a) O capital = dinheiro;
A capital = cidade principal; Os adjetivos belo, triste e rápida expressa uma qualidade dos
sujeitos: o mundo, o amor, a vida.
b) O grama = unidade de medida; Adjetivo é a palavra variável em gênero, número e grau que
A grama = vegetação rasteira; modifica um substantivo, atribuindo-lhe uma qualidade, estado, ou
modo de ser: laranjeira florida; céu azul; mau tempo; cavalo baio;
comida saudável; político honesto; professor competente; funcio-
c) O rádio = aparelho transmissor;
nário consciente; pais responsáveis. Os adjetivos classificam-se
A rádio = estação geradora;
em:
d) O cabeça = o chefe;
- simples: apresentam um único radical, uma única palavra em
A cabeça = parte do corpo;
sua estrutura: alegre, medroso, simpático, covarde, jovem, exube-
rante, teimoso;
e) A cura = o médico.
- compostos: apresentam mais de um radical, mais de duas
O cura = ato de curar. palavras em sua estrutura: estrelas azul-claras; sapatos marrom-
-escuros; garoto surdo-mudo;
07. Marque a alternativa em que haja somente substantivos so- - primitivos: são os que vieram primeiro; dão origem a outras
brecomuns: palavras: atual, livre, triste, amarelo, brando, amável, confortável.
a) pianista – estudante – criança; - derivados: são aqueles formados por derivação, vieram de-
b) dentista – borboleta – comentarista; pois dos primitivos: amarelado, ilegal, infeliz, desconfortável, en-
c) crocodilo – sabiá – testemunha; tristecido, atualizado.
d) vítima – cadáver – testemunha; - pátrios: indicam procedência ou nacionalidade, referem-se a
e) criança – desportista – cônjuge. cidades, estados, países.

08. Aponte a sequência de substantivos que, sendo original- Locução Adjetiva: é a expressão que tem o mesmo valor de
mente diminutivos ou aumentativos, perderam essa acepção e se um adjetivo. A locução adjetiva é formada por preposição + um
constituem em formas normais, independentes do termo derivante: substantivo. Vejamos algumas locuções adjetivas: angelical = de
a) pratinho – papelinho – livreco – barraca; anjo; abdominal = de abdômen; apícola = de abelha; aquilino = de
b) tampinha – cigarrilha – estantezinha – elefantão; águia; argente = de prata; áureo = de ouro; auricular = da orelha;
c) cartão – flautim – lingüeta – cavalete; bucal = da boca; bélico = de guerra; cervical = do pescoço; cutâ-
d) chapelão – bocarra – cidrinho – portão; neo = de pele; discente = de aluno; docente = de professor; estelar
e) palhacinho – narigão – beiçola – boquinha. = de estrela; etário = de idade; fabril = de fábrica; filatélico = de
selos; urbano = da cidade; gástrica = do estômago; hepático = do
09. Dados os substantivos “caroço”, “imposto”, “coco” e “ovo”, fígado; matutino = da manhã; vespertino = da tarde; inodoro =
conclui-se que, indo para o plural a vogal tônica soará aberta em: sem cheiro; insípido = sem gosto; pluvial = da chuva; humano =
a) apenas na palavra nº 1; do homem; umbilical = do umbigo; têxtil = de tecido.
b) apenas na palavra nº 2;
c) apenas na palavra nº 3; Algumas locuções adjetivas não possuem adjetivos
d) em todas as palavras; correspondentes: lata de lixo, sacola de papel, parede de tijolo, fo-
e) N.D.A. lha de papel, e outros.

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Cidade, Estado, País e Adjetivo Pátrio: Amapá: amapense; - substantivos que funcionam como adjetivos, num processo
Amazonas: amazonense ou baré; Anápolis: anapolino; Angra dos de derivação imprópria, isto é, palavra que tem o valor de outra
Reis: angrense; Aracajú: aracajuano ou aracajuense; Bahia: baiano; classe gramatical, que não seja a sua: Alguns brasileiros recebem
Bélgica: belga; Belo Horizonte: belo-horizontino; Brasil: brasileiro; um salário-família. (substantivo com valor de adjetivo).
Brasília: brasiliense; Buenos Aires: buenairense ou portenho; Cairo: - substituto do adjetivo: palavras / expressões de outra classe
cairota; Cabo Frio: cabo-friense; Campo Grande: campo-grandese; gramatical podem caracterizar o substantivo, ficando a ele subordi-
Ceará: cearense; Curitiba: curitibano; Distrito Federal: candango ou nadas na frase.
brasiliense; Espírito Santo: espírito-santense ou capixaba; Estados Semântica e sintaticamente falando, valem por adjetivos.
Unidos: estadunidense ou norte americano; Florianópolis: floriano- Vale associar ao substantivo principal outro substantivo em for-
politano; Florença: florentino; Fortaleza: fortalezense; Goiânia: goia- ma de aposto.
niense; Goiás: goiano; Japão: japonês ou nipônico; João Pessoa: pes- O rio Tietê atravessa o estado de São Paulo.
soense; Londres: londrino; Maceió: maceioense; Manaus: manauense
ou manauara; Maranhão: maranhense; Mato Grosso: mato-grossense; Plural do Adjetivo: o plural dos adjetivos simples flexionam de
Mato Grosso do Sul: mato-grossense-do-sul; Minas Gerais: mineiro; acordo com o substantivo a que se referem: menino chorão = meni-
Natal: natalense ou papa-jerimum; Nova Iorque: nova-iorquino; Nite- nos chorões / garota sensível = garotas sensíveis / vitamina eficaz =
rói: niteroiense; Novo Hamburgo: hamburguense; Palmas: palmense; vitaminas eficazes / exemplo útil = exemplos úteis.
Pará: paraense; Paraíba: paraibano; Paraná: paranaense; Pernambu-
co: pernambucano; Petrópolis: petropolitano; Piauí: piauiense; Porto - quando os dois elementos formadores são adjetivos, só o se-
Alegre: porto-alegrense; Porto Velho: porto-velhense; Recife: recifen- gundo vai para o plural: questões político-partidárias, olhos casta-
se; Rio Branco: rio-branquense; Rio de Janeiro: carioca/ fluminense nho-claros, senadores democrata-cristãos com exceção de: surdo-
(estado); Rio Grande do Norte: rio-grandense-do-norte ou potiguar; -mudo = surdos-mudos, variam os dois elementos.
Rio Grande do Sul: rio-grandense ou gaúcho; Rondônia: rondonia- - Composto formado de adjetivo + substantivo referindo-se a
no; Roraima: roraimense; Salvador: soteropolitano; Santa Catarina: cores, o adjetivo cor e o substantivo permanecem invariáveis, não
catarinense ou barriga-verde; São Paulo: paulista/paulistano (cidade); vão para o plural: terno azul-petróleo = ternos azul-petróleo (adjeti-
São Luís: são-luisense ou ludovicense; Sergipe: sergipano; Teresina: vo azul, substantivo petróleo); saia amarelo-canário = saias amare-
teresinense; Tocantins: tocantinense; Três Corações: tricordiano; Três lo-canário (adjetivo, amarelo; substantivo canário).
Rios: trirriense; Vitória: vitoriano. - As locuções adjetivas formadas de cor + de + substantivo,
ficam invariáveis: papel cor-de-rosa = papéis cor-de-rosa / olho cor-
- pode-se utilizar os adjetivos pátrios compostos, como: afro- -de-mel = olhos cor-de-mel.
-brasileiro; Anglo-americano, franco-italiano, sino-japonês (China e - São invariáveis os adjetivos raios ultravioleta / alegrias sem-
Japão); Américo-francês; luso-brasileira; nipo-argentina (Japão e Ar- -par, piadas sem-sal.
gentina); teuto-argentinos (alemão).
- “O professor fez uma simples observação”. O adjetivo, simples, Grau do Adjetivo
colocado antes do substantivo observação, equivale à banal.
- “O professor fez uma observação simples”. O adjetivo simples Grau comparativo de: igualdade, superioridade (Analítico e
colocado depois do substantivo observação, equivale à fácil. Sintético) e Inferioridade;
Grau superlativo: absoluto (analítico e sintético) ou relativo
Flexões do Adjetivo: O adjetivo, como palavra variável, sofre (superioridade e inferioridade).
flexões de: gênero, número e grau.
O grau do adjetivo exprime a intensidade das qualidades dos
Gênero do Adjetivo: Quanto ao gênero os adjetivos classificam- seres. O adjetivo apresenta duas variações de grau: comparativo e
-se em: superlativo.
- uniformes: têm forma única para o masculino e o feminino. O grau comparativo é usado para comparar uma qualidade en-
Funcionário incompetente = funcionária incompetente. tre dois ou mais seres, ou duas ou mais qualidades de um mesmo ser.
- biformes: troca-se a vogal o pela vogal a ou com o acréscimo O comparativo pode ser:
da vogal a no final da palavra: ator famoso = atriz famosa / jogador - de igualdade: iguala duas coisas ou duas pessoas: Sou tão alto
brasileiro = jogador brasileira. quão / quanto / como você. (as duas pessoas têm a mesma altura)
Os adjetivos compostos recebem a flexão feminina apenas no - de superioridade: iguala duas pessoas / coisas sendo que uma
segundo elemento: sociedade luso-brasileira / festa cívico-religiosa / é mais do que a outra: Minha amiga Many é mais elevante do que /
saia verde-escura. Vejamos alguns adjetivos biformes que apresentam que eu. (das duas, a Many é mais)
uma flexão especial: ateu – ateia / europeu – europeia / glutão – glu- O grau comparativo de superioridade possui duas formas:
tona / hebreu – hebreia / Judeu – judia / mau – má / plebeu – plebeia Analítica: mais bom / mais mau / mais grande / mais peque-
/ são – sã / vão – vã. no: O salário é mais pequeno do que / que justo (salário pequeno
e justo). Quando comparamos duas qualidades de um mesmo ser,
Atenção: podemos usar as formas: mais grande, mais mau, mais bom,mais
- às vezes, os adjetivos são empregados como substantivos ou pequeno.
como advérbios: Agia como um ingênuo. (adjetivo como substantivo: Sintética: bom, melhor / mau, pior / grande, maior / pequeno,
acompanha um artigo). menor: Esta sala é melhor do que / que aquela.
- A cerveja que desce redondo. (adjetivo como advérbio: re- - de inferioridade: um elemento é menor do que outro: Somos
dondamente). menos passivos do que / que tolerantes.

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O grau superlativo: a característica do adjetivo se apresenta Emprego Adverbial do Adjetivo
intensificada: O superlativo pode ser absoluto ou relativo.
- Superlativo Absoluto: atribuída a um só ser; de forma abso- O menino dorme tranquilo. / As meninas dormem tranquilas.
luta. Pode ser: Em ambas as frases o adjetivo concorda em gênero e número com
Analítico: advérbio de intensidade muito, intensamente, bas- o sujeito.
tante, extremamente, excepcionalmente + adjetivo: Nicola é extre- O menino dorme tranquilamente. / As meninas dormem tran-
mamente simpático. quilamente. O adjetivo assume um valor adverbial, com o acrés-
Sintético: adjetivo + issimo, imo, ílimo, érrimo: Minha coma- cimo do sufixo mente, sendo, portanto, invariável, não vai para o
dre Mariinha é agradabilíssima. plural.
Sorriu amarelo e saiu. / Ficou meio chateada e calou-se. O ad-
- o sufixo -érrimo é restrito aos adjetivos latinos terminados jetivo amarelo modificou um verbo, portanto, assume a função de
em r; pauper (pobre) = paupérrimo; macer (magro) = macérrimo; advérbio; o adjetivo meio + chateada (adjetivo) assume, também, a
função de advérbio.
- forma popular: radical do adjetivo português + íssimo: po-
bríssimo;
Questões:
- adjetivos terminados em vel + bilíssimo: amável = amabi-
líssimo; 01. Assinale a alternativa em que o adjetivo que qualifica o
- adjetivos terminados em eio formam o superlativo apenas substantivo seja explicativo:
com i: feio = feíssimo / cheio = cheíssimo. a) dia chuvoso;
- os adjetivos terminados em io forma o superlativo em iís- b) água morna;
simo: sério = seriíssimo / necessário = necessariíssimo / frio = c) moça bonita;
friíssimo. d) fogo quente;
e) lua cheia.
Algumas formas do superlativo absoluto sintético erudi-
to (culto): ágil = agílimo; agradável = agradabilíssimo; agudo = 02. Assinale a alternativa que contém o grupo de adjetivos gen-
acutíssimo; amargo = amaríssimo; amigo = amicíssimo; antigo = tílicos, relativos a “Japão”, “Três Corações” e “Moscou”:
antiquíssimo; áspero = aspérrimo; atroz = atrocíssimo; benévolo =
benevolentíssimo; bom = boníssimo, ótimo; capaz = capacíssimo; ) Oriental, Tricardíaco, Moscovita;
célebre = celebérrimo; cruel = crudelíssimo; difícil = deficílimo; b) Nipônico,Tricordiano, Soviético;
doce = dulcíssimo; eficaz = eficacíssimo; fácil = facílimo; feliz = c) Japonês, Trêscoraçoense, Moscovita;
felicíssimo; fiel = fidelíssimo; frágil = fragílimo; frio = frigidíssi- d) Nipônico, Tricordiano, Moscovita;
mo, friíssimo; geral = generalíssimo; humilde = humílimo; incrí- e) Oriental, Tricardíaco, Soviético.
vel = incredibilíssimo; inimigo = inimicíssimo; jovem = juvenilís-
simo; livre = libérrimo; magnífico = magnificentíssimo; magro = 03. Ainda sobre os adjetivos gentílicos, diz-se que quem nasce
macérrimo, magérrimo; mau = péssimo; miserável = miserabilíssi- em “Lima”, “Buenos Aires” e “Jerusalém” é:
mo; negro = nigérrimo, negríssimo; nobre = nobilíssimo; pessoal = a) Limalho-Portenho-Jerusalense;
personalíssimo; pobre = paupérrimo, pobríssimo; sábio = sapien- b) Limenho-Bonaerense-Hierosolimita;
tíssimo; sagrado = sacratíssimo; simpático = simpaticíssimo; sim- c) Límio-Portenho-Jerusalita
ples = simplícimo; tenro = teneríssimo; terrível = terribilíssimo; d) Limenho-Bonaerense-Jerusalita;
veloz = velocíssimo. e) Limeiro-Bonaerense-Judeu;

04.No trecho “os jovens estão mais ágeis que seus pais”, temos:
Usa-se também, no superlativo:
a) um superlativo relativo de superioridade;
- prefixos: maxinflação / hipermercado / ultrassonografia /
b) um comparativo de superioridade;
supersimpática. c) um superlativo absoluto;
- expressões: suja à beça / pra lá de sério / duro que nem d) um comparativo de igualdade.
sola / podre de rico / linda de morrer / magro de dar pena. e) um superlativo analítico de ágil.
- adjetivos repetidos: fofinho, fofinho (=fofíssimo) / linda,
linda (=lindíssima). 05. Relacione a 1ª coluna à 2ª:
- diminutivo ou aumentativo: cheinha / pequenininha / gran- 1 - água de chuva ( ) Fluvial
dalhão / gostosão / bonitão. 2 - olho de gato ( ) Angelical
- linguagem informa, sufixo érrimo, em fez de íssimo: chi- 3 - água de rio ( ) Felino
quérrimo, chiquentérrimo, elegantérrimo. 4 - Cara-de-anjo ( ) Pluvial

- Superlativo Relativo: ressalta a qualidade de um ser entre Assim temos:


muitos, com a mesma qualidade. Pode ser: a) 1 – 4 – 2 – 3;
Superlativo Relativo de Superioridade: Wilma é a mais pren- b) 3 – 2 – 1 – 4;
dada de todas as suas amigas. (ela é a mais de todas) c) 3 – 1 – 2 – 4;
Superlativo Relativo de Inferioridade: Paulo César é o menos d) 3 – 4 – 2 – 1;
tímido dos filhos. e) 4 – 3 – 1 – 2.

Didatismo e Conhecimento 29
LÍNGUA PORTUGUESA
06. Nas orações “Esse livro é melhor que aquele” e “Este livro
é mais lindo que aquele”, Há os graus comparativos: PALAVRAS SINÔNIMAS,
a) de superioridade, respectivamente sintético e analítico;
ANTÔNIMAS, PARÔNIMAS
b) de superioridade, ambos analíticos;
c) de superioridade, ambos sintéticos;
E HOMÔNIMAS
d) relativos;
e) superlativos.
Quanto à significação, as palavras são divididas nas seguin-
07. Selecione a alternativa que completa corretamente as la- tes categorias:
cunas da frase apresentada: “Os acidentados foram encaminhados
a diferentes clínicas ____” . Sinônimos: são palavras de sentido igual ou aproximado.
a) médicas-cirúrgicas; Exemplo:
b) médica-cirúrgicas; - Alfabeto, abecedário.
c) médico-cirúrgicas; - Brado, grito, clamor.
d) médicos-cirúrgicas;
- Extinguir, apagar, abolir, suprimir.
e) médica-cirúrgicos.
- Justo, certo, exato, reto, íntegro, imparcial.
08. Sabe-se que a posição do adjetivo, em relação ao substan-
tivo, pode ou não mudar o sentido do enunciado. Assim, nas frases Na maioria das vezes não é indiferente usar um sinônimo pelo
“Ele é um homem pobre” e “Ele é um pobre homem”. outro. Embora irmanados pelo sentido comum, os sinônimos dife-
a) 1ª fala de um sem recursos materiais; a 2ª fala de um ho- renciam-se, entretanto, uns dos outros, por matizes de significação
mem infeliz; e certas propriedades que o escritor não pode desconhecer. Com
b) a 1ª fala de um homem infeliz; a 2ª fala de um homem sem efeito, estes têm sentido mais amplo, aqueles, mais restrito (ani-
recursos materiais; mal e quadrúpede); uns são próprios da fala corrente, desataviada,
c) em ambos os casos, o homem é apenas infeliz, sem fazer vulgar, outros, ao invés, pertencem à esfera da linguagem culta,
referência a questões materiais; literária, científica ou poética (orador e tribuno, oculista e oftalmo-
d) em ambos os casos o homem é apenas desprovido de re- logista, cinzento e cinéreo).
cursos; A contribuição Greco-latina é responsável pela existência, em
e) o homem é infeliz e desprovido de recursos materiais, em nossa língua, de numerosos pares de sinônimos. Exemplos:
ambas. - Adversário e antagonista.
- Translúcido e diáfano.
09.O item em que a locução adjetiva não corresponde ao ad- - Semicírculo e hemiciclo.
jetivo dado é: - Contraveneno e antídoto.
a) hibernal - de inverno;
- Moral e ética.
b) filatélico - de folhas;
- Colóquio e diálogo.
c) discente - de alunos;
d) docente - de professor; - Transformação e metamorfose.
e) onírico - de sonho. - Oposição e antítese.

10. Assinale a alternativa em que todos os adjetivos têm uma O fato linguístico de existirem sinônimos chama-se sinoní-
só forma para os dois gêneros: mia, palavra que também designa o emprego de sinônimos.
a) andaluz, hindu, comum;
b) europeu, cortês, feliz; Antônimos: são palavras de significação oposta. Exemplos:
c) fofo, incolor, cru; - Ordem e anarquia.
d) superior, agrícola, namorador; - Soberba e humildade.
e) exemplar, fácil, simples. - Louvar e censurar.
- Mal e bem.
Respostas: 1- D / 2- D / 3- B / 4- B / 5- D / 6- A / 7- C / 8- A
/ 9- B / 10-E A antonímia pode originar-se de um prefixo de sentido oposto
ou negativo. Exemplos: bendizer/maldizer, simpático/antipático,
progredir/regredir, concórdia/discórdia, explícito/implícito, ativo/
inativo, esperar/desesperar, comunista/anticomunista, simétrico/
assimétrico, pré-nupcial/pós-nupcial.

Homônimos: são palavras que têm a mesma pronúncia, e às


vezes a mesma grafia, mas significação diferente. Exemplos:
- São (sadio), são (forma do verbo ser) e são (santo).
- Aço (substantivo) e asso (verbo).

Didatismo e Conhecimento 30
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Só o contexto é que determina a significação dos homônimos. Podemos citar ainda, como exemplos de palavras polissêmi-
A homonímia pode ser causa de ambiguidade, por isso é conside- cas, o verbo dar e os substantivos linha e ponto, que têm dezenas
rada uma deficiência dos idiomas. de acepções.
O que chama a atenção nos homônimos é o seu aspecto fônico
(som) e o gráfico (grafia). Daí serem divididos em: Sentido Próprio e Sentido Figurado: as palavras podem ser
empregadas no sentido próprio ou no sentido figurado. Exemplos:
Homógrafos Heterofônicos: iguais na escrita e diferentes no - Construí um muro de pedra. (sentido próprio).
timbre ou na intensidade das vogais. - Ênio tem um coração de pedra. (sentido figurado).
- Rego (substantivo) e rego (verbo). - As águas pingavam da torneira, (sentido próprio).
- Colher (verbo) e colher (substantivo). - As horas iam pingando lentamente, (sentido figurado).
- Jogo (substantivo) e jogo (verbo).
- Apoio (verbo) e apoio (substantivo).
Denotação e Conotação: Observe as palavras em destaque
- Para (verbo parar) e para (preposição).
nos seguintes exemplos:
- Providência (substantivo) e providencia (verbo).
- Às (substantivo), às (contração) e as (artigo). - Comprei uma correntinha de ouro.
- Pelo (substantivo), pelo (verbo) e pelo (contração de per+o). - Fulano nadava em ouro.

Homófonos Heterográficos: iguais na pronúncia e diferentes No primeiro exemplo, a palavra ouro denota ou designa sim-
na escrita. plesmente o conhecido metal precioso, tem sentido próprio, real,
- Acender (atear, pôr fogo) e ascender (subir). denotativo.
- Concertar (harmonizar) e consertar (reparar, emendar). No segundo exemplo, ouro sugere ou evoca riquezas, poder,
- Concerto (harmonia, sessão musical) e conserto (ato de con- glória, luxo, ostentação; tem o sentido conotativo, possui várias
sertar). conotações (ideias associadas, sentimentos, evocações que irra-
- Cegar (tornar cego) e segar (cortar, ceifar). diam da palavra).
- Apreçar (determinar o preço, avaliar) e apressar (acelerar).
- Cela (pequeno quarto), sela (arreio) e sela (verbo selar).
- Censo (recenseamento) e senso (juízo). Questões:
- Cerrar (fechar) e serrar (cortar).
- Paço (palácio) e passo (andar). 01. Estava ....... a ....... da guerra, pois os homens ....... nos
- Hera (trepadeira) e era (época), era (verbo). erros do passado.
- Caça (ato de caçar), cassa (tecido) e cassa (verbo cassar =
a) eminente, deflagração, incidiram
anular).
b) iminente, deflagração, reincidiram
- Cessão (ato de ceder), seção (divisão, repartição) e sessão
(tempo de uma reunião ou espetáculo). c) eminente, conflagração, reincidiram
d) preste, conflaglação, incidiram
Homófonos Homográficos: iguais na escrita e na pronúncia. e) prestes, flagração, recindiram
- Caminhada (substantivo), caminhada (verbo).
- Cedo (verbo), cedo (advérbio). 02. “Durante a ........ solene era ........ o desinteresse do mestre
- Somem (verbo somar), somem (verbo sumir). diante da ....... demonstrada pelo político”.
- Livre (adjetivo), livre (verbo livrar). a) seção - fragrante - incipiência
- Pomos (substantivo), pomos (verbo pôr). b) sessão - flagrante - insipiência
- Alude (avalancha), alude (verbo aludir). c) sessão - fragrante - incipiência
d) cessão - flagrante - incipiência
Parônimos: são palavras parecidas na escrita e na pronúncia: e) seção - flagrante - insipiência
Coro e couro, cesta e sesta, eminente e iminente, tetânico e titâni-
co, atoar e atuar, degradar e degredar, cético e séptico, prescrever 03. Na ..... plenária estudou-se a ..... de direitos territoriais a
e proscrever, descrição e discrição, infligir (aplicar) e infringir ..... .
(transgredir), osso e ouço, sede (vontade de beber) e cede (verbo a) sessão - cessão - estrangeiros
ceder), comprimento e cumprimento, deferir (conceder, dar defe- b) seção - cessão - estrangeiros
rimento) e diferir (ser diferente, divergir, adiar), ratificar (confir-
c) secção - sessão - extrangeiros
mar) e retificar (tornar reto, corrigir), vultoso (volumoso, muito
d) sessão - seção - estrangeiros
grande: soma vultosa) e vultuoso (congestionado: rosto vultuoso).
e) seção - sessão - estrangeiros
Polissemia: Uma palavra pode ter mais de uma significação.
A esse fato linguístico dá-se o nome de polissemia. Exemplos: 04. Há uma alternativa errada. Assinale-a:
- Mangueira: tubo de borracha ou plástico para regar as plan- a) A eminente autoridade acaba de concluir uma viagem política.
tas ou apagar incêndios; árvore frutífera; grande curral de gado. b) A catástrofe torna-se iminente.
- Pena: pluma; peça de metal para escrever; punição; dó. c) Sua ascensão foi rápida.
- Velar: cobrir com véu; ocultar; vigiar; cuidar; relativo ao véu d) Ascenderam o fogo rapidamente.
do palato. e) Reacendeu o fogo do entusiasmo.

Didatismo e Conhecimento 31
LÍNGUA PORTUGUESA
05. Há uma alternativa errada. Assinale-a:
a) cozer = cozinhar; coser = costurar EMPREGO DE ALGUMAS PALAVRAS
b) imigrar = sair do país; emigrar = entrar no país (PORQUE / POR QUE / PORQUÊ / POR
c) comprimento = medida; cumprimento = saudação QUÊ - SENÃO / SE NÃO – HÁ / A –
d) consertar = arrumar; concertar = harmonizar
MAU / MAL – AFIM / A FIM)
e) chácara = sítio; xácara = verso

06. Assinale o item em que a palavra destacada está incorre-


tamente aplicada:
a) Trouxeram-me um ramalhete de flores fragrantes. Mal: advérbio de modo, equivale a erradamente, é oposto de
b) A justiça infligiu a pena merecida aos desordeiros. bem: Dormi mal. (bem). Equivale a nocivo, prejudicial, enfermidade;
c) Promoveram uma festa beneficiente para a creche. pode vir antecedido de artigo, adjetivo ou pronome: A comida fez mal
d) Devemos ser fiéis ao cumprimento do dever. para mim. Seu mal é crer em tudo. Conjunção subordinativa tempo-
e) A cessão de terras compete ao Estado. ral, equivale a assim que, logo que: Mal chegou começou a chorar
desesperadamente.
07. O ...... do prefeito foi ..... ontem. Mau: adjetivo, equivale a ruim, oposto de bom; plural=maus;
a) mandado - caçado feminino=má. Você é um mau exemplo (bom). Substantivo: Os maus
b) mandato - cassado nunca vencem.
c) mandato - caçado
d) mandado - casçado Por que: escreve se separado; quando ocorre: preposição
e) mandado - cassado por+que - advérbio interrogativo (Por que você mentiu?); preposi-
ção por+que – pronome relativo pelo/a qual, pelos/as quais (A cidade
08. Marque a alternativa cujas palavras preenchem correta- por que passamos é simpática e acolhedora.) (=pela qual); preposição
por+que – conjunção subordinativa integrante; inicia oração subordi-
mente as respectivas lacunas, na frase seguinte: “Necessitando ......
nada substantiva (Não sei por que tomaram esta decisão. (=por que
o número do cartão do PIS, ...... a data de meu nascimento.”
motivo, razão)
a) ratificar, proscrevi
Por quê: final de frase, antes de um ponto final, de interrogação,
b) prescrever, discriminei
de exclamação, reticências; o monossílabo que passa a ser tônico (for-
c) descriminar, retifiquei
te), devendo, pois, ser acentuado: O show foi cancelado mas ninguém
d) proscrever, prescrevi
sabe por quê. (final de frase); Por quê? (isolado)
e) retificar, ratifiquei
Porque: conjunção subordinativa causal: equivale a: pela causa,
razão de que, pelo fato, motivo de que: Não fui ao encontro porque
09. “A ......... científica do povo levou-o a .... de feiticeiros os estava acamado; conjunção subordinativa explicativa: equivale a:
..... em astronomia.” pois, já que, uma vez que, visto que: “Mas a minha tristeza é sossego
a) insipiência tachar expertos porque é natural e justa.”; conjunção subordinativa final (verbo no
b) insipiência taxar expertos subjuntivo, equivale a para que): “Mas não julguemos, porque não
c) incipiência taxar espertos venhamos a ser julgados.”
d) incipiência tachar espertos Porquê: funciona como substantivo; vem sempre acompanhado
e) insipiência taxar espertos de um artigo ou determinante: Não foi fácil encontrar o porquê da-
quele corre-corre.
10. Na oração: Em sua vida, nunca teve muito ......, apresen-
tava-se sempre ...... no ..... de tarefas ...... . As palavras adequadas Senão: equivale a “caso contrário”, “a não ser”: Não fazia coi-
para preenchimento das lacunas são: sa nenhuma senão criticar.
a) censo - lasso - cumprimento - eminentes Se não: equivale a “se por acaso não”, em orações adverbiais
b) senso - lasso - cumprimento - iminentes condicionais: Se não houver homens honestos, o país não sairá desta
c) senso - laço - comprimento - iminentes situação crítica.
d) senso - laço - cumprimento - eminentes
e) censo - lasso - comprimento - iminentes A anos: a indica tempo futuro: Daqui a um ano iremos à Europa.
Há anos: há indica tempo passado: não o vejo há meses.
Respostas: (01.B)(02.B)(03.A)(04.D)(05.B)(06.C)(07.B)
(08.E)(09.A)(10.B) “Procure o seu caminho
Eu aprendi a andar sozinho
Isto foi há muito tempo atrás
Mas ainda sei como se faz
Minhas mãos estão cansadas
Não tenho mais onde me agarrar.”
(gravação: Nenhum de Nós)

Atenção: Há muito tempo já indica passado. Não há necessida-


de de usar atrás, isto é um pleonasmo.

Didatismo e Conhecimento 32
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Não se usa o artigo definido:
CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS – - antes de pronomes de tratamento iniciados por possessi-
SUBSTANTIVO, ARTIGO, ADJETIVO, vos:
NUMERAL, PRONOME, VERBO, Vossa Excelência, Vossa Senhoria, Vossa Majestade, Vossa
ADVÉRBIO, PREPOSIÇÃO, CONTRAÇÃO, Alteza.
CONJUNÇÃO E INTERJEIÇÃO Vossa Alteza estará presente ao debate?
“Nosso Senhor tinha o olhar em pranto / Chorava Nossa Se-
PRONOMES PESSOAIS,
nhora.”
DEMONSTRATIVOS E POSSESSIVOS - antes de nomes de meses:
O campeonato aconteceu em maio de 2002. Mas: O campeo-
nato aconteceu no inesquecível maio de 2002.
- alguns nomes de países, como Espanha, França, Inglaterra,
OBS: O conteúdo de Substantivo e Adjetivo já foi aborda- Itália podem ser construídos sem o artigo, principalmente quando
do em tópicos anteriores. regidos de preposição.
“Viveu muito tempo em Espanha.” / “Pelas estradas líricas de
Classes de Palavras França.” Mas: Sônia Salim, minha amiga, visitou a bela Veneza.
- antes de todos / todas + numeral: Eles são, todos quatro,
Artigo amigos de João Luís e Laurinha. Mas: Todos os três irmãos eu vi
nascer. (o substantivo está claro)
Artigo é a palavra que acompanha o substantivo, indicando- - antes de palavras que designam matéria de estudo, empre-
-lhe o gênero e o número, determinando-o ou generalizando-o. gadas com os verbos: aprender, estudar, cursar, ensinar: Estudo
Os artigos podem ser: Inglês e Cristiane estuda Francês.
- definidos: o, a, os, as; determinam os substantivos, trata
O uso do artigo é facultativo:
de um ser já conhecido; denota familiaridade: “A grande refor-
- antes do pronome possessivo: Sua / A sua incompetência é
ma do ensino superior é a reforma do ensino fundamental e do
irritante.
médio.” (Veja – maio de 2005)
- antes de nomes próprios de pessoas: Você já visitou Luciana
- indefinidos: um, uma, uns, umas; estes; trata-se de um ser / a Luciana?
desconhecido, dá ao substantivo valor vago: “...foi chegando um - “Daqui para a frente, tudo vai ser diferente.” (para a frente:
caboclinho magro, com uma taquara na mão.” (A. Lima) exige a preposição)

Usa-se o artigo definido: Formas combinadas do artigo definido: Preposição + o = ao /


- com a palavra ambos: falou-nos que ambos os culpados de + o,a = do, da / em + o, a = no, na / por + o, a = pelo, pela.
foram punidos.
- com nomes próprios geográficos de estado, pais, oceano, Usa-se o artigo indefinido:
montanha, rio, lago: o Brasil, o rio Amazonas, a Argentina, o - para indicar aproximação numérica: Nicole devia ter uns
oceano Pacífico, a Suíça, o Pará, a Bahia. / Conheço o Canadá oito anos / Não o vejo há uns meses.
mas não conheço Brasília. - antes dos nomes de partes do corpo ou de objetos em pares:
- com nome de cidade se vier qualificada: Fomos à histórica Usava umas calças largas e umas botas longas.
Ouro Preto. - em linguagem coloquial, com valor intensivo: Rafaela é uma
- depois de todos/todas + numeral + substantivo: Todos meiguice só.
os vinte atletas participarão do campeonato. - para comparar alguém com um personagem célebre: Luís
- com toda a/todo o, a expressão que vale como totalida- August é um Rui Barbosa.
de, inteira. Toda cidade será enfeitada para as comemorações
O artigo indefinido não é usado:
de aniversário. Sem o artigo, o pronome todo/toda vale como
- em expressões de quantidade: pessoa, porção, parte, gente,
qualquer. Toda cidade será enfeitada para as comemorações de
quantidade: Reservou para todos boa parte do lucro.
aniversário. (qualquer cidade) - com adjetivos como: escasso, excessivo, suficiente: Não há
- com o superlativo relativo: Mariane escolheu as mais lin- suficiente espaço para todos.
das flores da floricultura. - com substantivo que denota espécie: Cão que ladra não mor-
- com a palavra outro, com sentido determinado: Marcelo de.
tem dois amigos: Rui é alto e lindo, o outro é atlético e simpá-
tico. Formas combinadas do artigo indefinido: Preposição de e em
- antes dos nomes das quatro estações do ano: Depois da + um, uma = num, numa, dum, duma.
primavera vem o verão.
- com expressões de peso e medida: O álcool custa um real O artigo (o, a, um, uma) anteposto a qualquer palavra trans-
o litro. (=cada litro) forma-a em substantivo. O ato literário é o conjunto do ler e do
escrever.

Didatismo e Conhecimento 33
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Questões: Algarismos: Arábicos e Romanos, respectivamente: 1-I, 2-II,
3-III, 4-IV, 5-V, 6-VI, 7-VII, 8-VIII, 9-IX, 10-X, 11-XI, 12-XII,
01. Em que alternativa o termo grifado indica aproximação: 13-XIII, 14-XIV, 15-XV, 16-XVI, 17-XVII, 18-XVIII, 19-XIX,
a) Ao visitar uma cidade desconhecida, vibrava. 20-XX, 30-XXX, 40-XL, 50-L, 60-LX, 70-LXX, 80-LXXX, 90-
b) Tinha, na época, uns dezoito anos. XC, 100-C, 200-CC, 300-CCC, 400-CD, 500-D, 600-DC, 700-
c) Ao aproximar de uma garota bonita, seus olhos brilhavam. DCC, 800-DCCC, 900-CM, 1.000-M.
d) Não havia um só homem corajoso naquela guerra.
e) Uns diziam que ela sabia tudo, outros que não. Numerais Cardinais: um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete,
oito, nove, dez, onze, doze, treze, catorze ou quatorze, quinze, de-
02. Determine o caso em que o artigo tem valor qualificativo: zesseis, dezessete, dezoito, dezenove, vinte..., trinta..., quarenta...,
a) Estes são os candidatos que lhe falei. cinquenta..., sessenta..., setenta..., oitenta..., noventa..., cem..., du-
b) Procure-o, ele é o médico! Ninguém o supera. zentos..., trezentos..., quatrocentos..., quinhentos..., seiscentos...,
c) Certeza e exatidão, estas qualidades não as tenho.
setecentos..., oitocentos..., novecentos..., mil.
d) Os problemas que o afligem não me deixam descuidado.
e) Muito é a procura; pouca é a oferta.
Numerais Ordinais: primeiro, segundo, terceiro, quarto,
quinto, sexto, sétimo, oitavo, nono, décimo, décimo primeiro,
03. Em uma destas frases, o artigo definido está empregado
erradamente. Em qual? décimo segundo, décimo terceiro, décimo quarto, décimo quinto,
a) A velha Roma está sendo modernizada. décimo sexto, décimo sétimo, décimo oitavo, décimo nono, vigé-
b) A “Paraíba” é uma bela fragata. simo..., trigésimo..., quadragésimo..., quinquagésimo..., sexagési-
c) Não reconheço agora a Lisboa de meu tempo. mo..., septuagésimo..., octogésimo..., nonagésimo..., centésimo...,
d) O gato escaldado tem medo de água fria. ducentésimo..., trecentésimo..., quadringentésimo..., quingentési-
e) O Havre é um porto de muito movimento. mo..., sexcentésimo..., septingentésimo..., octingentésimo..., non-
gentésimo..., milésimo.
04. Assinale a alternativa em que os topônimos não admitem
artigo: Numerais Multiplicativos: dobro, triplo, quádruplo, quíntu-
a) Portugal, Copacabana. plo, sêxtuplo, sétuplo, óctuplo, nônuplo, décuplo, undécuplo, duo-
b) Petrópolis, Espanha. décuplo, cêntuplo.
c) Viena, Rio de Janeiro.
d) Madri, Itália. Numerais Fracionários: meia, metade, terço, quarto, quinto,
e) Alemanha, Curitiba. sexto, sétimo, oitavo, nono, décimo, onze avos, doze avos, treze
avos, catorze avos, quinze avos, dezesseis avos, dezessete avos,
Respostas: 01-B / 02-B / 03-D / 04-A / dezoito avos, dezenove avos, vinte avos..., trinta avos..., quarenta
avos..., cinquenta avos..., sessenta avos..., setenta avos..., oitenta
Numeral avos..., noventa avos..., centésimo..., ducentésimo..., trecentési-
mo..., quadringentésimo..., quingentésimo..., sexcentésimo..., sep-
Os numerais exprimem quantidade, posição em uma série, tingentésimo..., octingentésimo..., nongentésimo..., milésimo.
multiplicação e divisão. Daí a sua classificação, respectivamente,
em: cardinais, ordinais, multiplicativos e fracionários. Flexão dos Numerais
- Cardinal: indica número, quantidade: um, dois, três, oito,
vinte, cem, mil; Gênero
- Ordinal: indica ordem ou posição: primeiro, segundo, tercei-
- os numerais cardinais um, dois e as centenas a partir de du-
ro, sétimo, centésimo;
zentos apresentam flexão de gênero: Um menino e uma menina
- Fracionário: indica uma fração ou divisão: meio, terço,
foram os vencedores. / Comprei duzentos gramas de presunto e
quarto, quinto, um doze avos;
- Multiplicativo: indica a multiplicação de um número: duplo, duzentas rosquinhas.
dobro, triplo, quíntuplo. - os numerais ordinais variam em gênero: Marcela foi a nona
colocada no vestibular.
Os numerais que indicam conjunto de elementos de quan- - os numerais multiplicativos, quando usados com o valor de
tidade exata são os coletivos: bimestre: período de dois meses; substantivos, são variáveis: A minha nota é o triplo da sua. (triplo
centenário: período de cem anos; decálogo: conjunto de dez leis; – valor de substantivo)
decúria: período de dez anos; dezena: conjunto de dez coisas; dís- - quando usados com valor de adjetivo, apresentam flexão de
tico: dois versos; dúzia: conjunto de doze coisas; grosa: conjunto gênero: Eu fiz duas apostas triplas na lotofácil. (triplas valor de
de doze dúzias; lustro: período de cinco anos; milênio: período de adjetivo)
mil anos; milhar: conjunto de mil coisas; novena: período de nove - os numerais fracionários concordam com os cardinais que
dias; quarentena: período de quarenta dias; quinquênio: período de indicam o número das partes: Dois terços dos alunos foram con-
cinco anos; resma: quinhentas folhas de papel; semestre: período templados.
de seis meses; septênio: período de sete meses; sexênio: período de - o fracionário meio concorda em gênero e número com o
seis anos; terno: conjunto de três coisas; trezena: período de treze substantivo no qual se refere: O início do concurso será meio-dia e
dias; triênio: período de três anos; trinca: conjunto de três coisas. meia. (hora) / Usou apenas meias palavras.

Didatismo e Conhecimento 34
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Número Questões:
- os numerais cardinais milhão, bilhão, trilhão, e outros, va-
riam em número: Venderam um milhão de ingressos para a festa 01. Marque o emprego incorreto do numeral:
do peão. / Somos 180 milhões de brasileiros. a) século III (três)
- os numerais ordinais variam em número: As segundas colo- b) página 102 (cento e dois)
cadas disputarão o campeonato. c) 80º (octogésimo)
- os numerais multiplicativos são invariáveis quando usados d) capítulo XI (onze)
com valor de substantivo: Minha dívida é o dobro da sua. (valor de e) X tomo (décimo)
substantivo – invariável)  
- os numerais multiplicativos variam quando usados como ad-
Alternativa correta: A
jetivos: Fizemos duas apostas triplas. (valor de adjetivo – variável)
O numeral quando for usado para designar Papas, reis, sécu-
- os numerais fracionários variam em número, concordando
com os cardinais que indicam números das partes. los, capítulos etc, usam-se: Os ordinais de 1 a 10; Os cardinais
- Um quarto de litro equivale a 250 ml; três quartos equivalem de 11 em diante.
a 750 ml. Logo, a letra A está incorreta por está grafado século três,
quando o correto é século terceiro.
Grau
Na linguagem coloquial é comum a flexão de grau dos nume- 02. Indique o item em que os numerais estão corretamente
rais: Já lhe disse isso mil vezes. / Aquele quarentão é um “gato”! / empregados:
Morri com cincão para a “vaquinha”, lá da escola. a) Ao Papa Paulo seis sucedeu João Paulo primeiro.
b) após o parágrafo nono, virá o parágrafo dez.
Emprego dos Numerais c) depois do capítulo sexto, li o capítulo décimo primeiro.
d) antes do artigo décimo vem o artigo nono.
- para designar séculos, reis, papas, capítulos, cantos (na poe- e) o artigo vigésimo segundo foi revogado.
sia épica), empregam-se: os ordinais até décimo: João Paulo II  
(segundo). Canto X (décimo) / Luís IV (nono); os cardinais para Alternativa correta: B
os demais: Papa Bento XVI (dezesseis); Século XXI (vinte e um). Está corretamente grafado parágrafo nono e parágrafo dez na
- se o numeral vier antes do substantivo, usa-se o ordinal. O alternativa B, pois os numerais ordinais são de 1 a 09. De 10 em
XX século foi de descobertas científicas. (vigésimo século)
diante usamos os cardinais.
- com referência ao primeiro dia do mês, usa-se o numeral
ordinal: O pagamento do pessoal será sempre no dia primeiro.
- na enumeração de leis, decretos, artigos, circulares, portarias Pronome
e outros textos oficiais, emprega-se o numeral ordinal até o nono:
O diretor leu pausadamente a portaria 8ª. (portaria oitava) É a palavra que acompanha ou substitui o nome,
- emprega-se o numeral cardinal, a partir de dez: O artigo 16 relacionandoo a uma das três pessoas do discurso. As três pes-
não foi justificado. (artigo dezesseis) soas do discurso são:
- enumeração de casa, páginas, folhas, textos, apartamentos, 1ª pessoa: eu (singular) nós (plural): aquela que fala ou
quartos, poltronas, emprega-se o numeral cardinal: Reservei a pol- emissor;
trona vinte e oito. / O texto quatro está na página sessenta e cinco. 2ª pessoa: tu (singular) vós (plural): aquela com quem se
- se o numeral vier antes do substantivo, emprega-se o ordi- fala ou receptor;
nal. Paulo César é adepto da 7ª Arte. (sétima) 3ª pessoa: ele, ela (singular) eles, elas (plural): aquela de
- não se usa o numeral um antes de mil: Mil e duzentos reais quem se fala ou referente.
é muito para mim. Dependendo da função de substituir ou acompanhar o nome,
- o artigo e o numeral, antes dos substantivos milhão, milhar o pronome é, respectivamente: pronome substantivo ou pronome
e bilhão, devem concordar no masculino: adjetivo.
- Quando o sujeito da oração é milhões + substantivo feminino Os pronomes são classificados em: pessoais, de tratamento,
plural, o particípio ou adjetivo podem concordar, no masculino, possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e rela-
com milhões, ou com o substantivo, no feminino. Dois milhões de
tivos.
notas falsas serão resgatados ou serão resgatadas (milhões resgata-
dos / notas resgatadas)
- os numerais multiplicativos quíntuplo, sêxtuplo, sétuplo e Pronomes Pessoais: Os pronomes pessoais dividemse em:
óctuplo valem como substantivos para designar pessoas nascidas - retos exercem a função de sujeito da oração: eu, tu, ele,
do mesmo parto: Os sêxtuplos, nascidos em Lucélia, estão reagin- nós, vós, eles:
do bem. - oblíquos exercem a função de complemento do verbo (ob-
- emprega-se, na escrita das horas, o símbolo de cada unidade jeto direto / objeto indireto) ou as, lhes. - Ela não vai conosco.
após o numeral que a indica, sem espaço ou ponto: 10h20min – (elapronome reto / vaiverbo / conosco complemento nominal.
dez horas, vinte minutos. São: tônicos com preposição: mim, comigo, ti, contigo,si, con-
- não se emprega a conjunção e entre os milhares e as cente- sigo, conosco, convosco; átonos sem preposição: me, te, se, o, a,
nas: mil oitocentos e noventa e seis. Mas 1.200 – mil e duzentos (o lhe, nos, vos, os,pronome oblíquo) - Eu dou atenção a ela. (eu-
número termina numa centena com dois zeros) pronome reto / douverbo / atençãonome / elapronome oblíquo)

Didatismo e Conhecimento 35
LÍNGUA PORTUGUESA
Saiba mais sobre os Pronomes Pessoais Os pronomes pessoais retos ele, eles, ela, elas, nós e vós serão
pronomes pessoais oblíquos quando empregados como comple-
- Colocados antes do verbo, os pronomes oblíquos da 3ª pes- mentos de um verbo e vierem precedidos de preposição. O con-
soa, apresentam sempre a forma: o, a, os, as: Eu os vi saindo do serto da televisão foi feito por ele. (ele= pronome oblíquo)
teatro. Os pronomes pessoais ele, eles e ela, elas podem se contrair
- As palavras “só” e “todos” sempre acompanham os prono- com as preposições de e em: Não vejo graça nele./ Já frequentei
mes pessoais do caso reto: Eu vi só ele ontem. a casa dela.
- Colocados depois do verbo, os pronomes oblíquos da 3ª pes- Se os pronomes pessoais retos ele, eles, ela, elas estiverem
soa apresentam as formas: funcionando como sujeito, e houver uma preposição antes deles,
o, a, os, as: se o verbo terminar em vogal ou ditongo oral: não poderá haver uma contração: Está na hora de ela decidir seu
Encontreia sozinha. Vejoos diariamente. caminho. (ela sujeito de decidir; sempre com verbo no infinitivo)
o, a, os, as, precedidos de verbos terminados em: R/S/Z, as- Chamamse pronomes pessoais reflexivos os pronomes pes-
sumem as formas: lo, Ia, los, las, perdendo, consequentemente, as soais que se referem ao sujeito: Eu me feri com o canivete. (eu 1ª
terminações R, S, Z. Preciso pagar ao verdureiro. = pagálo; Fiz os pessoa sujeito / me pronome pessoal reflexivo)
exercícios a lápis. = Filos a lápis. Os pronomes pessoais oblíquos se, si e consigo devem ser
lo, la, los, las: se vierem depois de: eis / nos / vos Eis a prova empregados somente como pronomes pessoais reflexivos e funcio-
do suborno. = Eila; O tempo nos dirá. = nolo dirá. (eis, nos, vos nam como complementos de um verbo na 3ª pessoa, cujo sujeito
perdem o S) é também da 3ª pessoa: Nicole levantouse com elegância e levou
no, na, nos, nas: se o verbo terminar em ditongo nasal: m, ão, consigo (com ela própria) todos os olhares. (Nicolesujeito, 3ª pes-
õe: Deramna como vencedora; Põenos sobre a mesa. soa/ levantou verbo 3ª pessoa / se complemento 3ª pessoa / levou
lhe, lhes colocados depois do verbo na 1ª pessoa do plural, verbo 3ª pessoa / consigo complemento 3ª pessoa)
terminado em S não modificado: Nós entregamoSlhe a cópia do O pronome pessoal oblíquo não funciona como reflexivo se
contrato. (o S permanece) não se referir ao sujeito: Ela me protegeu do acidente. (ela sujeito
3ª pessoa me complemento 1ª pessoa)
nos: colocado depois do verbo na 1ª pessoa do plural, perde o
Você é segunda ou terceira pessoa? Na estrutura da fala, você
S: Sentamonos à mesa para um café rápido.
é a pessoa a quem se fala e, portanto, da 2ª pessoa. Por outro lado,
me, te, lhe, nos, vos: quando colocado com verbos transitivos
você, como os demais pronomes de tratamento senhor, senhora,
diretos (TD), têm sentido possessivo, equivalendo a meu, teu, seu,
senhorita, dona, pede o verbo na 3ª pessoa, e não na 2ª.
dele, nosso, vosso: Os anos roubaramlhe a esperança. (sua, dele,
Os pronomes oblíquos me, te, lhe, nos, vos, lhes (formas de
dela possessivo)
objeto indireto, 0I) juntamse a o, a, os, as (formas de objeto dire-
as formas conosco e convosco são substituídas por: com + to), assim: me+o: mo/+a: ma/+ os: mos/+as: mas: Recebi a carta e
nós, com + vós. seguidos de: ambos, todos, próprios, mesmos, ou- agradeci aojovem, que ma trouxe. nos +o: nolo / + a: nola / + os:
tros, numeral: Marianne garantiu que viajaria com nós três. nolos / +as: nolas: Venderíamos a casa, se nola exigissem. te+ o:
o pronome oblíquo funciona como sujeito com os verbos: dei- to/+ a: ta/+ os: tos/+ as: tas: Deite os meus melhores dias. Deitos.
xar, fazer, ouvir, mandar, sentir e ver+verbo no infinitivo. Deixeme lhe+ o: lho/+ a: lha/+ os: lhos/+ as:lhas: Ofereci lhe flores. Ofe-
sentir seu perfume. (Deixe que eu sinta seu perfume me sujeito recilhas. vos+ o: volo/+ a: vola/+ os: volos/+ as: volas: - Pedivos
do verbo deixar Mandeio calar. (= Mandei que ele calasse), o= conselho. Pedi volo.
sujeito do verbo mandar. No Brasil, quase não se usam essas combinações (mo, to, lho,
os pronomes pessoais oblíquos nos, vos, e se recebem o nome nolo, volo), são usadas somente em escritores mais sofisticados.
de pronomes recíprocos quando expressam uma ação mútua ou re-
cíproca: Nós nos encontramos emocionados. (pronome recíproco, Pronomes de Tratamento: São usados no trato com as pes-
nós mesmos). Nunca diga: Eu se apavorei. / Eu jà se arrumei; Eu soas. Dependendo da pessoa a quem nos dirigimos, do seu car-
me apavorei. / Eu me arrumei. (certos) go, idade, título, o tratamento será familiar ou cerimonioso: Vossa
Os pronomes pessoais retos eu e tu serão substituidos por Alteza-V.A.-príncipes, duques; Vossa Eminência-V.Ema-cardeais;
mim e ti após prepõsição: O segredo ficará somente entre mim e ti. Vossa Excelência-V.Ex.a-altas autoridades, presidente, oficiais;
É obrigatório o emprego dos pronomes pessoais eu e tu, Vossa Magnificência-V.Mag.a-reitores de universidades; Vossa
quando funcionarem como Sujeito: Todos pediram para eu rela- Majestade-V.M.-reis, imperadores; Vossa Santidade-V.S.-Papa;
tar os fatos cuidadosamente. (pronome reto + verbo no infiniti- Vossa Senhoria-V.Sa-tratamento cerimonioso.
vo). Lembrese de que mim não fala, não escreve, não compra, não - São também pronomes de tratamento: o senhor, a senhora, a
anda. Somente o Tarzã e o Capitão Caverna dizem: mim gosta / senhorita, dona, você.
mim tem / mim faz. / mim quer. - Doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico.
As formas oblíquas o, a, os, as são sempre empregadas como Nas comunicações oficiais devem ser utilizados somente dois fe-
complemento de verbos transitivos diretos ao passo que as for- chos:
mas lhe, lhes são empregadas como complementos de verbos - Respeitosamente: para autoridades superiores, inclusive para
transitivos indiretos: Dona Cecília, querida amiga, chamoua. o presidente da República.
(verbo transitivo direto, VTD); Minha saudosa comadre, Nircléia, - Atenciosamente: para autoridades de mesmahierarquia oude
obedeceulhe. (verbo transitivo indireto,VTI) hierarquia inferior.
É comum, na linguagem coloquial, usar o brasileiríssimo a - A forma Vossa (Senhoria, Excelência) é empregada quando
gente, substituindo o pronome pessoal nós: A gente deve fazer ca- se fala com a própria pessoa: Vossa Senhoria não compareceu à
ridade com os mais necessitados. reunião dos semterra? (falando com a pessoa)

Didatismo e Conhecimento 36
LÍNGUA PORTUGUESA
- A forma Sua (Senhoria, Excelência ) é empregada quando Em relação ao tempo:
se fala sobre a pessoa: Sua Eminência, o cardeal, viajouparaum Este (s), esta (s), isto: indicam o tempo presente em relação ao
Congresso. (falando a respeito do cardeal) momento em que se fala. Este mês termina o prazo das inscrições
- Os pronomes de tratamento com a forma Vossa (Senhoria, para o vestibular da FAL.
Excelência, Eminência, Majestade), embora indiquem a 2ª pessoa Esse (s), essa (s), isso: indicam o tempo passado há pouco ou
(com quem se fala), exigem que outros pronomes e o verbo sejam o futuro em relação ao momento em se fala. Onde você esteve essa
usados na 3ª pessoa. Vossa Excelência sabe que seus ministros o semana toda?
apoiarão. Aquele (s), aquela (s), aquilo: indicam um tempo distante em
relação ao momento em que se fala. Bons tempos aqueles em que
Pronomes Possessivos: São os pronomes que indicam posse brincávamos descalços na rua...
em relação às pessoas da fala.
Singular: 1ª pessoa: meu, meus, minha, minhas; 2ª pessoa: dependendo do contexto, também são considerados prono-
teu, teus, tua, tuas; 3ª pessoa: seu, seus, sua, suas; mes demonstrativos o, a, os, as, mesmo, próprio, semelhante, tal,
Plural: 1ª pessoa: nosso/os nossa/as, 2ª pessoa: vosso/os vos- equivalendo a aquele, aquela, aquilo. O próprio homem destrói a
sa/as. 3ª pessoa: seu, seus, sua, suas. natureza; Depois de muito procurar, achei o que queria; O profes-
sor fez a mesma observação; Estranhei semelhante coincidência;
Emprego dos Pronomes Possessivos Tal atitude é inexplicável.
para retomar elementos já enunciados, usamos aquele (e va-
- O uso do pronome possessivo da 3ª pessoa pode provocar, riações) para o elemento que foi referido em 1º Iugar e este (e
às vezes, a ambiguidade da frase. João Luís disse que Laurinha variações) para o que foi referido em último lugar. Pais e mães vie-
estava trabalhando em seu consultório. ram à festa de encerramento; aqueles, sérios e orgulhosos, estas,
- O pronome seu toma o sentido ambíguo, pois pode referir se elegantes e risonhas.
tanto ao consultório de João Luís como ao de Laurinha. No caso, dependendo do contexto os demonstrativos também servem
usase o pronome dele, dela para desfazer a ambiguidade. como palavras de função intensificadora ou depreciativa. Júlia fez
- Os possessivos, às vezes, podem indicar aproximações nu- o exercício com aquela calma! (=expressão intensificadora). Não
méricas e não posse: Cláudia e Haroldo devem ter seus trinta anos. se preocupe; aquilo é uma tranqueira! (=expressão depreciativa)
- Na linguagem popular, o tratamento seu como em: Seu Ri- - as formas nisso e nisto podem ser usadas com valor de então
cardo, pode entrar!, não tem valor possessivo, pois é uma alteração ou nesse momento. A festa estava desanimada; nisso, a orquestra
fonética da palavra senhor tocou um samba e todos caíram na dança.
- Os pronomes possessivos podem ser substantivados: Dê os demonstrativos esse, essa, são usados para destacar um
elemento anteriormente expresso. Ninguém ligou para o incidente,
lembranças a todos os seus.
mas os pais, esses resolveram tirar tudo a limpo.
- Referindose a mais de um substantivo, o possessivo concor-
da com o mais próximo: Trouxeme seus livros e anotações.
Pronomes Indefinidos: São aqueles que se referem à 3ª pes-
- Usamse elegantemente certos pronomes oblíquos: me, te,
soa do discurso de modo vago indefinido, impreciso: Alguém disse
lhe, nos, vos, com o valor de possessivos. Vou seguirlhe os passos.
que Paulo César seria o vencedor. Alguns desses pronomes são
(os seus passos)
variáveis em gênero e número; outros são invariáveis.
- Devese observar as correlações entre os pronomes pessoais
Variáveis: algum, nenhum, todo, outro, muito, pouco, certo,
e possessivos. “Sendo hoje o dia do teu aniversário, apressome
vários, tanto, quanto, um, bastante, qualquer.
em apresentarte os meus sinceros parabéns; Peço a Deus pela tua
Invariáveis: alguém, ninguém, tudo, outrem, algo, quem,
felicidade; Abraçate o teu amigo que te preza.”
nada, cada, mais, menos, demais.
- Não se emprega o pronome possessivo (seu, sua) quando se
trata de parte do corpo. Veja: “Um cavaleiro todo vestido de ne- Emprego dos Pronomes Indefinidos
gro, com um falcão em seu ombro esquerdo e uma espada em sua,
mão”. (usase: no ombro; na mão) Não sei de pessoa alguma capaz de convencêlo. (alguma,
equivale a nenhum)
Pronomes Demonstrativos: Indicam a posição dos seres de- - Em frases de sentido negativo, nenhum (e variações) equi-
signados em relação às pessoas do discurso, situandoos no espaço vale ao pronome indefinido um: Fiquei sabendo que ele não é ne-
ou no tempo. Apresentamse em formas variáveis e invariáveis. nhum ignorante.
- O indefinido cada deve sempre vir acompanhado de um
Em relação ao espaço: substantivo ou numeral, nunca sozinho: Ganharam cem dólares
Este (s), esta (s), isto: indicam o ser ou objeto que está próxi- cada um. (inadequado: Ganharam cem dólares cada.)
mo da pessoa que fala. Colocados depois do substantivo, os pronomes algum/algu-
Esse (s), essa (s), isso: indicam o ser ou objeto que está próxi- ma ganham sentido negativo. Este ano, funcionário público algum
mo da pessoa,com quem se fala, que ouve (2ª pessoa) terá aumento digno.
Aquele (s), aquela (s), aquilo: indicam o ser ou objeto que está Colocados antes do substantivo, os pronomes algum/alguma
longe de quem fala e da pessoa de quem se fala (3ª pessoa) ganham sentido positivo. Devemos sempre ter alguma esperança.

Didatismo e Conhecimento 37
LÍNGUA PORTUGUESA
Certo, certa, certos, certas, vários, várias, são indefinidos Pronomes Interrogativos: São os pronomes em frases ínterro-
quando colocados antes do substantivo e adjetivos, quando coloca- gativas diretas ou indiretas. Os principais interrogativos são: que,
dos depois do substantivo: Certo dia perdi o controle da situação. quem, qual, quanto:
(antes do substantivo= indefinido); Eles voltarão no dia certo. (de- Afinal, quem foram os prefeitos desta cidade? (interrogativa
pois do substantivo=adjetivo). direta, com o ponto de interrogação)
Todo, toda (somente no singular) sem artigo, equivale a qual- Gostaria de saber quem foram os prefeitos desta cidade. (inter-
quer: Todo ser nasce chorando. (=qualquer ser; indetermina, gene- rogativa indireta, sem a interrogação)
raliza).
Outrem significa outra pessoa: Nunca se sabe o pensamento de Questões:
outrem.
Qualquer, plural quaisquer: Fazemos quaisquer negócios. Reescreva os períodos abaixo, corrigindo-os quando for o caso:
Locuções Pronominais Indefinidas: São locuções pronominais 01. “Jamais haverá inimizade entre você e eu”, disse o rapaz
indefinidas duas ou mais palavras que equiva em ao pronome inde- lamentando e chorando”.
finido: cada qual / cada um / quem quer que seja / seja quem for /
02. “Venha e traga contigo todo o material que estiver aí!”
qualquer um / todo aquele que / um ou outro / tal qual (=certo) / tal
03. “Ela falou que era para mim comer, e depois, para mim sair
e, ou qual /
dali.”
Pronomes Relativos: São aqueles que representam, numa 2ª 04. Polidamente, mandei eles entrar e, depois, deixei eles sen-
oração, alguma palavra que já apareceu na oração anterior. Essa pala- tar”
vra da oração anterior chamase antecedente: Comprei um carro que 05. “Durante toda a aula os alunos falaram sobre ti e sobre
é movido a álcool e à gasolina. É Flex Power. Percebese que o pro- mim.”
nome relativo que, substitui na 2ª oração, o carro, por isso a palavra 06. “Comunico-lhe que, quanto ao livro, deram-no ao profes-
que é um pronome relativo. Dica: substituir que por o, a, os, as, qual sor.”
/ quais. 07. “Informamos-lhe que tudo estava bem conosco e com eles.”
Os pronomes relativos estão divididos em variáveis e invariá- 08. “Espero que V. Exa. e vossa distinta consorte nos honrem
veis. com vossa visita.
Variáveis: o qual, os quais, a qual, as quais, cujo, cujos, cuja, 09. “Vossa Majestade, Senhor Rei, sois generoso e bom para
cujas, quanto, quantos; com o vosso povo.”
Invariáveis: que, quem, quando, como, onde. 10. “Ela irá com nós mesmo, disse o homem com voz grave e
solene.
Emprego dos Pronomes Relativos 11. “Ele falou do lugar onde foi com entusiasmo e saudade ao
mesmo tempo”
- O relativo que, por ser o mais usado, é chamado de relativo 12. “Você já sabe aonde ela foi com aquele canalha?
universal. Ele pode ser empregado com referência à pessoa ou coisa, 13. “Espero que ele vá ao colégio e leve consigo o livro que me
no plural ou no singular: Este é o CD novo que acabei de comprar; pertence.
João Adolfo é o cara que pedi a Deus. 14. “Se vier, traga comigo o livro que lhe pedi”
- O relativo que pode ter por seu antecedente o pronome de- 15. “Mandaram-no à delegacia para explicar o caso da morte.”
monstrativo o, a, os, as: Não entendi o que você quis dizer. (o que = 16. Enviaremos-lhe todo o estoque que estiver disponível.
aquilo que). 17. “Para lhe dizer tudo, eu preciso de muito mais dinheiro.”
- O relativo quem refere se a pessoa e vem sempre precedido de 18. “Ela me disse apenas isto: me deixe passar que eu quero
preposição: Marco Aurélio é o advogado a quem eu me referi. morrer.”
- O relativo cujo e suas flexões equivalem a de que, do qual, de
19. “Me diga toda a verdade porque, assim as coisas ficam mais
quem e estabelecem relação de posse entre o antecedente e o termo
fáceis.”
seguinte. (cujo, vem sempre entre dois substantivos)
20. “Tenho informado-o sobre todos os pormenores da viagem.”
- O pronome relativo pode vir sem antecedente claro, explícito; é 21. “Mandei-te todo o material de que precisas.”
classificado, portanto, como relativo indefinido, e não vem precedido 22. “Dir-lhe-ei toda a verdade sobre o caso do roubo do banco.”
de preposição: Quem casa quer casa; Feliz o homem cujo objetivo é 23. Espero que lhe não digam nada a meu respeito.
a honestidade; Estas são as pessoas de cujos nomes nunca vou me 24. “Haviam-lhe informado que ela só chegaria depois das três
esquecer. horas.”
- Só se usa o relativo cujo quando o conseqüente é diferente do 25. “Nesse ano, muitos alunos passarão no vestibular.”
antecedente: O escritor cujo livro te falei é paulista. 26. “Corria o ano de 1964. Neste ano houve uma revolução no
- O pronome cujo não admite artigo nem antes nem depois de si. Brasil.”
- O relativo onde é usado para indicar lugar e equivale a: em 27. “Estes alunos que estão aqui podem sair, aqueles irão de-
que, no qual: Desconheço o lugar onde vende tudo mais barato. (= pois.”
lugar em que) 28. “Os livros cujas páginas estiverem rasgadas serão devol-
- Quanto, quantos e quantas são relativos quando usados vidos.’
depois de tudo, todos, tanto: Naquele momento, a querida coma- 29. “Apalpei-lhe as pernas que se deixavam entrever pela saia
dre Naldete, falou tudo quanto sabia. rasgada.”

Didatismo e Conhecimento 38
LÍNGUA PORTUGUESA
30. “Agora, peque a tua caneta e comece a substituir, abaixo 09 ...é generoso e ...seu povo...
os complementos grifados pelo pronome oblíquo correspondente: 10 ...
a) Mandamos o filho ao colégio: 11 ... aonde
b) enviamos à menina um telegrama 12 ...
c) Informaram os meninos sobre a menina. 13 ...
d) fez o exercício corretamente. 14 ... traga consigo.
e) Diremos aos professores toda a verdade. 15 ...
f) Ela nunca obedece aos superiores: 16 ... enviar-lhe-emos
g) Ontem, ela viu você com outra: 17 ...
h) Chamei a amiga para a festa. 18 ...deixe-me passar
19. Diga-me ...
31. Indique quando, na segunda frase, ocorre a substituição 20. Tenho-o...
errada das palavras destacadas na primeira, por um pronome: 21. Mandar-te-ei
a) O gerente chamou os empregados. 22 ...
O gerente chamou-os. 23 ...
b) Quero muito a meu irmão. 24 ...
Quero-lhe muito. 25 ... neste ano
c) Perdoei sua falta por duas vezes. 26 ...
Perdoei-lhe por duas vezes 27 ...
d) Tentei convencer o diretor de que a solução não seria justa 28 ...
Tentei convencê-lo de que a solução não seria justa. 29 ...
e) A proposta não agradou aos jovens 30.
A proposta não lhes agradou. a) Mandamos-o...
b) enviamos-lhe...
32. Numa das frases, está usado indevidamente um pronome c) informaram-nos
de tratamento. Assinale-a: d) fê-lo
a) Os Reitores das Universidades recebem o título de Vossa e) Dir-lhes-emos
Magnificência. f) Ela nunca lhes obedece
b) Senhor Deputado, peço a Vossa Excelência que conclua a g) ...ela o viu...
sua oração. h) chamei-a ...
c) Sua Eminência, o Papa Paulo VI, assistiu à solenidade. 31-A / 32-C / 33-A / 34-D
d) Procurei a chefe da repartição, mas Sua Senhoria se recu-
sou a ouvir minhas explicações. Verbo

33. Em “O que estranhei é que as substâncias eram transferi- Verbo é a palavra que indica ação, movimento, fenômenos da
das........! natureza, estado, mudança de estado. Flexiona-se em número (sin-
a) artigo - expletivo gular e plural), pessoa (primeira, segunda e terceira), modo (indi-
b) pronome pessoal - pronome relativo cativo, subjuntivo e imperativo, formas nominais: gerúndio, infi-
c) pronome demonstrativo - integrante nitivo e particípio), tempo (presente, passado e futuro) e apresenta
d) pronome demonstrativo - expletivo voz (ativa, passiva, reflexiva). De acordo com a vogal temática, os
e) artigo - pronome relativo verbos estão agrupados em três conjugações:
1ª conjugação – ar: cantar, dançar, pular.
34. Em “Todo sistema coordenado é...........”. “Mas o propó- 2ª conjugação – er: beber, correr, entreter.
sito de TODA teoria física é.......”. As palavras destacadas são.... e 3ª conjugação – ir: partir, rir, abrir.
significam, respectivamente:
a) pronomes substantivos indefinidos qualquer e qualquer O verbo pôr e seus derivados (repor, depor, dispor, compor,
b) pronomes adjetivos indefinidos qualquer e inteiro impor) pertencem a 2ª conjugação devido à sua origem latina poer.
c) pronomes adjetivos demonstrativos inteiro e cada um
d) pronomes adjetivos indefinidos inteiro e qualquer Elementos Estruturais do Verbo: As formas verbais apresen-
e) pronomes adjetivos indefinidos qualquer e qualquer. tam três elementos em sua estrutura: Radical, Vogal Temática e
Tema.
Respostas:
01 ....entre você e mim. Radical: elemento mórfico (morfema) que concentra o signi-
02 ...Traga consigo... ficado essencial do verbo. Observe as formas verbais da 1ª conju-
03 ....para eu comer... para eu sair gação: contar, esperar, brincar. Flexionando esses verbos, nota-se
04 ... mandei-os entrar ... deixei-os sair que há uma parte que não muda, e que nela está o significado real
05 ...sobre ele... do verbo.
06 ... cont é o radical do verbo contar;
07 ... esper é o radical do verbo esperar;
08 ...sua distinta ... com sua visita brinc é o radical do verbo brincar.

Didatismo e Conhecimento 39
LÍNGUA PORTUGUESA
Se tiramos as terminações ar, er, ir do infinitivo dos verbos, Emprego dos Tempos do Indicativo
teremos o radical desses verbos. Também podemos antepor prefi-
xos ao radical: des nutr ir / re conduz ir. - Presente do Indicativo: Para enunciar um fato momentâneo.
Ex: Estou feliz hoje. Para expressar um fato que ocorre com fre-
Vogal Temática: é o elemento mórfico que designa a qual con- quência. Ex: Eu almoço todos os dias na casa de minha mãe. Na
jugação pertence o verbo. Há três vogais temáticas: 1ª conjugação: indicação de ações ou estados permanentes, verdades universais.
a; 2ª conjugação: e; 3ª conjugação: i. Ex: A água é incolor, inodora, insípida.
- Pretérito Imperfeito: Para expressar um fato passado, não
Tema: é o elemento constituído pelo radical mais a vogal te- concluído. Ex: Nós comíamos pastel na feira; Eu cantava muito
mática: contar: -cont (radical) + a (vogal temática) = tema. Se bem.
não houver a vogal temática, o tema será apenas o radical: contei - Pretérito Perfeito: É usado na indicação de um fato passado
= cont ei. concluído. Ex: Cantei, dancei, pulei, chorei, dormi...
- Pretérito Mais-Que-Perfeito: Expressa um fato passado
Desinências: são elementos que se juntam ao radical, ou
anterior a outro acontecimento passado. Ex: Nós cantáramos no
ao tema, para indicar as flexões de modo e tempo, desinências
congresso de música.
modo temporais e número pessoa, desinências número pessoais.
- Futuro do Presente: Na indicação de um fato realizado num
instante posterior ao que se fala. Ex: Cantarei domingo no coro da
Contávamos
Cont = radical igreja matriz.
a = vogal temática - Futuro do Pretérito: Para expressar um acontecimento pos-
va = desinência modo temporal terior a um outro acontecimento passado. Ex: Compraria um car-
mos = desinência número pessoal ro se tivesse dinheiro

Flexões Verbais: Flexão de número e de pessoa: o verbo varia 1ª conjugação: -AR


para indicar o número e a pessoa.
- eu estudo – 1ª pessoa do singular; Presente: danço, danças, dança, dançamos, dançais, dançam.
- nós estudamos – 1ª pessoa do plural; Pretérito Perfeito: dancei, dançaste, dançou, dançamos, dan-
- tu estudas – 2ª pessoa do singular; çastes, dançaram.
- vós estudais – 2ª pessoa do singular; Pretérito Imperfeito: dançava, dançavas, dançava, dançáva-
- ele estuda – 3ª pessoa do singular; mos, dançáveis, dançavam.
- eles estudam – 3ª pessoa do plural. Pretérito Mais-Que-Perfeito: dançara, dançaras, dançara,
dançáramos, dançáreis, dançaram.
- Algumas regiões do Brasil, usam o pronome tu de forma di- Futuro do Presente: dançarei, dançarás, dançará, dançare-
ferente da fala culta, exigida pela gramática oficial, ou seja, tu foi, mos, dançareis, dançarão.
tu pega, tu tem, em vez de: tu fostes, tu pegas, tu tens. O pronome Futuro do Pretérito: dançaria, dançarias, dançaria, dançaría-
vós aparece somente em textos literários ou bíblicos. Os prono- mos, dançaríeis, dançariam.
mes: você, vocês, que levam o verbo na 3ª pessoa, é o mais usado
no Brasil. 2ª Conjugação: -ER
- Flexão de tempo e de modo – os tempos situam o fato ou a
ação verbal dentro de determinado momento; pode estar em plena Presente: como, comes, come, comemos, comeis, comem.
ocorrência, pode já ter ocorrido ou não. Essas três possibilidades Pretérito Perfeito: comi, comeste, comeu, comemos, comes-
básicas, mas não únicas, são: presente, pretérito, futuro.
tes, comeram.
Pretérito Imperfeito: comia, comias, comia, comíamos, co-
O modo indica as diversas atitudes do falante com relação ao
míeis, comiam.
fato que enuncia. São três os modos:
Pretérito Mais-Que-Perfeito: comera, comeras, comera, co-
- Modo Indicativo: a atitude do falante é de certeza, precisão:
o fato é ou foi uma realidade; Apresenta presente, pretérito perfei- mêramos, comêreis, comeram.
to, imperfeito e mais que perfeito, futuro do presente e futuro do Futuro do Presente: comerei, comerás, comerá, comeremos,
pretérito. comereis, comerão.
- Modo Subjuntivo: a atitude do falante é de incerteza, de dú- Futuro do Pretérito: comeria, comerias, comeria, comería-
vida, exprime uma possibilidade; O subjuntivo expressa uma in- mos, comeríeis, comeriam.
certeza, dúvida, possibilidade, hipótese. Apresenta presente, preté-
rito imperfeito e futuro. Ex: Tenha paciência, Lourdes; Se tivesse 3ª Conjugação: -IR
dinheiro compraria um carro zero; Quando o vir, dê lembranças
minhas. Presente: parto, partes, parte, partimos, partis, partem.
- Modo Imperativo: a atitude do falante é de ordem, um dese- Pretérito Perfeito: parti, partiste, partiu, partimos, partistes,
jo, uma vontade, uma solicitação. Indica uma ordem, um pedido, partiram.
uma súplica. Apresenta imperativo afirmativo e imperativo nega- Pretérito Imperfeito: partia, partias, partia, partíamos, par-
tivo tíeis, partiam.

Didatismo e Conhecimento 40
LÍNGUA PORTUGUESA
Pretérito Mais-Que-Perfeito: partira, partiras, partira, partí- Presente do Indicativo: eu amo, tu amas, ele ama, nós ama-
ramos, partíreis, partiram. mos, vós amais, eles amam.
Futuro do Presente: partirei, partirás, partirá, partiremos, Presente do subjuntivo: que eu ame, que tu ames, que ele ame,
partireis, partirão. que nós amemos, que vós ameis, que eles amem.
Futuro do Pretérito: partiria, partirias, partiria, partiríamos, Imperativo afirmativo: (X), ama tu, ame você, amemos nós,
partiríeis, partiriam. amai vós, amem vocês.

Emprego dos Tempos do Subjuntivo Imperativo Negativo:


- É formado através do presente do subjuntivo sem a primeira
Presente: é empregado para indicar um fato incerto ou duvi- pessoa do singular.
doso, muitas vezes ligados ao desejo, à suposição: Duvido de que - Não retira os “s” do tu e do vós.
apurem os fatos; Que surjam novos e honestos políticos.
Presente do Subjuntivo: que eu ame, que tu ames, que ele ame,
Pretérito Imperfeito: é empregado para indicar uma condi-
que nós amemos, que vós ameis, que eles amem.
ção ou hipótese: Se recebesse o prêmio, voltaria à universidade. Imperativo negativo: (X), não ames tu, não ame você, não ame-
Futuro: é empregado para indicar um fato hipotético, pode mos nós, não ameis vós, não amem vocês.
ou não acontecer. Quando/Se você fizer o trabalho, será generosa-
mente gratificado. Além dos três modos citados, os verbos apresentam ainda as for-
mas nominais: infinitivo – impessoal e pessoal, gerúndio e particípio.
1ª Conjugação –AR
Infinitivo Impessoal: Exprime a significação do verbo de modo
Presente: que eu dance, que tu dances, que ele dance, que nós vago e indefinido, podendo ter valor e função de substantivo. Por
dancemos, que vós danceis, que eles dancem. exemplo: Viver é lutar. (= vida é luta); É indispensável combater a
Pretérito Imperfeito: se eu dançasse, se tu dançasses, se ele corrupção. (= combate à)
dançasse, se nós dançássemos, se vós dançásseis, se eles danças- O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma
sem. simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo: É preciso ler
Futuro: quando eu dançar, quando tu dançares, quando ele este livro; Era preciso ter lido este livro.
dançar, quando nós dançarmos, quando vós dançardes, quando Quando se diz que um verbo está no infinitivo impessoal, isso
eles dançarem. significa que ele apresenta sentido genérico ou indefinido, não relacio-
nado a nenhuma pessoa, e sua forma é invariável. Assim, considera-se
apenas o processo verbal. Por exemplo: Amar é sofrer; O infinitivo
2ª Conjugação -ER
pessoal, por sua vez, apresenta desinências de número e pessoa.
Observe que, embora não haja desinências para a 1ª e 3ª pessoas
Presente: que eu coma, que tu comas, que ele coma, que nós do singular (cujas formas são iguais às do infinitivo impessoal), elas
comamos, que vós comais, que eles comam. não deixam de referir-se às respectivas pessoas do discurso (o que
Pretérito Imperfeito: se eu comesse, se tu comesses, se ele será esclarecido apenas pelo contexto da frase). Por exemplo: Para ler
comesse, se nós comêssemos, se vós comêsseis, se eles comessem. melhor, eu uso estes óculos. (1ª pessoa); Para ler melhor, ela usa estes
Futuro: quando eu comer, quando tu comeres, quando ele co- óculos. (3ª pessoa)
mer, quando nós comermos, quando vós comerdes, quando eles As regras que orientam o emprego da forma variável ou inva-
comerem. riável do infinitivo não são todas perfeitamente definidas. Por ser o
infinitivo impessoal mais genérico e vago, e o infinitivo pessoal mais
3ª conjugação – IR preciso e determinado, recomenda-se usar este último sempre que for
necessário dar à frase maior clareza ou ênfase.
Presente: que eu parta, que tu partas, que ele parta, que nós
partamos, que vós partais, que eles partam. O Infinitivo Impessoal é usado:
Pretérito Imperfeito: se eu partisse, se tu partisses, se ele
partisse, se nós partíssemos, se vós partísseis, se eles partissem. - Quando apresenta uma ideia vaga, genérica, sem se referir a um
Futuro: quando eu partir, quando tu partires, quando ele par- sujeito determinado; Por exemplo: Querer é poder; Fumar prejudica
tir, quando nós partirmos, quando vós partirdes, quando eles par- a saúde; É proibido colar cartazes neste muro.
- Quando tiver o valor de Imperativo; Por exemplo: Soldados,
tirem.
marchar! (= Marchai!)
- Quando é regido de preposição e funciona como complemento
Emprego do Imperativo de um substantivo, adjetivo ou verbo da oração anterior; Por exemplo:
Eles não têm o direito de gritar assim; As meninas foram impedidas
Imperativo Afirmativo: de participar do jogo; Eu os convenci a aceitar.
- Não apresenta a primeira pessoa do singular. No entanto, na voz passiva dos verbos “contentar”, “tomar” e
- É formado pelo presente do indicativo e pelo presente do “ouvir”, por exemplo, o Infinitivo (verbo auxiliar) deve ser flexio-
subjuntivo. nado. Por exemplo: Eram pessoas difíceis de serem contentadas;
- O Tu e o Vós saem do presente do indicativo sem o “s”. Aqueles remédios são ruins de serem tomados; Os CDs que você
- O restante é cópia fiel do presente do subjuntivo. me emprestou são agradáveis de serem ouvidos.

Didatismo e Conhecimento 41
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Nas locuções verbais; Por exemplo: Por exemplo: Foste elogiado por teres alcançado uma boa co-
- Queremos acordar bem cedo amanhã. locação.
- Eles não podiam reclamar do colégio. Quando se diz que um verbo está no infinitivo pessoal, isso
- Vamos pensar no seu caso. significa que ele atribui um agente ao processo verbal, flexionan-
do-se.
Quando o sujeito do infinitivo é o mesmo do verbo da oração
anterior; Por exemplo: O infinitivo deve ser flexionado nos seguintes casos:
- Eles foram condenados a pagar pesadas multas.
- Devemos sorrir ao invés de chorar. - Quando o sujeito da oração estiver claramente expresso; Por
exemplo: Se tu não perceberes isto...; Convém vocês irem primei-
- Tenho ainda alguns livros por (para) publicar.
ro; O bom é sempre lembrarmos desta regra (sujeito desinencial,
sujeito implícito = nós).
Quando o infinitivo preposicionado, ou não, preceder ou es-
- Quando tiver sujeito diferente daquele da oração principal;
tiver distante do verbo da oração principal (verbo regente), pode Por exemplo: O professor deu um prazo de cinco dias para os alu-
ser flexionado para melhor clareza do período e também para se nos estudarem bastante para a prova; Perdôo-te por me traíres; O
enfatizar o sujeito (agente) da ação verbal. Por exemplo: hotel preparou tudo para os turistas ficarem à vontade; O guarda
- Na esperança de sermos atendidos, muito lhe agradecemos. fez sinal para os motoristas pararem.
- Foram dois amigos à casa de outro, a fim de jogarem fute- - Quando se quiser indeterminar o sujeito (utilizado na tercei-
bol. ra pessoa do plural); Por exemplo: Faço isso para não me acharem
- Para estudarmos, estaremos sempre dispostos. inútil; Temos de agir assim para nos promoverem; Ela não sai
- Antes de nascerem, já estão condenadas à fome muitas sozinha à noite a fim de não falarem mal da sua conduta.
crianças.
- Quando apresentar reciprocidade ou reflexibilidade de ação;
Com os verbos causativos “deixar”, “mandar” e “fazer” e seus Por exemplo: Vi os alunos abraçarem-se alegremente; Fizemos os
sinônimos que não formam locução verbal com o infinitivo que os adversários cumprimentarem-se com gentileza; Mandei as meni-
segue; Por exemplo: Deixei-os sair cedo hoje. nas olharem-se no espelho.
Com os verbos sensitivos “ver”, “ouvir”, “sentir” e sinôni-
mos, deve-se também deixar o infinitivo sem flexão. Por exemplo: Como se pode observar, a escolha do Infinitivo Flexionado é
Vi-os entrar atrasados; Ouvi-as dizer que não iriam à festa. feita sempre que se quer enfatizar o agente (sujeito) da ação ex-
pressa pelo verbo.
É inadequado o emprego da preposição “para” antes dos
- Se o infinitivo de um verbo for escrito com “j”, esse “j” apa-
objetos diretos de verbos como “pedir”, “dizer”, “falar” e recerá em todas as outras formas. Por exemplo:
sinônimos; Enferrujar: enferrujou, enferrujaria, enferrujem, enferrujarão,
- Pediu para Carlos entrar (errado), enferrujassem, etc. (Lembre, contudo, que o substantivo ferrugem
- Pediu para que Carlos entrasse (errado). é grafado com “g”.).
- Pediu que Carlos entrasse (correto). Viajar: viajou, viajaria, viajem (3ª pessoa do plural do presen-
te do subjuntivo, não confundir com o substantivo viagem) viaja-
Quando a preposição “para” estiver regendo um verbo, como rão, viajasses, etc.
na oração “Este trabalho é para eu fazer”, pede-se o emprego do - Quando o verbo tem o infinitivo com “g”, como em “dirigir”
pronome pessoal “eu”, que se revela, neste caso, como sujeito. Ou- e “agir” este “g” deverá ser trocado por um “j” apenas na primeira
tros exemplos: pessoa do presente do indicativo. Por exemplo: eu dirijo/ eu ajo
- Aquele exercício era para eu corrigir. - O verbo “parecer” pode relacionar-se de duas maneiras dis-
- Esta salada é para eu comer? tintas com o infinitivo. Quando “parecer” é verbo auxiliar de um
- Ela me deu um relógio para eu consertar. outro verbo: Elas parecem mentir. Elas parece mentirem. Neste
exemplo ocorre, na verdade, um período composto. “Parece” é o
Em orações como “Esta carta é para mim!”, a preposição está verbo de uma oração principal cujo sujeito é a oração subordina-
ligada somente ao pronome, que deve se apresentar oblíquo tônico. da substantiva subjetiva reduzida de infinitivo “elas mentirem”.
Como desdobramento dessa reduzida, podemos ter a oração “Pa-
rece que elas mentem.”
Infinitivo Pessoal: É o infinitivo relacionado às três pessoas
do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não apresenta desi-
Gerúndio: O gerúndio pode funcionar como adjetivo ou ad-
nências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, vérbio. Por exemplo: Saindo de casa, encontrei alguns amigos.
flexiona-se da seguinte maneira: (função de advérbio); Nas ruas, havia crianças vendendo doces.
(função adjetivo)
2ª pessoa do singular: Radical + ES. Ex.: teres (tu) Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso; na
1ª pessoa do plural: Radical + mos. Ex.: termos (nós) forma composta, uma ação concluída. Por exemplo: Trabalhan-
2ª pessoa do plural: Radical + dês. Ex.: terdes (vós) do, aprenderás o valor do dinheiro; Tendo trabalhado, aprendeu o
3ª pessoa do plural: Radical + em. Ex.: terem (eles) valor do dinheiro.

Didatismo e Conhecimento 42
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Particípio: Quando não é empregado na formação dos tempos Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse sido.
compostos, o particípio indica geralmente o resultado de uma ação Futuro Simples: quando eu for, quando tu fores, quando ele
terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por exem- for, quando nós formos, quando vós fordes, quando eles forem.
plo: Terminados os exames, os candidatos saíram. Quando o par- Futuro Composto: tiver sido.
ticípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal,
assume verdadeiramente a função de adjetivo (adjetivo verbal). Modo Imperativo
Por exemplo: Ela foi a aluna escolhida para representar a escola. Imperativo Afirmativo: sê tu, seja ele, sejamos nós, sede
vós, sejam eles.
1ª Conjugação –AR Imperativo Negativo: não sejas tu, não seja ele, não sejamos
nós, não sejais vós, não sejam eles.
Infinitivo Impessoal: dançar. Infinitivo Pessoal: por ser eu, por seres tu, por ser ele, por
Infinitivo Pessoal: dançar eu, dançares tu; dançar ele, dançar- sermos nós, por serdes vós, por serem eles.
mos nós, dançardes vós, dançarem eles.
Gerúndio: dançando. Formas Nominais
Particípio: dançado. Infinitivo: ser
Gerúndio: sendo
2ª Conjugação –ER Particípio: sido

Infinitivo Impessoal: comer. Estar


Infinitivo pessoal: comer eu, comeres tu, comer ele, comer-
mos nós, comerdes vós, comerem eles. Modo Indicativo
Gerúndio: comendo. Presente: eu estou, tu estás, ele está, nós estamos, vós estais,
Particípio: comido. eles estão.
Pretérito Imperfeito: eu estava, tu estavas, ele estava, nós
3ª Conjugação –IR
estávamos, vós estáveis, eles estavam.
Pretérito Perfeito Simples: eu estive, tu estiveste, ele esteve,
Infinitivo Impessoal: partir.
nós estivemos, vós estivestes, eles estiveram.
Infinitivo pessoal: partir eu, partires tu, partir ele, partirmos
Pretérito Perfeito Composto: tenho estado.
nós, partirdes vós, partirem eles.
Pretérito Mais-que-Perfeito Simples: eu estivera, tu estive-
Gerúndio: partindo.
ras, ele estivera, nós estivéramos, vós estivéreis, eles estiveram.
Particípio: partido.
Pretérito Mais-que-perfeito Composto: tinha estado
Futuro do Presente Simples: eu estarei, tu estarás, ele estará,
Verbos Auxiliares: Ser, Estar, Ter, Haver
nós estaremos, vós estareis, eles estarão.
Ser Futuro do Presente Composto: terei estado.
Futuro do Pretérito Simples: eu estaria, tu estarias, ele esta-
Modo Indicativo ria, nós estaríamos, vós estaríeis, eles estariam.
Presente: eu sou, tu és, ele é, nós somos, vós sois, eles são. Futuro do Pretérito Composto: teria estado.
Pretérito Imperfeito: eu era, tu eras, ele era, nós éramos, vós
éreis, eles eram. Modo Subjuntivo
Pretérito Perfeito Simples: eu fui, tu foste, ele foi, nós fo- Presente: que eu esteja, que tu estejas, que ele esteja, que nós
mos, vós fostes, eles foram. estejamos, que vós estejais, que eles estejam.
Pretérito Perfeito Composto: tenho sido. Pretérito Imperfeito: se eu estivesse, se tu estivesses, se ele
Mais-que-perfeito simples: eu fora, tu foras, ele fora, nós fô- estivesse, se nós estivéssemos, se vós estivésseis, se eles estives-
ramos, vós fôreis, eles foram. sem.
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tinha sido. Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse estado
Futuro do Pretérito simples: eu seria, tu serias, ele seria, nós Futuro Simples: quando eu estiver, quando tu estiveres,
seríamos, vós seríeis, eles seriam. quando ele estiver, quando nós estivermos, quando vós estiverdes,
Futuro do Pretérito Composto: terei sido. quando eles estiverem.
Futuro do Presente: eu serei, tu serás, ele será, nós seremos, Futuro Composto: Tiver estado.
vós sereis, eles serão.
Futuro do Pretérito Composto: Teria sido. Modo Imperativo
Imperativo Afirmativo: está tu, esteja ele, estejamos nós, es-
Modo Subjuntivo tai vós, estejam eles.
Presente: que eu seja, que tu sejas, que ele seja, que nós seja- Imperativo Negativo: não estejas tu, não esteja ele, não
mos, que vós sejais, que eles sejam. estejamos nós, não estejais vós, não estejam eles.
Pretérito Imperfeito: se eu fosse, se tu fosses, se ele fosse, se Infinitivo Pessoal: por estar eu, por estares tu, por estar ele,
nós fôssemos, se vós fôsseis, se eles fossem. por estarmos nós, por estardes vós, por estarem eles.

Didatismo e Conhecimento 43
LÍNGUA PORTUGUESA
Formas Nominais Pretérito Perfeito Composto: tenho havido.
Infinitivo: estar Pretérito Mais-que-Perfeito Simples: eu houvera, tu hou-
Gerúndio: estando veras, ele houvera, nós houvéramos, vós houvéreis, eles houve-
Particípio: estado ram.
Pretérito Mais-que-Prefeito Composto: tinha havido.
Ter Futuro do Presente Simples: eu haverei, tu haverás, ele ha-
verá, nós haveremos, vós havereis, eles haverão.
Modo Indicativo Futuro do Presente Composto: terei havido.
Presente: eu tenho, tu tens, ele tem, nós temos, vós tendes, Futuro do Pretérito Simples: eu haveria, tu haverias, ele
eles têm. haveria, nós haveríamos, vós haveríeis, eles haveriam.
Pretérito Imperfeito: eu tinha, tu tinhas, ele tinha, nós tínha- Futuro do Pretérito Composto: teria havido.
mos, vós tínheis, eles tinham.
Pretérito Perfeito Simples: eu tive, tu tiveste, ele teve, nós
Modo Subjuntivo
tivemos, vós tivestes, eles tiveram.
Presente: que eu haja, que tu hajas, que ele haja, que nós
Pretérito Perfeito Composto: tenho tido.
hajamos, que vós hajais, que eles hajam.
Pretérito Mais-que-Perfeito Simples: eu tivera, tu tiveras,
Pretérito Imperfeito: se eu houvesse, se tu houvesses, se
ele tivera, nós tivéramos, vós tivéreis, eles tiveram.
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tinha tido. ele houvesse, se nós houvéssemos, se vós houvésseis, se eles
Futuro do Presente Simples: eu terei, tu terás, ele terá, nós houvessem.
teremos, vós tereis, eles terão. Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse havido.
Futuro Simples: quando eu houver, quando tu houveres,
Futuro do Presente: terei tido. quando ele houver, quando nós houvermos, quando vós houver-
Futuro do Pretérito Simples: eu teria, tu terias, ele teria, nós des, quando eles houverem.
teríamos, vós teríeis, eles teriam. Futuro Composto: tiver havido.
Futuro do Pretérito composto: teria tido.
Modo Imperativo
Modo Subjuntivo Imperativo Afirmativo: haja ele, hajamos nós, havei vós,
Presente: que eu tenha, que tu tenhas, que ele tenha, que nós hajam eles.
tenhamos, que vós tenhais, que eles tenham. Imperativo Negativo: não hajas tu, não haja ele, não
Pretérito Imperfeito: se eu tivesse, se tu tivesses, se ele ti- hajamos nós, não hajais vós, não hajam eles.
vesse, se nós tivéssemos, se vós tivésseis, se eles tivessem. Infinitivo Pessoal: por haver eu, por haveres tu, por haver
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse tido. ele, por havermos nós, por haverdes vós, por haverem eles.
Futuro: quando eu tiver, quando tu tiveres, quando ele tiver,
quando nós tivermos, quando vós tiverdes, quando eles tiverem. Formas Nominais
Futuro Composto: tiver tido. Infinitivo: haver
Gerúndio: havendo
Modo Imperativo Particípio: havido
Imperativo Afirmativo: tem tu, tenha ele, tenhamos nós, ten-
de vós, tenham eles. Verbos Regulares: Não sofrem modificação no radical du-
Imperativo Negativo: não tenhas tu, não tenha ele, não rante toda conjugação (em todos os modos) e as desinências se-
tenhamos nós, não tenhais vós, não tenham eles. guem as do verbo paradigma (verbo modelo)
Infinitivo Pessoal: por ter eu, por teres tu, por ter ele, por
termos nós, por terdes vós, por terem eles.
Amar: (radical: am) Amo, Amei, Amava, Amara, Amarei,
Amaria, Ame, Amasse, Amar.
Formas Nominais
Comer: (radical: com) Como, Comi, Comia, Comera, Co-
Infinitivo: ter
Gerúndio: tendo merei, Comeria, Coma, Comesse, Comer.
Particípio: tido Partir: (radical: part) Parto, Parti, Partia, Partira, Partirei,
Partiria, Parta, Partisse, Partir.
Haver
Verbos Irregulares: São os verbos que sofrem modificações
Modo Indicativo no radical ou em suas desinências.
Presente: eu hei, tu hás, ele há, nós havemos, vós haveis, eles
hão. Dar: dou, dava, dei, dera, darei, daria, dê, desse, der
Pretérito Imperfeito: eu havia, tu havias, ele havia, nós ha- Caber: caibo, cabia, coube, coubera, caberei, caberia, caiba,
víamos, vós havíeis, eles haviam. coubesse, couber.
Pretérito Perfeito Simples: eu houve, tu houveste, ele houve, Agredir: agrido, agredia, agredi, agredira, agredirei, agredi-
nós houvemos, vós houvestes, eles houveram. ria, agrida, agredisse, agredir.

Didatismo e Conhecimento 44
LÍNGUA PORTUGUESA
Anômalos: São aqueles que têm uma anomalia no radical. - Pretérito Perfeito Composto do Indicativo: É a formação de
Ser, Ir locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Presente do Indi-
cativo e o principal no particípio, indicando fato que tem ocorrido
Ir com frequência ultimamente. Por exemplo: Eu tenho estudado de-
mais ultimamente.
Modo Indicativo - Pretérito Perfeito Composto do Subjuntivo: É a formação
Presente: eu vou, tu vais, ele vai, nós vamos, vós ides, eles de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Presente do
vão. Subjuntivo e o principal no particípio, indicando desejo de que
Pretérito Imperfeito: eu ia, tu ias, ele ia, nós íamos, vós íeis, algo já tenha ocorrido. Por exemplo: Espero que você tenha estu-
eles iam. dado o suficiente, para conseguir a aprovação.
Pretérito Perfeito: eu fui, tu foste, ele foi, nós fomos, vós - Pretérito Mais-que-Perfeito Composto do Indicativo: É a
fostes, eles foram. formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Preté-
Pretérito Mais-que-Perfeito: eu fora, tu foras, ele fora, nós rito Imperfeito do Indicativo e o principal no particípio, tendo o
fôramos, vós fôreis, eles foram. mesmo valor que o Pretérito Mais-que-Perfeito do Indicativo sim-
Futuro do Presente: eu irei, tu irás, ele irá, nós iremos, vós ples. Por exemplo: Eu já tinha estudado no Maxi, quando conheci
ireis, eles irão. Magali.
Futuro do Pretérito: eu iria, tu irias, ele iria, nós iríamos, vós - Pretérito Mais-que-perfeito Composto do Subjuntivo: É a
iríeis, eles iriam. formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Preté-
rito Imperfeito do Subjuntivo e o principal no particípio, tendo
Modo Subjuntivo o mesmo valor que o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo simples.
Presente: que eu vá, que tu vás, que ele vá, que nós vamos, Por exemplo: Eu teria estudado no Maxi, se não me tivesse muda-
que vós vades, que eles vão. do de cidade. Perceba que todas as frases remetem a ação obri-
Pretérito Imperfeito: se eu fosse, se tu fosses, se ele fosse, se gatoriamente para o passado. A frase Se eu estudasse, aprende-
nós fôssemos, se vós fôsseis, se eles fossem. ria é completamente diferente de Se eu tivesse estudado, teria
Futuro: quando eu for, quando tu fores, quando ele for, quan- aprendido.
do nós formos, quando vós fordes, quando eles forem. - Futuro do Presente Composto do Indicativo: É a formação
de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Pre-
Modo Imperativo sente simples do Indicativo e o principal no particípio, tendo o
Imperativo Afirmativo: vai tu, vá ele, vamos nós, ide vós,
mesmo valor que o Futuro do Presente simples do Indicativo. Por
vão eles.
exemplo: Amanhã, quando o dia amanhecer, eu já terei partido.
Imperativo Negativo: não vás tu, não vá ele, não vamos nós,
- Futuro do Pretérito Composto do Indicativo: É a formação
não vades vós, não vão eles.
de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Pre-
Infinitivo Pessoal: ir eu, ires tu, ir ele, irmos nós, irdes vós,
térito simples do Indicativo e o principal no particípio, tendo o
irem eles.
mesmo valor que o Futuro do Pretérito simples do Indicativo. Por
exemplo: Eu teria estudado no Maxi, se não me tivesse mudado
Formas Nominais:
Infinitivo: ir de cidade.
Gerúndio: indo - Futuro Composto do Subjuntivo: É a formação de locução
Particípio: ido verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Subjuntivo sim-
ples e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro
Verbos Defectivos: São aqueles que possuem um defeito. Não do Subjuntivo simples. Por exemplo: Quando você tiver terminado
têm todos os modos, tempos ou pessoas. sua série de exercícios, eu caminharei 6 Km. Veja os exemplos:
Quando você chegar à minha casa, telefonarei a Manuel.
Verbo Pronominal: É aquele que é conjugado com o Quando você chegar à minha casa, já terei telefonado a Ma-
pronome oblíquo. Ex: Eu me despedi de mamãe e parti sem nuel.
olhar para o passado.
Perceba que o significado é totalmente diferente em ambas as
Verbos Abundantes: “São os verbos que têm duas ou mais frases apresentadas. No primeiro caso, esperarei “você” praticar
formas equivalentes, geralmente de particípio.” (Sacconi) a sua ação para, depois, praticar a minha; no segundo, primeiro
praticarei a minha. Por isso o uso do advérbio “já”. Assim, observe
Infinitivo: Aceitar, Anexar, Acender, Desenvolver, Emergir, que o mesmo ocorre nas frases a seguir:
Expelir. Quando você tiver terminado o trabalho, telefonarei a Manuel.
Particípio Regular: Aceitado, Anexado, Acendido, Desenvol- Quando você tiver terminado o trabalho, já terei telefonado a
vido, Emergido, Expelido. Manuel.
Particípio Irregular: Aceito, Anexo, Aceso, Desenvolto,
Emerso, Expulso. - Infinitivo Pessoal Composto: É a formação de locução ver-
bal com o auxiliar ter ou haver no Infinitivo Pessoal simples e
Tempos Compostos: São formados por locuções verbais que o principal no particípio, indicando ação passada em relação ao
têm como auxiliares os verbos ter e haver e como principal, qual- momento da fala. Por exemplo: Para você ter comprado esse carro,
quer verbo no particípio. São eles: necessitou de muito dinheiro

Didatismo e Conhecimento 45
LÍNGUA PORTUGUESA
QUESTÕES: 07. Vi, mas não ............; o policial viu, e também não ............,
dois agentes secretos viram, e não ............ Se todos nós ............ ,
01. Assinale o período em que aparece forma verbal incorreta- talvez .......... tantas mortes.
mente empregada em relação à norma culta da língua: a) intervir - interviu - tivéssemos intervido - teríamos evitado
a) Se o compadre trouxesse a rabeca, a gente do ofício ficaria b) me precavi - se precaveio - se precaveram - nos precavísse-
exultante. mos - não teria havido
b) Quando verem o Leonardo, ficarão surpresos com os trajes c) me contive - se conteve - contiveram - houvéssemos conti-
que usava. do - tivéssemos impedido
c) Leonardo propusera que se dançasse o minuete da corte. d) me precavi - se precaveu - precaviram - precavêssemo-nos
d) Se o Leonardo quiser, a festa terá ares aristocráticos. não houvesse
e) O Leonardo não interveio na decisão da escolha do padri- e) intervim - interveio - intervieram - tivéssemos intervindo -
nho do filho. houvéssemos evitado

02. ....... em ti; mas nem sempre ....... dos outros. 08. Assinale a alternativa em que uma forma verbal foi empre-
a) Creias – duvidas gada incorretamente:
b) Crê – duvidas a) O superior interveio na discussão, evitando a briga.
c) Creias – duvida b) Se a testemunha depor favoravelmente, o réu será absol-
d) Creia – duvide vido.
e) Crê - duvides c) Quando eu reouver o dinheiro, pagarei a dívida.
d) Quando você vir Campinas, ficará extasiado.
03. Assinale a frase em que há erro de conjugação verbal: e) Ele trará o filho, se vier a São Paulo.
a) Os esportes entretêm a quem os pratica.
b) Ele antevira o desastre. 09. Assinale a alternativa incorreta quanto à forma verbal:
c) Só ficarei tranquilo, quando vir o resultado. a) Ele reouve os objetos apreendidos pelo fiscal.
d) Eles se desavinham frequentemente. b) Se advierem dificuldades, confia em Deus.
e) Ainda hoje requero o atestado de bons antecedentes. c) Se você o vir, diga-lhe que o advogado reteve os documen-
tos.
d) Eu não intervi na contenda porque não pude.
04. Dê, na ordem em que aparecem nesta questão, as seguintes
e) Por não se cumprirem as cláusulas propostas, as partes de-
formas verbais:
savieram-se e requereram rescisão do contrato.
advertir - no imperativo afirmativo, segunda pessoa do plural
compor - no futuro do subjuntivo, segunda pessoa do plural
10. Indique a incorreta:
rever - no perfeito do indicativo, segunda pessoa do plural
a) Estão isentados das sanções legais os citados no artigo 6º.
prover - no perfeito do indicativo, segunda pessoa do singular
b) Estão suspensas as decisões relativas ao parágrafo 3º do
artigo 2º.
a) adverti, componhais, revês, provistes c) Fica revogado o ato que havia extinguido a obrigatoriedade
b) adverti, compordes, revestes, provistes de apresentação dos documentos mencionados.
c) adverte, compondes, reveis, proviste d) Os pareceres que forem incursos na Resolução anterior são
d) adverti, compuserdes, revistes, proveste de responsabilidade do Governo Federal.
e) n.d.a e) Todas estão incorretas.
05. “Eu não sou o homem que tu procuras, mas desejava ver- Respostas: 01-B / 02-E / 03-E / 04-D / 05-D / 06-D / 07-E /
-te, ou, quando menos, possuir o teu retrato.” Se o pronome tu 08-B / 09-D / 10-A /
fosse substituído por Vossa Excelência, em lugar das palavras
destacadas no texto acima transcrito teríamos, respectivamente, as Advérbio
seguintes formas:
a) procurais, ver-vos, vosso Advérbio é a palavra invariável que modifica um verbo (Che-
b) procura, vê-la, seu gou cedo), um outro advérbio (Falou muito bem), um adjetivo (Es-
c) procura, vê-lo, vosso tava muito bonita). De acordo com a circunstância que exprime, o
d) procurais, vê-la, vosso advérbio pode ser de:
e) procurais, ver-vos, seu
Tempo: ainda, agora, antigamente, antes, amiúde (=sempre),
06. Assinale a única alternativa que contém erro na passagem amanhã, breve, brevemente, cedo, diariamente, depois, depressa,
da forma verbal, do imperativo afirmativo para o imperativo ne- hoje, imediatamente, já, lentamente, logo, novamente, outrora.
gativo: Lugar: aqui, acolá, atrás, acima, adiante, ali, abaixo, além,
a) parti vós - não partais vós algures (=em algum lugar), aquém, alhures (= em outro lugar),
b) amai vós - não ameis vós aquém,dentro, defronte, fora, longe, perto.
c) sede vós - não sejais vós Modo: assim, bem, depressa, aliás (= de outro modo ), deva-
d) ide vós - não vais vós gar, mal, melhor pior, e a maior parte dos advérbios que termina
e) perdei vós - não percais vós em mente: calmamente, suavemente, rapidamente, tristemente.

Didatismo e Conhecimento 46
LÍNGUA PORTUGUESA
Afirmação: certamente, decerto, deveras, efetivamente, real- Inclusão: inclusive, também, mesmo, ainda, até, além disso,
mente, sim, seguramente. de mais a mais: Também há flores no céu.
Negação: absolutamente, de modo algum, de jeito nenhum, Limitação: só, apenas, somente, unicamente: Só Deus é
nem, não, tampouco (=também não). perfeito.
Intensidade: apenas, assaz bastante bastante, bem, Realce: cá, lá, é que, sobretudo, mesmo: Sei lá o que ele
demais,mais, meio, menos, muito, quase, quanto, tão, tanto, pouco. quis dizer!
Dúvida: acaso, eventuamente, por ventura, quiçá, possivel- Retificação: aliás, ou melhor, isto é, ou antes: Irei à Bahia
mente, talvez. na próxima semana, ou melhor, no próximo mês.
Explicação: por exemplo, a saber: Você, por exemplo, tem
Adverbios Interrogativos: São empregados em orações in- bom caráter.
terrogativas diretas ou indiretas. Podem exprimir: lugar, tempo,
modo, ou causa. Emprego do Advérbio
Onde fica o Clube das Acácias ? (direta)
Preciso saber onde fica o Clube das Acássias. - Na linguagem coloquial, familiar, é comum o emprego do
(indireta) sufixo diminutivo dando aos advérbios o valor de superlativo
Quando minha amiga Delma chegará de Campinas? (direta) sintético: agorinha, cedinho, pertinho, devagarinho, depressi-
Gostaria de saber quando minha amiga Delma chegará de nha, rapidinho (bem rápido): Rapidinho chegou a casa; Moro
Campinas. (indireta) pertinho da universidade.
- Frequenternente empregamos adjetivos com valor de ad-
Locuçoes Adverbiais: São duas ou mais palavras que têm o vérbio: A cerveja que desce redondo. (redondamente)
valor de advérbio: às cegas, às claras, às toa, às pressas, às escon- - Bastante antes de adjetivo, é advérbio, portanto, não vai
didas, à noite, à tarde, às vezes, ao acaso, de repente, de chofre, para o plural; equivale a muito / a: Aquelas jovens são bastante
de cor, de improviso, de propósito, de viva voz, de medo, com simpáticas e gentis.
certeza, por perto, por um triz, de vez em quando, sem dúvida, de - Bastante, antes de substantivo, é adjetivo, portanto vai
forma alguma, em vão, por certo, à esquerda, à direta, a pé, a esmo,
para o plural, equivale a muitos / as: Contei bastantes estrelas
por ali, a distância.
no céu.
De repente o dia se fez noite.
- Não confunda mal (advérbio, oposto de bem) com mau
Por um triz eu não me denunciei.
(adjetivo, oposto de bom): Mal cheguei a casa, encontrei a de
Sem dúvida você é o melhor.
mau humor.
- Antes de verbo no particípio, dizse mais bem, mais mal:
Graus dos Advérbios: o advérbio não vai para o plural, são
Ficamos mais bem informados depois do noticiário notumo.
palavras invariáveis, mas alguns admitem a flexão de grau: com-
- Em frase negativa o advérbio já equivale a mais: Já não
parativo e superlativo.
se fazem professores como antigamente. (=não se fazem mais)
Comparativo de: - Na locução adverbial a olhos vistos (=claramente), o parti-
Igualdade - tão + advérbio + quanto, como: Sou tão feliz cípio permanece no masculino plural: Minha irmã Zuleide ema-
quanto / como você. grecia a olhos vistos.
Superioridade - Analítico: mais do que: Raquel é mais ele- - Dois ou mais advérbios terminados em mente, apenas no
gante do que eu. último permanece mente: Educada e pacientemente, falei a to-
- Sintético: melhor, pior que: Amanhã será melhor do que dos.
hoje. - A repetição de um mesmo advérbio assume o valor super-
Inferioridade - menos do que: Falei menos do que devia. lativo: Levantei cedo, cedo.

Superlativo Absoluto: Questões:


Analítico - mais, muito, pouco,menos: O candidato defendeu-
se muito mal. 01. Assinale a frase em que meio funciona como advérbio:
Sintético - íssimo, érrimo: Localizeio rapídíssimo. a) Só quero meio quilo.
b) Achei-o meio triste.
Palavras e Locuções Denotativas: São palavras semelhantes c) Descobri o meio de acertar.
a advérbios e que não possuem classificação especial. Não se en- d) Parou no meio da rua.
quadram em nenhuma das dez classes de palavras. São chamadas e) Comprou um metro e meio. 
de denotativas e exprimem:
02. Só não há advérbio em:
Afetividade: felizmente, infelizmente, ainda bem: Ainda bem a) Não o quero.
que você veio. b) Ali está o material.
Designação, Indicação: eis: Eis aqui o herói da turma. c) Tudo está correto.
Exclusão: exclusive, menos, exceto, fora, salvo, senão, se- d) Talvez ele fale.
quer: Não me disse sequer uma palavra de amor. e) Já cheguei. 

Didatismo e Conhecimento 47
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03. Qual das frases abaixo possui advérbio de modo? “Um dia” e  “mal” exprimem, respectivamente, circunstân-
a) Realmente ela errou. cias de:
b) Antigamente era mais pacato o mundo. a) tempo / intensidade.
c) Lá está teu primo. b) tempo / modo.
d) Ela fala bem. c) lugar / intensidade.
e) Estava bem cansado.  d) tempo / causa.
e) lugar / modo.
04. Classifique a locução adverbial que aparece em “Machu-
cou-se com a lâmina”.
Respostas: 01-B / 02-C / 03-D / 04-B / 05-C / 06-E / 07-E /
a) modo
08-B / 09-A / 10-B
b) instrumento
c) causa
d) concessão Preposição
e) fim 
É a palavra invariável que liga um termo dependente a um
05. Indique a alternativa gramaticalmente incorreta: termo principal, estabelecendo uma relação entre ambos. As
a) A casa onde moro é excelente. preposições podem ser: essenciais ou acidentais. As preposi-
b) Disseram-me por que chegaram tarde. ções essenciais atuam exclusivamente como preposições. São: a,
c) Aonde está o livro? ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante,
d) É bom o colégio donde saímos. por, sem, sob, sobre, trás. Exemplos: Não dê atençâo a fofocas;
e) O sítio aonde vais é pequeno.  Perante todos disse, sim.
As preposições acidentais são palavras de outras classes
06. Ele ficou em casa. A palavra em é:
que atuam eventualmente como preposições. São: como (=na
a) conjunção
qualidade de), conforme (=de acordo com), consoante, exceto,
b) pronome indefinido
c) artigo definido mediante, salvo, visto, segundo, senão, tirante: Agia conforme
d) advérbio de lugar sua vontade. (= de acordo com)
e) preposição
  - O artigo definido a que vem sempre acompanhado de um
07. Marque o exemplo em que ambas as palavras em negrito substantivo, é flexionado: a casa, as casas, a árvore, as árvores,
estão na mesma classe gramatical: a estrela, as estrelas.
a) O seu talvez deixou preocupado o professor. A preposição a nunca vai para o plural e não estabelece concor-
b) Respondeu-nos simplesmente com um não. dância com o substantivo. Exemplo: Fiz todo o percurso a pé.
c) Boas notícias duram pouco. (não há concordância com o substantivo masculino pé)
d) Nossa irmã é mais nova que a sua. - As preposições essenciais são sempre seguidas dos prono-
e) n.d.a  mes pessoais oblíquos: Despediuse de mim rapidamente. Não
vá sem mim.
08. Morfologicamente, a expressão sublinhada na frase
abaixo é classificada como locução: “Estava à toa na vida...”
Locuções Prepositivas: É o conjunto de duas ou mais
a) adjetiva
b) adverbial palavras que têm o valor de uma preposição. A última palavra
c) prepositiva é sempre uma preposição. Veja quais são: abaixo de, acerca de,
d) conjuntiva acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, dentro de,
e) substantiva  embaixo de, em cima de, em frente a, em redor de, graças a,
junto a, junto de, perto de, por causa de, por cima de, por trás
09. Em todas as opções há dois advérbios, exceto em: de, a fim de, além de, antes de, a par de, a partir de, apesar de,
a) Ele permaneceu muito calado. através de, defronte de, em favor de, em lugar de, em vez de,
b) Amanhã, não iremos ao cinema. (=no lugar de), ao invés de (=ao contrário de), para com, até a.
c) O menino, ontem, cantou desafinadamente.
d) Traquilamente, realizou-se, hoje, o jogo. - Não confunda locução prepositiva com locução adverbial.
e) Ela falou calma e sabiamente. Na locução adverbial, nunca há uma preposição no final, e sim
no começo: Vimos de perto o fenômeno do “tsunami”. (locução
10. Leia o texto que segue:
adverbial); O acidente ocorreu perto de meu atelier. (locução
prepositiva)
“Não há muito tempo atrás
Eu sonhava  um dia  ter - Uma preposição ou locução prepositiva pode vir com ou-
Esse ordenado enorme tra preposição: Abola passou por entre as pernas do goleiro.
Que mal  me dá pra viver.” Mas é inadequado dizer: Proibido para menores de até 18 anos;
(Millôr Fernandes)  Financiamento em até 24 meses.

Didatismo e Conhecimento 48
LÍNGUA PORTUGUESA
Combinações e Contrações Para direção: Não lhe interessava mais ir para a Europa.
tempo: Pretendo vêlo lá para o final da semana. finalidade: Lute
Combinação: ocorre combinação quando não há perda de sempre para viver com dignidade. Apreposição para indica de per-
fonemas: a+o,os= ao, aos / a+onde = aonde. manência definitiva. Vou para o litoral. (ideia de morar)
Contração: ocorre contração quando a preposição perde fone- Perante (posição anterior): Permaneceu calado perante to-
mas: de+a, o, as, os, esta, este, isto =da, do, das, dos, desta, deste, dos.
disto. Por (percurso, espaço, lugar): Caminhava por ruas desconhe-
em+ um, uma, uns, umas,isto, isso, aquilo, aquele, aquela, cidas. causa: Por ser muito caro, não compramos um DVD novo.
aqueles, aquelas = num, numa, nuns, numas, nisto, nisso, naquilo, espaço: Por cima dela havia um raio de luz.
naquele, naquela, naqueles. Sem (ausência): Eu vou sem lenço sem documento.
de+ entre, aquele, aquela, aquilo = dentre, daquele, daquela, Sob (debaixo de / situação): Prefiro cavalgar sob o luar. Viveu,
daquilo. sob pressão dos pais.
para+ a = pra. Sobre (em cima de, com contato): Colocou ás taças de cristal
A contração da preposição a com os artigos ou pronomes de- sobre a toalha rendada. assunto: Conversávamos sobre política
monstrativos a, as, aquele, aquela, aquilo recebe o nome de crase financeira.
e é assinalada na escrita pelo acento grave ficando assim: à, às, Trás (situação posterior; é preposição fora de uso. É substi-
àquele, àquela, àquilo. tuída por atrás de, depois de): Por trás desta carinha vêse muita
falsidade.
Valores das Preposições
Curiosidade: O símbolo @ (arroba) significa AT em Inglês,
A (movimento=direção): Foram a Lucélia comemorar os que em Português significa em. Portanto, o nome está at, em algum
Anos Dourados. modo: Partiu às pressas. tempo: Iremos nos ver provedor.
ao entardecer. Apreposição a indica deslocamento rápido: Vanios
à praia. (ideia de passear) Questões:
Ante (diante de): Parou ante mim sem dizer nada, tanta era a
emoção. tempo (substituída por antes de): Preciso chegarao encon- 01.  Use o sinal de crase, se necessário:
tro antes das quatro horas. a) Não vai a festas nem a reuniões.
Após (depois de): Após alguns momentos desabou num choro b) Chegamos a  Universidade as oito horas.
arrependido.
Até (aproximação): Correu até mim. tempo: Certamente te- 02. No final da Guerra Civil americana, o ex-coronel ianque
remos o resultado do exame até a semana que vem. Atenção: Se (...) sai à caça do soldado desertor que realizou assalto a trem
a preposição até equivaler a inclusive, será palavra de inclusão e com confederados. O uso da preposição com permite diferentes
não preposição. Os sonhadores amam até quem os despreza. (in- interpretações da frase acima.
clusive) a) Reescreva-a de duas maneiras diversas, de modo que haja
Com (companhia): Rir de alguém é falta de caridade; devese um sentido diferente em cada uma.
rir com alguém. causa: A cidade foi destruída com o temporal. ins- b) Indique, para cada uma das reações, a noção expressa da
trumento: Feriuse com as próprias armas. modo: Marfinha, minha preposição com.
comadre, vestese sempre com elegância.
Contra (oposição, hostilidade): Revoltouse contra a decisão 03.  No trecho: “(O Rio) não se industrializou, deixou
do tribunal. direção a um limite: Bateu contra o muro e caiu. explodir a questão social, fermentada por mais de dois
De (origem): Descendi de pais trabalhadores e honestos. lu- milhões de favelados, e inchou, à exaustão, uma máquina
gar: Os corruptos vieram da capital. causa: O bebé chorava de administrativa que não funciona...”, a preposição a (que está
fome. posse: Dizem que o dinheiro do povo sumiu. assunto: Falá- contraída com o artigo a) traduz uma relação de:
vamos do casamento da Mariele. matéria: Era uma casa de sapé. a) fim
A preposição de não deve contrairse com o artigo, que precede o b) causa
sujeito de um verbo. É tempo de os alunos estudarem. (e não: dos c) concessão
alunos estudarem) d) limite
Desde (afastamento de um ponto no espaço): Essa neblina e) modo
vem desde São Paulo. tempo: Desde o ano passado quero mudar
de casa. 04.  Assinale a alternativa em que a norma culta não aceita a
Em (lugar): Moramos em Lucélia há alguns anos. matéria: As contração da preposição de:
queridas amigas Nilceia e Nadélgia moram em Curitiba. especia- a) Aos prantos, despedi-me dela.
lidade: Minha amiga Cidinha formouse em Letras. tempo: Tudo b) Está na hora da criança dormir.
aconteceu em doze horas. c) Falava das colegas em público.
Entre (posição entre dois limites): Convém colocar o vidro d) Retirei os livros das prateleiras para limpá-los.
entre dois suportes. e) O local da chacina estava interditado.

Didatismo e Conhecimento 49
LÍNGUA PORTUGUESA
05.  Assinale a alternativa em que a preposição destacada a) 2 - 4 - 5 - 3 – 1
estabeleça o mesmo tipo de relação que na frase matriz: Criaram- b) 4 -5 - 3 - 1 – 2
se a pão e água. c) 5 - 3 - 1 - 2 – 4
a) Desejo todo o bem a você. d) 3 - 1 - 2 - 4 – 5
b) A julgar por esses dados, tudo está perdido. e) 1 - 2 - 4 - 5 - 3
c) Feriram-me a pauladas.  
d) Andou a colher alguns frutos do mar. Resolução:
e) Ao entardecer, estarei aí. 01 - a) --------- b) Chegamos a Universidade às oito horas.
02
06. Assinale a opção em que a preposição com traduz uma a) 1. No final da Guerra Civil americana, o ex-coronel ian-
relação de instrumento: que (...) sai à caça do soldado desertor que realizou assalto a trem
a) “Teria sorte nos outros lugares, com gente estranha.” que levava confederados. 2. No final da Guerra Civil americana,
b) “Com o meu avô cada vez mais perto de mim, o Santa Rosa o ex-coronel ianque (...) sai à caça do soldado desertor, que, com
seria um inferno.” confederados, realizou assalto a trem.
c) “Não fumava, e nenhum livro com força de me prender.” b) Na frase 1, com indica a relação continente-conteúdo,
d) “Trancava-me no quarto fugindo do aperreio, matando-as (trem-soldados), como em copo com água. Na frase 2, com  indica
com jornais.” “em companhia de”. Em 1, com introduz um adjunto adnominal
e) “Andavam por cima do papel estendido com outras já pre- (de trem); em 2, introduz um adjunto adverbial de companhia.
gadas no breu.”
03-E / 04-B / 05-C / 06-D / 07-A / 08-B / 09-B / 10-C /
07. “O policial recebeu o ladrão a bala. Foi necessário apenas
um disparo; o assaltante recebeu a bala na cabeça e morreu na Interjeição
hora.” No texto, os vocábulos em destaque são respectivamente:
a) preposição e artigo É a palavra invariável que exprime emoções, sensações,
b) preposição e preposição estados de espírito ou apelos: As interjeições são como que frases
c) artigo e artigo resumidas: Ué ! =Eu não esperava essa! São proferidas com en-
d) artigo e preposição tonação especial, que se representa, na escrita, com o ponto de
e) artigo e pronome indefinido exclamação(!)
08. “Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bol-
Locução Interjetiva: É o conjunto de duas ou mais palavras
sa.”, os vocábulos em destaque são, respectivamente:
com valor de uma interjeição: Muito bem! Que pena! Quem me
a) pronome pessoal oblíquo, preposição, artigo
dera! Puxa, que legal!
b) artigo, preposição, pronome pessoal oblíquo
c) artigo, pronome demonstrativo, pronome pessoal oblíquo
Classificaçao das Interjeições e Locuções Interjetivas
d) artigo, preposição, pronome demonstrativo
e) preposição, pronome demonstrativo, pronome pessoal oblí-
quo. As intejeições e as locuções interjetivas são classificadas,’de
acordo com o sentido que elas expressam em determinado contex-
09. Assinale a alternativa em que ocorre combinação de uma to. Assim, uma mesma palavra ou expressão pode exprimir emo-
preposição com um pronome demonstrativo: ções variadas.
a) Estou na mesma situação. Admiração ou Espanto: Oh!, Caramba!, Oba!, Nossa!, Meu
b) Neste momento, encerramos nossas transmissões. Deus!, Céus!
c) Daqui não saio. Advertência: Cuidado!, Atenção!, Alerta!, Calma!, Alto!,
d) Ando só pela vida. Olha lá!
e) Acordei num lugar estranho. Alegria: Viva!, Oba!, Que bom!, Oh!, Ah!;
Ânimo: Avante!, Ânimo!, Vamos!, Força!, Eia!, Toca!
10. Classifique a palavra como nas construções seguintes, Aplauso: Bravo!, Parabéns!, Muito bem!
numerando, convenientemente, os parênteses. A seguir, assinale a Chamamento: Olá!, Alô!, Psiu!, Psit!
alternativa correta: Aversão: Droga!, Raios!, Xi!, Essa não!, lh!
1) Preposição Medo: Cruzes!, Credo!, Ui!, Jesus!, Uh! Uai!
2) Conjunção Subordinativa Causal Pedido de Silêncio: Quieto!, Bico fechado!, Silêncio!, Che-
3) Conjunção Subordinativa Conformativa ga!, Basta!
4) Conjunção Coordenativa Aditiva Saudação: Oi!, Olá!, Adeus!, Tchau!
5) Advérbio Interrogativo de Modo Concordância: Claro!, Certo!, Sim!, Sem dúvida!
Desejo: Oxalá!, Tomara!, Pudera!, Queira Deus! Quem me
(     ) Perguntamos como chegaste aqui. dera!
(     ) Percorrera as salas como eu mandara.
(     ) Tinha-o como amigo. Observe na relação acima, que as interjeições muitas vezes
(     ) Como estivesse muito frio, fiquei em casa. são formadas por palavras de outras classes gramaticais: Cuidado!
(     ) Tanto ele como o irmão são meus amigos. Não beba ao dirigir! (cuidado é substantivo).

Didatismo e Conhecimento 50
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Exercício Geral 08. Dos verbos abaixo apenas um é regular, identifique-o:
a) pôr.
01. A alternativa que apresenta classes de palavras cujos b) adequar.
sentidos podem ser modificados pelo advérbio são: c) copiar.
a) adjetivo - advérbio - verbo. d) reaver.
b) verbo - interjeição - conjunção. e) brigar.
c) conjunção - numeral - adjetivo.
d) adjetivo - verbo - interjeição. 09. A alternativa que não apresenta erro de flexão verbal no
e) interjeição - advérbio - verbo. presente do indicativo é:
a) reavejo (reaver).
02. Das palavras abaixo, faz plural como “assombrações” b) precavo (precaver).
a) perdão. c) coloro (colorir).
b) bênção. d) frijo (frigir).
e) fedo (feder).
c) alemão.
d) cristão.
10. A classe de palavras que é empregada para exprimir esta-
e) capitão.
dos emotivos:
a) adjetivo.
03. Na oração “Ninguém está perdido se der amor...”, a pa-
b) interjeição.
lavra grifada pode ser classificada como: c) preposição.
a) advérbio de modo. d) conjunção.
b) conjunção adversativa. e) advérbio.
c) advérbio de condição.
d) conjunção condicional. Respostas: 1-A / 2-A / 3-D / 4-A / 5-E / 6-B / 7-E / 8-E / 9-D
e) preposição essencial. / 10-B /

04. Marque a frase em que o termo destacado expressa cir- Conjunção


cunstância de causa:
a) Quase morri de vergonha. É a palavra que liga orações basicamente, estabelecendo
b) Agi com calma. entre elas alguma relação (subordinação ou coordenação). As
c) Os mudos falam com as mãos. conjunções classificam-se em:
d) Apesar do fracasso, ele insistiu. Coordenativas, aquelas que ligam duas orações independentes
e) Aquela rua é demasiado estreita. (coordenadas), ou dois termos que exercem a mesma função sintá-
tica dentro da oração. Apresentam cinco tipos:
05. “Enquanto punha o motor em movimento.” O verbo des- - aditivas (adição): e, nem, mas também, como também, bem
tacado encontra-se no: como, mas ainda;
a) Presente do subjuntivo. - adversativas (adversidade, oposição): mas, porém, todavia,
b) Pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo. contudo, antes (= pelo contrário), não obstante, apesar disso;
c) Presente do indicativo. - alternativas (alternância, exclusão, escolha): ou, ou ... ou,
d) Pretérito mais-que-perfeito do indicativo. ora ... ora, quer ... quer;
e) Pretérito imperfeito do indicativo. - conclusivas (conclusão): logo, portanto, pois (depois do ver-
bo), por conseguinte, por isso;
06. Aponte a opção em que muito é pronome indefinido: - explicativas (justificação): - pois (antes do verbo), porque,
que, porquanto.
a) O soldado amarelo falava muito bem.
b) Havia muito bichinho ruim.
Subordinativas - ligam duas orações dependentes, subordi-
c) Fabiano era muito desconfiado.
nando uma à outra. Apresentam dez tipos:
d) Fabiano vacilava muito para tomar decisão.
- causais: porque, visto que, já que, uma vez que, como, desde
e) Muito eficiente era o soldado amarelo.
que;
- comparativas: como, (tal) qual, assim como, (tanto) quanto,
07. A flexão do número incorreta é: (mais ou menos +) que;
a) tabelião - tabeliães. - condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se,
b) melão - melões. sem que (= se não), a menos que;
c) ermitão - ermitões. - consecutivas (consequência, resultado, efeito): que (prece-
d) chão - chãos. dido de tal, tanto, tão etc. - indicadores de intensidade), de modo
e) catalão - catalões. que, de maneira que, de sorte que, de maneira que, sem que;

Didatismo e Conhecimento 51
LÍNGUA PORTUGUESA
- conformativas (conformidade, adequação): conforme, se- Radical:
gundo, consoante, como;
- concessiva: embora, conquanto, posto que, por muito que, Observe o seguinte grupo de palavras: livr-o; livr-inho; livr-ei-
se bem que, ainda que, mesmo que; ro; livr-eco. Você reparou que há um elemento comum nesse grupo?
- temporais: quando, enquanto, logo que, desde que, assim Você reparou que o elemento livr serve de base para o significado?
que, mal (= logo que), até que; Esse elemento é chamado de radical (ou semantema). Elemento bá-
sico e significativo das palavras, consideradas sob o aspecto gra-
- finais - a fim de que, para que, que;
matical e prático. É encontrado através do despojo dos elementos
- proporcionais: à medida que, à proporção que, ao passo
secundários (quando houver) da palavra. Exemplo: cert-o; cert-eza;
que, quanto mais (+ tanto menos); in-cert-eza.
- integrantes - que, se.
Afixos: são elementos secundários (geralmente sem vida autô-
As conjunções integrantes introduzem as orações subordi- noma) que se agregam a um radical ou tema para formar palavras
nadas substantivas, enquanto as demais iniciam orações subordi- derivadas. Sabemos que o acréscimo do morfema “-mente”, por
nadas adverbiais. Muitas vezes a função de interligar orações é exemplo, cria uma nova palavra a partir de “certo”: certamente,
desempenhada por locuções conjuntivas, advérbios ou pronomes. advérbio de modo. De maneira semelhante, o acréscimo dos mor-
femas “a-” e “-ar” à forma “cert-” cria o verbo acertar. Observe
que a- e -ar são morfemas capazes de operar mudança de classe
gramatical na palavra a que são anexados.
ESTRUTURA DAS PALAVRAS Quando são colocados antes do radical, como acontece com “a-
– ELEMENTOS MÓRFICOS. ”, os afixos recebem o nome de prefixos. Quando, como “-ar”, sur-
PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS gem depois do radical, os afixos são chamados de sufixos. Exemplo:
PALAVRAS. LOCUÇÕES in-at-ivo; em-pobr-ecer; inter-nacion-al.

Desinências: são os elementos terminais indicativos das fle-


xões das palavras. Existem dois tipos:

Estudar a estrutura é conhecer os elementos formadores das - Desinências Nominais: indicam as flexões de gênero (mas-
palavras. Assim, compreendemos melhor o significado de cada culino e feminino) e de número (singular e plural) dos nomes.
uma delas. As palavras podem ser divididas em unidades menores, Exemplos: aluno-o / aluno-s; alun-a / aluna-s. Só podemos falar
a que damos o nome de elementos mórficos ou morfemas. em desinências nominais de gêneros e de números em palavras
Vamos analisar a palavra “cachorrinhas”. Nessa palavra ob- que admitem tais flexões, como nos exemplos acima. Em
servamos facilmente a existência de quatro elementos. São eles: palavras como mesa, tribo, telefonema, por exemplo, não temos
cachorr - este é o elemento base da palavra, ou seja, aquele desinência nominal de gênero. Já em pires, lápis, ônibus não en-
que contém o significado. contramos desinência nominal de número.
inh - indica que a palavra é um diminutivo
- Desinências Verbais: indicam as flexões de número e pessoa
a - indica que a palavra é feminina
e de modo e tempo dos verbos. A desinência “-o”, presente em “am-
s - indica que a palavra se encontra no plural o”, é uma desinência número-pessoal, pois indica que o verbo está
na primeira pessoa do singular; “-va”, de “ama-va”, é desinência
Morfemas: unidades mínimas de caráter significativo. Exis- modo-temporal: caracteriza uma forma verbal do pretérito imper-
tem palavras que não comportam divisão em unidades menores, feito do indicativo, na 1ª conjugação.
tais como: mar, sol, lua, etc. São elementos mórficos:
- Raiz, Radical, Tema: elementos básicos e significativos Vogal Temática: é a vogal que se junta ao radical, preparando-o
- Afixos (Prefixos, Sufixos), Desinência, Vogal Temática: para receber as desinências. Nos verbos, distinguem-se três vogais
elementos modificadores da significação dos primeiros temáticas:
- Vogal de Ligação, Consoante de Ligação: elementos de li- - Caracteriza os verbos da 1ª conjugação: buscar, buscavas, etc.
gação ou eufônicos. - Caracteriza os verbos da 2ª conjugação: romper, rompemos,
etc.
Raiz: É o elemento originário e irredutível em que se concentra - Caracteriza os verbos da 3ª conjugação: proibir, proibirá, etc.
a significação das palavras, consideradas do ângulo histórico. É a
Tema: é o grupo formado pelo radical mais vogal temática. Nos
raiz que encerra o sentido geral, comum às palavras da mesma fa- verbos citados acima, os temas são: busca-, rompe-, proibi-
mília etimológica. Exemplo: Raiz noc [Latim nocere = prejudicar]
tem a significação geral de causar dano, e a ela se prendem, pela Vogais e Consoantes de Ligação: As vogais e consoantes de
origem comum, as palavras nocivo, nocividade, inocente, inocen- ligação são morfemas que surgem por motivos eufônicos, ou seja,
tar, inócuo, etc. para facilitar ou mesmo possibilitar a pronúncia de uma determina-
da palavra. Exemplos: parisiense (paris= radical, ense=sufixo, vogal
Uma raiz pode sofrer alterações: at-o; at-or; at-ivo; aç-ão; ac- de ligação=i); gas-ô-metro, alv-i-negro, tecn-o-cracia, pau-l-ada,
-ionar; cafe-t-eira, cha-l-eira, inset-i-cida, pe-z-inho, pobr-e-tão, etc.

Didatismo e Conhecimento 52
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Formação das Palavras: existem dois processos básicos pe- É impossível fazer o mesmo com palavras formadas por
los quais se formam as palavras: a Derivação e a Composição. A parassíntese: não se pode dizer que expropriar provém de
diferença entre ambos consiste basicamente em que, no processo «propriar» ou de «expróprio», pois tais palavras não existem.
de derivação, partimos sempre de um único radical, enquanto no Logo, expropriar provém diretamente de próprio, pelo
processo de composição sempre haverá mais de um radical. acréscimo concomitante de prefixo e sufixo.

Derivação: é o processo pelo qual se obtém uma palavra nova, - Derivação Regressiva: ocorre derivação regressiva quando
chamada derivada, a partir de outra já existente, chamada primiti- uma palavra é formada não por acréscimo, mas por redução: com-
va. Exemplo: Mar (marítimo, marinheiro, marujo); terra (enterrar, prar (verbo) - compra (substantivo); beijar (verbo) - beijo (subs-
terreiro, aterrar). Observamos que “mar” e “terra” não se formam tantivo).
de nenhuma outra palavra, mas, ao contrário, possibilitam a for-
mação de outras, por meio do acréscimo de um sufixo ou prefixo. Para descobrirmos se um substantivo deriva de um verbo ou
Logo, mar e terra são palavras primitivas, e as demais, derivadas.  se ocorre o contrário, podemos seguir a seguinte orientação:
- Se o substantivo denota ação, será palavra derivada, e o ver-
Tipos de Derivação bo palavra primitiva.
- Se o nome denota algum objeto ou substância, verifica-se o
- Derivação Prefixal ou Prefixação: resulta do acréscimo de
contrário.
prefixo à palavra primitiva, que tem o seu significado alterado:
Vamos observar os exemplos acima: compra e beijo indicam
crer- descrer; ler- reler; capaz- incapaz.
- Derivação Sufixal ou Sufixação: resulta de acréscimo de ações, logo, são palavras derivadas. O mesmo não ocorre, porém,
sufixo à palavra primitiva, que pode sofrer alteração de significado com a palavra âncora, que é um objeto. Neste caso, um substanti-
ou mudança de classe gramatical: alfabetização. No exemplo, o vo primitivo que dá origem ao verbo ancorar.
sufixo -ção  transforma em substantivo o verbo alfabetizar. Este,
por sua vez, já é derivado do substantivo alfabeto pelo acréscimo Por derivação regressiva, formam-se basicamente substanti-
do sufixo -izar. vos a partir de verbos. Por isso, recebem o nome de substanti-
vos deverbais. Note que na linguagem popular, são frequentes os
A derivação sufixal pode ser: exemplos de palavras formadas por derivação regressiva. o portu-
Nominal, formando substantivos e adjetivos: papel – papela- ga (de português); o boteco (de botequim); o comuna (de comu-
ria; riso – risonho. nista); agito (de agitar); amasso (de amassar); chego (de chegar)
Verbal, formando verbos: atual - atualizar.
Adverbial, formando advérbios de modo: feliz – felizmente. O processo normal é criar um verbo a partir de um substanti-
vo. Na derivação regressiva, a língua procede em sentido inverso:
- Derivação Parassintética ou Parassíntese: Ocorre quando a forma o substantivo a partir do verbo.
palavra derivada resulta do acréscimo simultâneo de prefixo e sufi-
xo à palavra primitiva. Por meio da parassíntese formam-se nomes - Derivação Imprópria: A derivação imprópria ocorre quando
(substantivos e adjetivos) e verbos. Considere o adjetivo “triste”. determinada palavra, sem sofrer qualquer acréscimo ou supressão
Do radical “trist-” formamos o verbo entristecer através da junção em sua forma, muda de classe gramatical. Neste processo:
simultânea do prefixo  “en-” e do sufixo “-ecer”. A presença de Os adjetivos passam a substantivos: Os bons serão contem-
apenas um desses afixos não é suficiente para formar uma nova plados.
palavra, pois em nossa língua não existem as palavras “entriste”, Os particípios passam a substantivos ou adjetivos: Aquele ga-
nem “tristecer”. Exemplos: roto alcançou um feito passando no concurso.
emudecer Os infinitivos passam a substantivos: O andar de Roberta era
mudo – palavra inicial fascinante; O badalar dos sinos soou na cidadezinha.
e – prefixo
Os substantivos passam a adjetivos: O funcionário fantasma
mud – radical
foi despedido; O menino prodígio resolveu o problema.
ecer – sufixo
Os adjetivos passam a advérbios: Falei baixo para que nin-
guém escutasse.
desalmado
alma – palavra inicial Palavras invariáveis passam a substantivos: Não entendo o
des – prefixo porquê disso tudo.
alm – radical Substantivos próprios tornam-se comuns: Aquele coordena-
ado – sufixo dor é um caxias! (chefe severo e exigente)

Não devemos confundir derivação parassintética, em que o Os processos de derivação vistos anteriormente fazem parte
acréscimo de sufixo e de prefixo é obrigatoriamente simultâneo, da Morfologia porque implicam alterações na forma das palavras.
com casos como os das palavras desvalorização e desigualdade. No entanto, a derivação imprópria lida basicamente com seu sig-
Nessas palavras, os afixos são acoplados em sequência: desvalo- nificado, o que acaba caracterizando um processo semântico. Por
rização provém de desvalorizar, que provém de valorizar, que por essa razão, entendemos o motivo pelo qual é denominada “impró-
sua vez provém de valor. pria”.

Didatismo e Conhecimento 53
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Composição: é o processo que forma palavras compostas, a di-:  duplicidade: dissílabo, ditongo, dilema.
partir da junção de dois ou mais radicais. Existem dois tipos: dia-: movimento através de, afastamento: diálogo, diagonal,
diafragma, diagrama.
- Composição por Justaposição: ao juntarmos duas ou mais dis-: dificuldade, privação: dispneia, disenteria, dispepsia, dis-
palavras ou radicais, não ocorre alteração fonética: passatempo, fasia.
quinta-feira, girassol, couve-flor. Em “girassol” houve uma altera- ec-, ex-, exo-, ecto-: movimento para fora: eclipse, êxodo, ec-
ção na grafia (acréscimo de um “s”) justamente para manter inalte- toderma, exorcismo.
rada a sonoridade da palavra. en-, em-, e-:  posição interior, movimento para dentro: encéfa-
lo, embrião, elipse, entusiasmo.
- Composição por Aglutinação: ao unirmos dois ou mais endo-: movimento para dentro: endovenoso, endocarpo, endos-
vocábulos ou radicais, ocorre supressão de um ou mais de seus mose.
elementos fonéticos: embora (em boa hora); fidalgo (filho de algo epi-: posição superior, movimento para: epiderme, epílogo, epi-
- referindo-se a família nobre); hidrelétrico (hidro + elétrico); pla- demia, epitáfio.
nalto (plano alto). Ao aglutinarem-se, os componentes subordi- eu-: excelência, perfeição, bondade: eufemismo, euforia, euca-
nam-se a um só acento tônico, o do último componente. ristia, eufonia.
hemi-: metade, meio: hemisfério, hemistíquio, hemiplégico.
- Redução: algumas palavras apresentam, ao lado de sua for- hiper-: posição superior, excesso: hipertensão, hipérbole, hi-
ma plena, uma forma reduzida. Observe: auto - por automóvel; pertrofia.
cine - por cinema; micro - por microcomputador; Zé - por José. hipo-: posição inferior, escassez: hipocrisia, hipótese, hipodér-
Como exemplo de redução ou simplificação de palavras, podem mico.
ser citadas também as siglas, muito frequentes na comunicação meta-: mudança, sucessão: metamorfose, metáfora, metacarpo.
atual. para-: proximidade, semelhança, intensidade: paralelo, parasi-
ta, paradoxo, paradigma.
- Hibridismo: ocorre hibridismo na palavra em cuja forma- peri-: movimento ou posição em torno de: periferia, peripécia,
ção entram elementos de línguas diferentes: auto (grego) + móvel período, periscópio.
(latim). pro-: posição em frente, anterioridade: prólogo, prognóstico,
profeta, programa.
- Onomatopeia: numerosas palavras devem sua origem a uma pros-: adjunção, em adição a: prosélito, prosódia.
tendência constante da fala humana para imitar as vozes e os ruí- proto-: início, começo, anterioridade: proto-história, protótipo,
dos da natureza. As onomatopeias são vocábulos que reproduzem protomártir.
aproximadamente os sons e as vozes dos seres: miau, zunzum, poli-: multiplicidade: polissílabo, polissíndeto, politeísmo.
piar, tinir, urrar, chocalhar, cocoricar, etc. sin-, sim-: simultaneidade, companhia: síntese, sinfonia, sim-
patia, sinopse.
- Prefixos: os prefixos são morfemas que se colocam antes tele-: distância, afastamento: televisão, telepatia, telégrafo.
dos radicais basicamente a fim de modificar-lhes o sentido; rara-
mente esses morfemas produzem mudança de classe gramatical. Prefixos de Origem Latina
Os prefixos ocorrentes em palavras portuguesas se originam do
latim e do grego, línguas em que funcionavam como preposições a-, ab-, abs-: afastamento, separação: aversão, abuso, absti-
ou advérbios, logo, como vocábulos autônomos.  Alguns prefixos nência, abstração.
foram pouco ou nada produtivos em português. Outros, por sua a-, ad-: aproximação, movimento para junto: adjunto, advoga-
vez, tiveram grande vitalidade na formação de novas palavras: a- , do, advir, aposto.
contra- , des- , em-  (ou en-) , es- , entre- re- , sub- , super- , anti-. ante-: anterioridade, procedência: antebraço, antessala, an-
teontem, antever.
Prefixos de Origem Grega ambi-: duplicidade: ambidestro, ambiente, ambiguidade, am-
bivalente.
a-, an-: afastamento, privação, negação, insuficiência, carên- ben(e)-, bem-: bem, excelência de fato ou ação: benefício, ben-
cia: anônimo, amoral, ateu, afônico. dito.
ana-: inversão, mudança, repetição: analogia, análise, ana- bis-, bi-:  repetição, duas vezes: bisneto, bimestral, bisavô, bis-
grama, anacrônico. coito.
anfi-: em redor, em torno, de um e outro lado, duplicidade: circu(m)-: movimento em torno: circunferência, circunscrito,
anfiteatro, anfíbio, anfibologia. circulação.
anti-: oposição, ação contrária: antídoto, antipatia, antago- cis-: posição aquém: cisalpino, cisplatino, cisandino.
nista, antítese. co-, con-, com-: companhia, concomitância: colégio, coopera-
apo-: afastamento, separação: apoteose, apóstolo, apocalipse, tiva, condutor.
apologia. contra-: oposição: contrapeso, contrapor, contradizer.
arqui-, arce-: superioridade hierárquica, primazia, excesso: de-: movimento de cima para baixo, separação, negação: deca-
arquiduque, arquétipo, arcebispo, arquimilionário. pitar, decair, depor.
cata-: movimento de cima para baixo: cataplasma, catálogo, de(s)-, di(s)-: negação, ação contrária, separação: desventura,
catarata. discórdia, discussão.

Didatismo e Conhecimento 54
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e-, es-, ex-: movimento para fora: excêntrico, evasão, expor- Sufixos que formam nomes de lugar, depositório: -aria –
tação, expelir. churrascaria; -ário – herbanário; -eiro – açucareiro; -or – corre-
en-, em-, in-: movimento para dentro, passagem para um es- dor; -tério – cemitério; -tório – dormitório.
tado ou forma, revestimento: imergir, enterrar, embeber, injetar,
importar. Sufixos que formam nomes indicadores de abundância,
extra-: posição exterior, excesso: extradição, extraordinário, aglomeração, coleção: -aço – ricaço; -ada – papelada; -agem –
extraviar. folhagem; -al – capinzal; -ario(a) - casario, infantaria; -edo – ar-
i-, in-, im-: sentido contrário, privação, negação: ilegal, im- voredo; -eria – correria; -io – mulherio; -ume – negrume.
possível, improdutivo.
inter-, entre-: posição intermediária: internacional, interpla- Sufixos que formam nomes técnicos usados na ciência:
netário. -ite - bronquite, hepatite (inflamação), amotite (fósseis).
intra-: posição interior: intramuscular, intravenoso, intraver- -oma - mioma, epitelioma, carcinoma (tumores).
bal. -ato, eto, ito - sulfato, cloreto, sulfito (sais), granito (pedra).
intro-: movimento para dentro: introduzir, introvertido, in- -ina - cafeína, codeína (alcaloides, álcalis artificiais).
trospectivo. -ol - fenol, naftol (derivado de hidrocarboneto).
justa-: posição ao lado: justapor, justalinear. -ema - morfema, fonema, semema, semantema (ciência lin-
ob-, o-: posição em frente, oposição: obstruir, ofuscar, ocupar, guística).
obstáculo. -io - sódio, potássio, selênio (corpos simples).
per-: movimento através: percorrer, perplexo, perfurar, per-
verter. Sufixo que forma nomes de religião, doutrinas filosóficas,
pos-: posterioridade: pospor, posterior, pós-graduado. sistemas políticos: - ismo: budismo, kantismo, comunismo.
pre-: anterioridade: prefácio, prever, prefixo, preliminar.
pro-: movimento para frente: progresso, promover, prosse- Sufixos Formadores de Adjetivos
guir, projeção.
re-: repetição, reciprocidade: rever, reduzir, rebater, reatar. - de substantivos: -aco – maníaco; -ado – barbado; -áceo(a)
retro-: movimento para trás: retrospectiva, retrocesso, retroa- - herbáceo, liláceas; -aico – prosaico; -al – anual; -ar – escolar;
gir, retrógrado. -ário - diário, ordinário; -ático – problemático; -az – mordaz;
so-, sob-, sub-, su-: movimento de baixo para cima, inferiori- -engo – mulherengo; -ento – cruento; -eo – róseo; -esco – pito-
dade: soterrar, sobpor, subestimar. resco; -este – agreste; -estre – terrestre; -enho – ferrenho; -eno
super-, supra-, sobre-: posição superior, excesso: supercílio, – terreno; -ício – alimentício; -ico – geométrico; -il – febril; -ino
supérfluo. – cristalino; -ivo – lucrativo; -onho – tristonho; -oso – bondoso;
soto-, sota-: posição inferior: soto-mestre, sota-voga, soto- -udo – barrigudo.
-pôr.
trans-, tras-, tres-, tra-: movimento para além, movimento - de verbos:
através: transatlântico, tresnoitar, tradição. -(a)(e)(i)nte: ação, qualidade, estado – semelhante, doente,
ultra-: posição além do limite, excesso: ultrapassar, ultrarro- seguinte.
mantismo, ultrassom, ultraleve, ultravioleta. -(á)(í)vel: possibilidade de praticar ou sofrer uma ação – lou-
vice-, vis-: em lugar de: vice-presidente, visconde, vice-almi- vável, perecível, punível.
rante. -io, -(t)ivo: ação referência, modo de ser – tardio, afirmativo,
pensativo.
Sufixos: são elementos (isoladamente insignificativos) que, -(d)iço, -(t)ício: possibilidade de praticar ou sofrer uma ação,
acrescentados a um radical, formam nova palavra. Sua principal referência – movediço, quebradiço, factício.
característica é a mudança de classe gramatical que geralmente -(d)ouro,-(t)ório: ação, pertinência – casadouro, preparatório.
opera. Dessa forma, podemos utilizar o significado de um verbo
num contexto em que se deve usar um substantivo, por exemplo. Sufixos Adverbiais: Na Língua Portuguesa, existe apenas um
Como o sufixo é colocado depois do radical, a ele são incorpora- único sufixo adverbial: É o sufixo “-mente”, derivado do substan-
das as desinências que indicam as flexões das palavras variáveis. tivo feminino latino mens, mentis que pode significar “a mente,
Existem dois grupos de sufixos formadores de substantivos extre- o espírito, o intento”. Este sufixo juntou-se a adjetivos, na forma
mamente importantes para o funcionamento da língua. São os que feminina, para indicar circunstâncias, especialmente a de modo.
formam nomes de ação e os que formam nomes de agente. Exemplos: altiva-mente, brava-mente, bondosa-mente, nervo-
sa-mente, fraca-mente, pia-mente. Já os advérbios que se derivam
Sufixos que formam nomes de ação: -ada – caminhada; de adjetivos terminados em –ês (burgues-mente, portugues-men-
-ança – mudança; -ância – abundância; -ção – emoção; -dão – so- te, etc.) não seguem esta regra, pois esses adjetivos eram outrora
lidão; -ença – presença; -ez(a) – sensatez, beleza; -ismo – civismo; uniformes. Exemplos: cabrito montês / cabrita montês.
-mento – casamento; -são – compreensão; -tude – amplitude; -ura
– formatura. Sufixos Verbais: Os sufixos verbais agregam-se, via de regra,
ao radical de substantivos e adjetivos para formar novos verbos.
Sufixos que formam nomes de agente: -ário(a) – secretário; Em geral, os verbos novos da língua formam-se pelo acréscimo
-eiro(a) – ferreiro; -ista – manobrista; -or – lutador; -nte – fei- da terminação-ar. Exemplos: esqui-ar; radiograf-ar; (a)doç-ar;
rante. nivel-ar; (a)fin-ar; telefon-ar; (a)portugues-ar.

Didatismo e Conhecimento 55
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Os verbos exprimem, entre outras ideias, a prática de ação. a) 1, 4, 3, 2, 5, 6, 1
-ar: cruzar, analisar, limpar b) 4, 1, 4, 1, 5, 3, 6
-ear: guerrear, golear c) 1, 4, 4, 1, 5, 6, 6
-entar: afugentar, amamentar d) 2, 3, 4, 1, 5, 3, 6
-ficar: dignificar, liquidificar e) 2, 4, 4, 1, 5, 3, 6
-izar: finalizar, organizar
06. Indique a palavra que foge ao processo de formação de
Verbo Frequentativo: é aquele que traduz ação repetida. chape-chape:
Verbo Factivo: é aquele que envolve ideia de fazer ou a) zunzum
b) reco-reco
causar.
c) toque-toque
Verbo Diminutivo: é aquele que exprime ação pouco
d) tlim-tlim
intensa.
e) vivido

07. Em que alternativa a palavra sublinhada resulta de deriva-


Questões: ção imprópria?
a) Às sete horas da manhã começou o trabalho principal: a
01. Assinale a opção em que todas as palavras se formam pelo votação.
mesmo processo: b) Pereirinha estava mesmo com a razão. Sigilo... Voto secre-
a) ajoelhar / antebraço / assinatura to... Bobagens, bobagens!
b) atraso / embarque / pesca c) Sem radical reforma da lei eleitoral, as eleições continua-
c) o jota / o sim / o tropeço riam sendo uma farsa!
d) entrega / estupidez / sobreviver d) Não chegaram a trocar um isto de prosa, e se entenderam.
e) antepor / exportação / sanguessuga e) Dr. Osmírio andaria desorientado, senão bufando de raiva.

02. A palavra “aguardente” formou-se por: 08. Assinale a série de palavras em que todas são formadas
a) hibridismo por parassíntese:
b) aglutinação a) acorrentar, esburacar, despedaçar, amanhecer
c) justaposição b) solução, passional, corrupção, visionário
c) enrijecer, deslealdade, tortura, vidente
d) parassíntese
d) biografia, macróbio, bibliografia, asteróide
e) derivação regressiva
e) acromatismo, hidrogênio, litografar, idiotismo
03. Que item contém somente palavras formadas por justa- 09. As palavras couve-flor, planalto e aguardente são forma-
posição? das por:
a) desagradável – complemente a) derivação
b) vaga-lume - pé-de-cabra b) onomatopeia
c) encruzilhada – estremeceu c) hibridismo
d) supersticiosa – valiosas d) composição
e) desatarraxou – estremeceu e) prefixação

04. “Sarampo” é: 10. Assinale a alternativa em que uma das palavras não é for-
a) forma primitiva mada por prefixação:
b) formado por derivação parassintética a) readquirir, predestinado, propor
c) formado por derivação regressiva b) irregular, amoral, demover
d) formado por derivação imprópria c) remeter, conter, antegozar
e) formado por onomatopéia d) irrestrito, antípoda, prever
e) dever, deter, antever
05. Numere as palavras da primeira coluna conforme os pro-
Respostas: 1-B / 2-B / 3-B / 4-C / 5-E / 6-E / 7-D / 8-A / 9-D
cessos de formação numerados à direita. Em seguida, marque a
/ 10-E /
alternativa que corresponde à sequência numérica encontrada:
( ) aguardente     1) justaposição
( ) casamento     2) aglutinação
( ) portuário         3) parassíntese
( ) pontapé         4) derivação sufixal
( ) os contras     5) derivação imprópria
( ) submarino     6) derivação prefixal
( ) hipótese

Didatismo e Conhecimento 56
LÍNGUA PORTUGUESA
Paulo parece inteligente. (afirmativa)
FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO A retificação da velha estrada é uma obra inadiável. (afirmativa)
Nunca te esquecerei. (negativa)
Neli não quis montar o cavalo velho, de pêlo ruço. (negativa)

Análise Sintática Interrogativas: aquela da qual se pergunta algo, direta (com ponto
de interrogação) ou indiretamente (sem ponto de interrogação). São
A Análise Sintática examina a estrutura do período, divide e uma pergunta, uma interrogação:
classifica as orações que o constituem e reconhece a função sintá- Por que chegaste tão tarde?
tica dos termos de cada oração. Gostaria de saber que horas são.
Daremos uma ideia do que seja frase, oração, período, termo, “Por que faço eu sempre o que não queria” (Fernando Pessoa)
função sintática e núcleo de um termo da oração. “Não sabe, ao menos, o nome do pequeno?” (Machado de Assis)
As palavras, tanto na expressão escrita como na oral, são reu-
nidas e ordenadas em frases. Pela frase é que se alcança o objetivo Imperativas: aquela através da qual expressamos uma ordem, pe-
do discurso, ou seja, da atividade linguística: a comunicação com dido ou súplica, de forma afirmativa ou negativa. Contêm uma ordem,
o ouvinte ou o leitor. proibição, exortação ou pedido:
Frase, Oração e Período são fatores constituintes de qualquer “Cale-se! Respeite este templo.” (afirmativa)
texto escrito em prosa, pois o mesmo compõe-se de uma sequên- Não cometa imprudências. (negativa)
cia lógica de ideias, todas organizadas e dispostas em parágrafos “Vamos, meu filho, ande depressa!” (afirmativa)
minuciosamente construídos. “Segue teu rumo e canta em paz.” (afirmativa)
“Não me leves para o mar.” (negativa)
Frase: é todo enunciado capaz de transmitir, a quem nos
ouve ou lê, tudo o que pensamos, queremos ou sentimos. Pode Exclamativas: aquela através da qual externamos uma admira-
revestir as mais variadas formas, desde a simples palavra até o ção. Traduzem admiração, surpresa, arrependimento, etc.:
período mais complexo, elaborado segundo os padrões sintáticos Como eles são audaciosos!
do idioma. São exemplos de frases:
Não voltaram mais!
“Uma senhora instruída meter-se nestas bibocas!” (Graciliano
Socorro!
Ramos)
Muito obrigado!
Que horror!
Optativas: É aquela através da qual se exprime um desejo:
Sentinela, alerta!
Bons ventos o levem!
Cada um por si e Deus por todos.
Grande nau, grande tormenta. Oxalá não sejam vãos tantos sacrifícios!
Por que agridem a natureza? “E queira Deus que te não enganes, menino!” (Carlos de Laet)
“Tudo seco em redor.” (Graciliano Ramos) “Quem me dera ser como Casimiro Lopes!” (Graciliano Ramos)
“Boa tarde, mãe Margarida!” (Graciliano Ramos)
“Fumaça nas chaminés, o céu tranquilo, limpo o terreiro.” Imprecativas: Encerram uma imprecação (praga, maldição):
(Adonias Filho) “Esta luz me falte, se eu minto, senhor!” (Camilo Castelo Branco)
“As luzes da cidade estavam amortecidas.” (Érico Veríssimo) “Não encontres amor nas mulheres!” (Gonçalves Dias)
“Tropas do exército regular do Sul, ajustadas pelos seus alia- “Maldito seja quem arme ciladas no seu caminho!” (Domingos
dos brancos de além mar, tinham sido levadas em helicópteros Carvalho da Silva)
para o lugar onde se presumia estivesse o inimigo, mas este se
havia sumido por completo.” (Érico Veríssimo) Como se vê dos exemplos citados, os diversos tipos de frase po-
dem encerrar uma afirmação ou uma negação. No primeiro caso, a
As frases são proferidas com entoação e pausas especiais, in- frase é afirmativa, no segundo, negativa. O que caracteriza e distingue
dicadas na escrita pelos sinais de pontuação. Muitas frases, prin- esses diferentes tipos de frase é a entoação, ora ascendente ora descen-
cipalmente as que se desviam do esquema sujeito + predicado, dente.
só podem ser entendidas dentro do contexto (= o escrito em que Muitas vezes, as frases assumem sentidos que só podem ser inte-
figuram) e na situação (= o ambiente, as circunstâncias) em que gralmente captados se atentarmos para o contexto em que são empre-
o falante se encontra. Chamam-se frases nominais as que se apre- gadas. É o caso, por exemplo, das situações em que se explora a ironia.
sentam sem o verbo. Exemplo: Tudo parado e morto. Pense, por exemplo, na frase “Que educação!”, usada quando se vê
alguém invadindo, com seu carro, a faixa de pedestres. Nesse caso, ela
Quanto ao sentido, as frases podem ser: expressa exatamente o contrário do que aparentemente diz.
A entoação é um elemento muito importante da frase falada, pois
Declarativas: aquela através da qual se enuncia algo, de for- nos dá uma ampla possibilidade de expressão. Dependendo de como
ma afirmativa ou negativa. Encerram a declaração ou enunciação é dita, uma frase simples como «É ela.» pode indicar constatação,
de um juízo acerca de alguém ou de alguma coisa: dúvida, surpresa, indignação, decepção, etc.

Didatismo e Conhecimento 57
LÍNGUA PORTUGUESA
A mesma frase pode assumir sentidos diferentes, conforme o tom Respostas
com que a proferimos. Observe:
Olavo esteve aqui. 1-“a” e “d”
Olavo esteve aqui?
Olavo esteve aqui?! 2- a) interrogativa; b) imperativa; c) exclamativa; d) optativa;
Olavo esteve aqui! e) interrogativa; f) declarativa; g) imperativa; h) declarativa

Questões: 3- a) Eugênio e Marcelo, caminhem juntos!; b) Luisinho, pro-


cure os fósforos no bolso!; c) Meninos, olhem à sua volta!
01. Marque apenas as frases nominais:
a) Que voz estranha! 4- a/b/d/g
b) A lanterna produzia boa claridade.
c) As risadas não eram normais. 5- a) exclamativa; b) interrogativa; c) declarativa; d) impera-
d) Luisinho, não! tiva; e) interrogativa; f) imperativa; g) exclamativa; h) declarativa;
i) imperativa; j) declarativa
02. Classifique as frases em declarativa, interrogativa, excla-
mativa, optativa ou imperativa. Oração: é todo enunciado linguístico dotado de sentido, po-
a) Você está bem? rém há, necessariamente, a presença do verbo. A oração encerra
b) Não olhe; não olhe, Luisinho! uma frase (ou segmento de frase), várias frases ou um período,
c) Que alívio! completando um pensamento e concluindo o enunciado através de
d) Tomara que Luisinho não fique impressionado! ponto final, interrogação, exclamação e, em alguns casos, através
e) Você se machucou? de reticências.
f) A luz jorrou na caverna. Em toda oração há um verbo ou locução verbal (às vezes elíp-
g) Agora suma, seu monstro! ticos). Não têm estrutura sintática, portanto não são orações, não
h) O túnel ficava cada vez mais escuro. podem ser analisadas sintaticamente frases como:
Socorro!
03. Transforme a frase declarativa em imperativa. Siga o mo- Com licença!
delo: Que rapaz impertinente!
Luisinho ficou pra trás. (declarativa) Muito riso, pouco siso.
Lusinho, fique para trás. (imperativa) “A bênção, mãe Nácia!” (Raquel de Queirós)
 
a) Eugênio e Marcelo caminhavam juntos. Na oração as palavras estão relacionadas entre si, como partes
b) Luisinho procurou os fósforos no bolso. de um conjunto harmônico: elas formam os termos ou as unidades
c) Os meninos olharam à sua volta. sintáticas da oração. Cada termo da oração desempenha uma fun-
ção sintática. Geralmente apresentam dois grupos de palavras: um
04. Sabemos que frases verbais são aquelas que têm verbos. grupo sobre o qual se declara alguma coisa (o sujeito), e um grupo
Assinale, pois, as frases verbais: que apresenta uma declaração (o predicado), e, excepcionalmente,
a) Deus te guarde! só o predicado. Exemplo:
b) As risadas não eram normais.
c) Que ideia absurda! A menina banhou-se na cachoeira.
d) O fósforo quebrou – se em três pedacinhos. A menina – sujeito
e) Tão preta como o túnel! banhou-se na cachoeira – predicado
f) Quem bom!
g) As ovelhas são mansas e pacientes. Choveu durante a noite. (a oração toda predicado)
h) Que espírito irônico e livre!
O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em
05. Escreva para cada frase o tipo a que pertence: declarativa, número e pessoa. É normalmente o «ser de quem se declara algo»,
interrogativa, imperativa e exclamativa: «o tema do que se vai comunicar».
a) Que flores tão aromáticas! O predicado é a parte da oração que contém “a informação
b) Por que é que não vais ao teatro mais vezes? nova para o ouvinte”. Normalmente, ele se refere ao sujeito, cons-
c) Devemos manter a nossa escola limpa. tituindo a declaração do que se atribui ao sujeito.
d) Respeitem os limites de velocidade.
e) Já alguma vez foste ao Museu da Ciência? Observe: O amor é eterno. O tema, o ser de quem se declara
f) Atravessem a rua com cuidado. algo, o sujeito, é “O amor”. A declaração referente a “o amor”, ou
g) Como é bom sentir a alegria de um dever cumprido! seja, o predicado, é “é eterno”.
h) Antes de tomar banho no mar, deve-se olhar para a cor da
bandeira. Já na frase: Os rapazes jogam futebol. O sujeito é “Os rapa-
i) Não te quero ver mais aqui! zes”, que identificamos por ser o termo que concorda em número
j) Hoje saímos mais cedo. e pessoa com o verbo “jogam”. O predicado é “jogam futebol”.

Didatismo e Conhecimento 58
LÍNGUA PORTUGUESA
Núcleo de um termo é a palavra principal (geralmente um Exemplos:
substantivo, pronome ou verbo), que encerra a essência de sua sig-
nificação. Nos exemplos seguintes, as palavras amigo e revestiu As formigas invadiram minha casa.
são o núcleo do sujeito e do predicado, respectivamente: as formigas: sujeito = termo determinante
“O amigo retardatário do presidente prepara-se para desem- invadiram minha casa: predicado = termo determinado
barcar.” (Aníbal Machado)
A avezinha revestiu o interior do ninho com macias plumas. Há formigas na minha casa.
há formigas na minha casa: predicado = termo determinado
Os termos da oração da língua portuguesa são classificados sujeito: inexistente
em três grandes níveis:
- Termos Essenciais da Oração: Sujeito e Predicado. O sujeito sempre se manifesta em termos de sintagma nomi-
- Termos Integrantes da Oração: Complemento Nominal e nal, isto é, seu núcleo é sempre um nome. Quando esse nome se
Complementos Verbais (Objeto Direto, Objeto indireto e Agente refere a objetos das primeira e segunda pessoas, o sujeito é repre-
da Passiva). sentado por um pronome pessoal do caso reto (eu, tu, ele, etc.). Se
- Termos Acessórios da Oração: Adjunto Adnominal, Adjun- o sujeito se refere a um objeto da terceira pessoa, sua representa-
to Adverbial, Aposto e Vocativo. ção pode ser feita através de um substantivo, de um pronome subs-
tantivo ou de qualquer conjunto de palavras, cujo núcleo funcione,
Termos Essenciais da Oração: São dois os termos essenciais na sentença, como um substantivo.
(ou fundamentais) da oração: sujeito e predicado. Exemplos: Exemplos:
Eu acompanho você até o guichê.
Sujeito Predicado eu: sujeito = pronome pessoal de primeira pessoa
Vocês disseram alguma coisa?
Pobreza não é vileza.
vocês: sujeito = pronome pessoal de segunda pessoa
Os sertanistas capturavam os índios. Marcos tem um fã-clube no seu bairro.
Um vento áspero sacudia as árvores. Marcos: sujeito = substantivo próprio
Ninguém entra na sala agora.
Sujeito: é equivocado dizer que o sujeito é aquele que pratica ninguém: sujeito = pronome substantivo
uma ação ou é aquele (ou aquilo) do qual se diz alguma coisa. Ao O andar deve ser uma atividade diária.
fazer tal afirmação estamos considerando o aspecto semântico do o andar: sujeito = núcleo: verbo substantivado nessa oração
sujeito (agente de uma ação) ou o seu aspecto estilístico (o tópico
da sentença). Já que o sujeito é depreendido de uma análise sin- Além dessas formas, o sujeito também pode se constituir de
tática, vamos restringir a definição apenas ao seu papel sintático uma oração inteira. Nesse caso, a oração recebe o nome de oração
na sentença: aquele que estabelece concordância com o núcleo do substantiva subjetiva:
predicado. Quando se trata de predicado verbal, o núcleo é sempre
um verbo; sendo um predicado nominal, o núcleo é sempre um É difícil optar por esse ou aquele doce...
nome. Então têm por características básicas: É difícil: oração principal
- estabelecer concordância com o núcleo do predicado; optar por esse ou aquele doce: oração substantiva subjetiva
- apresentar-se como elemento determinante em relação ao
predicado; O sujeito é constituído por um substantivo ou pronome, ou por
- constituir-se de um substantivo, ou pronome substantivo ou, uma palavra ou expressão substantivada. Exemplos:
ainda, qualquer palavra substantivada.
O sino era grande.
Exemplos: Ela tem uma educação fina.
Vossa Excelência agiu como imparcialidade.
A padaria está fechada hoje. Isto não me agrada.
está fechada hoje: predicado nominal
fechada: nome adjetivo = núcleo do predicado O núcleo (isto é, a palavra base) do sujeito é, pois, um subs-
a padaria: sujeito tantivo ou pronome. Em torno do núcleo podem aparecer palavras
padaria: núcleo do sujeito - nome feminino singular secundárias (artigos, adjetivos, locuções adjetivas, etc.).
Exemplo: “Todos os ligeiros rumores da mata tinham uma
Nós mentimos sobre nossa idade para você. voz para a selvagem filha do sertão.” (José de Alencar)
mentimos sobre nossa idade para você: predicado verbal
mentimos: verbo = núcleo do predicado O sujeito pode ser:
nós: sujeito
Simples: quando tem um só núcleo: As rosas têm espinhos;
No interior de uma sentença, o sujeito é o termo determinante, “Um bando de galinhas-d’angola atravessa a rua em fila indiana.”
ao passo que o predicado é o termo determinado. Essa posição de Composto: quando tem mais de um núcleo: “O burro e o ca-
determinante do sujeito em relação ao predicado adquire sentido valo nadavam ao lado da canoa.”
com o fato de ser possível, na língua portuguesa, uma sentença Expresso: quando está explícito, enunciado: Eu viajarei
sem sujeito, mas nunca uma sentença sem predicado. amanhã.

Didatismo e Conhecimento 59
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Oculto (ou elíptico): quando está implícito, isto é, quando não Observação: São verbos impessoais: Haver (nos sentidos de
está expresso, mas se deduz do contexto: Viajarei amanhã. (sujei- existir, acontecer, realizar-se, decorrer), Fazer, passar, ser e estar,
to: eu, que se deduz da desinência do verbo); “Um soldado saltou com referência ao tempo e Chover, ventar, nevar, gear, relampejar,
para a calçada e aproximou-se.” (o sujeito, soldado, está expresso amanhecer, anoitecer e outros que exprimem fenômenos meteo-
na primeira oração e elíptico na segunda: e (ele) aproximou-se.); rológicos.
Crianças, guardem os brinquedos. (sujeito: vocês)
Agente: se faz a ação expressa pelo verbo da voz ativa: O Nilo Predicado: assim como o sujeito, o predicado é um segmento
fertiliza o Egito. extraído da estrutura interna das orações ou das frases, sendo, por
Paciente: quando sofre ou recebe os efeitos da ação expres- isso, fruto de uma análise sintática. Nesse sentido, o predicado é
sa pelo verbo passivo: O criminoso é atormentado pelo remorso; sintaticamente o segmento linguístico que estabelece concordân-
Muitos sertanistas foram mortos pelos índios; Construíram-se cia com outro termo essencial da oração, o sujeito, sendo este o
açudes. (= Açudes foram construídos.) termo determinante (ou subordinado) e o predicado o termo deter-
Agente e Paciente: quando o sujeito realiza a ação expressa minado (ou principal). Não se trata, portanto, de definir o predica-
por um verbo reflexivo e ele mesmo sofre ou recebe os efeitos do como “aquilo que se diz do sujeito” como fazem certas gramá-
dessa ação: O operário feriu-se durante o trabalho; Regina tran- ticas da língua portuguesa, mas sim estabelecer a importância do
cou-se no quarto. fenômeno da concordância entre esses dois termos essenciais da
Indeterminado: quando não se indica o agente da ação verbal: oração. Então têm por características básicas: apresentar-se como
Atropelaram uma senhora na esquina. (Quem atropelou a senhora?
elemento determinado em relação ao sujeito; apontar um atributo
Não se diz, não se sabe quem a atropelou.); Come-se bem naquele
ou acrescentar nova informação ao sujeito.
restaurante.
Exemplos:
Observações:
- Não confundir sujeito indeterminado com sujeito oculto. Carolina conhece os índios da Amazônia.
- Sujeito formado por pronome indefinido não é indetermia- sujeito: Carolina = termo determinante
do, mas expresso: Alguém me ensinará o caminho. Ninguém lhe predicado: conhece os índios da Amazônia = termo determi-
telefonou. nado
- Assinala-se a indeterminação do sujeito usando-se o verbo
na 3ª pessoa do plural, sem referência a qualquer agente já ex- Todos nós fazemos parte da quadrilha de São João.
presso nas orações anteriores: Na rua olhavam-no com admiração; sujeito: todos nós = termo determinante
“Bateram palmas no portãozinho da frente.”; “De qualquer modo, predicado: fazemos parte da quadrilha de São João = termo
foi uma judiação matarem a moça.” determinado
- Assinala-se a indeterminação do sujeito com um verbo ativo
na 3ª pessoa do singular, acompanhado do pronome se. O prono- Nesses exemplos podemos observar que a concordância é
me se, neste caso, é índice de indeterminação do sujeito. Pode ser estabelecida entre algumas poucas palavras dos dois termos es-
omitido junto de infinitivos. senciais. No primeiro exemplo, entre “Carolina” e “conhece”; no
Aqui vive-se bem. segundo exemplo, entre “nós” e “fazemos”. Isso se dá porque a
Devagar se vai ao longe. concordância é centrada nas palavras que são núcleos, isto é, que
Quando se é jovem, a memória é mais vivaz. são responsáveis pela principal informação naquele segmento. No
Trata-se de fenômenos que nem a ciência sabe explicar. predicado o núcleo pode ser de dois tipos: um nome, quase sempre
um atributo que se refere ao sujeito da oração, ou um verbo (ou
- Assinala-se a indeterminação do sujeito deixando-se o verbo locução verbal). No primeiro caso, temos um predicado nominal
no infinitivo impessoal: Era penoso carregar aqueles fardos enor- (seu núcleo significativo é um nome, substantivo, adjetivo, pro-
mes; É triste assistir a estas cenas repulsivas. nome, ligado ao sujeito por um verbo de ligação) e no segundo
um predicado verbal (seu núcleo é um verbo, seguido, ou não,
Normalmente, o sujeito antecede o predicado; todavia, a pos- de complemento(s) ou termos acessórios). Quando, num mes-
posição do sujeito ao verbo é fato corriqueiro em nossa língua.
mo segmento o nome e o verbo são de igual importância, ambos
Exemplos:
constituem o núcleo do predicado e resultam no tipo de predicado
É fácil este problema!
verbo-nominal (tem dois núcleos significativos: um verbo e um
Vão-se os anéis, fiquem os dedos.
nome). Exemplos:
“Breve desapareceram os dois guerreiros entre as árvores.”
(José de Alencar)
“Foi ouvida por Deus a súplica do condenado.” (Ramalho Minha empregada é desastrada.
Ortigão) predicado: é desastrada
“Mas terás tu paciência por duas horas?” (Camilo Castelo núcleo do predicado: desastrada = atributo do sujeito
Branco) tipo de predicado: nominal

Sem Sujeito: constituem a enunciação pura e absoluta de um O núcleo do predicado nominal chama-se predicativo do su-
fato, através do predicado; o conteúdo verbal não é atribuído a ne- jeito, porque atribui ao sujeito uma qualidade ou característica. Os
nhum ser. São construídas com os verbos impessoais, na 3ª pessoa verbos de ligação (ser, estar, parecer, etc.) funcionam como um elo
do singular: Havia ratos no porão; Choveu durante o jogo. entre o sujeito e o predicado.

Didatismo e Conhecimento 60
LÍNGUA PORTUGUESA
A empreiteira demoliu nosso antigo prédio. Além dos verbos transitivos e intransitivos, quem encerram
predicado: demoliu nosso antigo prédio uma noção definida, um conteúdo significativo, existem os de liga-
núcleo do predicado: demoliu = nova informação sobre o su- ção, verbos que entram na formação do predicado nominal, relacio-
jeito nando o predicativo com o sujeito.
tipo de predicado: verbal Quanto à predicação classificam-se, pois os verbos em:

Os manifestantes desciam a rua desesperados. Intransitivos: são os que não precisam de complemento, pois
predicado: desciam a rua desesperados têm sentido completo.
núcleos do predicado: desciam = nova informação sobre o su- “Três contos bastavam, insistiu ele.” (Machado de Assis)
jeito; desesperados = atributo do sujeito “Os guerreiros Tabajaras dormem.” (José de Alencar)
tipo de predicado: verbo-nominal “A pobreza e a preguiça andam sempre em companhia.” (Mar-
quês de Maricá)
Nos predicados verbais e verbo-nominais o verbo é respon-
sável também por definir os tipos de elementos que aparecerão no Observações: Os verbos intransitivos podem vir acompanhados
segmento. Em alguns casos o verbo sozinho basta para compor o de um adjunto adverbial e mesmo de um predicativo (qualidade,
predicado (verbo intransitivo). Em outros casos é necessário um características): Fui cedo; Passeamos pela cidade; Cheguei atra-
complemento que, juntamente com o verbo, constituem a nova in- sado; Entrei em casa aborrecido. As orações formadas com verbos
formação sobre o sujeito. De qualquer forma, esses complementos intransitivos não podem “transitar” (= passar) para a voz passiva.
do verbo não interferem na tipologia do predicado. Verbos intransitivos passam, ocasionalmente, a transitivos quando
Entretanto, é muito comum a elipse (ou omissão) do verbo, construídos com o objeto direto ou indireto.
quando este puder ser facilmente subentendido, em geral por estar - “Inutilmente a minha alma o chora!” (Cabral do Nascimento)
expresso ou implícito na oração anterior. Exemplos: - “Depois me deitei e dormi um sono pesado.” (Luís Jardim)
- “Morrerás morte vil da mão de um forte.” (Gonçalves Dias)
“A fraqueza de Pilatos é enorme, a ferocidade dos algozes - “Inútil tentativa de viajar o passado, penetrar no mundo que
inexcedível.” (Machado de Assis) (Está subentendido o verbo é já morreu...” (Ciro dos Anjos)
depois de algozes)
Alguns verbos essencialmente intransitivos: anoitecer, crescer,
“Mas o sal está no Norte, o peixe, no Sul” (Paulo Moreira da
brilhar, ir, agir, sair, nascer, latir, rir, tremer, brincar, chegar, vir, men-
Silva) (Subetntende-se o verbo está depois de peixe)
tir, suar, adoecer, etc.
“A cidade parecia mais alegre; o povo, mais contente.” (Povi-
na Cavalcante) (isto é: o povo parecia mais contente)
Transitivos Diretos: são os que pedem um objeto direto, isto é,
um complemento sem preposição. Pertencem a esse grupo: julgar,
Chama-se predicação verbal o modo pelo qual o verbo forma
chamar, nomear, eleger, proclamar, designar, considerar, declarar,
o predicado. adotar, ter, fazer, etc. Exemplos:
Há verbos que, por natureza, tem sentido completo, podendo, Comprei um terreno e construí a casa.
por si mesmos, constituir o predicado: são os verbos de predicação “Trabalho honesto produz riqueza honrada.” (Marquês de Ma-
completa denominados intransitivos. Exemplo: ricá)
“Então, solenemente Maria acendia a lâmpada de sábado.”
As flores murcharam. (Guedes de Amorim)
Os animais correm.
As folhas caem. Dentre os verbos transitivos diretos merecem destaque os que
“Os inimigos de Moreiras rejubilaram.” (Graciliano Ramos) formam o predicado verbo nominal e se constrói com o complemen-
to acompanhado de predicativo. Exemplos:
Outros verbos há, pelo contrário, que para integrarem o pre- Consideramos o caso extraordinário.
dicado necessitam de outros termos: são os verbos de predicação Inês trazia as mãos sempre limpas.
incompleta, denominados transitivos. Exemplos: O povo chamava-os de anarquistas.
Julgo Marcelo incapaz disso.
João puxou a rede.
“Não invejo os ricos, nem aspiro à riqueza.” (Oto Lara Re- Observações: Os verbos transitivos diretos, em geral, podem
sende) ser usados também na voz passiva; Outra característica desses ver-
“Não simpatizava com as pessoas investidas no poder.” (Ca- bos é a de poderem receber como objeto direto, os pronomes o, a,
milo Castelo Branco) os, as: convido-o, encontro-os, incomodo-a, conheço-as; Os ver-
bos transitivos diretos podem ser construídos acidentalmente com
Observe que, sem os seus complementos, os verbos puxou, in- preposição, a qual lhes acrescenta novo matiz semântico: arrancar
vejo, aspiro, etc., não transmitiriam informações completas: puxou da espada; puxar da faca; pegar de uma ferramenta; tomar do lápis;
o quê? Não invejo a quem? Não aspiro a quê? cumprir com o dever; Alguns verbos transitivos diretos: abençoar,
Os verbos de predicação completa denominam-se intransiti- achar, colher, avisar, abraçar, comprar, castigar, contrariar, convi-
vos e os de predicação incompleta, transitivos. Os verbos transiti- dar, desculpar, dizer, estimar, elogiar, entristecer, encontrar, ferir,
vos subdividem-se em: transitivos diretos, transitivos indiretos imitar, levar, perseguir, prejudicar, receber, saldar, socorrer, ter,
e transitivos diretos e indiretos (bitransitivos). unir, ver, etc.

Didatismo e Conhecimento 61
LÍNGUA PORTUGUESA
Transitivos Indiretos: são os que reclamam um complemento Os verbos, relativamente à predicação, não têm classificação
regido de preposição, chamado objeto indireto. Exemplos: fixa, imutável. Conforme a regência e o sentido que apresentam
“Ninguém perdoa ao quarentão que se apaixona por uma ado- na frase, podem pertencer ora a um grupo, ora a outro. Exemplos:
lescente.” (Ciro dos Anjos) O homem anda. (intransitivo)
“Populares assistiam à cena aparentemente apáticos e neu- O homem anda triste. (de ligação)
tros.” (Érico Veríssimo)
“Lúcio não atinava com essa mudança instantânea.” (José O cego não vê. (intransitivo)
Américo) O cego não vê o obstáculo. (transitivo direto)
“Do que eu mais gostava era do tempo do retiro espiritual.”
(José Geraldo Vieira) Deram 12 horas. (intransitivo)
A terra dá bons frutos. (transitivo direto)
Observações: Entre os verbos transitivos indiretos importa
Não dei com a chave do enigma. (transitivo indireto)
distinguir os que se constroem com os pronomes objetivos lhe,
Os pais dão conselhos aos filhos. (transitivo direto e indireto)
lhes. Em geral são verbos que exigem a preposição a: agradar-lhe,
agradeço-lhe, apraz-lhe, bate-lhe, desagrada-lhe, desobedecem-
Predicativo: Há o predicativo do sujeito e o predicativo do
-lhe, etc. Entre os verbos transitivos indiretos importa distinguir os
objeto.
que não admitem para objeto indireto as formas oblíquas lhe, lhes,
construindo-se com os pronomes retos precedidos de preposição: Predicativo do Sujeito: é o termo que exprime um atributo,
aludir a ele, anuir a ele, assistir a ela, atentar nele, depender dele, um estado ou modo de ser do sujeito, ao qual se prende por um
investir contra ele, não ligar para ele, etc. verbo de ligação, no predicado nominal. Exemplos:
Em princípio, verbos transitivos indiretos não comportam a A bandeira é o símbolo da Pátria.
forma passiva. Excetuam-se pagar, perdoar, obedecer, e pouco A mesa era de mármore.
mais, usados também como transitivos diretos: João paga (perdoa, O mar estava agitado.
obedece) o médico. O médico é pago (perdoado, obedecido) por A ilha parecia um monstro.
João. Há verbos transitivos indiretos, como atirar, investir, conten-
tar-se, etc., que admitem mais de uma preposição, sem mudança Além desse tipo de predicativo, outro existe que entra na
de sentido. Outros mudam de sentido com a troca da preposição, constituição do predicado verbo-nominal. Exemplos:
como nestes exemplos: Trate de sua vida. (tratar=cuidar). É desa- O trem chegou atrasado. (=O trem chegou e estava atrasa-
gradável tratar com gente grosseira. (tratar=lidar). Verbos como do.)
aspirar, assistir, dispor, servir, etc., variam de significação confor- O menino abriu a porta ansioso.
me sejam usados como transitivos diretos ou indiretos. Todos partiram alegres.
Marta entrou séria.
Transitivos Diretos e Indiretos: são os que se usam com dois
objetos: um direto, outro indireto, concomitantemente. Exemplos: Observações: O predicativo subjetivo às vezes está preposi-
No inverno, Dona Cléia dava roupas aos pobres. cionado; Pode o predicativo preceder o sujeito e até mesmo ao ver-
A empresa fornece comida aos trabalhadores. bo: São horríveis essas coisas!; Que linda estava Amélia!; Com-
Oferecemos flores à noiva. pletamente feliz ninguém é.; Raros são os verdadeiros líderes.;
Ceda o lugar aos mais velhos. Quem são esses homens?; Lentos e tristes, os retirantes iam pas-
sando.; Novo ainda, eu não entendia certas coisas.; Onde está a
De Ligação: Os que ligam ao sujeito uma palavra ou expres- criança que fui?
são chamada predicativo. Esses verbos, entram na formação do
Predicativo do Objeto: é o termo que se refere ao objeto de
predicado nominal. Exemplos:
um verbo transitivo. Exemplos:
A Terra é móvel.
O juiz declarou o réu inocente.
A água está fria.
O povo elegeu-o deputado.
O moço anda (=está) triste. As paixões tornam os homens cegos.
Mário encontra-se doente. Nós julgamos o fato milagroso.
A Lua parecia um disco.
Observações: O predicativo objetivo, como vemos dos exem-
Observações: Os verbos de ligação não servem apenas de ane- plos acima, às vezes vem regido de preposição. Esta, em certos
xo, mas exprimem ainda os diversos aspectos sob os quais se con- casos, é facultativa; O predicativo objetivo geralmente se refere
sidera a qualidade atribuída ao sujeito. O verbo ser, por exemplo, ao objeto direto. Excepcionalmente, pode referir-se ao objeto in-
traduz aspecto permanente e o verbo estar, aspecto transitório: Ele direto do verbo chamar. Chamavam-lhe poeta; Podemos antepor
é doente. (aspecto permanente); Ele está doente. (aspecto transitó- o predicativo a seu objeto: O advogado considerava indiscutíveis
rio). Muito desses verbos passam à categoria dos intransitivos em os direitos da herdeira.; Julgo inoportuna essa viagem.; “E até
frases como: Era =existia) uma vez uma princesa.; Eu não estava embriagado o vi muitas vezes.”; “Tinha estendida a seus pés uma
em casa.; Fiquei à sombra.; Anda com dificuldades.; Parece que planta rústica da cidade.”; “Sentia ainda muito abertos os ferimen-
vai chover. tos que aquele choque com o mundo me causara.”

Didatismo e Conhecimento 62
LÍNGUA PORTUGUESA
Termos Integrantes da Oração - Quando o objeto é o pronome relativo quem: “Pedro Seve-
riano tinha um filho a quem idolatrava.”; “Abraçou a todos; deu
Chamam-se termos integrantes da oração os que completam um beijo em Adelaide, a quem felicitou pelo desenvolvimento das
a significação transitiva dos verbos e nomes. Integram (inteiram, suas graças.”; “Agora sabia que podia manobrar com ele, com aque-
completam) o sentido da oração, sendo por isso indispensável à le homem a quem na realidade também temia, como todos ali”.
compreensão do enunciado. São os seguintes: - Quando precisamos assegurar a clareza da frase, evitando que
- Complemento Verbais (Objeto Direto e Objeto Indireto); o objeto direto seja tomado como sujeito, impedindo construções
- Complemento Nominal; ambíguas: Convence, enfim, ao pai o filho amado.; “Vence o mal
- Agente da Passiva. ao remédio.”; “Tratava-me sem cerimônia, como a um irmão.”; A
qual delas iria homenagear o cavaleiro?
Objeto Direto: é o complemento dos verbos de predicação - Em expressões de reciprocidade, para garantir a clareza e a
incompleta, não regido, normalmente, de preposição. Exemplos: eufonia da frase: “Os tigres despedaçam-se uns aos outros.”; “As
As plantas purificaram o ar. companheiras convidavam-se umas às outras.”; “Era o abraço de
“Nunca mais ele arpoara um peixe-boi.” (Ferreira Castro) duas criaturas que só tinham uma à outra”.
Procurei o livro, mas não o encontrei. - Com nomes próprios ou comuns, referentes a pessoas, princi-
Ninguém me visitou. palmente na expressão dos sentimentos ou por amor da eufonia da
frase: Judas traiu a Cristo.; Amemos a Deus sobre todas as coisas.
O objeto direto tem as seguintes características: “Provavelmente, enganavam é a Pedro.”; “O estrangeiro foi quem
- Completa a significação dos verbos transitivos diretos; ofendeu a Tupã”.
- Normalmente, não vem regido de preposição; - Em construções enfáticas, nas quais antecipamos o objeto di-
- Traduz o ser sobre o qual recai a ação expressa por um verbo reto para dar-lhe realce: A você é que não enganam!; Ao médico,
ativo: Caim matou Abel. confessor e letrado nunca enganes.; “A este confrade conheço des-
- Torna-se sujeito da oração na voz passiva: Abel foi morto de os seus mais tenros anos”.
por Caim. - Sendo objeto direto o numeral ambos(as): “O aguaceiro caiu,
molhou a ambos.”; “Se eu previsse que os matava a ambos...”.
O objeto direto pode ser constituído:
- Com certos pronomes indefinidos, sobretudo referentes a
- Por um substantivo ou expressão substantivada: O lavrador
pessoas: Se todos são teus irmãos, por que amas a uns e odeias a
cultiva a terra.; Unimos o útil ao agradável.
outros?; Aumente a sua felicidade, tornando felizes também aos ou-
- Pelos pronomes oblíquos o, a, os, as, me, te, se, nos, vos:
tros.; A quantos a vida ilude!.
Espero-o na estação.; Estimo-os muito.; Sílvia olhou-se ao espe-
- Em certas construções enfáticas, como puxar (ou arrancar) da
lho.; Não me convidas?; Ela nos chama.; Avisamo-lo a tempo.;
Procuram-na em toda parte.; Meu Deus, eu vos amo.; “Marchei espada, pegar da pena, cumprir com o dever, atirar com os livros
resolutamente para a maluca e intimei-a a ficar quieta.”; “Vós ha- sobre a mesa, etc.: “Arrancam das espadas de aço fino...”; “Chegou
veis de crescer, perder-vos-ei de vista.” a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, en-
- Por qualquer pronome substantivo: Não vi ninguém na loja.; fiou a linha na agulha e entrou a coser.”; “Imagina-se a consternação
A árvore que plantei floresceu. (que:objeto direto de plantei); Onde de Itaguaí, quando soube do caso.”
foi que você achou isso? Quando vira as folhas do livro, ela o faz
com cuidado.; “Que teria o homem percebido nos meus escritos?” Observações: Nos quatro primeiros casos estudados a preposi-
ção é de rigor, nos cinco outros, facultativa; A substituição do objeto
Frequentemente transitivam-se verbos intransitivos, dando- direto preposicionado pelo pronome oblíquo átono, quando possí-
-se-lhes por objeto direto uma palavra cognata ou da mesma esfera vel, se faz com as formas o(s), a(s) e não lhe, lhes: amar a Deus
semântica: (amá-lo); convencer ao amigo (convencê-lo); O objeto direto pre-
“Viveu José Joaquim Alves vida tranquila e patriarcal.” (Vi- posicionado, é obvio, só ocorre com verbo transitivo direto; Podem
valdo Coaraci) resumir-se em três as razões ou finalidades do emprego do objeto
“Pela primeira vez chorou o choro da tristeza.” (Aníbal Ma- direto preposicionado: a clareza da frase; a harmonia da frase; a ên-
chado) fase ou a força da expressão.
“Nenhum de nós pelejou a batalha de Salamina.” (Machado
de Assis) Objeto Direto Pleonástico: Quando queremos dar destaque ou
Em tais construções é de rigor que o objeto venha acompanha- ênfase à idéia contida no objeto direto, colocamo-lo no início da
do de um adjunto. frase e depois o repetimos ou reforçamos por meio do pronome oblí-
quo. A esse objeto repetido sob forma pronominal chama-se pleo-
Objeto Direto Preposicionado: Há casos em que o objeto nástico, enfático ou redundante. Exemplos:
direto, isto é, o complemento de verbos transitivos diretos, vem O dinheiro, Jaime o trazia escondido nas mangas da camisa.
precedido de preposição, geralmente a preposição a. Isto ocorre O bem, muitos o louvam, mas poucos o seguem.
principalmente: “Seus cavalos, ela os montava em pêlo.” (Jorge Amado)
- Quando o objeto direto é um pronome pessoal tônico: Deste
modo, prejudicas a ti e a ela.; “Mas dona Carolina amava mais a Objeto Indireto: É o complemento verbal regido de preposição
ele do que aos outros filhos.”; “Pareceu-me que Roberto hostiliza- necessária e sem valor circunstancial. Representa, ordinariamente, o
va antes a mim do que à ideia.”; “Ricardina lastimava o seu amigo ser a que se destina ou se refere à ação verbal: “Nunca desobedeci
como a si própria.”; “Amava-a tanto como a nós”. a meu pai”. O objeto indireto completa a significação dos verbos:

Didatismo e Conhecimento 63
LÍNGUA PORTUGUESA
- Transitivos Indiretos: Assisti ao jogo; Assistimos à missa e te apenas porque, em vez de complementar verbos, complementa
à festa; Aludiu ao fato; Aspiro a uma vida calma. nomes (substantivos, adjetivos) e alguns advérbios em –mente. Os
nomes que requerem complemento nominal correspondem, ge-
- Transitivos Diretos e Indiretos (na voz ativa ou passiva): ralmente, a verbos de mesmo radical: amor ao próximo, amar o
Dou graças a Deus; Ceda o lugar aos mais velhos; Dedicou sua próximo; perdão das injúrias, perdoar as injúrias; obediente aos
vida aos doentes e aos pobres; Disse-lhe a verdade. (Disse a ver- pais, obedecer aos pais; regresso à pátria, regressar à pátria; etc.
dade ao moço.)
Agente da Passiva: é o complemento de um verbo na voz pas-
O objeto indireto pode ainda acompanhar verbos de outras ca- siva. Representa o ser que pratica a ação expressa pelo verbo passi-
tegorias, os quais, no caso, são considerados acidentalmente tran- vo. Vem regido comumente pela preposição por, e menos frequen-
sitivos indiretos: A bom entendedor meia palavra basta; Sobram- temente pela preposição de: Alfredo é estimado pelos colegas; A
-lhe qualidades e recursos. (lhe=a ele); Isto não lhe convém; A cidade estava cercada pelo exército romano; “Era conhecida de
proposta pareceu-lhe aceitável. todo mundo a fama de suas riquezas.”

Observações: Há verbos que podem construir-se com dois ob- O agente da passiva pode ser expresso pelos substantivos ou
jetos indiretos, regidos de preposições diferentes: Rogue a Deus pelos pronomes:
por nós.; Ela queixou-se de mim a seu pai.; Pedirei para ti a As flores são umedecidas pelo orvalho.
meu senhor um rico presente; Não confundir o objeto direto com A carta foi cuidadosamente corrigida por mim.
o complemento nominal nem com o adjunto adverbial; Em frases Muitos já estavam dominados por ele.
como “Para mim tudo eram alegrias”, “Para ele nada é impossí-
vel”, os pronomes em destaque podem ser considerados adjuntos O agente da passiva corresponde ao sujeito da oração na voz
adverbiais. ativa:
A rainha era chamada pela multidão. (voz passiva)
O objeto indireto é sempre regido de preposição, expressa ou A multidão aclamava a rainha. (voz ativa)
implícita. A preposição está implícita nos pronomes objetivos in- Ele será acompanhado por ti. (voz passiva)
diretos (átonos) me, te, se, lhe, nos, vos, lhes. Exemplos: Obedece-
Tu o acompanharás. (voz ativa)
-me. (=Obedece a mim.); Isto te pertence. (=Isto pretence a ti.);
Rogo-lhe que fique. (=Rogo a você...); Peço-vos isto. (=Peço isto
Observações: Frase de forma passiva analítica sem comple-
a vós.). Nos demais casos a preposição é expressa, como carac-
mento agente expresso, ao passar para a ativa, terá sujeito inde-
terística do objeto indireto: Recorro a Deus.; Dê isto a (ou para)
terminado e o verbo na 3ª pessoa do plural: Ele foi expulso da
ele.; Contenta-se com pouco.; Ele só pensa em si.; Esperei por ti.;
cidade. (Expulsaram-no da cidade.); As florestas são devastadas.
Falou contra nós.; Conto com você.; Não preciso disto.; O filme
(Devastam as florestas.); Na passiva pronominal não se declara o
a que assisti agradou ao público.; Assisti ao desenrolar da luta.;
A coisa de que mais gosto é pescar.; A pessoa a quem me refiro agente: Nas ruas assobiavam-se as canções dele pelos pedestres.
você a conhece.; Os obstáculos contra os quais luto são muitos.; (errado); Nas ruas eram assobiadas as canções dele pelos pedes-
As pessoas com quem conto são poucas. tres. (certo); Assobiavam-se as canções dele nas ruas. (certo)

Como atestam os exemplos acima, o objeto indireto é repre- Termos Acessórios da Oração
sentado pelos substantivos (ou expressões substantivas) ou pelos
pronomes. As preposições que o ligam ao verbo são: a, com, con- Termos acessórios são os que desempenham na oração uma
tra, de, em, para e por. função secundária, qual seja a de caracterizar um ser, determinar
os substantivos, exprimir alguma circunstância. São três os ter-
Objeto Indireto Pleonástico: à semelhança do objeto direto, o mos acessórios da oração: adjunto adnominal, adjunto adverbial
objeto indireto pode vir repetido ou reforçado, por ênfase. Exem- e aposto.
plos: “A mim o que me deu foi pena.”; “Que me importa a mim o
destino de uma mulher tísica...? “E, aos brigões, incapazes de se Adjunto adnominal: É o termo que caracteriza ou determina
moverem, basta-lhes xingarem-se a distância.” os substantivos. Exemplo: Meu irmão veste roupas vistosas. (Meu
determina o substantivo irmão: é um adjunto adnominal – vistosas
Complemento Nominal: é o termo complementar reclamado caracteriza o substantivo roupas: é também adjunto adnominal).
pela significação transitiva, incompleta, de certos substantivos, ad- O adjunto adnominal pode ser expresso: Pelos adjetivos: água
jetivos e advérbios. Vem sempre regido de preposição. Exemplos: fresca, terras férteis, animal feroz; Pelos artigos: o mundo, as
A defesa da pátria; Assistência às aulas; “O ódio ao mal é amor ruas, um rapaz; Pelos pronomes adjetivos: nosso tio, este lugar,
do bem, e a ira contra o mal, entusiasmo divino.”; “Ah, não fosse pouco sal, muitas rãs, país cuja história conheço, que rua?; Pelos
ele surdo à minha voz!” numerais: dois pés, quinto ano, capítulo sexto; Pelas locuções ou
expressões adjetivas que exprimem qualidade, posse, origem, fim
Observações: O complemento nominal representa o recebe- ou outra especificação:
dor, o paciente, o alvo da declaração expressa por um nome: amor - presente de rei (=régio): qualidade
a Deus, a condenação da violência, o medo de assaltos, a remessa - livro do mestre, as mãos dele: posse, pertença
de cartas, útil ao homem, compositor de músicas, etc. É regido - água da fonte, filho de fazendeiros: origem
pelas mesmas preposições usadas no objeto indireto. Difere des- - fio de aço, casa de madeira: matéria

Didatismo e Conhecimento 64
LÍNGUA PORTUGUESA
- casa de ensino, aulas de inglês: fim, especialidade O aposto não pode ser formado por adjetivos. Nas frases se-
- homem sem escrúpulos (=inescrupuloso): qualidade guintes, por exemplo, não há aposto, mas predicativo do sujeito:
- criança com febre (=febril): característica Audaciosos, os dois surfistas atiraram-se às ondas.
- aviso do diretor: agente As borboletas, leves e graciosas, esvoaçavam num balé de
cores.
Observações: Não confundir o adjunto adnominal formado
por locução adjetiva com complemento nominal. Este represen- Os apostos, em geral, destacam-se por pausas, indicadas, na
ta o alvo da ação expressa por um nome transitivo: a eleição do escrita, por vírgulas, dois pontos ou travessões. Não havendo pau-
presidente, aviso de perigo, declaração de guerra, empréstimo sa, não haverá vírgula, como nestes exemplos:
de dinheiro, plantio de árvores, colheita de trigo, destruidor de Minha irmã Beatriz; o escritor João Ribeiro; o romance Tóia;
matas, descoberta de petróleo, amor ao próximo, etc. O adjunto o rio Amazonas; a Rua Osvaldo Cruz; o Colégio Tiradentes, etc.
adnominal formado por locução adjetiva representa o agente da “Onde estariam os descendentes de Amaro vaqueiro?” (Gra-
ação, ou a origem, pertença, qualidade de alguém ou de alguma ciliano Ramos)
coisa: o discurso do presidente, aviso de amigo, declaração do
ministro, empréstimo do banco, a casa do fazendeiro, folhas de O aposto pode preceder o termo a que se refere, o qual, às
árvores, farinha de trigo, beleza das matas, cheiro de petróleo, vezes, está elíptico. Exemplos:
amor de mãe. Rapaz impulsivo, Mário não se conteve.
Mensageira da idéia, a palavra é a mais bela expressão da
Adjunto adverbial: É o termo que exprime uma circunstância alma humana.
(de tempo, lugar, modo, etc.) ou, em outras palavras, que modifica “Irmão do mar, do espaço, amei as solidões sobre os roche-
o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio. Exemplo: “Meninas dos ásperos.” (Cabral do Nascimento) (refere-se ao sujeito oculto
numa tarde brincavam de roda na praça”. O adjunto adverbial eu).
é expresso: Pelos advérbios: Cheguei cedo.; Ande devagar.; Ma-
ria é mais alta.; Não durma ao volante.; Moramos aqui.; Ele fala O aposto, às vezes, refere-se a toda uma oração. Exemplos:
bem, fala corretamente.; Volte bem depressa.; Talvez esteja en- Nuvens escuras borravam os espaços silenciosos, sinal de
ganado.; Pelas locuções ou expressões adverbiais: Às vezes viaja- tempestade iminente.
va de trem.; Compreendo sem esforço.; Saí com meu pai.; Júlio O espaço é incomensurável, fato que me deixa atônito.
reside em Niterói.; Errei por distração.; Escureceu de repente. Simão era muito espirituoso, o que me levava a preferir sua
companhia.
Observações: Pode ocorrer a elipse da preposição antes de
adjuntos adverbiais de tempo e modo: Aquela noite, não dormi. Um aposto pode referir-se a outro aposto:
(=Naquela noite...); Domingo que vem não sairei. (=No domin- “Serafim Gonçalves casou-se com Lígia Tavares, filha do ve-
go...); Ouvidos atentos, aproximei-me da porta. (=De ouvidos lho coronel Tavares, senhor de engenho.” (Ledo Ivo)
atentos...); Os adjuntos adverbiais classificam-se de acordo com as
circunstâncias que exprimem: adjunto adverbial de lugar, modo, O aposto pode vir precedido das expressões explicativas isto
tempo, intensidade, causa, companhia, meio, assunto, negação, é, a saber, ou da preposição acidental como:
etc. É importante saber distinguir adjunto adverbial de adjunto ad- Dois países sul-americanos, isto é, a Bolívia e o Paraguai,
nominal, de objeto indireto e de complemento nominal: sair do não são banhados pelo mar.
mar (ad.adv.); água do mar (adj.adn.); gosta do mar (obj.indir.); Este escritor, como romancista, nunca foi superado.
ter medo do mar (compl.nom.).
O aposto que se refere a objeto indireto, complemento nomi-
Aposto: É uma palavra ou expressão que explica ou esclarece, nal ou adjunto adverbial vem precedido de preposição:
desenvolve ou resume outro termo da oração. Exemplos: O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado.
D. Pedro II, imperador do Brasil, foi um monarca sábio. “Acho que adoeci disso, de beleza, da intensidade das coi-
“Nicanor, ascensorista, expôs-me seu caso de consciência.” sas.” (Raquel Jardim)
(Carlos Drummond de Andrade) De cobras, morcegos, bichos, de tudo ela tinha medo.
“No Brasil, região do ouro e dos escravos, encontramos a
felicidade.” (Camilo Castelo Branco) Vocativo: (do latim vocare = chamar) é o termo (nome, título,
“No fundo do mato virgem nasceu Macunaíma, herói de nos- apelido) usado para chamar ou interpelar a pessoa, o animal ou a
sa gente.” (Mário de Andrade) coisa personificada a que nos dirigimos:
“Elesbão? Ó Elesbão! Venha ajudar-nos, por favor!” (Maria
O núcleo do aposto é um substantivo ou um pronome subs- de Lourdes Teixeira)
tantivo: “A ordem, meus amigos, é a base do governo.” (Machado de
Foram os dois, ele e ela. Assis)
Só não tenho um retrato: o de minha irmã. “Correi, correi, ó lágrimas saudosas!” (fagundes Varela)
O dia amanheceu chuvoso, o que me obrigou a ficar em casa. “Ei-lo, o teu defensor, ó Liberdade!” (Mendes Leal)

Didatismo e Conhecimento 65
LÍNGUA PORTUGUESA
Observação: Profere-se o vocativo com entoação exclamati- 06. “Usando do direito que lhe confere a Constituição”, as
va. Na escrita é separado por vírgula(s). No exemplo inicial, palavras grifadas exercem a função respectivamente de:
os pontos interrogativo e exclamativo indicam um chamado a) objeto direto – objeto direto;
alto e prolongado. O vocativo se refere sempre à 2ª pessoa do b) sujeito – objeto direto;
discurso, que pode ser uma pessoa, um animal, uma coisa real c) objeto direto – sujeito;
ou entidade abstrata personificada. Podemos antepor-lhe uma d) sujeito – sujeito;
interjeição de apelo (ó, olá, eh!): e) objeto direto – objeto indireto.
“Tem compaixão de nós , ó Cristo!” (Alexandre Herculano)
“Ó Dr. Nogueira, mande-me cá o Padilha, amanhã!” (Gra- 07. “Recebeu o prêmio o jogador que fez o gol”. Nessa frase
ciliano Ramos) o sujeito de “fez”?
“Esconde-te, ó sol de maio, ó alegria do mundo!” (Camilo a) o prêmio;
Castelo Branco) b) o jogador;
c) que;
O vocativo é um tempo à parte. Não pertence à estrutura d) o gol;
da oração, por isso não se anexa ao sujeito nem ao predicado. e) recebeu.
Questões:
08. Assinale a alternativa correspondente ao período onde há
predicativo do sujeito:
01. Considere a frase “Ele andava triste porque não encon-
a) como o povo anda tristonho!
trava a companheira” – os verbos grifados são respectivamente:
a) transitivo direto – de ligação; b) agradou ao chefe o novo funcionário;
b) de ligação – intransitivo; c) ele nos garantiu que viria;
c) de ligação – transitivo indireto; d) no Rio não faltam diversões;
d) transitivo direto – transitivo indireto; e) o aluno ficou sabendo hoje cedo de sua aprovação.
e) de ligação – transitivo direto.
09. Em: “Cravei-lhe os dentes na carne, com toda a força que
02. Indique a única alternativa que não apresenta agente eu tinha”, a palavra “que” tem função morfossintática de:
da passiva: a) pronome relativo – sujeito;
a) A casa foi construída por nós. b) conjunção subordinada – conectivo;
b) O presidente será eleito pelo povo. c) conjunção subordinada – complemento verbal;
c) Ela será coroada por ti. d) pronome relativo – objeto direto;
d) O avô era querido por todos. e) conjunção subordinada – objeto direto.
e) Ele foi eleito por acaso.
10. Assinale a alternativa em que a expressão grifada tem a
03. Em: “A terra era povoada de selvagens”, o termo gri- função de complemento nominal:
fado é: a) a curiosidade do homem incentiva-o a pesquisa;
a) objeto direto; b) a cidade de Londres merece ser conhecida por todos;
b) objeto indireto; c) o respeito ao próximo é dever de todos;
c) agente da passiva; d) o coitado do velho mendigava pela cidade;
d) complemento nominal; e) o receio de errar dificultava o aprendizado das línguas.
e) adjunto adverbial.
Respostas: 01-E / 02-E / 03-C / 04-C / 05-C / 06-E / 07-C /
04. Em: “Dulce considerou calada, por um momento, aque- 08-A / 09-D / 10-C /
le horrível delírio”, os termos grifados são respectivamente:
a) objeto direto – objeto direto;
b) predicativo do sujeito – adjunto adnominal;
Período: Toda frase com uma ou mais orações constitui um
c) adjunto adverbial – objeto direto;
período, que se encerra com ponto de exclamação, ponto de inter-
d) adjunto adverbial – adjunto adnominal;
rogação ou com reticências.
e) objeto indireto – objeto direto.
O período é simples quando só traz uma oração, chamada ab-
05. Assinale a alternativa correta: “para todos os males, há soluta; o período é composto quando traz mais de uma oração.
dois remédios: o tempo e o silêncio”, os termos grifados são Exemplo: Pegou fogo no prédio. (Período simples, oração absolu-
respectivamente: ta.); Quero que você aprenda. (Período composto.)
a) sujeito – objeto direto;
b) sujeito – aposto; Existe uma maneira prática de saber quantas orações há num
c) objeto direto – aposto; período: é contar os verbos ou locuções verbais. Num período ha-
d) objeto direto – objeto direto; verá tantas orações quantos forem os verbos ou as locuções verbais
e) objeto direto – complemento nominal. nele existentes. Exemplos:

Didatismo e Conhecimento 66
LÍNGUA PORTUGUESA
Pegou fogo no prédio. (um verbo, uma oração) A doença vem a cavalo e volta a pé.
Quero que você aprenda. (dois verbos, duas orações) As pessoas não se mexiam nem falavam.
Está pegando fogo no prédio. (uma locução verbal, uma ora- “Não só findaram as queixas contra o alienista, mas até ne-
ção) nhum ressentimento ficou dos atos que ele praticara.” (Machado
Deves estudar para poderes vencer na vida. (duas locuções de Assis)
verbais, duas orações)
- Orações coordenadas sindéticas adversativas: mas, porém,
Há três tipos de período composto: por coordenação, por subor- todavia, contudo, entretanto, no entanto.
dinação e por coordenação e subordinação ao mesmo tempo (tam- Estudei bastante / mas não passei no teste.
bém chamada de misto). OCA OCS Adversativa

Período Composto por Coordenação. Orações Coordenadas Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunção
que expressa idéia de oposição à oração anterior, ou seja, por uma
Considere, por exemplo, este período composto: conjunção coordenativa adversativa.

Passeamos pela praia, / brincamos, / recordamos os tempos de A espada vence, mas não convence.
infância. “É dura a vida, mas aceitam-na.” (Cecília Meireles)
1ª oração: Passeamos pela praia Tens razão, contudo não te exaltes.
2ª oração: brincamos Havia muito serviço, entretanto ninguém trabalhava.
3ª oração: recordamos os tempos de infância
- Orações coordenadas sindéticas conclusivas: portanto, por
As três orações que compõem esse período têm sentido próprio isso, pois, logo.
e não mantêm entre si nenhuma dependência sintática: elas são inde- Ele me ajudou muito, / portanto merece minha gratidão.
pendentes. Há entre elas, é claro, uma relação de sentido, mas, como OCA OCS Conclusiva
já dissemos, uma não depende da outra sintaticamente.
As orações independentes de um período são chamadas de ora- Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunção
ções coordenadas (OC), e o período formado só de orações coorde- que expressa idéia de conclusão de um fato enunciado na oração
nadas é chamado de período composto por coordenação. anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa conclusiva.
As orações coordenadas são classificadas em assindéticas e sin-
déticas. Vives mentindo; logo, não mereces fé.
Ele é teu pai: respeita-lhe, pois, a vontade.
- As orações coordenadas são assindéticas (OCA) quando não Raimundo é homem são, portanto deve trabalhar.
vêm introduzidas por conjunção. Exemplo:
Os torcedores gritaram, / sofreram, / vibraram. - Orações coordenadas sindéticas alternativas: ou,ou... ou,
OCA OCA OCA ora... ora, seja... seja, quer... quer.
Seja mais educado / ou retire-se da reunião!
“Inclinei-me, apanhei o embrulho e segui.” (Machado de Assis) OCA OCS Alternativa
“A noite avança, há uma paz profunda na casa deserta.” (Antô-
nio Olavo Pereira) Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunção
“O ferro mata apenas; o ouro infama, avilta, desonra.” (Coelho que estabelece uma relação de alternância ou escolha com refe-
Neto) rência à oração anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa
alternativa.
- As orações coordenadas são sindéticas (OCS) quando vêm
introduzidas por conjunção coordenativa. Exemplo: Venha agora ou perderá a vez.
O homem saiu do carro / e entrou na casa. “Jacinta não vinha à sala, ou retirava-se logo.” (Machado de
OCA OCS Assis)
“Em aviação, tudo precisa ser bem feito ou custará preço
As orações coordenadas sindéticas são classificadas de acordo muito caro.” (Renato Inácio da Silva)
com o sentido expresso pelas conjunções coordenativas que as in- “A louca ora o acariciava, ora o rasgava freneticamente.”
troduzem. Pode ser: (Luís Jardim)

- Orações coordenadas sindéticas aditivas: e, nem, não só... - Orações coordenadas sindéticas explicativas: que, porque,
mas também, não só... mas ainda. pois, porquanto.
Saí da escola / e fui à lanchonete. Vamos andar depressa / que estamos atrasados.
OCA OCS Aditiva OCA OCS Explicativa

Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunção Observe que a 2ª oração é introduzida por uma conjunção que
que expressa idéia de acréscimo ou adição com referência à oração expressa idéia de explicação, de justificativa em relação à oração
anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa aditiva. anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa explicativa.

Didatismo e Conhecimento 67
LÍNGUA PORTUGUESA
Leve-lhe uma lembrança, que ela aniversaria amanhã. Resposta: B
“A mim ninguém engana, que não nasci ontem.” (Érico Ve- Por isso – conjunção conclusiva.
ríssimo) Porque – conjunção explicativa.
“Qualquer que seja a tua infância, conquista-a, que te aben- Mas – conjunção adversativa.
çôo.” (Fernando Sabino) Portanto – conjunção conclusiva.
O cavalo estava cansado, pois arfava muito. Que – conjunção explicativa.
 
Questões: 05. Reúna as três orações em um período composto por coorde-
nação, usando conjunções adequadas.
01. Relacione as orações coordenadas por meio de conjun- Os dias já eram quentes.
ções: A água do mar ainda estava fria.
a) Ouviu-se o som da bateria. Os primeiros foliões surgiram. As praias permaneciam desertas.
b) Não durma sem cobertor. A noite está fria.  
c) Quero desculpar-me. Não consigo encontrá-los. Resposta: Os dias já eram quentes, mas a água do mar ainda es-
  tava fria, por isso as praias permaneciam desertas.
Respostas:
Ouviu-se o som da bateria e os primeiros foliões surgiram. 06. No período “Penso, logo existo”, oração em destaque é:
Não durma sem cobertor, pois a noite está fria. a) coordenada sindética conclusiva
Quero desculpar-me, mais consigo encontrá-los. b) coordenada sindética aditiva
  c) coordenada sindética alternativa
02. Em: “... ouviam-se amplos bocejos, fortes como o maru- d) coordenada sindética adversativa
lhar das ondas...” a partícula como expressa uma ideia de: e) n.d.a
a) causa Resposta: A
b) explicação
07. Por definição, oração coordenada que seja desprovida de co-
c) conclusão
nectivo é denominada assindética. Observando os períodos seguintes:
d) proporção
I- Não caía um galho, não balançava uma folha.
e) comparação
II- O filho chegou, a filha saiu, mas a mãe nem notou.
 
III- O fiscal deu o sinal, os candidatos entregaram a prova. Aca-
Resposta: E
bara o exame.
A conjunção como exercer a função comparativa. Os amplos
bocejos ouvidos são comparados à força do marulhar das ondas. Nota-se que existe coordenação assindética em:
a) I apenas
03. “Entrando na faculdade, procurarei emprego”, oração su- b) II apenas
blinhada pode indicar uma ideia de: c) III apenas
a) concessão d) I e III
b) oposição e) nenhum deles
c) condição Resposta: D
d) lugar
e) consequência 08. “Vivemos mais uma grave crise, repetitiva dentro do ciclo
  de graves crises que ocupa a energia desta nação. A frustração cresce
Resposta: C e a desesperança não cede. Empresários empurrados à condição de
A condição necessária para procurar emprego é entrar na fa- liderança oficial se reúnem, em eventos como este, para lamentar o
culdade. estado de coisas. O que dizer sem resvalar para o pessimismo, a crítica
  pungente ou a auto-absolvição?
04. Assinale a sequência de conjunções que estabelecem, en- É da história do mundo que as elites nunca introduziram
tre as orações de cada item, uma correta relação de sentido. mudanças que favorecessem a sociedade como um todo. Estaríamos
  nos enganando se achássemos que estas lideranças empresariais aqui
1. Correu demais, ... caiu. reunidas teriam motivação para fazer a distribuição de poderes e
2. Dormiu mal, ... os sonhos não o deixaram em paz. rendas que uma nação equilibrada precisa ter. Aliás, é ingenuidade
3. A matéria perece, ... a alma é imortal. imaginar que a vontade de distribuir renda passe pelo empobrecimento
4. Leu o livro, ... é capaz de descrever as personagens com da elite. É também ocioso pensar que nós, de tal elite, temos riqueza
detalhes. suficiente para distribuir. Faço sempre, para meu desânimo, a soma
5. Guarde seus pertences, ... podem servir mais tarde. do faturamento das nossas mil maiores e melhores empresas, e chego
  a um número menor do que o faturamento de apenas duas empresas
a) porque, todavia, portanto, logo, entretanto japonesas. Digamos, a Mitsubishi e mais um pouquinho. Sejamos
b) por isso, porque, mas, portanto, que francos. Em termos mundiais somos irrelevantes como potência
c) logo, porém, pois, porque, mas econômica, mas o mesmo tempo extremamente representativos como
d) porém, pois, logo, todavia, porque população.»
e) entretanto, que, porque, pois, portanto  (“Discurso de Semler aos empresários”, Folha de São Paulo)

Didatismo e Conhecimento 68
LÍNGUA PORTUGUESA
Dentre os períodos transcritos do texto acima, um é composto - Condicionais: Expressam hipóteses ou condição para a
por coordenação e contém uma oração coordenada sindética adver- ocorrência do que foi enunciado na principal. Conjunções: se, con-
sativa. Assinalar a alternativa correspondente a este período: tanto que, a menos que, a não ser que, desde que.
a) A frustração cresce e a desesperança não cede. Irei à sua casa / se não chover.
b) O que dizer sem resvalar para o pessimismo, a crítica pun- OP OSA Condicional
gente ou a auto-absolvição.
c) É também ocioso pensar que nós, da tal elite, temos riqueza Deus só nos perdoará se perdoarmos aos nossos ofensores.
suficiente para distribuir. Se o conhecesses, não o condenarias.
d) Sejamos francos. “Que diria o pai se soubesse disso?” (Carlos Drummond de
e) Em termos mundiais somos irrelevantes como potência eco- Andrade)
nômica, mas ao mesmo tempo extremamente representativos como A cápsula do satélite será recuperada, caso a experiência te-
população. nha êxito.
Resposta E
- Concessivas: Expressam ideia ou fato contrário ao da oração
Período Composto por Subordinação principal, sem, no entanto, impedir sua realização. Conjunções:
embora, ainda que, apesar de, se bem que, por mais que, mesmo
Observe os termos destacados em cada uma destas orações: que.
Vi uma cena triste. (adjunto adnominal) Ela saiu à noite / embora estivesse doente.
Todos querem sua participação. (objeto direto) OP OSA Concessiva
Não pude sair por causa da chuva. (adjunto adverbial de cau-
sa) Admirava-o muito, embora (ou conquanto ou posto que ou
se bem que) não o conhecesse pessoalmente.
Veja, agora, como podemos transformar esses termos em ora- Embora não possuísse informações seguras, ainda assim
ções com a mesma função sintática: arriscou uma opinião.
Vi uma cena / que me entristeceu. (oração subordinada com
Cumpriremos nosso dever, ainda que (ou mesmo quando ou
função de adjunto adnominal)
ainda quando ou mesmo que) todos nos critiquem.
Todos querem / que você participe. (oração subordinada com
Por mais que gritasse, não me ouviram.
função de objeto direto)
Não pude sair / porque estava chovendo. (oração subordinada
- Conformativas: Expressam a conformidade de um fato com
com função de adjunto adverbial de causa)
outro. Conjunções: conforme, como (=conforme), segundo.
O trabalho foi feito / conforme havíamos planejado.
Em todos esses períodos, a segunda oração exerce uma certa
OP OSA Conformativa
função sintática em relação à primeira, sendo, portanto, subordinada
a ela. Quando um período é constituído de pelo menos um conjunto
O homem age conforme pensa.
de duas orações em que uma delas (a subordinada) depende sintati-
camente da outra (principal), ele é classificado como período com- Relatei os fatos como (ou conforme) os ouvi.
posto por subordinação. As orações subordinadas são classificadas Como diz o povo, tristezas não pagam dívidas.
de acordo com a função que exercem: adverbiais, substantivas e O jornal, como sabemos, é um grande veículo de informação.
adjetivas.
- Temporais: Acrescentam uma circunstância de tempo ao que
Orações Subordinadas Adverbiais foi expresso na oração principal. Conjunções: quando, assim que,
logo que, enquanto, sempre que, depois que, mal (=assim que).
As orações subordinadas adverbiais (OSA) são aquelas que Ele saiu da sala / assim que eu cheguei.
exercem a função de adjunto adverbial da oração principal (OP). OP OSA Temporal
São classificadas de acordo com a conjunção subordinativa que as
introduz: Formiga, quando quer se perder, cria asas.
“Lá pelas sete da noite, quando escurecia, as casas se esva-
- Causais: Expressam a causa do fato enunciado na oração ziam.” (Carlos Povina Cavalcânti)
principal. Conjunções: porque, que, como (= porque), pois que, vis- “Quando os tiranos caem, os povos se levantam.” (Marquês
to que. de Maricá)
Não fui à escola / porque fiquei doente. Enquanto foi rico, todos o procuravam.
OP OSA Causal
- Finais: Expressam a finalidade ou o objetivo do que foi
O tambor soa porque é oco. enunciado na oração principal. Conjunções: para que, a fim de
Como não me atendessem, repreendi-os severamente. que, porque (=para que), que.
Como ele estava armado, ninguém ousou reagir. Abri a porta do salão / para que todos pudessem entrar.
“Faltou à reunião, visto que esteve doente.” (Arlindo de Sousa) OP OSA Final

Didatismo e Conhecimento 69
LÍNGUA PORTUGUESA
“O futuro se nos oculta para que nós o imaginemos.” (Mar- - Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta: É aquela
quês de Maricá) que exerce a função de objeto direto do verbo da oração principal.
Aproximei-me dele a fim de que me ouvisse melhor. Observe: O grupo quer a sua ajuda. (objeto direto)
“Fiz-lhe sinal que se calasse.” (Machado de Assis) (que = O grupo quer / que você ajude.
para que) OP OSS Objetiva Direta
“Instara muito comigo não deixasse de freqüentar as recep-
ções da mulher.” (Machado de Assis) (não deixasse = para que O mestre exigia que todos estivessem presentes. (= O mestre
não deixasse) exigia a presença de todos.)
Mariana esperou que o marido voltasse.
- Consecutivas: Expressam a consequência do que foi enun- Ninguém pode dizer: Desta água não beberei.
ciado na oração principal. Conjunções: porque, que, como (= por- O fiscal verificou se tudo estava em ordem.
que), pois que, visto que.
- Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta: É
A chuva foi tão forte / que inundou a cidade.
aquela que exerce a função de objeto indireto do verbo da oração
OP OSA Consecutiva
principal. Observe: Necessito de sua ajuda. (objeto indireto)
Necessito / de que você me ajude.
Fazia tanto frio que meus dedos estavam endurecidos.
OP OSS Objetiva Inireta
“A fumaça era tanta que eu mal podia abrir os olhos.” (José
J. Veiga) Não me oponho a que você viaje. (= Não me oponho à sua
De tal sorte a cidade crescera que não a reconhecia mais. viagem.)
As notícias de casa eram boas, de maneira que pude prolon- Aconselha-o a que trabalhe mais.
gar minha viagem. Daremos o prêmio a quem o merecer.
Lembre-se de que a vida é breve.
- Comparativas: Expressam ideia de comparação com re-
ferência à oração principal. Conjunções: como, assim como, tal - Oração Subordinada Substantiva Subjetiva: É aquela que
como, (tão)... como, tanto como, tal qual, que (combinado com exerce a função de sujeito do verbo da oração principal. Observe:
menos ou mais). É importante sua colaboração. (sujeito)
Ela é bonita / como a mãe. É importante / que você colabore.
OP OSA Comparativa OP OSS Subjetiva

A preguiça gasta a vida como a ferrugem consome o ferro.” A oração subjetiva geralmente vem:
(Marquês de Maricá) - depois de um verbo de ligação + predicativo, em construções
Ela o atraía irresistivelmente, como o imã atrai o ferro. do tipo é bom, é útil, é certo, é conveniente, etc. Ex.: É certo que
Os retirantes deixaram a cidade tão pobres como vieram. ele voltará amanhã.
Como a flor se abre ao Sol, assim minha alma se abriu à luz - depois de expressões na voz passiva, como sabe-se, conta-
daquele olhar. -se, diz-se, etc. Ex.: Sabe-se que ele saiu da cidade.
- depois de verbos como convir, cumprir, constar, urgir, ocor-
Obs.: As orações comparativas nem sempre apresentam clara- rer, quando empregados na 3ª pessoa do singular e seguidos das
mente o verbo, como no exemplo acima, em que está subentendido conjunções que ou se. Ex.: Convém que todos participem da reu-
o verbo ser (como a mãe é). nião.

É necessário que você colabore. (= Sua colaboração é neces-


- Proporcionais: Expressam uma ideia que se relaciona pro-
sária.)
porcionalmente ao que foi enunciado na principal. Conjunções: à
Parece que a situação melhorou.
medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais, quanto
Aconteceu que não o encontrei em casa.
menos. Importa que saibas isso bem.
Quanto mais reclamava / menos atenção recebia.
OSA Proporcional OP - Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal: É
aquela que exerce a função de complemento nominal de um termo
À medida que se vive, mais se aprende. da oração principal. Observe: Estou convencido de sua inocência.
À proporção que avançávamos, as casas iam rareando. (complemento nominal)
O valor do salário, ao passo que os preços sobem, vai dimi- Estou convencido / de que ele é inocente.
nuindo. OP OSS Completiva Nominal

Orações Subordinadas Substantivas Sou favorável a que o prendam. (= Sou favorável à prisão
dele.)
As orações subordinadas substantivas (OSS) são aquelas Estava ansioso por que voltasses.
que, num período, exercem funções sintáticas próprias de Sê grato a quem te ensina.
substantivos, geralmente são introduzidas pelas conjunções “Fabiano tinha a certeza de que não se acabaria tão cedo.”
integrantes que e se. Elas podem ser: (Graciliano Ramos)

Didatismo e Conhecimento 70
LÍNGUA PORTUGUESA
- Oração Subordinada Substantiva Predicativa: É aquela Nesse exemplo, a oração que ganhou o 1º lugar especifica o
que exerce a função de predicativo do sujeito da oração principal, sentido do substantivo cantor, indicando que o público não aplau-
vindo sempre depois do verbo ser. Observe: O importante é sua diu qualquer cantor mas sim aquele que ganhou o 1º lugar.
felicidade. (predicativo)
O importante é / que você seja feliz. Pedra que rola não cria limo.
OP OSS Predicativa Os animais que se alimentam de carne chamam-se carní-
voros.
Seu receio era que chovesse. (Seu receio era a chuva.) Rubem Braga é um dos cronistas que mais belas páginas es-
Minha esperança era que ele desistisse. creveram.
“Há saudades que a gente nunca esquece.” (Olegário Ma-
Meu maior desejo agora é que me deixem em paz.
riano)
Não sou quem você pensa.
- Subordinadas Adjetivas Explicativas: São explicativas
- Oração Subordinada Substantiva Apositiva: É aquela quando apenas acrescentam uma qualidade à palavra a que se refe-
que exerce a função de aposto de um termo da oração principal. rem, esclarecendo um pouco mais seu sentido, mas sem restringi-
Observe: Ele tinha um sonho: a união de todos em benefício do -lo ou especificá-lo. Exemplo:
país. (aposto) O escritor Jorge Amado, / que mora na Bahia, / lançou um
Ele tinha um sonho / que todos se unissem em benefício do novo livro.
país. OP OSA Explicativa OP
OP OSS Apositiva
Deus, que é nosso pai, nos salvará.
Só desejo uma coisa: que vivam felizes. (Só desejo uma coi- Valério, que nasceu rico, acabou na miséria.
sa: a sua felicidade) Ele tem amor às plantas, que cultiva com carinho.
Só lhe peço isto: honre o nosso nome. Alguém, que passe por ali à noite, poderá ser assaltado.
“Talvez o que eu houvesse sentido fosse o presságio disto: de
que virias a morrer...” (Osmã Lins) Orações Reduzidas
“Mas diga-me uma cousa, essa proposta traz algum motivo
oculto?” (Machado de Assis) Observe que as orações subordinadas eram sempre introdu-
zidas por uma conjunção ou pronome relativo e apresentavam o
verbo numa forma do indicativo ou do subjuntivo. Além desse tipo
As orações apositivas vêm geralmente antecedidas de dois-
de orações subordinadas há outras que se apresentam com o ver-
-pontos. Podem vir, também, entre vírgulas, intercaladas à oração bo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio e particípio).
principal. Exemplo: Seu desejo, que o filho recuperasse a saúde, Exemplos:
tornou-se realidade.
- Ao entrar nas escola, encontrei o professor de inglês. (in-
Observação: Além das conjunções integrantes que e se, as ora- finitivo)
ções substantivas podem ser introduzidas por outros conectivos, - Precisando de ajuda, telefone-me. (gerúndio)
tais como quando, como, quanto, etc. Exemplos: - Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiário. (par-
Não sei quando ele chegou. ticípio)
Diga-me como resolver esse problema.
As orações subordinadas que apresentam o verbo numa das
Orações Subordinadas Adjetivas formas nominais são chamadas de reduzidas.
Para classificar a oração que está sob a forma reduzida, de-
As orações subordinadas Adjetivas (OSA) exercem a fun- vemos procurar desenvolvê-la do seguinte modo: colocamos a
ção de adjunto adnominal de algum termo da oração principal. conjunção ou o pronome relativo adequado ao sentido e passamos
Observe como podemos transformar um adjunto adnominal em o verbo para uma forma do indicativo ou subjuntivo, conforme
oração subordinada adjetiva: o caso. A oração reduzida terá a mesma classificação da oração
desenvolvida.
Desejamos uma paz duradoura. (adjunto adnominal)
Desejamos uma paz / que dure. (oração subordinada adjetiva)
Ao entrar na escola, encontrei o professor de inglês.
Quando entrei na escola, / encontrei o professor de inglês.
As orações subordinadas adjetivas são sempre introduzidas OSA Temporal
por um pronome relativo (que , qual, cujo, quem, etc.) e podem Ao entrar na escola: oração subordinada adverbial temporal,
ser classificadas em: reduzida de infinitivo.

- Subordinadas Adjetivas Restritivas: São restritivas quando Precisando de ajuda, telefone-me.


restringem ou especificam o sentido da palavra a que se referem. Se precisar de ajuda, / telefone-me.
Exemplo: OSA Condicional
O público aplaudiu o cantor / que ganhou o 1º lugar. Precisando de ajuda: oração subordinada adverbial condicio-
OP OSA Restritiva nal, reduzida de gerúndio.

Didatismo e Conhecimento 71
LÍNGUA PORTUGUESA
Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiário. 02. A segunda oração do período? “Não sei no que pensas”, é
Assim que acabou o treino, / os jogadores foram para o ves- classificada como:
tiário. a) substantiva objetiva direta
OSA Temporal b) substantiva completiva nominal
Acabado o treino: oração subordinada adverbial temporal, re- c) adjetiva restritiva
duzida de particípio. d) coordenada explicativa
e) substantiva objetiva indireta
Observações:
03. “Na ‘Partida Monção’, não há uma atitude inventada. Há
- Há orações reduzidas que permitem mais de um tipo de de- reconstituição de uma cena como ela devia ter sido na realida-
senvolvimento. Há casos também de orações reduzidas fixas, isto de.” A oração sublinhada é:
é, orações reduzidas que não são passíveis de desenvolvimento. a) adverbial conformativa
b) adjetiva
Exemplo: Tenho vontade de visitar essa cidade.
c) adverbial consecutiva
- O infinitivo, o gerúndio e o particípio não constituem orações
d) adverbial proporcional
reduzidas quando fazem parte de uma locução verbal. Exemplos:
e) adverbial causal
Preciso terminar este exercício.
Ele está jantando na sala. 04. No seguinte grupo de orações destacadas:
Essa casa foi construída por meu pai. 1. É bom que você venha.
- Uma oração coordenada também pode vir sob a forma redu- 2. Chegados que fomos, entramos na escola.
zida. Exemplo: 3. Não esqueças que é falível.
O homem fechou a porta, saindo depressa de casa.      
O homem fechou a porta e saiu depressa de casa. (oração Temos orações subordinadas, respectivamente:
coordenada sindética aditiva) a) objetiva direta, adverbial temporal, subjetiva
Saindo depressa de casa: oração coordenada reduzida de ge- b) subjetiva, objetiva direta, objetiva direta
rúndio. c) objetiva direta, subjetiva, adverbial temporal
d) subjetiva, adverbial temporal, objetiva direta
Qual é a diferença entre as orações coordenadas explicativas e e) predicativa, objetiva direta, objetiva indireta
as orações subordinadas causais, já que ambas podem ser iniciadas      
por que e porque? Às vezes não é fácil estabelecer a diferença 05. A palavra “se” é conjunção integrante (por introduzir ora-
entre explicativas e causais, mas como o próprio nome indica, as ção subordinada substantiva objetiva direta) em qual das orações
causais sempre trazem a causa de algo que se revela na oração seguintes?
principal, que traz o efeito. a) Ele se mordia de ciúmes pelo patrão.
Note-se também que há pausa (vírgula, na escrita) entre a ora- b) A Federação arroga-se o direito de cancelar o jogo.
ção explicativa e a precedente e que esta é, muitas vezes, imperati- c) O aluno fez-se passar por doutor.
va, o que não acontece com a oração adverbial causal. Essa noção d) Precisa-se de operários.
de causa e efeito não existe no período composto por coordenação. e) Não sei se o vinho está bom.
Exemplo: Rosa chorou porque levou uma surra. Está claro que a      
oração iniciada pela conjunção é causal, visto que a surra foi sem 06. “Lembro-me de que ele só usava camisas brancas.” A
dúvida a causa do choro, que é efeito. oração sublinhada é:
Rosa chorou, porque seus olhos estão vermelhos. O perío- a) subordinada substantiva completiva nominal
b) subordinada substantiva objetiva indireta
do agora é composto por coordenação, pois a oração iniciada pela
c) subordinada substantiva predicativa
conjunção traz a explicação daquilo que se revelou na coordena
d) subordinada substantiva subjetiva
anterior. Não existe aí relação de causa e efeito: o fato de os olhos
e) subordinada substantiva objetiva direta
de Elisa estarem vermelhos não é causa de ela ter chorado.
     
07. Na passagem: “O receio é substituído pelo pavor, pelo
Ela fala / como falaria / se entendesse do assunto. respeito, pela emoção que emudece e paralisa.” Os termos su-
OP OSA Comparativa OSA Condicional blinhados são:
a) complementos nominais; orações subordinadas adverbiais
Questões: concessivas, coordenadas entre si
b) adjuntos adnominais; orações subordinadas adverbiais
01. Na frase: “Maria do Carmo tinha a certeza de que estava comparativas
para ser mãe”, a oração destacada é: c) agentes da passiva; orações subordinadas adjetivas, coor-
a) subordinada substantiva objetiva indireta denadas entre si
b) subordinada substantiva completiva nominal d) objetos diretos; orações subordinadas adjetivas, coordena-
c) subordinada substantiva predicativa das entre si
d) coordenada sindética conclusiva e) objetos indiretos; orações subordinadas adverbiais compa-
e) coordenada sindética explicativa rativas

Didatismo e Conhecimento 72
LÍNGUA PORTUGUESA
08. Neste período “não bate para cortar”, a oração “para cor- - Paula e Renato amam-se.
tar” em relação a “não bate”, é: - Os jovens agrediram-se durante a festa.
a) a causa - Os ônibus chocaram-se violentamente.
b) o modo
c) a consequência Formação da Voz Passiva: A voz passiva pode ser formada por
d) a explicação dois processos: Analítico e Sintético.
e) a finalidade
Voz Passiva Analítica: Constrói-se da seguinte maneira: Verbo
09. Em todos os períodos há orações subordinadas substanti- Ser + particípio do verbo principal: A escola será pintada; O trabalho
vas, exceto em: é feito por ele. O agente da passiva geralmente é acompanhado da
a) O fato era que a escravatura do Santa Fé não andava nas preposição por, mas pode ocorrer a construção com a preposição de:
festas do Pilar, não vivia no coco como a do Santa Rosa. A casa ficou cercada de soldados. Pode acontecer ainda que o agente
b) Não lhe tocara no assunto, mas teve vontade de tomar o da passiva não esteja explícito na frase: A exposição será aberta ama-
trem e ir valer-se do presidente. nhã. A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar (Ser), pois o
c) Um dia aquele Lula faria o mesmo com a sua filha, faria o particípio é invariável.
mesmo com o engenho que ele fundara com o suor de seu rosto. Observe a transformação das frases seguintes:
d) O oficial perguntou de onde vinha, e se não sabia notícias
de Antônio Silvino. Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do indicativo)
e) Era difícil para o ladrão procurar os engenhos da várzea, ou O trabalho foi feito por ele. (pretérito perfeito do indicativo)
meter-se para os lados de Goiana
      Ele faz o trabalho. (presente do indicativo)
10. Em - “Há enganos que nos deleitam”, a oração grifada é: O trabalho é feito por ele. (presente do indicativo)
a) substantiva subjetiva
b) substantiva objetiva direta Ele fará o trabalho. (futuro do presente)
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente)
c) substantiva completiva nominal
d) substantiva apositiva
Nas frases com locuções verbais, o verbo Ser assume o mesmo
e) adjetiva restritiva
tempo e modo do verbo principal da voz ativa. Observe a transforma-
ção da frase seguinte: O vento ia levando as folhas. (gerúndio); As
Respostas: (01-B) (02-E) (03-A) (04-D) (05-E) (06-B) (07-C)
folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio)
(08-E) (09-C) (10-E)
É menos frequente a construção da voz passiva analítica
com outros verbos que podem eventualmente funcionar como
auxiliares: A moça ficou marcada pela doença.
VOZES DO VERBO: VOZ ATIVA,
Voz Passiva Sintética: A voz passiva sintética ou pronominal
PASSIVA E REFLEXIVA constrói-se com o verbo na 3ª pessoa, seguido do pronome apassi-
vador “se”: Abriram-se as inscrições para o concurso; Destruiu-se
o velho prédio da escola. O agente não costuma vir expresso na voz
passiva sintética.
Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo para indi-
car se o sujeito gramatical é agente ou paciente da ação. São três Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva: Pode-se mudar a voz
as vozes verbais: ativa na passiva sem alterar substancialmente o sentido da frase.
- Ativa: quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação ex-
pressa pelo verbo: Ele fez o trabalho. (ele – sujeito agente) (fez Gutenberg inventou a imprensa. (Voz Ativa)
– ação) (o trabalho – objeto paciente) Gutenberg – sujeito da Ativa
- Passiva: quando o sujeito é paciente, recebendo a ação ex- a imprensa – Objeto Direto
pressa pelo verbo: O trabalho foi feito por ele. (O trabalho – sujeito
paciente) (foi feito – ação) (por ele – agente da passiva) A imprensa foi inventada por Gutenberg (Voz Passiva)
- Reflexiva: Há dois tipos de voz reflexiva: A imprensa – Sujeito da Passiva
por Gutenberg – Agente da Passiva
Reflexiva: Será chamada simplesmente de reflexiva, quando o
sujeito praticar a ação sobre si mesmo. Exemplos: Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito
- Carla machucou-se. da ativa passará a agente da passiva e o verbo ativo assumirá a forma
- Osbirvânio cortou-se com a faca. passiva, conservando o mesmo tempo.
- Roberto matou-se.
Os mestres têm constantemente aconselhado os alunos.
Reflexiva Recíproca: Será chamada de reflexiva recíproca, Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos mestres.
quando houver dois elementos como sujeito: um pratica a ação Eu o acompanharei.
sobre o outro, que pratica a ação sobre o primeiro. Exemplos: Ele será acompanhado por mim.

Didatismo e Conhecimento 73
LÍNGUA PORTUGUESA
Quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não haverá
complemento agente na passiva: Prejudicaram-me; Fui prejudi-
TERMOS DA ORAÇÃO. TERMOS
cado.
ESSENCIAIS DA ORAÇÃO: SUJEITO
- Aos verbos que não são ativos nem passivos ou reflexivos, E PREDICADO. TERMOS ACESSÓRIOS
são chamados neutros: O vinho é bom; Aqui chove muito. DA ORAÇÃO. VOCATIVO. PERÍODO
COMPOSTO – COORDENAÇÃO
- Há formas passivas com sentido ativo: , SUBORDINAÇÃO, ORAÇÕES
É chegada a hora. (= Chegou a hora.) REDUZIDAS, ORAÇÕES INTERCALADAS
Eu ainda não era nascido. (= Eu ainda não tinha nascido.) OU INTERFERENTES
És um homem lido e viajado. (= que leu e viajou)

- Inversamente, usamos formas ativas com sentido passivo:


Há coisas difíceis de entender. (= serem entendidas) OBS: Esse conteúdo já foi abordado no tópico “Frase – Ora-
Mandou-o lançar na prisão. (= ser lançado) ção – Período”.

- Os verbos chamar-se, batizar-se, operar-se (no sentido ci-


rúrgico) e vacinar-se são considerados passivos, logo o sujeito é
paciente. REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
Chamo-me Luís.
Batizei-me na Igreja do Carmo.
Operou-se de hérnia.
Vacinaram-se contra a gripe. Regência Nominal

Regência nominal é a relação de dependência que se estabele-


Questões: ce entre o nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e o termo por
ele regido. Certos substantivos e adjetivos admitem mais de uma
Identifique as Vozes Verbais usando para Voz Ativa (VA), regência. Na regência nominal o principal papel é desempenhado
Passiva Analítica (VPA), Passiva Sintética (VPS) e Reflexiva pela preposição.
(VR): No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que
vários nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos
01. Alugaram-se todas as casas da vila. de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses
02. O garoto feriu-se com o canivete. casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo:
03. O homem é corrompido pela sociedade. Verbo obedecer e os nomes correspondentes: todos regem
04. Consertam-se aparelhos eletrônicos. complementos introduzidos pela preposição “a”.
05. Felipe plantou uma rosa. Obedecer a algo/ a alguém.
06. Os meninos admiravam a locomotiva. Obediente a algo/ a alguém.
07. João foi ferido por Paulo.
08. A moça admirava-se no espelho. Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da pre-
09. Não se vê viva alma na praça. posição ou preposições que os regem. Observe-os atentamente e
10. Os pais educam os filhos. procure, sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a
11. Os dois pretendentes insultaram-se. algum verbo cuja regência você conhece.
12. O cachorro ficou esmagado pelas rodas do carro.
13. Eu machuquei o rapaz. - acessível a: Este cargo não é acessível a todos.
14. Todos comeram uma fatia do bolo. - acesso a, para: O acesso para a região ficou impossível.
15. Nunca se ouviram queixa dele. - acostumado a, com: Todos estavam acostumados a ouvílo.
16. A casa foi vendida pelo corretor. - adaptado a: Foi difícil adaptarme a esse clima.
17. Abraçaram-se com alegria e emoção. - afável com, para com: Tinha um jeito afável para com os
18. Ele fez todo o trabalho em apenas um dia. turistas.
19. Os dois falaram-se rapidamente. - aflito: com, por.
20. Cortaram o cabelo da criança. - agradável a, de: Sua saída não foi agradável à equipe.
21. Carla correu no parque. - alheio: a, de.
22. O cabelo da criança foi cortado. - aliado: a, com.
23. Praticam-se ações humanitárias. - alusão a: O professor fez alusão à prova final.
- amor a, por: Ele demonstrava grande amor à namorada.
Respostas: 01-VPS / 02-VR / 03-VPA / 04-VPS / 05-VA / - análogo: a.
06-VA / 07-VPA / 08-VR / 09-VPS / 10-VA / 11-VR / 12-VPA - antipatia a, por: Sentia antipatia por ela.
/ 13-VA / 14-VA / 15-VPS / 16-VPA / 17-VR / 18-VA / 19-VR / - apto a, para: Estava apto para ocupar o cargo.
20-VA / 21-VA / 22-VPA / 23-VPS / - atenção a, com, para com: Nunca deu atenção a ninguém.

Didatismo e Conhecimento 74
LÍNGUA PORTUGUESA
- aversão a, por: Sempre tive aversão à política. 03. Assinale a opção em que todos adjetivos podem ser segui-
- benéfico a, para: A reforma foi benéfica a todos. dos pela mesma preposição:
- certeza de, em: A certeza de encontrálo novamente a animou. a) ávido, bom, inconsequente
- coerente: com. b) indigno, odioso, perito
- compatível: com. c) leal, limpo, oneroso
- contíguo: a. d) orgulhoso, rico, sedento
desprezo: a, de, por. e) oposto, pálido, sábio
- dúvida em, sobre: Anotou todas as dúvidas sobre a questão
dada. 04. “As mulheres da noite,......o poeta faz alusão a colorir Ara-
empenho: de, em, por. caju,........coração bate de noite, no silêncio”. A opção que comple-
equivalente: a. ta corretamente as lacunas da frase acima é:
- favorável a: Sou favorável à sua candidatura. a) as quais, de cujo
fértil: de, em. b) a que, no qual
- gosto de, em: Tenho muito gosto em participar desta brincadeira. c) de que, o qual
- grato a: Grata a todos que me ensinaram a ensinar. d) às quais, cujo
- horror a, de: Tinha horror a quiabo refogado. e) que, em cujo
hostil: a, para com.
- impróprio para: O filme era impróprio para menores. 05. Assinale a alternativa correta quanto à regência:
inerente: a. a) A peça que assistimos foi muito boa.
- junto a, com, de: Junto com o material, encontrei este docu- b) Estes são os livros que precisamos.
mento. c) Esse foi um ponto que todos se esqueceram.
- lento: em. d) Guimarães Rosa é o escritor que mais aprecio.
- necessárío a, para: A medida foi necessária para acabar com e) O ideal que aspiramos é conhecido por todos.
tanta dúvida.
- passível de: As regras são passíveis de mudanças. 06. Assinale a alternativa que contém as respostas corretas.
- preferível a: Tudo era preferível à sua queixa. I. Visando apenas os seus próprios interesses, ele, involunta-
- próximo: a, de. riamente, prejudicou toda uma família.
- rente: a. II. Como era orgulhoso, preferiu declarar falida a firma a acei-
- residente: em. tar qualquer ajuda do sogro.
- respeito a, com, de, entre, para com, por: É necessário o respeito III. Desde criança sempre aspirava a uma posição de destaque,
às leis. embora fosse tão humilde.
- satisfeito: com, de, em, por. IV. Aspirando o perfume das centenas de flores que enfeita-
- semelhante: a. vam a sala, desmaiou.
sensível: a. a) II, III, IV
- sito em: O apartamento sito em Brasília foi vendido. b) I, II, III
- situado em: Minha casa está situada na Avenida Internacional. e) I, III, IV
suspeito: de. d) I, III
útil: a, para. e) I, II
vazio: de.
versado: em. 07. Assinale o item em que há erro quanto à regência:
vizinho: a, de. a) São essas as atitudes de que discordo.
b) Há muito já lhe perdoei.
Questões: c) Informo-lhe de que paguei o colégio.
d) Costumo obedecer a preceitos éticos.
01. O projeto.....estão dando andamento é incompatível.....tradi- e) A enfermeira assistiu irrepreensivelmente o doente.
ções da firma.
a) de que, com as 08. Dentre as frases abaixo, uma apenas apresenta a regência
b) a que, com as nominal correta. Assinale-a:
c) que, as a) Ele não é digno a ser seu amigo.
d) à que, às b) Baseado laudos médicos, concedeu-lhe a licença.
e) que, com as c) A atitude do Juiz é isenta de qualquer restrição.
d) Ele se diz especialista para com computadores eletrônicos.
02. Quanto a amigos, prefiro João.....Paulo,.....quem sinto......sim- e) O sol é indispensável da saúde.
patia.
a) a, por, menos Respostas: 01-B / 02-A / 03-D / 04-D / 05-D / 06-A / 07-C /
b) do que, por, menos 08-C
c) a, para, menos
d) do que, com, menos
e) do que, para, menos

Didatismo e Conhecimento 75
LÍNGUA PORTUGUESA
Regência Verbal Aspirar: empregase sem preposição no sentido de respirar,
cheirar: Aspiramos um ar excelente, no campo. (VTD) Emprega-
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os se com preposição no sentido de querer muito, ter por objetivo:
verbos e os termos que os complementam (objetos diretos e obje- Gincizinho aspira ao cargo de diretor da Penitenciária. (VTI)
tos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais). O estudo da
regência verbal permite-nos ampliar nossa capacidade expressiva, Assistir: empregase com preposição no sentido de ver, pre-
pois oferece oportunidade de conhecermos as diversas significa- senciar: Todos assistíamos à novela Almas Gêmeas. (VTI) Nesse
ções que um verbo pode assumir com a simples mudança ou reti- caso, o verbo não aceita o pronome lhe, mas apenas os pronomes
rada de uma preposição. pessoais retos + preposição: O filme é ótimo. Todos querem as-
sistir a ele. (VTI). Empregase sem / com preposição no sentido
A mãe agrada o filho. (agradar significa acariciar, contentar) de socorrer, ajudar: A professora sempre assiste os alunos com
A mãe agrada ao filho. (agradar significa “causar agrado ou carinho. (VTD); A professora sempre assiste aos alunos com ca-
prazer”, satisfazer) rinho. (VTI). Empregase com preposição no sentido de caber, ter
Logo, conclui-se que “agradar alguém” é diferente de “agra- direito ou razão: O direito de se defender assiste a todos. (VTI).
dar a alguém”. No sentido de morar, residir é intransitivo e exige a preposição
em: Assiste em Manaus por muito tempo. (VI).
O conhecimento do uso adequado das preposições é um dos
aspectos fundamentais do estudo da regência verbal (e também Atender: empregado sem preposição no sentido de receber
nominal). As preposições são capazes de modificar completamente alguém com atenção: O médico atendeu o cliente pacientemente.
o sentido do que se está sendo dito. (VTD). No sentido de ouvir, conceder: Deus atendeu minhas pre-
ces. (VTD); Atenderemos quaisquer pedido via internet. Emprega-
Cheguei ao metrô. se com preposição no sentido de dar atenção a alguém: Lamento
Cheguei no metrô. não poder atender à solicitação de recursos. (VTI). Empregase
com preposição no sentido de ouvir com atenção o que alguém
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo diz: Atenda ao telefone, por favor; Atenda o telefone. (preferência
caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A oração “Cheguei brasileira).
no metrô”, popularmente usada a fim de indicar o lugar a que se
vai, possui, no padrão culto da língua, sentido diferente. Aliás, é Avisar: avisar alguém de alguma coisa: O chefe avisou os
muito comum existirem divergências entre a regência coloquial, funcionários de que os documentos estavam prontos. (VTD);
cotidiana de alguns verbos, e a regência culta. Avisaremos os clientes da mudança de endereço. (VTD). Já tem
tradição na língua o uso de avisar como OI de pessoa e OD de coi-
sa; Avisamos aos clientes que vamos atendêlos em novo endereço.
Abdicar: renunciar ao poder, a um cargo, título desistir. Pode
ser intransitivo (VI não exige complemento) / transitivo direto
Bater: empregase com preposição no sentido de dar pancadas
(TD) ou transitivo indireto (TI + preposição): D. Pedro abdi-
em alguém: Os irmãos batiam nele (ou batiamlhe) à toa; Nervo-
cou em 1831. (VI); A vencedora abdicou o seu direto de rainha.
so, entrou em casa e bateu a porta; (fechou com força); Foi logo
(VTD); Nunca abdicarei de meus direitos. (VTI)
batendo à porta; (bater junto à porta, para alguém abrir); Para que
ele pudesse ouvir, era preciso bater na porta de seu quarto; (dar
Abraçar: empregase sem preposição no sentido de apertar nos
pancadas).
braços: A mãe abraçoua com ternura. (VTD); Abraçouse a mim,
chorando. (VTI)
Casar: Marina casou cedo e pobre. (VI não exige comple-
mento). Você é realmente digno de casar com minha filha. (VTI
Agradar: empregase com preposição no sentido de conten- com preposição). Ela casou antes dos vinte anos. (VTD sem pre-
tar, satisfazer.(VTI): A banda Legião Urbana agrada aos jovens. posição). O verbo casar pode vir acompanhado de pronome refle-
(VTI); Empregase sem preposição no sentido de acariciar, mimar: xivo: Ela casou com o seu grande amor; ou Ela casouse com seu
Márcio agradou a esposa com um lindo presente. (VTD) grande amor.

Ajudar: empregase sem preposição; objeto direto de pessoa: Chamar: empregase sem preposição no sentido de convocar;
Eu ajudavaa no serviço de casa. (VTD) O juiz chamou o réu à sua presença. (VTD). Empregase com ou
sem preposição no sentido de denominar, apelidar, construido
Aludir: (=fazer alusão, referirse a alguém), empregase com com objeto + predicativo: Chamouo covarde. (VTD) / Chamouo
preposição: Na conversa aludiu vagamente ao seu novo projeto. de covarde. (VID); Chamoulhe covarde. (VTI) / Chamoulhe de
(VTI) covarde. (VTI); Chamava por Deus nos momentos dificeis. (VTI).

Ansiar: empregase sem preposição no sentido de causar ma- Chegar: o verbo chegar exige a preposição a quando indica
lestar, angustiar: A emoção ansiavame. (VTD); Empregase com lugar: Chegou ao aeroporto meio apressada. Como transitivo dire-
preposição no sentido de desejar ardentemente por: Ansiava por to (VTD) e intransitivo (VI) no sentido de aproximar; Chegueime
vêlo novamente. (VTI) a ele.

Didatismo e Conhecimento 76
LÍNGUA PORTUGUESA
Contentarse: empregase com as preposições com, de, em: Namorar: a regência correta deste verbo é namorar alguém e
Contentamse com migalhas. (VTI); Contentome em aplaudir daqui. NÃO namorar com alguém: Meu filho, Paulo César, namora Cris-
tiane. Marcelo namora Raquel.
Custar: é transitivo direto no sentido de ter valor de, ser caro.
Este computador custa muito caro. (VTD). No sentido de ser difícil Necessitar: empregase com verbo transitivo direto ou indireto,
é TI. É conjugado como verbo reflexivo, na 3ª pessoa do singular, no sentido de precisar: Necessitávamos o seu apoio; Necessitáva-
e seu sujeito é uma oração reduzida de infinitivo: Custoume pegar mos de seu apoio. (VTDI).
um táxi; O carro custoume todas as economias. É transitivo direto
e indireto (TDI) no sentido de acarretar: A imprudência custoulhe Obedecer / Desobedecer: empregase com verbo transitivo di-
lágrimas amargas. (VTDI). reto e indireto no sentido de cumprir ordens: Obedecia às irmãs e
irmãos; Não desobedecia às leis de trânsito.
Ensinar: é intransitivo no sentido de doutrinar, pregar: Mi-
Pagar: empregase sem preposição no sentido de saldar coi-
nha mãe ensina na FAI. (VTI). É transitivo direto no sentido de edu-
sa, é VTI: Cida pagou o pão; Paguei a costura. Emprega-se com
car: Nem todos ensinam as crianças. (VTD). É transitivo direto e
preposição no sentido de remunerar pessoa, é VTI: Cida pagou
indireto no sentido de dar ínstrução sobre: Ensino os exercícios mais
ao padeiro; Paguei à costureira. Empregase como verbo transitivo
dificeis aos meus alunos. (VTDI).
direto e indireto, pagar alguma coisa a alguém: Cida pagou a carne
ao açougueiro. Por alguma coisa: Quanto pagou pelo carro? Sem
Entreter: empregado como divertirse exige as preposições: a, complemento: Assistiu aos jogos sem pagar.
com, em: Entretínhamonos em recordar o passado.
Pedir: somente se usa pedir para, quando, entre pedir e o
Esquecer / Lembrar: estes verbos admitem as construções: Es- para, puder colocar a palavra licença. Caso contrário, dízse pedir
queci o endereço dele; Lembrei um caso interessante; Esquecime do que; A secretária pediu para sair mais cedo. (pediu licença); A di-
endereço dele; Lembreime de um caso interessante. Esqueceu me reção pediu que todos os funcionários comparecessem à reunião.
seu endereço; Lembrame um caso interessante. Você pode observar
que no 1º exemplo tanto o verbo esquecer como lembrar, não são Perdoar: empregase sem preposição no sentido de perdoar
pronominais, isto é, não exigem os pronomes me, se, lhe, são transi- coisa, é TD: Devemos perdoar as ofensas. (VTD). Empregase com
tivos diretos (TD). Nos outros exemplos, ambos os verbos, esquecer preposição no sentido de conceder o perdão à pessoa, é TI: Perdoe-
e lembrar, exigem o pronome e a preposição de; são transitivos mos aos nossos inimigos. (VTI). Empregase como verbo transitivo
indiretos e pronominais. No exemplo o verbo esquecer está empre- direto e indireto no sentido de ter necessidade: A mãe perdoou ao
gado no sentido de apagar da memória e o verbo lembrar está em- filho a mentira. (VTDI). Admite voz passiva: Todos serão perdoa-
pregado no sentido de vir à memória. Na língua culta, os verbos dos pelos pais.
esquecer e lembrar quando usados com a preposição de, exigem os
pronomes. Permitir: empregado com preposição, exige objeto indireto de
pessoa: O médico permitiu ao paciente que falasse. (VTI). Cons-
Implicar: empregase com preposição no sentido de ter impli- tróise com o pronome lhe e não o: O assistente permitiulhe que
cância com alguém: Nunca implico com meus alunos. (VTI). Em- entrasse. Não se usa a preposição de antes de oração infinitiva: Os
pregase sem preposição no sentido de acarretar, envolver: A queda pais não lhe permite ir sozinha à festa do Peão. (e não de ir sozi-
do dólar implica corrida ao over. (VTD); O desestímulo ao álcool nha).
combustível implica uma volta ao passado. (VTD). Empregase sem
preposição no sentido de embaraçar, comprometer: O vizinho im- Pisar: é verbo transitivo direto VTD: Tinha pisado o continen-
te brasileiro. (não exige a preposição no).
plicouo naquele caso de estupro. (VTD). É inadequada a regência do
verbo implicar em: Implicou em confusão.
Precisar: empregase com preposição no sentido de ter neces-
sidade, é VTI: As crianças carentes precisam de melhor atendi-
Informar: o verbo informar possui duas construções, VTD e
mento médico. (VTI). Quando o verbo precisar vier acompanhado
VTI: Informeio que sua aposentaria saiu. (VTD); Informeilhe que de infinítivo, podese usar a preposição de; a língua moderna ten-
sua aposentaria saiu. (VTI); Informouse das mudanças logo cedo. de a dispensála: Você é rico, não precisa trabalhar muito. Usase,
(inteirarse, verbo pronominal) às vezes na voz passiva, com sujeito indeterminado: Precisase de
funcionários competentes. (sujeito indeterminado). Empregase sem
Investir: empregase com preposição (com ou contra) no senti- preposição no sentido de indicar com exatidão: Perdeu muito di-
do de atacar, é TI: O touro Bandido investiu contra Tião. Emprega- nheiro no jogo, mas não sabe precisar a quantia. (VTD).
do como verbo transitivo direto e índireto, no sentido de dar posse:
O prefeito investiu Renata no cargo de assessora. (VTDI). Emprega- Preferir: empregase sem preposição no sentido de ter prefe-
se sem preposição no sentido também de empregar dinheiro, é TD: rência. (sem escolha): Prefiro dias mais quentes. (VTD). Preferir
Nós investimos parte dos lucros em pesquisas científicas. (VTD). VTDI, no sentido de ter preferência, exige a preposição a: Prefiro
dançar a nadar; Prefiro chocolate a doce de leite. Na linguagem
Morar: antes de substantivo rua, avenida, usase morar com a formal, culta, é inadequado usar este verbo reforçado pelas palavras
preposição em: D. Marina Falcão mora na Rua Dorival de Barros. ou expressões: antes, mais, muito mais, mil vezes mais, do que.

Didatismo e Conhecimento 77
LÍNGUA PORTUGUESA
Presidir: empregase com objeto direto ou objeto indireto, com Casos Especiais
a preposição a: O reitor presidiu à sessão; O reitor presidiu a sessão.
Darse ao trabalho ou darse o trabalho? Ambas as constru-
Prevenir: admite as construções: A paciência previne dissabo- ções são corretas. A primeira é mais aceita: Davase ao trabalho
res; Preveni minha turma; Quero prevenilos; Prevenimonos para o de responder tudo em Inglês. O mesmo se dá com: darse ao / o
exame final. incômodo; poupar-se ao /o trabalho; darse ao /o luxo.
Proceder: empregase como verbo intransitivo no sentido de ter Proporse alguma coisa ou proporse a alguma coisa? Pro-
fundamento: Sua tese não procede. (VI). Empregase com a prepo- porse, no sentido de ter em vista, disporse a, pode vir com ou
sição de no sentido de originarse, vir de: Muitos males da huma-
sem a preposição a: Ela se propôs leválo/ a leválo ao circo.
nidade procedem da falta de respeito ao próximo. Empregase como
transitivo indireto com a preposição a, no sentido de dar início: Pro-
cederemos a uma investigação rigorosa. (VTI) Passar revista a ou passar em revista? Ambas estão corretas,
porém a segunda construção é mais frequente: O presidente pas-
Querer: empregase sem preposição no sentido de desejar: sou a tropa em revista.
Quero vêlo ainda hoje. (VTD). Empregase com preposição no sen-
tido de gostar, ter afeto, amar: Quero muito bem às minhas cunha- Em que pese a - expressão concessiva equivalendo a ainda
das Vera e Ceiça. que custe a, apesar de, não obstante: “Em que pese aos inimi-
gos do paraense, sinceramente confesso que o admiro.” (Graci-
Residir: como o verbo morar, o verbo responder, constróise liano Ramos)
com a preposição em: Residimos em Lucélia, na Avenida Interna-
cional. Residente e residência têm a mesma regencia de residir em. Observações Finais

Responder: empregase no sentido de responder alguma coisa Os verbos transitivos indiretos (exceção ao verbo obedecer),
a alguém: O senador respondeu ao jornalista que o projeto do rio não admitem voz passiva. Os exemplos citados abaixo são con-
São Francisco estava no final. (VTDI). Empregase no sentido de siderados inadequados.
responder a uma carta, a uma pergunta: Enrolou, enrolou e não res- O filme foi assistido pelos estudantes; O cargo era visado
pondeu à pergunta do professor. por todos; Os estudantes assistiram ao filme; Todos visavam ao
cargo.
Reverter: empregase no sentido de regressar, voltar ao estado
Não se deve dar o mesmo complemento a verbos de regên-
primitivo: Depois de aposentarse reverteu à ativa. Empregase no
sentido de voltar para a posse de alguém: As jóias reverterão ao seu cias diferentes, como: Entrou e saiu de casa; Assisti e gostei da
verdadeiro dono. Empregase no sentido de destinarse: A renda da peça. Corrijase para: Entrou na casa e saiu dela; Assisti à peça
festa será revertida em beneficio da Casa da Sopa. e gostei dela.
As formas oblíquas o, a, os, as funcionam como comple-
Simpatizar / Antipatizar: empregamse com a preposição com: mento de verbos transitivos diretos, enquanto as formas lhe, lhes
Sempre simpatizei com pessoas negras; Antipatizei com ela desde funcionam como transitivos indiretos que exigem a preposição
o primeiro momento. Estes verbos não são pronominais, isto é, não a. Convidei as amigas. Convideias; Obedeço ao mestre. Obedeço
exigem os pronomes me, se, nos, etc: Simpatizeime com você. (ina- lhe.
dequado); Simpatizei com você. (adequado)
Questões:
Subir: Subiu ao céu; Subir à cabeça; Subir ao trono; Subir ao
poder. Essas expressões exigem a preposição a. 01. Assinale a única alternativa que está de acordo com as
normas de regência da língua culta.
Suceder: empregase com a preposição a no sentido de substi- a) avisei-o de que não desejava substituí-Io na presidência,
tuir, vir depois: O descanso sucede ao trabalho. pois apesar de ter sempre servido à instituição, jamais aspirei a
tal cargo;
Tocar: empregase no sentido de pôr a mão, tocar alguém, to-
b) avisei-lhe de que não desejava substituí-lo na presidência,
car em alguém: Não deixava tocar o / no gato doente. Empregase
pois apesar de ter sempre servido a instituição, jamais aspirei a
no sentido de comover, sensibilizar, usase com OD: O nascimento
do filho tocouo profundamente. Empregase no sentido de caber por tal cargo;
sorte, herança, é OI: Tocoulhe, por herança, uma linda fazenda. Em- c) avisei-o de que não desejava substituir- lhe na presidên-
pregase no sentido de ser da competência de, caber: Ao prefeito é cia, pois apesar de ter sempre servido à instituição, jamais aspirei
que toca deferir ou indeferir o projeto. tal cargo;
d) avisei-lhe de que não desejava substituir-lhe na presidên-
Visar: empregase sem preposição, como VTD, no sentido de cia, pois apesar de ter sempre servido à instituição, jamais aspirei
apontar ou pôr visto: O garoto visou o inocente passarinho; O ge- a tal cargo;
rente visou a correspondência. Empregase com preposição, como e) avisei-o de que não desejava substituí-lo na presidência,
VTI, no sentido de desejar, pretender: Todos visam ao reconheci- pois apesar de ter sempre servido a instituição, jamais aspirei tal
mento de seus esforços. cargo.

Didatismo e Conhecimento 78
LÍNGUA PORTUGUESA
02. Assinale a opção em que o verbo chamar é empregado com o 09. Em qual das opções abaixo o uso da preposição acarreta
mesmo sentido que apresenta em __ “No dia em que o chamaram de mudança total no sentido do verbo?
Ubirajara, Quaresma ficou reservado, taciturno e mudo”: a) usei todos os ritmos da metrificação portuguesa. /usei de to-
a) pelos seus feitos, chamaram-lhe o salvador da pátria; dos os ritmos da metrificação portuguesa;
b) bateram à porta, chamando Rodrigo; b) cuidado, não bebas esta água./ cuidado, não bebas desta água;
c) naquele momento difícil, chamou por Deus e pelo Diabo; c) enraivecido, pegou a vara e bateu no animal./ enraivecido,
d) o chefe chamou-os para um diálogo franco; pegou da vara e bateu no animal;
e) mandou chamar o médico com urgência. d) precisou a quantia que gastaria nas férias./ precisou da quan-
tia que gastaria nas férias;
03. Assinale a opção em que o verbo assistir é empregado com o e) a enfermeira tratou a ferida com cuidado. / a enfermeira tra-
mesmo sentido que apresenta em “não direi que assisti às alvoradas tou da ferida com cuidado.
do romantismo”.
a) não assiste a você o direito de me julgar; 10. Assinale o mau emprego do vocábulo “onde”:
b) é dever do médico assistir a todos os enfermos; a) todas as ocasiões onde nos vimos às voltas com problemas no
c) em sua administração, sempre foi assistido por bons conse- trabalho, o superintendente nos ajudou;
lheiros; b) por toda parte, onde quer que fôssemos, encontrávamos co-
d) não se pode assistir indiferente a um ato de injustiça; legas;
e) o padre lhe assistiu nos derradeiros momentos. c) não sei bem onde foi publicado o edital;
d) onde encontraremos quem nos forneça as informações de
04. Em todas as alternativas, o verbo grifado foi empregado com que necessitamos;
regência certa, exceto em: e) os processos onde podemos encontrar dados para o relatório
a) a vista de José Dias lembrou-me o que ele me dissera. estão arquivados
b) estou deserto e noite, e aspiro sociedade e luz.
c) custa-me dizer isto, mas antes peque por excesso; Respostas: 1-A / 2-A / 3-D / 4-B / 5-D / 6-B / 7-B / 8-E / 9-D
d) redobrou de intensidade, como se obedecesse a voz do mágico; / 10-B /
e) quando ela morresse, eu lhe perdoaria os defeitos.

05. O verbo chamar está com a regência incorreta em:


a) chamo-o de burguês, pois você legitima a submissão das mu- SINTAXE DE CONCORDÂNCIA
lheres;
b) como ninguém assumia, chamei-lhes de discriminadores;
c) de repente, houve um nervosismo geral e chamaram-nas de
feministas; A concordância consiste no mecanismo que leva as palavras a
d) apesar de a hora ter chegado, o chefe não chamou às feministas adequarem-se umas às outras harmonicamente na construção frasal.
a sua seção; É o princípio sintático segundo o qual as palavras dependentes se
e) as mulheres foram para o local do movimento, que elas cha- harmonizam, nas suas flexões, com as palavras de que dependem.
maram de maternidade. “Concordar” significa “estar de acordo com”. Assim, na con-
cordância, tanto nominal quanto verbal, os elementos que compõem
06. Assinale o exemplo, em que está bem empregada a constru- a frase devem estar em consonância uns com os outros.
ção com o verbo preferir: Essa concordância poderá ser feita de duas formas: gramati-
a) preferia ir ao cinema do que ficar vendo televisão; cal ou lógica (segue os padrões gramaticais vigentes); atrativa ou
b) preferia sair a ficar em casa; ideológica (dá ênfase a apenas um dos vários elementos, com valor
c) preferia antes sair a ficar em casa; estilístico).
d) preferia mais sair do que ficar em casa;
e) antes preferia sair do que ficar em casa. Concordância Nominal: adequação entre o substantivo e os
elementos que a ele se referem (artigo, pronome, adjetivo).
07. Assinale a opção em que o verbo lembrar está empregado de Concordância Verbal: variação do verbo, conformando-se ao
maneira inaceitável em relação à norma culta da língua: número e à pessoa do sujeito.
a) pediu-me que o lembrasse a meus familiares;
b) é preciso lembrá-lo o compromisso que assumiu conosco; Concordância Nominal
c) lembrou-se mais tarde que havia deixado as chaves em casa;
d) não me lembrava de ter marcado médico para hoje; Concordância do adjetivo adjunto adnominal: a concordância
e) na hora das promoções, lembre-se de mim. do adjetivo, com a função de adjunto adnominal, efetua-se de acordo
com as seguintes regras gerais:
08. O verbo sublinhado foi empregado corretamente, exceto em: O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo
a) aspiro à carreira militar desde criança; a que se refere. Exemplo: O alto ipê cobre-se de flores amarelas.
b) dado o sinal, procedemos à leitura do texto. O adjetivo que se refere a mais de um substantivo de gênero ou
c) a atitude tomada implicou descontentamento; número diferentes, quando posposto, poderá concordar no mascu-
d) prefiro estudar Português a estudar Matemática; lino plural (concordância mais aconselhada), ou com o substantivo
e) àquela hora, custei a encontrar um táxi disponível. mais próximo. Exemplo:

Didatismo e Conhecimento 79
LÍNGUA PORTUGUESA
- No masculino plural: - Quando o sujeito é composto e constituído por substantivos do
“Tinha as espáduas e o colo feitos de encomenda para os ves- mesmo gênero, o predicativo deve concordar no plural e no gênero
tidos decotados.” (Machado de Assis) deles:
“Os arreios e as bagagens espalhados no chão, em roda.” O mar e o céu estavam serenos.
(Herman Lima) A ciência e a virtude são necessárias.
“Ainda assim, apareci com o rosto e as mãos muito marca- “Torvos e ferozes eram o gesto e os meneios destes homens sem
dos.” (Carlos Povina Cavalcânti) disciplina,” (Alexandre Herculano)
“...grande número de camareiros e camareiras nativos.” (Éri-
co Veríssimo) - Sendo o sujeito composto e constituído por substantivos de
gêneros diversos, o predicativo concordará no masculino plural:
- Com o substantivo mais próximo: O vale e a montanha são frescos.
A Marinha e o Exército brasileiro estavam alerta. “O céu e as árvores ficariam assombrados.” (Machado de Assis)
Longos eram os dias e as noites para o prisioneiro.
Músicos e bailarinas ciganas animavam a festa.
“O César e a irmã são louros.” (Antônio Olinto)
“...toda ela (a casa) cheirando ainda a cal, a tinta e a barro
fresco.” (Humberto de Campos)
- Se o sujeito for representado por um pronome de tratamento,
“Meu primo estava saudoso dos tempos da infância e falava a concordância se efetua com o sexo da pessoa a quem nos referi-
dos irmãos e irmãs falecidas.” (Luís Henrique Tavares) mos:
Vossa Senhoria ficará satisfeito, eu lhe garanto.
- Anteposto aos substantivos, o adjetivo concorda, em geral, “Vossa Excelência está enganado, Doutor Juiz.” (Ariano Suas-
com o mais próximo: suna)
“Escolhestes mau lugar e hora...” (Alexandre Herculano) Vossas Excelências, senhores Ministros, são merecedores de
“...acerca do possível ladrão ou ladrões.” (Antônio Calado) nossa confiança.
Velhas revistas e livros enchiam as prateleiras. Vossa Alteza foi bondoso. (com referência a um príncipe)
Velhos livros e revistas enchiam as prateleiras.
O predicativo aparece às vezes na forma do masculino singular
Seguem esta regra os pronomes adjetivos: A sua idade, sexo e nas estereotipadas locuções é bom, é necessário, é preciso, etc., embo-
profissão.; Seus planos e tentativas.; Aqueles vícios e ambições.; ra o sujeito seja substantivo feminino ou plural:
Por que tanto ódio e perversidade?; “Seu Príncipe e filhos”. Mui- Bebida alcoólica não é bom para o fígado.
tas vezes é facultativa a escolha desta ou daquela concordância, “Água de melissa é muito bom.” (Machado de Assis)
mas em todos os casos deve subordinar-se às exigências da eufo- “É preciso cautela com semelhantes doutrinas.” (Camilo Castelo
nia, da clareza e do bom gosto. Branco)
“Hormônios, às refeições, não é mau.” (Aníbal Machado)
- Quando dois ou mais adjetivos se referem ao mesmo subs-
tantivo determinado pelo artigo, ocorrem dois tipos de constru- Observe-se que em tais casos o sujeito não vem determinado pelo
ção, um e outro legítimos. Exemplos: artigo e a concordância se faz não com a forma gramatical da palavra,
Estudo as línguas inglesa e francesa. mas com o fato que se tem em mente:
Estudo a língua inglesa e a francesa. Tomar hormônios às refeições não é mau.
Os dedos indicador e médio estavam feridos. É necessário ter muita fé.
O dedo indicador e o médio estavam feridos.
Havendo determinação do sujeito, ou sendo preciso realçar o pre-
dicativo, efetua-se a concordância normalmente:
- Os adjetivos regidos da preposição de, que se referem a
É necessária a tua presença aqui. (= indispensável)
pronomes neutros indefinidos (nada, muito, algo, tanto, que,
“Se eram necessárias obras, que se fizessem e largamente.” (Eça
etc.), normalmente ficam no masculino singular: de Queirós)
Sua vida nada tem de misterioso. “Seriam precisos outros três homens.” (Aníbal Machado)
Seus olhos têm algo de sedutor. “São precisos também os nomes dos admiradores.” (Carlos de
Todavia, por atração, podem esses adjetivos concordar com o Laet)
substantivo (ou pronome) sujeito:
“Elas nada tinham de ingênuas.” (José Gualda Dantas) Concordância do predicativo com o objeto: A concordância do
adjetivo predicativo com o objeto direto ou indireto subordina-se às
Concordância do adjetivo predicativo com o sujeito: a con- seguintes regras gerais:
cordância do adjetivo predicativo com o sujeito realiza-se con-
soante as seguintes normas: - O adjetivo concorda em gênero e número com o objeto quan-
do este é simples:
- O predicativo concorda em gênero e número com o sujeito Vi ancorados na baía os navios petrolíferos.
simples: “Olhou para suas terras e viu-as incultas e maninhas.” (Carlos
A ciência sem consciência é desastrosa. de Laet)
Os campos estavam floridos, as colheitas seriam fartas. O tribunal qualificou de ilegais as nomeações do ex-prefeito.
É proibida a caça nesta reserva. A noite torna visíveis os astros no céu límpido.

Didatismo e Conhecimento 80
LÍNGUA PORTUGUESA
- Quando o objeto é composto e constituído por elementos Os substantivos sendo sinônimos, o pronome concorda com
do mesmo gênero, o adjetivo se flexiona no plural e no gênero o mais próximo: “Ó mortais, que cegueira e desatino é o nosso!”
dos elementos: (Manuel Bernardes)
A justiça declarou criminosos o empresário e seus auxiliares.
Deixe bem fechadas a porta e as janelas. - Os pronomes um... outro, quando se referem a substantivos
de gênero diferentes, concordam no masculino:
- Sendo o objeto composto e formado de elementos de gênero Marido e mulher viviam em boa harmonia e ajudavam-se um
diversos, o adjetivo predicativo concordará no masculino plural: ao outro.
Tomei emprestados a régua e o compasso. “Repousavam bem perto um do outro a matéria e o espíri-
Achei muito simpáticos o príncipe e sua filha. to.” (Alexandre Herculano)
“Vi setas e carcás espedaçados”. (Gonçalves Dias) Nito e Sônia casaram cedo: um por amor, o outro, por inte-
Encontrei jogados no chão o álbum e as cartas. resse.

- Se anteposto ao objeto, poderá o predicativo, neste caso, A locução um e outro, referida a indivíduos de sexos diferen-
concordar com o núcleo mais próximo: tes, permanece também no masculino: “A mulher do colchoeiro
É preciso que se mantenham limpas as ruas e os jardins. escovou-lhe o chapéu; e, quando ele [Rubião] saiu, um e outro
Segue as mesmas regras o predicativo expresso pelos subs- agradeceram-lhe muito o benefício da salvação do filho.” (Macha-
tantivos variáveis em gênero e número: Temiam que as tomassem do de Assis)
por malfeitoras; Considero autores do crime o comerciante e sua
empregada. O substantivo que se segue às locuções um e outro e nem ou-
tro fica no singular. Exemplos: Um e outro livro me agradaram;
Concordância do particípio passivo: Na voz passiva, o par- Nem um nem outro livro me agradaram.
ticípio concorda em gênero e número com o sujeito, como os ad-
jetivos: Outros casos de concordância nominal: Registramos aqui
Foi escolhida a rainha da festa. alguns casos especiais de concordância nominal:
Foi feita a entrega dos convites.
Os jogadores tinham sido convocados. - Anexo, incluso, leso. Como adjetivos, concordam com o
O governo avisa que não serão permitidas invasões de pro- substantivo em gênero e número:
priedades. Anexa à presente, vai a relação das mercadorias.
Vão anexos os pareceres das comissões técnicas.
Quando o núcleo do sujeito é, como no último exemplo, um Remeto-lhe, anexas, duas cópias do contrato.
coletivo numérico, pode-se, em geral, efetuar a concordância com Remeto-lhe, inclusa, uma fotocópia do recibo.
o substantivo que o acompanha: Centenas de rapazes foram vis- Os crimes de lesa-majestade eram punidos com a morte.
tos pedalando nas ruas; Dezenas de soldados foram feridos em Ajudar esses espiões seria crime de lesa-pátria.
combate.
Referindo-se a dois ou mais substantivos de gênero diferen- Observação: Evite a locução em anexo.
tes, o particípio concordará no masculino plural: Atingidos por
mísseis, a corveta e o navio foram a pique; “Mas achei natural que - A olhos vistos. Locução adverbial invariável. Significa visi-
o clube e suas ilusões fossem leiloados.” (Carlos Drummond de velmente.
Andrade) “Lúcia emagrecia a olhos vistos”. (Coelho Neto)
“Zito envelhecia a olhos vistos.” (Autren Dourado)
Concordância do pronome com o nome:
- Só. Como adjetivo, só [sozinho, único] concorda em número
- O pronome, quando se flexiona, concorda em gênero e nú- com o substantivo. Como palavra denotativa de limitação, equiva-
mero com o substantivo a que se refere: lente de apenas, somente, é invariável.
“Martim quebrou um ramo de murta, a folha da tristeza, e Eles estavam sós, na sala iluminada.
deitou-o no jazido de sua esposa”. (José de Alencar) Esses dois livros, por si sós, bastariam para torná-los célebre.
“O velho abriu as pálpebras e cerrou-as logo.” (José de Alen- Elas só passeiam de carro.
car) Só eles estavam na sala.

- O pronome que se refere a dois ou mais substantivos de gê- Forma a locução a sós [=sem mais companhia, sozinho]: Es-
neros diferentes, flexiona-se no masculino plural: távamos a sós. Jesus despediu a multidão e subiu ao monte para
“Salas e coração habita-os a saudade”” (Alberto de Oliveira) orar a sós.
“A generosidade, o esforço e o amor, ensinaste-os tu em toda
a sua sublimidade.” (Alexandre Herculano) - Possível. Usado em expressões superlativas, este adjetivo
Conheci naquela escola ótimos rapazes e moças, com os quais ora aparece invariável, ora flexionado:
fiz boas amizades. “A volta, esperava-nos sempre o almoço com os pratos mais
“Referi-me à catedral de Notre-Dame e ao Vesúvio familiar- requintados possível.” (Maria Helena Cardoso)
mente, como se os tivesse visto.” (Graciliano Ramos) “Estas frutas são as mais saborosas possível.” (Carlos Góis)

Didatismo e Conhecimento 81
LÍNGUA PORTUGUESA
“A mania de Alice era colecionar os enfeites de louça mais - Meio. Usada como advérbio, no sentido de um pouco, esta
grotescos possíveis.” (ledo Ivo) palavra é invariável. Exemplos:
“... e o resultado obtido foi uma apresentação com movimen- A porta estava meio aberta.
tos os mais espontâneos possíveis.” (Ronaldo Miranda) As meninas ficaram meio nervosas.
Os sapatos eram meio velhos, mas serviam.
Como se vê dos exemplos citados, há nítida tendência, no
português de hoje, para se usar, neste caso, o adjetivo possível no - Bastante. Varia quando adjetivo, sinônimo de suficiente:
plural. O singular é de rigor quando a expressão superlativa inicia Não havia provas bastantes para condenar o réu.
com a partícula o (o mais, o menos, o maior, o menor, etc.) Duas malas não eram bastantes para as roupas da atriz.
Os prédios devem ficar o mais afastados possível.
Ele trazia sempre as unhas o mais bem aparadas possível. Fica invariável quando advérbio, caso em que modifica um
O médico atendeu o maior número de pacientes possível. adjetivo:
As cordas eram bastante fortes para sustentar o peso.
- Adjetivos adverbiados. Certos adjetivos, como sério, claro, Os emissários voltaram bastante otimistas.
caro, barato, alto, raro, etc., quando usados com a função de advér- “Levi está inquieto com a economia do Brasil. Vê que se apro-
bios terminados em – mente, ficam invariáveis: ximam dias bastante escuros.” (Austregésilo de Ataíde)
Vamos falar sério. [sério = seriamente]
Penso que falei bem claro, disse a secretária. - Menos. É palavra invariável:
Esses produtos passam a custar mais caro. [ou mais barato] Gaste menos água.
Estas aves voam alto. [ou baixo] À noite, há menos pessoas na praça.

Junto e direto ora funcionam como adjetivos, ora como ad- Questões:
vérbios:
“Jorge e Dante saltaram juntos do carro.” (José Louzeiro) 01. Assinale a frase que encerra um erro de concordância no-
“Era como se tivessem estado juntos na véspera.” (Autram minal:
Dourado). a) Estavam abandonadas a casa, o templo e a vila.
“Elas moram junto há algum tempo.” (José Gualda Dantas) b) Ela chegou com o rosto e as mãos feridas.
“Foram direto ao galpão do engenheiro-chefe.” (Josué Gui- c) Decorrido um ano e alguns meses, lá voltamos.
marães) d) Decorridos um ano e alguns meses, lá voltamos.
e) Ela comprou dois vestidos cinza.
- Todo. No sentido de inteiramente, completamente, costuma-
-se flexionar, embora seja advérbio: 02. Enumere a segunda coluna pela primeira (adjetivo pos-
Esses índios andam todos nus. posto):
Geou durante a noite e a planície ficou toda (ou todo) branca. (1) velhos
As meninas iam todas de branco. (2) velhas
A casinha ficava sob duas mangueiras, que a cobriam toda. ( ) camisa e calça.
( ) chapéu e calça.
Mas admite-se também a forma invariável: ( ) calça e chapéu.
Fiquei com os cabelos todo sujos de terá. ( ) chapéu e paletó.
Suas mãos estavam todo ensangüentadas. ( ) chapéu e camisa.

- Alerta. Pela sua origem, alerta (=atentamente, de prontidão, a) 1-2-1-1-2


em estado de vigilância) é advérbio e, portanto, invariável: b) 2-2-1-1-2
Estamos alerta. c) 2-1-1-1-1
Os soldados ficaram alerta. d) 1-2-2-2-2
“Todos os sentidos alerta funcionam.” (Carlos Drummond de e) 2-1-1-1-2
Andrade)
“Os brasileiros não podem deixar de estar sempre alerta.” 03. Complete os espaços com um dos nomes colocados nos
(Martins de Aguiar) parênteses.
a) Será que é ____ essa confusão toda? (necessário/ necessá-
Contudo, esta palavra é, atualmente, sentida antes como adje- ria)
tivo, sendo, por isso, flexionada no plural: b) Quero que todos fiquem ____. (alerta/ alertas)
Nossos chefes estão alertas. (=vigilantes) c) Houve ____ razões para eu não voltar lá. (bastante/ bas-
Papa diz aos cristãos que se mantenham alertas. tantes)
“Uma sentinela de guarda, olhos abertos e sentidos alertas, d) Encontrei ____ a sala e os quartos. (vazia/vazios)
esperando pelo desconhecido...” (Assis Brasil, Os Crocodilos, p. e) A dona do imóvel ficou ____ desiludida com o inquilino.
25) (meio/ meia)

Didatismo e Conhecimento 82
LÍNGUA PORTUGUESA
04. “Na reunião do Colegiado, não faltou, no momento em Respostas:
que as discussões se tornaram mais violentas, argumentos e opi-
niões veementes e contraditórias.” No trecho acima, há uma in- 01-A / 02-C
fração as normas de concordância.
a) Reescreva-o com devida correção. 03. a) necessária b) alerta c) bastantes d) vazia e) meio
b) Justifique a correção feita.
04. a) “Na reunião do colegiado, não faltaram, no momento
05. Reescrever as frases abaixo, corrigindo-as quando ne- em que as discussões se tornaram mais violentas, argumentos e
opiniões veementes e contraditórias.”
cessário.
b) Concorda com o sujeito “argumentos e opiniões”.
a) “Recebei, Vossa Excelência, os processos de nossa esti-
ma, pois não podem haver cidadãos conscientes sem educação.”
05. a) “Receba, Vossa Excelência, os protestos de nossa esti-
b) “Os projetos que me enviaram estão em ordem; devolvê- ma, pois não pode haver cidadãos conscientes sem a educação.”
-los-ei ainda hoje, conforme lhes prometi.” b)  A frase está correta.

06. Como no exercício anterior. 06. a) “Ele informou aos colegas que havia perdido (ou: ele
a) “Ele informou aos colegas de que havia perdido os docu- informou os colegas de que havia perdido os documentos de cuja
mentos cuja originalidade duvidamos.” originalidade duvidamos.”
b) “Depois de assistir algumas aulas, eu preferia mais ficar b) “Depois de assistir algumas aulas, eu preferia ficar no
no pátio do que continuar dentro da classe.” pátio a continuar dentro da classe.”

07. A frase em que a concordância nominal está correta é: 07-E / 08-E / 09-D / 10-C
a) A vasta plantação e a casa grande caiados há pouco tempo
era o melhor sinal de prosperidade da família. Concordância Verbal
b) Eles, com ar entristecidos, dirigiram-se ao salão onde se
encontravam as vítimas do acidente. O verbo concorda com o sujeito, em harmonia com as seguin-
c) Não lhe pareciam útil aquelas plantas esquisitas que ele tes regras gerais:
cultivava na sua pacata e linda chácara do interior.
- O sujeito é simples: O sujeito sendo simples, com ele con-
d) Quando foi encontrado, ele apresentava feridos a perna e
cordará o verbo em número e pessoa. Exemplos:
o braço direitos, mas estava totalmente lúcido.
e) Esses livro e caderno não são meus, mas poderão ser im-
Verbo depois do sujeito:
portante para a pesquisa que estou fazendo. “As saúvas eram uma praga.” (Carlos Povina Cavalcânti)
“Tu não és inimiga dele, não? (Camilo Castelo Branco)
08. Assinale a alternativa em que, pluralizando-se a frase, as “Vós fostes chamados à liberdade, irmãos.” (São Paulo)
palavras destacadas permanecem invariáveis:
a) Este é o meio mais exato para você resolver o problema: Verbo antes do sujeito:
estude só. Acontecem tantas desgraças neste planeta!
b) Meia palavra, meio tom - índice de sua sensatez. Não faltarão pessoas que nos queiram ajudar.
c) Estava só naquela ocasião; acreditei, pois em sua meia A quem pertencem essas terras?
promessa.
d) Passei muito inverno só. - O sujeito é composto e da 3ª pessoa
e) Só estudei o elementar, o que me deixa meio apreensivo.
O sujeito, sendo composto e anteposto ao verbo, leva geral-
09. Aponte o erro de concordância nominal. mente este para o plural. Exemplos:
a) Andei por longes terras.
b) Ela chegou toda machucada. “A esposa e o amigo seguem sua marcha.” (José de Alencar)
c) Carla anda meio aborrecida. “Poti e seus guerreiros o acompanharam.” (José de Alencar)
“Vida, graça, novidade, escorriam-lhe da alma como de uma
d) Elas não progredirão por si mesmo.
fonte perene.” (Machado de Assis)
e) Ela própria nos procurou.
É licito (mas não obrigatório) deixar o verbo no singular:
10. Assinale o erro de concordância nominal. - Quando o núcleo dos sujeitos são sinônimos:
a) – Muito obrigada, disse ela. “A decência e honestidade ainda reinava.” (Mário Barreto)
b) Só as mulheres foram interrogadas. “A coragem e afoiteza com que lhe respondi, perturbou-o...”
c) Eles estavam só. (Camilo Castelo Branco)
d) Já era meio-dia e meia. “Que barulho, que revolução será capaz de perturbar esta se-
e) Sós, ficaram tristes. renidade?” (Graciliano Ramos)

Didatismo e Conhecimento 83
LÍNGUA PORTUGUESA
- Quando os núcleos do sujeito formam sequência gradativa: - O verbo irá para o plural se a idéia por ele expressa se refe-
Uma ânsia, uma aflição, uma angústia repentina começou a rir ou puder ser atribuída a todos os núcleos do sujeito:
me apertar à alma. “Era tão pequena a cidade, que um grito ou gargalhada forte
a atravessavam de ponta a ponta.” (Aníbal Machado) (Tanto um
Sendo o sujeito composto e posposto ao verbo, este poderá grito, como uma gargalhada, atravessavam a cidade.)
concordar no plural ou com o substantivo mais próximo: “Naquela crise, só Deus ou Nossa Senhora podiam acudir-
“Não fossem o rádio de pilha e as revistas, que seria de Eli- -lhe.” (Camilo Castelo Branco)
sa?” (Jorge Amado)
Há, no entanto, em bons autores, ocorrência de verbo no sin-
“Enquanto ele não vinha, apareceram um jornal e uma vela.”
gular:
(Ricardo Ramos) “A glória ou a vergonha da estirpe provinha de atos indivi-
“Ali estavam o rio e as suas lavadeiras.” (Carlos Povina Ca- duais.” (Vivaldo Coaraci)
valcânti) “Há dessas reminiscências que não descansam antes que a
... casa abençoada onde paravam Deus e o primeiro dos seus pena ou a língua as publique.” (Machado de Assis)
ministros.” (Carlos de Laet) “Um príncipe ou uma princesa não casa sem um vultoso
dote.” (Viriato Correia)
Aconselhamos, nesse caso, usar o verbo no plural.
- Núcleos do sujeito unidos pela preposição com: Usa-se
- O sujeito é composto e de pessoas diferentes mais frequentemente o verbo no plural quando se atribui a mesma
importância, no processo verbal, aos elementos do sujeito unidos
Se o sujeito composto for de pessoas diversas, o verbo se fle- pela preposição com. Exemplos:
xiona no plural e na pessoa que tiver prevalência. (A 1ª pessoa Manuel com seu compadre construíram o barracão.
“Eu com outros romeiros vínhamos de Vigo...” (Camilo Cas-
prevalece sobre a 2ª e a 3ª; a 2ª prevale sobre a 3ª):
telo Branco)
“Foi o que fizemos Capitu e eu.” (Machado de Assis) (ela e “Ele com mais dois acercaram-se da porta.” (Camilo Castelo
eu = nós) Branco)
“Tu e ele partireis juntos.” (Mário Barreto) (tu e ele = vós)
Você e meu irmão não me compreendem. (você e ele = vocês) Pode se usar o verbo no singular quando se deseja dar relevân-
cia ao primeiro elemento do sujeito e também quando o verbo vier
Muitas vezes os escritores quebram a rigidez dessa regra: antes deste. Exemplos:
- Ora fazendo concordar o verbo com o sujeito mais próximo, O bispo, com dois sacerdotes, iniciou solenemente a missa.
quando este se pospõe ao verbo: O presidente, com sua comitiva, chegou a Paris às 5h da tarde.
“Já num sublime e público teatro se assenta o rei inglês com
“O que resta da felicidade passada és tu e eles.” (Camilo Cas- toda a corte.” (Luís de Camões)
telo Branco)
“Faze uma arca de madeira; entra nela tu, tua mulher e teus - Núcleos do sujeito unidos por nem: Quando o sujeito é for-
mado por núcleos no singular unidos pela conjunção nem, usa-se,
filhos.” (Machado de Assis)
comumente, o verbo no plural. Exemplos:
Nem a riqueza nem o poder o livraram de seus inimigos.
- Ora preferindo a 3ª pessoa na concorrência tu + ele (tu + Nem eu nem ele o convidamos.
ele = vocês em vez de tu + ele = vós): “Nem o mundo, nem Deus teriam força para me constranger
a tanto.” (Alexandre Herculano)
“...Deus e tu são testemunhas...” (Almeida Garrett) “Nem a Bíblia nem a respeitabilidade lhe permitem praguejar
“Juro que tu e tua mulher me pagam.” (Coelho Neto) alto.” (Eça de Queirós)

As normas que a seguir traçamos têm, muitas vezes, valor re- É preferível a concordância no singular:
lativo, porquanto a escolha desta ou daquela concordância depen-
de, freqüentemente, do contexto, da situação e do clima emocional - Quando o verbo precede o sujeito:
que envolvem o falante ou o escrevente. “Não lhe valeu a imensidade azul, nem a alegria das flores,
nem a pompa das folhas verdes...” (Machado de Assis)
- Núcleos do sujeito unidos por ou Não o convidei eu nem minha esposa.
“Na fazenda, atualmente, não se recusa trabalho, nem dinhei-
ro, nem nada a ninguém.” (Guimarães Rosa)
Há duas situações a considerar:
- Quando há exclusão, isto é, quando o fato só pode ser atri-
- Se a conjunção ou indicar exclusão ou retificação, o verbo buído a um dos elementos do sujeito:
concordará com o núcleo do sujeito mais próximo: Nem Berlim nem Moscou sediará a próxima Olimpíada. (Só
Paulo ou Antônio será o presidente. uma cidade pode sediar a Olimpíada.)
O ladrão ou os ladrões não deixaram nenhum vestígio. Nem Paulo nem João será eleito governador do Acre. (Só um
Ainda não foi encontrado o autor ou os autores do crime. candidato pode ser eleito governador.)

Didatismo e Conhecimento 84
LÍNGUA PORTUGUESA
- Núcleos do sujeito correlacionados: O verbo vai para o Se o coletivo vier seguido de substantivo plural que o espe-
plural quando os elementos do sujeito composto estão ligados por cifique e anteceder ao verbo, este poderá ir para o plural, quando
uma das expressões correlativas não só... mas também, não só se quer salientar não a ação do conjunto, mas a dos indivíduos,
como também, tanto...como, etc. Exemplos: efetuando-se uma concordância não gramatical, mas ideológica:
Não só a nação mas também o príncipe estariam pobres.” “Uma grande multidão de crianças, de velhos, de mulheres
(Alexandre Herculano)
penetraram na caverna...” (Alexandre Herculano)
“Tanto a Igreja como o Estado eram até certo ponto inocen-
tes.” (Alexandre Herculano) “Uma grande vara de porcos que se afogaram de escanti-
“Tanto Noêmia como Reinaldo só mantinham relações de lhão no mar...” (Camilo Castelo Branco)
amizade com um grupo muito reduzido de pessoas.” (José Condé) “Reconheceu que era um par de besouros que zumbiam no
“Tanto a lavoura como a indústria da criação de gado não o ar.” (Machado de Assis)
demovem do seu objetivo.” (Cassiano Ricardo) “Havia na União um grupo de meninos que praticavam
esse divertimento com uma pertinácia admirável.” (Carlos Po-
- Sujeitos resumidos por tudo, nada, ninguém: Quando o su- vina Cavalcânti)
jeito composto vem resumido por um dos pronomes, tudo, nada,
ninguém, etc. o verbo concorda, no singular, com o pronome re- - A maior parte de, grande número de, etc: Sendo o sujeito
sumidor. Exemplos: uma das expressões quantitativas a maior parte de, parte de, a
Jogos, espetáculos, viagens, diversões, nada pôde satisfazê-
maioria de, grande número de, etc., seguida de substantivo ou
-lo.
“O entusiasmo, alguns goles de vinho, o gênio imperioso, es- pronome no plural, o vebo, quando posposto ao sujeito, pode ir
touvado, tudo isso me levou a fazer uma coisa única.” (Machado para o singular ou para o plural, conforme se queira efetuar uma
de Assis) concordância estritamente gramatical (com o coletivo singular)
Jogadores, árbitro, assistentes, ninguém saiu do campo. ou uma concordância enfática, expressiva, com a idéia de plura-
lidade sugerida pelo sujeito. Exemplos:
- Núcleos do sujeito designando a mesma pessoa ou coisa: O A maior parte dos indígenas respeitavam os pajés.” (Gil-
verbo concorda no singular quando os núcleos do sujeito designam berto Freire)
a mesma pessoa ou o mesmo ser. Exemplos: “A maior parte dos doidos ali metidos estão em seu perfeito
“Aleluia! O brasileiro comum, o homem do povo, o João- juízo.” (Machado de Assis)
-ninguém, agora é cédula de Cr$ 500,00!” (Carlos Drummond “A maior parte das pessoas pedem uma sopa, um prato de
Andrade)
carne e um prato de legumes.” (Ramalho Ortigão)
“Embora sabendo que tudo vai continuar como está, fica o
registro, o protesto, em nome dos telespectadores.” (Valério An- “A maior parte dos nomes podem ser empregados em senti-
drade) do definido ou em sentido indefinido.” (Mário Barreto)
Advogado e membro da instituição afirma que ela é corrupta.
Quando o verbo precede o sujeito, como nos dois últimos
- Núcleos do sujeito são infinitivos: O verbo concordará no exemplos, a concordância se efetua no singular. Como se vê dos
plural se os infinitivos forem determinados pelo artigo ou expri- exemplos supracitados, as duas concordâncias são igualmente
mirem idéias opostas; caso contrário, tanto é lícito usar o verbo no legítimas, porque têm tradição na língua. Cabe a quem fala ou
singular como no plural. Exemplos: escreve escolher a que julgar mais adequada à situação. Pode-
O comer e o beber são necessários. -se, portanto, no caso em foco, usar o verbo no plural, efetuando
Rir e chorar fazem parte da vida a concordância não com a forma gramatical das palavras, mas
Montar brinquedos e desmontá-los divertiam muito o meni-
com a ideia de pluralidade que elas encerram e sugerem à nossa
no.
“Já tinha ouvido que plantar e colher feijão não dava traba- mente. Essa concordância ideológica é bem mais expressiva que
lho.” (Carlos Povina Cavalcânti) (ou davam) a gramatical, como se pode perceber relendo as frases citadas de
Machado de Assis, Ramalho Ortigão, Ondina Ferreira e Aurélio
- Sujeito oracional: Concorda no singular o verbo cujo sujeito Buarque de Holanda, e cotejando-as com as dos autores que usa-
é uma oração: ram o verbo no singular.
Ainda falta / comprar os cartões.
Predicado Sujeito Oracional - Um e outro, nem um nem outro: O sujeito sendo uma
dessas expressões, o verbo concorda, de preferência, no plural.
Estas são realidades que não adianta esconder. Exemplos:
Sujeito de adianta: esconder que (as realidades) “Um e outro gênero se destinavam ao conhecimento...”
(Hernâni Cidade)
- Sujeito Coletivo: O verbo concorda no singular com o sujei-
to coletivo no singular. Exemplos: “Um e outro descendiam de velhas famílias do Norte.”
A multidão vociferava ameaças. (Machado de Assis)
O exército dos aliados desembarcou no sul da Itália. Uma e outra família tinham (ou tinha) parentes no Rio.
Uma junta de bois tirou o automóvel do atoleiro. “Depois nem um nem outro acharam novo motivo para diá-
Um bloco de foliões animava o centro da cidade. logo.” (Fernando Namora)

Didatismo e Conhecimento 85
LÍNGUA PORTUGUESA
- Um ou outro: O verbo concorda no singular com o sujeito Um dos meninos, que estava sentado à porta da casa, foi cha-
um ou outro: mar o pai. (Só um menino estava sentado.)
“Respondi-lhe que um ou outro colar lhe ficava bem.” (Ma- Um dos cinco homens, que assistiam àquela cena estupefa-
chado de Assis) tos, soltou um grito de protesto. (Todos os cinco homens assis-
“Uma ou outra pode dar lugar a dissentimentos.” (Machado tiam à cena.)
de Assis)
“Sempre tem um ou outro que vai dando um vintém.” (Ra- - Mais de um: O verbo concorda, em regra, no singular. O
quel de Queirós) plural será de rigor se o verbo exprimir reciprocidade, ou se o
numeral for superior a um. Exemplos:
- Um dos que, uma das que: Quando, em orações adjetivas Mais de um excursionista já perdeu a vida nesta montanha.
restritivas, o pronome que vem antecedido de um dos ou expres- Mais de um dos circunstantes se entreolharam com espanto.
são análoga, o verbo da oração adjetiva flexiona-se, em regra, no Devem ter fugido mais de vinte presos.
plural:
“O príncipe foi um dos que despertaram mais cedo.” (Ale- - Quais de vós? Alguns de nós: Sendo o sujeito um dos pro-
xandre Herculano)
nomes interrogativos quais? quantos? Ou um dos indefinidos al-
“A baronesa era uma das pessoas que mais desconfiavam de
guns, muitos, poucos, etc., seguidos dos pronomes nós ou vós,
nós.” (Machado de Assis)
o verbo concordará, por atração, com estes últimos, ou, o que é
“Areteu da Capadócia era um dos muitos médicos gregos que
mais lógico, na 3ª pessoa do plural:
viviam em Roma.” (Moacyr Scliar)
Ele é desses charlatães que exploram a crendice humana. “Quantos dentre nós a conhecemos?” (Rogério César Cer-
queira)
Essa é a concordância lógica, geralmente preferida pelos es- “Quais de vós sois, como eu, desterrados...?” (Alexandre
critores modernos. Todavia, não é prática condenável fugir ao rigor Herculano)
da lógica gramatical e usar o verbo da oração adjetiva no singular “...quantos dentre vós estudam conscienciosamente o passa-
(fazendo-o concordar com a palavra um), quando se deseja desta- do?” (José de Alencar)
car o indivíduo do grupo, dando-se a entender que ele sobressaiu Alguns de nós vieram (ou viemos) de longe.
ou sobressai aos demais:
Ele é um desses parasitas que vive à custa dos outros. Estando o pronome no singular (3ª pessoa) ficará o verbo:
“Foi um dos poucos do seu tempo que reconheceu a originali- Qual de vós testemunhou o fato?
dade e importância da literatura brasileira.” (João Ribeiro) Nenhuma de nós a conhece.
Nenhum de vós a viu?
Há gramáticas que condenam tal concordância. Por coerência, Qual de nós falará primeiro?
deveriam condenar também a comumente aceita em construções
anormais do tipo: Quais de vós sois isentos de culpa? Quantos de - Pronomes quem, que, como sujeitos: O verbo concordará,
nós somos completamente felizes? O verbo fica obrigatoriamente em regra, na 3ª pessoa, com os pronomes quem e que, em frases
no singular quando se aplica apenas ao indivíduo de que se fala, como estas:
como no exemplo: Sou eu quem responde pelos meus atos.
Jairo é um dos meus empregados que não sabe ler. (Jairo é o Somos nós quem leva o prejuízo.
único empregado que não sabe ler.) Eram elas quem fazia a limpeza da casa.
“Eras tu quem tinha o dom de encantar-me.” (Osmã Lins)
Ressalte-se, porém, que nesse caso é preferível construir a fra-
se de outro modo: Todavia, a linguagem enfática justifica a concordância com
Jairo é um empregado meu que não sabe ler. o sujeito da oração principal:
Dos meus empregados, só Jairo não sabe ler.
“Sou eu quem prendo aos céus a terra.” (Gonçalves Dias)
“Não sou eu quem faço a perspectiva encolhida.” (Ricardo
Na linguagem culta formal, ao empregar as expressões em
Ramos)
foco, o mais acertado é usar no plural o verbo da oração adjetiva:
“És tu quem dás frescor à mansa brisa.” (Gonçalves Dias)
O Japão é um dos países que mais investem em tecnologia.
Gandhi foi um dos que mais lutaram pela paz. “Nós somos os galegos que levamos a barrica.” (Camilo
O sertão cearense é uma das áreas que mais sofrem com as Castelo Branco)
secas.
Heráclito foi um dos empresários que conseguiram superar A concordância do verbo precedido do pronome relativo que
a crise. far-se-á obrigatoriamente com o sujeito do verbo (ser) da oração
principal, em frases do tipo:
Embora o caso seja diferente, é oportuno lembrar que, nas ora- Sou eu que pago.
ções adjetivas explicativas, nas quais o pronome que é separado de És tu que vens conosco?
seu antecedente por pausa e vírgula, a concordância é determinada Somos nós que cozinhamos.
pelo sentido da frase: Eram eles que mais reclamavam.

Didatismo e Conhecimento 86
LÍNGUA PORTUGUESA
Em construções desse tipo, é lícito considerar o verbo ser e a Na literatura moderna há exemplos em contrário, mas que não
palavra que como elementos expletivos ou enfatizantes, portanto devem ser seguidos:
não necessários ao enunciado. Assim: “Vendia-se seiscentos convites e aquilo ficava cheio.” (Ricar-
Sou eu que pago. (=Eu pago) do Ramos)
Somos nós que cozinhamos. (=Nós cozinhamos) “Em Paris há coisas que não se entende bem.” (Rubem Braga)
Foram os bombeiros que a salvaram. (= Os bombeiros a sal-
varam.) Nas locuções verbais formadas com os verbos auxiliares po-
Seja qual for a interpretação, o importante é saber que, neste der e dever, na voz passiva sintética, o verbo auxiliar concordará
caso, tanto o verbo ser como o outro devem concordar com o pro- com o sujeito. Exemplos:
nome ou substantivo que precede a palavra que. Não se podem cortar essas árvores. (sujeito: árvores; locução
verbal: podem cortar)
- Concordância com os pronomes de tratamento: Os prono- Devem-se ler bons livros. (=Devem ser lidos bons livros) (su-
mes de tratamento exigem o verbo na 3ª pessoa, embora se refira à jeito: livros; locução verbal: devem-se ler)
2ª pessoa do discurso: “Nem de outra forma se poderiam imaginar façanhas me-
Vossa Excelência agiu com moderação. moráveis como a do fabuloso Aleixo Garcia.” (Sérgio Buarque de
Vossas Excelências não ficarão surdos à voz do povo. Holanda)
“Espero que V.Sª. não me faça mal.” (Camilo Castelo Branco) “Em Santarém há poucas casas particulares que se possam
“Vossa Majestade não pode consentir que os touros lhe matem dizer verdadeiramente antigas.” (Almeida Garrett)
o tempo e os vassalos.” (Rebelo da Silva)
Entretanto, pode-se considerar sujeito do verbo principal a
- Concordância com certos substantivos próprios no plural: oração iniciada pelo infinitivo e, nesse caso, não há locução verbal
Certos substantivos próprios de forma plural, como Estados Uni- e o verbo auxiliar concordará no singular. Assim:
dos, Andes, Campinas, Lusíadas, etc., levam o verbo para o plural Não se pode cortar essas árvores. (sujeito: cortar essas árvo-
quando se usam com o artigo; caso contrário, o verbo concorda no res; predicado: não se pode)
singular. Deve-se ler bons livros. (sujeito: ler bons livros; predicado:
“Os Estados Unidos são o país mais rico do mundo.” (Eduardo deve-se)
Prado)
Os Andes se estendem da Venezuela à Terra do Fogo. Em síntese: de acordo com a interpretação que se escolher,
“Os Lusíadas” imortalizaram Luís de Camões. tanto é lícito usar o verbo auxiliar no singular como no plural.
Campinas orgulha-se de ter sido o berço de Carlos Gomes. Portanto:
Não se podem (ou pode) cortar essas árvores.
Tratando-se de títulos de obras, é comum deixar o verbo no Devem-se (ou deve-se) ler bons livros.
singular, sobretudo com o verbo ser seguido de predicativo no sin- “Quando se joga, deve-se aceitar as regras.” (Ledo Ivo)
gular:
“Concluo que não se devem abolir as loterias.” (Machado de
“As Férias de El-Rei é o título da novela.” (Rebelo da Silva)
Assis)
“As Valkírias mostra claramente o homem que existe por de-
trás do mago.” (Paulo Coelho)
- Verbos impessoais: Os verbos haver, fazer (na indicação do
“Os Sertões é um ensaio sociológico e histórico...” (Celso
tempo), passar de (na indicação de horas), chover e outros que
Luft)
exprimem fenômenos meteorológicos, quando usados como im-
pessoais, ficam na 3ª pessoa do singular:
A concordância, neste caso, não é gramatical, mas ideológica,
“Não havia ali vizinhos naquele deserto.” (Monteiro Lobato)
porque se efetua não com a palavra (Valkírias, Sertões, Férias de
“Havia já dois anos que nós não nos víamos.” (Machado de
El-Rei), mas com a ideia por ela sugerida (obra ou livro). Ressalte-
Assis)
-se, porém, que é também correto usar o verbo no plural:
As Valkírias mostram claramente o homem... “Aqui faz verões terríveis.” (Camilo Castelo Branco)
“Os Sertões são um livro de ciência e de paixão, de análise e “Faz hoje ao certo dois meses que morreu na forca o tal mal-
de protesto.” (Alfredo Bosi) vado...” (Camilo Castelo Branco)

- Concordância do verbo passivo: Quando apassivado pelo Observações:


pronome apassivador se, o verbo concordará normalmente com o
sujeito: - Também fica invariável na 3ª pessoa do singular o verbo que
Vende-se a casa e compram-se dois apartamentos. forma locução com os verbos impessoais haver ou fazer:
Gastaram-se milhões, sem que se vissem resultados con- Deverá haver cinco anos que ocorreu o incêndio.
cretos. Vai haver grandes festas.
“Correram-se as cortinas da tribuna real.” (Rebelo da Silva) Há de haver, sem dúvida, fortíssimas razões para ele não acei-
“Aperfeiçoavam-se as aspas, cravavam-se pregos necessá- tar o cargo.
rios à segurança dos postes...” (Camilo Castelo Branco) Começou a haver abusos na nova administração.

Didatismo e Conhecimento 87
LÍNGUA PORTUGUESA
- o verbo chover, no sentido figurado (= cair ou sobrevir em Dá-se também a concordância no singular com o sujeito que:
grande quantidade), deixa de ser impessoal e, portanto concordará “Ergo-me hoje para escrever mais uma página neste Diário
com o sujeito: que breve será cinzas como eu.” (Camilo Castelo Branco)
Choviam pétalas de flores.
“Sou aquele sobre quem mais têm chovido elogios e diatribes.” - Quando o sujeito é uma palavra ou expressão de sentido
(Carlos de Laet) coletivo ou partitivo, e o predicativo um substantivo no plural:
“Choveram comentários e palpites.” (Carlos Drummond de An- “A maioria eram rapazes.” (Aníbal Machado)
drade) A maior parte eram famílias pobres.
“E nem lá (na Lua) chovem meteoritos, permanentemente.” O resto (ou o mais) são trastes velhos.
(Raquel de Queirós) “A maior parte dessa multidão são mendigos.” (Eça de Quei-
rós)
- Na língua popular brasileira é generalizado o uso de ter, im-
pessoal, por haver, existir. Nem faltam exemplos em escritores mo- - Quando o predicativo é um pronome pessoal ou um substan-
dernos: tivo, e o sujeito não é pronome pessoal reto:
“No centro do pátio tem uma figueira velhíssima, com um banco “O Brasil, senhores, sois vós.” (Rui Barbosa)
embaixo.” (José Geraldo Vieira) “Nas minhas terras o rei sou eu.” (Alexandre Herculano)
“Soube que tem um cavalo morto, no quintal.” (Carlos Drum- “O dono da fazenda serás tu.” (Said Ali)
mond de Andrade) “...mas a minha riqueza eras tu.” (Camilo Castelo Branco)

Esse emprego do verbo ter, impessoal, não é estranho ao portu- Mas: Eu não sou ele. Vós não sois eles. Tu não és ele.
guês europeu: “É verdade. Tem dias que sai ao romper de alva e re-
- Quando o predicativo é o pronome demonstrativo o ou a
colhe alta noite, respondeu Ângela.” (Camilo Castelo Branco) (Tem
palavra coisa:
= Há)
Divertimentos é o que não lhe falta.
“Os bastidores é só o que me toca.” (Correia Garção)
- Existir não é verbo impessoal. Portanto:
“Mentiras, era o que me pediam, sempre mentiras.” ( Fernan-
Nesta cidade existem ( e não existe) bons médicos.
do Namora)
Não deviam (e não devia) existir crianças abandonadas.
“Os responsórios e os sinos é coisa importuna em Tibães.”
(Camilo Castelo Branco)
- Concordância do verbo ser: O verbo de ligação ser concorda
com o predicativo nos seguintes casos: - Nas locuções é muito, é pouco, é suficiente, é demais, é mais
que (ou do que), é menos que (ou do que), etc., cujo sujeito expri-
- Quando o sujeito é um dos pronomes tudo, o, isto, isso, ou me quantidade, preço, medida, etc.:
aquilo: “Seis anos era muito.” (Camilo Castelo Branco)
“Tudo eram hipóteses.” (Ledo Ivo) Dois mil dólares é pouco.
“Tudo isto eram sintomas graves.” (Machado de Assis) Cinco mil dólares era quanto bastava para a viagem.
Na mocidade tudo são esperanças. Doze metros de fio é demais.
“Não, nem tudo são dessemelhanças e contrastes entre Brasil e
Estados Unidos.” (Viana Moog) - Na indicação das horas, datas e distância o verbo ser é im-
pessoal (não tem sujeito) e concordará com a expressão designa-
A concordância com o sujeito, embora menos comum, é também tiva de hora, data ou distância:
lícita: Era uma hora da tarde.
“Tudo é flores no presente.” (Gonçalves Dias) “Era hora e meia, foi pôr o chapéu.” (Eça de Queirós)
“O que de mim posso oferecer-lhe é espinhos da minha coroa.” “Seriam seis e meia da tarde.” ( Raquel de Queirós)
(Camilo Castelo Branco) “Eram duas horas da tarde.” (Machado de Assis)

O verbo ser fica no singular quando o predicativo é formado de Observações:


dois núcleos no singular:
“Tudo o mais é soledade e silêncio.” (Ferreira de Castro) - Pode-se, entretanto na linguagem espontânea, deixar o ver-
bo no singular, concordando com a idéia implícita de “dia”:
- Quando o sujeito é um nome de coisa, no singular, e o predica- “Hoje é seis de março.” (J. Matoso Câmara Jr.) (Hoje é dia
tivo um substantivo plural: seis de março.)
“A cama são umas palhas.” (Camilo Castelo Branco) “Hoje é dez de janeiro.” (Celso Luft)
“A causa eram os seus projetos.” (Machado de Assis)
“Vida de craque não são rosas.” (Raquel de Queirós) - Estando a expressão que designa horas precedida da locu-
Sua salvação foram aquelas ervas. ção perto de, hesitam os escritores entre o plural e o singular:
“Eram perto de oito horas.” (Machado de Assis)
O sujeito sendo nome de pessoa, com ele concordará o verbo ser: “Era perto de duas horas quando saiu da janela.” (Machado
Emília é os encantos de sua avó. de Assis)
Abílio era só problemas. “...era perto das cinco quando saí.” (Eça de Queirós)

Didatismo e Conhecimento 88
LÍNGUA PORTUGUESA
- O verbo passar, referente a horas, fica na 3ª pessoa do sin- A primeira construção (que é a mais lógica) analisa-se deste
gular, em frases como: Quando o trem chegou, passava das sete modo.
horas. Sujeito: os livros; verbo hajam (=tenham); objeto direto: vista.
A situação é preocupante; hajam vista os incidentes de sábado.
- Locução de realce é que: O verbo ser permanece invariá- Seguida de substantivo (ou pronome) singular, a expressão, evi-
vel na expressão expletiva ou de realce é que: dentemente, permanece invariável: A situação é preocupante; haja
Eu é que mantenho a ordem aqui. (= Sou eu que mantenho vista o incidente de sábado.
a ordem aqui.)
Nós é que trabalhávamos. (= Éramos nós que trabalhávamos) - Bem haja. Mal haja: Bem haja e mal haja usam-se em frases
As mães é que devem educá-los. (= São as mães que devem optativas e imprecativas, respectivamente. O verbo concordará nor-
educá-los.) malmente com o sujeito, que vem sempre posposto:
Os astros é que os guiavam. (= Eram os astros que os guia- “Bem haja Sua Majestade!” (Camilo Castelo Branco)
vam.) Bem hajam os promovedores dessa campanha!
“Mal hajam as desgraças da minha vida...” (Camilo Castelo
Da mesma forma se diz, com ênfase: Branco)
“Vocês são muito é atrevidos.” (Raquel de Queirós)
“Sentia era vontade de ir também sentar-me numa cadeira - Concordância dos verbos bater, dar e soar: Referindo-se às
junto do palco.” (Graciliano Ramos) horas, os três verbos acima concordam regularmente com o sujeito,
“Por que era que ele usava chapéu sem aba?” (Graciliano que pode ser hora, horas (claro ou oculto), badaladas ou relógio:
Ramos) “Nisto, deu três horas o relógio da botica.” (Camilo Castelo
Branco)
Observação: O verbo ser é impessoal e invariável em cons- “Bateram quatro da manhã em três torres há um tempo...” (Má-
truções enfáticas como: rio Barreto)
Era aqui onde se açoitavam os escravos. (= Aqui se açoita- “Tinham batido quatro horas no cartório do tabelião Vaz Nu-
vam os escravos.) nes.” (Machado de Assis)
“Deu uma e meia.” (Said Ali)
Foi então que os dois se desentenderam. (= Então os dois se
desentenderam.)
Pasar, com referência a horas, no sentido de ser mais de, é verbo
impessoal, por isso fica na 3ª pessoa do singular: Quando chegamos
- Era uma vez: Por tradição, mantém-se invariável a expres-
ao aeroporto, passava das 16 horas; Vamos, já passa das oito horas
são inicial de histórias era uma vez, ainda quando seguida de
– disse ela ao filho.
substantivo plural: Era uma vez dois cavaleiros andantes.
- Concordância do verbo parecer: Em construções com o verbo
- A não ser: É geralmente considerada locução invariável,
parecer seguido de infinitivo, pode-se flexionar o verbo parecer ou o
equivalente a exceto, salvo, senão. Exemplos:
infinitivo que o acompanha:
Nada restou do edifício, a não ser escombros. As paredes pareciam estremecer. (construção corrente)
A não ser alguns pescadores, ninguém conhecia aquela As paredes parecia estremecerem. (construção literária)
praia.
“Nunca pensara no que podia sair do papel e do lápis, a não Análise da construção dois: parecia: oração principal; as pare-
ser bonecos sem pescoço...” (Carlos Drummond de Andrade) des estremeceram: oração subordinada substantiva subjetiva.
Outros exemplos:
Mas não constitui erro usar o verbo ser no plural, fazendo-o “Nervos... que pareciam estourar no minuto seguinte.” (Fer-
concordar com o substantivo seguinte, convertido em sujeito da nando Namora)
oração infinitiva. Exemplos: “Referiu-me circunstâncias que parece justificarem o procedi-
“As dissipações não produzem nada, a não serem dívidas e mento do soberano.” (Latino Coelho)
desgostos.” (Machado de Assis) “As lágrimas e os soluços parecia não a deixarem prosseguir.”
“A não serem os antigos companheiros de mocidade, nin- (Alexandre Herculano)
guém o tratava pelo nome próprio.” (Álvaro Lins) “...quando as estrelas, em ritmo moroso, parecia caminharem
“A não serem os críticos e eruditos, pouca gente manuseia no céu.” (Graça Aranha)
hoje... aquela obra.” (Latino Coelho)
Usando-se a oração desenvolvida, parecer concordará no sin-
- Haja vista: A expressão correta é haja vista, e não haja gular:
visto. Pode ser construída de três modos: “Mesmo os doentes parece que são mais felizes.” (Cecília Mei-
Hajam vista os livros desse autor. (= tenham vista, vejam- reles)
-se) “Outros, de aparência acabadiça, parecia que não podiam com
Haja vista os livros desse autor. (= por exemplo, veja) a enxada.” (José Américo)
Haja vista aos livros desse autor. (= olhe-se para, atente-se “As notícias parece que têm asas.” (Oto Lara Resende) (Isto
para os livros) é: Parece que as notícias têm asas.)

Didatismo e Conhecimento 89
LÍNGUA PORTUGUESA
Essa dualidade de sintaxe verifica-se também com o verbo ver Não nos parece, entretanto, incorreto usar o verbo no plural,
na voz passiva: “Viam-se entrar mulheres e crianças.” Ou “Via- quando o número fracionário, seguido de substantivo no plural,
-se entrarem mulheres e crianças.” tem o numerador 1, como nos exemplos:
Um terço das mortes violentas no campo acontecem no sul
- Concordância com o sujeito oracional: O verbo cujo sujeito do Pará.
é uma oração concorda obrigatoriamente na 3ª pessoa do singular: Um quinto dos homens eram de cor escura.
Parecia / que os dois homens estavam bêbedos.
Verbo sujeito (oração subjetiva) - Concordância com percentuais: O verbo deve concordar
Faltava / dar os últimos retoques. com o número expresso na porcentagem:
Verbo sujeito (oração subjetiva) Só 1% dos eleitores se absteve de votar.
Só 2% dos eleitores se abstiveram de votar.
Outros exemplos, com o sujeito oracional em destaque: Foram destruídos 20% da mata.
Não me interessa ouvir essas parlendas. “Cerca de 40% do território ficam abaixo de 200 metros.”
Anotei os livros que faltava adquirir. (faltava adquirir os li- (Antônio Hauaiss)
vros)
Esses fatos, importa (ou convém) não esquecê-los. Em casos como o da última frase, a concordância efetua-se,
São viáveis as reformas que se intenta implantar? pela lógica, no feminino (oitenta e duas entre cem mulheres), ou,
seguindo o uso geral, no masculino, por se considerar a porcenta-
- Concordância com sujeito indeterminado: O pronome se gem um conjunto numérico invariável em gênero.
pode funcionar como índice de indeterminação do sujeito. Nesse
caso, o verbo concorda obrigatoriamente na 3ª pessoa do singular. - Concordância com o pronome nós subentendido: O verbo
Exemplos; concorda com o pronome subentendido nós em frases do tipo:
Em casa, fica-se mais à vontade. Todos estávamos preocupados. (= Todos nós estávamos
Detesta-se (e não detestam-se) aos indivíduos falsos. preocupados.)
Acabe-se de vez com esses abusos!
Os dois vivíamos felizes. (=Nós dois vivíamos felizes.)
Para ir de São Paulo a Curitiba, levava-se doze horas.
“Ficamos por aqui, insatisfeitos, os seus amigos.” (Carlos
Drummond de Andrade)
- Concordância com os numerais milhão, bilhão e trilhão:
Estes substantivos numéricos, quando seguidos de substantivo no
- Não restam senão ruínas: Em frases negativas em que se-
plural, levam, de preferência, o verbo ao plural. Exemplos:
não equivale a mais que, a não ser, e vem seguido de substantivo
Um milhão de fiéis agruparam-se em procissão.
no plural, costuma-se usar o verbo no plural, fazendo-o concordar
São gastos ainda um milhão de dólares por ano para a manu-
com o sujeito oculto outras coisas. Exemplos:
tenção de cada Ciep.
Do antigo templo grego não restam senão ruínas. (Isto é: não
Meio milhão de refugiados se aproximam da fronteira do Irã.
restam outras coisas senão ruínas.)
Meio milhão de pessoas foram às ruas para reverenciar os
mártires da resistência. Da velha casa não sobraram senão escombros.
“Para os lados do sul e poente, não se viam senão edifícios
Observações: queimados.” (Alexandre Herculano)
“Por toda a parte não se ouviam senão gemidos ou clamores.”
- Milhão, bilhão e milhar são substantivos masculinos. (Rebelo da Silva)
Por isso, devem concordar no masculino os artigos, numerais e
pronomes que os precedem: os dois milhões de pessoas; os três Segundo alguns autores, pode-se, em tais frases, efetuar a con-
milhares de plantas; alguns milhares de telhas; esses bilhões de cordância do verbo no singular com o sujeito subentendido nada:
criaturas, etc. Do antigo templo grego não resta senão ruínas. (Ou seja: não
- Se o sujeito da oração for milhões, o particípio ou o adjeti- resta nada, senão ruínas.)
vo podem concordar, no masculino, com milhões, ou, por atração, Ali não se via senão (ou mais que) escombros.
no feminino, com o substantivo feminino plural: Dois milhões de As duas interpretações são boas, mas só a primeira tem tradi-
sacas de soja estão ali armazenados (ou armazenadas) no pró- ção na língua.
ximo ano. Foram colhidos três milhões de sacas de trigo. Os dois
milhões de árvores plantadas estão altas e bonitas. - Concordância com formas gramaticais: Palavras no plu-
ral com sentido gramatical e função de sujeito exigem o verbo no
- Concordância com numerais fracionários: De regra, a con- singular:
cordância do verbo efetua-se com o numerador. Exemplos: “Elas” é um pronome pessoal. (= A palavra elas é um pronome
“Mais ou menos um terço dos guerrilheiros ficou atocaiado pessoal.)
perto...” (Autran Dourado) Na placa estava “veiculos”, sem acento.
“Um quinto dos bens cabe ao menino.” (José Gualda Dantas) “Contudo, mercadores não tem a força de vendilhões.” (Ma-
Dois terços da população vivem da agricultura. chado de Assis)

Didatismo e Conhecimento 90
LÍNGUA PORTUGUESA
- Mais de, menos de: O verbo concorda com o substantivo que 07. A concordância verbal está correta na alternativa:
se segue a essas expressões: a) Ela o esperava já faziam duas semanas.
Mais de cem pessoas perderam suas casas, na enchente. b) Na sua bolsa haviam muitas moedas de ouro.
Sobrou mais de uma cesta de pães. c) Eles parece estarem doentes.
Gastaram-se menos de dois galões de tinta. d) Devem haver aqui pessoas cultas.
Menos de dez homens fariam a colheita das uvas. e) Todos parecem terem ficado tristes.

Questões: 08. É provável que ....... vagas na academia, mas não .......
pessoas interessadas: são muitas as formalidades a ....... cumpri-
01. Indique a opção correta, no que se refere à concordância das.
verbal, de acordo com a norma culta: a) hajam - existem - ser
a) Haviam muitos candidatos esperando a hora da prova. b) hajam - existe - ser
b) Choveu pedaços de granizo na serra gaúcha. c) haja - existem - serem
c) Faz muitos anos que a equipe do IBGE não vem aqui. d) haja - existe - ser
d) Bateu três horas quando o entrevistador chegou. e) hajam - existem - serem
e) Fui eu que abriu a porta para o agente do censo.
09. ....... de exigências! Ou será que não ....... os sacrifícios
02. Assinale a frase em que há erro de concordância verbal: que ....... por sua causa?
a) Um ou outro escravo conseguiu a liberdade. a) Chega - bastam - foram feitos
b) Não poderia haver dúvidas sobre a necessidade da imigra- b) Chega - bastam - foi feito
ção. c) Chegam - basta - foi feito
c) Faz mais de cem anos que a Lei Áurea foi assinada. d) Chegam - basta - foram feitos
d) Deve existir problemas nos seus documentos. e) Chegam - bastam - foi feito
e) Choveram papéis picados nos comícios.
10. Soube que mais de dez alunos se ....... a participar dos
03. Assinale a opção em que há concordância inadequada: jogos que tu e ele ......
a) A maioria dos estudiosos acha difícil uma solução para o a) negou – organizou
problema. b) negou – organizastes
b) A maioria dos conflitos foram resolvidos.
c) negaram – organizaste
c) Deve haver bons motivos para a sua recusa.
d) negou – organizaram
d) De casa à escola é três quilômetros.
e) negaram - organizastes
e) Nem uma nem outra questão é difícil.
Respostas: (01-C) (02-D) (03-D) (04-D) (05-D) (06-D) (07-
04. Há erro de concordância em:
C) (08-C) (09-A) (10-E)
a) atos e coisas más
b) dificuldades e obstáculo intransponível
c) cercas e trilhos abandonados
d) fazendas e engenho prósperas
SINTAXE DE REGÊNCIA
e) serraria e estábulo conservados

05. Indique a alternativa em que há erro:


a) Os fatos falam por si sós.
b) A casa estava meio desleixada. OBS: Esse assunto já foi abordado no tópico: “REGÊN-
c) Os livros estão custando cada vez mais caro. CIA VERBAL E NOMINAL”.
d) Seus apartes eram sempre o mais pertinentes possíveis.
e) Era a mim mesma que ele se referia, disse a moça.

06. Assinale a alternativa correta quanto à concordância ver- SINTAXE DE COLOCAÇÃO


bal:
a) Soava seis horas no relógio da matriz quando eles chega-
ram.
b) Apesar da greve, diretores, professores, funcionários, nin- Quando falamos ou escrevemos, nem sempre nos damos
guém foram demitidos. conta de que a simples mudança do lugar de uma palavra pode
c) José chegou ileso a seu destino, embora houvessem muitas afetar consideravelmente o sentido de uma frase, como é o caso
ciladas em seu caminho. deste exemplo:
d) Fomos nós quem resolvemos aquela questão.
e) O impetrante referiu-se aos artigos 37 e 38 que ampara sua Na festa dos bichos, só o sapo não veio.
petição. Na festa dos bichos, o sapo não veio só.

Didatismo e Conhecimento 91
LÍNGUA PORTUGUESA
Outras vezes, a posição das palavras não afeta em nada o Mesmo sem apelar para conhecimentos especializados, sen-
sentido, mas prejudica a sonoridade. Com uma simples mudança timos que o primeiro enunciado está totalmente enquadrado nos
de posição, pode-se consertar tudo. Neste diálogo, por exemplo: padrões de harmonia e melodia da frase: é agradável de ouvir. Por
outro lado, o segundo enunciado nega completamente esses pa-
- Você não me conhece? drões. Isso nos leva a concluir que há disposições de palavras mais
- Eu não. Nunca vi-te. harmônicas do que outras.

A segunda fala, que nem parece português, ficaria perfeita Clareza: a colocação interfere também na maior ou menor
apenas com o deslocamento do pronome: clareza do enunciado. Há uma disposição das palavras que exige
menos esforço de compreensão que outra. Vejamos os dois enun-
- Eu não. Nunca te vi. ciados a seguir:

Bastam esses dois exemplos para demonstrar que a posição A destruição pelas chuvas da ponte trouxe enormes prejuízos.
das palavras não é indiferente no português, afetando tanto o sen- A destruição da ponte pelas chuvas trouxe enormes prejuízos.
tido quanto outros aspectos da comunicação que não podem ser
deixados de lado. Como se pode perceber, o segundo enunciado, em matéria de
Problemas como esses são chamados de sintaxe de colocação. clareza, é francamente preferível ao primeiro.

Colocação e Estrutura Sintática Expressividade: a colocação, por fim, serve para criar efeitos
de sentido variados: o deslocamento de uma palavra ou expres-
A colocação interfere, muitas vezes, na estrutura da frase, são pode conferir-lhe maior ou menor força de expressão. Veja os
como se pode observar num dos versos da seguinte estrofe: exemplos a seguir, em que foi trocada a posição do adjetivo em
relação ao substantivo:
Vou-me embora pra Pasárgada
Dize-me para onde vais, solitário peregrino!
Aqui eu não sou feliz
Dize-me para onde vais, peregrino solitário!
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Confrontando os dois enunciados, fica evidente a ênfase que
Que Joana a louca de Espanha
ganha o adjetivo do primeiro enunciado pela sua anteposição ao
Rainha e falsa demente
substantivo. No segundo enunciado, o adjetivo posposto ao subs-
Vem a ser contraparente
tantivo cria um efeito de mais objetividade, de neutralidade. No
Da nora que nunca tive.
primeiro, enfatiza a impressão subjetiva do enunciador.
Manuel Bandeira Topicalização: é o mesmo que colocar no topo. Considera-se
o início da frase como se fosse o topo. Assim, a colocação de uma
Tomemos o verso: Rainha e falsa demente. palavra ou expressão no início é uma forma de destacá-la no enun-
Agora, troquemos a posição do e: Rainha falsa e demente. ciado. Exemplo: O casarão, não havia nada que chamasse mais
atenção na paisagem.
Como se vê, a simples mudança de lugar da conjunção “e”
altera a relação sintática entre os termos do enunciado e afeta o Focalização: há palavras que se justapõem a outras para dar-
sentido. lhes destaque, como se fossem um objeto colocado sob o foco de
No primeiro exemplo, falsa qualificando demente (é um luz num cenário. Exemplo: De todas as peças do jogo, o rei é que
adjunto adnominal). No segundo exemplo, o mesmo termo recebe mais luz nesse tabuleiro.
continua sendo um qualificador; nessa posição, porém, não está
mais associado a demente, mas a rainha, colocando sob suspeita o Princípio Geral
título de majestade e não a demência da soberana, como na versão
original. Por aí se vê que a alteração da ordem das palavras pode Nossos estudos gramaticais não dispõem ainda de um conjun-
modificar a estrutura sintática da frase. to fechado de normas sobre a colocação das palavras no enunciado.
Evidentemente, nem toda mudança na colocação das palavras Apesar disso, podemos pautar-nos pela seguinte fórmula: A dispo-
interfere na estrutura sintática. Quando tratamos dos marcadores sição ideal das palavras (salvo os casos sujeitos à expressividade)
de correlação entre as palavras da frase, a mudança de colocação é aquela que confere à frase maior clareza e sonoridade. Exemplo:
só afeta o sentido do enunciado quando faltam outros marcadores
de correlação. As críticas mais severas dos deputados ao presidente vieram
de seu próprio partido.
Harmonia: a colocação interfere também na sonoridade da As críticas mais severas ao presidente dos deputados vieram
frase. Observe os dois enunciados que seguem: de seu próprio partido.

Não se farão concessões. Não há dúvida de que a disposição das palavras é mais clara
Não farão-se concessões. no primeiro do que no segundo exemplo.

Didatismo e Conhecimento 92
LÍNGUA PORTUGUESA
Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos Ênclise

Um dos aspectos da harmonia da frase refere-se à colocação Usa-se a ênclise nos seguintes casos:
dos pronomes oblíquos átonos. Tais pronomes situam-se em três
posições: - Imperativo Afirmativo: Prezado amigo, informe-se de seus
- Antes do verbo (próclise): Não te conheço. compromissos.
- No meio do verbo (mesóclise): Avisar-te-ei.
- Depois do verbo (ênclise): Sente-se, por favor. - Gerúndio não precedido da preposição “em” ou de partícu-
la negativa: Falando-se de comércio exterior, progredimos muito.
Próclise
Mas
Por atração: usa-se a próclise quando o verbo vem precedido Em se plantando no Brasil, tudo dá.
das seguintes partículas atrativas: Não se falando em futebol, ninguém briga.
- Palavras ou expressões negativas: Não te afastes de mim. Ninguém me provocando, fico em paz.
- Advérbios: Agora se negam a depor. Se houver pausa (na
escrita, vírgula) entre o advérbio e o verbo, usa-se a ênclise: Agora, - Infinitivo Impessoal: Não era minha intenção magoar-te.
negam-se a depor. Se o infinitivo vier precedido de palavra atrativa, ocorre tanto a
- Pronomes Relativos: Apresentaram-se duas pessoas que se próclise quanto a ênclise.
identificaram com rapidez. Espero com isto não te magoar.
- Pronomes Indefinidos: Poucos se negaram ao trabalho. Espero com isto não magoar-te.
- Conjunções subordinativas: Soube que me dariam a autori-
zação solicitada. - No início de frases ou depois de pausa: Vão-se os anéis,
ficam os dedos. Decorre daí a afirmação de que, na variante culta
Com certas frases: há casos em que a próclise é motivada escrita, não se inicia frase com pronome oblíquo átono. Causou-
pelo próprio tipo de frase em que se localiza o pronome. -me surpresa a tua reação.
- Frases Interrogativas: Quem se atreveria a isso?
- Frases Exclamativas: Quanto te arriscas com esse procedi- O Pronome Oblíquo Átono nas Locuções Verbais
mento!
- Com palavras atrativas: quando a locução vem precedida
- Frases Optativas (exprimem desejo): Deus nos proteja. Se,
de palavra atrativa, o pronome se coloca antes do verbo auxiliar
nas frases optativas, o sujeito vem depois do verbo, usa-se a êncli-
ou depois do verbo principal. Exemplo: Nunca te posso negar
se: Proteja-nos Deus.
isso; Nunca posso negar-te isso. É possível, nesses casos, o uso
da próclise antes do verbo principal. Nesse caso, o pronome não se
Com certos verbos: a próclise pode ser motivada também pela
liga por hífen ao verbo auxiliar: Nunca posso te negar isso.
forma verbal a que se prende o pronome.
- Com o gerúndio precedido de preposição ou de negação: Em - No início da oração ou depois de pausa: quando a locução
se ausentando, complicou-se; Não se satisfazendo com os resulta- se situa no início da oração, não se usa o pronome antes do ver-
dos, mudou de método. bo auxiliar. Exemplo: Posso-lhe dar garantia total; Posso dar-lhe
- Com o infinito pessoal precedido de preposição: Por se acha- garantia total. A mesma norma é válida para os casos em que a
rem infalíveis, caíram no ridículo. locução verbal vem precedida de pausa. Exemplo: Em dias de lua
cheia, pode-se ver a estrada mesmo com faróis apagados; Em dias
Mesóclise de lua cheia, pode ver-se a estrada mesmo com os faróis apagados.
Usa-se a mesóclise tão somente com duas formas verbais, o - Sem atração nem pausa: quando a locução verbal não vem
futuro do presente e o futuro do pretérito, assim quando não vie- precedida de palavra atrativa nem de pausa, admite-se qualquer
rem precedidos de palavras atrativas. Exemplos: colocação do pronome.
Exemplos:
Confrontar-se-ão os resultados. A vida lhe pode trazer surpresas.
Confrontar-se-iam os resultados. A vida pode-lhe trazer surpresas.
A vida pode trazer-lhe surpresas.
Mas:
Não se confrontarão os resultados. Observações
Não se confrontariam os resultados.
- Quando o verbo auxiliar de uma locução verbal estiver no
Não se usa a ênclise com o futuro do presente ou com o futuro futuro do presente ou no futuro do pretérito, o pronome pode vir
do pretérito sob hipótese alguma. Será contrária à norma culta es- em mesóclise em relação a ele: Ter-nos-ia aconselhado a partir.
crita, portanto, uma colocação do tipo:
- Nas locuções verbais, jamais se usa pronome oblíquo átono
Diria-se que as coisas melhoraram. (errado) depois do particípio. Não o haviam convidado. (correto); Não ha-
Dir-se-ia que as coisas melhoraram. (correto) viam convidado-o. (errado).

Didatismo e Conhecimento 93
LÍNGUA PORTUGUESA
- Há uma colocação pronominal, restrita a contextos literários, Questões:
que deve ser conhecida: Há males que se não curam com remé-
dios. Quando há duas partículas atraindo o pronome oblíquo áto- 01. A expressão sublinhada está empregada adequadamente
no, este pode vir entre elas. Poderíamos dizer também: Há males na frase:
que não se curam com remédios. a) A inesgotabilidade da água é uma ilusão na qual não
podemos mais alimentar.
- Os pronomes oblíquos átonos combinam-se entre si em ca- b) A cadeia econômica à qual o texto faz referência tem na
sos como estes: água seu centro vital.
me + o/a = mo/ma c) Os maus tempos dos quais estamos atravessando devem-se
te + o/a = to/ta a uma falta de previsão.
lhe + o/a = lho/lha d) A água é um elemento cujo o valor ninguém mais põe em
nos + o/a = no-lo/no-la dúvida.
vos + o/a = vo-lo/vo-la e) A certeza em que ninguém mais pode fugir é a do valor
inestimável da água.
Tais combinações podem vir:
- Proclítica: Eu não vo-lo disse? 02. Está correto o emprego de ambos os elementos sublinha-
- Mesoclítica: Dir-vo-lo-ei já. dos na frase:
- Enclítica: A correspondência, entregaram-lha há muito a) O autor preza a discussão à qual se envolvem os moradores
tempo. de um condomínio, quando os anima a aspiração de um consenso.
b) A frase de Mitterrand na qual se arremeteu o candidato
Segundo a norma culta, a regra é a ênclise, ou seja, o prono- Giscard não representava, de fato, uma posição com a qual nin-
me após o verbo. Isso tem origem em Portugal, onde essa coloca- guém pudesse discordar.
ção é mais comum. No Brasil, o uso da próclise é mais frequente, c) A frase de cujo teor Giscard discordou revelava, de fato, o
por apresentar maior informalidade. Mas, como devemos abor- sentimento de superioridade do qual o discurso de Mitterrand era
dar os aspectos formais da língua, a regra será ênclise, usando uma clara manifestação.
próclise em situações excepcionais, que são:
d) Os candidatos em cujos argumentos são fracos costumam
- Palavras invariáveis (advérbios, alguns pronomes, conjun-
valer-se da oposição entre o certo e errado à qual se apóiam os
ção) atraem o pronome. Por “palavras invariáveis”, entendemos
maniqueístas.
os advérbios, as conjunções, alguns pronomes que não se fle-
e) O comportamento dos condôminos cuja a disposição é o
xionam, como o pronome relativo que, os pronomes indefinidos
consenso deveria servir de exemplo ao dos candidatos que seu
quanto/como, os pronomes demonstrativos isso, aquilo, isto.
único interesse é ganhar a eleição.
Exemplos: “Ele não se encontrou com a namorada.” – próclise
obrigatória por força do advérbio de negação. “Quando se en-
03. Está correto o emprego de ambos os elementos sublinha-
contra com a namorada, ele fica muito feliz.” – próclise obrigató-
ria por força da conjunção; dos na frase:
- Orações exclamativas (“Vou te matar!”) ou que expressam a) A diferenciação entre profissionais, à que o autor faz re-
desejo, chamadas de optativas (“Que Deus o abençoe!”) – prócli- ferência, tem como critério um padrão ético, de cujo depende o
se obrigatória. rumo do processo civilizatório.
- Orações subordinadas – (“... e é por isso que nele se acen- b) Se há apenas avanço técnico, numa época onde impera a
tua o pensador político” – uma oração subordinada causal, como globalização, as demandas sociais ficarão sem o atendimento a
a da questão, exige a próclise.). que são carentes.
c) As razões porque a globalização não distribui a riqueza
Emprego Proibido: prendem-se à relação mecânica entre oferta e demanda, cuja a
- Iniciar período com pronome (a forma correta é: Dá-me um crueldade é notória.
copo d’água; Permita-me fazer uma observação.); d) Os tecnocratas maliciosos imputam para o exercício da de-
- Após verbo no particípio, no futuro do presente e no futuro mocracia os desajustes econômicos em que assolam os excluídos
do pretérito. Com essas formas verbais, usa-se a próclise (desde da globalização.
que não caia na proibição acima), modifica-se a estrutura (troca o e) O aumento da produção, de cuja necessidade não há quem
“me” por “a mim”) ou, no caso dos futuros, emprega-se o prono- discorde, deve prever qualquer impacto ecológico, para o qual se
me em mesóclise. Exemplos: “Concedida a mim a licença, pude deve estar sempre alerta.
começar a trabalhar.” (Não poderia ser “concedida-me” – após
particípio é proibido - nem “me concedida” – iniciar período 04. Está correto o emprego de ambos os elementos sublinha-
com pronome é proibido). “Recolher-me-ei à minha insignificân- dos na seguinte frase:
cia” (Não poderia ser “recolherei-me” nem “Me recolherei”). a) A simpatia de que não goza um ator junto ao eleitorado é
por vezes estendida a um político profissional sobre cuja honesti-
dade há controvérsias.
b) O candidato a que devotamos nosso respeito tem uma his-
tória aonde os fatos nem sempre revelam uma conduta irrepreen-
sível.

Didatismo e Conhecimento 94
LÍNGUA PORTUGUESA
c) Reagan teve uma carreira de ator em cuja não houve a) a que - para com os - de cujos
momentos brilhantes, como também não houve os mesmos na de b) de que - junto aos - cujos os
Schwarzenegger. c) que - diante dos - de quem os
d) Há uma ambivalência em relação aos atores na qual espe- d) às quais - em vista dos - em cujos
lha a divisão entre o respeito e o menosprezo que deles costuma- e) que - junto aos - de cujos
mos alimentar.
e) Os atores sobre os quais se fez menção no texto construí- 09. Sonhos não faltam; há sonhos dentro de nós e por toda
ram uma carreira cinematográfica de cujo sucesso comercial nin- parte, razão pela qual a estratégia Neoliberal convoca esses so-
guém pode discutir. nhos, atribui a esses sonhos um valor incomensurável, sabendo
que nunca realizaremos esses sonhos. Evitam-se as viciosas repe-
05. Está correto o emprego de ambos os elementos sublinha- tições dos elementos sublinhados na frase acima substituindo-os,
dos na frase: na ordem dada, por:
a) Os sonhos de cujos nós queremos alimentar não satisfazem a) há eles - convoca-os - atribui-lhes - realizaremo-los
os desejos com que a eles nos moveram. b) os há - os convoca - lhes atribui - realizaremo-los
b) A expressão de Elio Gaspari, a qual se refere o autor do c) há-os - convoca-lhes - os atribui – realizá-los-emos
texto, é “cidadãos descartáveis”, e alude às criaturas desesperadas d) há estes - lhes convoca - atribui-lhes - os realizaremos
cujo o rumo é inteiramente incerto. e) há-os - os convoca - atribui-lhes - os realizaremos
c) Os objetivos de que se propõem os neoliberais não coinci-
dem com as necessidades por cujas se movem os “cidadãos des- 10. O czar caçava homens, não ocorrendo ao czar que, em
cartáveis”. vez de homens, se caçassem andorinhas e borboletas, parecendo-
d) As miragens a que nos prendemos, ao longo da vida, são -lhe uma barbaridade levar andorinhas e borboletas à morte.
projeções de anseios cujo destino não é a satisfação conclusiva. Evitam-se as repetições viciosas da frase acima substituindo-se,
e) A força do nosso trabalho, de que não relutamos em vender, de forma correta, os elementos sublinhados por, respectivamente,
dificilmente será paga pelo valor em que nos satisfaremos. a) não o ocorrendo - de tais - levá-las.
b) não ocorrendo-lhe - dos mesmos - levar-lhes.
06. É adequado o emprego de ambas as expressões sublinha- c) lhe não ocorrendo - destes - as levar-lhes.
das na frase: d) não ocorrendo-o - dos cujos - as levarem.
a) As fogueiras de que todos testemunhamos nos noticiários e) não lhe ocorrendo - destes - levá-las.
da TV constituem um sinal a quem ninguém pode ser insensível.
b) O encolhimento do Estado, ao qual muita gente foi com- Respostas: 01-B / 02-C / 03-E / 04-A / 05-D / 06-D / 07-E /
placente, abriu espaço para a lógica do mercado, de cuja frieza 08-E / 09-E / 10-E /
vem fazendo um sem-número de vítimas.
c) Com essa sua subserviência, pela qual muitos se insurgem,
o Estado deixa de cumprir o papel social de que tantos estão con-
tando. EMPREGO DE ALGUMAS
d) As medidas repressivas de que o Estado vem se valendo CLASSES DE PALAVRAS.
em nada contribuem para o encaminhamento das soluções a que
os desempregados aspiram.
e) Diante da pujança do Mercado europeu, de cuja poucos
vêm desfrutando, os excluídos acendem fogueiras cujo o vigor
fala por si só. OBS: Todas as classes de palavras: Artigo, substantivo, adje-
tivo, numeral, preposição, verbo, advérbio, interjeição e conjun-
07. A maior parte da água da chuva é interceptada pela copa ção já foi abordado em tópicos anteriores.
das árvores, ...... cobrem toda a região. ...... evapora rapidamente,
causando mais chuva, o que não ocorre em áreas desmatadas, ......
solo é pobre em matéria orgânica. As lacunas da frase acima estão
corretamente preenchidas, respectivamente, por FONEMA. SÍLABA
a) onde - A chuva - que o
b) nas quais - Aquela chuva - cujo
c) em que - A água da chuva - que o
d) que elas - Essa chuva - aonde Letra é o sinal gráfico da escrita. Exemplos: pipoca (tem 6
e) que - Essa água – cujo letras); hoje (tem 4 letras).

08. As razões ___ ele deverá invocar para justificar o que fez Fonema é o menor elemento sonoro capaz de estabelecer uma
não alcançarão qualquer ressonância ___ membros do Conselho, distinção de significado entre palavras. Veja, nos exemplos, os fo-
___ votos ele depende para permanecer na empresa. Preenchem nemas que marcam a distinção entre os pares de palavras:
de modo correto as lacunas da frase acima, respectivamente, as
expressões: bar – mar tela – vela sela – sala

Didatismo e Conhecimento 95
LÍNGUA PORTUGUESA
Não confunda os fonemas com as letras. Fonema é um ele- - Tritongos: é o encontro de uma semivogal com uma vogal e
mento acústico e a letra é um sinal gráfico que representa o fone- outra semivogal numa mesma sílaba. Exemplo: Paraguai.
ma. Nem sempre o número de fonemas de uma palavra correspon- - Hiatos: é a sequência de duas vogais numa mesma palavra
de ao número de letras que usamos para escrevê-la. Na palavra mas que pertencem a sílabas diferentes, pois nunca há mais de uma
chuva, por exemplo, temos quatro fonemas, isto é, quatro unidades vogal numa sílaba. Exemplos: saída (sa-í-da), juiz (ju-iz)
sonoras [xuva] e cinco letras.
Certos fonemas podem ser representados por diferentes letras. Encontro Consonantais
É o caso do fonema /s/, que pode ser representado por: s (pensar) –
ss (passado) – x (trouxe) – ç (caçar) – sc (nascer) – xc (excelente) Ocorre quando há um grupo de consoantes sem vogal inter-
– c (cinto) – sç (desço) mediária. Exemplos: flor, grade, digno.

Dígrafos
Às vezes, a letra “x” pode representar mais de um fonema,
como na palavra táxi. Nesse caso, o “x” representa dois sons, pois Grupo de duas letras que representa apenas um fonema.
lemos “táksi”. Portanto, a palavra táxi tem quatro letras e cinco Exemplos: passo (ss = fonema /s/), nascimento (sc = fonema /s/),
fonemas. queijo (qu = fonema /k/)
Em certas palavras, algumas letras não representam nenhum
fonema, como a letra h, por exemplo, em palavras como hora, Os dígrafos podem ser consonantais e vocálicos.
hoje, etc., ou como as letras m e n quando são usadas apenas para
indicar a nasalização de uma vogal, como em canto, tinta, etc. - Consonantais: ch (chuva), sc (nascer), ss (osso), sç (desça),
lh (filho), xc (excelente), qu (quente), nh (vinho), rr (ferro), gu
Classificação dos Fonemas (guerra)
- Vocálicos: am, an (tampa, canto), em, en (tempo, vento), im,
Os fonemas classificam-se em vogais, semivogais e consoan- in (limpo, cinto), om, on (comprar, tonto), um, un (tumba, mundo)
tes.
Atenção: nos dígrafos, as duas letras representam um só fone-
Vogais: são fonemas resultantes das vibrações das cordas ma; nos encontros consonantais, cada letra representa um fonema.
vocais e em cuja produção a corrente de ar passa livremente na
cavidade bucal. As vogais podem ser orais e nasais. Observe de acordo com os exemplos que o número de letras e
fonemas não precisam ter a mesma quantidade.
Orais: quando a corrente de ar passa apenas pela cavidade
- Chuva: tem 5 letras e 4 fonemas, já que o “ch” tem um único
bucal. São elas: a, é, ê, i, ó, ô, u. Exemplos: já, pé, vê, ali, pó, dor,
som.
uva. - Hipopótamo: tem 10 letras e 9 fonemas, já que o “h” não
Nasais: quando a corrente de ar passa pela cavidade bucal e tem som.
nasal. A nasalidade pode ser indicada pelo til (~) ou pelas letras n - Galinha: tem 7 letras e 6 fonemas, já que o “nh” tem um
e m. Exemplos: mãe, venda, lindo, pomba, nunca. único som.
- Pássaro: tem 7 letras e 6 fonemas, já que o “ss” só tem um
Observação: As vogais ainda podem ser tônicas ou átonas, de- único som.
pendendo da intensidade com que são pronunciadas. A vogal tôni- - Nascimento: 10 letras e 8 fonemas, já que não se pronuncia
ca é pronunciada com maior intensidade: café, bola, vidro. A vogal o “s” e o “en” tem um único som.
átona é pronunciada com menor intensidade: café, bola, vidro. - Exceção: 7 letras e 6 fonemas, já que não tem som o “x”.
- Táxi: 4 letras e 5 fonemas, já que o “x” tem som de “ks”.
Semivogais: são os fonemas /i/ e /u/ quando, juntos de uma - Guitarra: 8 letras e 6 fonemas, já que o “gu” tem um único
vogal, formam com ela uma mesma sílaba. Observe, por exemplo, som e o “rr” também tem um único som.
a palavra papai. Ela é formada de duas sílabas: pa-pai. Na sílaba - Queijo: 6 letras e 5 fonemas, já que o “qu” tem um único
pai, o fonema vocálico /i/ não é tão forte quanto o fonema vocálico som.
/a/; nesse caso, o /i/ é semivogal.
Repare que através do exemplo a mudança de apenas uma le-
tra ou fonema gera novas palavras: C a v a l o / C a v a d o / C a l a
Consoantes: são os fonemas em que a corrente de ar,
d o / C o l a d o / S o l a d o.
emitida para sua produção, teve de forçar passagem na boca,
onde determinado movimento articulatório lhe criou embaraço. Questões:
Exemplos: gato, pena, lado.
01. A palavra que apresenta tantos fonemas quantas são as
Encontro Vocálicos letras que a compõem é:
a) importância
- Ditongos: é o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou b) milhares
vice-versa) numa mesma sílaba. Exemplos: pai (vogal + semivo- c) sequer
gal = ditongo decrescente); ginásio (semivogal + vogal = ditongo d) técnica
crescente). e) adolescente

Didatismo e Conhecimento 96
LÍNGUA PORTUGUESA
02. Em qual das palavras abaixo a letra x apresenta não 10. Em qual dos itens abaixo todas as palavras apresentam
um, mas dois fonemas? ditongo crescente:
a) exemplo a) Lei, Foice, Roubo
b) complexo b) Muito, Alemão, Viu
c) próximos c) Linguiça, História, Área
d) executivo d) Herói, Jeito, Quilo
e) luxo e) Equestre, Tênue, Ribeirão

03. Qual palavra possui dois dígrafos? Respostas:


a) fechar 01-D (Em d, a palavra possui 7 fonemas e 7 letras. Nas demais
b) sombra alternativas, tem-se: a) 10 fonemas / 11 letras; b) 7 fonemas / 8
c) ninharia letras; c) 5 fonemas / 6 letras; e) 9 fonemas / 11 letras).
d) correndo 02-B (a palavra complexo, o x equivale ao fonema /ks/).
03-D (Em d, há o dígrafo “rr” e o dígrafo nasal “en”).
e) pêssego
04-B (Observe os encontros: oi, u - i, u - í e eu).
05-D / 06-D / 07-C / 08-D / 09-D / 10-C
04. Indique a alternativa cuja sequência de vocábulos
apresenta, na mesma ordem, o seguinte: ditongo, hiato, hiato,
ditongo.
a) jamais / Deus / luar / daí ACENTO TÔNICO
b) joias / fluir / jesuíta / fogaréu
c) ódio / saguão / leal / poeira
d) quais / fugiu / caiu / história
OBS: Já estudamos no tópico “Acentuação Gráfica”.
05. Os vocabulários passarinho e querida possuem:
a) 6 e 8 fonemas respectivamente;
b)10 e 7 fonemas respectivamente;
c) 9 e 6 fonemas respectivamente; CRASE
d) 8 e 6 fonemas respectivamente;
e) 7 e 6 fonemas respectivamente.

06. Quantos fonemas existem na palavra paralelepípedo: Crase é a superposição de dois “a”, geralmente a preposição
a) 7 “a” e o artigo a(s), podendo ser também a preposição “a” e o pro-
b) 12 nome demonstrativo a(s) ou a preposição “a” e o “a” inicial dos
c) 11 pronomes demonstrativos aqueles(s), aquela(s) e aquilo. Essa su-
d) 14 perposição é marcada por um acento grave (`).
e) 15 Assim, em vez de escrevermos “entregamos a mercadoria a a
vendedora”, “esta blusa é igual a a que compraste” ou “eles deve-
07. Os vocábulos pequenino e drama apresentam, respectiva- riam ter comparecido a aquela festa”, devemos sobrepor os dois
mente: “a” e indicar esse fato com um acento grave: “Entregamos a mer-
a) 4 e 2 fonemas cadoria à vendedora”. “Esta blusa é igual à que compraste”. “Eles
deveriam ter comparecido àquela festa.”
b) 9 e 5 fonemas
O acento grave que aparece sobre o “a” não constitui, pois, a
c) 8 e 5 fonemas
crase, mas é um mero sinal gráfico que indica ter havido a união
d) 7 e 7 fonemas
de dois “a” (crase).
e) 8 e 4 fonemas
Para haver crase, é indispensável a presença da preposição
“a”, que é um problema de regência. Por isso, quanto mais conhe-
08. O “I” não é semivogal em: cer a regência de certos verbos e nomes, mais fácil será para ele ter
a) Papai o domínio sobre a crase.
b) Azuis
c) Médio Não existe Crase
d) Rainha
e) Herói - Antes de palavra masculina: Chegou a tempo ao trabalho;
Vieram a pé; Vende-se a prazo.
09. Assinale a alternativa que apresenta apenas hiatos:
a) muito, faísca, balaústre. - Antes de verbo: Ficamos a admirá-los; Ele começou a ter
b) guerreiro, gratuito, intuito. alucinações.
c) fluido, fortuito, Piauí.
d) tua, lua, nua. - Antes de artigo indefinido: Levamos a mercadoria a uma
e) n.d.a. firma; Refiro-me a uma pessoa educada.

Didatismo e Conhecimento 97
LÍNGUA PORTUGUESA
- Antes de expressão de tratamento introduzida pelos prono- - Antes de pronome adjetivo possessivo feminino singular:
mes possessivos Vossa ou Sua ou ainda da expressão Você, forma Pediu informações à minha secretária; Pediu informações a minha
reduzida de Vossa Mercê: Enviei dois ofícios a Vossa Senhoria; secretária. A explicação é idêntica à do item anterior: o pronome
Traremos a Sua Majestade, o rei Hubertus, uma mensagem de paz; adjetivo possessivo aceita artigo, mas não o exige (“Minha secre-
Eles queriam oferecer flores a você. tária é exigente.” Ou: “A minha secretária é exigente”). Portanto,
mesmo com a presença da preposição, a crase é facultativa.
- Antes dos pronomes demonstrativos esta e essa: Não me
refiro a esta carta; Os críticos não deram importância a essa obra. - Com o pronome substantivo possessivo feminino singular,
o uso de acento indicativo de crase não é facultativo (conforme o
- Antes dos pronomes pessoais: Nada revelei a ela; Dirigiu-se caso será proibido ou obrigatório): A minha cidade é melhor que a
a mim com ironia. tua. O acento indicativo de crase é proibido porque, no masculino,
ficaria assim: O meu sítio é melhor que o teu (não há preposição,
- Antes dos pronomes indefinidos com exceção de outra: Di- apenas o artigo definido). Esta gravura é semelhante à nossa. O
rei isso a qualquer pessoa; A entrada é vedada a toda pessoa estra- acento indicativo de crase é obrigatório porque, no masculino, fi-
nha. Com o pronome indefinido outra(s), pode haver crase porque caria assim: Este quadro é semelhante ao nosso (presença de pre-
ele, às vezes, aceita o artigo definido a(s): As cartas estavam co- posição + artigo definido).
locadas umas às outras (no masculino, ficaria “os cartões estavam
colocados uns aos outros”). Casos Especiais
- Quando o “a” estiver no singular e a palavra seguinte esti- - Nomes de localidades: Dentre as localidades, há as que ad-
ver no plural: Falei a vendedoras desta firma; Refiro-me a pessoas mitem artigo antes de si e as que não o admitem. Por aí se deduz
curiosas. que, diante das primeiras, desde que comprovada a presença de
preposição, pode ocorrer crase; diante das segundas, não. Para se
- Quando, antes do “a”, existir preposição: Ela compareceu saber se o nome de uma localidade aceita artigo, deve-se substituir
perante a direção da empresa; Os papéis estavam sob a mesa. Ex-
o verbo da frase pelos verbos estar ou vir. Se ocorrer a combinação
ceção feita, às vezes, para até, por motivo de clareza: A água inun-
“na” com o verbo estar ou “da” com o verbo vir, haverá crase com
dou a rua até à casa de Maria (= a água chegou perto da casa); se
o “a” da frase original. Se ocorrer “em” ou “de”, não haverá crase:
não houvesse o sinal da crase, o sentido ficaria ambíguo: a água
Enviou seus representantes à Paraíba (estou na Paraíba; vim da Pa-
inundou a rua até a casa de Maria (= inundou inclusive a casa).
raíba); O avião dirigia-se a Santa Catarina (estou em Santa Catari-
Quando até significa “perto de”, é preposição; quando significa
na; vim de Santa Catarina); Pretendo ir à Europa (estou na Europa;
“inclusive”, é partícula de inclusão.
vim da Europa). Os nomes de localidades que não admitem artigo
passarão a admiti-lo, quando vierem determinados. Porto Alegre
- Com expressões repetitivas: Tomamos o remédio gota a
gota; Enfrentaram-se cara a cara. indeterminadamente não aceita artigo: Vou a Porto Alegre (estou
em Porto Alegre; vim de Porto Alegre); Mas, acompanhando-se de
- Com expressões tomadas de maneira indeterminada: O uma expressão que a determine, passará a admiti-lo: Vou à grande
doente foi submetido a dieta leve (no masc. = foi submetido a Porto Alegre (estou na grande Porto Alegre; vim da grande Porto
repouso, a tratamento prolongado, etc.); Prefiro terninho a saia e Alegre); Iríamos a Madri para ficar três dias; Iríamos à Madri das
blusa (no masc. = prefiro terninho a vestido). touradas para ficar três dias.

- Antes de pronome interrogativo, não ocorre crase: A que - Pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo:
artista te referes? quando a preposição “a” surge diante desses demonstrativos, deve-
mos sobrepor essa preposição à primeira letra dos demonstrativos
- Na expressão valer a pena (no sentido de valer o sacrifício, e indicar o fenômeno mediante um acento grave: Enviei convi-
o esforço), não ocorre crase, pois o “a” é artigo definido: Paro- tes àquela sociedade (= a + aquela); A solução não se relaciona
diando Fernando Pessoa, tudo vale a pena quando a alma não é àqueles problemas (= a + aqueles); Não dei atenção àquilo (= a +
pequena... aquilo). A simples interpretação da frase já nos faz concluir se o
“a” inicial do demonstrativo é simples ou duplo. Entretanto, para
A Crase é Facultativa maior segurança, podemos usar o seguinte artifício: Substituir os
demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo pelos demonstrativos
- Antes de nomes próprios feminino: Enviamos um telegrama este(s), esta(s), isto, respectivamente. Se, antes destes últimos, sur-
à Marisa; Enviamos um telegrama a Marisa. Em português, antes gir a preposição “a”, estará comprovada a hipótese do acento de
de um nome de pessoa, pode-se ou não empregar o artigo “a” (“A crase sobre o “a” inicial dos pronomes aquele(s), aquela(s), aquilo.
Marisa é uma boa menina”. Ou “Marisa é uma boa menina”). Por Se não surgir a preposição “a”, estará negada a hipótese de crase.
isso, mesmo que a preposição esteja presente, a crase é facultativa. Enviei cartas àquela empresa./ Enviei cartas a esta empresa; A so-
Quando o nome próprio feminino vier acompanhado de uma lução não se relaciona àqueles problemas./ A solução não se rela-
expressão que o determine, haverá crase porque o artigo definido ciona a estes problemas; Não dei atenção àquilo./ Não dei atenção
estará presente. Dedico esta canção à Candinha do Major Queve- a isto; A solução era aquela apresentada ontem./ A solução era esta
do. [A (artigo) Candinha do Major Quevedo é fanática por seresta.] apresentada ontem.

Didatismo e Conhecimento 98
LÍNGUA PORTUGUESA
- Palavra “casa”: quando a expressão casa significa “lar”, de São Paulo (= faltam 60 minutos para o telefonema de Teresa);
“domicílio” e não vem acompanhada de adjetivo ou locução ad- Paula saiu daqui à uma hora; duas horas depois, já tinha mudado
jetiva, não há crase: Chegamos alegres a casa; Assim que saiu do todos os seus planos (= quando ela saiu, o relógio marcava 1 hora);
escritório, dirigiu-se a casa; Iremos a casa à noitinha. Mas, se a Pedro saiu daqui há uma hora (= faz 60 minutos que ele saiu).
palavra casa estiver modificada por adjetivo ou locução adjetiva,
então haverá crase: Levaram-me à casa de Lúcia; Dirigiram-se à - Quando a expressão “à moda de” (ou “à maneira de”) es-
casa das máquinas; Iremos à encantadora casa de campo da família tiver subentendida: Nesse caso, mesmo que a palavra subsequente
Sousa. seja masculina, haverá crase: No banquete, serviram lagosta à Ter-
midor; Nos anos 60, as mulheres se apaixonavam por homens que
- Palavra “terra”: Não há crase, quando a palavra terra tinham olhos à Alain Delon.
significa o oposto a “mar”, “ar” ou “bordo”: Os marinheiros
ficaram felizes, pois resolveram ir a terra; Os astronautas desce- - Quando as expressões “rua”, “loja”, “estação de rádio”,
ram a terra na hora prevista. Há crase, quando a palavra significa etc. estiverem subentendidas: Dirigiu-se à Marechal Floriano (=
“solo”, “planeta” ou “lugar onde a pessoa nasceu”: O colono dedi- dirigiu-se à Rua Marechal Floriano); Fomos à Renner (fomos à
cou à terra os melhores anos de sua vida; Voltei à terra onde nasci; loja Renner); Telefonem à Guaíba (= telefonem à rádio Guaíba).
Viriam à Terra os marcianos?
- Quando está implícita uma palavra feminina: Esta religião
- Palavra “distância”: Não se usa crase diante da palavra é semelhante à dos hindus (= à religião dos hindus).
distância, a menos que se trate de distância determinada: Via-se
um monstro marinho à distância de quinhentos metros; Estávamos - Não confundir devido com dado (a, os, as): a primeira ex-
à distância de dois quilômetros do sítio, quando aconteceu o aci- pressão pede preposição “a”, havendo crase antes de palavra fe-
dente. Mas: A distância, via-se um barco pesqueiro; Olhava-nos a minina determinada pelo artigo definido. Devido à discussão de
distância. ontem, houve um mal-estar no ambiente (= devido ao barulho de
ontem, houve...); A segunda expressão não aceita preposição “a”
- Pronome Relativo: Todo pronome relativo tem um subs- (o “a” que aparece é artigo definido, não havendo, pois, crase):
tantivo (expresso ou implícito) como antecedente. Para saber se Dada a questão primordial envolvendo tal fato (= dado o proble-
existe crase ou não diante de um pronome relativo, deve-se subs- ma primordial...); Dadas as respostas, o aluno conferiu a prova (=
tituir esse antecedente por um substantivo masculino. Se o “a” se dados os resultados...).
transforma em “ao”, há crase diante do relativo. Mas, se o “a”
permanece inalterado ou se transforma em “o”, então não há crase: Excluída a hipótese de se tratar de qualquer um dos casos
é preposição pura ou pronome demonstrativo: A fábrica a que me anteriores, devemos substituir a palavra feminina por outra mas-
refiro precisa de empregados. (O escritório a que me refiro precisa culina da mesma função sintática. Se ocorrer “ao” no masculino,
de empregados.); A carreira à qual aspiro é almejada por muitos. haverá crase no “a” do feminino. Se ocorrer “a” ou “o” no masculi-
(O trabalho ao qual aspiro é almejado por muitos.). Na passagem no, não haverá crase no “a” do feminino. O problema, para muitos,
do antecedente para o masculino, o pronome relativo não pode ser consiste em descobrir o masculino de certas palavras como “con-
substituído, sob pena de falsear o resultado: A festa a que compa- clusão”, “vezes”, “certeza”, “morte”, etc. É necessário então frisar
reci estava linda (no masculino = o baile a que compareci estava que não há necessidade alguma de que a palavra masculina tenha
lindo). Como se viu, substituímos festa por baile, mas o pronome qualquer relação de sentido com a palavra feminina: deve apenas
relativo que não foi substituído por nenhum outro (o qual etc.). ter a mesma função sintática: Fomos à cidade comprar carne. (ao
supermercado); Pedimos um favor à diretora. (ao diretor); Muitos
A Crase é Obrigatória são incensíveis à dor alheia. (ao sofrimento); Os empregados dei-
xam a fábrica. (o escritório); O perfume cheira a rosa. (a cravo); O
- Sempre haverá crase em locuções prepositivas, locuções professor chamou a aluna. (o aluno).
adverbiais ou locuções conjuntivas que tenham como núcleo um
substantivo feminino: à queima-roupa, à maneira de, às cegas, à Questões:
noite, às tontas, à força de, às vezes, às escuras, à medida que, às
pressas, à custa de, à vontade (de), à moda de, às mil maravilhas, 01. A crase não é admissível em:
à tarde, às oito horas, às dezesseis horas, etc. É bom não confundir a) Comprou a crédito.
a locução adverbial às vezes com a expressão fazer as vezes de, b) Vou a casa de Maria.
em que não há crase porque o “as” é artigo definido puro: Ele se c) Fui a Bahia.
aborrece às vezes (= ele se aborrece de vez em quando); Quando d) Cheguei as doze horas.
o maestro falta ao ensaio, o violinista faz as vezes de regente (= o e) A sentença foi favorável a ré.
violinista substitui o maestro).
02. Assinale a opção em que falta o acento de crase:
- Sempre haverá crase em locuções que exprimem hora de- a) O ônibus vai chegar as cinco horas.
terminada: Ele saiu às treze horas e trinta minutos; Chegamos à b) Os policiais chegarão a qualquer momento.
uma hora. Cuidado para não confundir a, à e há com a expressão c) Não sei como responder a essa pergunta.
uma hora: Disseram-me que, daqui a uma hora, Teresa telefonará d) Não cheguei a nenhuma conclusão.

Didatismo e Conhecimento 99
LÍNGUA PORTUGUESA
03. Assinale a alternativa correta: 10. Assinale a frase gramaticalmente correta:
a) O ministro não se prendia à nenhuma dificuldade burocrá- a) O Papa caminhava à passo firme.
tica. b) Dirigiu-se ao tribunal disposto à falar ao juiz.
b) O presidente ia a pé, mas a guarda oficial ia à cavalo. c) Chegou à noite, precisamente as dez horas.
c) Ouviu-se uma voz igual à que nos chamara anteriormente. d) Esta é a casa à qual me referi ontem às pressas.
d) Solicito à V. Exa. que reconheça os obstáculos que estamos e) Ora aspirava a isto, ora aquilo, ora a nada.
enfrentando.
11. O Ministro informou que iria resistir __ pressões contrá-
04. Marque a alternativa correta quanto ao acento indicativo rias __ modificações relativas __ aquisição da casa própria.
da crase: a) às - àquelas - à
a) A cidade à que me refiro situa-se em plena floresta, a algu- b) as - aquelas - a
mas horas de Manaus. c) às - àquelas - a
b) De hoje à duas semanas estaremos longe, a muitos quilô- d) às - aquelas - à
metros daqui, a gozar nossas merecidas férias. e) as - àquelas - à
c) As amostras que servirão de base a nossa pesquisa estão há
muito tempo à disposição de todos. 12. A alusão ___ lembranças da casa materna trazia ___ tona
d) À qualquer distância percebia-se que, à falta de cuidados, a uma vivência ___ qual já havia renunciado.
lavoura amarelecia e murchava. a) às - a - a
b) as - à - há
05. Em qual das alternativas o uso do acento indicativo de c) as - a - à
crase é facultativo? d) às - à - à
a) Minhas idéias são semelhantes às suas. e) às - a - há
b) Ele tem um estilo à Eça de Queiroz.
c) Dei um presente à Mariana. 13. Use a chave ao sair ou entrar ___ 20 horas.
d) Fizemos alusão à mesma teoria. a) após às
e) Cortou o cabelo à Gal Costa. b) após as
c) após das
06. “O pobre fica ___ meditar, ___ tarde, indiferente ___ que
d) após a
acontece ao seu redor”.
e) após à
a) à - a - aquilo
b) a - a - àquilo
14. ___ dias não se consegue chegar ___ nenhuma das locali-
c) a - à - àquilo
dades ___ que os socorros se destinam.
d) à - à - aquilo
a) Há - à - a
e) à - à - àquilo
b) A - a - a
07. “A casa fica ___ direita de quem sobe a rua, __ duas qua- c) À - à - a
dras da Avenida Central”. d) Há - a - a
a) à - há e) À - a - a
b) a - à
c) a - há 15. Fique __ vontade; estou ___ seu inteiro dispor para ouvir
d) à - a o que tem ___ dizer.
e) à - à a) a - à – a
b) à - a – a
08. “O grupo obedece ___ comando de um pernambucano, c) à - à – a
radicado __ tempos em São Paulo, e se exibe diariamente ___ hora d) à - à – à
do almoço”. e) a - a - a
a) o - à - a
b) ao - há - à Respostas: (1-A) (2-A) (3-C)
c) ao - a - a
d) o - há - a (4-C)
e) o - a - a
a – é facultativo o uso de crase antes de pronome adjetivo
09. “Nesta oportunidade, volto ___ referir-me ___ problemas possessivo feminino singular (nossa).
já expostos __ V.Sª __ alguns dias”. à - Sempre haverá crase em locuções prepositivas, locuções
a) à - àqueles - a - há adverbiais ou locuções conjuntivas que tenham como núcleo um
b) a - àqueles - a - há substantivo feminino (à disposição).
c) a - aqueles - à - a
d) à - àqueles - a - a (5-C) (6-C) (7-D) (8-B) (9-B) (10-D) (11-A) (12-D) (13-B)
e) a - aqueles - à - há (14-D) (15-B)

Didatismo e Conhecimento 100


LÍNGUA PORTUGUESA
No segundo exemplo, a palavra fera sofreu um desvio na sua
ENCONTRO VOCÁLICO. significação própria e diz muito mais do que a expressão vulgar
ENCONTRO CONSONANTAL “pessoa brava”. Semelhantes desvios de significação a que são
submetidas as palavras, quando se deseja atingir um efeito expres-
sivo, denominam-se figuras de palavras ou tropos (do grego tró-
pos, giro, desvio).
São as seguintes as figuras de palavras:
Esse tópico estudamos em Fonema. Metáfora: consiste em atribuir a uma palavra características
de outra, em função de uma analogia estabelecida de forma bem
subjetiva.
O SIGNIFICADO DAS PALAVRAS. “Meu verso é sangue” (Manuel Bandeira)
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO Observe que, ao associar verso a sangue, o poeta estabeleceu
uma analogia entre essas duas palavras, vendo nelas uma relação
de semelhança. Todos os significados que a palavra sangue sugere
ao leitor passam também para a palavra verso.
Sentido Próprio e Sentido Figurado: as palavras podem ser Os poetas são mestres na citação de metáforas surpreendentes,
empregadas no sentido próprio ou no sentido figurado. Exemplos: ricas em significados. Exemplo:
- Construí um muro de pedra. (sentido próprio).
- Ênio tem um coração de pedra. (sentido figurado). “Ó minha amada
- As águas pingavam da torneira, (sentido próprio). Que olhos os teus
- As horas iam pingando lentamente, (sentido figurado). São cais noturnos
Cheios de adeus.”
Denotação e Conotação: Observe as palavras em destaque
nos seguintes exemplos: Vinícius de Moraes
- Comprei uma correntinha de ouro.
- Fulano nadava em ouro. A metáfora é uma espécie de comparação sem a presença de
conectivos do tipo como, tal como, assim como etc. Quando esses
No primeiro exemplo, a palavra ouro denota ou designa sim- conectivos aparecem na frase, temos uma comparação e não uma
plesmente o conhecido metal precioso, tem sentido próprio, real, metáfora. Exemplo:
denotativo.
No segundo exemplo, ouro sugere ou evoca riquezas, poder, “A felicidade é como a gota de orvalho
glória, luxo, ostentação; tem o sentido conotativo, possui várias numa pétala de flor.
conotações (ideias associadas, sentimentos, evocações que irra- Brilha tranquila, depois de leve oscila
diam da palavra). e cai como uma lágrima de amor.”

Vinícius de Moraes

FIGURAS DE LINGUAGEM. Comparação: é a comparação entre dois elementos comuns;


semelhantes. Normalmente se emprega uma conjunção comparati-
va: como, tal qual, assim como.

Também chamadas Figuras de Estilo, são recursos especiais “Sejamos simples e calmos
de que se vale quem fala ou escreve, para comunicar à expressão Como os regatos e as árvores”
mais força e colorido, intensidade e beleza.
Podemos classificá-las em três tipos: (Fernando Pessoa)

- Figuras de Palavras (ou tropos); Metonímia: consiste no emprego de uma palavra por outra
- Figuras de Construção (ou de sintaxe); com a qual ela se relaciona. Ocorre a metonímia quando empre-
- Figuras de Pensamento. gamos:

Figuras de Palavras - o autor ou criador pela obra. Exemplo: Gosto de ler Jorge
Amado (observe que o nome do autor está sendo usado no lugar
Compare estes exemplos: de suas obras).
O tigre é uma fera. (fera = animal feroz: sentido próprio, li- - o efeito pela causa e vice-versa. Exemplos: Ganho a vida
teral, usual) com o suor do meu rosto. (o suor é o efeito ou resultado e está
Pedro era uma fera. (fera = pessoa muito brava: sentido figu- sendo usado no lugar da causa, ou seja, o “trabalho”); Vivo do meu
rado, ocasional) trabalho. (o trabalho é causa e está no lugar do efeito ou resultado,
ou seja, o “lucro”).

Didatismo e Conhecimento 101


LÍNGUA PORTUGUESA
- o continente pelo conteúdo. Exemplo: Ela comeu uma caixa Figuras de Construção
de doces. (a palavra caixa, que designa o continente ou aquilo que
contém, está sendo usada no lugar da palavra doces, que designaria Compare as duas maneiras de construir esta frase:
o conteúdo). Os homens pararam, o medo no coração.
- o abstrato pelo concreto e vice-versa. Exemplos: A velhice Os homens pararam, com o medo no coração.
deve ser respeitada. (o abstrato velhice está no lugar do concreto, Nota-se que a primeira construção é mais concisa e elegante.
ou seja, pessoas velhas).Ele tem um grande coração. (o concreto Desvia-se da norma estritamente gramatical para atingir um fim
coração está no lugar do abstrato, ou seja, bondade). expressivo ou estilístico. Foi com esse intuito que assim a redigiu
- o instrumento pela pessoa que o utiliza. Exemplo: Ele é bom Jorge Amado.
volante. (o termo volante está sendo usado no lugar do termo pi- A essas construções que se afastam das estruturas regulares
loto ou motorista). ou comuns e que visam transmitir à frase mais concisão, expressi-
- o lugar pelo produto. Exemplo: Gosto muito de tomar um vidade ou elegância dá-se o nome de figuras de construção ou de
Porto. (o produto vinho foi substituído pelo nome do lugar em que sintaxe.
é feito, ou seja, a cidade do Porto). São as mais importantes figuras de construção:
- o símbolo ou sinal pela coisa significada. Exemplo: Os revo-
Elipse: consiste na omissão de um termo da frase, o qual, no
lucionários queriam o trono. (a palavra trono, nesse caso, simboli-
entanto, pode ser facilmente identificado. Exemplo: No fim da fes-
za o império, o poder).
ta, sobre as mesas, copos e garrafas vazias. (ocorre a omissão do
- a parte pelo todo. Exemplo: Não há teto para os necessitados.
verbo haver: No fim da festa havia, sobre as mesas, copos e gar-
(a parte teto está no lugar do todo, “a casa”). rafas vazias).
- o indivíduo pela classe ou espécie. Exemplo: Ele foi o judas
do grupo. (o nome próprio Judas está sendo usado como substanti- Pleonasmo: consiste no emprego de palavras redundantes
vo comum, designando a espécie dos homens traidores). para reforçar uma ideia. Exemplo: Ele vive uma vida feliz.
- o singular pelo plural. Exemplo: O homem é um animal ra- Observação: Devem ser evitados os pleonasmos viciosos, que
cional. (o singular homem está sendo usado no lugar do plural ho- não têm valor de reforço, sendo antes fruto do desconhecimento
mens). do sentido das palavras, como por exemplo, as construções “subir
- o gênero ou a qualidade pela espécie. Exemplo: Os mortais para cima”, “protagonista principal”, “entrar para dentro”, etc.
somos imperfeitos. (a palavra mortais está no lugar de “seres hu-
manos”). Polissíndeto: consiste na repetição enfática do conectivo, ge-
- a matéria pelo objeto. Exemplo: Ele não tem um níquel. (a ralmente o “e”. Exemplo: Felizes, eles riam, e cantavam, e pula-
matéria níquel é usada no lugar da coisa fabricada, que é “moeda”). vam de alegria, e dançavam pelas ruas...

Observação: Os últimos 5 casos recebem também o nome de Inversão ou Hipérbato: consiste em alterar a ordem normal
Sinédoque. dos termos ou orações com o fim de lhes dar destaque:
“Passarinho, desisti de ter.” (Rubem Braga)
Perífrase: é a substituição de um nome por uma expressão “Justo ela diz que é, mas eu não acho não.” (Carlos Drum-
que facilita a sua identificação. Exemplo: O país do futebol acredi- mond de Andrade)
ta no seu povo. (país do futebol = Brasil) “Por que brigavam no meu interior esses entes de sonho não
sei.” (Graciliano Ramos)
Sinestesia: é a mistura de sensações percebidas por diferentes “Tão leve estou que já nem sombra tenho.” (Mário Quintana)
órgãos do sentido. Observação: o termo que desejamos realçar é colocado, em
“O vento frio e cortante balança os trigais dourados e macios geral, no início da frase.
que se estendiam pelo campo.” (frio e cortante = tato / dourados e
Anacoluto: consiste na quebra da estrutura sintática da ora-
macios = visão + tato)
ção. O tipo de anacoluto mais comum é aquele em que um termo
parece que vai ser o sujeito da oração, mas a construção se modifi-
Catacrese: consiste em transferir a uma palavra o sentido
ca e ele acaba sem função sintática. Essa figura é usada geralmente
próprio de outra, utilizando-se formas já incorporadas aos usos da para pôr em relevo a ideia que consideramos mais importante, des-
língua. Se a metáfora surpreende pela originalidade da associação tacando-a do resto. Exemplo: “Eu, que era branca e linda, eis-me
de ideias, o mesmo não ocorre com a catacrese, que já não chama medonha e escura.” (Manuel Bandeira) (o pronome eu, enunciado
a atenção por ser tão repetidamente usada. Exemplo: Ele embarcou no início, não se liga sintaticamente à oração eis-me medonha e
no trem das onze. (originariamente, a palavra embarcar pressupõe escura.)
barco e não trem).
Silepse: ocorre quando a concordância de gênero, número ou
Antonomásia: ocorre quando substituímos um nome próprio pessoa é feita com ideias ou termos subentendidos na frase e não
pela qualidade ou característica que o distingue. Exemplo: O Poeta claramente expressos. A silepse pode ser:
dos Escravos é baiano. (Poeta dos Escravos está no lugar do nome - de gênero. Exemplo: Vossa Majestade parece cansado. (o
próprio Castro Alves, poeta baiano que se distinguiu por escrever adjetivo cansado concorda não com o pronome de tratamento Vos-
poemas em defesa dos escravos). sa Majestade, de forma feminina, mas com a pessoa a quem esse
pronome se refere – pessoa do sexo masculino).

Didatismo e Conhecimento 102


LÍNGUA PORTUGUESA
- de número. Exemplo: O pessoal ficou apavorado e saíram Paranomásia: palavras com sons semelhantes, mas de sig-
correndo. (o verbo sair concordou com a ideia de plural que a pa- nificados diferentes, vulgarmente chamada de trocadilho. Exem-
lavra pessoal sugere). plo: Era iminente o fim do eminente político.
- de pessoa. Exemplo: Os brasileiros gostamos de futebol. (o
sujeito os brasileiros levaria o verbo usualmente para a 3ª pessoa Neologismo: criação de palavras novas. Exemplo: O projeto
do plural, mas a concordância foi feita com a 1ª pessoa do plural, foi considerado imexível.
indicando que a pessoa que fala está incluída em os brasileiros).
Onomatopeia: consiste no aproveitamento de palavras cuja Figuras de Pensamento
pronúncia imita o som ou a voz natural dos seres. É um recurso
fonêmico ou melódico que a língua proporciona ao escritor. São processos estilísticos que se realizam na esfera do pensa-
“Pedrinho, sem mais palavras, deu rédea e, lept! lept! arran- mento, no âmbito da frase. Nelas intervêm fortemente a emoção,
cou estrada afora.” (Monteiro Lobato) o sentimento, a paixão. Eis as principais figuras de pensamento:
“O som, mais longe, retumba, morre.” (Goncalves Dias) Antítese: consiste em realçar uma ideia pela aproximação de
“O longo vestido longo da velhíssima senhora frufrulha no palavras de sentidos opostos. Exemplo: “Morre! Tu viverás nas
alto da escada.” (Carlos Drummond de Andrade) estradas que abriste!” (Olavo Bilac)
“Tíbios flautins finíssimos gritavam.” (Olavo Bilac)
“Troe e retroe a trompa.” (Raimundo Correia) Apóstrofe: consiste na interrupção do texto para se chamar a
“Vozes veladas, veludosas vozes, atenção de alguém ou de coisas personificadas. Sintaticamente, a
volúpias dos violões, vozes veladas, apóstrofe corresponde ao vocativo. Exemplo:
vagam nos velhos vórtices velozes “Tende piedade, Senhor, de todas as mulheres
dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.” (Cruz e Sousa) Que ninguém mais merece tanto amor e amizade” (Vinícius
de Moraes)
As onomatopéias, como nos três últimos exemplos, podem
resultar da Aliteração (repetição de fonemas nas palavras de uma Eufemismo: ocorre quando, no lugar das palavras próprias,
frase ou de um verso). são empregadas outras com a finalidade de atenuar ou evitar a ex-
pressão direta de uma ideia desagradável ou grosseira. Exemplo:
Repetição: consiste em reiterar (repetir) palavras ou orações Depois de muito sofrimento, ele entregou a alma a Deus.
para enfatizar a afirmação ou sugerir insistência, progressão:
“O surdo pede que repitam, que repitam a última frase.” (Ce- Gradação: ocorre quando se organiza uma sequência de pala-
cília Meireles) vras ou frases que exprimem a intensificação progressiva de uma
ideia. Exemplo: “Eu era pobre. Era subalterno. Era nada.” (Mon-
“Tudo, tudo parado: parado e morto.” (Mário Palmério)
teiro Lobato)
“Ia-se pelos perfumistas, escolhia, escolhia, saía toda perfu-
mada.” (José Geraldo Vieira)
Hipérbole: ocorre quando, para realçar uma ideia, exagera-
“E o ronco das águas crescia, crescia, vinha pra dentro da
mos na sua representação. Exemplo: Está muito calor. Os jogado-
casona.” (Bernardo Élis)
res estão morrendo de sede no campo.
“O mar foi ficando escuro, escuro, até que a última lâmpada
se apagou.” (Inácio de Loyola Brandão)
Ironia: é o emprego de palavras que, na frase, têm o sentido
oposto ao que querem dizer. É usada geralmente com sentido sar-
Zeugma: consiste na omissão de um ou mais termos ante- cástico. Exemplo: Quem foi o inteligente que usou o computador e
riormente enunciados. Exemplo: A manhã estava ensolarada; a apagou o que estava gravado?
praia, cheia de gente. (há omissão do verbo estar na segunda ora-
ção (...a praia estava cheia de gente)). Paradoxo: é o encontro de ideias que se opõem; ideias opos-
tas. Exemplo:
Assíndeto: ocorre quando certas orações ou palavras, que “É tão difícil olhar o mundo
poderiam se ligar por um conectivo, vêm apenas justapostas. e ver o que ainda existe
Exemplo: Vim, vi, venci. pois sem você
meu mundo é diferente
Anáfora: consiste na repetição de uma palavra ou de um minha alegria é triste.” (Roberto Carlos e Erasmo)
segmento do texto com o objetivo de enfatizar uma ideia. É uma (a alegria e a tristeza se opõem, se a alegria é triste, ela tem
figura de construção muito usada em poesia. Exemplo: uma qualidade que é antagônica).
“Tende piedade, Senhor, de todas as mulheres
Que ninguém mais merece tanto amor e amizade Personificação ou Prosopopéia ou Animismo: consiste em
Que ninguém mais deseja tanto poesia e sinceridade atribuir características humanas a outros seres. Exemplo:
Que ninguém mais precisa tanto de alegria e serenidade.” “Ah! cidade maliciosa
de olhos de ressaca
que das índias guardou a vontade de andar nua.” (Ferreira
Gullar)

Didatismo e Conhecimento 103


LÍNGUA PORTUGUESA
Reticência: consiste em suspender o pensamento, deixando-o 14. (   ) “Tão bom se ela estivesse viva me ver assim.”(Antônio
meio velado. Exemplo: Olavo Pereira)
“De todas, porém, a que me cativou logo foi uma... uma... não 15. (   ) “Coisa curiosa é gente velha. Como comem!” (Aníbal
sei se digo.” (Machado de Assis) Machado)
“Quem sabe se o gigante Piaimã, comedor de gente...” (Mário 16. (    ) “Sonhei que estava sonhando um sonho sonha-
de Andrade) do.”(Martinho da Vila)
17. (   ) “Rubião fez um gesto. Palha outro; mas quão diferen-
Retificação: como a palavra diz, consiste em retificar uma tes.”( Machado de Assis)
afirmação anterior. Exemplos: 18. (   ) “Estava certo de que nunca jamais ninguém saberia do
É uma jóia, ou melhor, uma preciosidade, esse quadro. meu crime.” (Aurélio Buarque de Holanda)
O síndico, aliás, uma síndica muito gentil não sabia como re- 19. (   ) “Fulgem as velhas almas namoradas....
solver o caso.       - Almas tristes, severas, resignadas,
“O país andava numa situação política tão complicada quanto       De guerreiros, de santos, de poetas.” (Camilo Pessanha)
a de agora. Não, minto. Tanto não.” (Raquel de Queiroz) 20. (   ) “Muita gente anda no mundo sem saber pra quê: vivem
“Tirou, ou antes, foi-lhe tirado o lenço da mão.” (Machado porque vêem os outros viverem.” (J. Simões Lopes Neto)
de Assis) 21. (   ) “Um mundo de vapores no ar flutua.”(Raimundo Cor-
“Ronaldo tem as maiores notas da classe. Da classe? Do giná- rea)
sio!” (Geraldo França de Lima) 22. (   ) “Tende piedade de mulher no instante do parto.
    Onde ela é como a água explodindo em convulsão
Questões:       Onde ela é como a terra vomitando cólera
      Onde ela é como a lua parindo desilusão.”(Vinícius de
Nos exercícios de número 1 a 22, faça a associação de acor- Morais)
do com o seguinte código:
a) elipse g) anacoluto Nos exercícios de números 23 a 40, faça a associação de
b) zeugma h) silepse de gênero acordo com o seguinte código:
c) pleonasmo i) silepse de número a) metáfora f) sinédoque
d) polissíndeto j) silepse de pessoa b) comparação g) sinestesia
e) assíndeto l) anáfora c) prosopopéia h) onomatopéia
f) hipérbato m) anástrofe d) antonomásia i) aliteração
e) metonímia j) catacrese
1. (   ) “Dizem que os cariocas somos pouco dados aos jardins
públicos.”(Machado de Assis) 23. (   ) “Asas tontas de luz, cortando o firmamento!” (Olavo
2. (    ) “Aquela mina de ouro, ele não ia deixar que outras Bilac)
espertas botassem as mãos.” (José Lins do Rego) 24. (   ) “Redondos tomates de pele quase estalando.”(Clarice
3) (   ) “Este prefácio, apesar de interessante, inútil.” (Mário Lispector)
Andrade) 25. (   ) “O administrador José Ferreira
4. (   ) “Era véspera de Natal, as horas passavam, ele devia de       Vestia a mais branca limpeza.” (João Cabral de Melo
querer estar ao lado de lá-Dijina, em sua casa deles dois, da outra Neto)
banda, na Lapa-Laje.” (Guimarães Rosa) 26. (   ) “A cidade inteira viu assombrada, de queixo caído, o
5. (   ) “Em volta: leões deitados, pombas voando, ramalhetes pistoleiro sumir de ladrão, fugindo nos cascos de seu cava-
de flores com laços de fitas, o Zé-Povinho de chapéu erguido.” lo.”(José Cândido de Carvalho)
(Aníbal Machado) 27. (   ) “A noite é como um olhar longo e claro de mulher. “
6. (   ) “Sob os tetos abatidos e entre os esteios fumegantes, (Vinícius de Morais)
deslizavam melhor, a salvo, ou tinham mais invioláveis esconderi- 28. (   ) A virgem dos lábios de mel é um das personagens mais
jos, os sertanejos emboscados. “ (Euclides da Cunha) famosas de nossa literatura.
7. (   ) V. Exa. está cansado? 29. (   ) “O pé que tinha no mar a si recolhe.” (Camões)
8. (   ) “Caça, ninguém não pegava... (Mário de Andrade) 30. (   ) “Se os deuses se vingam, que faremos nós os mortais?
9. (   ) “Mas, me escute, a gente vamos chegar lá.”(Guimarães “ ( V. Bergo)
Rosa) 31. (   ) “Solução onda trépida e lacrimosa; geme a brisa fo-
10. (   ) “Grande parte, porém, dos membros daquela assem- lhagem; o mesmo silêncio anela de opresso.” ( José de |Alencar)
bléia estavam longe destas idéias.”(Alexandre Herculano) 32. (   ) “Avista-se o grito das araras.” (Guimarães Rosa)
11. (   ) “E brinquei, e dancei e fui 33. (   ) “Da noite a tarde e a taciturna trova
      Vestido de rei....”(Chico Buarque)       Soluça...”
12. (    ) “Wilfredo foge. O horror vai com ele, inclemente. 34. (   ) “O Forte ergue seus braços para o céu de estrelas e de
Foge, corre, e vacila, e tropeça e resvala, e levanta-se, e foge alu- paz.” ( Adonias Filho)
cinadamente....”(Olavo Bilac) 35. (   ) “Lá fora a noite é um pulmão ofegante.” (Fernando
13. (   ) “Agachou-se, atiçou o fogo, apanhou uma brasa com Namora)
a colher, acendeu o cachimbo, pôs-se a chupar o canudo do taquari 36. (   ) “O meu abraço te informará de mim.”(Alcântara Ma-
cheio de sarro.” (Graciliano Ramos) chado)

Didatismo e Conhecimento 104


LÍNGUA PORTUGUESA
37. (   ) “Iam-se as sombras lentas desfazendo
      Sobre as flores da terra frio orvalho.”(Camões) VÍCIOS DE LINGUAGEM
38. (   ) “Não há criação nem morte perante a poesia
      Diante dela, a vida é um sol estático
      Não aquece, nem ilumina”. (Carlos Drummond de
Andrade)
39. (   ) “Um olhar dessa pálpebra sombra.” (Álvares de Aze- Todo desvio das normas gramaticais provoca um vício de lin-
vedo) guagem. São incorreções e defeitos no uso da língua falada ou es-
40. (    ) “O arco-íris saltou como serpente multicolor nessa crita. Origina-se do descaso ou do despreparo linguístico de quem
piscina de desenhos delicados.” (Cecília Meireles) se expressa. Os principais vícios de linguagem são:
Nos exercícios de números 41 a 50, faça a associação de
acordo com o seguinte código: Barbarismo: todo desvio na grafia, na flexão ou na pronúncia
a) ironia d) paradoxo de uma palavra constitui um barbarismo. Existem quatro tipos:
b) eufemismo e) hipérbole - Cacoepia: é a má pronúncia de uma palavra. Ex.: compania
c) antítese f) gradação (em vez de companhia), gor (em vez de gol), cadalço (em vez de
cadarço);
41. (   ) “Na chuva de cores - Silabada: é a troca de acentuação prosódica de uma palavra.
      Da tarde que explode Ex.: récorde (em vez de recorde), rúbrica (em vez de rubrica), íbe-
      A lagoa brilha (Carlos Drummond de Andrade) ro (em vez de ibero);
42. (   ) “Nasce o sol, e não dura mais que um dia. - Cacografia: é a má grafia ou má flexão de uma palavra. Ex.:
      Depois de luz, se segue a noite escura, maizena (em vez de maisena), cidadões (em vez de cidadãos), in-
      Em tristes sombras morre a formosura terviu (em vez de interveio);
      Em contínuas tristezas, a alegria.” (Gregório de Matos) - Deslize: é o mau emprego de uma palavra. Ex.: mala leviana
43. (   ) “Se eu pudesse contar as lágrimas que chorei na vés- (por mala leve), peixe com espinho (por peixe com espinha), vul-
pera e na manhã, somaria mais que todas as vertidas desde Adão e tuosa quantia (por vultosa quantia).
Eva.” (Machado de Assis)
44. (   ) “Todo sorriso é feito de mil prantos, toda vida se tece Comete Barbarismo ainda quem abusa do emprego de pala-
de mil mortes.”( Carlos de Laet) vras estrangeiras, grafando-as como na língua de origem. Por prin-
45. (   ) “Eu era pobre. Era subalterno. Era nada.” (Monteiro cípio, todo estrangeirismo que não possuir equivalente adequado
Lobato) em nossa língua deve ser aportuguesado. Portanto, convém grafar:
abajur, boate, garagem, coquetel, checape, píteça, xampu, xortes,
46. (   ) “Residem juntamente no teu peito um demônio que
e não abat-jour, boite, garage, cocktail, check-up, pizza, shampoo,
ruge e um deus que chora.” (Olavo Bilac)
shorts.
47. (   ) “Quando a indesejada das gentes chegar.” (Manuel
Tão usadas entre nós são algumas grafias estrangeiras, que a
Bandeira)
estranheza por algumas formas aportuguesadas se afigura muito
48. (   ) “Voando e não remando, lhe fugiram. “  (Camões)
natural. Incluem-se ainda como barbarismo todas as formas de es-
49. (   ) “O dinheiro é uma força tremenda, onipotente, assom-
trangeirismo, isto é, uso de palavras ou expressões de outras lín-
brosa.” ( Olavo Bilac) guas:
50. (   ) “Moça linda, bem tratada, três séculos de família, bur- - Galicismo (do francês): Mise-en-scène em vez de encena-
ra como uma porta: um amor.” (Mário de Andrade) ção, Parti pris em vez de opinião preconcebida.
- Anglicismo (do inglês): Weekend em vez de fim de semana.
Respostas
Solecismo: Todo desvio sintático provoca um solecismo.
(1.J) (2.G) (3.A) (4.C) (5.E) (6.F) (7.H) (8.G) (9.J) (10.I) Existem três tipos:
(11.D) (12.D) (13.E) (14.A) (15.I) (16.C) (17.B) (18.C) (19.B) - de concordância. Ex.: houveram eleições (por houve elei-
(20.I) (21.M) (22.L) (23.F) (24.J) (25.E) (26.F) (27.G) (28.D) ções), o pessoal chegaram (por o pessoal chegou);
(29.J) (30.F) (31.C) (32.G) (33.I/C) (34.C) (35.A) (36.E) (37.F) - de regência. Ex.: assisti esse filme (por assisti a esse filme),
(38.A) (39.F) (40.B) (41.E) (42.C) (43.E) (44.E/C) (45.F) (46.C) ter ódio de alguém (por ter ódio a alguém), não lhe conheço (por
(47.B) (48.E) (49.F) (50.A) não o conheço);
- de colocação. Ex.: darei-lhe um abraço (por dar-lhe-ei um
abraço), tenho queixado-me bastante (por tenho me queixado bas-
tante).

Cacófato: Todo som obsceno resultante da união de sílabas


de palavras diferentes provoca um cacófato. Ex.: preciso ir-me já,
vaca gaúcha, etc.
O cacófato só existe quando a união das sílabas exprime
obscenidade. Portanto, ela tinha, boca dela, alma minha e outras
uniões semelhantes não constituem cacófatos, mas simples caco-
fonias, de menor importância.

Didatismo e Conhecimento 105


LÍNGUA PORTUGUESA
Ambiguidade ou Anfibologia: todo duplo sentido, causado 03- Dentre as frases a seguir, a única que não contém sole-
pela má construção da frase, é uma ambiguidade. Ex.: Beatriz co- cismo é:
meu um doce e sua irmã também. (por: Beatriz comeu um doce, e a) Concluído os relatórios, enviaram o material ao Diretor.
sua irmã também); Mataram o porco do meu tio. (por: Mataram o b) Os adevogados desta empresa ganharam todas as causas.
porco que era de meu tio). c) A Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro está situada à Rua
Afonso Cavalcanti.
Redundância: Toda repetição de uma ideia mediante palavras d) Dado os resultados da última pesquisa, o grupo está con-
ou expressões diferentes provoca uma redundância ou pleonasmo fiante.
vicioso. Ex.: subir lá em cima, descer lá embaixo, entrar pra den-
tro, sair pra fora, novidade inédita, hemorragia de sangue, pomar 04- Nas frases seguintes ocorrem barbarismos. Reescreva-as
de frutas, hepatite do fígado, demente mental, e tantas outras ex- corretamente:
pressões presentes diariamente no linguajar. a) Os trabalhadores apenas reinvindicavam o que queriam.
b) De domingo, a gente costuma comer macarronada na casa
Arcaísmo: Consiste no emprego de palavras ou expressões da avó.
antigas que já caíram de uso. Exemplo: asinha em vez de depres- c) Se você ver minha namorada, avise-me, por favor.
sa, antanho em vez de no passado. d) Esse ginasta soviético bateu o record mundial.
Neologismo: Emprego de palavras novas que, apesar de for- e) - Atenção! Vamos assistir ao show desses acrobatas geniais
madas de acordo com o sistema da língua, ainda não foram incor- - dizia o locutor.
poradas pelo idioma. Exemplo: As mensagens telecomunicadas f) A secretária avisava-nos insistentemente: - Não se esque-
foram vistas por poucas pessoas. çam de colocar a sua rúbrica em cada página do contrato.
g) Concerta-se automóvel.
Eco: Ocorre quando há palavras na frase com terminações h) Prestei exame vestibular para a Faculdade Íbero-America-
iguais ou semelhantes, provocando dissonância. Exemplo: A di- na.
vulgação da promoção não causou comoção na população. i) Uma paralização pode trazer prejuízos incalculáveis.

Hiato: Ocorre quando há uma sequência de vogais, provocan- 05- Identifique o tipo de solecismo e corrija-o de acordo com
do dissonância. Exemplo: Eu a amo; Ou eu ou a outra ganhará  o a norma culta:
concurso. a) Foi aceito vários aspectos da Constituição que beneficiam
o povo.
Colisão: Ocorre quando há repetição de consoantes iguais ou b) Eis o novo regimento escolar. Todos devem obedecê-Io.
semelhantes, provocando dissonância. Exemplo: Sua saia sujou. c) Haviam pessoas e mais pessoas no comício.
d) Vá na secretaria e pegue sua caderneta.
Questões: e) Este é o imóvel que todos sonham.
f) Me diga uma coisa: você vai ou não me fazer este favor?
01- g) Este é o prefeito que todos precisam.
I - Meu pai era homem de imaginação; escapou à tanoaria nas h) Nada resta-me a não ser esse desabafo.
asas de um calembour. Era um bom caráter, meu pai, varão digno i) ... as pessoas têm de estar mais alertas para não serem sur-
e leal como poucos. preendidas.
II - Ela tinha agora a beleza da velhice, um ar austero e mater-
nal; estava menos magra do que quando a vi, na vez passada, numa 06- Identifique, dentre os vícios de linguagem citados, aqueles
festa de São João, na Tijuca. que ocorrem nas frases abaixo:
III - Creio que prefere mais a anedota do que a reflexão, como a) cacófato
os outros leitores, seus confrades, e acho que faz muito bem. b) eco
Os textos apresentam, respectivamente: c) arcaísmo
a) cacófato, eco e pleonasmo. d) hiato
b) solecismo, cacófato e hiato. e) colisão
c) obscuridade, eco e barbarismo. f) pleonasmo
d) galicismo, cacófato e solecismo.
1. Os regulamentos, acabo de redigi-Ios.
02- “O vereador cumprimentou o deputado em seu gabinete”. 2. Eu a ouvia extasiado.
A frase apresenta: 3. Esse texto tem de passar do plano ideal para o real.
a) eco. 4. - Não suba em cima do armário - gritava a mãe do moleque.
b) barbarismo. 5. Já que não posso amá-Ia, já nela não penso mais.
c) cacofonia 6. Este reclame mostra um homem usando galocha.
d) ambiguidade. 7. Querida, quero que você me queira bem.

Didatismo e Conhecimento 106


LÍNGUA PORTUGUESA
07- Determine por que ocorre ambiguidade de sentido nas fra- (7. a) Assustado pode referir-se ao sujeito - eu - ou ao objeto.
ses seguintes: b) A expressão “do prédio” pode referir-se ao local onde
a) Encontrei-o assustado. se encontrava o menino ou referir-se ao local do incêndio.
b) O menino viu o incêndio do prédio. c) U pronome sua pode referir-se a uma foto em que o
c) Vi uma foto sua no metrô. indivíduo aparece ou a uma foto de autoria do indivíduo.
d) Os eleitores revoltam-se contra os deputados por causa dos d) Seus pode referir-se tanto a eleitores quanto a depu-
seus salários. tados.

08- Reescreva as frases abaixo retirando os termos redundan- (8. a) Aquela herança deve ser dividida igualmente entre os
tes ou supérfluos: herdeiros.
a) Segundo minha opinião, penso que aquela herança deve ser b) É melhor começar o trabalho agora do que adiá-lo.
dividida igualmente em duas metades entre os dois filhos herdei- c) Prefiro mais chocolate do que morango.
ros. d) Eu gostei tanto daquele prato de peixe que o repeti.
b) Sinceramente, para ser franco, é melhor começar o trabalho e)  Este mês ganhei um brinde pela assinatura de uma
agora do que adiar para depois. revista.
c) Prefiro muito mais chocolate do que morango. f) Na volta das férias, tivemos uma surpresa: o caso das
d) Eu gostei tanto daquele prato de peixe que eu repeti duas provas desaparecidas chegara a seu final.
vezes. g) Anteriormente, estas evidências seriam aceitas como
e) Este mês ganhei um brinde grátis pela assinatura de uma provas do atentado.
revista. h) É preciso coragem para encarar as dificuldades.
f) Na volta das férias, tivemos uma surpresa inesperada: o
caso das provas desaparecidas chegara a seu desenlace final.
g) Há poucos dias atrás seriam aceitas estas evidências tão FUNÇÕES DA LINGUAGEM
claras como provas do atentado.
h) É preciso coragem para encarar as dificuldades de frente.

Respostas Quando se pergunta a alguém para que serve a linguagem, a


resposta mais comum é que ela serve para comunicar. Isso está
(1.D) correto. No entanto, comunicar não é apenas transmitir informa-
ções. É também exprimir emoções, dar ordens, falar apenas para
(2.D - gabinete do vereador ou do deputado?) não haver silêncio. Para que serve a linguagem?
- A linguagem serve para informar: Função Referencial.
(3.B - em adevogados, há um barbarismo)
“Estados Unidos invadem o Iraque”
(4. a) (reivindicavam)
b) (Aos domingos) Essa frase, numa manchete de jornal, informa-nos sobre um
acontecimento do mundo.
c) (Vir)
Com a linguagem, armazenamos conhecimentos na memó-
d) (Recorde)
ria, transmitimos esses conhecimentos a outras pessoas, ficamos
e) (Espetáculo)
sabendo de experiências bem-sucedidas, somos prevenidos con-
f) (Rubrica)
tra as tentativas mal sucedidas de fazer alguma coisa. Graças à
g) (conserta) linguagem, um ser humano recebe de outro conhecimentos, aper-
h) (Ibero) feiçoa-os e transmite-os.
i) (Paralisação) Condillac, um pensador francês, diz: “Quereis aprender
ciências com facilidade? Começai a aprender vossa própria
(5. a) (Solecismo de concordância: “Foram aceitos...”) língua!” Com efeito, a linguagem é a maneira como aprende-
b) (Solecismo de regência: “...obedecer-lhe.”) mos desde as mais banais informações do dia a dia até as teorias
c) (Solecismo de concordância: “Havia...”) científicas, as expressões artísticas e os sistemas filosóficos mais
d) (Solecismo de regência: “Vá à secretaria...”) avançados.
e) (Solecismo de regência: “... com que todos sonham”) A função informativa da linguagem tem importância central
f) (Solecismo de colocação: “Diga-me...”) na vida das pessoas, consideradas individualmente ou como gru-
g) (Solecismo de regência: “,.. de que todos precisam.”) po social. Para cada indivíduo, ela permite conhecer o mundo;
h) (Solecismo de colocação: “Nada me resta...”) para o grupo social, possibilita o acúmulo de conhecimentos e a
i) (Solecismo de concordância nominal: “...estar mais aler- transferência de experiências. Por meio dessa função, a lingua-
ta...”) gem modela o intelecto.
É a função informativa que permite a realização do trabalho
(6. 1) f 2) d 3) b 4) f 5) a 6) c 7) e coletivo. Operar bem essa função da linguagem possibilita que
cada indivíduo continue sempre a aprender.

Didatismo e Conhecimento 107


LÍNGUA PORTUGUESA
A função informativa costuma ser chamada também de fun- dente era, na verdade, uma maneira de insinuarem intimidade com
ção referencial, pois seu principal propósito é fazer com que as ele e, portanto, de exprimirem a importância que lhes seria atribuí-
palavras revelem da maneira mais clara possível as coisas ou os da pela proximidade com o poder. Inúmeras vezes, contamos coi-
eventos a que fazem referência. sas que fizemos para afirmarmo-nos perante o grupo, para mostrar
nossa valentia ou nossa erudição, nossa capacidade intelectual ou
- A linguagem serve para influenciar e ser influenciado: Fun- nossa competência na conquista amorosa.
ção Conativa. Por meio do tipo de linguagem que usamos, do tom de voz
que empregamos, etc., transmitimos uma imagem nossa, não raro
“Vem pra Caixa você também.” inconscientemente.
Emprega-se a expressão função emotiva para designar a uti-
Essa frase fazia parte de uma campanha destinada a aumentar lização da linguagem para a manifestação do enunciador, isto é,
o número de correntistas da Caixa Econômica Federal. Para per- daquele que fala.
suadir o público alvo da propaganda a adotar esse comportamento,
formulou-se um convite com uma linguagem bastante coloquial, - A linguagem serve para criar e manter laços sociais: Função
usando, por exemplo, a forma vem, de segunda pessoa do impe- Fática.
rativo, em lugar de venha, forma de terceira pessoa prescrita pela
norma culta quando se usa você. __Que calorão, hein?
Pela linguagem, as pessoas são induzidas a fazer determina- __Também, tem chovido tão pouco.
das coisas, a crer em determinadas ideias, a sentir determinadas __Acho que este ano tem feito mais calor do que nos outros.
emoções, a ter determinados estados de alma (amor, desprezo, des- __Eu não me lembro de já ter sentido tanto calor.
dém, raiva, etc.). Por isso, pode-se dizer que ela modela atitudes,
convicções, sentimentos, emoções, paixões. Quem ouve desavisa- Esse é um típico diálogo de pessoas que se encontram num
da e reiteradamente a palavra negro pronunciada em tom desde- elevador e devem manter uma conversa nos poucos instantes em
nhoso aprende a ter sentimentos racistas; se a todo momento nos que estão juntas. Falam para nada dizer, apenas porque o silêncio
dizem, num tom pejorativo, “Isso é coisa de mulher”, aprendemos poderia ser constrangedor ou parecer hostil.
os preconceitos contra a mulher. Quando estamos num grupo, numa festa, não podemos man-
Não se interfere no comportamento das pessoas apenas com a ter-nos em silêncio, olhando uns para os outros. Nessas ocasiões, a
ordem, o pedido, a súplica. Há textos que nos influenciam de ma- conversação é obrigatória. Por isso, quando não se tem assunto, fa-
neira bastante sutil, com tentações e seduções, como os anúncios la-se do tempo, repetem-se histórias que todos conhecem, contam-
publicitários que nos dizem como seremos bem sucedidos, atraen- se anedotas velhas. A linguagem, nesse caso, não tem nenhuma
tes e charmosos se usarmos determinadas marcas, se consumirmos função que não seja manter os laços sociais. Quando encontramos
certos produtos. Por outro lado, a provocação e a ameaça expressas alguém e lhe perguntamos “Tudo bem?”, em geral não queremos,
pela linguagem também servem para fazer fazer. de fato, saber se nosso interlocutor está bem, se está doente, se está
Com essa função, a linguagem modela tanto bons cidadãos, com problemas.
que colocam o respeito ao outro acima de tudo, quanto esperta- A fórmula é uma maneira de estabelecer um vínculo social.
lhões, que só pensam em levar vantagem, e indivíduos atemoriza- Também os hinos têm a função de criar vínculos, seja entre
dos, que se deixam conduzir sem questionar. alunos de uma escola, entre torcedores de um time de futebol ou
Emprega-se a expressão função conativa da linguagem quan- entre os habitantes de um país. Não importa que as pessoas não en-
do esta é usada para interferir no comportamento das pessoas por tendam bem o significado da letra do Hino Nacional, pois ele não
meio de uma ordem, um pedido ou uma sugestão. A palavra cona- tem função informativa: o importante é que, ao cantá-lo, sentimo-
tivo é proveniente de um verbo latino (conari) que significa “esfor- nos participantes da comunidade de brasileiros.
çar-se” (para obter algo). Na nomenclatura da linguística, usa-se a expressão função
fática para indicar a utilização da linguagem para estabelecer ou
- A linguagem serve para expressar a subjetividade: Função manter aberta a comunicação entre um falante e seu interlocutor.
Emotiva.
- A linguagem serve para falar sobre a própria linguagem:
“Eu fico possesso com isso!” Função Metalinguística.

Nessa frase, quem fala está exprimindo sua indignação com Quando dizemos frases como “A palavra ‘cão’ é um subs-
alguma coisa que aconteceu. Com palavras, objetivamos e expres- tantivo”; “É errado dizer ‘a gente viemos’”; “Estou usando o
samos nossos sentimentos e nossas emoções. Exprimimos a revol- termo ‘direção’ em dois sentidos”; “Não é muito elegante usar
ta e a alegria, sussurramos palavras de amor e explodimos de raiva, palavrões”, não estamos falando de acontecimentos do mundo,
manifestamos desespero, desdém, desprezo, admiração, dor, tris- mas estamos tecendo comentários sobre a própria linguagem. É
teza. Muitas vezes, falamos para exprimir poder ou para afirmar- o que chama função metalinguística. A atividade metalinguística
mo-nos socialmente. Durante o governo do presidente Fernando é inseparável da fala. Falamos sobre o mundo exterior e o mundo
Henrique Cardoso, ouvíamos certos políticos dizerem “A intenção interior e ao mesmo tempo, fazemos comentários sobre a nossa
do Fernando é levar o país à prosperidade” ou “O Fernando tem fala e a dos outros. Quando afirmamos como diz o outro, estamos
mudado o país”. Essa maneira informal de se referirem ao presi- comentando o que declaramos: é um modo de esclarecer que não

Didatismo e Conhecimento 108


LÍNGUA PORTUGUESA
temos o hábito de dizer uma coisa tão trivial como a que estamos Na estrofe abaixo, retirada do poema “A Cavalgada”, de Rai-
enunciando; inversamente, podemos usar a metalinguagem como mundo Correia, a sucessão dos sons oclusivos /p/, /t/, /k/, /b/, /d/,
recurso para valorizar nosso modo de dizer. É o que se dá quando /g/ sugere o patear dos cavalos:
dizemos, por exemplo, Parodiando o padre Vieira ou Para usar
uma expressão clássica, vou dizer que “peixes se pescam, homens E o bosque estala, move-se, estremece...
é que se não podem pescar”. Da cavalgada o estrépito que aumenta
Perde-se após no centro da montanha...
- A linguagem serve para criar outros universos.
Apud: Lêdo Ivo. Raimundo Correia: Poesia. 4ª ed.
A linguagem não fala apenas daquilo que existe, fala também Rio de Janeiro, Agir, p. 29. Coleção Nossos Clássicos.
do que nunca existiu. Com ela, imaginamos novos mundos, outras
realidades. Essa é a grande função da arte: mostrar que outros Observe-se que a maior concentração de sons oclusivos ocor-
modos de ser são possíveis, que outros universos podem existir. O re no segundo verso, quando se afirma que o barulho dos cavalos
aumenta.
filme de Woody Allen “A rosa púrpura do Cairo” (1985) mostra
Quando se usam recursos da própria língua para acrescentar
isso de maneira bem expressiva. Nele, conta-se a história de uma
sentidos ao conteúdo transmitido por ela, diz-se que estamos usan-
mulher que, para consolar-se do cotidiano sofrido e dos maus-
do a linguagem em sua função poética.
tratos infligidos pelo marido, refugia-se no cinema, assistindo
inúmeras vezes a um filme de amor em que a vida é glamorosa, Para melhor compreensão das funções de linguagem, torna-se
e o galã é carinhoso e romântico. Um dia, ele sai da tela e ambos necessário o estudo dos elementos da comunicação.
vão viver juntos uma série de aventuras. Nessa outra realidade, os Antigamente, tinha-se a ideia que o diálogo era desenvolvi-
homens são gentis, a vida não é monótona, o amor nunca diminui do de maneira “sistematizada” (alguém pergunta - alguém espera
e assim por diante. ouvir a pergunta, daí responde, enquanto outro escuta em silêncio,
etc).
- A linguagem serve como fonte de prazer: Função Poética.
Exemplo:
Brincamos com as palavras. Os jogos com o sentido e os sons
são formas de tornar a linguagem um lugar de prazer. Diverti- Elementos da comunicação
mo-nos com eles. Manipulamos as palavras para delas extrairmos - Emissor - emite, codifica a mensagem;
satisfação. - Receptor - recebe, decodifica a mensagem;
Oswald de Andrade, em seu “Manifesto antropófago”, diz - Mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor;
“Tupi or not tupi”; trata-se de um jogo com a frase shakespearia- - Código - conjunto de signos usado na transmissão e recepção
na “To be or not to be”. Conta-se que o poeta Emílio de Menezes, da mensagem;
quando soube que uma mulher muito gorda se sentara no banco - Referente - contexto relacionado a emissor e receptor;
de um ônibus e este quebrara, fez o seguinte trocadilho: “É a pri- - Canal - meio pelo qual circula a mensagem.
meira vez que vejo um banco quebrar por excesso de fundos”. Porém, com os estudos recentes dos linguistas, essa teoria so-
A palavra banco está usada em dois sentidos: “móvel com- freu uma modificação, pois, chegou-se a conclusão que quando se
prido para sentar-se” e “casa bancária”. Também está empre- trata da parole, entende-se que é um veículo democrático (observe
gado em dois sentidos o termo fundos: “nádegas” e “capital”, a função fática), assim, admite-se um novo formato de locução, ou,
“dinheiro”. interlocução (diálogo interativo):

Observe-se o uso do verbo bater, em expressões diversas, - locutor - quem fala (e responde);
- locutário - quem ouve e responde;
com significados diferentes, nesta frase do deputado Virgílio Gui-
- interlocução - diálogo
marães:
As respostas, dos “interlocutores” podem ser gestuais, faciais
“ACM bate boca porque está acostumado a bater: bateu con-
etc. por isso a mudança (aprimoração) na teoria.
tinência para os militares, bateu palmas para o Collor e quer As atitudes e reações dos comunicantes são também referen-
bater chapa em 2002. Mas o que falta é que lhe bata uma dor de tes e exercem influência sobre a comunicação
consciência e bata em retirada.”
(Folha de S. Paulo) Lembramo-nos:
- Emotiva (ou expressiva): a mensagem centra-se no “eu” do
Verifica-se que a linguagem pode ser usada utilitariamente emissor, é carregada de subjetividade. Ligada a esta função está,
ou esteticamente. No primeiro caso, ela é utilizada para informar, por norma, a poesia lírica.
para influenciar, para manter os laços sociais, etc. No segundo, - Função apelativa (imperativa): com este tipo de mensagem,
para produzir um efeito prazeroso de descoberta de sentidos. Em o emissor atua sobre o receptor, afim de que este assuma determi-
função estética, o mais importante é como se diz, pois o sentido nado comportamento; há frequente uso do vocativo e do imperati-
também é criado pelo ritmo, pelo arranjo dos sons, pela disposi- vo. Esta função da linguagem é frequentemente usada por oradores
ção das palavras, etc. e agentes de publicidade.

Didatismo e Conhecimento 109


LÍNGUA PORTUGUESA
- Função metalinguística: função usada quando a língua expli-
ca a própria linguagem (exemplo: quando, na análise de um texto,
investigamos os seus aspectos morfossintáticos e/ou semânticos).
- Função informativa (ou referencial): função usada quando
o emissor informa objetivamente o receptor de uma realidade, ou
acontecimento.
- Função fática: pretende conseguir e manter a atenção dos
interlocutores, muito usada em discursos políticos e textos publici-
tários (centra-se no canal de comunicação).
- Função poética: embeleza, enriquecendo a mensagem com
figuras de estilo, palavras belas, expressivas, ritmos agradáveis,
etc.
Também podemos pensar que as primeiras falas conscientes
da raça humana ocorreu quando os sons emitidos evoluíram para o
que podemos reconhecer como “interjeições”. As primeiras ferra-
mentas da fala humana.
A função biológica e cerebral da linguagem é aquilo que mais
profundamente distingue o homem dos outros animais.
Podemos considerar que o desenvolvimento desta função ce-
rebral ocorre em estreita ligação com a bipedia e a libertação da
mão, que permitiram o aumento do volume do cérebro, a par do
desenvolvimento de órgãos fonadores e da mímica facial
Devido a estas capacidades, para além da linguagem falada
e escrita, o homem, aprendendo pela observação de animais, de-
senvolveu a língua de sinais adaptada pelos surdos em diferentes
países, não só para melhorar a comunicação entre surdos, mas tam-
bém para utilizar em situações especiais, como no teatro e entre
navios ou pessoas e não animais que se encontram fora do alcance
do ouvido, mas que se podem observar entre si.

Didatismo e Conhecimento 110


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
VII - promover, através de serviço próprio, a segurança e o
atendimento aos Parlamentares e às autoridades convidadas ou
REGIMENTO INTERNO DA ASSEMBLEIA
recepcionadas pelo Poder;
LEGISLATIVA DO ESTADO DE TOCANTINS
VIII - declarar a perda do mandato de Deputado, nos casos
- RESOLUÇÃO Nº 201, DE 18/9/1997:
previstos na
TÍTULO I: DOS ÓRGÃOS DA ASSEMBLEIA:
Constituição, em lei, ou neste Regimento;
CAPÍTULO I DA MESA DIRETORA; SEÇÃO I
IX - declarar a suspensão do exercício do mandato de Depu-
DISPOSIÇÕES;
tado;
X - propor ao Plenário projeto de resolução dispondo
sobre sua organização, funcionamento, polícia, regime jurídico
do pessoal, criação, transformação ou extinção de cargos, empre-
TÍTULO II gos e funções e fixação da respectiva remuneração, observados
Dos Órgãos da Assembleia os parâmetros estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias;
CAPÍTULO I Da Mesa Diretora XI - (Revogado pela Resolução nº 214, de 28/11/2000.)
SEÇÃO I Disposições Gerais XII - apresentar ao Plenário, na Sessão de encerramento do
ano legislativo, relatório dos trabalhos realizados;
Art. 21. A Mesa Diretora da Assembleia, composta de um *XIII- Promulgar emendas à Constituição Estadual.
Presidente, dois Vice-Presidentes e quatro Secretários, é o órgão *Inciso XIII acrescentado pela Resolução nº 214, de
de direção dos seus trabalhos. 28/11/2000.
§ 1º. Tomarão assento à Mesa Diretora, durante as Sessões Parágrafo único. (Revogado pela Resolução nº 230, de
Plenárias, o Presidente, o 1º e 2º Secretários, ou os seus substitu- 22/05/2003.)
tos, quando em substituição.
§ 2º. Não se encontrando o Presidente presente na abertura das
Sessões Plenárias, será ele substituído, sucessivamente e na série
ordinal, por um dos Vice- Presidentes, Secretários ou, finalmente, SEÇÃO II DA COMISSÃO EXECUTIVA;
pelo Deputado mais idoso dentre os de maior número de Legisla-
turas, procedendo-se da mesma forma quando tiver necessidade de
deixar sua cadeira.
§ 3º. Não se achando presente no momento da abertura dos SEÇÃO II
trabalhos das Sessões Plenárias qualquer dos Secretários, o Da Comissão Executiva
Presidente convocará um substituto dentre os presentes.
Art. 24. A Comissão Executiva é o órgão de direção dos
Art. 22. O Presidente da Assembleia, o 1º e 2º Secretários trabalhos administrativos da Assembleia Legislativa.
comporão a Comissão Executiva e não poderão fazer parte de § 1º. Compete à Comissão Executiva:
qualquer Comissão Permanente, Especial ou de Inquérito. I aprovar a proposta orçamentária da Assembleia e enca-
minhá-la ao
Art. 23. À Mesa Diretora compete, dentre outras atribuições Poder Executivo;
estabelecidas em lei, neste Regimento, por Resolução da II decidir, em última instância, as questões relativas a
Assembleia, ou delas implicitamente resultantes: pessoal e aos serviços administrativos da Assembleia;
I - dirigir os serviços da Assembleia Legislativa durante III -autorizar a realização de concurso público para provimen-
as Sessões to de cargos na Assembleia Legislativa;
Legislativas e nos períodos de recesso; IV -propor projeto de lei, de resolução, e de decreto legis-
II - tomar as providências necessárias à regularização dos lativo, nos casos previstos na Constituição do Estado, em lei
trabalhos legislativos; específica e neste Regimento;
III - promover ou adotar, em virtude de decisão judicial, as V - (Revogado pela Resolução nº 214, de 28/11/2000.)
providências de sua alçada ou de competência da Assembleia Le- VI - propor à Assembleia Legislativa projeto de resolução
gislativa, relativas ao cumprimento de mandado de injunção, ou que vise à adoção de novo Regimento Interno;
suspensão de lei, ou ato normativo; VII - dar parecer aos pedidos de licença de Deputado, deci-
IV - propor ação de inconstitucionalidade, de ofício, ou por dindo sobre eles;
deliberação do VIII - aprovar as Atas das Sessões Solenes.
Plenário;
V - promover a valorização do Poder Legislativo com a im-
plementação de medidas que resguardem o seu conceito e o digni-
fique junto à opinião pública;
VI - adotar as providências cabíveis por solicitação do inte-
ressado, para a defesa judicial ou extrajudicial de Deputado contra
ameaça, ou a prática de ato que possa vir ou venha atentar contra
o livre exercício do mandato parlamentar, ou o exercício de suas
prerrogativas;

Didatismo e Conhecimento 1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
x) definir a Ordem do Dia das Sessões Plenárias; II - quanto
SEÇÃO III DA PRESIDÊNCIA; às proposições:
a) proceder à distribuição de matéria às Comissões Per-
manentes ou
Temporárias;
b) deixar de receber qualquer proposição que não atenda às
SEÇÃO III
exigências regimentais, admitindo recurso ao Plenário, interposto
Da Presidência
pelo autor;
c) deferir a retirada de proposição da Ordem do Dia;
Art. 25. A presidência é o órgão representativo da Assembleia
d) mandar arquivar o relatório ou parecer de Comissão que
Legislativa, responsável por sua ordem e pela direção dos seus
não tenha concluído por projeto;
trabalhos institucionais e administrativos, na conformidade deste
e) despachar requerimentos verbais ou escritos submetidos à
Regimento.
sua apreciação;
f) declarar prejudicada qualquer proposição, que assim deva
Art. 26. Compete ao Presidente, além de outras atribuições a
ser considerada, nos termos regimentais;
ele conferidas: I - quanto às Sessões Plenárias da Assembleia:
g) determinar o arquivamento ou desarquivamento de propo-
a) presidi-las;
sições, nos termos regimentais;
b) manter a ordem;
III - quanto às Comissões:
*c) submeter a Ata da Sessão anterior à apreciação do Plená-
a) designar, por indicação dos líderes, os seus membros
rio.
efetivos e suplentes, e se estes não a fizerem, dentro do prazo es-
*Alínea “c” com redação determinada pela Resolução nº
tabelecido por este Regimento, o Presidente fa-la-á;
278, de 29/12/2009.
b) declarar a perda do seu posto por motivo de falta;
d) fazer ler o expediente pelo 1º Secretário e despachá-lo;
c) assegurar os meios e condições necessárias ao
e) conceder ou negar a palavra aos Deputados;
seu pleno funcionamento;
f) advertir o orador ou o aparteante quanto ao tempo de que
d) convocar as Comissões Permanentes para que se reúnam e
dispõe, não permitindo que ultrapasse o tempo regimental;
elejam os seus presidentes e vice-presidentes, observando-se as
g) interromper o orador que se desviar da matéria, falar sobre
normas deste Regimento;
o vencido ou, em qualquer momento, infringir o disposto no art.
e) submeter à apreciação do Plenário os recursos interpos-
87, advertindo-o e, em caso de insistência, retirar-lhe a palavra;
tos contra decisão de presidente de Comissão;
h) autorizar o Deputado a usar a palavra, da bancada;
f) convidar o relator ou outro membro da Comissão para es-
clarecimento de parecer, quando necessário;
i) determinar o não-apanhamento de discurso, aparte ou qual-
g) convocar, a requerimento verbal de seu presidente, ou a
quer outro pronunciamento pela taquigrafia;
pedido de qualquer Deputado, aprovado pelo Plenário, excepcio-
j) convidar o Deputado a retirar-se do plenário, das Sessões,
nalmente, reunião conjunta das Comissões Técnicas;
quando perturbar a ordem;
h) nomear os membros das Comissões Temporárias;
l) autorizar a publicação de informações ou documentos em
i) criar, mediante ato, Comissões Parlamentares de Inquérito
inteiro teor, em resumo, ou apenas mediante referência na Ata;
ou Especial, designando os seus membros por indicação das lide-
m) decidir, soberanamente, as questões de ordem e as recla-
ranças;
mações;
IV - quanto à Mesa Diretora:
n) submeter à discussão e votação a matéria da Ordem do
a) presidir suas Sessões;
Dia, estabelecendo o ponto da questão que será objeto da votação;
b) tomar parte nas discussões e deliberações com direito a
o) anunciar o resultado da votação e declarar sua prejudiciali-
voto;
dade, quando for o caso;
c) distribuir as matérias que dependam de parecer;
p) convocar as Sessões Plenárias da Assembleia;
d) presidir a Comissão Executiva;
q) desempatar as votações simbólicas e votar, quando secretas
e) executar suas decisões, quando a incumbência não for atri-
e nominais, contando-se a sua presença, em qualquer caso, para
buída a outro membro e assinar os respectivos atos;
efeito de quórum;
V - quanto às publicações:
r) determinar, em qualquer fase dos trabalhos, a verificação
a) determinar a publicação, no Diário da Assembleia, ou em
de presença, quando julgar necessário, ou a pedido de qualquer
órgão que suas vezes fizer, das matérias do Poder, sujeitas à pu-
Deputado;
blicidade;
s) suspender a Sessão Plenária, deixando a cadeira da presi-
b) determinar a publicação de informações não oficiais que
dência, se verificar a impossibilidade de manter a ordem, ou se as
constem do Expediente e que sejam consideradas do interesse da
circunstâncias assim o exigirem;
Casa ou da comunidade;
t) decidir sobre os pedidos de votação por parte, admitindo-se
c) vedar a publicação de pronunciamentos ou quaisquer outras
recurso ao
matérias que contenham infringências às normas regimentais;
Plenário, interposto pelo autor do pedido;
VI - quanto à competência geral:
u) retirar matéria da pauta para cumprimento de despacho,
a) dar posse aos Deputados;
correção de erro ou omissão e para sanar falhas de instrução;
b) convocar Sessões Extraordinárias da Assembleia;
v) aplicar censura verbal a Deputado nos termos deste Regi-
c) convocar Sessão Legislativa Extraordinária da Assembleia,
mento;
nos termos da Constituição Estadual;

Didatismo e Conhecimento 2
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
d) zelar pelo prestígio e decoro da Assembleia, bem como
pela dignidade e respeito às prerrogativas constitucionais dos seus
membros; SEÇÃO IV DOS VICE-PRESIDENTES;
e) dirigir, com suprema autoridade, a polícia da Assembleia;
f) convocar e reunir, periodicamente, os líderes e presi-
dentes das
Comissões Permanentes para avaliação dos trabalhos da Casa, SEÇÃO IV
exame das matérias em trâmite e adoção das providências julgadas Dos Vice-Presidentes
necessárias ao bom andamento das atividades legislativas e admi-
nistrativas; Art. 29. Aos Vice-Presidentes, segundo sua numeração or-
g) autorizar a realização de conferências, exposições, pa- dinal, incumbe substituir o Presidente em suas ausências ou im-
lestras ou seminários no edifício da Assembleia, fixar-lhes data pedimentos, e sucedê-lo nos casos previstos no art. 16, bem como
e horário, ressalvada a competência das Comissões; desempenhar as funções que lhes forem delegadas, na forma esta-
h) promulgar, em quarenta e oito horas, as resoluções da As- belecida neste Regimento.
Parágrafo único. Compete ao 1º Vice-Presidente promulgar as
sembleia, os decretos legislativos e as leis não sancionadas;
leis com sanção tácita, ou cujo veto tenha sido rejeitado pelo Ple-
i) encaminhar aos órgãos próprios as conclusões das
nário, sempre que o Presidente deixar de fazê-lo em igual prazo ao
Comissões
concedido a este.
Parlamentares de Inquérito;
j) assinar a correspondência destinada ao Presidente da Repú-
blica; aos Presidentes do Congresso Nacional, do Senado Federal SEÇÃO V DOS SECRETÁRIOS;
e da Câmara dos Deputados; aos Governadores de Estado; aos Mi-
nistros de Estado; aos Presidentes dos Tribunais Federais; aos Pre-
sidentes dos Tribunais de Justiça; aos Presidentes dos Tribunais
Regionais, de Justiça, Eleitoral e do Trabalho; aos Presidentes SEÇÃO V
de Assembleias Estaduais; aos Chefes de Estado, Parlamentos e Dos Secretários
Missões Estrangeiras; aos Presidentes dos Tribunais de Contas e
de Alçadas; Art. 30. Compete ao 1º Secretário:
l) cumprir e fazer cumprir este Regimento Interno; I - quanto às Sessões Plenárias:
m) representar a Assembleia em solenidades, ou designar re- a) ler ao Plenário a súmula da matéria constante do Expediente;
presentantes, exclusivamente dentre os membros do Poder Legis- b) fazer a chamada nas votações nominais e secretas, e na ve-
lativo, observando, em ordem de preferência, os membros da Mesa rificação de presença;
Diretora e os demais Deputados; c) ler a matéria constante da Ordem do Dia;
n) declarar a vacância do mandato nos casos de falecimento d) assinar, com o Presidente, a folha de presença dos Deputa-
ou renúncia de Deputado; dos;
o) promulgar, em quarenta e oito horas, a lei cujo veto e) mandar anotar, em livros próprios, os precedentes regimen-
tenha sido rejeitada e não tenha sido promulgada pelo Gover- tais, para solução de casos análogos;
nador no prazo constitucional; II - quanto aos serviços administrativos:
p) firmar convênios e contratos de prestação de serviço, po- a) superintender os serviços administrativos da Assembleia;
dendo delegar estas atribuições. b) assinar, com o Presidente e o 2° Secretário, atos da Mesa
Parágrafo único. O Presidente poderá, em qualquer mo- relativos aos servidores da Assembleia ;
c) fiscalizar as despesas e observar o ordenamento jurídico re-
mento, fazer ao Plenário comunicação de interesse da Assembleia
lativo ao pessoal administrativo;
ou do Estado.
d) decidir, em primeira instância, recurso contra atos da dire-
ção geral da Assembleia ;
Art. 27. Havendo proposição de sua autoria na Ordem do Dia, e) orientar e fiscalizar a impressão e manutenção do Diário da
e desejando discuti-la, o Presidente passará a direção dos trabalhos Assembleia e demais publicações oficiais;
ao seu substituto legal, só reassumindo quando terminada a vota- f) providenciar, no prazo máximo de quinze dias, a expe-
ção da matéria. dição de certidões que forem solicitadas, para a defesa de
direitos e esclarecimento de situações, relativas a decisões, atos e
Parágrafo único. O Presidente poderá delegar aos Vice-Presi- contratos;
dentes competências que lhe sejam próprias. III - quanto à competência geral:
a) assinar, com o Presidente, as resoluções, os autógrafos
Art. 28. A competência do Presidente em matéria administra- de lei, os decretos legislativos, os atos da Mesa e as Atas das
tiva é a estabelecida na estrutura administrativa da Assembleia. Sessões;
b) receber e elaborar a correspondência legislativa da As-
sembleia , destinada a Secretário de Estado e outras autoridades
de igual ou inferior hierarquia;
c) zelar pela guarda dos papéis submetidos à apreciação da
Assembleia , anotar neles o resultado da votação, autenti-
cando-os com sua assinatura.

Didatismo e Conhecimento 3
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
Art. 31. Compete ao 2º Secretário: Art. 36. Na composição das Comissões assegurar-se-á,
I - fiscalizar a redação das Atas e proceder à sua leitura; tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos
II - assinar, depois do 1º Secretário, as resoluções, os autó- ou dos blocos parlamentares.
grafos de lei, os decretos legislativos, os atos da Mesa e as Atas
das Sessões; Art. 37. Os membros das Comissões Permanentes permane-
III - redigir a Ata das Sessões Secretas; cerão no exercício de suas funções até que sejam substituídos na 3ª
IV - auxiliar o 1º Secretário nas atribuições previstas nas alí- Sessão Legislativa de cada Legislatura.
neas “a” e “b”
do inciso III, do artigo anterior; Art. 38. Cada partido ou bloco parlamentar poderá ter
V - encarregar-se dos livros de inscrição de oradores; tantos suplentes quantos forem os membros efetivos.
VI - anotar o tempo do orador na tribuna; Parágrafo único. Os suplentes somente poderão votar no caso
VII - fiscalizar a folha de frequência dos Deputados e assiná- de o membro efetivo do seu partido ou bloco parlamentar estar
-la com o 1º licenciado, impedido ou ausente.
Secretário e o Presidente;
VIII - suceder o 1° Secretário, na hipótese do art. 16 deste Art. 39. As reuniões das Comissões serão realizadas por con-
Regimento. vocação de seus presidentes, ordinariamente, ou em caráter
extraordinário, de ofício, pelo Presidente ou por requerimento de
Art. 32. Compete ao 3º Secretário: um terço de seus membros.
I orientar e supervisionar os trabalhos das Comissões; *§ 1º. Para que as reuniões sejam abertas, é indispensá-
II - auxiliar o 1º e 2º Secretários, substituindo-os na sua vel a presença mínima de um terço de seus membros efetivos ou
ausência, e sucedendo-os na hipótese do art. 16 deste Regimento. suplentes.
*§1º com redação determinada pela Resolução nº 214, de
Art. 33. Compete ao 4º Secretário auxiliar os demais Secre- 28/11/2000 e alterada pela Resolução nº 307, de 29/08/2012.
tários, substituí- los e sucedê-los na hipótese do art. 16 deste Re- § 2º. Para que a Comissão possa deliberar, é indispensável a
gimento. presença da maioria absoluta de seus membros.

Art. 34. Os Secretários serão substituídos conforme sua nu- Art. 40. O tempo de duração de cada reunião ordinária de
meração ordinal e, nessa ordem, substituirão o Presidente nas Comissão é de uma hora, podendo ser prorrogado a requerimento
faltas e impedimentos dos Vice- Presidentes. de um dos seus membros, aprovado por maioria absoluta.
Parágrafo único. Para participar de debates, os Secretários
deixarão suas cadeiras, dispensando-se a convocação de seu subs- Art. 41. Aplicam-se ao processo de apreciação de matéria
tituto. pelas Comissões as regras estabelecidas neste Regimento para a
apreciação de proposições em plenário.

CAPÍTULO II DAS COMISSÕES: SEÇÃO I Art. 42. O Deputado que não seja membro da Comissão po-
DAS DISPOSIÇÕES; derá participar da discussão de matéria em estudo e apresentar
sugestões, por escrito, sendo-lhe vedado o direito de voto.
*Parágrafo único. A sugestão apresentada na forma do caput
será lida no Expediente, juntada ao processo e deliberada na
CAPÍTULO II Ordem do Dia da respectiva Comissão.
Das Comissões *Parágrafo único acrescentado pela Resolução nº 230,de
SEÇÃO I 22/05/2003.
Das Disposições Gerais
Art. 43. Às Comissões Permanentes, em razão da maté-
Art. 35. As Comissões da Assembleia são: ria de sua competência, e às demais Comissões, no que lhes for
I - Permanentes, as de caráter técnico-legislativo ou aplicável, cabe:
especializado, integrantes da estrutura institucional da Assem- I discutir e votar as proposições que lhes forem distribuídas,
bleia e agentes do processo legiferante, cabendo-lhes apreciar as sujeitas à
matérias submetidas a seu exame e sobre elas deliberar, bem deliberação do Plenário;
como exercer o poder fiscalizador inerente ao Poder Legislativo, II - realizar audiência pública com entidades da sociedade
acompanhando os planos e programas governamentais e a execu- civil;
ção orçamentária no âmbito de suas competências; III - convocar Secretários de Estado para prestar infor-
II - Temporárias, as criadas para tratar de assunto determina- mações sobre assuntos inerentes a suas atribuições, ou conceder-
do no ato de sua constituição, as quais se extinguem com o término -lhes audiência para expor assunto de relevância de suas Secreta-
da Legislatura, rias;
ou antes, quando alcançando o fim que ensejou sua constitui- IV - fiscalizar os atos que envolvam gastos públicos de quais-
ção, ou expirado o prazo de sua duração, ou ainda, se a sua instala- quer órgãos da administração direta, autárquica, fundacional ou
ção não se der nos dez dias seguintes à sua constituição. outras entidades da administração indireta;

Didatismo e Conhecimento 4
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
V - receber petições, reclamações, representações ou queixas II - a seguir, dividir-se-á o número de Deputados de cada
de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou partido ou bloco parlamentar, pelo quociente referido anterior-
entidades públicas ou prestadoras de serviços públicos; mente; o resultado, abandonados os decimais, fornecerá o
VI - encaminhar, através da Mesa, pedidos escritos de número dos respectivos representantes na Comissão.
informação ao § 1º. Se restarem vagas a serem preenchidas, estas serão
Governador do Estado; destinadas ao partido ou bloco parlamentar, levando-se em con-
VII - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão; ta as frações do quociente partidário, cabendo a vaga àquele que
VIII - acompanhar e apreciar programas de obras, planos esta- apresentar maior fração.
duais, regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir § 2º. Antes que se proceda da forma estabelecida no parágrafo
parecer; anterior, há que se ensejar a participação da minoria, cujo quocien-
IX - determinar a realização, com o auxílio do Tribunal de te tenha sido inferior a um inteiro, ainda que o seu quociente seja
Contas do Estado, de diligências, perícias, inspeções e audito- inferior às frações apresentadas pela maioria, ou grandes partidos,
rias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou blocos parlamentares.
e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legis- § 3°. A indicação a que se refere este artigo deverá ser feita
lativo, Executivo e Judiciário, da administração direta e indireta, nos primeiros cinco dias da 1ª e 3ª Sessões Legislativas.
incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo II - Comissão de Finanças, Tributação, Fiscalização e
Poder Público Estadual; Controle, à qual
X - propor a sustação dos atos normativos do Poder Exe- compete analisar:
cutivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites a) sistema tributário e financeiro estadual e entidades a eles
de delegação legislativa, elaborando a respectiva Resolução; vinculadas; mercado financeiro e de capitais; autorização para fun-
XI - estudar qualquer assunto compreendido no respectivo cionamento das instituições financeiras; operações financeiras e de
campo temático ou área de atividade, podendo promover, em seu crédito;
âmbito, conferências, exposições, palestras ou seminários; b) matéria relativa à dívida pública interna e externa e à cele-
XII - solicitar audiência ou colaboração de órgãos ou en- bração de convênios;
tidades da administração pública direta, indireta, autárquica ou c) matéria tributária, financeira e orçamentária;
fundacional, e da sociedade civil, para elucidação de matéria d) fixação de remuneração dos Deputados Estaduais, do Go-
sujeita a seu pronunciamento. vernador e do
Parágrafo único. A competência atribuída às Comissões não Vice-Governador;
exclui a dos e) fiscalização dos programas de Governo;
Parlamentares. f) controle das despesas públicas;
g) averiguação das denúncias, nos termos do art. 34, da
Constituição
Estadual;
SEÇÃO II DAS COMISSÕES h) prestação de contas do Governador do Estado;
PERMANENTES; SUBSEÇÃO I DA i) exame das contas enviadas pelo Tribunal de Contas;
COMPOSIÇÃO E INSTALAÇÃO; III - Comissão de Desenvolvimento Rural, Cooperativismo,
Ciência, Tecnologia e Economia, à qual cabe analisar:
a) política agrícola e assuntos atinentes à agricultura e
à pesca profissional e artesanal;
SEÇÃO II b) matéria relativa à reforma agrária, justiça agrária e Direito
Das Comissões Permanentes Agrário;
SUBSEÇÃO I c) desenvolvimento científico e tecnológico;
Da Composição e Instalação d) sistema estatístico, cartográfico e demográfico estadual;
e) meios de comunicação social e liberdade de imprensa;
Art. 44. As Comissões Técnicas Permanentes serão compos- f) cooperativismo e associativismo;
tas por cinco membros, observada a proporcionalidade partidária. g) política de atividades industrial e comercial;
h) política estadual de turismo;
Parágrafo único. Nenhum Deputado poderá fazer parte, IV - Comissão de Administração, Trabalho, Defesa do
como membro titular, de mais de três Comissões, devendo, no Consumidor,
entanto, ser titular de pelo menos uma Comissão Permanente. Transportes, Desenvolvimento Urbano e Serviço Público, à
qual cabe analisar;
a) economia popular e repressão ao abuso do poder econô-
Art. 45. Os membros das Comissões Permanentes são mico;
designados pelo Presidente da Assembleia , por indicação dos b) relações de consumo e medidas de defesa do consumidor;
líderes das bancadas ou dos blocos parlamentares, obedecidas c) composição, apresentação, qualidade e distribuição de bens
as seguintes normas: e serviços;
I - dividir-se-á o número de Deputados pelo número de d) política salarial do Estado;
membros de cada Comissão, obtendo-se, desse modo, o quociente e) sindicalismo e organização sindical;
para a representação partidária ou de bloco parlamentar;

Didatismo e Conhecimento 5
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
f) direitos, deveres e regime jurídico dos servidores f) direito ambiental e legislação de defesa ecológica;
públicos da administração direta, indireta, autárquica e fundacio- g) recursos naturais: flora, fauna e solo;
nal de qualquer dos Poderes do Estado; h) averiguação das denúncias contra degradação do meio am-
g) direitos e deveres dos agentes políticos; biente;
h) organização político-administrativa do Estado, assuntos *i) o desenvolvimento da política de turismo regional e a ex-
referentes à criação, fusão, incorporação e desmembramento de ploração das atividades e dos serviços;
município; *Alínea “i” acrescentada pela Resolução nº 282, de
i) reforma administrativa e divisão administrativa e judiciária 14/12/2010.
do Estado; *j) recursos humanos e financeiros para o turismo;
j) matérias relacionadas a urbanismo e arquitetura, política *Alínea “j” acrescentada pela Resolução nº 282, de
de desenvolvimento urbano; uso e ocupação do solo urbano, 14/12/2010.
infra- estrutura urbana e saneamento básico; habitação e política *l) toda e qualquer matéria atinente ao turismo em gral, bem
habitacional; transportes urbanos e de cargas; obras públicas; te- como seus aspectos institucionais e legais.
lecomunicações; mineração e energia; *Alínea “l” acrescentada pela Resolução nº 282, de
l) regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrre- 14/12/2010.
giões; *VIII - Comissão Permanente de Segurança Pública, a
m) assuntos referentes ao sistema estadual de viação e aos sis- qual compete analisar:
temas de transporte em geral; *a) assuntos sobre segurança pública e seus órgãos institu-
n) ordenação e exploração dos serviços de transporte; cionais;
V - Comissão de Educação, Cultura e Desporto, à qual com- *b) programas e políticas governamentais de segurança
pete analisar: pública, sua fiscalização e acompanhamento;
a) assuntos atinentes à educação, em geral, política e sistema *c) programas de prevenção ao uso de drogas e ao tráfico
educacional, em seus aspectos institucionais, estruturais, funcio- ilícito de entorpecentes ou atividades conexas.
nais e legais, direitos da educação, recursos humanos e financeiros *Inciso VIII acrescentado pela Resolução nº 236, de
para a educação; 15/12/2003.
b) sistema desportivo, sua organização, política e plano *IX - Comissão Permanente de Acompanhamento e Estudos
de educação de Políticas
física e desportiva; Públicas para a Juventude, a qual compete analisar:
c) desenvolvimento cultural, inclusive patrimônio histórico, *a) assuntos atinentes à juventude em geral; política, direito
geográfico, dos jovens, recursos humanos e financeiros para a juventude.
arqueológico, cultural e artístico; *b) desenvolvimento cultural, artístico e científico dos jovens;
d) gestão da documentação governamental e patrimônio ar- *c) políticas públicas direcionadas aos jovens domiciliados no
quivístico estadual; Estado do
e) diversões e espetáculos públicos, datas comemorativas e Tocantins;
homenagens cívicas; *d) temas que versem sobre os direitos dos jovens;
VI - Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, à qual com- *e) ações que visem garantir a proteção dos direitos da
pete analisar: população compreendida na faixa etária de 15 a 29 anos.
a) assuntos atinentes ao cumprimento integral da Declaração *Inciso IX acrescentado pela Resolução nº 243, de 20/12/2005.
Universal dos Direitos do Homem, inclusive em função preven- *X – Comissão Permanente de Defesa dos Direitos da Mulher,
tiva; a qual compete analisar:
b) em todo o Estado, as questões ligadas aos direitos de cida- *a) matérias atinentes aos direitos da mulher;
dania, com ênfase especial nos seguintes aspectos: *b) ações referentes a prevenção da violência contra a
b.l - violência urbana e rural; mulher em qualquer gênero;
b.2 - direitos do menor; *Inciso X acrescentado pela Resolução nº 249, de 28/12/2006.
b.4 - direitos do idoso; *XI – Comissão de Minas e Energia, a qual compete analisar:
b.5 - sistema penitenciário e direito dos apenados; *a) questões minerais e energéticas;
b.6 - comunidade indígena; *b) política de recursos atmosféricos, hídricos, energéticos,
b.7 - discriminação ética e social; minerais e de solos;
*VII – Comissão de Saúde, Meio Ambiente e Turismo, à qual *c) políticas destinadas ao fomento e à regulação da cadeia
compete analisar: produtiva de recursos minerais no Estado;
*Inciso VII com redação determinada pela Resolução nº 282, *d) política de pesquisa;
de 14/12/2010. *e) prospecção à indústria de transformação mineral;
assuntos relacionados à saúde, previdência e assistência so- *f) direito minerário;
cial; b) organização institucional da saúde no Estado; *g) extração e comercialização de águas minerais;
c) política da saúde e processo de planificação em saúde, Sis- *h) legislação sobre estâncias hidrominerais.
tema Único de Saúde; *Inciso XI acrescentado pela Resolução nº 280, de 24/03/2010.
d) ações e serviços de saúde pública, campanhas de saúde pú-
blica;
e) política e sistema estadual de meio ambiente;

Didatismo e Conhecimento 6
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
g) averiguação das denúncias, nos termos do art. 34, da
Constituição
SUBSEÇÃO II DAS COMISSÕES Estadual;
PERMANENTES E SUAS COMPETÊNCIAS; h) prestação de contas do Governador do Estado;
i) exame das contas enviadas pelo Tribunal de Contas;
III - Comissão de Desenvolvimento Rural, Cooperativis-
mo, Ciência, Tecnologia e Economia, à qual cabe analisar:
SUBSEÇÃO II a) política agrícola e assuntos atinentes à agricultura e
Das Comissões Permanentes e suas Competências à pesca profissional e artesanal;
b) matéria relativa à reforma agrária, justiça agrária e Direito
Agrário;
Art. 46. São as seguintes as Comissões Permanentes: c) desenvolvimento científico e tecnológico;
I - Comissão de Constituição, Justiça e Redação, à qual d) sistema estatístico, cartográfico e demográfico estadual;
compete analisar: e) meios de comunicação social e liberdade de imprensa;
a) aspecto constitucional, legal, jurídico, regimental e técnica f) cooperativismo e associativismo;
legislativa de projetos, emendas ou substitutivos sujeitos à g) política de atividades industrial e comercial;
apreciação da Assembleia , para efeito de admissibilidade e tra- h) política estadual de turismo;
mitação; IV - Comissão de Administração, Trabalho, Defesa do
Consumidor,
b) admissibilidade de proposta de emenda à Constituição; Transportes, Desenvolvimento Urbano e Serviço Público, à
qual cabe analisar;
c) assunto de natureza jurídica ou constitucional que lhe seja a) economia popular e repressão ao abuso do poder econô-
submetido, em consulta, pelo Presidente da Assembleia , pelo mico;
Plenário, ou por outra Comissão, ou em razão de recurso previsto
neste Regimento; b) relações de consumo e medidas de defesa do consumidor;
c) composição, apresentação, qualidade e distribuição de bens
d) assuntos atinentes aos direitos e garantias fundamentais à e serviços;
organização do Estado, dos Poderes, das funções essenciais à ad- d) política salarial do Estado;
ministração da Justiça e da Polícia Militar; e) sindicalismo e organização sindical;
e) matérias relativas a Direito Constitucional, Eleitoral, f) direitos, deveres e regime jurídico dos servidores públicos
Civil, Penal, Penitenciário e Processual; da administração direta, indireta, autárquica e fundacional de qual-
f) registros públicos; quer dos Poderes do Estado;
g) desapropriação; g) direitos e deveres dos agentes políticos;
h) intervenção em município; h) organização político-administrativa do Estado, assuntos
i) transferência temporária da sede do Governo; referentes à criação, fusão, incorporação e desmembramento de
j) direitos e deveres do mandato, perda de mandato de Depu- município;
tado, pedidos de licença para incorporação de Deputado às Forças i) reforma administrativa e divisão administrativa e judiciária
Armadas; do Estado;
l) pedido de licença do Governador e do Vice-Gover- j) matérias relacionadas a urbanismo e arquitetura, política
nador para interromper o exercício de suas funções ou se ausentar de desenvolvimento urbano; uso e ocupação do solo urbano,
do Estado ou do País; infra- estrutura urbana e saneamento básico; habitação e política
m) licença para instauração de processo contra Deputado; habitacional; transportes urbanos e de cargas; obras públicas;
*n) redação final das proposições em geral; telecomunicações; mineração e energia;
*Alínea “n” com redação determinada pela Resolução nº l) regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrre-
214, de 28/11/2000. giões;
II - Comissão de Finanças, Tributação, Fiscalização e m) assuntos referentes ao sistema estadual de viação e aos sis-
Controle, à qual compete analisar: temas de transporte em geral;
a) sistema tributário e financeiro estadual e entidades a eles n) ordenação e exploração dos serviços de transporte;
vinculadas; mercado financeiro e de capitais; autorização para fun- V - Comissão de Educação, Cultura e Desporto, à qual com-
cionamento das instituições financeiras; operações financeiras e de pete analisar:
crédito; a) assuntos atinentes à educação, em geral, política e sistema
b) matéria relativa à dívida pública interna e externa e à cele- educacional, em seus aspectos institucionais, estruturais, funcio-
bração de convênios; nais e legais, direitos da educação, recursos humanos e financeiros
c)matéria tributária, financeira e orçamentária; para a educação;
d) fixação de remuneração dos Deputados Estaduais, do Go- b) sistema desportivo, sua organização, política e plano
vernador e do de educação
Vice-Governador; física e desportiva;
e) fiscalização dos programas de Governo; h) averiguação das denúncias contra degradação do meio am-
f) controle das despesas públicas; biente;

Didatismo e Conhecimento 7
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
*i) o desenvolvimento da política de turismo regional e a ex-
ploração das atividades e dos serviços;
*Alínea “i” acrescentada pela Resolução nº 282, de SEÇÃO III DAS COMISSÕES
14/12/2010. TEMPORÁRIAS: SUBSEÇÃO I DAS
*j) recursos humanos e financeiros para o turismo; DISPOSIÇÕES GERAIS;
*Alínea “j” acrescentada pela Resolução nº 282, de
14/12/2010.
*l) toda e qualquer matéria atinente ao turismo em gral, bem
como seus aspectos institucionais e legais. SEÇÃO III
*Alínea “l” acrescentada pela Resolução nº 282, de Das Comissões Temporárias
14/12/2010. SUBSEÇÃO I
*VIII - Comissão Permanente de Segurança Pública, a Das Disposições Gerais
qual compete analisar:
*a) assuntos sobre segurança pública e seus órgãos institu- Art. 47. As Comissões Temporárias são:
cionais; I - Especiais;
*b) programas e políticas governamentais de segurança
pública, sua fiscalização e acompanhamento; II - Parlamentares de Inquérito; III - de Representação.
*c) programas de prevenção ao uso de drogas e ao tráfico § 1º. As Comissões Temporárias serão compostas por mem-
ilícito de entorpecentes ou atividades conexas. bros em número previsto no ato ou requerimento de sua consti-
*Inciso VIII acrescentado pela Resolução nº 236, de tuição, designados pelo Presidente, por indicação dos líderes, no
15/12/2003. prazo de dois dias a contar da aprovação da proposição, e, decor-
*IX - Comissão Permanente de Acompanhamento e Estudos rido este prazo, sem pronunciamento das lideranças, o Presidente
de Políticas fá-lo-á em um dia.
Públicas para a Juventude, a qual compete analisar: § 2º. A participação do Deputado em Comissão Temporária
*a) assuntos atinentes à juventude em geral; política, direito dar-se-á sem prejuízo de suas funções em Comissões Permanentes.
dos jovens, recursos humanos e financeiros para a juventude. § 3º. O prazo de funcionamento das Comissões Temporárias
*b) desenvolvimento cultural, artístico e científico dos jovens; poderá ser prorrogado, sempre que necessário, a pedido da maioria
*c) políticas públicas direcionadas aos jovens domiciliados no dos membros.
Estado do
Tocantins; Art. 48. Compete a cada Comissão Temporária fixar o dia e a
*d) temas que versem sobre os direitos dos jovens; hora em que serão realizadas suas reuniões, comunicada sua deci-
são ao Plenário da Casa.
*e) ações que visem garantir a proteção dos direitos da
população compreendida na faixa etária de 15 a 29 anos.
Art. 49. A proposta da Mesa ou o requerimento de constitui-
*Inciso IX acrescentado pela Resolução nº 243, de 20/12/2005.
ção da Comissão Temporária deverá indicar:
*X – Comissão Permanente de Defesa dos Direitos da Mulher,
I - a finalidade;
a qual compete analisar:
II - o número de membros, não superior a sete nem inferior
*a) matérias atinentes aos direitos da mulher;
a três;
*b) ações referentes a prevenção da violência contra a III - o prazo de funcionamento.
mulher em qualquer gênero;
*Inciso X acrescentado pela Resolução nº 249, de 28/12/2006. Art. 50. Aplicam-se às Comissões Temporárias, no que cou-
*XI – Comissão de Minas e Energia, a qual compete analisar: ber, as normas referentes às Comissões Permanentes.
*a) questões minerais e energéticas;
*b) política de recursos atmosféricos, hídricos, energéticos,
minerais e de solos; SUBSEÇÃO II DAS COMISSÕES ESPECIAIS;
*c) políticas destinadas ao fomento e à regulação da cadeia
produtiva de recursos minerais no Estado;
*d) política de pesquisa;
*e) prospecção à indústria de transformação mineral; SUBSEÇÃO II
*f) direito minerário; Das Comissões Especiais
*g) extração e comercialização de águas minerais;
*h) legislação sobre estâncias hidrominerais. Art. 51. As Comissões Especiais serão constituídas para
*Inciso XI acrescentado pela Resolução nº 280, de 24/03/2010. análise e apreciação de matérias previstas neste Regimento ou
em lei ou, ainda, as consideradas relevantes ou para investigação
sumária de fato determinado, em ambos os casos, considerados
de interesse público.
Parágrafo único. As Comissões Especiais gozam das prerro-
gativas das demais
Comissões, exceto das atribuições específicas à Comissão
Parlamentar de Inquérito.

Didatismo e Conhecimento 8
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
Art. 52. As Comissões Especiais serão criadas, por proposta IV - estipular prazo para o atendimento de qualquer pro-
da Mesa, do Presidente da Assembleia Legislativa ou de um ter- vidência ou realização de diligência sob as penas da lei, exceto
ço dos Deputados, com a aprovação pela maioria simples do Ple- quando da alçada de autoridade judiciária.
nário, devendo constar do requerimento e do ato de sua criação o § 1°. As Comissões Parlamentares de Inquérito valer-se-ão,
motivo, o número de membros e o prazo de duração. subsidiariamente,
das normas contidas no Código de Processo Penal.
§ 2°. Se forem diversos os fatos interrelacionados objeto de
SUBSEÇÃO III DAS COMISSÕES inquérito, a Comissão poderá dizer, em separado, sobre cada um
PARLAMENTARES DE INQUÉRITO; deles, mesmo antes de findada a investigação.

Art. 56. Ao término dos trabalhos, a Comissão apre-


sentará relatório circunstanciado, com suas conclusões, que será
publicado no Diário da Assembleia e encaminhado:
SUBSEÇÃO III I à Mesa, para as providências de sua alçada ou do Plenário,
Das Comissões Parlamentares de Inquérito oferecendo, conforme o caso, projeto de lei, de decreto legislativo
ou de resolução, que será incluído em Ordem do Dia dentro de
cinco Sessões;
Art. 53. A Assembleia Legislativa, a requerimento de um ter- II ao Ministério Público ou à Procuradoria-Geral do Estado,
ço de seus com cópia da documentação, para que promovam a responsa-
membros, instituirá Comissão Parlamentar de Inquérito bilidade civil ou criminal por infrações apuradas e adotem outras
para apuração de fato determinado e por prazo certo, a qual medidas decorrentes de suas funções institucionais;
terá poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, III ao Poder Executivo, para adotar as providências saneado-
além de outros previstos em lei e neste Regimento. ras de caráter disciplinar e administrativo, assinalando prazo
hábil para o seu cumprimento;
§ 1º. Considera-se fato determinado o acontecimento de rele- IV - à Comissão Permanente que tenha maior pertinência com
vante interesse para a vida pública e à ordem constitucional, legal, a matéria, à qual incumbirá fiscalizar o atendimento do prescrito
econômica e social do Estado, que estiver devidamente caracteri- no inciso anterior;
zado no requerimento de constituição da Comissão. V - ao Tribunal de Contas, para tomada das providências
previstas no art.
§ 2º. Recebido o requerimento, o presidente mandá-lo-á 32 da Constituição Estadual.
à publicação, incluindo-o na Ordem do Dia subsequente, sendo Parágrafo único. Nos casos dos incisos II, III e V, a remessa
aprovado pela maioria absoluta dos membros da Casa. será feita pelo
§ 3º. A Comissão, que poderá atuar também durante o recesso Presidente da Assembleia , no prazo de cinco dias úteis, con-
parlamentar, terá o prazo de cento e vinte dias, prorrogável por até tados da data da publicação do relatório no Diário da Assembleia .
metade, mediante deliberação do Plenário, para conclusão de seus
trabalhos.
§ 4º. Não será criada Comissão Parlamentar de Inquérito en- SUBSEÇÃO IV DA COMISSÃO DE
quanto estiverem funcionando pelo menos duas na Assembleia . REPRESENTAÇÃO;

Art. 54. O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito


requisitará à Comissão Executiva os meios ou recursos
administrativos, as condições organizacionais e o assessora- SUBSEÇÃO IV
mento necessários ao bom desempenho da Comissão. Da Comissão de Representação

Art. 55. A Comissão Parlamentar de Inquérito poderá,


observada a legislação específica: Art. 57. A Comissão de Representação será constituída, de
I requisitar funcionários dos serviços administrativos da ofício, pela Mesa ou a requerimento de qualquer Deputado, apro-
Assembleia , bem como, em caráter transitório, solicitar funcio- vado pela maioria simples do Plenário, para estar presente a atos
nários de qualquer órgão ou entidade da administração pública ou reuniões em nome da Assembleia.
direta, indireta, autárquica e fundacional, ou do Poder Judiciário,
necessários aos seus trabalhos; § 1º. A representação que implicar em ônus para a Assem-
II determinar diligências, ouvir indiciados, inquirir tes- bleia somente poderá ser constituída se houver disponibilidade
temunhas sob compromisso, requisitar de órgãos e entidades orçamentária.
da administração pública informações e documentos, requerer a § 2º. Quando a Assembleia se fizer representar em conferên-
audiência de Deputados e Secretários de Estado, tomar depoimen- cias, reuniões, congressos ou simpósios, serão preferencialmente
tos de autoridades estaduais e requisitar os serviços de quaisquer escolhidos para comporem a Comissão os Deputados que se dispu-
autoridades, inclusive policial; serem a apresentar teses ou trabalhos relativos ao temário.
III - deslocar-se a qualquer ponto do território estadual para a
realização de investigações e audiências públicas;

Didatismo e Conhecimento 9
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
VII - conceder a palavra aos membros da Comissão, aos
líderes e aos
SEÇÃO IV DA PRESIDÊNCIA DAS Deputados que a solicitarem;
COMISSÕES; VIII - advertir o orador que se exaltar no decorrer dos debates
ou incorrer nas infrações de discussão de propositura;
IX - interromper o orador que estiver falando sobre o vencido
e retirar-lhe a palavra no caso de desobediência;
SEÇÃO IV X - submeter a voto as questões sujeitas à deliberação da
Da Presidência das Comissões Comissão e proclamar o resultado da votação;
XI - conceder vista das proposições aos membros da Comis-
* são, ou avocá-la, quando decorrido o prazo regimental;
Art. 58. As Comissões terão um presidente e um vice-presi- XII - enviar à Mesa toda a matéria destinada à votação pelo
dente, eleitos para um mandato de dois anos, permitida a reeleição. Plenário;
*Caput do art 58 com redação determinada pela Resolução XIII - representar a Comissão nas suas relações com a
nº 217, de 06/03/2001. Mesa, outras
§ 1º. O Presidente da Assembleia convocará as Comissões Comissões e líderes;
Permanentes a se reunirem até dez dias depois de constituídas, XIV - solicitar ao Presidente da Assembleia a declaração
para instalação de seus trabalhos e eleição dos respectivos presi- de vacância na
dentes e vice-presidentes. Comissão e a designação de substitutos;
§ 2º. Será observado, na eleição, no que couber, o estabelecido XV - resolver, de acordo com o Regimento, as questões
nos arts. 13 e de ordem ou reclamações suscitadas na Comissão;
14 deste Regimento. XVI - remeter à Mesa, no fim de cada Sessão Legislativa,
§ 3º. Presidirá a reunião o último presidente da Comissão, como subsídio para sinopse das atividades da Casa, relatório sobre
se reeleito o andamento e exame das proposições distribuídas à Comissão;
Deputado, e, na sua falta, o mais idoso. XVII -requerer ao Presidente da Assembleia, quando
necessário, a distribuição de matéria a outras Comissões;
Art. 59. O presidente será, nos seus impedimentos, substituí- XVIII - promover a publicação das Atas da Comissão
do pelo vice- presidente e, na ausência deste, pelo membro mais no Diário da
idoso da Comissão. Assembleia XIX - solicitar ao órgão de assessoramento ins-
titucional, de sua iniciativa ou a pedido do relator, a prestação de
Art. 60. Se vagar o cargo de presidente ou de vice-presidente, assessoria ou consultoria técnico- legislativa ou especializada,
proceder-se-á à nova eleição para a escolha do sucessor, salvo se durante as reuniões da Comissão para instruir as matérias sujei-
faltarem menos de três meses para o término do mandato, caso em tas à apreciação desta.
que será provido na forma do artigo anterior. Parágrafo único. Aplicam-se aos presidentes de Comissão, no
§ 1°. Se a vacância se der por afastamento temporário que couber, o estabelecido no art. 26 deste Regimento.
do titular da presidência, também a substituição dar-se-á na forma
do artigo anterior. Art. 62. Os presidentes das Comissões Permanentes reunir-
§ 2°. Tratando-se de Comissão Parlamentar de Inquérito ou -se-ão com os líderes sempre que isso pareça conveniente, ou
de Comissão Especial, a eleição para escolha do sucessor, de que por convocação do Presidente da Assembleia, sob a presidên-
trata este artigo, ocorrerá se faltar mais de um quinto do prazo total cia deste, para exame e assentamento de providências necessá-
de funcionamento da Comissão. rias à eficiência do trabalho legislativo.

Art. 61. Compete ao presidente da Comissão, além do que lhe


for atribuído neste Regimento ou no regulamento das Comissões:
I - assinar a correspondência e demais documentos ex- SEÇÃO V DOS IMPEDIMENTOS E
pedidos pela AUSÊNCIAS;
Comissão;
II - convocar e presidir todas as reuniões da Comissão e nelas
manter a ordem e a solenidade necessárias;
III - convocar suplente na ausência ou impedimento de mem- SEÇÃO V
bro titular de Dos Impedimentos e Ausências
Comissão;
IV - fazer ler a Ata da reunião anterior e submetê-la à discus- Art. 63. Havendo proposição de sua autoria na Ordem do
são e votação; V - dar à Comissão conhecimento de toda a matéria Dia e desejando discuti-la, o presidente da Comissão passará a
recebida e despachá-la; direção dos trabalhos ao seu substituto legal, só reassumindo
VI - designar relatores e distribuir-lhes a matéria sujeita quando terminada a votação da matéria.
a parecer, ou avocá-la, de ofício, ou a requerimento do líder
ou autor, quando esgotado o prazo para relatar e não houver pro- Art. 64. O Deputado membro de Comissão não poderá ser
nunciamento do relator; designado relator de matéria da qual seja autor.

Didatismo e Conhecimento 10
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
Art. 65. Sempre que um membro de Comissão não puder § 7°. O Deputado que mudar de partido será substituído, por
comparecer às reuniões, deverá comunicar o fato ao seu presiden- indicação do líder
te, que fará publicar em Ata a escusa, convocando o respectivo a que pertencer a representação na Comissão, observando-se
suplente. o coeficiente partidário.

§ 1º. Se, por falta de comparecimento de membro efetivo, ou


de suplente, estiver sendo prejudicado o trabalho de qual- SEÇÃO VII DAS REUNIÕES;
quer Comissão, o Presidente da Assembleia, a requerimento
do membro que estiver exercendo a presidência da Comissão,
designará substituto para o membro faltoso, por indicação do
líder da bancada do Deputado ausente. SEÇÃO VII
Das Reuniões
§ 2º. Em caso de matéria urgente ou relevante, caberá ao
líder, mediante solicitação do membro que estiver no exercício da Art. 67. As Comissões reunir-se-ão na sede da Assembleia
presidência, indicar outro membro da sua bancada para substituir, Legislativa em dias e horas prefixados, ordinariamente, de terça
em reunião, o membro ausente. a sexta-feira.
§ 3°. Cessará a substituição logo que o titular ou o § 1º. Em nenhum caso, o seu horário poderá coincidir com o
suplente voltar ao da Ordem do
exercício. Dia das Sessões Ordinárias ou Extraordinárias da Assembleia.
§ 2º. As reuniões das Comissões Temporárias não
deverão ser concomitantes com as reuniões ordinárias das Co-
SEÇÃO VI DAS VAGAS; missões Permanentes.
§ 3º. O Diário da Assembleia publicará, em todos os seus nú-
meros, a relação das Comissões e de seus membros, com a desig-
nação dos locais, dias e horários em que se realizam as reuniões.
SEÇÃO VI § 4º. As reuniões extraordinárias serão convocadas pelo seu
Das Vagas presidente, de ofício, ou a requerimento de um terço dos seus
membros, com designação de dia, hora, local e objeto.
Art. 66. A vaga em Comissão verificar-se-á em virtude de: § 5º. As reuniões extraordinárias durarão o tempo necessário
I - término do mandato; ao exame da pauta respectiva, a juízo da presidência.
II - renúncia;
III - falecimento; Art. 68. As reuniões das Comissões serão:
IV - perda do lugar; I - públicas;
V - mudança de partido. II - reservadas; III - secretas.
§ 1º. A renúncia de qualquer membro de Comissão será acata- § 1°. Salvo deliberação em contrário, as reuniões serão pú-
da e definitiva, desde que manifestada em Plenário ou comuni- blicas.
cada, por escrito, ao Presidente da Assembleia. § 2º. Serão reservadas, a juízo da Comissão, as reuniões em
§ 2°. Perderá automaticamente o lugar na Comissão o Depu- que haja matéria que deva ser debatida com a presença apenas
tado que não comparecer a cinco reuniões ordinárias consecutivas, dos funcionários em serviço na comissão e técnicos ou autori-
ou a um quarto das reuniões, intercaladamente durante um período dades que forem convidados.
da Sessão Legislativa Ordinária, sendo a referida perda declarada § 3º. Serão secretas as reuniões quando as Comissões tiverem
pelo Presidente da Assembleia, à vista da comunicação do presi- que deliberar sobre perda de mandato, ou a requerimento da
dente da Comissão. maioria absoluta dos membros da Comissão.
§ 3º. Para os efeitos deste artigo, o departamento de § 4º. Nas reuniões secretas, servirá como secretário da
assessoramento às Comissões emitirá, mensalmente, certidão na Comissão, por designação do presidente, um de seus membros,
qual constem os dias e o número de reuniões ordinárias realizadas, que também elaborará a Ata respectiva.
bem como os nomes dos Deputados que compareceram e dos que § 5º. Só os Deputados poderão assistir às reuniões secre-
deixaram de comparecer. tas e, havendo testemunhas chamadas a depor, estas participarão
§ 4º. A certidão de que trata o parágrafo anterior será enviada apenas durante o seu depoimento.
ao diretor legislativo da Assembleia que, constatando a hipótese § 6º. Deliberar-se-á, preliminarmente, nas reuniões secre-
do § 1º deste artigo, a comunicará ao presidente da Comissão, tas, sobre a conveniência de seu objeto ser votado em Sessão Se-
para que este formalize o pedido referido no citado parágrafo. creta da Assembleia, caso em que a Comissão formulará, pelo seu
§ 5º. O Deputado que perder o lugar em uma Comissão a ela presidente, a necessária solicitação ao Presidente da Assembleia.
não poderá retornar. § 7º. A Ata da reunião secreta, acompanhada dos pareceres
§ 6º. A vaga em Comissão será preenchida por designação do e emendas que forem discutidos e votados, bem como dos votos
Presidente da Assembleia, no prazo de cinco dias, contados da data apresentados em separado, depois de fechados em invólucro lacra-
de vacância, de acordo com indicação feita pelo líder do partido ou do, etiquetado, datado e rubricado por todos os membros presen-
bloco parlamentar a que pertencer o lugar, ou independentemente tes, serão enviados ao arquivo da Assembleia, com a indicação do
dessa comunicação, se não for feita naquele prazo. prazo pelo qual ficarão indisponíveis para consulta.

Didatismo e Conhecimento 11
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
§ 1º. O Deputado designado relator disporá da metade dos
SEÇÃO VIII DOS TRABALHOS; SUBSEÇÃO I prazos estabelecidos nos incisos I, II e III para emissão do parecer,
DA ORDEM DOS TRABALHOS; prorrogáveis por até a metade.
§ 2º. O prazo destinado ao relator é improrrogável quando
se tratar de matéria em regime de urgência.
§ 3°. Esgotado o prazo destinado ao relator, o presidente
SEÇÃO VIII da Comissão avocará a proposição ou designará outro membro
Dos Trabalhos para relatá-la, na metade do prazo destinado ao primeiro relator.
SUBSEÇÃO I
Da Ordem dos Trabalhos Art. 72. Os interstícios regimentais e os prazos constantes do
artigo anterior não serão considerados, quando requerido, por
Art. 69. Os trabalhos das Comissões serão iniciados com a escrito, pelo líder ou pela Mesa e aprovado pelo Plenário.
presença mínima de um terço dos seus membros efetivos e obede-
cerão à seguinte ordem:
I - discussão e votação da Ata da reunião anterior; SEÇÃO IX DA ADMISSIBILIDADE E DA
II - expediente, que conterá: APRECIAÇÃO DAS MATÉRIAS PELAS
a) sinopse da correspondência e outros documentos recebidos; COMISSÕES.
b) comunicação das matérias distribuídas aos relatores;
III - Ordem do Dia, que conterá:
a) discussão e votação de requerimentos e relatórios em geral;
b) discussão e votação de proposições e respectivos pareceres SEÇÃO IX
sujeitos à aprovação do Plenário da Assembleia. Da Admissibilidade e da Apreciação das Matérias pelas
§ 1º. Esta ordem poderá ser alterada pela presidência da Co- Comissões
missão para tratar de matérias em regime de urgência, ou a reque-
rimento de qualquer dos seus membros, dando preferência para Art. 73. Antes da deliberação do Plenário, ou quando esta for
determinado assunto, se assim aprovar o Plenário desta, ou, ainda, dispensada, as proposições, exceto os requerimentos, dependem
no caso de comparecimento de Secretário de Estado, ou de qual- da manifestação das Comissões a que a matéria estiver afeta, ca-
quer outra autoridade ou, de realização de audiência pública. bendo:
§ 2º. As Comissões deliberarão por maioria de votos, presen- I à Comissão de Constituição, Justiça e Redação, em cará-
te a maioria absoluta dos seus membros. ter preliminar, o exame de sua admissibilidade sob os aspectos da
constitucionalidade, legalidade, juridicidade, regimentalidade e
Art. 70. As Comissões a que for distribuída uma proposição de técnica legislativa, e pronunciar-se sobre o seu mérito quando
poderão estudá-la em reunião conjunta, por acordo dos respectivos for o caso;
presidentes, com um só relator ou relator substituto, devendo os II - à Comissão de Finanças, Tributação, Fiscalização e
trabalhos serem dirigidos pelo presidente da Comissão de Consti- Controle, quando a matéria depender de exame sob os aspectos
tuição, Justiça e Redação. financeiro e orçamentário, manifestar-se previamente quanto à sua
compatibilidade ou adequação com o Plano Plurianual, a Lei de
Diretrizes Orçamentárias e o Orçamento Anual;
SUBSEÇÃO II DOS PRAZOS; III - às demais Comissões competentes, em razão da respec-
tiva matéria de que tratar a proposição, pronunciarem sobre o seu
mérito.
Parágrafo único. Exclui-se da exceção contida no caput
SUBSEÇÃO II deste artigo o requerimento de constituição de Comissão Parla-
Dos Prazos mentar de Inquérito, nos termos do art. 53 deste Regimento.
*
Art. 71. Excetuados os casos em que este Regimento determi- Art. 73-A. Será terminativo o parecer:
ne de forma diversa, as Comissões deverão obedecer aos se- *I - da Comissão de Constituição, Justiça e Redação, quanto à
guintes prazos para examinar as proposições e sobre elas decidir: constitucionalidade ou juridicidade da matéria;
I oito dias, quando se tratar de matéria em regime de urgência; *II - ‘ da Comissão de Finanças, Tributação, Fiscalização e
II quinze dias, quando se tratar de matéria em regime de prio- Controle, sobre a adequação financeira ou orçamentária da pro-
ridade; posição.
III - trinta dias, quando se tratar de matéria em regime de *§ 1º. O Autor da proposição, com o apoio de um sexto dos
tramitação ordinária, prorrogáveis por igual período com aprova- Membros da Assembleia Legislativa poderá, no prazo de cinco
ção da maioria dos membros da Comissão; dias contados após tomar ciência, requerer que seja o parecer
*IV - o mesmo prazo da proposição principal, quando se tratar submetido à apreciação do Plenário, caso em que a Proposi-
de emendas, correndo o prazo em conjunto para as Comissões. ção será enviada à Mesa para sua inclusão na Ordem do dia, em
*Inciso IV com redação determinada pela Resolução nº 214, apreciação preliminar.
de 28/11/2000. *§ 2º. Se o Plenário rejeitar o parecer, a proposição retornará
à tramitação

Didatismo e Conhecimento 12
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
normal; caso contrário, ou não tendo havido interposição de *
recurso, será arquivada por despacho do Presidente da Assembleia. Art. 75. Encerrada a apreciação, pelas Comissões, da matéria
* sujeita á deliberação do Plenário, a proposição será enviada à Mesa
Art. 73-A acrescentado pela Resolução nº 230, de22/05/2003. e aguardará a sua inclusão na Ordem do Dia.
*
Art. 74. No desenvolvimento dos seus trabalhos, as Comis- Art. 75 com redação determinada pela Resolução nº 230, de
sões observarão as seguintes normas: 22/05/2003.
I no caso de matéria distribuída, cada Comissão deve
se pronunciar sobre a matéria de sua competência, não cabendo a Art. 76. Salvo disposição em contrário, a proposição que não
qualquer Comissão manifestar-se sobre o que não for de sua atri- tiver parecer nos prazos estabelecidos neste Regimento poderá
buição específica; ser incluída na Ordem do Dia, independentemente de parecer,
II ao apreciar a proposição, a Comissão poderá propor a sua por determinação do Presidente da Assembleia.
adoção ou a sua rejeição total ou parcial, sugerir o seu arqui-
vamento, formular projeto dela decorrente, dar-lhe substitutivo e Art. 77. O prazo será comum às Comissões quando se tratar
apresentar-lhe emenda ou subemenda; de matéria em regime de urgência que deva ser apreciada por
III - lido o parecer, ou dispensada a sua leitura, se for dis- mais de uma Comissão, sendo a proposição discutida e votada
tribuído em avulsos, será ele de imediato submetido à discussão; ao mesmo tempo em cada uma delas.
IV - durante a discussão na Comissão, podem usar da pala-
vra o autor do projeto, o relator, demais membros e líderes,
durante dez minutos improrrogáveis, e por cinco minutos os TÍTULO III: DAS SESSÕES PLENÁRIAS:
Deputados que a ela não pertençam; CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS;
V - encerrada a discussão, proceder-se-á à votação;
VI se for aprovado o parecer em todos os seus termos, será
tido como da Comissão e, desde logo, assinado pelo presidente,
relator e demais membros presentes; TÍTULO III
VII - se ao voto do relator forem sugeridas alterações, com Das Sessões Plenárias
as quais ele concorde, ser-lhe-á concedido o prazo até a reunião CAPÍTULO I
seguinte para a redação do novo texto; Das Disposições Gerais
VIII - na hipótese de a Comissão aceitar parecer diverso do
relator, o deste constituirá voto em separado; Art. 78. As Sessões Plenárias da Assembleia Legislativa são:
IX - sempre que adotar voto com restrições, o membro I Sessão Especial de Posse;
da Comissão expressará em que consiste a sua divergência; não *II - Ordinárias, as de qualquer Sessão Legislativa, realizadas
o fazendo, o seu voto será considerado integralmente favorável; em todos os dias úteis, de terça a quinta-feira;
*X – o membro da Comissão que pedir vista tê-le-á por até *Inciso II com redação determinada pela Resolução nº 234,
trinta e seis horas, se não se tratar de matéria em regime de urgên- de 26/08/2003.
cia; (NR) III - Extraordinárias, as realizadas diversas das prefixadas para
*Inciso X com redação determinada pela Resolução nº 283, as Ordinárias;
de 14/12/2010 IV - Especiais, as realizadas em dias ou horas diversos
*XI – aos processos de proposições em regime de urgência das Sessões
será concedida vista por até vinte e quatro horas. (NR) Ordinárias, para conferências e para ouvir Secretários de Esta-
*Inciso XI com redação determinada pela Resolução nº 283, do ou outra autoridade, quando convocados;
de 14/12/2010 *V Solenes, as realizadas para grandes comemorações ou
XII - quando mais de um membro da Comissão, simultanea- homenagens
mente, pedir vista, ela será conjunta e na própria Comissão; especiais, em dias ou horas diversos das Sessões Ordiná-
XIII - os pedidos de vista nas Comissões só poderão ser for- rias, salvo deliberação do Plenário.
mulados por um membro de cada partido ou bloco parlamentar, *Inciso V com redação determinada pela Resolução nº 320,
não podendo haver atendimento a pedidos sucessivos; de 08/07/2015.
XIV - quando algum membro de Comissão retiver em seu po- *
der papéis a ela pertencentes, adotar-se-á o seguinte procedimento: Art. 79. As Sessões Ordinárias serão realizadas às terças e
a) frustrada a reclamação escrita do presidente da Comissão, o quintas-feiras, com início às nove horas e encerramento às
fato será comunicado à Mesa; doze horas. Às quartas-feiras serão realizadas duas Sessões Or-
b) o Presidente da Assembleia fará apelo a este membro da dinárias, a primeira com início às nove horas e encerramento às
Comissão no sentido de atender à reclamação, fixando-lhe para doze horas, e a segunda com início às quinze horas e encerramento
isto o prazo de três dias; às dezoito horas.
c) se, vencido o prazo, não houver sido atendido o apelo, o *
Presidente da Assembleia designará substituto na Comissão para o Art.79 com redação determinada pela Resolução nº 253, de
membro faltoso, por indicação do líder da bancada respectiva, no 22/03/2007.
prazo de vinte e quatro horas, ou, independente disso, se vencido
este prazo, mandará proceder à restauração dos autos.

Didatismo e Conhecimento 13
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
Art. 80. As Sessões Extraordinárias terão duração pelo tempo V ao falar da bancada, o orador em nenhuma hipótese poderá
necessário à discussão e votação das matérias constantes da Ordem fazê-lo de costas para a Mesa;
do Dia e serão destinadas, exclusivamente, à apreciação das propo- VI - a nenhum Deputado será permitido falar sem pedir a pala-
sições constantes da convocação. vra e sem que o Presidente a conceda e somente após esta conces-
§ 1º. A Sessão Extraordinária será convocada pelo Presidente, são a taquigrafia iniciará o apanhamento do discurso;
de ofício, por solicitação dos líderes ou por deliberação do Plená- VII - se o Deputado pretender falar ou permanecer na tri-
rio, a requerimento de qualquer Deputado. buna anti- regimentalmente, o Presidente adverti-lo-á; se, apesar
§ 2º. O Presidente prefixará o dia, a hora e a Ordem do Dia da dessa advertência, o Deputado insistir em falar, o Presidente dará
Sessão Extraordinária, que serão comunicados à Assembleia, em o seu discurso por terminado;
reunião, ou pelo Diário da Assembleia e, quando mediar tempo VIII - sempre que o Presidente der por findo o discurso,
inferior a vinte e quatro horas para a convocação, também, por via os taquígrafos deixarão de registrá-lo;
telegráfica ou telefônica, aos Deputados. IX - se o Deputado perturbar a ordem ou o andamento re-
gimental da Sessão, o Presidente poderá censurá-lo oralmente,
Art. 81. A Assembleia poderá realizar Sessão Especial para ou, conforme a gravidade, promover a aplicação das sanções
comemoração ou previstas neste Regimento;
recepção a autoridades, realização de conferências, a juízo X - o Deputado, ao falar, dirigirá a palavra ao Presidente ou
do Presidente, ou por deliberação do Plenário, mediante requeri- aos Deputados de modo geral;
mento de Deputado. XI - referindo-se, em discurso, ao colega, o Deputado deverá
preceder o seu nome do tratamento de Senhor Deputado ou de De-
Art. 82. As Sessões serão públicas, mas, excepcionalmente, putado; quando a ele se dirigir, o Deputado dar-lhe-á o tratamento
poderão ser secretas, quando assim deliberado pelo Plenário. de Excelência;
XII - nenhum Deputado poderá referir-se, de forma descortês
Art. 83. Nas Sessões Solenes observar-se-á a ordem dos tra- ou injuriosa, a qualquer de seus pares e, de forma geral, a qualquer
balhos que for estabelecida pelo Presidente, podendo serem representante do Poder Público, a instituições ou pessoas;
admitidos convidados à Mesa e em Plenário. XIII - se o Deputado desrespeitar o disposto no inciso anterior,
Parágrafo único. Nas Sessões Solenes, os oradores serão de-
o Presidente determinará à taquigrafia que exclua das suas notas a
signados pelo Presidente da Assembleia, ouvidos os líderes.
parte considerada inconveniente;
XIV - não se poderá interromper o orador, salvo concessão
Art. 84. Poderá a Sessão ser suspensa por conveniência da
especial deste para levantar questão de ordem ou para aparteá-
manutenção da ordem, computando-se o tempo da suspensão no
-lo, e no caso de comunicação relevante que o Presidente tiver
prazo regimental.
de fazer.
Art. 85. A Sessão da Assembleia só poderá ser levantada antes
do prazo previsto para o término dos seus trabalhos no caso de: Art. 88. O Deputado só poderá falar nos expressos termos
I tumulto grave; deste Regimento:
II falecimento de Deputado, Chefe de um dos Poderes, ou I para apresentar proposição;
quando for decretado luto oficial; II para fazer comunicação ou versar sobre assuntos diver-
III -presença de menos de um terço de seus membros. sos, à hora destinada às breves comunicações, ou nas Discussões
Parlamentares, se devidamente inscrito;
Art. 86. Fora dos casos expressos, só mediante deliberação da III - sobre proposição em discussão; IV - em questão de or-
Assembleia, a requerimento de um terço, no mínimo, dos Deputa- dem.
dos, ou líderes que representem este número, poderá a Sessão ser
suspensa, levantada ou interrompida. Art. 89. No recinto do plenário, durante as Sessões, só serão
* admitidos os Deputados, os funcionários da Assembleia em servi-
Art. 86-A. O prazo da duração da Sessão poderá ser ço local e os jornalistas credenciados.
prorrogada pelo Presidente, de ofício, ou por deliberação do Ple- § 1º. Nas Sessões Solenes, quando for permitido o ingresso
nário, a requerimento de qualquer dos Líderes, por tempo nunca de autoridades no plenário, os convites serão feitos de maneira a
superior a uma hora. assegurar, tanto aos convidados como aos Deputados, lugares de-
* terminados.
Art.86-A acrescentado pela Resolução nº 230, de 22/05/2003. § 2º. Haverá lugares na tribuna de honra reservados aos Parla-
mentares visitantes e autoridades convidadas.
Art. 87. Para a manutenção da ordem, respeito e austeridade § 3º. Ao público será franqueado o acesso às galerias para
das Sessões, serão observadas as seguintes regras: assistir às Sessões, decentemente trajado e sem dar sinal de aplau-
I só os Deputados podem ter assento no plenário, ressalvado o sos ou reprovação ao que se passar no recinto do plenário.
disposto neste Regimento; § 4º. Aos profissionais da imprensa serão assegurados lugares
II não será permitida conversação que perturbe os trabalhos; na tribuna própria, e para que possam adentrar o recinto do
III -o Presidente falará sentado e os demais Deputados de pé, plenário, deverão apresentar-se adequadamente trajados e de-
a não ser que fisicamente impossibilitados; vidamente credenciados pelo órgão competente da Diretoria de
IV - o orador falará da tribuna, a menos que o Presidente Comunicação.
permita o contrário;

Didatismo e Conhecimento 14
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
*§ 1º Após a abertura da Sessão, o Presidente determinará ao
1º Secretário que proceda à leitura do texto bíblico e, em seguida,
CAPÍTULO II DAS SESSÕES PÚBLICAS; submeterá a Ata da Sessão anterior à apreciação do Plenário.
SEÇÃO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS; *§1º com redação determinada pela Resolução nº 278, de
29/12/2009.
§ 2º. Submetida à votação a Ata da Sessão anterior e preten-
dendo algum
CAPÍTULO II Deputado alterá-la ou retificá-la, em questão de ordem, fará
Das Sessões Públicas a solicitação ao Presidente que, achando-a cabível, a deferirá,
SEÇÃO I devendo a retificação ou alteração constar de observação no
Das Disposições Gerais rodapé, da mesma Ata.
§ 3º. O Presidente, aprovada a Ata, dará a palavra ao 1º Se-
Art. 90. À hora do início da Sessão Plenária, os membros da cretário para que proceda à leitura da matéria constante do Expe-
Comissão Executiva e os Deputados ocuparão os seus lugares. diente.
§ 1º. A Bíblia Sagrada deverá ficar, durante todo o tempo da § 4º. Encerrada a leitura da matéria constante do Expediente,
Sessão, em local designado, à disposição de quem dela quiser fazer o Presidente declarará oportuno o momento para a apresentação
uso. de proposições.
§ 2º. Achando-se presente no mínimo um terço dos Deputa- § 5º. Apresentadas as proposições e havendo algum pedido de
dos, o Presidente declarará aberta a Sessão, proferindo as seguintes urgência, o Presidente colocá-lo-á em votação do Plenário e, se
palavras: aprovado, serão incluídas na Ordem do Dia da Sessão Ordinária
“Sob a proteção de Deus, havendo número legal e em nome do seguinte.
povo tocantinense, declaro aberta a presente Sessão”. § 6º. Havendo oradores inscritos, ser-lhes-á concedida a pala-
§ 3º. Não se verificando o quórum para abertura dos trabalhos, vra pelo prazo máximo de cinco minutos improrrogáveis, obser-
o Presidente deixará de abrir a Sessão, transferindo a Ordem do vada a proporção partidária ou de blocos parlamentares de forma
Dia para a Sessão seguinte. intercalada.
§ 4º. Só por motivo de força maior a Sessão poderá ser inicia- § 7º. É facultado ao orador inscrito transferir o uso da palavra
da após o horário regimental e neste caso, se necessário, poderá se a outro
desenvolver pelo tempo de uma Sessão normal, estabelecido neste Deputado de sua representação partidária ou bloco parlamen-
Regimento. tar.
§ 8º. O orador inscrito que, chamado a usar a tribuna, não se
Art. 91. As Sessões Ordinárias se dividem em: encontrar presente, perderá sua inscrição.
I - Pequeno Expediente; e § 9º. As inscrições que não puderem ser atendidas em virtude
II - Grande Expediente. do levantamento ou não-realização da Sessão transferir-se-ão para
a Sessão Ordinária seguinte.

SEÇÃO II DO PEQUENO EXPEDIENTE;


SEÇÃO III DO GRANDE EXPEDIENTE;

SEÇÃO II
Do Pequeno Expediente SEÇÃO III
Do Grande Expediente

Art. 92. O Pequeno Expediente terá a duração de uma hora,


assim distribuída: Art. 93. O Grande Expediente terá a duração de duas horas
* I- a primeira meia hora será destina à abertura dos trabalhos: destinadas:
apreciação da ata, leitura do expediente e apresentação de propo- I à discussão e votação de matéria constante da Ordem do
sições; Dia;
*Inciso I com redação determinada pela Resolução nº 278, *II - às Discussões Parlamentares, pelo prazo de vinte
de 29/12/2009. minutos a cada Deputado, no total de sete, observada a propor-
I - a primeira meia hora será destinada à abertura dos tra- cionalidade partidária ou bloco parlamentar.
balhos: leitura da *Inciso II com redação determinada pela Resolução nº 230,
Ata, leitura do expediente e apresentação de proposições; de 22/05/2003.
II - os trinta minutos seguintes serão destinados às Comu- § 1º. Havendo quórum para deliberação, o Presidente dará a
nicações, em que cinco oradores, previamente inscritos, res- palavra ao 1º Secretário para que proceda à leitura da matéria cons-
peitada a proporção partidária, usarão da palavra pelo prazo tante da Ordem do Dia.
improrrogável de cinco minutos, sem apartes, sobre o assunto de § 2º. Lida a matéria pelo 1º Secretário, o Presidente
sua livre escolha. colocá-la-á em discussão e havendo oradores inscritos dar-lhes-á
a palavra pelo prazo regimental, observada a proporcionalidade

Didatismo e Conhecimento 15
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
partidária ou de bloco parlamentar e de forma intercalada; não § 6º. Se a Sessão Secreta tiver por objetivo ouvir Secretários
havendo oradores inscritos, será dada por encerrada a discus- de Estado ou testemunhas chamadas a depor, estes participarão
são, passando-se à votação, observado para tanto o que dispõe este dela apenas durante o tempo necessário.
Regimento.
§ 3º. No decorrer da discussão ou votação, poderá ser feita
a verificação de quórum, a pedido de qualquer Deputado ou por CAPÍTULO IV DA QUESTÃO DE ORDEM,
determinação do Presidente. Verificada a inexistência de número DA ATA E DO DIÁRIO DA ASSEMBLEIA;
legal, passar-se-á à fase seguinte dos trabalhos, transferindo-se a SEÇÃO I DA QUESTÃO DE ORDEM; SEÇÃO
matéria da Ordem do Dia para a Sessão seguinte e registrando-se II DAS ATAS; SEÇÃO III DO DIÁRIO DA
em Ata o nome dos faltosos. ASSEMBLEIA.
*§ 4º. A inscrição para que o orador utilize a tribuna será feita
perante o Segundo-Secretário, até o início da Sessão.
*§ 4º acrescentado pela Resolução nº 230, de 22/05/2003.
*§ 5º. O orador inscrito poderá transferir o uso da palavra, CAPÍTULO IV
a outro Deputado de sua representação partidária ou bloco parla-
Da Questão de Ordem, da Ata e do
mentar.
Diário da Assembleia
*§ 5º acrescentado pela Resolução nº 230, de 22/05/2003.
SEÇÃO I
*§ 6º. As inscrições que não puderem ser atendidas, em virtu-
de do levantamento ou não-realização da Sessão, serão transferi- Da Questão de Ordem
das para a Sessão Ordinária seguinte.
*§ 6º acrescentado pela Resolução nº 230, de 22/05/2003. Art. 96. A questão de ordem será resolvida de imediato e so-
beranamente pelo
Presidente.
CAPÍTULO III DAS SESSÕES SECRETAS; § 1º. A questão de ordem só poderá ser levantada, em rápida
observação, e desde que seja de natureza a influir diretamente na
marcha dos trabalhos, corrigindo engano ou chamando a atenção
para o descumprimento de norma constitucional e regimental.
CAPÍTULO III Das Sessões Secretas § 2º. Durante a Ordem do Dia só poderá ser levantada questão
de ordem com relação à matéria nela inserida.
Art. 94. As Sessões Secretas serão convocadas com indicação § 3º. Nenhum Deputado poderá exceder o prazo de três
precisa dos seus objetivos: minutos para formular questão de ordem, nem poderá falar sobre
I a requerimento escrito de Comissão, para tratar de maté- o mesmo assunto mais de uma vez.
ria de sua competência; § 4º. A questão de ordem deve ser objetiva e claramente for-
II pela maioria absoluta dos membros da Assembleia; mulada, com a
III - por líder de bancada ou um terço dos membros da As- indicação precisa da disposição regimental ou constitu-
sembleia. cional cuja observância se pretenda elucidar, e referir-se, única e
§ 1º. Em todos os casos indicados nos incisos anteriores exclusivamente, à matéria em discussão.
há de haver deliberação da maioria absoluta do Plenário. § 5º. Se o Deputado não indicar, inicialmente, o dispositivo
§ 2º. Será secreta a Sessão em que a Assembleia deliberar so- constitucional ou regimental inobservado, em razão de que formu-
bre a perda de mandato de Deputado. lou a questão de ordem, o Presidente não permitirá a sua perma-
nência na tribuna e determinará a exclusão, na Ata e nos Anais, das
Art. 95. Nas Sessões Secretas não poderão permanecer no palavras por ele pronunciadas.
recinto do plenário nem mesmo os funcionários da Casa, deven-
§ 6º. As questões de ordem formuladas nos termos deste Regi-
do a presidência diligenciar no sentido de garantir o resguardo do
mento serão resolvidas soberanamente pelo Presidente da Sessão,
sigilo.
não sendo lícito ao Deputado opor-se à decisão ou criticá-la.
§ 1º. Em Sessão Secreta, a Assembleia deliberará prelimi-
narmente se a matéria que motivou a convocação deve ser tratada
sigilosamente ou se publicamente. SEÇÃO II Das Atas
§ 2º. Excetua-se do disposto no § 1° deste artigo as
Sessões Secretas referidas no artigo anterior. Art. 97. Lavrar-se-á Ata com a sinopse dos trabalhos de cada
§ 3º. A discussão sobre se a Sessão deve ser ou não ser secreta Sessão, cuja redação obedecerá ao padrão uniforme adotado pela
não pode ultrapassar o tempo de uma hora, podendo cada líder Mesa.
ocupar a tribuna por um período de dez minutos improrrogáveis.
§ 4º. Antes de se encerrar a Sessão Secreta, a Assembleia re- § 1º. As Atas serão lavradas em livro próprio, em ordem
solverá se deverão ficar secretos os seus debates e deliberações, ou cronológica, devendo os livros, ao se encerrarem, serem mantidos
se deve constá-los em Ata pública. em arquivo da Assembleia.
§ 5º. Antes de se levantar a Sessão Secreta, a Ata respectiva § 2º. Da Ata deve constar o nome dos Deputados presentes,
será aprovada e juntamente com os documentos que a ela se refi- dos ausentes e daqueles que se ausentarem no decorrer dos respec-
ram serão encerrados em invólucro lacrado, etiquetado, datado e tivos trabalhos.
rubricado pelos membros da Mesa, devendo serem guardados § 3º. Depois de aprovada, a Ata será assinada pelo Presidente
em arquivo próprio. e pelo 1º e 2º Secretários.

Didatismo e Conhecimento 16
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§ 4º. Ainda que não haja Sessão, por falta de número legal, Art. 101. As proposições previstas nos incisos I a V do arti-
lavrar-se-á a go anterior serão encaminhadas ao Presidente da Assembleia, para
Ata, devendo neste caso serem mencionados os nomes dos despacho preliminar.
Deputados presentes.
§ 5º. A Ata da última Sessão, ao encerrar-se a Sessão Legis- Art. 102. O Presidente da Assembleia Legislativa devolverá
lativa, será redigida em resumo e submetida à discussão e vota- no prazo de três dias ao autor qualquer proposição que:
ção, presente qualquer número de Deputado, antes de se levantar I - contenha assunto alheio à competência da Assembleia;
a Sessão. II - delegue a outro Poder atribuição privativa do Legislativo;
III - fira dispositivo deste Regimento;
Art. 98. Nenhum documento será inscrito em Ata sem a ex- IV - contenha expressões ofensivas a pessoas ou instituições;
pressa permissão do Presidente, por requerimento do Deputado. V - não observe a boa técnica redacional legislativa pre-
Parágrafo único. Qualquer Deputado poderá solicitar a in- vista neste
serção, em Ata, das razões de seu voto, vencedor ou vencido, re- Regimento.
digidas em termos concisos e sem alusões pessoais de qualquer
natureza e respeitadas as disposições deste Regimento. Art. 103. A proposição de iniciativa de Deputado poderá ser
SEÇÃO III apresentada individual ou coletivamente.
Do Diário da Assembleia
§ 1º. Considera-se autor da proposição, para efeitos regi-
mentais, o seu primeiro signatário.
Art. 99. O Diário da Assembleia é o órgão oficial de
§ 2º. São consideradas de simples apoio as assinaturas que se
divulgação das atividades do Poder Legislativo.
§ 1º. O Diário da Assembleia publicará todos os atos do Poder seguirem à primeira, exceto quando se tratar de proposição para a
Legislativo, as Atas das Sessões e a sequência dos trabalhos par- qual a Constituição do Estado ou o Regimento exija determinado
lamentares. número de subscritores.
§ 2º. Os discursos proferidos durante as Sessões somente se-
rão publicados por extenso, quando solicitado pelo orador, salvo as Art. 104. A proposição poderá ser apresentada por populares
restrições regimentais. nos termos da Constituição Estadual.
§ 3º. Não será autorizada a publicação de pronunciamentos ou
expressões atentatórias ao decoro parlamentar. Art. 105. A proposição poderá ser justificada por escrito ou
verbalmente pelo autor.
Parágrafo único. O relator de proposição, de ofício ou a re-
TÍTULO IV: DAS PROPOSIÇÕES: CAPÍTULO querimento do autor, fará juntar ao respectivo processo a justifica-
I DISPOSIÇÕES GERAIS; CAPÍTULO ção oral extraída dos Anais da Casa.
II DOS PROJETOS; CAPITULO III DOS
REQUERIMENTOS; SEÇÃO I DISPOSIÇÕES
GERAIS; SEÇÃO II REQUERIMENTOS Art. 106. A retirada de proposição em qualquer fase do seu
SUJEITOS A DESPACHO APENAS DO; andamento poderá ser feita, quando requerida pelo autor ao Presi-
SEÇÃO III REQUERIMENTOS SUJEITOS À dente da Assembleia, que, após obter as informações necessárias,
DELIBERAÇÃO DO PLENÁRIO; CAPÍTULO definirá pelo acatamento ou não do pedido, de cujo despacho ca-
IV DAS EMENDAS. berá recurso para o Plenário.
§ 1º. Se a proposição que se pretende retirar tiver parecer fa-
vorável de todas as Comissões competentes para opinarem sobre
o seu mérito, somente o Plenário poderá deliberar sobre sua re-
TÍTULO IV tirada ou não.
Das Proposições § 2º. Se a proposição tem como autor a Comissão Técnica ou a
CAPÍTULO I Disposições Gerais
Mesa, esta só poderá ser retirada a requerimento do seu Presidente,
com prévia autorização do colegiado.
Art. 100. Proposição é toda matéria sujeita à deliberação da
Assembleia. § 3°. Tratando-se de proposição de iniciativa coletiva, sua reti-
§ 1º. As proposições poderão consistir em: I - emendas à rada dar-se-á a requerimento de, no mínimo, maioria absoluta dos
Constituição do Estado; seus signatários.
II - projetos de lei; § 4º. A proposição retirada na forma deste artigo não
III - medidas provisórias; poderá ser reapresentada na mesma Sessão Legislativa, salvo de-
IV - projetos de resolução; liberação do Plenário.
V - projetos de decreto legislativo;
VI - vetos; Art. 107. Finda a Legislatura, serão arquivadas todas as pro-
VII - requerimentos. posições que ainda estejam pendentes de deliberação pela Assem-
§ 2º. Toda proposição deverá ser redigida com clareza, em bleia, exceto as de iniciativa dos demais Poderes.
termos explícitos e concisos. *Parágrafo único. A proposição poderá ser desarquivada ou
§ 3º. Nenhuma proposição poderá conter matéria estra- reapresentada na
nha ao enunciado objetivamente declarado na ementa ou dele Sessão Legislativa subsequente, desde que o requeira o seu
decorrente. autor ou autores, ou ainda,

Didatismo e Conhecimento 17
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1/3 (um terço) dos membros da Casa. f) conclusões sobre as petições, representações ou recla-
*Parágrafo único com Redação determinada pela Resolução mações da sociedade civil;
nº 232/2003, de 25/06/2003. g) matéria de natureza regimental;
h) assuntos de sua economia interna e dos seus serviços ad-
Art. 108. Quando, por extravio ou retenção indevida, não for ministrativos.
possível o andamento de qualquer proposição, vencidos os
prazos regimentais, a Mesa, por iniciativa própria ou a requeri- Art. 113. Os projetos deverão ser redigidos em artigos nume-
mento do autor, fará reconstituir o respectivo processo. rados, de forma concisa e clara, precedidos, sempre, da respectiva
ementa.
Art. 109. Toda proposição será publicada no Diário da As- § 1º. Cada projeto deverá conter, simplesmente, a enunciação
sembleia ou em avulsos, exceto requerimentos. da vontade legislativa e a respectiva justificativa escrita.
§ 2º. Nenhum artigo de projeto poderá conter duas ou mais
CAPÍTULO II Dos Projetos matérias diversas.
§ 3º. O Presidente da Assembleia, antes de emitir o despacho
Art. 110. A Assembleia exerce sua função legislativa por via preliminar, poderá abrir aos autores dos projetos que forem apre-
de projeto de lei ordinária, de lei complementar, de lei delega- sentados sem a observância dos preceitos fixados neste artigo,
da, de decreto legislativo, de resolução e de proposta de emenda à o prazo de três dias, para que estes sejam complementados
Constituição do Estado. e adequados aos preceitos deste Regimento.

Art. 111. A iniciativa dos projetos de lei na Assembleia Le- Art. 114. Os projetos que versarem sobre matéria análoga ou
gislativa, nos termos do art. 27 da Constituição Estadual e deste conexa à de outro em tramitação serão a ele anexados, de ofí-
Regimento, é a seguinte: cio, por ocasião da distribuição, votando-se o mais antigo na or-
I - de Deputados, individual ou coletivamente; dem de entrada, sendo os demais autores considerados coautores.
II - de Comissão ou da Mesa; III - do Governador do Estado; *
IV - do Tribunal de Justiça; Art. 115. Os projetos de lei, de resolução ou de decreto legis-
V - do Procurador-Geral de Justiça; lativo que receberem parecer contrário, quanto ao mérito, de todas
VI - dos cidadãos. as comissões a que forem distribuídos, serão tidos como rejeitados
Parágrafo único. A matéria constante do projeto de lei rejeita- e arquivados definitivamente por despacho do Presidente da As-
do somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sembleia, cabendo recurso ao Plenário desta decisão, desde que
Sessão Legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos não tenha havido recurso anterior.
membros da Assembleia ou, no caso do inciso VI, por iniciativa *
dos autores, aprovada pela maioria absoluta do Plenário. Art. 115 com redação determinada pela Resolução nº 230, de
22/05/2003.
Art. 112. Os projetos compreendem:
I - os projetos de lei, destinados a regular matérias de com- CAPÍTULO III Dos Requerimentos
petência do SEÇÃO I Disposições Gerais
Poder Legislativo, com a sanção do Governador do Estado;
II - os projetos de lei complementar, destinados a Art. 116. Os requerimentos assim se classificam:
regular matéria constitucional; I - quanto à competência:
III - os projetos de lei delegada, que se destinam à a) sujeitos apenas a despacho do Presidente da Assembleia;
delegação de competência, na forma estabelecida na Constituição b) sujeitos à deliberação do Plenário;
Estadual; II - quanto à forma:
IV - os projetos de decreto legislativo, destinados a regular as a) verbais;
matérias de exclusiva competência do Poder Legislativo, sem a b) escritos.
sanção do Governador do Estado;
V - os projetos de resolução, destinados a regular, com Art. 117. Os requerimentos independem de parecer das Co-
eficácia de lei ordinária, matéria de competência privativa da As- missões, salvo deliberação em contrário da Assembleia e os casos
sembleia Legislativa, e as de caráter político, processual, legislati- excepcionados por este Regimento.
vo ou administrativo, ou quando a Assembleia deva se pronunciar
em casos concretos, como: SEÇÃO II Requerimentos Sujeitos a Despacho Apenas
a) perda de mandato de Deputado; do Presidente
b) permissão para instauração de processo disciplinar contra
Deputado; Art. 118. Serão verbais ou escritos, e imediatamente
c) constituição de Comissões Temporárias, nos casos pre- despachados pelo
vistos neste Presidente, os requerimentos que solicitem:
Regimento; I a palavra ou desistência desta;
d) conclusões de Comissão Parlamentar de Inquérito; II permissão para falar sentado ou da bancada;
e) conclusões de Comissão Permanente sobre proposta de fis- III - leitura de qualquer matéria sujeita ao conhecimento do
calização e controle; Plenário;

Didatismo e Conhecimento 18
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
IV - observância de disposição regimental; § 2º. Emenda supressiva é a que manda erradicar qualquer
V - retirada, pelo autor, de proposição; parte de outra proposição.
VI - discussão de proposição, por partes; § 3º. Emenda substitutiva é a apresentada como sucedânea à
VII - votação destacada de emenda; parte de outra
VIII - verificação de votação; proposição, que tomará o nome de “substitutivo” quan-
IX - informação sobre a ordem dos trabalhos ou a Ordem do do a alterar, substancial ou formalmente, em seu conjunto,
Dia; considerando-se formal a alteração que vise exclusivamente
X - prorrogação de prazo para o orador na tribuna; ao aperfeiçoamento da técnica legislativa.
XI - requisição de documentos; § 4º. Emenda modificativa é a que altera a proposição sem
XII - preenchimento do lugar em Comissões; modificá-la substancialmente.
XIII - inclusão na Ordem do Dia de proposição com parecer, § 5º. Emenda aditiva é a que acrescenta parte a outra propo-
em condições regimentais de nela figurar; sição.
XIV - verificação de presença; XV - voto de pesar; § 6º. Denomina-se emenda aglutinativa a que resulta de fusão
XVI - esclarecimento sobre ato da administração ou economia de outras emendas, por transação tendente à aproximação dos res-
interna; pectivos objetos.
XVII -reabertura de discussão de projeto com discussão en- § 7º. Denomina-se subemenda a emenda apresentada a outra
cerrada em Sessão emenda, que pode ser, por sua vez, supressiva, substitutiva ou adi-
Legislativa anterior. tiva, desde que não vencida a supressiva sobre a emenda com a
§ 1º. Os requerimentos descritos nos incisos V, XI, XII, XIII, mesma finalidade.
XV, XVII, só poderão ser feitos por escrito. § 8º. Denomina-se emenda modificativa de redação aquela
§ 2º. Em caso de indeferimento do pedido do autor, o Plenário que visa apenas a sanar vício de linguagem, incorreção de técnica
poderá ser consultado pelo processo de votação simbólica, sem legislativa ou lapso manifesto.
discussão, nem encaminhamento de votação.
Art. 122. Não serão admitidas emendas que impliquem em
SEÇÃO III aumento de despesa prevista:
Requerimentos Sujeitos à Deliberação do Plenário I nos projetos de iniciativa exclusiva do Governador do
Estado, ressalvado o disposto no art. 28 da Constituição do Estado;
Art. 119. Serão verbais ou escritos, e dependerão de delibe- II - nos projetos sobre organização dos serviços admi-
ração do Plenário, os requerimentos não especificados neste Regi- nistrativos da
mento e os que solicitem: Assembleia Legislativa, do Tribunal de Justiça e do Ministé-
I convocação de Secretário de Estado perante o Plenário; II rio Público.
- Sessão Extraordinária, Solene ou Secreta;
III - prorrogação da Sessão; Art. 123. Não serão aceitas emendas ou substitutivos que
IV - não-realização de Sessão em determinado dia; V - pror- contenham matéria ou disposições que não sejam rigorosamente
rogação de Ordem do Dia; pertinentes ao enunciado da proposição.
VI - retirada da Ordem do Dia de proposição com pareceres
favoráveis das Art. 124. As emendas poderão ser apresentadas quando as
Comissões; proposições estiverem nas Comissões ou na Ordem do Dia, com
VII - audiência de Comissão sobre proposição em Ordem do discussão ainda não encerrada.
Dia; § 1°. Às proposições que tenham dois turnos de discussão e
VIII - adiamento de discussão ou votação; votação, não serão apresentadas emendas no primeiro turno.
IX - votação por determinado processo; § 2°. As Comissões, ao apresentarem parecer sobre emen-
X - votação de proposição, artigo por artigo, ou de emenda, da, poderão oferecer-lhe subemendas.
uma a uma; § 3º. As emendas poderão ser apresentadas:
XI - urgência, preferência, prioridade; I - por Deputado;
XII - constituição de Comissões Temporárias; XIII - pedido II - por Comissão, quando incorporadas a parecer;
de informação; III - pelo Governador do Estado, formuladas através de
XIV - votos de louvor, regozijo ou aplauso; mensagem, a proposição de sua autoria.
XV - de outro Poder, ou de outra entidade pública, a execução
de medidas fora do alcance do Poder Legislativo;

CAPÍTULO IV
Das Emendas

Art. 121. Emenda é a proposição apresentada como aces-


sória de outra proposição.
§ 1º. As emendas são supressivas, substitutivas, modificativas,
aditivas ou aglutinativas .

Didatismo e Conhecimento 19
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
CAPÍTULO II
TÍTULO VI DAS MATÉRIAS SUJEITAS A Dos Projetos de Iniciativa do Governador do Estado com
DISPOSIÇÕES ESPECIAIS:: CAPÍTULO I DA Solicitação de Urgência
PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO
DO ESTADO; CAPÍTULO II DOS PROJETOS Art. 180. O projeto de lei de iniciativa do Governador do Es-
DE INICIATIVA DO GOVERNADOR tado, para o qual tenha solicitado urgência, findo o prazo de
DO ESTADO COM SOLICITAÇÃO quarenta e cinco dias de seu recebimento pela Assembleia, sem
DE URGÊNCIA; CAPÍTULO III DAS a manifestação definitiva do Plenário, será incluído na Ordem do
MATÉRIAS DE NATUREZA PERIÓDICA; Dia na primeira Sessão subsequente, sobrestando-se a deliberação
SEÇÃO I DOS PROJETOS DE FIXAÇÃO quanto aos demais assuntos, para que se ultime a sua votação.
DA REMUNERAÇÃO DOS DEPUTADOS, § 1º. A solicitação do regime de urgência poderá ser feita pelo
DO GOVERNADOR, E DO VICE- Governador do
GOVERNADOR; SEÇÃO II DA PRESTAÇÃO Estado depois da remessa do projeto e em qualquer fase de
E TOMADA DE CONTAS; SEÇÃO III DO seu andamento, aplicando-se a partir daí o disposto no caput deste
PLANO PLURIANUAL, DIRETRIZES artigo.
ORÇAMENTÁRIAS E ORÇAMENTO ANUAL; § 2º. O prazo previsto no caput deste artigo não corre nos
SEÇÃO IV DO VETO; CAPÍTULO IV DAS períodos de recesso da Assembleia Legislativa.
LEIS DELEGADAS; CAPÍTULO V DAS
MEDIDAS PROVISÓRIAS; CAPÍTULO CAPÍTULO III Das Matérias de Natureza Periódica
VI DAS NOMEAÇÕES SUJEITAS À
APROVAÇÃO DA ASSEMBLEIA; CAPÍTULO SEÇÃO I
VII DA DIVISÃO TERRITORIAL; CAPÍTULO Dos Projetos de Fixação da Remuneração dos Deputados,
VIII DO REGIMENTO INTERNO. do Governador, e do Vice-Governador
*
Art. 181 O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por
lei de iniciativa da Assembleia Legislativa do Estado do Tocantins,
TÍTULO VI na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabe-
Das Matérias Sujeitas a Disposições Especiais lecido, em espécie, para Deputados Federais, observando o que
CAPÍTULO I dispõem os artigos 39, §4º; 57, §7º; 150, II; 153 III e 153, §2º, I,
Da Proposta de Emenda à Constituição do Estado da Constituição Federal.
*
Art. 177. A Assembleia apreciará proposta de emenda à Cons- Art. 181 com redação determinada pela Resolução nº 287, de
tituição do 23/03/2011.
Estado, se for apresentada: *§1º O subsídio do Governador, do Vice-Governador e dos
Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa da
I - por um terço, no mínimo, dos membros da Assembleia Assembleia Legislativa do Estado do Tocantins, observando o
Legislativa; que dispõem os artigos 37, XI; 39, §4º; 150, II; 153, III e 153,
II - pelo Governador do Estado;
§2º, I da Constituição Federal.” (NR)
III - por sessenta por cento das câmaras municipais, manifestan-
do-se cada uma delas pela maioria de seus membros. *§1º com redação determinada pela Resolução nº 287, de
23/03/2011.
Art. 178. A Constituição Estadual não poderá ser emendada na
vigência de intervenção federal no Estado, de estado de sítio ou de SEÇÃO II
estado de defesa. Da Prestação e Tomada de Contas

Art. 179. Lida, no Expediente, a proposta de emenda constitu- Art. 182. Recebido o processo de prestação de contas, a Mesa,
cional será encaminhada à publicação e à Comissão de Constituição, independente de leitura no Expediente, mandará publicar, dentre
Justiça e Redação, onde aguardará a apresentação de emendas pelo suas peças, o balanço geral das contas do Estado, com os docu-
prazo de dez dias. mentos que o instruem, e o parecer do Tribunal de Contas, e fará a
§ 1°. Esgotado o prazo previsto para apresentação de emendas distribuição em avulsos a todos os Deputados.
ao projeto, disporá a Comissão de Constituição, Justiça e Redação
de cinco dias para emitir parecer sobre a matéria e, em seguida, Art. 183. Após a publicação e a distribuição em avulsos, o
encaminhar o processo ao Plenário. processo será encaminhado à Comissão de Finanças, Tributação,
§ 2º. Publicado o parecer, será o processo incluído, em primeiro Fiscalização e Controle.
lugar, na § 1º. O relator terá o prazo de trinta dias para apresentar o
Ordem do Dia da Sessão que se seguir, a fim de ser discutido e
parecer sobre a prestação de contas, concluindo com projeto de
votado em primeiro turno.
decreto legislativo.
§ 3º. Terminada a votação, prevista no parágrafo anterior, entra-
§ 2º. No prazo estipulado no parágrafo anterior poderão ser
rá o projeto em discussão e votação, em segundo turno, no prazo,
formulados pedidos de informações.
ocasião em que não mais se admitirá emenda de espécie alguma.

Didatismo e Conhecimento 20
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
§ 3º. Se o parecer do relator for rejeitado na Comissão, o seu Parágrafo único. A votação versará sobre o projeto ou
presidente designará novo relator, que dará o parecer do ponto de a parte vetada;
vista vencedor, no prazo de quinze dias. votando SIM os Deputados rejeitam o veto e votando NÃO,
§ 4º. Aprovado, o parecer será publicado e distribuído em aceitam o veto.
avulsos, após encaminhado à Mesa para ser incluído na Ordem do
Dia, para discussão e votação em turno único. Art. 192. Se o veto não for apreciado pelo Plenário no prazo
de trinta dias, será incluído na Ordem do Dia da Sessão imediata,
Art. 184. Se as contas não forem aprovadas pelo Plenário, o sobrestadas as demais proposições até a sua votação final e ressal-
projeto será encaminhado à Comissão de Constituição, Justiça e vadas as matérias de que trata o art. 28 da Constituição Estadual.
Redação, para que indique, através de projeto de decreto legislati-
vo, as providências a serem tomadas pela Assembleia. Art. 193. O projeto ou a parte vetada será considerada aprova-
da se obtiver o voto da maioria absoluta dos membros da Assem-
Art. 185. Se o Governador não prestar contas, através do bleia Legislativa.
Tribunal de
Contas, dentro de sessenta dias, após a abertura da Sessão Art. 194. Rejeitado o veto, será o projeto reenviado ao Gover-
Legislativa, a Comissão de Finanças, Tributação, Fiscalização e nador para promulgação.
Controle as tomará, conforme art. 19, inciso XIII, da Constituição Parágrafo único. Se o projeto não for promulgado dentro de
Estadual. quarenta e oito horas pelo Governador, o Presidente da Assem-
bleia promulgá-lo-á, e se este não o fizer em igual prazo, o Vice-
SEÇÃO III -Presidente fá-lo-á.
Do Plano Plurianual, Diretrizes
Orçamentárias e Orçamento Anual CAPÍTULO IV Das Leis Delegadas

Art. 186. Recebidos o Plano Plurianual, o Projeto de Lei de Art. 195. A Assembleia Legislativa poderá delegar poderes
Diretrizes Orçamentárias e o Orçamento Anual, o Presidente deter- para a elaboração de leis ao Governador do Estado nos termos que
minará a sua publicação e distribuição em avulsos aos Deputados. especifica o art. 31 da Constituição Estadual.
§ 1º. Após a sua publicação e distribuição em avulsos,
será o projeto encaminhado à Comissão de Finanças, Tributação, Art. 196. A delegação ao Governador do Estado far-se-á por
Fiscalização e Controle. meio de resolução, especificando o seu conteúdo e os termos de
§ 2º. Designado relator, permanecerá o projeto na Comis- seu exercício.
são para o recebimento de emendas, durante o prazo de oito dias. Parágrafo único. A resolução poderá determinar a apreciação
do projeto de lei pela Assembleia Legislativa, que se fará em vota-
Art. 187. Decorrido o prazo do artigo anterior, a Comissão ção única, proibida a apresentação de emendas.
de Finanças, Tributação, Fiscalização e Controle apresentará pare-
cer sobre o projeto e as emendas, no prazo de quinze dias. CAPÍTULO V
Das Medidas Provisórias
Art. 188. O parecer será publicado e distribuído em avulsos
e incluído o projeto na Ordem do Dia da Sessão seguinte, para Art. 197. Recebida a proposição, será de imediato lida no Ex-
discussão em turno único. pediente e, após sua publicação e distribuição em avulsos,
Parágrafo único. É lícito ao Deputado, primeiro signatário de será encaminhada à Comissão de Constituição, Justiça e Re-
emenda ou ao relator, ou ainda ao presidente da Comissão, dação e às demais Comissões envolvidas com o seu mérito.
usar da palavra para encaminhar a votação, observado o prazo § 1°. Na Comissão, a medida provisória aguardará a apre-
máximo de cinco minutos. sentação de emendas por três dias, sendo admitidas tão somente
aquelas que guardem perfeita identidade com a matéria versada na
Art. 189. Aprovada a redação final, a Mesa encaminhará o proposição original.
autógrafo ao Governador do Estado para sanção. § 2°. A Comissão rejeitará as emendas apresentadas em desa-
SEÇÃO IV Do Veto cordo com o disposto no parágrafo anterior.
§ 3°. A Comissão poderá emitir parecer pela aprovação total
Art. 190. Recebida a mensagem do veto, será esta imediata- ou parcial ou pela alteração da medida provisória ou por sua rejei-
mente publicada, distribuída em avulsos e remetida à Comissão ção e, ainda, pela aprovação ou rejeição de emenda a ela apresen-
de Constituição, Justiça e Redação, a fim de apreciá-la quanto à tada, devendo concluir, quando resolver por qualquer alteração de
tempestividade e constitucionalidade, no prazo de cinco dias. seu texto:
Parágrafo único. Esgotado o prazo da Comissão, sem parecer, I - pela conversão da proposição em projeto de lei;
o Presidente da Assembleia inclui-lo-á na Ordem do Dia para de- II - pela apresentação de projeto de decreto legislativo, dis-
liberação pelo Plenário. ciplinando as relações jurídicas decorrentes da vigência dos textos
suprimidos ou alterados.
Art. 191. O projeto ou a parte vetada será submetida à discus-
são e votação em turno único, dentro de trinta dias contados do seu Art. 198. A Comissão disporá do prazo global de oito dias
recebimento. para emitir parecer final sobre a proposição.

Didatismo e Conhecimento 21
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
§ 1º. Devolvida a proposição à Mesa e publicado o parecer, Art. 207. Depois de lida em resumo, no Pequeno Expe-
será ela incluída na Ordem do Dia, para deliberação na Sessão diente, será a representação encaminhada à Comissão de Cons-
imediatamente subsequente. tituição, Justiça e Redação que a examinará e, concluindo
§ 2º. Se, no prazo estabelecido no caput deste artigo, não hou- pela sua legalidade, remetê-la-á à Comissão de Administra-
ver parecer da Comissão, a proposição será incluída na Ordem do ção, Trabalho, Defesa do Consumidor, Transporte, Desen-
Dia, de ofício, pelo Presidente. volvimento Urbano e Serviço Público que analisará o seu mérito.
§ 3°. Em plenário, a matéria será submetida a turno único de
discussão e votação, se não houver emendas. Art. 208. A Comissão de Administração, Trabalho, Defesa do
Consumidor, Transporte, Desenvolvimento Urbano e Serviço
Art. 199. Faltando cinco dias para o término do prazo do § 4° Público, entendendo que a representação acha-se conforme
do art. 27 da Constituição Estadual, sem que a proposição tenha os requisitos legais para o estabelecimento do processo, no
sido deliberada pelo Plenário, a medida provisória será apreciada prazo de trinta dias, por despacho circunstanciado, demonstrará as
em regime de urgência, urgentíssima, quando se dispensarão todos razões do entendimento e pedirá ao Presidente da Assembleia Le-
os interstícios e formalidades regimentais. gislativa que solicite do IBGE, da Justiça Eleitoral e da Secre-
taria de Estado da Fazenda as informações suplementares para
completar a instrução da proposição, estabelecida na Lei
Art. 200. Esgotado o prazo a que se refere o § 4° do art. 27
Complementar n° 009, de 19 de dezembro de 1995.
da Constituição Estadual, sem deliberação da Assembleia sobre a
medida provisória, a Comissão de Constituição, Justiça e Redação Art. 209. Completada a instrução do processo com as
elaborará projeto de decreto legislativo, disciplinando as relações informações que comprovem que os requisitos da lei são
jurídicas dela decorrentes. atendidos, caberá à Comissão de Administração, Trabalho,
Defesa do Consumidor, Transporte, Desenvolvimento Urbano e
Art. 201. Aprovada a medida provisória, o seu texto será Serviço Público submeter à apreciação do Plenário da Assembleia
encaminhado ao Presidente da Assembleia para, no prazo de três projeto de resolução, autorizando a realização de plebiscito.
dias, promulgá-la como lei. § 1°. Autorizada a consulta popular, o Presidente da Assem-
Parágrafo único. A medida provisória que for convertida em bleia solicitará à Justiça Eleitoral a sua realização.
projeto de lei será encaminhada ao Governador para sancioná-lo § 2º. Prestadas as informações e não confirmados os requisitos
no prazo de quinze dias úteis. mínimos exigidos pela legislação, a Comissão de Adminis-
tração, Trabalho, Defesa do Consumidor, Transporte, Desenvol-
Art. 202. Não será admitida a reapresentação na mesma Ses- vimento Urbano e Serviço Público, conclusivamente, encaminhará
são Legislativa de medida provisória rejeitada pela Assembleia a proposição ao arquivo, através do despacho do presidente.
Legislativa.
Art. 210. De posse de certidão da Justiça Eleitoral que ates-
CAPÍTULO VI te o desejo da maioria absoluta dos habitantes da área emancipa-
Das Nomeações Sujeitas à Aprovação da Assembleia da de se tornarem independentes, a Comissão de Administração,
Trabalho, Defesa do Consumidor, Transporte, Desenvolvimento
Art. 203. No pronunciamento sobre as nomeações e indica- Urbano e Serviço Público elaborará projeto de lei que, submetido
ções do Poder Executivo que dependem da aprovação da Assem- ao Plenário, observará as normas gerais de tramitação deste Regi-
bleia, serão observadas as normas deste capítulo. mento.
Parágrafo único. Se o resultado do plebiscito for contrário, a
Art. 204. Recebida a indicação, será constituída uma Comis- Comissão de Administração, Trabalho, Defesa do Consumidor,
Transporte, Desenvolvimento Urbano e Serviço Público encami-
são Temporária, composta de cinco membros, assegurada a repre-
nhará a proposição ao Presidente para arquivamento.
sentação proporcional, para opinar no prazo de até cinco dias.
Parágrafo único. A Comissão, se julgar conveniente, requi-
CAPÍTULO VIII
sitará informações complementares para instrução do seu pronun- Do Regimento Interno
ciamento.
Art. 211. O Regimento Interno poderá ser modificado ou re-
Art. 205. Recebido o parecer com o respectivo projeto de formado, por meio de projeto de resolução de iniciativa de
decreto legislativo, o Presidente inclui-lo-á na Ordem do Dia no Deputado, da Mesa, de Comissão Permanente ou de Comissões
prazo de quarenta e oito horas. Temporárias, para esse fim criada, em virtude de deliberação
Parágrafo único. A deliberação será tomada pela Assem- da Assembleia.
bleia em turno único, pelo voto da maioria absoluta, em escrutínio § 1º. O projeto, após publicado e distribuído em avulsos, será
secreto. remetido à Comissão de Constituição, Justiça e Redação, onde
permanecerá durante o prazo de oito dias para o recebimento de
CAPÍTULO VII emendas, devendo a Comissão oferecer parecer sobre o projeto e
Da Divisão Territorial as emendas no prazo de quinze dias em igual prazo promoverá a
constituição da Comissão Especial, nos termos deste Regimento,
Art. 206. O processo de criação de município obedecerá às para emitir parecer sobre a representação, também no prazo máxi-
normas de lei complementar. mo de quinze dias, prorrogáveis por mais quinze dias, a contar de
sua instalação.

Didatismo e Conhecimento 22
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
§ 2º. O parecer da Comissão concluirá por projeto de decreto CAPÍTULO III
legislativo, declarando a procedência ou não da representação. Da Convocação de Secretários de Estado
§ 3º. O projeto de decreto legislativo, publicado ou impresso
em avulsos, será incluído na Ordem do Dia da Sessão imediata; Art. 215. Os Secretários de Estado e o Procurador-Geral de
na sua discussão, poderão falar três Deputados por bancada, pelo Justiça poderão ser convocados pela Assembleia a requerimento
prazo de vinte minutos cada um. de qualquer Deputado ou Comissão.
§ 4º. Encerrada a discussão do projeto, não será permitido en- § 1º. O requerimento deverá ser escrito e indicar o objeto da
caminhamento de votação, nem questões de ordem. convocação, ficando sujeito à deliberação do Plenário.
§ 5º. Aprovado, em escrutínio secreto, pelo voto de dois terços § 2º. Resolvida a convocação, o 1º Secretário da Assembleia
dos membros da Casa, o projeto de decreto legislativo que con- entender-se-á com o Secretário convocado, mediante ofício, em
clua pela procedência da acusação nos crimes de responsabilidade, prazo não superior a vinte dias, salvo deliberação do Plenário, fi-
o Presidente promulgá-lo-á e encaminhará uma via ao substituto xando dia e hora da Sessão a que deve comparecer.
constitucional do Governador para que assuma o Poder no dia em
que entrar em vigor a decisão da Assembleia. Art. 216. Quando um Secretário de Estado desejar compare-
§ 6º. Declarada improcedente a acusação, será a representação cer à Assembleia ou a qualquer de suas Comissões, para prestar,
arquivada. espontaneamente, esclarecimento sobre matéria legislativa em an-
§ 7º. Sucedendo o que preceitua o § 5º, passar-se-á ao jul- damento, a Mesa designará, para esse fim, o dia e a hora.
gamento, que deverá ser concluído dentro de cento e oitenta
dias, após o qual o Governador reassumirá as suas funções sem Art. 217. Quando comparecer à Assembleia ou a qualquer das
prejuízo do regular prosseguimento do processo. Comissões, o Secretário de Estado terá assento à direita do Presi-
§ 8º. O julgamento será proferido pelo voto secreto e não po- dente respectivo.
derá impor outra pena que não a da perda do mandato.
§ 9º. O processo para julgamento será, no que for aplicável, o Art. 218. Na Sessão a que comparecer, o Secretário de Estado
definido e regulado em lei especial para o Presidente da República. fará, inicialmente, uma exposição do objeto de seu comparecimen-
to, respondendo, a seguir, às interpelações de qualquer Deputado.
Art. 214. A solicitação do Presidente do Superior Tribunal de § 1º. O Secretário de Estado, durante a sua exposição, ou ao
Justiça para instauração de processo, nas infrações penais comuns, responder às interpelações, bem como o Deputado, ao enunciar as
contra o Governador do Estado, será instruída com cópia integral suas perguntas, não poderão desviar-se do objeto da convocação
dos autos da ação penal originária. nem responder a apartes.
§ 1°. Recebida a solicitação, o Presidente despachará o § 2º. O Secretário convocado poderá falar durante uma hora,
expediente à prorrogável uma vez por igual prazo, por deliberação do Plenário.
Comissão de Constituição, Justiça e Redação, observadas as § 3º. Encerrada a exposição do Secretário, poderão ser-
seguintes normas: -lhe formuladas perguntas esclarecedoras, pelos Deputados, não
I perante a Comissão, o Governador ou seu defensor terá o podendo cada um exceder a dez minutos, exceto o autor do
prazo de quinze dias para apresentar defesa escrita e indicar pro- requerimento, o qual terá o prazo de quinze minutos.
vas; § 4º. É lícito ao Deputado ou membro da Comissão, autor do
II - se a defesa não for apresentada, o presidente da Comissão requerimento de convocação, após a resposta do Secretário a sua
nomeará interpelação, manifestar, durante dez minutos, sua concordância
defensor dativo para oferecê-la no mesmo prazo; ou não com as respostas dadas.
III - apresentada a defesa, a Comissão procederá às diligên- § 5º. O Deputado que desejar formular as perguntas previstas
cias e à instrução probatória que entender necessárias, findas estas, no § 3º deverá inscrever-se previamente.
proferirá parecer no prazo de quinze dias, concluindo pelo deferi- § 6º. O Secretário terá o mesmo tempo do Deputado para o
mento ou indeferimento do pedido de autorização e oferecendo o esclarecimento que lhe for solicitado.
respectivo projeto de resolução;
IV o parecer da Comissão de Constituição, Justiça e Redação Art. 219. O Secretário que comparecer à Assembleia ou a
será lido no Expediente, publicado no Diário da Assembleia, qualquer uma de suas Comissões ficará, em tais casos, sujeito às
distribuído em avulsos e incluído na Ordem do Dia da Sessão normas deste Regimento.
seguinte à de seu recebimento pela Mesa.
§ 2°. Se, da aprovação do parecer por dois terços dos Art. 220. A Assembleia transformará a Sessão em Sessão Es-
membros da Assembleia, resultar admitida a acusação, conside- pecial toda vez que um Secretário de Estado ou qualquer outra
rar-se-á autorizada a instauração do processo, na forma do projeto autoridade estadual comparecer ao plenário.
de decreto legislativo proposto pela Comissão.
§ 3°. A decisão será comunicada pelo Presidente da Assem- Art. 221. As normas para processo e julgamento dos Secretá-
bleia ao Superior rios de Estado, por crimes de responsabilidade, conexos com os do
Tribunal de Justiça em cinco dias. Governador, serão as mesmas estabelecidas para este.
Parágrafo único. Importa em crime de responsabilidade a
falta de comparecimento do Secretário, sem justificação, quando
convocado pela Assembleia Legislativa.

Didatismo e Conhecimento 23
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
Art. 226. O Deputado que se afastar do exercício do mandato
para ser investido nos cargos referidos no inciso I do art. 24, da
TÍTULO VIII: DOS DEPUTADOS: Constituição Estadual, deverá fazer comunicação escrita à Casa,
CAPÍTULO I DO EXERCÍCIO DO MANDATO; bem como ao reassumir o lugar.
CAPÍTULO II DA LICENÇA CAPÍTULO
III DA VACÂNCIA; CAPÍTULO IV DA Art. 227. No exercício do mandato, o Deputado atenderá às
CONVOCAÇÃO DE SUPLENTE; CAPÍTULO prescrições constitucionais e regimentais e às relativas ao decoro
V DO DECORO PARLAMENTAR; CAPÍTULO parlamentar, sujeitando-se às medidas disciplinares nelas previs-
VI DA LICENÇA PARA INSTAURAÇÃO tas.
DE PROCESSO CRIMINAL CONTRA § 1º. Os Deputados são invioláveis por suas opiniões, palavras
DEPUTADO. e votos.
§ 2º. Desde a expedição do diploma, os Deputados não po-
derão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável, nem
processados criminalmente, sem prévia licença da Assembléia.
TÍTULO VIII § 3º. O indeferimento do pedido de licença ou a ausência de
Dos Deputados deliberação, no caso do parágrafo anterior, suspende a prescrição
CAPÍTULO I enquanto durar o mandato.
Do Exercício do Mandato § 4º. Os Deputados serão submetidos a julgamento perante o
Tribunal de Justiça do Estado.
Art. 222. O Deputado deve apresentar-se à Assembléia duran- § 5º. Os Deputados não serão obrigados a testemunhar sobre
te a Sessão Legislativa Ordinária ou Extraordinária, para participar informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do man-
das Sessões do plenário e das reuniões de Comissão de que seja dato, nem sobre as pessoas que lhes confiarem ou deles receberem
membro, sendo-lhe assegurado o direito, nos termos deste Regi- informações.
mento, de:
I oferecer proposições em geral; discutir e deliberar sobre § 6º. A incorporação de Deputados às Forças Armadas, embo-
qualquer matéria em apreciação na Casa; integrar o Plenário ra militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia
e demais colegiados e neles votar e ser votado; licença da Assembléia Legislativa.
II encaminhar, através da Mesa, pedidos escritos de infor- § 7º. Os Deputados não poderão:
mação a Secretário de Estado; I - desde a expedição do diploma:
III -fazer uso da palavra; a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de di-
IV -integrar as comissões de representação e desempenhar reito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia
missão autorizada; mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando
V - promover, perante quaisquer autoridades, entidades ou o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
órgãos da administração estadual ou municipal, direta ou indireta b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado,
e fundacional, os interesses públicos ou reivindicações coletivas inclusive os de que sejam demissíveis ad nutum, nas entidades
das comunidades representadas; constantes da alínea anterior;
VI - realizar outros cometimentos inerentes ao exercício do II - desde a posse:
mandato ou atender a obrigações político-partidárias decorrentes a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que
da representação. goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito
público, ou nela exercer função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad
Art. 223. O comparecimento efetivo do Deputado à Casa será nutum, nas
registrado diariamente, sob responsabilidade da Mesa e da presi- entidades referidas no inciso I, “a”;
dência das Comissões, da seguinte forma: c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das enti-
I às Sessões de deliberação, através de listas de presença em dades a que se refere o inciso I, “a”;
plenário. d) serem titulares de mais de um cargo ou mandato público
II - nas Comissões, pelo controle da presença às suas reu- eletivo.
niões.
Art. 228. O Deputado que se desvincular de sua bancada per-
Art. 224. Para se afastar do País, o Deputado deverá dar pré- de, para efeitos regimentais, o direito a cargos e funções que ocu-
via ciência à Assembléia, por intermédio da presidência, indicando par em razão dela.
a natureza do afastamento e sua duração estimada.
Art. 229. As imunidades constitucionais dos Deputados sub-
Art. 225. O Deputado apresentará à Mesa, para efeito de pos- sistirão durante o estado de sítio, só podendo serem suspensas me-
se e antes do término do mandato, declaração de bens e de suas diante o voto de dois terços dos membros da Casa, em escrutínio
fontes de renda, importando infração ao decoro parlamentar a secreto, restrita a suspensão aos atos praticados fora do recinto da
inobservância deste preceito. Assembléia Legislativa que sejam incompatíveis com a execução
da medida.

Didatismo e Conhecimento 24
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
Art. 230. Em caso de incapacidade civil absoluta, julgada por CAPÍTULO III Da Vacância
sentença de interdição, ou comprovada mediante laudo médico
passado por junta médica, nomeada pela Mesa Diretora, o Deputa- Art. 233. As vagas na Assembléia verificar-se-ão em virtude
do será suspenso do exercício do mandato, enquanto durarem seus de :
efeitos, sem perda da remuneração. I falecimento;
§ 1º. No caso de o Deputado se negar a submeter-se ao exame II renúncia;
de saúde, poderá o Plenário, em Sessão secreta, por deliberação III -perda de mandato.
da maioria absoluta de seus membros, aplicar-lhe a medida sus-
pensiva. Art. 234. A declaração de renúncia do Deputado ao man-
§ 2º. A junta deverá ser constituída, no mínimo, de três médi- dato deve ser dirigida por escrito à Mesa e independe de aprova-
cos de reputada idoneidade profissional, não pertencente aos servi- ção da Assembléia, mas somente se tornará efetiva e irretratável
ços da Assembléia Legislativa. depois de lida no Expediente e publicada no Diário da Assembléia
Legislativa.
CAPÍTULO II Da Licença § 1º. Considera-se também haver renunciado:
I Deputado que não prestar compromisso no prazo estabele-
Art. 231. O Deputado poderá obter licença para: cido neste
I desempenhar missão temporária de caráter diplomático ou Regimento;
cultural; II - suplente que, convocado, não se apresentar para tomar
II tratamento de saúde; posse em exercício no prazo regimental.
III -tratar de interesse particular, sem remuneração, pelo prazo § 2º. A vacância, nos casos de renúncia, será declarada em
máximo de cento e vinte dias por Sessão Legislativa; Sessão Plenária pelo Presidente.
IV - investidura em qualquer dos cargos referidos no art.
24, I, da Art. 235. Perde o mandato o Deputado:
Constituição Estadual. I que infringir qualquer das proibições constantes do art.
§ 1º. Salvo nos casos de prorrogação da Sessão Legislativa 23 da
Ordinária, ou de convocação extraordinária da Assembléia Legis- Constituição Estadual;
lativa, não se concederão as licenças referidas nos incisos II e III II - cujo procedimento for declarado incompatível com o de-
coro parlamentar; III - que deixar de comparecer, em cada Sessão
durante os períodos de recesso constitucional.
Legislativa Ordinária, à terça parte das Sessões Plenárias da
§ 2°. O Deputado que se licenciar, com assunção de suplente,
Assembléia, salvo licença ou missão autorizada;
não poderá reassumir o mandato antes de findo o prazo superior a
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
cento e vinte dias da licença, ou de sua prorrogação.
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos pre-
§ 3°. Havendo prorrogação da licença, o suplente convocado
vistos nas Constituições Federal e Estadual;
anteriormente permanecerá no exercício do mandato até a volta do
VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada
Deputado titular. em julgado.
§ 4º. A licença será concedida pela Comissão Executiva, exce- § 1º. Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será
to na hipótese do inciso I, quando caberá ao Plenário decidir. decidida pela Assembléia, em escrutínio secreto e por maioria
§ 5º. A licença depende de requerimento fundamentado, absoluta de votos, mediante provocação da Mesa ou de partido
dirigido ao Presidente da Assembléia e lido na primeira Sessão com representação na Assembléia, assegurada ampla defesa.
após o seu recebimento. § 2º. Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda do
§ 6º. Caso a licença venha a ser negada pelo Presidente, caberá mandato será declarada pela Mesa, de ofício ou mediante comu-
recurso ao Plenário. nicação judicial, ou provocação de qualquer Deputado, de partido
com representação na Assembléia Legislativa, ou do 1º suplente
Art. 232. A licença para tratamento de saúde será concedida da respectiva legenda partidária, assegurada ao representado am-
ao Deputado que, por motivo de doença comprovada, se encontre pla defesa perante a Casa quanto à hipótese do inciso III e, na dos
impossibilitado de atender aos deveres decorrentes do exercício demais incisos, perante o juízo competente.
do mandato. § 3º. A representação, nos casos dos incisos I, II, III e VI, será
§ 1º. Para obtenção ou prorrogação da licença, será necessário encaminhada à Comissão de Constituição, Justiça e Redação, ob-
laudo de inspeção de saúde, firmado pelos servidores integran- servadas as seguintes normas:
tes do corpo médico da Assembléia, com a expressa indicação I recebida e processada na Comissão, será fornecida cópia da
de que o paciente não pode continuar no exercício ativo de representação ao Deputado, que terá o prazo de cinco dias
seu mandato. para apresentar defesa escrita e indicar provas;
§ 2º. Enquanto não houver equipe médica na Assembléia II se a defesa não for apresentada, o presidente da Comissão
Legislativa, prevalecerá o atestado médico comprobatório de ne- nomeará defensor dativo para oferecê-la no mesmo prazo;
cessidade de afastamento do cargo, ficando o profissional respon- III -apresentada a defesa, a Comissão procederá às diligências
sável pelo seu ato. e à instrução probatória que entender necessárias, findas estas, pro-
ferirá parecer no prazo de dez dias, concluindo pela procedência da
representação ou pelo seu arquivamento; procedente a repre-
sentação, a Comissão oferecerá também o projeto de resolução
de perda do mandato;

Didatismo e Conhecimento 25
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
IV - o parecer da Comissão de Constituição, Justiça e Reda- CAPÍTULO V
ção, uma vez lido no Expediente, publicado no Diário da Assem- Do Decoro Parlamentar
bléia e distribuído em avulsos, será:
a) nos casos dos incisos I, II e VI do caput, incluído na Ordem Art. 239. O Deputado que descumprir os deveres inerentes
do Dia; a seu mandato, ou praticar ato que afete a sua dignidade, estará
b) no caso do inciso III, decido pela Mesa. sujeito ao processo e às medidas disciplinares previstas neste Re-
gimento, que poderá definir outras infrações e penalidades,
CAPÍTULO IV entre as quais as seguintes:
Da Convocação de Suplente I censura;
II perda temporária do exercício do mandato, não excedente
Art. 236. A Mesa convocará, no prazo de quarenta e oito ho- a trinta dias;
ras, o suplente de Deputado, nos casos de: III -perda do mandato.
I ocorrência de vaga; § 1º. Considera-se atentatório ao decoro parlamentar usar, em
II investidura do titular nas funções definidas no art. discurso ou proposição, de expressões que configurem crimes
24, I, da contra a honra ou contiverem incitamento à prática de crimes.
Constituição Estadual; § 2º. É incompatível com o decoro parlamentar:
III - licença para tratamento de saúde do titular, desde que o I o abuso das prerrogativas constitucionais asseguradas ao
prazo original seja superior a cento e vinte dias, vedada a soma de Deputado Estadual;
períodos para esse efeito. II - a percepção de vantagens indevidas;
III - a prática de irregularidades graves no desempenho do
§ 1º. Assiste ao suplente que for convocado o direito de mandato ou de encargos dele decorrentes.
se declarar impossibilitado de assumir o exercício do mandato,
dando ciência por escrito à Mesa, que convocará o suplente ime- Art. 240. A censura será verbal ou escrita.
diato. § 1º. A censura verbal será aplicada em Sessão, pelo
§ 2º. Ressalvada a hipótese de doença comprovada, bem como Presidente da Assembléia ou de Comissão, no âmbito desta, ou
de estar investido nos cargos de que trata o art. 24, I, da Constitui- por quem o substituir, quando não couber penalidade mais grave,
ção Estadual, o suplente que, convocado, não assumir o mandato ao Deputado que:
no período fixado no art. 8º, inciso II, perde o direito à suplência, I inobservar, salvo motivo justificado, os deveres inerentes ao
sendo convocado o suplente imediato. mandato ou aos preceitos do Regimento Interno;
§ 3°. No caso do inciso I deste artigo, a convocação de suplen- II praticar atos que infrinjam as regras de boa conduta nas
te dar-se-á em caráter de sucessão, e nos casos dos incisos II e III, dependências da Casa;
a convocação dar-se-á em caráter de substituição. III - perturbar a ordem nas Sessões Plenárias da Assem-
§ 4°. Quando convocado em caráter de substituição, o suplen- bléia ou nas reuniões de Comissão.
te de Deputado não fará jus às licenças previstas nos incisos II e § 2º. A censura escrita será imposta pela Mesa, se outra comi-
III do art. 231 deste Regimento. nação mais grave não couber, ao Deputado que:
I usar, em discurso ou proposição, de expressões atentatórias
Art. 237. Ocorrendo vaga mais de quinze meses antes do ao decoro parlamentar;
término do mandato e não havendo suplente, o Presidente comu- II praticar ofensas físicas ou morais no edifício da As-
nicará o fato à Justiça Eleitoral para eleição. sembléia, ou desacatar, por ato ou palavras, outro Parlamentar, a
* Mesa ou Comissão e respectivas presidências.
Art. 238. O suplente de Deputado, quando convocado em ca-
ráter de substituição, não poderá ser eleito para os cargos da Mesa, Art. 241. Considera-se incurso na sanção de perda temporária
nem para presidente ou vice-presidente de Comissão. do exercício do mandato, por falta de decoro parlamentar, o De-
* putado que:
Art. 238 com redação determinada pela Resolução nº 237, I reincidir nas hipóteses previstas nos parágrafos do artigo an-
de 15/12/2003. tecedente;
*§1º. O suplente, ao assumir o mandato, substituirá o Deputa- II praticar transgressão grave ou reiterada aos preceitos do Re-
do afastado, nas vagas que este ocupar nas Comissões. gimento Interno;
*Anterior parágrafo único renumerado para §1º pela Resolu- III - revelar conteúdo de debates ou deliberações que a As-
ção nº 237, de 15/12/2003. sembléia ou Comissão haja resolvido que deva ficar em segredo;
*§2º. O suplente poderá assumir os trabalhos da Mesa Direto- IV - revelar informações e documentos oficiais de caráter re-
ra, de acordo com art. 21, §3º, deste Regimento. servado, de que tenha tido conhecimento na forma regimental;
*§2º acrescentado pela Resolução nº 237, de 15/12/2003. V - faltar, sem motivo justificado, a dez Sessões Ordinárias
consecutivas, ou a quarenta e cinco intercaladas, dentro da
Sessão Legislativa Ordinária ou Extraordinária.
§ 1º. Nos casos dos incisos I a IV, a penalidade será aplicada
pelo Plenário, em escrutínio secreto, por maioria simples, assegu-
rada ao infrator a oportunidade de ampla defesa.

Didatismo e Conhecimento 26
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
§ 2º. Na hipótese do inciso V, a Mesa aplicará, de ofício, o VI - se, da aprovação do parecer, pelo voto secreto da maio-
máximo da penalidade, resguardado o princípio da ampla defesa. ria dos membros da Casa, resultar admitida a acusação contra o
Deputado, considerar- se-á dada a licença para instauração de
Art. 242. A perda do mandato aplicar-se-á nos casos e na for- processo ou autorizada a formação de culpa, na forma de projeto
ma prevista no art. 235 e seus parágrafos deste Regimento. de resolução, proposto pela Comissão de Constituição, Justiça e
Redação;
Art. 243. Quando, no curso de uma discussão, um Deputado VII - a decisão será comunicada pelo Presidente aos Tribunais
for acusado de ato que ofenda a sua honorabilidade, pode pedir Superiores dentro de cinco dias.
ao Presidente da Assembléia ou de Comissão que mande apurar Parágrafo único. Estando em recesso a Casa, as atribuições
a veracidade da arguição e o cabimento de censura ao ofensor, no conferidas à Comissão de Constituição, Justiça e Redação e ao
caso de improcedência da acusação. Plenário serão exercidas cumulativamente pela Comissão Executi-
va da Assembléia Legislativa, ad referendum do Plenário.
CAPÍTULO VI
Da Licença para Instauração de Processo
TÍTULO IX: DA PARTICIPAÇÃO DA
Criminal contra Deputado
SOCIEDADE: CAPÍTULO I DA INICIATIVA
POPULAR DE LEI;
Art. 244. A solicitação do Presidente dos Tribunais Su-
CAPITULO II DAS PETIÇÕES E
periores para instaurar processo criminal contra Deputado será
REPRESENTAÇÕES E DAS OUTRAS
instruída com a cópia integral dos autos da ação penal originária
FORMAS DE PARTICIPAÇÃO;
ou do inquérito policial.
CAPÍTULO III DA AUDIÊNCIA PÚBLICA.

Art. 245. No caso de prisão em flagrante de crime inafiançá-


vel, os autos serão remetidos à Casa dentro de vinte e quatro horas,
sob pena de responsabilidade da autoridade que a presidir, cuja TÍTULO IX
apuração será promovida de ofício pela Mesa. Da Participação da Sociedade Civil

CAPÍTULO I
Art. 246. Recebida a solicitação ou os autos de flagrante, o
Da Iniciativa Popular de Lei
Presidente despachará o expediente à Comissão de Constituição,
Justiça e Redação, observadas as seguintes normas:
Art. 247. A iniciativa popular pode ser exercida pela apresen-
I no caso de flagrante, a Comissão resolverá preliminarmente
tação, à Assembléia Legislativa, de projeto de lei subscrito por, no
sobre a prisão, devendo:
mínimo, um por cento dos eleitores do Estado, distribuído por pelo
a) ordenar a apresentação do réu preso, que permanecerá sob
menos cinco municípios, com percentual mínimo de três décimos
sua custódia até o pronunciamento da Casa sobre o relaxamento dos eleitores de cada um deles, obedecidas as seguintes condições:
ou não da prisão; I - a assinatura de cada eleitor deverá ser acompanhada de
b) facultar ao réu ou a seu defensor o oferecimento de alega- seu nome completo e legível, endereço e dados identificadores de
ções orais ou escritas na Sessão expressamente convocada para seu título eleitoral;
essa finalidade, dentro de quarenta e oito horas; II - as listas de assinaturas serão organizadas por mu-
c) oferecer parecer prévio, em vinte e quatro horas, sobre a nicípio, em formulário padronizado e fornecido pela Mesa da
manutenção ou não da prisão, propondo o projeto de resolução Assembléia;
respectivo, que será submetido até a Sessão seguinte à deliberação III - será lícito à entidade da sociedade civil patrocinar a
do Plenário, pelo voto secreto da maioria de seus membros; apresentação de projeto de lei, de iniciativa popular, responsabili-
d) em qualquer hipótese, prosseguir-se-á na forma dos zando-se, inclusive, pela coleta das assinaturas;
incisos subsequentes para a autorização, ou não, da formação de IV - o projeto será instruído com documento hábil da Justi-
culpa; ça Eleitoral quanto ao contingente de eleitores alistados em cada
II - na Comissão de Constituição, Justiça e Redação, será município, aceitando-se, para esse fim, os dados referentes ao ano
fornecida cópia do pedido de licença ao Deputado, o qual terá o anterior, se não disponíveis, outros mais recentes;
prazo de dez dias para apresentar defesa escrita e indicar provas; V - o projeto será protocolado e a 1ª Secretaria verificará se
III - se a defesa não for apresentada, o presidente da Comis- foram cumpridas as exigências constitucionais para sua apresen-
são nomeará defensor dativo para oferecê-la no mesmo prazo; tação, atestando, por certidão, estar a proposta em termos;
IV - apresentada a defesa, a Comissão procederá às diligên- VI - o projeto de lei de iniciativa popular terá a mesma trami-
cias e à instrução probatória que entender necessárias, findas estas, tação dos demais, integrando sua numeração geral;
proferirá parecer no prazo de dez dias, concluindo pelo deferimen- VII - nas Comissões, poderá usar da palavra para discutir o
to ou indeferimento do pedido de licença ou pela autorização, ou projeto de lei, pelo prazo de dez minutos, o primeiro signatário,
não, da formação de culpa, no caso de flagrante; ou quem este tiver indicado, quando da apresentação do projeto;
V - o parecer da Comissão de Constituição, Justiça e Reda- VIII - cada projeto de lei deverá se circunscrever a um mesmo
ção, uma vez lido no Expediente, publicado no Diário da Assem- assunto, podendo, caso contrário, ser desdobrado pela Comissão
bléia e em avulsos, será incluído na Ordem do Dia; de Constituição, Justiça e Redação, em proposições autônomas,
para tramitação em separado;

Didatismo e Conhecimento 27
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
IX - não se rejeitará, liminarmente, projeto de lei de inicia- § 2º. O convidado deverá limitar-se ao tema ou questão em
tiva popular por vícios de linguagem, lapsos ou imperfeições de debate e disporá, para tanto, de vinte minutos, prorrogáveis a juízo
técnicas legislativas, incumbindo- se a Comissão de Constituição, da Comissão, não podendo ser aparteado.
Justiça e Redação de escoimá-lo dos vícios formais para sua regu- § 3º. Caso o expositor se desvie do assunto ou perturbe a
lar tramitação; ordem dos trabalhos, o presidente da Comissão poderá adverti-
X - a Mesa designará Deputados para exercer, em relação -lo, cassar-lhe a palavra, ou determinar a sua retirada do recinto.
ao projeto de lei de iniciativa popular, os poderes ou atribuições § 4º. A parte convidada poderá valer-se de assessores creden-
conferidos por este Regimento ao autor de proposição, devendo a ciados, se para tal fim tiver obtido o consentimento do presidente
escolha recair sobre quem tenha sido, com a sua anuência, pre- da Comissão.
viamente indicado com essa finalidade pelo primeiro signatário § 5º. Os Deputados inscritos, para interpelar o expositor, po-
do projeto. derão fazê-lo estritamente sobre o assunto da exposição, pelo
CAPÍTULO II prazo de três minutos, tendo o interpelado igual tempo para res-
Das Petições e Representações ponder, facultadas a réplica e a tréplica, pelo mesmo prazo, vedado
e das outras Formas de Participação ao orador interpelar qualquer dos presentes.
*
Art. 248. As petições, reclamações, representações ou quei- Art. 252. Não poderão ser convidados a depor em reunião de
xas apresentadas por pessoas físicas ou jurídicas contra atos ou audiência pública os membros de representação diplomática es-
omissões das autoridades ou entidades públicas, ou imputadas a trangeira.
membros da Casa, serão recebidas e examinadas pela Ouvido-
ria Parlamentar, pelas Comissões ou pela Mesa, conforme o caso, Art. 253. Da reunião da audiência pública, lavrar-se-á Ata,
desde que: arquivando-se, no âmbito da Comissão, os pronunciamentos escri-
*Caput do art. 248 com redação determinada pela Resolução tos e documentos que as acompanharem.
nº 267, de 08/07/2008 Parágrafo único. Será admitido, a qualquer tempo, o traslado
de peças ou fornecimento de cópias aos interessados.
*I - encaminhadas por escrito ou por meio eletrônico, devida-
mente identificadas em formulário próprio, ou por telefone, com a
identificação do autor; FUNÇÕES (PLANEJAMENTO,
*Inciso I com redação determinada pela Resolução nº 267, ORGANIZAÇÃO, DIREÇÃO E CONTROLE).
de 08/07/2008
*II o assunto envolva matéria de competência da Assembléia
Legislativa.”(NR)
*Inciso II com redação determinada pela Resolução nº 267,
de 08/07/2008 ORGANIZAÇÃO
A palavra organização pode assumir vários significados:
Parágrafo único. O membro da Comissão a que for distribuí- a) Organização como uma entidade social: Uma organização
do o processo, exaurida a fase de instrução, apresentará relatório, social dirigida para objetivos específicos e deliberadamente estru-
quando couber, do qual se dará ciência aos interessados. turada. A organização é uma entidade social porque é constituída
por pessoas. É dirigida para objetivos porque é desenhada para
Art. 249. A participação da sociedade civil poderá, ainda, alcançar resultados, como gerar lucros, proporcionar satisfação
ser exercida através do oferecimento, às Comissões, de pareceres social, etc. É deliberadamente estruturada pelo fato que o trabalho
técnicos, exposições e propostas oriundas de entidades científicas é dividido e seu desempenho é atribuído aos membros da orga-
nização. Nesse sentido, a palavra organização significa qualquer
e culturais, de associações e sindicatos e demais instituições re-
empreendimento humano moldado intencionalmente par atingir
presentativas sobre matérias pertinentes à sua respectiva área de
determinados objetivos. Essa definição é aplicável a todos os ti-
atuação.
pos de organizações, sejam elas lucrativas ou não, como empresas,
CAPÍTULO III
bancos, financeiras, hospitais, clubes, igrejas etc. Dentro desse
Da Audiência Pública
ponto de vista, a organização pode ser visualizada sob dois aspec-
tos distintos:
Art. 250. Cada Comissão poderá realizar reunião de audiência • Organização formal: É a organização baseada em uma divi-
pública com entidade da sociedade civil para instruir matéria legis- são de trabalho racional que especializa órgãos e pessoas em de-
lativa em trâmite, bem como para tratar de assuntos de interesse terminadas atividades. É, portanto, a organização planejada ou a
público relevantes, atinentes à sua área de atuação, mediante pro- organização que está definida no organograma, sacramentada pela
posta de qualquer membro, ou a pedido de entidade interessada. direção e comunicada a todos por meio dos manuais de organiza-
ção. É a organização formalizada oficialmente.
Art. 251. Aprovada a reunião de audiência pública, a Comis- • Organização Informal: É a organização que emerge espon-
são selecionará, para serem ouvidas, as autoridades, as pessoas tânea e naturalmente entre as pessoas que ocupam posições na or-
interessadas e os especialistas ligados às entidades participantes, ganização formal e a partir dos relacionamentos humanos como
cabendo ao presidente da Comissão expedir os convites. ocupantes de cargos. Forma-se a partir das relações de amizade e
§ 1º. Na hipótese de haver defensores e opositores relativa- do surgimento de grupos informais que não aparecem no organo-
mente à matéria objeto de exame, a Comissão procederá de for- grama ou em qualquer outro documento formal.
ma que possibilite a audiência das diversas correntes de opinião.

Didatismo e Conhecimento 28
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
b) Organização como função administrativa e parte integrante  O controle verifica se a execução está de acordo com o que foi
do processo administrativo: Nesse sentido, organização significa planejado: quanto mais completos, definidos e coordenados forem
o ato de organizar, estruturar e integrar os recursos e os órgãos os planos, mais fácil será o controle.
incumbidos de sua administração e estabelecer as relações entre
eles e as atribuições de cada um. Trataremos da organização sob
o segundo ponto de vista, ou seja, a organização como a segunda PRODUTIVIDADE, EFICIÊNCIA, EFICÁCIA
função administrativa e que depende do planejamento, da direção E EFETIVIDADE.
e do controle para formar o processo administrativo. Organizar
consiste em:
• Determinar as atividades específicas necessárias ao alcance
dos objetivos planejados (especialização). Temos muitas responsabilidades para desempenhar no dia a
• Agrupar as atividades em uma estrutura lógica (departamen- dia de trabalho. Mas nem sempre conseguimos cumprir tudo aqui-
talização). lo que planejamos. As cobranças constantes e acúmulos de ativi-
• Designar as atividades às específicas posições e pessoas dades fazem com que busquemos formas para aumentar a produ-
(cargos e tarefas). tividade. Esse exercício é fundamental não somente para entregar
A organização pode ser estruturada em três níveis diferentes: tudo no prazo, mas também com qualidade.
a) Organização ao nível global: É a organização que abrange a Diversos fatores podem prejudicar a agilidade na execução
empresa como uma totalidade. É o chamado desenho organizacio- de atividades. Muitos deles estão ligados à motivação e até a pro-
nal, que pode assumir três tipos: Organização linear, organização blemas de saúde e bem-estar. Mas, muitas vezes, nós mesmos so-
funcional e organização o tipo linha-staff. mos responsáveis por nossa baixa produtividade. Acabamos nos
  concentrando mais em algumas tarefas do que em outras ou nos
DIREÇÃO distraindo com os vários estímulos do ambiente. É o caso das fer-
Está relacionada com a maneira pela qual os objetivos devem ramentas tecnológicas que são tão úteis na realização das tarefas,
ser alcançados através da atividade das pessoas e da aplicação dos mas também podem nos atrapalhar. Aquela checada nas redes so-
recursos que compõem a organização. ciais pelo celular pode fazer com que percamos não somente tem-
Direção é a atividade consistente em conduzir e coordenar po, como foco.
o pessoal na execução de um plano previamente elaborado. As- O seu grau de produtividade não afeta apenas a entrega de re-
sim, dirigir uma organização pública ou privada significa dominar sultados, como também a qualidade deles. Se você quer ter um
a habilidade de conseguir que os seus subordinados executem as bom desempenho, deve procurar técnicas para melhorar o seu ren-
tarefas para as quais foram designados por força do cargo (setor dimento. Todos os dias, muitas atividades são delegadas a você,
público) ou por força do contrato de trabalho (setor privado). como profissional. A diferença está em saber como executá-las.
Os meios normalmente utilizados para o desempenho de uma Mude hábitos para aumentar a produtividade
direção eficaz são: a) ordens e instruções, b) motivação, c) comu- O aumento da produtividade está diretamente relacionado à
nicação e d) liderança, sendo que um bom gestor sabe que os me- mudança de hábito. Você deve começar a encarar seu tempo como
lhores resultados de gestão surgirão do uso combinado delas. um investimento. Isso o levará a cultivar discernimento para anali-
Ou seja, não basta dar ordens e instruções, é preciso saber sar a importância de cada tarefa e escolher com assertividade aque-
motivar seus subordinados na execução das tarefas. E isso se faz, las que vai executar.
por exemplo, através de uma comunicação eficiente entre chefe e Proponho que você analise seus hábitos atuais e identifique
subordinado. É preciso dizer à equipe o motivo pelo qual aquele aqueles que são irrelevantes. Tratam-se de atividades que são exe-
determinado trabalho é importante para a organização. Estes con- cutadas com frequência no seu trabalho, mas não fazem sentido e
ceitos, apesar de simples, são comumente esquecidos pelos diri- ainda prejudicam a sua produtividade. Você deve trabalhar para
gentes de organizações públicas e privadas, trazendo-lhes sérios aboli-los ou substituí-los. Segundo a ciência, o cérebro leva apro-
prejuízos financeiros e operacionais a curto prazo sem falar na per- ximadamente 30 dias para internizar uma nova prática. Com dis-
da da credibilidade do trabalho executado pelo gestor perante seus ciplina e força de vontade, você aumentará o seu rendimento de
subordinados, pares e superiores. forma consciente e automática.
  Abaixo, separei algumas técnicas fundamentais para praticar
CONTROLE em seu dia a dia que ajudam a aumentar a produtividade.
Controlar significa garantir que o planejamento seja bem exe- Organize-se
cutado e que os objetivos estabelecidos sejam alcançados da me- O primeiro passo é você ter um controle de tudo o que faz e o
lhor maneira possível. que precisa fazer. Dessa maneira, se atentará aos prazos de entrega
 A função administrativa de controle está relacionada com a sem correr o risco de atrasos e saberá exatamente quanto tempo é
maneira pela qual os objetivos devem ser alcançados através da necessário para realizar cada tarefa. Para isso, conte com a ajuda
atividade das pessoas que compõem a organização. O planejamen- de agendas, planilhas e demais ferramentas que irão colaborar com
to serve para definir os objetivos, traçar as estratégias para alcan- a sua organização.
çá-los e estabelecer os planos de ação. A organização serve para Tenha foco
estruturar as pessoas e recursos de maneira a trabalhar de forma Com a correria do dia a dia profissional, às vezes acabamos
organizada e racional. A direção mostra os rumos e dinamiza as querendo fazer várias atividades ao mesmo tempo. O problema é
pessoas para que utilizem os recursos da melhor maneira possível. que isso pode levar à conclusão de nenhuma delas. Ao fazer suas
Por fim, o controle serve para que todas as coisas funcionem da tarefas, busque estabelecer prioridades e fazer uma de cada vez,
maneira certa e no tempo certo. pois é melhor entregar três atividades do que ter cinco incompletas.

Didatismo e Conhecimento 29
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
Cuidado com a procrastinação
“Só vou ler meus e-mails pessoais antes. Só vou tomar um
café rápido. Vou ler esse artigo e já começo”. A procrastinação é, PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO, TÁTICO
com certeza, a maior inimiga da produtividade, pois se trata do ato E OPERACIONAL. CARACTERÍSTICAS,
de você adiar as coisas, demorar em fazer o que é preciso e ficar TÉCNICAS, FERRAMENTAS.
enrolando. O seu tempo no trabalho é para realizar suas atividades
e resolver problemas, então, deixe seu celular e as redes sociais de
lado e foque-se no que precisa fazer.
Defina metas Planejamento Estratégico, Tático e Operacional
Defina um período de tempo para desempenhar as suas ativi- Desenvolver o planejamento em uma empresa envolve diver-
dades. Por exemplo, se está fazendo um relatório, tenha em mente sas etapas. Apesar do planejamento estratégico ser o mais famoso
que ele precisa ser finalizado até determinado horário e dedique-se na administração, os outros dois têm a mesma importância em um
a essa tarefa até que esteja pronto. Outro exemplo: você precisa planejamento integrado dentro da companhia.
fazer um artigo, então, determine que em uma hora você irá redigir Planejamento Estratégico (longo alcance)
pelo menos metade dele, e siga essa meta ininterruptamente. O planejamento estratégico é aquele que define as estratégias
Busque ferramentas que ajudem em sua produção de longo prazo da empresa. Este planejamento leva em conta to-
Alguns detalhes podem acabar fazendo com que você leve dos os fatores internos e externos a companhia – por exemplo, a
mais tempo na produção de uma tarefa do que o necessário. Para situação econômica global é um fator a ser levado em conta no
evitar isso, utilize ferramentas que o ajudarão a otimizar o seu tra- planejamento estratégico. Quando elaboramos este planejamento
balho e até a automatizar as atividades. Dessa maneira, terá mais procuramos ter uma visão integrada dos processos e da compa-
tempo para realizar as tarefas que dependem integralmente de nhia, por que a empresa como um todo entra nesta etapa.
você. O planejamento estratégico é feito em geral entre 5 e 10 anos
Cuide da saúde e alimentação no futuro.
Essa parte é bem lógica: quanto mais saudável e bem alimen- É essencial que o planejamento estratégico, apesar de ter um
tado você estiver, contará com mais saúde e disposição para execu- alcance de até 10 anos, seja atualizado constantemente. Se isto não
tar seu trabalho. Tenha uma alimentação balanceada, faça exames ocorrer, o planejamento sofre um sério risco de ficar obsoleto e não
médicos periódicos e tenha horários de descanso durante o dia para ser utilizado dentro da empresa, como deve ser.
não se sentir sobrecarregado e cansado. Planejamento Tático (médio)
Busque conhecimento O planejamento tático é diferente para cada área da compa-
Às vezes, a maioria do nosso tempo no trabalho é gasto na nhia. A área financeira terá seu próprio planejamento tático finan-
resolução de problemas, que poderiam ser facilmente resolvidos ceiro, assim como a RH, marketing e assim por diante. Esta etapa é
caso tivéssemos mais conhecimento sobre o assunto. Busque sem- mais focada que o planejamento estratégico, que é desdobrado em
pre se aperfeiçoar por meio de cursos, livros e materiais de sua diversos planos táticos.
área. Estudar constantemente é a melhor forma de adquirir conhe- O planejamento tático é feito de ano a ano e busca otimizar
cimento e expandir o leque de opções de soluções positivas para uma determinada área da empresa na busca de um resultado.
problemas no trabalho. Planejamento Operacional (Curto alcance)
Supere-se! O plano operacional coloca em prática cada um dos planos
Faça avaliações periódicas de seu rendimento no trabalho e, táticos dentro da empresa. Ele é projetado no curto prazo e envolve
com essas informações, veja o que pode melhorar, como pode usar cada uma das tarefas e metas da empresa.
melhor o seu tempo e o que é possível para você se tornar ainda Um planejamento operacional deve planejar os prazos, metas
mais produtivo que no mês anterior. Essa dica vale também para os e recursos para a implantação de um projeto ou tarefa dentro da
outros âmbitos de sua vida! empresa. Por ser a última etapa de planejamento, o operacional
Resolva seus problemas pessoais deve ser um plano mais detalhado que os outros dois, tentando
Problemas com a família e desentendimentos com amigos po- explicar cada tarefa isoladamente.
dem acumular uma carga muito grande para você. Isso influencia Desta maneira que os planejamentos Estratégico, Tático e
diretamente em seu rendimento profissional. Busque resolver pos- Operacional trabalham juntos. Cada um tem um escopo dentro da
síveis conflitos pessoais de forma mais assertiva e fique sempre empresa e seguem uma ordem:
próximo das pessoas que ama. Quanto mais feliz você estiver na Estratégia >> Tática >> Operação
vida pessoal, mais foco e produtividade terá no trabalho. Fonte: http://adm.esobre.com/planejamento-estratgico-ttico-
Fonte: http://www.ibccoaching.com.br/portal/coaching-car- -operacional
reira/dicas-para-aumentar-produtividade/

Didatismo e Conhecimento 30
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
O que significa os 5S? São palavras que, transliteradas para
o nosso idioma, começam com a letra S. São elas: Seiri, Seiton,
RELAÇÃO ORGANIZAÇÃO – AMBIENTE. Seisõ, Seiketsu e Shitsuke.
Seiri - senso de utilização - verifica o que é realmente necessá-
rio no ambiente de trabalho (ferramentas, materiais, papéis etc). O
que não está sendo usado é guardado ou descartado. Este processo
Manter a organização no ambiente de trabalho é muito impor- diminui os obstáculos à produtividade no trabalho.
tante para qualquer profissional que queira ter mais produtividade Seiton - senso de ordenação - enfoca a necessidade de um es-
e qualidade, pois garante às pessoas melhores condições de vida e paço organizado (quadro de ferramentas, arquivo de documentos
facilidade no dia-a-dia, além do conforto e limpeza. etc). Dispomos os materiais que precisamos no nosso serviço de
A desordem pode causar muitos atrasos e até situações des- maneira a melhorar o fluxo do nosso trabalho e eliminando movi-
confortáveis, como a perda de tempo, por exemplo, quando é pre- mentos desnecessários.
ciso encontrar algo como um documento, um número de telefone Seisõ - senso de limpeza - a limpeza é uma necessidade diária
anotado ou até mesmo um simples lápis. Essa desorganização im- de qualquer ambiente. Geralmente, em escritórios existe uma equi-
plica no rendimento do profissional e acaba afetando o seu humor pe que faz esta limpeza. Mesmo assim, podemos ajudar jogando o
e a sua saúde, além da possibilidade de desentendimento ou des- lixo fora, por exemplo. Existem ambientes, como as oficinas, por
gaste com outras pessoas. exemplo, onde os funcionários devem fazer esta limpeza. No final
Para garantir que o ambiente de trabalho esteja adequado é do expediente pode-se tomar alguns minutos para executar esta
necessário fazer uma avaliação de tudo que existe lá. Precisa-se organização.
entender que muitas coisas não estão sendo utilizadas e podem ser Seiketsu - senso de saúde - este senso pode parecer um tanto
descartadas ou, até repassadas para profissionais de outros setores metódico, mais é importante. Basicamente, ele padroniza as prá-
da empresa. A partir dessa “limpeza” faz-se uma organização de ticas do trabalho, como manter os materiais juntos, canetas com
tudo que é realmente necessário e usado constantemente. Todos os canetas, livros com livros e assim por diante. Favorece a saúde
objetos devem ter o seu devido lugar e sempre que forem utiliza- física, mental e ambiental.
dos devem voltar para o local original. Shitsuke - senso de autodisciplina - quando implantamos os
Num tempo onde a tecnologia prevalece e muitos documen- últimos quatro S considerados, aplicamos este quinto S para fazer
tos e arquivos são digitais, não se pode deixar de lado a ordem a manutenção e manter a ordem em nosso ambiente de trabalho. É
também das ferramentas que utilizamos, como, por exemplo, os e- um tanto difícil, pois é necessário fazer com que os funcionários
-mails, arquivos, pastas e agendas. Essa prática garante praticidade mantenham a ordem no local de trabalho. Devem seguir regras
e segurança de ter todos os dados importantes no momento em que como “usou, guarde”, “sujou, limpe”. Não é fácil, mas é impor-
for preciso encontrá-los. tante tentar.
É preciso lembrar também da organização pessoal, em ações Algumas empresas fazem, periodicamente, inspeções nos de-
simples como ter a agenda em dia, não se atrasar para compromis- partamentos para a verificação da organização. Pode se nomear
sos, reuniões e tarefas. alguns funcionários para fazer estas inspeções de tempos em tem-
pos. O objetivo é fazer uma manutenção dos 5S, ajudar na aplica-
5S - A organização no ambiente de trabalho ção dos princípios por parte dos funcionários.
Para trabalharmos bem, precisamos estar num ambiente agra-
dável - limpo, organizado, de fácil acesso. Para tanto, precisamos
usar o 5S. Veja como estas cinco palavras japonesas podem fazer a
ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS E
diferença em seu local de trabalho.
ORGANOGRAMAS: CARACTERÍSTICAS,
Dê uma olhada no seu local de trabalho - seja ele uma sala
TIPOS, VANTAGENS E DESVANTAGENS.
de escritório, uma oficina, um táxi, qualquer lugar - é um lugar
organizado? Devido à correria do dia a dia, não temos tempo para
prestarmos atenção nisso. E por isso, em alguns casos, trabalha-
mos num lugar desorganizado. ORGANOGRAMA
Algumas pessoas acreditam que este tipo de ambiente indica
que os funcionários trabalham bastante, não tendo tempo para cui- Organograma é um gráfico que representa a estrutura formal
dar destas coisas. Mas podemos continuar produzindo o suficiente de uma organização.
e, ao mesmo tempo, cuidar do nosso local de trabalho. Os organogramas mostram como estão dispostas unidades
A primeira coisa que devemos ter em mente é que esta or- funcionais, a hierarquia e as relações de comunicação existentes
ganização é importante. Afeta até mesmo o nosso rendimento no entre estes.
serviço. Quando estamos num lugar organizado, trabalhamos mais Os órgãos são unidades administrativas com funções bem de-
animados. Se precisamos procurar alguma coisa como uma fer- finidas. Exemplos de órgãos: Tesouraria, Departamento de Com-
ramenta ou uma nota fiscal, achamos com muito mais facilidade. pras, Portaria, Biblioteca, Setor de Produção, Gerência Adminis-
Agora, se temos problema com a organização, existem algu- trativa, Diretoria Técnica, Secretaria, etc. Os órgãos possuem um
mas ferramentas que podem nos ajudar. Uma desta ferramentas é responsável, cujo cargo pode ser chefe, supervisor, gerente, coor-
o 5S - uma metodologia japonesa para organização de qualquer denador, diretor, secretário, governador, presidente, etc. Normal-
ambiente. mente tem colaboradores (funcionários) e espaço físico definido.

Didatismo e Conhecimento 31
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
Num organograma, os órgãos são dispostos em níveis que
representam a hierarquia existente entre eles. Em um organograma
vertical, quanto mais alto estiver o órgão, maior a autoridade e a LIDERANÇA: TIPOS DE ABORDAGENS.
abrangência da atividade. PODER E INFLUÊNCIA. COMUNICAÇÃO.
Tipos de organogramas
Clássicos - O organograma clássico também é chamado de
vertical. É o mais comum tipo de organograma, elaborado com
retângulos que representam os órgãos e linhas que fazem a ligação LIDERANÇA, DESEMPENHO E MOTIVAÇÃO
hierárquica e de comunicação entre eles. Muito tem sido falado sobre a relação entre liderança e mo-
Não clássicos - São todos os demais tipos como abaixo: tivação. Afirma-se que o líder exerce um papel fundamental, o
Em barras - representados por intermédio de longos retân- de manter sua equipe motivada a fim de obter altos níveis de de-
gulos a partir de uma base vertical, onde o tamanho do retângulo sempenho. Sustenta-se que liderança é a capacidade de inspirar
é diretamente proporcional à importância da autoridade que o re- e motivar as pessoas a alcançarem suas metas e ultrapassar seus
presenta. limites. Declara-se que o líder é capaz de influenciar as pessoas a
Em setores (setorial, setograma) - são elaborados por meio de atingirem seus próprios objetivos bem como os da organização, e
círculos concêntricos, os quais representam os diversos níveis de que, para isso, é necessário compreender o comportamento huma-
autoridade a partir do círculo central, onde localiza-se a autoridade no e o que o motiva, ou seja, é preciso identificar as necessidades
maior da empresa. das pessoas para facilitar o processo motivacional e aumentar a
Radial (solar, circular) - o seu objetivo é mostrar o macrossis- produtividade.1
tema das empresas componentes de um grande grupo empresarial. Embora seja verdade que o comportamento do líder têm, de
Lambda - apresentam, apenas, grupos de órgãos que possuam fato, influência sobre a motivação da equipe, a ênfase que inúme-
características comuns. ros textos têm colocado nessa relação induz os leitores a pensar
Bandeira - apresentam grupos de órgãos que possuem uma que a única preocupação do líder deve ser com o fator motiva-
missão específica e bem definida na estrutura organizacional, nor- cional. Essa restrição implica deixar de lado outros elementos,
malmente em quatro níveis. igualmente poderosos, que exercem considerável influência sobre
Organograma Linear de Responsabilidade (OLR) - possui a produtividade e o desempenho dos funcionários. É conveniente,
um diferenciador em relação aos demais organogramas, pois a pois, alargar o foco para incluir na discussão essas outras variá-
sua preocupação não é apresentar o posicionamento hierárquico, veis. Como consequência, em vez de discutirmos a relação entre
mas sim o inter-relacionamento entre diversas atividades e os res- liderança e motivação, analisaremos a relação entre liderança e
ponsáveis por cada uma delas. desempenho. Começaremos examinando os fatores que afetam o
Informativo - apresenta um máximo de informações de di- desempenho e, posteriormente, o papel da liderança na conforma-
versas naturezas relacionadas com cada unidade organizacional da ção desses fatores.
empresa.
Dial de Wyllie - na forma de um disco separado por círculos DESEMPENHO E SEUS FATORES DETERMINANTES
concêntricos conforme o grau hierárquico e, dentro de tais sessões, Uma definição comum para a palavra “Gerente” é: um in-
órgãos representados por círculos menores, cuja posição relativa divíduo que dirige o trabalho de outras pessoas e que, portanto,
aos órgãos representados em sessões mais próximas ao centro in- é responsável pelo trabalho dessas pessoas. Outro conceito para
dicam sua subordinação hierárquica.[2] O organograma Dial de esse termo é o de que Gerente é o profissional que obtém resulta-
Wyllie tem por objetivo representar organizações de hierarquia dos por meio de outras pessoas. Esta definição ressalta o fato de
dinâmica, com vinculações variando conforme o desenvolvimento que o gerente contribui para os objetivos da organização fazendo
de novos projetos interdepartamentais. com que outras pessoas, e não ele mesmo, executem as tarefas
que são necessárias. Essas pessoas, cujo trabalho o gerente dirige,
Cargo, tarefa ou função são exatamente os indivíduos por meio dos quais o gerente obtém
O conceito de cargo é abrangente, baseando-se em diferentes resultados. Em tais condições, o gerente torna-se responsável pelo
noções fundamentais, tais como tarefa, atribuição, função e cargo. desempenho das pessoas que ele dirige. Assim, para que um ges-
A noção de tarefa consiste nas atividades individuais executadas tor possa se desincumbir satisfatoriamente dessa responsabilidade,
pelo titular do cargo e é atribuída, normalmente, a cargos bastante ele precisa conhecer os fatores que influenciam o desempenho dos
simples. A noção de atribuição caracteriza-se por ser uma ativi- indivíduos no trabalho.
dade individual, executada pelo titular respectivo, referindo-se a De que fatores depende o desempenho das pessoas em uma
cargos que envolvem atividades mais diferenciadas. A função já é organização? Há uma infinidade deles mas, de modo geral, pode-
um conceito de maior abrangência, porquanto se refere ao conjun- -se agrupá-los em quatro categorias:
to de tarefas que são executadas, de uma forma sistemática, pelo 1) qualificação;
ocupante do cargo. Por último, a definição de cargo, integra um 2) motivação;
conjunto de funções com uma posição definida na estrutura orga- 3)problemas ambientais; e
nizativa, isto é, no organograma da empresa. 4) problemas pessoais.
Os dois primeiros fatores descrevem as relações do indivíduo
com o que ele faz, isto é, com o conteúdo de seu serviço. São fa-
tores que atuam de modo positivo. O terceiro fator, que descreve
a relação do ser humano com o ambiente em que ele realiza seu

Didatismo e Conhecimento 32
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
trabalho, bem como o quarto fator, agem no sentido negativo. Se PROBLEMAS DA COMUNICAÇÃO
qualquer um desses quatro grandes fatores estiver em desordem, Uma dessas constatações de pessoas que se dizem com grandes
o desempenho do funcionário será afetado. Vamos examinar cada problemas de comunicação é que, de fato, os problemas são relativa-
categoria para entender o que significa. mente simples e de fácil solução. O que ocorre é que esse problema,
por menor que seja, compromete todo o sistema de comunicação. Por
MOTIVAÇÃO exemplo, uma pessoa pode ter boa cultura, ser extrovertida e desini-
As várias teorias existentes indicam que a motivação de um bida, saber usar bem as mãos, possuir um rico vocabulário e dominar
indivíduo para o trabalho depende de vários fatores: grau de in- uma boa fluência verbal. Pode possuir tudo isso, mas se falar de for-
teresse na função que ele executa, possibilidades de desenvolvi- ma linear, com voz monótona irá provocar desinteresse e sonolência
mento profissional, possibilidade de progresso na carreira, exis- aos ouvintes e, consequentemente, a comunicação ficou limitada.
tência de metas e objetivos desafiantes, feedback, reconhecimento, O somatório desses pequenos problemas impede que uma pes-
grau de autonomia e de participação nas decisões que afetam seu soa se comunique com fluidez e naturalidade. É o mesmo princípio
trabalho e outros. A motivação é, igualmente, um fator que atua de que: “A união faz a força”, ou seja, o conjunto dessas dificuldades
positivamente, ou seja, sua presença é indispensável para um de- neutraliza o efeito que a comunicação poderia provocar, impedindo-a
sempenho satisfatório. de mostrar o seu potencial e a sua competência, gerando frustrações
na vida pessoal e profissional:
CONCEITO DE MOTIVAÇÃO a) Timidez: Há pessoas que possuem muito conhecimento e
Necessidade, motivo ou motivador é um estado ou condição muito talento mas na hora de falar em público, em uma reunião ou
interna que predispõe o indivíduo a agir. Em contrapartida, temos quando convidadas para proferir uma palestra, ficam totalmente apa-
o que se chama de fator de satisfação, que nada mais é do que voradas e preferem fugir do que enfrentar. Se observarmos bem, uma
aquilo que satisfaz uma necessidade. Satisfação é, pois, o aten- pessoa não é valorizada por aquilo que sabe ou conhece, mas por
dimento ou eliminação de uma necessidade. Em tais condições, aquilo que faz com aquilo que sabe. Por isso, a timidez tem impedido
define-se motivação como uma inclinação para a ação que tem ori- muitas pessoas de conseguirem galgar melhores possibilidades de su-
gem em um motivo (necessidade). A motivação, portanto, decorre cesso na vida. Basicamente, os problemas de timidez manifestam-se
das necessidades humanas, razão pela qual uma pessoa não pode por medos, tais como de não ser bem sucedido, de errar, de ter o fa-
motivar outra. É possível oferecer ou negar às pessoas fatores de moso “branco”. Outra evidência é a baixa autoestima, ou a sensação
satisfação de necessidades tais como água, vestuário, elogios etc., de incapacidade para se expressar diante de situações desafiadoras.
mas isto não significa oferecer ou negar motivação. Isto signifi- Além disso, há o excesso de manifestações no próprio corpo, tais
ca simplesmente satisfazer ou não satisfazer as necessidades da como tremedeira, gagueira, sudorese, taquicardia, chegando, em al-
pessoa. Um fator de satisfação só fará sentido se corresponder a guns casos até a desmaios;
uma necessidade do indivíduo. As necessidades humanas não são
b) Saber Ouvir: Saber ouvir é muito mais do que escutar e dar-
criadas pelo oferecimento ou negação de fatores de satisfação; elas
mos a nossa interpretação conforme desejarmos ou baseada nas nos-
existem simplesmente em decorrência da natureza humana. Assim,
sas próprias limitações. Saber ouvir é cultivar a difícil arte da empatia
definimos Motivação  como  o desejo, a disposição, a vontade de
que é a habilidade de se colocar no lugar do outro e prestar muita
fazer um esforço para satisfazer uma necessidade ou um objetivo
atenção no significado das palavras, na maneira em que a pessoa está
individual.4 Definimos ainda Motivação para o trabalho como o
desejo, a disposição, a vontade de fazer um esforço para alcançar transmitindo, no seu estado emocional, seus limites e conhecimentos;
um objetivo organizacional. Não se deve, portanto, confundir mo- é olhar para os seus olhos, é perguntar se houver dúvidas, é evitar
tivação com esforço. Motivação é algo que o indivíduo possui an- interpretar ou “alucinar” a partir do que foi dito;
tes de iniciar a ação, ou seja, antes de começar a se esforçar. Este mesmo princípio de empatia se processa para quem deseja
Em decorrência do conceito de motivação exposto acima, se comunicar. Para conseguir um ótimo resultado, basta colocar-se no
usaremos, a partir de agora, o verbo “motivar” como sinônimo de lugar do outro e gerar estímulos adequados conforme o jeito do ou-
“oferecer o fator de satisfação de uma necessidade”. tro funcionar, de processar informações, de entender conforme o seu
nível cultural ou limitações de vocabulário, conceitos e experiências
pessoais. A pergunta ideal para termos a evidência se, de fato, o outro
HABILIDADES INTERPESSOAIS. entendeu o que dissemos é “O que você entendeu do que eu disse?”.
O mundo seria, certamente, bem melhor e as pessoas conseguissem
relacionar-se melhor se pudessem fazer e responder a essa pergunta;
d) Voz: Outra grande dificuldade para muitos (e o problema é
que desses, poucos sabem) é sobre a utilização adequada da voz. Há
A ARTE É COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL
pessoas que falam muito devagar, outras ainda que tem dicção ruim
Além das palavras, existe um mundo infinito de nuances e
ou falam de forma linear ou ainda com volume muito baixo.
prismas diferentes que geram energias ou estímulos que são per-
A questão é simples: Como posso esperar, de fato, que alguém
cebidos e recebidos pelo outro, através dos quais a comunicação
se processa. Um olhar, um tom de voz um pouco diferente, um me compreenda ou preste atenção no que digo se nem sequer consigo
franzir de cenho, um levantar de sobrancelhas, podem comunicar entender o que estou dizendo?
muito mais do que está contido em uma mensagem manifestada e) Corpo: Curiosamente, a expressão corporal assume até mais
através das palavras. Em 15 anos atuando como professor de Co- importância do que a voz e, em alguns casos, do que o próprio con-
municações Verbais, tendo treinado mais de 13.000 pessoas, tenho teúdo. Medo de olhar nos olhos, expressão facial incongruente com
observado algumas curiosidades que creio interessantes para que o conteúdo, aparência mal cuidada, ausência de gestos ou exces-
cada um possa refletir e tirar algum proveito. siva gesticulação, bem como posturas inadequadas são suficientes
para tirarem o brilho de um processo de comunicação;

Didatismo e Conhecimento 33
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
f) Vícios: Quantas vezes ouvimos, ou melhor, tentamos ouvir devem orientar-se, lembrando-se de que sua maior força produtiva,
pessoas, acompanhar seu raciocínio, mas fica difícil pois ouvimos de muito mais valia do que suas máquinas, são seus funcionários.
alguns ruídos, tais como “aaaa...”, “éééé....”, “tá”, “né”, “certo”, A eles deve ser dada toda a atenção, para que convivam em har-
“percebe” repetidos inúmeras vezes. Deixamos de prestar atenção monia, conheçam os objetivos pelos quais trabalham e possam ser
no conteúdo e ficamos incomodados com esses sons que dificultam produtivos pela sua atuação em equipe. E o que pode produzir essa
a compreensão; ligação entre pessoas é a comunicação.
g) Prolixidade: Por acaso, você conhece pessoas que dão vá- Diversos sentimentos negativos podem surgir dentro da orga-
rias voltas, entram em paralelas ou transversais, fazem retornos, nização quando essa não se preocupa em criar um eficiente proces-
dão marcha ré, engatam novamente a primeira marcha... Já deu so permanente de comunicação com os empregados. Um sistema
para perceber que estamos falando de pessoas prolixas, ou seja: ineficiente de comunicação pode causar nos funcionários frustra-
Ninguém aguenta por muito tempo ouvir aquelas pessoas que fa- ção por se sentirem de certa forma menosprezados, e ansiedade por
lam demais e desnecessariamente, principalmente sobre assuntos se verem diante do desconhecido, o que acaba provocando medos
sem interesse; e incertezas quanto à segurança no emprego. Em um ambiente fe-
h) Controle emocional: Você já ficou magoado e ficou cha- chado de trabalho, no qual centenas de pessoas dependem da con-
teado um dia inteiro por um simples fato ocorrido no trânsito ou fiança que depositam umas nas outras para o cumprimento de suas
um tom de voz mais elevado em um momento de discussão ou tarefas, a existência de um quadro psicológico negativo, inseguro,
um “bom dia” que não lhe disseram? Você já imaginou o poder diminui a concentração no trabalho, a motivação e pode provocar
que você mesmo dá, assim, de presente a uma pessoa que você irritação e muito estresse em quem deve atender a programas rígi-
nem conhece, talvez nunca mais a veja na vida, ou mesmo que dos de produtividade.
seja alguém conhecido, que é a capacidade de tirar o seu bom hu- Hoje, a importância estratégica da comunicação nos negócios
mor, seu otimismo, ou a sua motivação? Esteja atento para essas tornou-se tão grande que é impossível uma organização manter
armadilhas da comunicação e previna-se. Conheço uma frase de seus níveis de produtividade e lucratividade sem que institua inter-
um filme de treinamento chamado “O Homem Milagre”, que diz o namente excelente processo de informação, de diálogo com seus
seguinte: “SNIOP”, ou seja: “Salve-se das Nefastas Influências de funcionários. A existência de boa comunicação na empresa motiva
Outras Pessoas”. De qualquer modo é importante que você mesmo a boa execução das tarefas, elimina as incertezas, as ambiguidades
mantenha o devido controle emocional e saiba proteger-se dessas e produz confiança e segurança. Para ser eficaz, o processo de co-
negatividades; municação não pode ser tratado como algo sazonal. Ao contrário,
i) Foco de mudanças: Você não pode mudar as atitudes e com- precisará ser permanente, acurado, adequado ao contexto em que
portamentos de outras pessoas. Assuma! Você é o responsável ape- vivem os empregados. Ou seja, os empregados necessitam de uma
nas por aquilo que está ao seu alcance e pelas mudanças que pode comunicação just in time, isto é, a informação certa, na medida
proporcionar a você mesmo; certa e no tempo certo para executarem com êxito suas tarefas.
j) Motivação e autoestima: Considero um dos aspectos mais A propósito, é bom lembrar o que diz Levine and Wright Ko-
importantes da comunicabilidade de uma pessoa, a energia que flui zoles que, “quando os empregados são mantidos informados, ten-
sutilmente através da sua voz e do seu corpo, das palavras e da dem a se sentir mais satisfeitos com seus trabalhos, apresentam
sua postura, dos gestos e do olhar. É a expressão do seu otimismo um moral de nível mais alto e são motivados a serem empregados
ou pessimismo, da agressividade ou suavidade, do nível da sua produtivos”. Continua sendo verdadeiro afirmar que a existência
autoestima. É a comunicação invisível, mas presente, percebida de um processo de comunicação bem planejado e executado pro-
pelos sentidos. Quão agradável é a energia que flui de pessoas oti- voca impacto positivo no desempenho individual dos empregados.
mistas, bem humoradas, felizes, que diante das adversidades da Como se vê, o impacto da comunicação sobre os empregados deve
vida encontram desafios que serão superados. ser avaliado de maneira muito mais profunda e crítica para que as
Para concluir, cabe ressaltar a sutileza da comunicação das empresas atinjam suas metas em parceria com seus funcionários.
pessoas que tem bondade no coração, a gentileza nos gestos, be-
leza e doçura nas palavras. “Sensualidade, alinhamento e graça O QUE É EQUIPE
permeiam seus movimentos. Uma nobreza natural flui silenciosa Há alguns anos atrás, não falavam em equipe, elas existiam
e discretamente em suas ações; há uma segurança pessoal apoiada mais eram convencionais, orientadas para a função, compostas de
na humildade; uma reverência, um senso de humor mesclado com especialistas nessas funções. O mundo está cheio de equipes, e
a consciência do sagrado”. Essas são as pessoas que fazem mais do existem muitos tipos, e cada uma possui seu próprio potencial que
que se comunicar, irradiam luz e brilho pessoal. se desmorona à sua frente. Elas tem sido um componente-chave da
realidade organizacional desde que existem as organizações, diga-
O QUE É COMUNICAÇÃO INTERGRUPAL mos que, é a unidade natural para atividades de pequena escala,
“Uma comunicação bem estruturada e efetiva provoca im- desde o início da Revolução Industrial, iniciada no século XVIII.
pacto positivo no desempenho individual dos empregados”. Não O mundo, após o final da II Guerra Mundial, estava em ruínas,
obstante todo o progresso tecnológico deve-se levar em conta uma tinha recém se reconstruído e tornara-se altamente competitivo.
verdade fundamental. O homem, para produzir e sobreviver neces- Em outros países, estavam-se experimentando novos modelos para
sita da comunicação. Comunicar-se com seu semelhante está na grandes organizações. O sucesso desses países deve-se a custa dos
base de qualquer relacionamento humano. E mais: Quanto maior norte-americanos. O entusiasmo da prosperidade norte-americana
for o entendimento entre as pessoas, melhor será o bem-estar exis- estava parada, e o novo entusiasmo viraria a velha pirâmide de
tente entre elas e mais produtivas elas serão. Diante dessa perspec- ponta-cabeça e iria devolver o foco à esquecida e básica unidade
tiva é que as organizações modernas, de grande ou pequeno porte, de operações: o grupo de trabalho ou equipe. Mas o que é uma

Didatismo e Conhecimento 34
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
equipe? O Japão após a II Guerra estava sem infraestrutura, mas Reconhecimento: Uma vida sem reconhecimento é algo su-
possuía pessoas motivadas, com disposição cultural para trabalha- perficial;
rem juntas e a visão e paciência para traçar estratégias e praticá- Troca de ideias: É a maneira mais rápida e prática de aprender;
-las. Alguns anos mais tarde os japoneses estavam exigindo o má- Valorização pessoal: Processo de benchmarking pessoal.
ximo, para todos os trabalhadores de todas as funções, e a missão Alguns tipos de cultura, não só antigamente, mas ainda hoje,
de cada equipe era a melhoria contínua dos processos. Nenhuma fazem ao contrário para punir alguém, excluem-no, não o deixando
ideia era pequena demais e nenhum trabalhador insignificante. To- relacionar-se com outros membros. Nós ainda queremos que gos-
dos participavam. tem de nós, ainda usamos uns aos outros para aprender, realizar
São pessoas fazendo algo juntas. O algo que uma equipe faz tarefas complexas e enfatizar nosso valor individual como colabo-
não é o que a torna uma equipe, é o juntos que interessa. Por várias radores. A afiliação existe em diversas gradações de intensidade e
vantagens as organizações estão mudando de grupos para equipes, acontece por diferentes razões, uma delas, é a fim de sobreviver. O
em resumo: indivíduo isolado é solitário; ele também é ineficaz e vive pouco.
Aumento de produtividade: Outra visão para oportunidades Para muitos membros de equipe, sua equipe é sua passagem para
que a gerência convencional deixaria passar despercebida. Organi- a sobrevivência. A equipe fornece a força dos números que serve,
zações que viram as equipes apenas como estratégia de redução de muitas vezes, de camuflagem para esconder seus fracassos ou me-
custos não se desapontaram; diocridade. Eles farão o que for necessário, incluindo juntar-se a
Melhoria de comunicação: Informações compartilhas e traba- uma equipe, para sobreviver.
lho delegado. Equipes realizam tarefas que grupos comuns não po- Formar equipes não é uma ideia inovadora, isto está em nos-
dem fazer. Há conhecimentos demais para que uma única pessoa so sangue, queremos fazê-lo e bem, mas temos essa tendência de
ou turma de funcionários possa saber tudo e competir com uma estragar tudo na execução. Quando as coisas estiverem difíceis,
equipe de integrantes versáteis; ajuda lembrar que nossas intenções são sempre boas no fundo, e
Melhor uso dos recursos: As equipes focalizam seus recursos muito naturais.
mais importantes diretamente nos problemas. É o princípio de que
nada pode ser desperdiçado; NECESSIDADES INDIVIDUAIS X NECESSIDADES DE
Mais criatividade e eficiência na resolução de problemas: EQUIPE
Além de estarem mais motivadas, estão mais próximas dos clien- Mesmo com a tendência do ser humano pertencer a uma
tes e combinam-se. Elas invariavelmente sabem mais sobre a es- equipe, não queremos desenraizar nossas vidas e prioridades in-
trutura da organização; dividuais pelo bem de um grupo de trabalho desprezível qualquer.
Decisões de alta qualidade; Vem do princípio do conhecimen- Se os membros de uma equipe não tiverem suas necessidades in-
to compartilhado; dividuais satisfeitas ou pelo menos direcionadas para um mesmo
Melhores produtos e serviços: As equipes aumentam o conhe- objetivo, dificilmente serão uma grande equipe; e não conseguirão
cimento que, quando aplicado no momento certo, é a chave para a atingir suas metas de forma oportuna, porque as metas de sua equi-
melhoria contínua; pe estão sendo sutilmente enfraquecidas por uma grande quantida-
Processos Melhorados: Apenas as equipes, que possuem o co- de de metas pessoais insatisfeitas.
nhecimento de todas as funções, podem remover os obstáculos e Trabalho eficaz em equipe significa saber manter um equilí-
acelerar o ciclo; brio constante entre as necessidades da equipe e as necessidades
Diferenciam enquanto integram: As equipes permitem às or- individuais. Não apenas as básicas de sobreviver através de filia-
ganizações misturar pessoas com diferentes tipos de conhecimen- ção, mas também coisas que cada um deseja, coisa que nada tem a
tos sem que essas diferenças rompam o tecido da organização. ver com equipes ou cargos. As equipes devem desconfiar de mem-
As organizações mudaram da velha pirâmide hierárquica para bros que não tem qualquer intenção honesta de serem membros
trabalharem em equipes, e muitas já fracassaram no início. E agora ativos da equipe. Sacrifício, lealdade e a vontade de passar por um
será que compensa continuar com isso? Ou deve-se voltar para a pouco de dificuldades uns pelos outros apenas ocorrem quando as
velha pirâmide da burocracia? Quando fracassam, é quase sempre cartas estão na mesa e as pessoas podem ser honestas acerca de
porque a organização que as emprega voltou-se para equipes para suas necessidades. Quaisquer que sejam as metas pessoais, preci-
diminuir a gerência de nível médio, sem dar-lhes atenção, ferra- samos saber quais são para lidar com elas, ou ao menos reconhecê-
mentas, visão, recompensas, ou a clareza de que necessitam para -las, como equipe. Quando sabemos o que nossos companheiros
serem bem sucedidas. As empresas que abordam a formação de desejam que consigamos e o que nós mesmos queremos, forma-se
equipes com a orientação de numerador (potencial de uma empre- um excelente vínculo entre os membros.
sa para crescimento) não abandonam a ideia da lucratividade de
seus resultados financeiros. O QUE É TRABALHO EM EQUIPE
Uma das condições essenciais nas organizações é o trabalho
NECESSIDADES HUMANAS em grupo. Parece bastante simples, visto que as necessidades e
O ser humano, como ser social, necessita de interação com os resultados alcançados são de longe muito mais significativo do
outras pessoas, da mesma forma que necessitamos da água, ar, etc. que o trabalho separado. Então o desafio resume-se somente em
Uns mais ou menos do que outros. Mas o que obtemos uns dos colocar as pessoas ao lado das outras e explicar bem os desafios e
outros? dar condições para a realização das tarefas, certo? Errado, o que
Afeição: Todo ser humano necessita de afeição; parece extremamente fácil, pode ser algo de extrema dificuldade,
Afiliação: É o sentimento de pertencer a algum grupo ou or- quando se tenta colocar em prática.
ganização;

Didatismo e Conhecimento 35
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
Pesquisas mostram que quanto maior a habilidade de um líder O estabelecimento de metas em grupo oferece vantagens que
em utilizar os métodos de supervisão em grupo, tanto maiores se- não podem ser obtidas pelo estabelecimento de metas por um in-
rão a produtividade e as satisfações encontradas no emprego, pelos divíduo;
subordinados. A frequência das reuniões de grupo de trabalho, bem Um grupo gerencial eficiente proporciona o melhor ambiente
como a atitude e comportamento do superior em relação às ideias possível para o desenvolvimento individual;
dos subordinados, afetam o grau em que os subordinados acham Muitos objetivos importantes e muitas medidas de desempe-
que o supervisor é bom nas relações humanas. Assim, um super- nho podem ser criadas para serem aplicadas ao grupo, o que não
visor ou gerente só deve fazer uma reunião se realmente estiver acontece no plano individual;
interessado em servir-se das ideias dos subordinados. Uma atitude Numa equipe gerencial eficiente, os aspectos de competição
solidária por parte do chefe/supervisor, assim como a utilização encarniçada, que representam um prejuízo para o sucesso organi-
construtivas das reuniões de grupo, é necessária para desenvol- zacional, podem ser minimizados pelo desenvolvimento da “uni-
ver orgulho e lealdade no grupo. Supervisores que são altamente dade de propósito”, sem reduzir a motivação individual. Temos
cotados pela administração fazem uso frequentes de reuniões de muito o que aprender, e muitos preconceitos para vencer. Mas
grupos para tratar de problemas relativos ao trabalho.
realmente acredito que essa transição seja inevitável, a longo pra-
Outro fator importante registrado, é que mestres de grupos de
zo. Logo mais já não será possível dirigir uma empresa complexa,
trabalho de elevada produção reportam, com muito mais frequên-
interdependente e cooperativa, como a companhia industrial mo-
cia do que mestres de grupos de baixa produção, que seus grupos
de trabalho apresentam bom desempenho quando os mestres estão derna, com base nas premissas totalmente ilusórias de que ela é
ausentes. Aparentemente mestres de alta produtividade criam no feita de relações individuais.
interior do grupo de trabalho expectativas, a capacidade e as me-
tas necessárias para seus funcionamento normal na ausência do MITOS DA EQUIPE
mestre. 1. O mito do aprendizado através da aventura: O aprendizado
Os grupos de trabalho com maior orgulho de sua capacidade através da aventura é um evento de grupo em que uma equipe é
de produzir ou com maior lealdade pelo grupo tendem a ser grupos submetida a uma série de tarefas desafiadoras, físicas e mentais.
de altos índices de produtividade. O alto índice de lealdade em um Frequentemente são realizadas em locais abertos, em um cenário
grupo, não está necessariamente relacionada com produtividade. idílico ou em um retiro nas montanhas, ou em um hotel fazenda
Existem consideráveis indícios que grupos de trabalho podem ter ou parque.
objetivos que influenciarão a produtividade e custo tanto favorável Descobriu-se que as pessoas poderiam passar por transfor-
como desfavoravelmente. A capacidade e tendência de grupos de mações comportamentais incríveis, se solicitadas a fazer coisas
trabalho para restringir a produção foram encontradas em muitos que comumente não faziam, com o resto do grupo atuando como
estudos. As organizações informais que se compõe quase na tota- apoio. Há dois graus básicos de aprendizado por aventura:
lidade ou da maioria dos membros dos grupos de trabalho podem - De alto risco: São os de maior aventura, há um certo grau de
restringir ou aumentar a produção, aumentar as faltas e, de outras perigo físico real nos exercícios desse tipo;
maneiras, influir nos objetivos da empresa. Portanto já se verifi- - De Baixo risco: Implicam um risco real muito pequeno. É o
cou que aumentos substanciais de produtividade e reciprocamente aprendizado através da aventura de forma barata, geralmente uma
diminuição do desperdício, quando os objetivos grupais são alte- série de exercícios físicos ao ar livre, que podem ser realizados em
rados de forma a se tornarem compatíveis com os da organização. um parque ou num quintal.
Razões diversas parecem concorrer para maior produtividade dos As lições que as pessoas aprendem nestes grupos incluem a
grupos de trabalho com elevado índice de orgulho e lealdade entre superação do medo e da desconfiança, assim como a lição de que a
os colegas. Uma delas é que os trabalhadores nesses grupos reve- força sinérgica do grupo trabalha para ajudar o indivíduo;
lam mais cooperação para realizar as tarefas. 2. O mito do tipo de personalidade: As categorias de perso-
nalidade também fornecem a cada membro de equipe uma nova
TRABALHO EM EQUIPE X AGENDA SOCIAL
compreensão de si mesmo e um conjunto de iniciais para explicar
O propósito da equipe é reunir pessoas e fazer coisas juntas,
e o propósito da agenda social é satisfazer suas necessidades pes- que tipo de personalidade tem. Mas a classificação de personali-
soais de afiliação ao estar envolvido em um grupo. Um deles diz dade não mede nada que seja importante para equipes. As equipes
respeito a trabalho, o outro não. Se conhecermos os detalhes uns não se destacam ou fracassam em função de como as pessoas são
dos outros logo no início, poderemos resolver ansiedades e expec- lá no fundo, seja em sua forma real ou percebida. Elas se destacam
tativas antes que elas arrastem a equipe para baixo. Algumas ve- ou fracassam em função do que elas, de fato, realizam ou de como
zes a definição de trabalho em equipe e agenda social torna-se um elas, de fato, se comportam com relação a outros grupos que lhe
pouco indefinida. Pesquisadores afirmam que a agenda social é um são externos;
componente necessário para manter a sanidade durante o trabalho, 3. O mito de que as pessoas gostam de trabalhar juntas: As
aliviar o estresse. pessoas precisam de seu espaço para se sentirem calmas e segu-
ras. Passar o dia inteiro encurralados com colegas de equipe pa-
AS POTENCIALIDADES DO TRABALHO EM EQUIPE rece menos com uma receita para desempenho do que com uma
O pequeno grupo face a face é uma unidade tão importante peça teatral francesa de tédio existencial. Ao projetar um ambiente
quanto o indivíduo, na organização. Os dois não se opõem. Isto só para equipes, não espere que as pessoas fiquem loucas para terem
pode ser realizado se certas exigências forem cumpridas. Teremos contatos constantes entre si. Respeite sua relutância em perder sua
de aprender a distinguir entre atividades que são próprias para gru- identidade individual para a equipe;
pos e as que não são. Na medida em que essas exigências forem sa-
tisfeitas, faremos algumas descobertas importantes. Por exemplo:

Didatismo e Conhecimento 36
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
4. O mito de que o trabalho em equipe é mais produtivo do estes quatro elementos compreende a agenda inteira da equipe. O
que o individual: A verdade é que as equipes são inerentemente treinador está ali para ajudar, não para interferir. É tão delicado
inferiores a indivíduos, em termos de eficiência. Se uma única pes- como andar na corda bamba, porque o moral pode cair a níveis
soa tiver informações suficientes para completar uma tarefa, ela baixos e as hostilidades emergirão e exigirão alguma espécie de
sobrepujará uma equipe incumbida da mesma tarefa. Não há in- reação. De qualquer modo, estas coisas acontecem na tormenta. A
terfaces, repasses de serviços intermediários entre indivíduos. Não única reação errada em tal circunstância é a de tornar-se realmente
há mal-entendidos nem culturas conflitantes. Nenhum conflito de defensivo. Não houve intenção de ofensa.
personalidade ou algo assim. Os líderes devem compreender os sinais de tormenta. A tor-
5. O mito do “quanto mais, melhor” nas equipes: Há uma menta é a esperança misturada com uma grande dose de temor.
tendência em algumas empresas de pensar sua organização inteira Durante a tormenta, todos os membros da equipe estão cogitando
como uma equipe. Esta é uma expressão interessante mas sem uti- se são respeitados pelos demais. A tormenta é o estágio no qual
lidade. Equipes, por sua própria natureza, não podem ser grandes. algumas pessoas decidirão diminuir o ritmo. Elas aparecerão para
Em algum ponto elas deixam de ser equipes e tornam-se multi- trabalhar, e ainda se comunicarão com membros de outras equipes,
dões. O tamanho da equipe é importante. Pequeno é melhor que mas não muito bem. Mas se olhar mais de perto para o comporta-
grande. Uma equipe pode ser conduzida, dirigida por um líder, mento delas, ficará claro que a equipe considerada não é a equipe
instituída formalmente. que elas queriam, e por isso elas decidirão não ser membros entu-
siastas;
REVIRANDO AS EQUIPES c) Aquiescência: Uma época na qual os papéis são aceitos.
1. Fazendo As Equipes Passarem Por Estágios Rumo Ao Su- Com o passar da tormenta chega-se a um novo alinhamento e acei-
cesso tação dos papéis na equipe. O sucesso experimentado durante o
Há quatro estágios no desenvolvimento de equipes que alme- estágio de aquiescência é um sucesso marcado por contradições,
jam ser bem sucedidas: Todas as equipes bem sucedidas passam de que o grupo se torna mais forte à medida que os indivíduos
por todos estes quatro estágios: cedem em suas defesas-chave, reconhecem pontos fracos e pedem
a) Formação: Quando os membros do grupo está ainda apren- a ajuda das pessoas como formas de compensação. O estágio de
dendo a lidar uns com os outros. A formação é aquele estágio do aquiescência é definido pela aceitação dos mesmos papéis que a
desenvolvimento de equipe em que tudo está para se iniciado, tormenta renegou. Os relacionamentos que começaram no estágio
quando a equipe é ainda somente uma equipe no sentido mais solto da formação, tem a oportunidade de se aprofundarem durante a
da palavra. Um dos sinais de uma equipe no estágio de formação aquiescência. Durante a aquiescência as arestas não tratadas do
é a extrema delicadeza, um esforço enorme para não ofender e conflito começam a ceder. O que aconteceu é que as agendas ocul-
para não provocar animosidades. Isso é compreensível quando se tas pelos membros durante a tormenta foram desmascaradas ou
considera que as boas maneiras são instituídas de uma forma glo- diminuíram de importância. A necessidade das pessoas de avaliar
bal para evitar que as pessoas que não se conhecem não ameacem seus domínios sobre o grupo, sejam eles ativos ou passivos, redu-
umas às outras. Essa ânsia de se apresentar como não ameaçador ziu-se na medida em que aumentou a intimidade do grupo;
é realmente a chave para quão ameaçador o estágio de formação d) Realização: Quando níveis ótimos são finalmente alcança-
realmente é. As pessoas que se reúnem pela primeira vez tem con- dos. Realização não é ser viciado em trabalho. De certa forma é o
sigo todos os tipos de pergunta acerca de quais membros tem poder contrário, porque é admissão por cada membro da equipe de que
e se eles compartilharão este poder e com quem, dúvidas a respeito ele não pode fazer o trabalho sozinho. Trata-se de um nível de
de suas próprias capacidades e a dos demais, e preconceitos sobre compromisso genuíno com as metas e objetivos da empresa que
os tipos de pessoas com que terão que se ombrear dentro na equi- pode ser novidade para os membros de equipe individualmente.
pe. Em meio a tais sentimentos conflitantes, as pessoas se agarram Os realizadores sabem o valor real de todos com que trabalham.
ansiosamente em alguma coisa para formar alianças temporárias. Os membros de equipe realizadores não demonstram cansaço se
Durante o estágio de formação, os potenciais colegas de equi- forem convocados no fim de semana para ajudarem a resolver um
pe identificam similaridades e expectativas de resultados, concor- problema aparente. A realização é um período de grande cresci-
dam com o propósito da equipe e identificam recursos possíveis mento pessoal entre os membros da equipe. Com o compartilha-
e conjuntos de habilidades. A formação é uma época de grande mento de experiências, sentimentos e ideias de outros membros da
perigo. As primeiras impressões são formadas e fixadas. As perso- equipe que advém de um novo nível de consciência.
nalidades agressivas se movimentam para estabelecer o domínio; 2. Equipes E Tecnologia
b) Tormenta: Uma época de difícil negociação das condições Naturalmente, a tecnologia é o que tornou possível esta es-
sob as quais a equipe deverá trabalhar juntas. Estima-se que três pécie global de trabalho em equipe. Com sorte, a tecnologia irá
quintos da extensão de um projeto de equipe, do começo ao fim, ajudar para que isso tudo funcione. É difícil elaborar uma frase tec-
sejam constituídos com os dois primeiros estágios, formação e tor- nológica que signifique tanto e tenha tão pouca conotação como a
menta. Nunca houve uma equipe que não tenha sido testada na fase palavra “groupware”, que é um software para uso em PC e voltado
de tormenta. E a tormenta sempre vem como uma surpresa, inde- para grupos. Até agora os produtos de groupware se destinaram a
pendentemente de como se tenha preparado para ela. Esta é a hora dois problemas principais, controlar o fluxo de trabalho e regular o
de entrar, de explicar limites, de oferecer sugestões, de manter um conteúdo do trabalho ou uma certa combinação destas duas coisas.
controle sobre a anarquia inevitável. A tarefa de treinar é crítica, Decidir qual tecnologia é a mais indicada para tal equipe é uma
porque a tormenta é onde mais importantes dimensões da equipe pergunta de porte, envolvendo tudo o que existe no mercado hoje,
são delineadas. Juntamente com suas metas, as quais a equipe co- desde de programas de software, plataformas de hardware e mon-
meçou a estabelecer durante a formação, esclarecer e implementar tagem de fone/fax, até lápis e borracha. As tecnologias de equipe

Didatismo e Conhecimento 37
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
são raramente solicitadas pelas equipes, elas são em geral impostas
pela organização. Impor soluções às equipes subtrai a flexibilidade
que queremos delas. TRABALHO EM EQUIPE.
Muitas equipes tem uma subequipe encarregada de monitorar
o desenvolvimento de novas tecnologias e recomendar compras. O
trabalho dessas subequipes é difícil, pois tem que andar na ponta
dos pés em um campo minado de paradoxos que podem ser fatais. TRABALHO EM EQUIPE
A triste verdade é que, embora as tecnologias de equipe existen-
tes no momento sejam frequentemente fantásticas, as equipes es- Cada vez mais, as equipes se tornam a forma básica de tra-
tão ainda tropeçando em suas ferramentas, gastando seu precioso balho nas organizações do mundo contemporâneo. As evidências
tempo aprendendo sistemas que não fazem o que elas querem que sugerem que as equipes são capazes de melhorar o desempenho
façam ou que são muito difíceis de serem dominados por cada um dos indivíduos quando a tarefa requer múltiplas habilidades, julga-
dos membros da equipe e tentando fazer com que essas ferramen- mentos e experiências. Quando as organizações se reestruturaram
tas façam coisas que elas simplesmente ainda não conseguem fa- para competir de modo mais eficiente e eficaz, escolheram as equi-
zer. pes como forma de utilizar melhor os talentos dos seus funcioná-
3. Saúde Da Equipe A Longo Prazo rios. As empresas descobriram que as equipes são mais flexíveis e
Tendo-se conseguido uma boa trilha para a equipe, tem-se que reagem melhor às mudanças do que os departamentos tradicionais
achar formas de conservá-las e evitar que ela se desgaste, transfor- ou outras formas de agrupamentos permanentes. As equipes têm
mando-se em um beco sem saída. A equipe sobrevive ao sucesso capacidade para se estruturar, iniciar seu trabalho, redefinir seu
lutando para manter o mesmo nível de atenção a seus próprios pro- foco e se dissolver rapidamente. Outras características importantes
cessos como ela mantinha quando começou a ter êxito. O ponto de é que as equipes são uma forma eficaz de facilitar a participação
referência é a melhoria contínua, a idéia de que o processo pode dos trabalhadores nos processos decisórios aumentar a motivação
ser melhorado indefinidamente. A clareza contínua significa que dos funcionários.
deve-se estar constantemente esclarecendo a clareza já alcançada
durante a formação inicial da equipe. Não basta que os membros Diferença entre Grupo e Equipe
de equipe se reúnam e discutam com detalhes suas metas e visões Grupo e equipe não é a mesma coisa. Grupo é definido como
em um determinado dia. Eles tem que continuar mantendo aquele dois ou mais indivíduos, em interação e interdependência, que se
entendimento novo e claro no dia seguinte, um dia após o outro. juntam para atingir um objetivo. Um grupo de trabalho é aquele
A clareza contínua significa enumerar continuamente as coi- que interage basicamente para compartilhar informações e tomar
sas que levam a equipe ao sucesso e perguntar se elas estão fun- decisões para ajudar cada membro em seu desempenho na sua área
cionando ou se precisam ser trabalhadas de alguma forma. Adotar de responsabilidade.
uma atitude de diagnóstico contínuo sobre si própria. Normalmen- Os grupos de trabalho não têm necessidade nem oportuni-
te há alguém na equipe que tem um jeito especial para o pensamen- dade de se engajar em um trabalho coletivo que requeira esforço
to circunspecto, aquele que cobre todos os aspectos das coisas, o conjunto. Assim, seu desempenho é apenas a somatória das con-
que é um requisito para o diagnóstico. Esta pessoa tem seus “fios” tribuições individuais de seus membros. Não existe uma sinergia
ligados de forma diferente da maioria das outras pessoas. Algu- positiva que possa criar um nível geral de desempenho maior do
mas equipes não tem ninguém que atenda a esta descrição. Não que a soma das contribuições individuais.
podem designar ninguém para ser o controlador de clareza e tem Uma equipe de trabalho gera uma sinergia positiva por meio
uma brutal dificuldade de permanecer focalizadas. Outras equipes do esforço coordenado. Os esforços individuais resultam em um
tem o problema oposto, um ou mais membro gostam da tarefa do nível de desempenho maior do que a soma daquelas contribuições
diagnóstico. Estas pessoas são extremamente apaixonadas pela individuais. O quadro abaixo ressalta as diferenças entre grupos de
clareza. Seus egos e autoestimas estão excessivamente voltados trabalho e equipes de trabalho.
para detectar variações mínimas. Elas visualizam como um bando
de maníacos que se aplicam chicotadas implacáveis com fins de Comparação entre Grupos de Trabalho e Equipes de Tra-
autocorreção. balho
A razão para se ter uma equipe hoje é explorar o conhecimen-
to e a inteligência das pessoas. A razão para se tê-la ao longo do Transformando indivíduos em membros de equipe
tempo é fazer com que o conhecimento e a inteligência cresçam, - partilham suas ideias para a melhoria do que fazem e de to-
se disseminem e se multipliquem. As pessoas às vezes confundem dos os processos do grupo;
informações com conhecimento: - respeitam as individualidades e sabem ouvir;
- Informação: É o que se tem em abundância pelo mundo, a - comunicam-se ativamente;
informação é boa e indispensável para o término de muitas tarefas; - desenvolvem respostas coordenadas em benefícios dos pro-
- Conhecimento: É um ponto de vista sobre a informação, uma pósitos definidos;
teoria que lhe dá um contorno e um significado, acontece dentro de - constroem respeito, confiança mútua e afetividade nas rela-
nós e somente dentro de nós, é esta transformação mágica que nos ções;
faz humanos, que nos permite mudar. Ao respirarmos, inspiramos - participam do estabelecimento de objetivos comuns;
informação e expiramos conhecimento. - desenvolvem a cooperação e a integração entre os membros.

Didatismo e Conhecimento 38
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
Fatores que interferem no trabalho em equipe Normalmente, isso inclui o planejamento e o cronograma de
- Estrelismo; trabalho, a delegação de tarefas aos membros, o controle coletivo
- Ausência de comunicação e de liderança; sobre o ritmo de trabalho, a tomada de decisões operacionais e a
- Posturas autoritárias; implementação de ações para solucionar problemas. As equipes de
- Incapacidade de ouvir; trabalho totalmente autogerenciadas até escolhem seus membros e
- Falta de treinamento e de objetivos; avaliam o desempenho uns dos outros.
- Não saber “quem é quem” na equipe. Consequentemente, as posições de supervisão perdem a sua
importância e até podem ser eliminadas.
São características das equipes eficazes: Equipes multifuncionais: São equipes formadas por funcio-
- Comprometimento dos membros com um propósito comum nários do mesmo nível hierárquico, mas de diferentes setores da
e significativo; empresa, que se juntam para cumprir uma tarefa. As equipes de-
- O estabelecimento de metas específicas para a equipe que sempenham várias funções (multifunções), ao mesmo tempo, ou
conduzam os indivíduos a um melhor desempenho e também ener- seja, não há especificação para cada membro. O sentido de equipe
gizam as equipes. Metas específicas ajudam a tornar a comunica- é exatamente esse, os membros compensam entre si as competên-
ção mais clara. Ajudam também a equipe a manter seu foco sobre
cias e as carências, num aprendizado contínuo.
o obtenção de resultados;
As equipes multifuncionais representam uma forma eficaz de
- Os membros defendem suas ideias, sem radicalismo;
permitir que pessoas de diferentes áreas de uma empresa (ou até de
- Grande habilidade para ouvir;
- Liderança é situacional; ou seja, o líder age de acordo com diferentes empresas) possam trocar informações, desenvolver no-
o grau de maturidade da equipe; de acordo com a contingência; vas ideias e solucionar problemas, bem como coordenar projetos
- Questões comportamentais são discutidas abertamente, prin- complexos. Evidentemente, não é fácil administrar essas equipes.
cipalmente as que podem comprometer a imagem da equipe ou Seus primeiros estágios de desenvolvimento, enquanto as pessoas
organização aprendem a lidar com a diversidade e a complexidade, costumam
- O nível de confiança entre os membros é elevado; ser muito trabalhosos e demorados. Demora algum tempo até que
- Demonstram confiança em seus líderes, tornando a equipe se desenvolva a confiança e o espírito de equipe, especialmente en-
disposta a aceitar e a se comprometer com as metas e as decisões tre pessoas com diferentes históricos, experiências e perspectivas.
do líder; Equipes Virtuais: Os tipos de equipes analisados até ago-
- Flexibilidade permitindo que os membros da equipe possam ra realizam seu trabalho face a face. As equipes virtuais usam a
completar as tarefas uns dos outros. tecnologia da informática para reunir seus membros, fisicamente
Isso deixa a equipe menos dependente de um único membro; dispersos, e permitir que eles atinjam um objetivo comum. Elas
- Conflitos são analisados e resolvidos; permitem que as pessoas colaborem on-line utilizando meios de
- Há uma preocupação / ação contínua em busca do autode- comunicação como redes internas e externas, videoconferências
senvolvimento. ou correio eletrônico – quando estão separadas apenas por uma
O desempenho de uma equipe não é apenas a somatória das parede ou em outro continente. São criadas para durar alguns dias
capacidades individuais de seus membros. para a solução de um problema ou mesmo alguns meses para con-
Contudo, estas capacidades determinam parâmetros do que clusão de um projeto. Não são muito adequadas para tarefas roti-
os membros podem fazer e de quão eficientes eles serão dentro neiras e cíclicas.
da equipe. Para funcionar eficazmente, uma equipe precisa de três
tipos diferentes de capacidades. Primeiro, ela precisa de pessoas Em todo processo onde haja interação entre as pessoas vamos
com conhecimentos técnicos. Segundo, pessoas com habilida- desenvolver relações interpessoais.
des para solução de problemas e tomada de decisões que sejam Ao pensarmos em ambiente de trabalho, onde as atividades
capazes de identificar problemas, gerar alternativas, avaliar essas
são predeterminadas, alguns comportamentos são precisam ser
alternativas e fazer escolhas competentes. Finalmente, as equipes
alinhados a outros, e isso sofre influência do aspecto emocional
precisam de pessoas que saibam ouvir, deem feedback, solucio-
de cada envolvido tais como: comunicação, cooperação, respei-
nem conflitos e possuam outras habilidades interpessoais.
to, amizade. À medida que as atividades e interações prosseguem,
Tipos de Equipe os sentimentos despertados podem ser diferentes dos indicados
As equipes podem realizar uma grande variedade de coisas. inicialmente e então – inevitavelmente – os sentimentos influen-
Elas podem fazer produtos, prestar serviços, negociar acordos, ciarão as interações e as próprias atividades. Assim, sentimentos
coordenar projetos, oferecer aconselhamentos ou tomar decisões. positivos de simpatia e atração provocarão aumento de interação
Equipe de soluções de problemas: Neste tipo de equipe, os e cooperação, repercutindo favoravelmente nas atividades e ense-
membros trocam ideias ou oferecem sugestões sobre os processos jando maior produtividade. Por outro lado, sentimentos negativos
e métodos de trabalho que podem ser melhorados. Raramente, en- de antipatia e rejeição tenderão à diminuição das interações, ao
tretanto, estas equipes têm autoridade para implementar unilateral- afastamento nas atividades, com provável queda de produtividade.
mente suas sugestões. Esse ciclo “atividade-interação-sentimentos” não se relaciona
Equipes de trabalho autogerenciadas: São equipes autôno- diretamente com a competência técnica de cada pessoa. Profissio-
mas, que podem não apenas solucionar os problemas, mas também nais competentes individualmente podem render muito abaixo de
implementar as soluções e assumir total responsabilidade pelos re- sua capacidade por influência do grupo e da situação de trabalho.
sultados. São grupos de funcionários que realizam trabalhos muito Quando uma pessoa começa a participar de um grupo, há uma
relacionados ou interdependentes e assuem muitas das responsabi- base interna de diferenças que englobam valores, atitudes, conhe-
lidades que antes eram de seus antigos supervisores. cimentos, informações, preconceitos, experiência anterior, gostos,

Didatismo e Conhecimento 39
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
crenças e estilo comportamental, o que traz inevitáveis diferenças
de percepções, opiniões, sentimentos em relação a cada situação
compartilhada. Essas diferenças passam a constituir um repertório CONTROLE. IMPORTÂNCIA E
novo: o daquela pessoa naquele grupo. Como essas diferenças são FUNDAMENTOS. PROCESSO DE
encaradas e tratadas determina a modalidade de relacionamento CONTROLE. INSTRUMENTOS E
entre membros do grupo, colegas de trabalho, superiores e subor- FERRAMENTAS DE CONTROLE DO
dinados. Por exemplo: se no grupo há respeito pela opinião do DESEMPENHO DA ORGANIZAÇÃO.
outro, se a ideia de cada um é ouvida, e discutida, estabelece-se
uma modalidade de relacionamento diferente daquela em que não
há respeito pela opinião do outro, quando ideias e sentimentos não
são ouvidos, ou ignorados, quando não há troca de informações. Uma organização não se deve limitar a recolher e a analisar
A maneira de lidar com diferenças individuais criam certo clima dados sobre o seu desempenho. Deve utilizar a sua medição na
entre as pessoas e tem forte influência sobre toda a vida em grupo, gestão corrente.
principalmente nos processos de comunicação, no relacionamento A característica fundamental de uma organização líder (ou “de
interpessoal, no comportamento organizacional e na produtivida- ponta”), é a capacidade para efetuar com sucesso a medição do seu
de. desempenho. A realização sistemática deste processo dá-lhe, não
Valores: Representa a convicções básicas de que um modo só uma melhor visão interior, como permite a avaliação contínua
específico de conduta ou de condição de existência é individual- da eficácia e eficiência da sua estrutura, e dos seus programas, pro-
mente ou socialmente preferível a modo contrário ou oposto de cessos e pessoas. No entanto, estas organizações não se limitam
conduta ou de existência. Eles contêm um elemento de julgamen- a recolher e a analisar dados sobre o seu desempenho, elas usam
to, baseado naquilo que o indivíduo acredita ser correto, bom ou estas métricas para promover melhorias efetivas na transformação
desejável. Os valores costumam ser relativamente estáveis e du- da sua estratégia em iniciativas concretas. Por outras palavras, uti-
radouros. lizam a medição do desempenho na sua gestão corrente.
Mas, o que significam Medição e/ou Gestão do Desempenho?
Atitudes: As atitudes são afirmações avaliadoras – favoráveis Não é isso que um executivo faz, diariamente, ao analisar toda
ou desfavoráveis – em relação a objetos, pessoas ou eventos. Re- a sua “bateria” de relatórios de gestão? Não é isso que todas as
fletem como um indivíduo se sente em relação a alguma coisa. organizações obtêm da exploração do seu Sistema Integrado de
Quando digo “gosto do meu trabalho” estou expressando minha Gestão (ou “package” ERP – Enterprise Resource Planning)? Não
atitude em relação ao trabalho. As atitudes não são o mesmo que os é isso que é fornecido por um “package” de Suporte à Decisão
valores, mas ambos estão inter-relacionados e envolve três compo- (Business Intelligence)? Não é isso que tenho implementado na
nentes: cognitivo, afetivo e comportamental. minha organização?
A convicção que “discriminar é errado” é uma afirmativa ava- A resposta a todas estas questões não poderá ser dada neste
liadora. Essa opinião é o componente cognitivo de uma atitude. artigo. Cada organização é um caso particular e, certamente, exe-
Ela estabelece a base para a parte mais crítica de uma atitude: o seu cutará alguma medição do seu desempenho, nem que seja só a ní-
componente afetivo. O afeto é o segmento da atitude que se refere vel financeiro. No entanto, qual o grau de desenvolvimento do seu
ao sentimento e às emoções e se traduz na afirmação “Não gosto de “Sistema de Gestão de Desempenho”? No final deste artigo, espe-
João porque ele discrimina os outros”. Finalmente, o sentimento ro que o leitor já possa iniciar o esboço de uma primeira resposta a
pode provocar resultados no comportamento. O componente com- esta questão. Uma resposta concreta e fundamentada exigirá uma
portamental de uma atitude se refere à intenção de se comportar de análise profunda da sua organização.
determinada maneira em relação a alguém ou alguma coisa. Então, Após muitas análises e estudos realizados a nível internacio-
para continuar no exemplo, posso decidir evitar a presença de João nal, conseguiram definir-se os seguintes atributos, que caracteri-
por causa dos meus sentimentos em relação a ele. zam Sistemas de Gestão de Desempenho bem sucedidos.
Encarar a atitude como composta por três componentes – cog- 1- Existência de uma arquitetura conceptual (“frame-
nição, afeto e comportamento – é algo muito útil para compreender work”) do Sistema de Gestão do Desempenho. Todas as orga-
sua complexidade e as relações potenciais entre atitudes e compor- nizações, independentemente do seu tipo, necessitam que exista
tamento. Ao contrário dos valores, as atitudes são menos estáveis. uma definição clara e concisa do âmbito da sua medição de desem-
penho, e que este âmbito, não só seja perfeitamente compreendido
por todos os níveis da organização, mas que também apoie o atin-
gir dos objetivos e a obtenção dos resultados esperados.
2- Existência de um efetiva comunicação interna e externa
à organização. Uma efetiva comunicação com empregados, ges-
tores de processo, clientes e outros “stakeholders”, é vital para o
desenvolvimento com sucesso do Sistema.
3- Definição clara e muito bem compreendida da respon-
sabilidade pela obtenção dos resultados. As organizações mais
bem sucedidas identificaram claramente os fatores determinantes
do sucesso, e certificaram-se que os gestores e empregados com-
preenderam perfeitamente qual o seu grau de responsabilidade no
atingir dos objetivos.

Didatismo e Conhecimento 40
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
4- A medição do desempenho proporciona informação os fatores de sucesso a longo prazo. Através do “Balanced Sco-
para a tomada de decisões. As métricas de desempenho devem reCard”, uma organização monitoriza, não só o seu desempenho
ser limitadas às que se relacionam com os objetivos estratégicos corrente (financeiro, satisfação do cliente e processos de negócio),
da organização e que asseguram a existência de informação atem- mas também o seu esforço para melhorar processos, para motivar
pada, relevante e concisa que permita, a todos os níveis de deci- e formar empregados e para otimizar sistemas de informação, em
são, uma avaliação do progresso realizado para atingir os objetivos suma, a sua capacidade para aprender e melhorar.
pré-definidos. Estas métricas devem fornecer informação sobre a Um “Balanced ScoreCard” apresenta os resultados das medi-
eficiência com que recursos são transformados em bens ou servi- ções, mas não é um fim em si mesmo. É, somente, uma ferramenta
ços e sobre como os resultados já atingidos se comparam com os que pode tornar mais eficiente a gestão. Os resultados das medidas
esperados. de desempenho, mostrarão o que aconteceu,  não porque é que
5- Os vencimentos, as recompensas monetárias e o reco- aconteceu, nem o que fazer a seguir. Os resultados das medidas
nhecimento organizacional estão estreitamente ligados com as são muito importantes, mas é só um primeiro passo na implemen-
medidas de desempenho. A avaliação do desempenho e as recom- tação de um Sistema de Gestão de Desempenho. É preciso fazer
pensas devem estar dependentes de medidas específicas do suces- a transição de um Sistema de Medição do Desempenho para um
so. Esta ligação emitirá uma mensagem clara e inequívoca do que Sistema de Gestão do Desempenho, e esta só é possível quando
realmente é importante para a organização. os atributos 2 a 7 estiverem bem integrados nos procedimentos da
6- A medição do desempenho é encarada como positiva e organização.
não com objetivos punitivos. Os sistemas de maior sucesso não A maior parte das empresas portuguesas ainda se encontram
são sistemas para detectar e punir falhas. São sistemas de aprendi- na fase do “tableau de board” mensal ou semanal, que apesar de
zagem, que ajudam a organização a identificar o que funciona e o importante para a tomada de decisões, geralmente não apresenta
que não funciona, permitindo melhorar o que funciona, e a substi- a riqueza de informação de um “Balanced ScoreCard”, pois a sua
tuir e/ou reparar o que não funciona. base informativa é de características eminentemente financeiras,
7- Resultados e progressos conseguidos são abertamente nem se encontra disponível on-line com informação permanente-
partilhados. A informação fornecida pelo Sistemas de Medição mente atualizada. Hoje, existem aplicações informáticas que per-
do Desempenho encontra-se aberta e é partilhada com os empre- mitem iniciar a construção, com maior ou menor facilidade, de um
gados, clientes, “stakeholders” e fornecedores. Sistema de Gestão do Desempenho. É, pois, chegado o momento
Estes são os sete atributos fundamentais para que a implemen- de analisar o grau de desenvolvimento do seu “Sistema de Gestão
tação de um Sistema de Gestão do Desempenho possa ter sucesso. de Desempenho”, de pensar se este lhe permite vencer as futuras
Os atributos 2 a 7 exigem, na maior parte dos casos, uma com- “batalhas” da produtividade e competitividade e, dependendo das
pleta redefinição das políticas e procedimentos da organização e, suas conclusões, atuar no sentido da sua construção ou atualização.
por isso, têm um tremendo impacto no seu “modus vivendi”. Ao Fonte: http://www.decisionmaster.net/Files/Editorial/DM_
quebrarem tabus, são de difícil e morosa, mas não de impossível Mensagem_0010.htm
implementação, uma vez que dependem completamente do com-
promisso e esforço da própria organização. Estes seis atributos
exigem mudanças em muitos processos instituídos, e caracterizam TEMAS CONTEMPORÂNEOS DA
a componente de Gestão do Sistema. ADMINISTRAÇÃO.
O atributo 1 caracteriza a vertente “técnica”  ou de  Medi-
ção do Sistema, ainda que este atributo se constitua como uma
metodologia de trabalho. No entanto, esta metodologia ao per-
mitir definir, não só a abrangência funcional e implementação do Momento atual. O cenário coorporativo global está inserido
Sistema, como também os seus objetivos, requisitos de negócio em ambientes com níveis elevadíssimos de incertezas, que fazem
e produtos finais, constitui-se como a sua verdadeira componen- com que as empresas operem em alerta para quaisquer mudanças
te técnica. A mais famosa das metodologias de implementação de bruscas no comportamento de consumidores, governos, socieda-
Sistemas de Medição de Desempenho designa-se por Abordagem des, meio ambiente ou qualquer outro agente capaz de sacudir os
“Balanced ScoreCard”. Foi apresentada por Robert S. Kaplan e mercados. As grandes mudanças ocorridas nos últimos anos mu-
David P. Norton, em 1996. daram o mapa global, forçando um rearranjo de quem é quem no
Esta metodologia tem por base o conceito de equilíbrio, que planeta.
surge quando todas as partes de um todo se ajustam completamen- Nesse contexto, o efeito da globalização cujo resultado é o
te entre elas, sem nenhuma suplantar qualquer outra. Da mesma rompimento dos limites físicos entre todo um conjunto de unida-
forma, um Sistema de Medição de Desempenho deve permitir des quase que individuais, proporcionam uma rede de ligações que
atingir um equilíbrio que suporte um progresso sustentado na di- permeia todas as coisas que se possa imaginar: cultura, negócios,
reção de determinados objetivos, sem ocasionar sub-optimização relações de qualquer espécie, estudos, pesquisa, desenvolvimento,
de recursos. tudo.  Sistemas informatizados proporcionam uma ligação entre
Um “Balanced ScoreCard” procura traduzir os objetivos es- ambientes distintos e suas possibilidades estão longe de serem
tratégicos de uma organização, num conjunto de indicadores de esgotadas. Sendo assim, temos hoje um perfil de sociedade que
desempenho, segundo quatro perspectivas: Financeira, Clientes, possui uma infinidade de novas necessidades e o poder de decidir
Processos Internos de Negócio, e Aprendizagem e Crescimen- dentre muitas opções a que mais nos satisfaz.
to. Alguns indicadores procuram medir o progresso da organiza-
ção na implementação da sua visão, outros destinam-se a medir

Didatismo e Conhecimento 41
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
Relativo ao mundo empresarial é sabido que a concorrência, Busquemos estudar mais, saber mais e ter o poder de levar
os altos tributos brasileiros, a exigência por requisitos específicos, o conhecimento de qualquer nível, em qualquer porção e a quem
dentre outros fatores relevantes, tornam esse ambiente extrema- interessar. Não existe fator mais poderoso de mudança que a moti-
mente competitivo.  É necessário que as empresas estejam pre- vação humana. Assim, que estejamos embebidos com essa vontade
paradas e consigam operacionalizar todo esse novo conjunto de de sermos melhores e mais felizes a todo momento.
processos com eficiência para que sejam capazes de atender e seus Fonte: http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/
clientes e serem lucrativas, sendo esse último, a razão das empre- administracao-moderna/68883/
sas existirem. Sendo assim, é necessário que haja uma transforma-
ção na maneira de conduzir os negócios buscando a cada momento
não só atender aos requisitos finais de produtos ou serviços, mas QUALIDADE TOTAL, REENGENHARIA.
sim atender a sociedade que vive em um ambiente compartilha- DOWNSIZING.
do. Uma vez compreendido o ambiente e as reais necessidades da
sociedade, teremos opções para solucionar os seus problemas. E
esse processo irá gerar constante incremento de inovação sejam
em produtos, processos, métodos, conceitos e, principalmente, da QUALIDADE TOTAL
consciência sobre o constante avanço nas relações entre a empresa Gestão da qualidade total (em língua inglesa “Total Quality
e a sociedade. Management” ou simplesmente “TQM”) consiste numa estratégia
Mas quem disse que será fácil estar no contexto de inovação?! de administração orientada a criar consciência da qualidade em
Para que a grande maioria das empresas brasileiras sejam inseridas todos os processos organizacionais.
no cenário da inovação, é necessário que tenham uma sólida es- É referida como “total”, uma vez que o seu objetivo é a impli-
trutura administrativa, financeira, operacional e de conhecimento, cação não apenas de todos os escalões de uma organização, mas
para assim fazer frente às empresas que já possuem em sua cultura também da organização estendida, ou seja, seus fornecedores, dis-
organizacional, tais comportamentos e compromissos. tribuidores e demais parceiros de negócios.
Um dos primeiros passos é fazer uma avaliação sobre a fun-
ção, a missão e as ações da empresa no atual momento; quem são Princípios de Deming
as pessoas envolvidas, em todos os sentidos e ocupações. É preciso O estatístico William Edward Deming a partir da década de
que se faça uma análise profunda sobre o que ela é e o que significa 50 popularizou por meio de seus ensinamentos no Japão o Ciclo
para o mercado e sobre o modo como ela atinge seus objetivos fi- PDCA e estabeleceu seus 14 princípios visando auxiliar as pessoas
nais. Para tanto, muitas perguntas que devem ser feitas e debatidas, a entenderem e implementarem seus conceitos. De acordo com ele
para que realmente tenham validade e sejam vistas como verdade a adaptação e prática desses 14 princípios eram um sinal de que a
por todo um corpo funcional. É necessário tratar com seriedade e gestão tinha intenção de permanecer nos negócios. 14 Princípios
responsabilidade os pilares fundamentais sobre administração em- de Deming
presarial. Organizar, Planejar, Executar e Controlar são premissas Deming enfatizou a importância da mentalidade preventiva
básicas para o fortalecimento estrutural das empresas. Dominar em lugar da corretiva, bem como a necessidade do envolvimento
completamente as bases de operações é o que realmente abre no- da alta administração no processo de produção.
vos caminhos e oportunidades para que sejam desenvolvidas no-
vas vertentes de melhorias. Os 14 princípios de Deming são os seguintes:
É preciso que se trabalhe muito forte sobre fatores que real- 1º princípio: Crie constância de propósito para melhorar pro-
mente tragam resultados. Seus efeitos podem transformar as em- dutos e serviços, objetivando tornar-se competitivo e manter-se em
presas em novas empresas, no sentido inovador de negócios, com atividade, bem como criar emprego;
capacidade de firmamento no mercado, de modo a prospectar com 2º princípio: Adote uma nova filosofia para a nova era eco-
segurança os rumos de seu desenvolvimento. Alguns desses itens nômica, conscientizando-se de suas responsabilidades e tomando
são: a liderança para mudanças. A administração ocidental deve des-
·  Trabalhar as pessoas, todas. pertar para o desafio, conscientizar-se de suas responsabilidades e
·  Integrar Tecnologias. assumir a liderança no processo de transformação;
·  Aprimorar os métodos. 3º princípio: Deixe de depender de inspeções para atingir a
·  Quebrar paradigmas de isolamento. qualidade. Elimine a necessidade de inspeção em massa, introdu-
·  Entre outros. zindo a qualidade no produto desde seu primeiro estágio;
O auxilio obtido por meio de profissionais internos ou exter- 4º princípio: Pare a prática de valorizar negócios com base no
nos é um dos principais fatores que irão nortear esse caminho, pois preço. Ao invés disso, minimize o custo total e estabeleça um úni-
as empresas somente crescem, se desenvolvem e se tornam em- co fornecedor para cada item, num relacionamento de longo prazo
presas inteligentes e inovadoras através das pessoas. A cultura de fundamentado na lealdade e na confiança;
novas ideias e o respeito às múltiplas visões tornam-se ferramentas 5º princípio: Melhore constantemente e sempre o sistema de
muito poderosas.  São as pessoas que irão operacionalizar todo o produção e de serviços para melhorar a qualidade e a produtivida-
conjunto tecnológico e buscar novas soluções às necessidades da de e também reduzir custos;
empresa e do mercado. 6º princípio: Institua o treinamento no local de trabalho;
Inúmeras são as vantagens de termos a consciência de que a 7º princípio: Institua liderança. A supervisão deve servir para
mudança da visão empresarial e de comportamentos é um enorme ajudar as pessoas, máquinas e dispositivos a executarem um traba-
passo para a evolução de um sistema. A busca de melhoria empre- lho melhor. A supervisão de gestão e de trabalhadores de produção
sarial deve também uma melhor condição humana na terra. deve passar por uma revisão;

Didatismo e Conhecimento 42
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
8º princípio: Elimine o medo, de modo que todos trabalhem 1) Pensamento sistêmico
efetivamente para a organização; Entendimento das relações de interdependência entre os di-
9º princípio: Elimine as barreiras entre departamentos. Fun- versos componentes de uma organização, bem como entre a orga-
cionários de pesquisa, produção (design) e vendas devem trabalhar nização e o ambiente externo, com foco na sociedade.
em conjunto para prever problemas de produção e de utilização do Esse conceito é colocado em prática quando se considera que
produto ou serviço; as organizações são constituídas por uma complexa combinação de
10º princípio: Elimine slogans, exortações e metas numéricas recursos humanos e organizacionais, cujo desempenho pode afe-
para os trabalhadores, como “defeito zero” ou novos níveis de pro- tar, positiva ou negativamente, a organização em seu conjunto. As
dutividade. Tais exortações criam apenas inimizades, visto que a organizações públicas são vistas como sistemas vivos, integrantes
maioria das causas de qualidade e produtividade baixas pertencem de ecossistemas complexos que devem interagir com o meio e se
ao sistema e estão fora do alcance do poder de atuação dos traba- adaptar. Assim, é importante que o seu sistema de gestão seja di-
lhadores; nâmico e capaz de contemplar a organização como um todo para
11º princípio: Elimine cotas numéricas e padrões para a força rever e consolidar os seus objetivos e suas estratégias, observando
de trabalho, assim como objetivos numéricos para o gerenciamen- o alinhamento e a interconexão dos seus componentes, ou seja, a
to. Substitua as lideranças; consistência entre os seus objetivos, planos, processos, ações e as
12º princípio: Remova as barreiras que privam as pessoas de
respectivas mensurações.
seu direito de orgulhar-se de seu trabalho realizado. Elimine ava-
Como sistemas vivos, as organizações precisam aprender a
liações de desempenho anuais ou por mérito, bem como a gestão
valorizar as redes formais com cidadãos-usuários, interessados e
por objetivos.
13º princípio: Institua um forte programa de educação e auto parceiros, bem como as redes que emergem informalmente, entre
aprimoramento. as pessoas que as integram, e destas com pessoas de outras organi-
14º princípio: Coloque todos na organização para trabalhar zações e entidades. Dessa forma, o pensamento sistêmico pressu-
visando alcançar a transformação. põe que as pessoas da organização entendam o seu papel no todo
Modelo de Excelência da Gestão Pública (as inter relações entre os elementos que compõem a organização
O Modelo de Excelência em Gestão Pública, de padrão in- – a dimensão interna e a dimensão externa).
ternacional, expressa o entendimento vigente sobre o “estado da
arte” da gestão contemporânea, é a representação de um sistema 2) Aprendizado organizacional
de gestão que visa aumentar a eficiência, a eficácia e a efetivida- Busca contínua e alcance de novos patamares de conhecimen-
de das ações executadas. É constituído por elementos integrados, to, individuais e coletivos, por meio da percepção, reflexão, avalia-
que orientam a adoção de práticas de excelência em gestão com a ção e compartilhamento de informações e experiências.
finalidade de levar as organizações públicas brasileiras a padrões Esse conceito é colocado em prática na medida em que a or-
elevados de desempenho e de qualidade em gestão. ganização busca de maneira estruturada, específica e proativa, o
Ele faz parte do Programa Nacional de Gestão Pública e Des- conhecimento compartilhado, incentiva a experimentação, utiliza
burocratização – GesPública e representa a principal referência o erro como instrumento pedagógico, dissemina suas melhores
a ser seguida pelas instituições públicas que desejam aprimorar práticas, desenvolve soluções e implementa refinamentos e ino-
constantemente seus níveis de gestão. vações de forma sustentável, coloca em prática o aprendizado or-
Esse Modelo de Excelência em Gestão Pública foi concebido ganizacional. Preservar o conhecimento que a organização tem de
a partir da premissa segundo a qual é preciso ser excelente sem si própria, de sua gestão e de seus processos é fator básico para a
deixar de ser público. Esse Modelo, portanto, deve estar alicerçado sua evolução.
em fundamentos próprios da gestão de excelência contemporânea
e condicionado aos princípios constitucionais próprios da natureza 3) Cultura da inovação
pública das organizações. Esses fundamentos e princípios consti- Promoção de um ambiente favorável à criatividade, à experi-
tucionais, juntos, definem o que se entende hoje por excelência em mentação e à implementação de novas ideias que possam gerar um
gestão pública.
diferencial para a atuação da organização.
O Modelo de Excelência em Gestão Pública tem como base os
Esse conceito é colocado em prática ao buscar e desenvolver
princípios constitucionais da administração pública e como pilares
os fundamentos da excelência gerencial. continuamente ideias originais e incorporá-las aos processos, pro-
Fundamentos de Excelência Gerencial dutos, serviços e relacionamentos, associado ao rompimento das
Os fundamentos da excelência são conceitos que definem o barreiras do serviço público antiquado e burocrático de forma a
entendimento contemporâneo de uma gestão de excelência na ad- otimizar o uso dos recursos públicos e produzir resultados eficien-
ministração pública e que, orientados pelos princípios constitucio- tes para a sociedade.
nais, compõem a estrutura de sustentação do Modelo de Excelên-
cia em Gestão Pública. 4) Liderança e constância de propósitos
De acordo com o Instrumento para Avaliação da Gestão Públi- A liderança é o elemento promotor da gestão, responsável pela
ca em seu Ciclo 2010 os 13 fundamentos de excelência gerencial orientação, estímulo e comprometimento para o alcance e melho-
são: Pensamento sistêmico; Aprendizado organizacional, Cultura ria dos resultados organizacionais e deve atuar de forma aberta,
da inovação, Liderança e constância de propósitos; Orientação por democrática, inspiradora e motivadora das pessoas, visando o de-
processos e informações; Visão de futuro; Geração de valor; Com- senvolvimento da cultura da excelência, a promoção de relações
prometimento com as pessoas; Foco no cidadão e na sociedade; de qualidade e a proteção do interesse público. É exercida pela
Desenvolvimento de parcerias; Responsabilidade social; Controle alta administração, entendida como o mais alto nível gerencial e
social; e Gestão participativa. assessoria da organização.

Didatismo e Conhecimento 43
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
Esse conceito é colocado em prática por meio da participação Por meio da formulação das estratégias a organização se pre-
pessoal, ativa e continuada da alta administração que é fundamen- para para colocar em prática sua Visão de Futuro. O alcance dessa
tal para dar unidade de propósitos à organização. Seu papel inclui a visão é o resultado da implementação dessas estratégias sistemati-
criação de um ambiente propício à inovação e ao aperfeiçoamento camente monitoradas, levando em consideração as tendências do
constantes, à gestão do conhecimento, ao aprendizado organiza- ambiente externo, as necessidades e expectativas das partes inte-
cional, ao desenvolvimento da capacidade da organização de se ressadas, os desenvolvimentos tecnológicos, os requisitos legais,
antecipar e se adaptar com agilidade às mudanças no seu ecossis- as mudanças estratégicas dos concorrentes e as necessidades da
tema e de estabelecer conexões estratégicas. A alta administração sociedade, no sentido de readequá-las e redirecioná-las, quando
deve atuar como mentora, precisa ter visão sistêmica e abrangente, for o caso. Assim uma organização com Visão de Futuro pensa,
ultrapassando as fronteiras da organização e as restrições de curto planeja e aprende estrategicamente, obtendo resultados de alto de-
prazo, mantendo comportamento ético e habilidade de negociação, sempenho e sustentáveis.
liderando pelo exemplo. A sua ação da liderança deve conduzir ao 7) Geração de valor
cumprimento da missão e alcance da visão de futuro da organiza- Alcance de resultados consistentes, assegurando o aumento
ção. de valor tangível e intangível de forma sustentada para todas as
partes interessadas.
5) Orientação por processos e informações Esse conceito é colocado em prática considerando que gerar
Compreensão e segmentação do conjunto das atividades e valor para todas as partes interessadas visa aprimorar relações de
processos da organização que agreguem valor para as partes inte- qualidade e assegurar o desenvolvimento da organização. Ao agir
ressadas, sendo que a tomada de decisões e a execução de ações desta forma a organização enfatiza o acompanhamento dos resul-
devem ter como base a medição e análise do desempenho, levan- tados em relação às suas finalidades e às suas metas, a comparação
do-se em consideração as informações disponíveis. destes com referenciais pertinentes e o monitoramento da satis-
Esse conceito é colocado em prática por meio da compreensão fação de todas as partes interessadas, obtendo sucesso de forma
do processo como um conjunto de atividades inter-relacionadas ou sustentada e adicionando valor para todas elas. A geração de valor
interativas que transformam insumos (entradas) em produtos/ser- depende cada vez mais dos ativos intangíveis, que atualmente re-
viços (saídas) com alto valor agregado. Os fatos e dados gerados presentam a maior parte do valor das organizações públicas. Isto
em cada um desses processos, bem como os obtidos externamente implica visão estratégica das lideranças para possibilitar à socie-
à organização, se transformam em informações que subsidiam a dade a percepção da utilidade e da credibilidade da própria orga-
tomada de decisão e alimentam a produção de conhecimentos. nização.
Esses conhecimentos dão à organização pública alta capa- 8) Comprometimento com as pessoas
cidade para agir e poder para inovar. A tomada de decisões e a Estabelecimento de relações com as pessoas, criando condi-
execução de ações devem estar suportadas por medição e análise ções de melhoria da qualidade nas relações de trabalho, para que
do desempenho, levando-se em consideração as informações dis- elas se realizem profissional e humanamente, maximizando seu
poníveis, além de incluir os riscos identificados. As informações e desempenho por meio do comprometimento, de oportunidade para
dados definem tendências, projeções e causas e efeitos e devem, desenvolver competências e de empreender, com incentivo e reco-
portanto, subsidiar o planejamento, a avaliação, a tomada de de- nhecimento.
cisões e a implementação de melhorias. A excelência em gestão A prática desse conceito pressupõe dar autonomia para atingir
pressupõe: obtenção e tratamento sistemáticos de dados e informa- metas e alcançar resultados, assumir riscos, criar oportunidade de
ções de qualidade, alinhados às suas necessidades; sistemas de in- aprendizado e desenvolvimento de competência e reconhecendo
formações estruturados e adequados; e obtenção e uso sistemáticos o bom desempenho, criando práticas flexíveis e produtivas para
de informações comparativas. A orientação por processos permite atrair e reter talentos, propiciando um clima organizacional par-
planejar e executar melhor as atividades pela definição adequada ticipativo e agradável. Criar um ambiente flexível e estimulante à
de responsabilidades, uso dos recursos de modo mais eficiente, geração do conhecimento, disseminando os valores e as crenças da
realização de prevenção e solução de problemas, eliminação de organização e assegurando um fluxo aberto e contínuo de informa-
atividades redundantes, aumentando a produtividade. A orientação ções é fundamental para que as pessoas se motivem e atuem com
por processos e informações implica postura pró ativa relacionada autonomia.
à noção de antecipação e resposta rápida às mudanças do ambiente 9) Foco no cidadão e na sociedade cidadão
– percepção dos sinais do ambiente e antecipação – com vistas a Direcionamento das ações públicas para atender, regular e
evitar problemas e/ou aproveitar oportunidades. A resposta rápida continuamente, as necessidades dos cidadãos e da sociedade, na
agrega valor à prestação dos serviços públicos e aos resultados do condição de sujeitos de direitos, beneficiários dos serviços públi-
exercício do poder de Estado. cos e destinatários da ação decorrente do poder de Estado exercido
6) Visão de futuro pelas organizações públicas.
Indica o rumo de uma organização e a constância de propósi- Esse conceito é colocado em prática considerando que os ci-
tos que a mantém nesse rumo. Está diretamente relacionada à ca- dadãos usuários, atuais e potenciais, e a sociedade são sujeitos de
pacidade de estabelecer um estado futuro desejado que dê coerên- direitos e as organizações públicas têm obrigação de atender, com
cia ao processo decisório e que permita à organização antecipar-se qualidade e presteza, às suas necessidades e às suas demandas, de
às necessidades e expectativas dos cidadãos e da sociedade. Inclui, forma regular e contínua. Nesse sentido, a organização tem que
também, a compreensão dos fatores externos que afetam a organi- alinhar as suas ações e os seus resultados às necessidades e às ex-
zação com o objetivo de gerenciar seu impacto na sociedade. pectativas dos cidadãos e da sociedade e antecipar suas necessi-
dades futuras o que implica estabelecer um compromisso com a

Didatismo e Conhecimento 44
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
sociedade no sentido de fazer o melhor no cumprimento da sua 12) Controle social
missão institucional considerando o interesse público. A adminis- Atuação que se define pela participação das partes interessa-
tração pública tem o dever de garantir o direito dos cidadãos de das no planejamento, acompanhamento e avaliação das atividades
acesso dos serviços públicos de maneira contínua (princípio da da Administração Pública e na execução das políticas e dos pro-
Continuidade do Serviço Público), com o objetivo de não preju- gramas públicos.
dicar o atendimento à população, particularmente no que se refere Para promover a prática desse conceito a alta administração
aos serviços essenciais. das organizações públicas tem que estimular a sociedade a exercer
10) Desenvolvimento de parcerias ativamente o seu papel de guardiã de seus direitos e de seus bens
Desenvolvimento de atividades conjuntamente com outras comuns. A transparência e a participação social são os requisitos
organizações com objetivos específicos comuns, buscando o ple- fundamentais para a efetivação do controle social. Assim, a gestão
no uso das suas competências complementares para desenvolver pública de excelência pressupõe viabilizar as condições necessá-
sinergias. rias para que o controle social possa ser exercido pela sociedade.
Na prática as organizações modernas reconhecem que no Nesse sentido, a administração pública deve garantir visibilidade
mundo de hoje - de mudanças constantes e aumento da demanda de seus atos e ações e implementar mecanismos de participação
- o sucesso pode depender das parcerias que elas desenvolvem. social.
Essas organizações procuram desenvolver maior interação, rela- Propiciar transparência significa democratizar o acesso às in-
cionamento e atividades compartilhadas com outras organizações, formações sobre o funcionamento da organização, o que implica:
de modo a permitir a entrega de valor agregado a suas partes inte- disponibilizar informações sobre as ações públicas em condições
ressadas por meio da otimização das suas competências essenciais. de serem entendidas, interpretadas e de possibilitarem efetivamen-
Essas parcerias podem ser com clientes, fornecedores, organiza- te o controle social (informações claras, detalhadas, completas e
ções de cunho social, ou mesmo com competidores e são baseadas com dados desagregados); tornar acessíveis aos cidadãos as in-
em benefícios mútuos claramente identificados. O trabalho con- formações sobre o funcionamento da administração pública. Par-
junto dos parceiros, apoiado nas competências, no conhecimento ticipação social é ação democrática dos cidadãos nas decisões e
e nos recursos comuns, assim como o relacionamento baseado em ações que definem os destinos da sociedade. Colocá-la em prática
confiança mútua, respeito e abertura facilitam o alcance dos obje- implica aprender a lidar e interagir com as mobilizações e movi-
tivos. As parcerias são usualmente estabelecidas para atingir um mentos sociais.
objetivo estratégico ou entrega de um produto ou serviço, sendo 13) Gestão participativa
formalizadas por um determinado período e envolvem a negocia- Estilo de gestão que determina uma atitude gerencial da alta
ção e o claro entendimento das funções de cada parte, bem como
administração que busque o máximo de cooperação das pessoas,
dos benefícios decorrentes.
reconhecendo a capacidade e o potencial diferenciado de cada um
e harmonizando os interesses individuais e coletivos, a fim de con-
11) Responsabilidade social
seguir a sinergia das equipes de trabalho.
Atuação voltada para assegurar às pessoas a condição de cida-
Na prática uma gestão participativa é implementada dando-se
dania com garantia de acesso aos bens e serviços essenciais, e ao
às pessoas autonomia para o alcance de metas e cobrando a coo-
mesmo tempo tendo também como um dos princípios gerenciais
peração, o compartilhamento de informações e a confiança para
a preservação da biodiversidade e dos ecossistemas naturais, po-
tencializando a capacidade das gerações futuras de atender suas delegar. Como resposta, as pessoas tomam posse dos desafios e
próprias necessidades. dos processos de trabalho dos quais participam, tomam decisões,
A prática pressupõe o reconhecimento da sociedade como par- criam, inovam e geram um clima organizacional saudável.
te integrante do ecossistema da organização, com necessidades e Todos concordam que um dos maiores problemas do Brasil, e
expectativas que precisam ser identificadas, compreendidas e aten- das empresas que aqui funcionam, é a burocracia. E concordam
didas. Trata-se do exercício constante da consciência moral e cí- também que todo meio de tentar eliminá-la ao máximo é válido e
vica da organização, advinda da ampla compreensão de seu papel urgente, certo? Por isso, hoje falaremos um pouco sobre uma téc-
no desenvolvimento da sociedade. O respeito à individualidade, nica da Administração que tem como objetivo principal eliminar a
ao sentimento coletivo e à liberdade de associação, assim como a burocracia corporativa desnecessária, o Downsizing.
adoção de políticas não-discriminatórias e de proteção das mino- O que é o Downsizing?
rias são regras básicas nas relações da organização com as pessoas. O Downsizing, que em português significa “achatamento”, é
A organização deve buscar o desenvolvimento sustentável, uma técnica conhecida em todo o mundo e que visa a eliminação
identificar os impactos na sociedade que possam decorrer de suas de processos desnecessários que engessam a empresa e atrapalham
instalações, processos, produtos e serviços e executar ações pre- a tomada de decisão, com o objetivo de criar uma organização
ventivas para eliminar ou minimizar esses impactos em todo o mais eficiente e enxuta possível. Sua atuação é focada na área de
ciclo de vida das instalações, produtos e serviços. Adicionalmen- recursos humanos (RH) da empresa.
te, deve preservar os ecossistemas naturais, conservar os recursos
não-renováveis e racionalizar o uso dos recursos renováveis. Além
do atendimento e superação dos requisitos legais e regulamenta-
res associados aos seus bens, serviços, processos e instalações.
O exercício da cidadania pressupõe o apoio a ações de interesse
social e pode incluir: a educação e a assistência comunitária; a
promoção da cultura, do esporte e do lazer; e a participação no
desenvolvimento nacional, regional ou setorial.

Didatismo e Conhecimento 45
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
Críticas ao método Downsizing
Apesar das vantagens trazidas às empresas, no longo prazo,
como o corte de custos e a maior flexibilização da organização, o
downsizing vem recebendo duras críticas de especialistas ao longo
dos anos. Alguns famosos estudiosos da administração, como Pe-
ter Drucker e Charles Handy já se manifestaram contra este méto-
do. Até mesmo um dos criadores do downsizing, Robert Tomasko,
admitiu que foram longe demais com a metodologia.
Já Prahalad, autor do livro Competing for the Future, chamou
ao downsizing de anorexia empresarial.
Fonte: http://www.sobreadministracao.com/downsizing-o-
-que-e-e-como-funciona/

Esta técnica exige um alinhamento racionalizado com o pla- GESTÃO DO CONHECIMENTO.


nejamento estratégico da empresa e seus objetivos e metas gerais.
A curto prazo, este procedimento envolve, invariavelmente, de-
missões, redução de custos, reestruturação organizacional, achata-
mento da estrutura da organização etc. Segundo Drucker (1990), gestão do conhecimento é a capaci-
Já em um espaço de tempo maior, o Downsizing contribui dade de gerenciar, descobrir, mapear, classificar, captar, distribuir,
para um crescimento sustentado da empresa, facilitando uma ex- criar, multiplicar e reter conhecimento com eficiência, eficácia e
pansão de mercado, modernização da empresa e de seus procedi- efetividade para que uma organização se coloque em posição de
mentos, aprimoramento de produtos e serviços e, principalmente, vantagem competitiva em relação às outras para gerar lucro e ga-
a exclusão da burocracia desnecessária da empresa. rantir sua sobrevivência e expansão no mercado. 
Objetivos do downsizing Por causa da necessidade de manter-se no mercado, segundo
• Redução de custos; Nonaka e Takeuchi (1997, p. 12), que a cada dia torna-se mais
• Rapidez na tomada de decisão; competitivo, as empresas procuram modernizar e aumentar a sua
• Resposta mais rápida às ações do concorrente; capacidade de “[...] criar conhecimento, disseminá-lo na organiza-
• Comunicação menos distorcida e mais rápida; ção e incorporá-lo a produtos, serviços e sistemas”, chamados por
• Manutenção da orientação para a ação com menos aná- Gattoni (2004), de processo de criação. 
lise e paralisia; Tal processo de criação envolve registros e transferências de
• Promoção das sinergias dentro da empresa; conhecimentos, que são partes integrantes da gestão do conheci-
• Elevação da moral na gerência geral; mento, os quais possibilitam que as empresas criem produtos e
• Criação do foco nas necessidades do cliente, e não nos serviços com períodos de existência cada dia mais curto e adequa-
procedimentos internos; do às inovações produzidas dentro das organizações, tornando-se
• Aumento da produtividade dos gerentes. uma importante ferramenta para inovação tecnológica na gerência
Etapas da implementação do downsizing de projetos. 
Para que o método atinja seus objetivos principais mostrados A gestão do conhecimento, por ser um assunto atual, possui
acima, é preciso que a empresa e seus gestores sigam as seguintes uma grande diversidade de conceitos. Carlos (2009, pp.1-2), apre-
etapas: senta as oito definições mais usadas em trabalhos científicos para
• Planejamento; Gestão do Conhecimento: 
• Definição de metas; • É o conjunto de processos e sistemas que permitem que o
• Elaboração de princípios básicos; capital intelectual de uma organização aumente de forma signifi-
• Coleta de fatos; cativa, mediante a gestão de suas capacidades de resolução de pro-
• Identificação de oportunidades; blemas de forma eficiente, com o objetivo final de gerar vantagens
• Planejamento de melhorias; competitivas sustentáveis no tempo.
• Execução. • É um processo sistemático de encontrar, relacionar, orga-
O projeto de implementação do Downsizing envolve também: nizar, filtrar e apresentar a informação de maneira a melhorar a
• Análise dos custos e da evolução de indicadores; competência das equipes em áreas específicas. Isto é, procurar,
• Avaliação do valor agregado ao produto; selecionar, analisar e sintetizar criticamente ou de maneira inte-
• Eliminação de posições e níveis hierárquicos; ligente e racional a grande quantidade de informação disponível,
• Simplificação da estrutura; com o fim de que a empresa não tenha que estudar duas vezes um
• Análise da viabilidade de terceirização de serviços; mesmo processo, e desta forma melhorar o rendimento organiza-
• Reavaliaçao dos critérios de análise do desempenho pes- cional e pessoal.
soal; • A gestão do conhecimento tem por objetivo alcançar, orga-
nizar, compartilhar e enriquecer o conhecimento relevante funda-
mentalmente focado no redesenho pessoal e organizacional. Além
disso, persegue criar novo conhecimento para contar com visões
criativas e transformadoras.

Didatismo e Conhecimento 46
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
• A Gestão do Conhecimento corresponde ao conjunto de ati- • documentos textuais : são os documentos manuscritos, dati-
vidades desenvolvidas para utilizar, compartilhar, desenvolver e lografados/ digitados ou impressos;
administrar os conhecimentos que possui uma organização e os • documentos cartográficos : são os documentos em formatos
indivíduos que nesta trabalham de maneira que estes sejam enca- e dimensões variáveis, contendo representações geográficas, ar-
minhados para a melhor consecução dos objetivos. quitetônicas ou de engenharia. Exemplos: mapas, plantas e perfis;
• A criação, armazenamento, colaboração e o compartilhar • documentos iconográficos : são os documentos em suportes
informação de empregados em torno do trabalho. Através de sintéticos, em papel emulsionado ou não, contendo imagens está-
compartilhar e colaborar aumenta-se a eficiência, produtividade e ticas. Exemplos: fotografias (diapositivos, ampliações e negativos
rentabilidade de uma organização. Respaldado por ferramentas e fotográficos), desenhos e gravuras;
métodos de Tecnologia da informação avançados. • documentos filmográficos : são os documentos em películas
• O sistema de Gestão do Conhecimento se define como uma cinematográficas e fitas magnéticas de imagem (tapes), conjuga-
infraestrutura criada pela organização para implantar os proces- das ou não a trilhas sonoras, com bitolas e dimensões variáveis,
sos e os procedimentos que, atuando sobre uma base de dados, de contendo imagens em movimento. Exemplos : filmes e fitas video-
informação e de conhecimentos estruturada em torno da proble- magnéticas; w.ResumosConcursos.hpg.com.br Resumo: Arquivos
mática de inovação dos clientes, permitam a utilização do capital e Documentos – Conceitos e Características – por Arquivo Na-
intelectual da organização para gerar os serviços e os produtos ne- cional
cessários para contribuir ao aumento da competitividade de suas • documentos sonoros : são os documentos com dimensões
empresas clientes. e rotações variáveis, contendo registros fonográficos. Exemplos :
Fonte: https://www.portaleducacao.com.br/administracao/ar- discos e fitas audiomagnéticas;
tigos/44183/conceito-de-gestao-do-conhecimento • documentos micrográficos : são documentos em suporte fíl-
mico resultante da microreprodução de imagens, mediante utiliza-
GESTÃO DE DOCUMENTOS. O CICLO ção de técnicas específicas. Exemplos : rolo, microficha, jaqueta e
VITAL DOS DOCUMENTOS: ARQUIVOS cartão - janela;
CORRENTES, INTERMEDIÁRIOS • documentos informáticos : são os documentos produzidos,
E PERMANENTES. MÉTODOS DE tratados e armazenados em computador. Exemplos : disco flexível
CLASSIFICAÇÃO DOS DOCUMENTOS. (disquete), disco rígido (winchester) e disco óptico.
PRESERVAÇÃO DE DOCUMENTOS. b) Caracterização quanto à Espécie
Os documentos podem ser caracterizados segundo seu aspecto
formal, ou seja, as espécies documentais são definidas tanto em ra-
zão da natureza dos atos que lhes deram origem, quanto à forma de
registro de fatos. Tomando por base os atos administrativos mais
Conceituação de Documentos
comuns em nossas estruturas de governo, temos :
Documento é toda informação registrada em um suporte
• atos normativos: são as regras e normas expedidas por auto-
material, suscetível de ser utilizada para consulta, estudo, prova
ridades administrativas.
e pesquisa, pois comprovam fatos, fenômenos, formas de vida e
Exemplo : medida provisória, decreto, estatuto, regimento,
pensamentos do homem numa determinada época ou lugar.
Todo documento é uma fonte de informação como, por exem- regulamento, resolução, portaria, instrução normativa, ordem de
plo: o livro, a revista, o jornal, o manuscrito, a fotografia, o selo, a serviço, decisão, acórdão, despacho decisório;
medalha, o filme, o disco, a fita magnética etc. • atos enunciativos: são os opinativos, que esclarecem os as-
Documentos de arquivo são todos os que produzidos e/ou re- suntos, visando a fundamentar uma solução. Exemplos : parecer,
cebidos por uma pessoa física ou jurídica, pública ou privada, no relatório, voto, despacho interlocutório;
exercício de suas atividades, constituem elementos de prova ou • atos de assentamento: são os configurados por registros, con-
de informação. Formam um conjunto orgânico, refletindo as ativi- substanciando assentamento sobre fatos ou ocorrências. Exemplo :
dades a que se vinculam, expressando os atos de seus produtores apostila, ata, termo, auto de infração;
no exercício de suas funções. Assim, a razão de sua origem ou a • atos comprobatórios: são os que comprovam assentamentos,
função pela qual são produzidos é que determina a sua condição decisões etc. Exemplos : traslado, certidão, atestado, cópia autên-
de documento de arquivo e não a natureza do suporte ou formato. tica ou idêntica;
Documentos públicos são todos os documentos de qualquer • atos de ajuste: são representados por acordos em que a ad-
suporte ou formato, produzidos e/ou recebidos por um órgão go- ministração pública (federal, estadual, do Distrito Federal ou mu-
vernamental na condução de suas atividades. São também docu- nicipal) é parte. Exemplos : tratado, convênio, contrato, termos
mentos públicos aqueles produzidos e/ou recebidos por institui- (transação, ajuste etc);
ções de caráter público e por entidades privadas responsáveis pela • atos de correspondência: objetivam a execução dos atos
execução de serviços públicos. normativos, em sentido amplo. Exemplos : aviso, ofício, carta,
Características dos Documentos de Arquivo De acordo com memorando, mensagem, edital, intimação, exposição de motivos,
seus diversos elementos, formas e conteúdos, os documentos po- notificação, telegrama, telex, telefax, alvará, circular.
dem ser caracterizados segundo o gênero a espécie e a natureza do c) Caracterização quanto à Natureza do Assunto
assunto. Quanto a natureza do assunto os documentos podem ser os-
a) Caracterização quanto ao Gênero Os documentos podem tensivos ou sigilosos.
ser definidos segundo o aspecto de sua representação no diferentes Arquivos e Documentos – Conceitos e Características – por
suportes: Arquivo Nacional

Didatismo e Conhecimento 47
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
A classificação de ostensivo é dada aos documentos cuja di- executá-las., proporcionado assim um melhor rendimento de todo
vulgação não prejudica a instituição, podendo ser de domínio pú- o pessoal. Portanto, fica claro que o protocolo pode ser uma saída
blico. para os problemas mais comuns de tramitação documental, desde
Consideram-se sigilosos os documentos que, pela natureza que utilizado da forma correta. Do contrário, a implantação deste
de seu conteúdo, devam ser de conhecimento restrito e, portanto, sistema pode ocasionar outros problemas, talvez de cunho ainda
requeiram medidas especiais de salvaguarda para sua custódia e maior.
divulgação. Fonte: https://centraldefavoritos.wordpress.com/2010/12/06/
O Decreto nº 2.134, de 24 de janeiro de 1997, regulamenta protocolo/
o art. 23 da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, dispõe sobre a
categoria dos documentos públicos sigilosos e o acesso a eles, e dá A arquivística ou arquivologia é uma ciência que estuda as
outras providências. funções do arquivo, e também os princípios e técnicas a serem
Os assuntos sigilosos serão classificados de acordo com os observados durante a atuação de um arquivista sobre os arquivos.
seguintes graus: ultra secreto, secreto, confidencial e reservado. É a Ciência e disciplina que objetiva gerenciar todas as informa-
O Decreto nº 2.910, de 29 de dezembro de 1998, estabelece ções que possam ser registradas em documentos de arquivos. Para
normas para a salvaguarda de documentos, materiais, áreas, comu- tanto, utiliza-se de princípios, normas, técnicas e procedimentos
nicações e sistemas de informação de natureza sigilosa, e dá outras diversos, que são aplicados nos processos de composição, coleta,
providências análise, identificação, organização, processamento, desenvolvi-
Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAjuAAD/ mento, utilização, publicação, fornecimento, circulação, armaze-
arquivos-documentos-conceitos-caracteristicas. namento e recuperação de informações.
A tramitação de um documento dentro de uma instituição O arquivista é um profissional de nível superior, com forma-
depende diretamente se as etapas anteriores foram feitas da for- ção em arquivologia ou experiência reconhecida pelo Estado. Ele
ma correta. Se feitas, fica mais fácil, com o auxílio do protocolo, pode trabalhar em instituições públicas ou privadas, centros de do-
saber sua exata localização, seus dados principais, como data de cumentação, arquivos privados ou públicos, instituições culturais
entrada, setores por que já passou, enfim, acompanhar o desenrolar etc. É o responsável pelo gerenciamento da informação, gestão
de suas funções dentro da instituição. Isso agiliza as ações dentro documental, conservação, preservação e disseminação da infor-
da instituição, acelerando assim, processos que anteriormente en- mação contida nos documentos. Também tem por função a preser-
contravam dificuldades, como a não localização de documentos, vação do patrimônio documental de um pessoa (física ou jurídica),
não se podendo assim, usá-los no sentido de valor probatório, por instituição e, em última instância, da sociedade como um todo.
exemplo. Ocupa-se, ainda, da recuperação da informação e da elaboração de
Após cumprirem suas respectivas funções, os documentos de- instrumentos de pesquisa, observando as três idades dos arquivos:
vem ter seu destino decidido, seja este a sua eliminação ou reco- corrente, intermediária e permanente.
lhimento. É nesta etapa que a expedição de documentos torna-se O arquivista atua desenvolvendo planejamentos, estudos e
importante, pois por meio dela, fica mais fácil fazer uma avaliação técnicas de organização sistemática e conservação de arquivos, na
do documento, podendo-se assim decidir de uma forma mais con- elaboração de projetos e na implantação de instituições e sistemas
fiável, o destino do documento.  Dentre as recomendações com arquivísticos, no gerenciamento da informação e na programação e
relação a expedição de documentos, destacam-se: organização de atividades culturais que envolvam informação do-
• Receber a correspondência, verificando a falta de anexos cumental produzida pelos arquivos públicos e privados. Uma gran-
e completando dados; de dificuldade é que muitas organizações não se preocupam com
• Separar as cópias, expedindo o original; seus arquivos, desconhecendo ou desqualificando o trabalho deste
• Encaminhar as cópias ao Arquivo. profissional, delegando a outros profissionais as atividades espe-
É válido ressaltar que as rotinas acima descritas não valem cíficas do arquivista. Isto provoca problemas quanto à qualidade
como regras, visto que cada instituição possui suas tipologias do- do serviço e de tudo o que, direta ou indiretamente, depende dela.
cumentais, seus métodos de classificação, enfim, surgem situações Arquivo é um conjunto de documentos criados ou recebidos
diversas. Servem apenas como exemplos para a elaboração de ro- por uma organização, firma ou indivíduo, que os mantém ordena-
tinas em cada instituição. damente como fonte de informação para a execução de suas ati-
Após a discussão das vantagens de implantação de um sistema vidades. Os documentos preservados pelo arquivo podem ser de
de protocolo, cabe avaliar as desvantagens do uso deste sistema, vários tipos e em vários suportes. As entidades mantenedoras de
se feito de forma errônea. Num primeiro momento, deve-se pensar arquivos podem ser públicas (Federal, Estadual Distrital, Munici-
num sistema simples de inserção de dados, que venha a atender pal), institucionais, comerciais e pessoais.
as necessidades da empresa. Contudo, é essencial que as pessoas Um documento (do latim documentum, derivado de docere
que trabalham diretamente com o recebimento e registro de do- “ensinar, demonstrar”) é qualquer meio, sobretudo gráfico, que
cumentos, recebam um treinamento adequado, para que possam comprove a existência de um fato, a exatidão ou a verdade de uma
executar essa tarefa da forma correta, visto que, se feita da for- afirmação etc. No meio jurídico, documentos são frequentemente
ma errada, todo o trâmite do documento pode ser comprometido. sinônimos de atos, cartas ou escritos que carregam um valor pro-
Deve-se esquecer a idéia de que basta inserir dados e números batório.
num sistema, que todos os problemas serão resolvidos. A própria Documento arquivísticos: Informação registrada, independen-
conscientização dos funcionários, no sentido de que, se organiza- te da forma ou do suporte, produzida ou recebida no decorrer da
dos e devidamente registrados, as tarefas que necessitam do uso atividade de uma instituição ou pessoa e que possui conteúdo, con-
de documentos se tornarão mais fáceis para todos que venham a texto e estrutura suficientes para servir de prova dessa atividade.

Didatismo e Conhecimento 48
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
Desde o desenvolvimento da Arquivologia como disciplina, a É importante no Arquivo que os documentos de uma mesma
partir da segunda metade do século XIX, talvez nada tenha sido tão função sejam guardados juntos, para que se perceba como come-
revolucionário quanto o desenvolvimento da concepção teórica e çou a ação e como terminou, formando assim os dossiês de fácil
dos desdobramentos práticos da gestão. compreensão para quem pesquisa.
Arquivamento: guarde os documentos dentro das pastas e das
PRINCÍPIOS: caixas já contidas no setor ou monte-as de acordo com o plano de
Os princípios arquivísticos constituem o marco principal da classificação.
diferença entre a arquivística e as outras “ciências” documentárias. Nesse último caso faça as etiquetas indicando o código da ati-
São eles: vidade correspondente. Não se esqueça de anotar no canto superior
esquerdo da pasta os códigos da Unidade/Órgão/área respectivos.
Princípio da Proveniência: Fixa a identidade do documento, Empréstimo de Documentos: para se controlar melhor os do-
relativamente a seu produtor. Por este princípio, os arquivos de- cumentos que saem do arquivo e para garantir a integridade do
vem ser organizados em obediência à competência e às atividades mesmo, é interessante que se adote um sistema de controle de em-
da instituição ou pessoa legitimamente responsável pela produção, préstimo de documentos.
acumulação ou guarda dos documentos. Arquivos originários de Você pode criar um formulário de Requisição de Documentos
uma instituição ou de uma pessoa devem manter a respectiva in- com os seguintes dados:
dividualidade, dentro de seu contexto orgânico de produção, não
devendo ser mesclados a outros de origem distinta. - a) Identificação do documento.
- b) Classificação ou pasta a qual ele pertence.
Princípio da Organicidade: As relações administrativas or- - c) O nome do requisitante e o setor.
gânicas se refletem nos conjuntos documentais. A organicidade - d) Assinatura e datas de empréstimo e devolução.
é a qualidade segundo a qual os arquivos espelham a estrutura, Lembre-se: “O arquivamento correto e a localização imediata
funções e atividades da entidade produtora/acumuladora em suas dos documentos, depende, em grande parte, da precisão e cuidado
relações internas e externas. com que são executadas cada uma dessas operações.”.

Princípio da Unicidade: Não obstante, forma, gênero, tipo Classificação Cronológica


ou suporte, os documentos de arquivo conservam seu caráter úni- A classificação cronológica tem por base a possibilidade em
co, em função do contexto em que foram produzidos. agrupar determinado número de documentos de acordo com as di-
visões naturais do tempo: anos, meses, semanas, dias e horas. Este
sistema, como se pode observar, é muito semelhante ao sistema
Princípio da Indivisibilidade ou integridade: Os fundos de
numérico simples e utiliza-se, muitas das vezes, em combinação
arquivo devem ser preservados sem dispersão, mutilação, aliena-
com outros sistemas classificativos, sobretudo, o alfabético.
ção, destruição não autorizada ou adição indevida.
A localização de um documento classificado cronologicamen-
te requer um conhecimento perfeito da data exata (ano, mês ou
Princípio da Cumulatividade: O arquivo é uma formação
dia) sem a qual não será possível localizá-lo. Este tipo de clas-
progressiva, natural e orgânica. sificação não oferece especiais dificuldades quando se procede a
incorporação de novos documentos. Quando se pretende localizar
Classificação e recuperar os documentos é necessário elaborar fichas remissivas
A escolha da forma de ordenação depende muito da natureza alfabéticas, por exemplo, de assuntos, que possibilitam a indicação
dos documentos. Vejam os métodos básicos: da data do documento.
Ordenação Alfabética: disposição dos documentos ou pastas As conservatórias do Registro Civil, por exemplo, são ser-
de acordo com a sequência das letras do alfabeto. Pode ser classi- viços onde a ordenação e pesquisa de documentos é elaborada
ficada em enciclopédico e dicionário quando se trata de assuntos. mediante recurso às datas de nascimento, casamento, morte e de
Ordenação Cronológica: disposição dos documentos ou pas- outros assuntos. Este tipo de classificação é aplicado em arquivos
tas de acordo com a sucessão temporal. de documentos de origem contabilística: faturas, pagamentos de
Ordenação Geográfica: disposição de acordo com as unidades contribuições, ordenados e outros assuntos relacionados com esta
territoriais (países, estados, municípios, distritos, bairros e outras). e em Arquivos Históricos e Etnográficos, uma vez que proporciona
Ordenação Temática: disposição de acordo com temas ou as- a ligação do passado ao presente e nos mostrando-nos a evolução
suntos. das instituições ao longo da história.
Ordenação Numérica: disposição de acordo com a sequência
numérica atribuída aos documentos. Depende de um índice auxi- Classificação Geográfica
liar para busca de dados. Este sistema utiliza um método idêntico ao cronológico com a
diferença de que os documentos são classificados e agrupados com
Ex.: Na pasta MANUTENÇÃO PRÉDIO você poderá arqui- base nas divisões geográficas/administrativas do globo: países, re-
var os documentos em ordem cronológica, assim sendo teríamos: giões, províncias, distritos, conselhos, cidades, vilas, aldeias, bair-
primeiro o Memorando pedindo o conserto, depois a resposta do ros, freguesias, ruas e outros critérios geográficos e de localização.
ESTEC solicitando a compra de torneira nova, em seguida a Infor- Este sistema é combinado com outros sistemas classificativos,
mação de que já foi adquirida a torneira, e por último a Informação como por exemplo; o alfabético, o numérico ou o decimal, com
do ESTEC que o serviço foi concluído. vista a um melhor acondicionamento e localização dos documen-
tos e a sua informação.

Didatismo e Conhecimento 49
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
O sistema de classificação geográfica resulta do fato de haver A classificação decimal consiste, essencialmente, na divisão
necessidade de localizar fato ou pessoas num espaço geográfico dos assuntos ou matérias em 10 grupos de primeira ordem ou ca-
determinado, como por exemplo; as coleções ou séries filatélicas tegoria (0 a 9) que por sua vez se podem subdividir em grupos
que normalmente são agrupadas por localidades, países, regiões de segunda ordem e assim sucessivamente. Assim, por exemplo,
e outros critérios relacionados com estes. É muito utilizado em ao grupo de primeira categoria ou principal é atribuída a seguinte
museus etnográficos e de arte popular. numeração:
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Classificação Ideológica Sendo as divisões de segunda categoria e derivadas do grupo
A classificação ideológica, também designada como ideo- 5 as seguintes:
gráfica, metódica ou analítica baseia-se, fundamentalmente, na 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59
divisão de assuntos, ideias, conceitos e outras divisões, sendo os Ainda se pode subdividir o grupo de segunda categoria o nº
documentos referentes a um mesmo assunto ou objeto de conheci- 55 noutro de terceira categoria:
mento, ordenados segundo um conceito chave ou ideia de agrupa- 550 551 552 553 554 555 556 557 558 559
mento, colocando-se a seguir, de forma alfabética. Com este sistema pretendia-se abranger a totalidade dos as-
Este sistema parte da análise de um assunto e divide-o em suntos ou matérias que iriam ser objeto de classificação, baseando-
grupos e subgrupos com características cada vez mais particulares -se no principio de que a formação dos números decimais é ilimita-
e restritas exigindo um certo controlo e disciplina devido à grande da e entre dois números decimais, consecutivos da mesma ordem,
variedade de palavras com significados análogo. podem intercalar-se outros dez da ordem imediatamente inferior.
Para aplicar este sistema é necessário elaborar um instrumento Exemplo:
de trabalho que sirva de orientação para a classificação de assun- 51. Expediente e arquivo
tos nos arquivos e que se designa normalmente por classificador 510. Expediente e arquivo em geral
ou listagem por assuntos. O classificador deve ser elaborado res- 511. Arquivo
peitando um determinado número de regras, tais como, evitar as 512. Seleção documental
abstrações (por abrangerem matérias demasiado vastas) e afastar a 513. Reprografia
utilização de palavras com significados análogos, colocando-se na 514. Entrada e saída de correspondência
lista uma remissiva para a palavra-chave que está a ser utilizada. 5140. Entrada de correspondência
Para que o nosso trabalho fique completo deve-se submeter à 5141. Saída de correspondência
listagem a uma cuidadosa avaliação pelos utentes do arquivo, de 515. Serviços auxiliares
forma a poder introduzir os melhoramentos necessário que permi- 5150. Serviços auxiliares em geral
tam a recuperação dos documentos arquivados Este instrumento 5151. Transportes pelas cantinas
deve ser periodicamente revisto e atualizado, e deve refletir a es- 516. Telefone
trutura interna do organismo. 517. Viaturas
As principais vantagens atribuídas a este sistema classificativo Apesar deste sistema de classificação ter imensos simpati-
resultam do fato de se poder ter uma visão global dos assuntos zantes devido à sua aparente simplicidade acontece, porém, que
que são abordados na documentação, permitir o agrupamento dos enferma de alguns inconvenientes, entre os quais, a rigidez que
documentos de acordo com o seu conteúdo, ser extensível até ao impõe na divisão dos vários ramos do conhecimento humano; é
infinito e de ser altamente flexível. um sistema relativamente moroso, quer na sua construção, quer na
A técnica que se costuma aplicar na divisão dos assuntos é a sua aplicação à organização espacial do arquivo e posterior locali-
seguinte: zação, exigindo pessoal especializado.
Divisão do assunto em capítulos
Divisão de cada capítulo em famílias Classificação Decimal Universal (CDU)
Divisão de cada família em grupos, representando assuntos A classificação Decimal Universal (CDU) é um esquema de
especializados classificação uniformizado e normalizado, amplamente usado na-
Divisão eventual de cada grupo em subgrupos, indicando uma cional e internacionalmente, que visa cobrir e organizar a totalida-
divisão particular de do conhecimento humano.
Henri Lafontaine e Paul Otlet publicaram, em 1905, a primei-
Classificação Decimal ra edição do que viria a ser a Classificação Decimal Universal.
O sistema de classificação decimal pode ser considerado um Esta primeira edição do Manuel du Repertoire Bibliografique
critério classificativo resultante da combinação da classificação Universal é um desenvolvimento do esquema base utilizado por
numérica com a ideológica. Dewey que distribui a totalidade do conhecimento em dez grandes
Este método classificativo foi idealizado pelo bibliotecário classes, que por sua vez, são divididas em dez subclasses que se
norte-americano Mevil Dewey que a definia, na essência, como dividem em dez grupos. Cada conceito é traduzido por uma nota-
uma classificação de assuntos relacionados a um índice relativo. ção numérica ou alfanumérica por exemplo, ao conceito geral de
Não só foi criada para a arrumação dos livros nas prateleiras mas educação corresponde a notação numérica 37.
também para indicações nos catálogos, recortes notas, manuscritos A CDU baseia-se em três princípios fundamentais os quais
e de um modo geral, todo material literário de qualquer espécie. são:
Foi aplicado pela primeira vez a partir de 1851, na biblioteca de Classificação: por ser uma classificação no sentido restrito da
Amhrest College de Massachussets, nos Estado Unidos da Améri- palavra agrupa ideias nos seus aspectos concordantes.
ca e com bons resultados.

Didatismo e Conhecimento 50
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
Universalidade: inclui cada um dos ramos do conhecimento A classificação automática assenta no seguinte princípio geral:
humano, encarando-os sob os vários aspectos. ao caracterizar diversos objetos de uma coleção organizando-os
Decimalidade: a totalidade do conhecimento humano é dividi- por séries de atributos (data, forma, língua, domínio, e outros), é
da em dez classes, cada uma das quais, por sua vez, se subdivide de possível comparar, agrupando, de dois em dois e contar para cada
novo decimalmente, pela adição de cifras decimais. par o número de atributos comuns. O resultado conduz à colocação
Este sistema é mais utilizado em bibliotecas e serviços de do- em conjunto dos objetos que possuem características frequentes,
cumentação para a elaboração de ficheiros por assuntos ou maté- constituindo classes não à priori mas sim à posteriori.
rias e posterior catalogação e arrumação do material bibliográfico. O interesse que desperta a classificação automática situa-se ao
Em Portugal, o uso deste sistema de classificação é generalizado, nível da pesquisa documental. Ela permanece sem utilidade em or-
tanto nas Bibliotecas Universitárias, como nas Bibliotecas Públi- ganizações que já possuem a classificação física das obras, sendo
cas e Escolares. incapaz de recriar automaticamente um esquema classificatório. A
A CDU tem vindo a ser continuamente ampliada e modificada concepção e desenvolvimento de uma linguagem classificatória e
para fazer face ao surgimento de novos conceitos e conhecimentos a sua aplicação a um determinado fundo documental são de com-
do saber humano, principalmente, na área da ciência e tecnologia. petência exclusiva do domínio do homem.
A CDU é composta por: A Associação Internacional para a Classificação situada na
Uma tabela principal de matérias, que enumera hierarquica- Alemanha publica sob o patrocínio da FID (Federação Internacio-
mente o conhecimento, nas referidas 10 classes. As divisões prin- nal de Documentação, a revista International Classification onde
cipais são: se apresentam estudos sobre a teoria dos conceitos, a terminologia
sistemática e a organização do saber. Estas organizações e outras
0 Generalidades interessam-se pelos métodos matemáticos aplicáveis neste domí-
1 Filosofia. Psicologia nio.
2 Religião. Teologia
3 Ciências Sociais Tabela de temporalidade de documentos de arquivo.
4 Classe atualmente não usada A Tabela de Temporalidade de Documentos é o instrumento
5 Ciências Exatas. Ciências naturais resultante da avaliação documental, aprovado por autoridade com-
6 Ciências Aplicadas. Medicina. Tecnologia petente, que define prazos de guarda e a destinação de cada série
7  documental.
Art.. Arquitetura. Recreação e Desporto A efetiva implementação de tais instrumentos objetiva a sim-
8 Linguística. Língua. Literatura plificação e racionalização dos procedimentos de gestão dos do-
9 Geografia. Biografia. História cumentos e das informações, ou seja, permitirá uma considerável
redução da massa documental acumulada, eliminando enormes
Cada classe principal subdivide-se decimalmente em subclas- volumes de documentos rotineiros e desprovidos de valor que jus-
ses que por sua vez também se subdividem em áreas cada vez mais tifique a sua guarda, com consequente otimização do espaço físico
especializadas. e racionalização de custos, e sobretudo garantirá a preservação dos
As tabelas auxiliares, que representam não assuntos, mas for- documentos de guarda permanente, de relevante valor informativo
mas de os especificar (por lugar, tempo, forma, língua, etc.), flexi- e probatório.
bilizando muito mais a representação dos conceitos. A Tabela de Temporalidade é o registro esquemático do ciclo
Um índice, lista alfabética de conceitos. A cada conceito cor- de vida dos documentos, determinando os prazos de guarda no ar-
responde uma notação que serve de guia na consulta da tabela quivo corrente ou setorial, sua transferência para o arquivo inter-
principal, para mais fácil e rapidamente se localizar a notação ade- mediário ou geral, a eliminação ou recolhimento para a Divisão de
quada ao assunto que se pretende pesquisar. Documentação Permanente do Arquivo Público do Estado.
Uma das principais vantagens desta classificação reside na sua A Tabela é um instrumento da gestão documental e passível de
dimensão universal e internacional, dada a sua independência face alterações na medida em que a produção de documentos se altera,
a todas as expressões idiomáticas, o que facilita enormemente a devido a mudanças sociais, administrativas e jurídicas. No entanto,
pesquisa e a troca de informação ao nível internacional. alterações de qualquer natureza devem partir do órgão regulador
No seguimento do exemplo anterior, tal significa que a no- da política de arquivos.
tação 37 e o conceito que lhe está associado, é igual em todas as
bibliotecas do mundo que adotem este sistema de classificação. ASSUNTO/TIPO DOCUMENTAL: Os assuntos/tipos do-
O seu grande inconveniente resulta da sua aplicação que exige cumentais relacionados na Tabela correspondem aos documentos
pessoal altamente especializado dado que é um grande risco classi- produzidos pelas atividades-meio dos órgãos. São tipos documen-
ficar matérias diferentes com o mesmo número. tais já consagrados pelo uso e alguns identificados na legislação
que regula as atividades do setor.
Classificação Automática
As operações de classificação podem ser objeto de uma auto- PRAZO DE ARQUIVAMENTO: O tempo de guarda dos
matização em moldes parciais, já que a inteligência humana con- documentos está relacionado ao seu ciclo de vida. Aos arquivos
tinua a ser indispensável para selecionar o assunto principal e de- setoriais interessa ter acesso aos documentos que estão sujeitos a
terminar as informações secundárias. Atualmente a sua aplicação é consulta diariamente. O prazo de arquivamento não deve exceder
feita a título experimental em algumas bibliotecas. a cinco anos, incorrendo no risco de acumular documentos desne-
cessários ao uso corrente e dificultar o acesso.

Didatismo e Conhecimento 51
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
A documentação que cumpriu sua função imediata, mas con- vos. Entretanto, seja por descaso ou mesmo por falta de conheci-
tém informações de caráter probatório, deve ser transferida para o mento, a acumulação de massas documentais desnecessárias foi
arquivo intermediário do órgão. Documentos com longo período um problema que foi surgindo. Essas massas acabam por inviabi-
de valor probatório poderão ser transferidos à Divisão de Docu- lizar que os arquivos cumpram suas funções fundamentais. Para
mentação Intermediária do Arquivo Público do Estado. O terceiro tentar sanar esse e outros problemas, que é recomendável o uso de
estágio prevê o recolhimento da documentação produzida pelos um sistema de protocolo.
órgãos públicos que tem informações sobre o desempenho de sua É sabido que durante a sua tramitação, os arquivos correntes
função junto à sociedade. Esta produção documental de valor per- podem exercer funções de protocolo (recebimento, registro, dis-
manente receberá um tratamento arquivístico que contempla sua tribuição, movimentação e expedição de documentos), daí a de-
conservação, arranjo e descrição para estar disponível à pesquisa. nominação comum de alguns órgãos como Protocolo e Arquivo.
E é neste ponto que os problemas têm seu início. Geralmente, as
COMO UTILIZAR A TABELA DE TEMPORALIDADE pessoas que lidam com o recebimento de documentos não sabem,
A Tabela de Temporalidade de Documentos deve ser utilizada ou mesmo não foram orientadas sobre como proceder para o docu-
no momento de classificação e avaliação da documentação. Proce- mento cumpra a sua função na instituição. Para que este problema
der da seguinte forma: inicial seja resolvido, a implantação de um sistema de base de da-
ƒ verificar se os documentos estão classificados de acordo dos, de preferência simples e descentralizado, permitindo que, tão
com os assuntos do Código de Classificação de Documentos; ƒ logo cheguem às instituições, os documentos fossem registrados,
documentos que se referem a dois ou mais assuntos, deverão ser pelas devidas pessoas, no seu próprio setor de trabalho seria uma
classificados e agrupados ao conjunto documental (dossiê, proces- ótima alternativa. Tal ação diminuiria o montante de documentos
so ou pasta) que possui maior prazo de arquivamento ou que tenha que chegam as instituições, cumprem suas funções, mas sequer
sido destinado à guarda permanente; ƒ o prazo de arquivamento tiveram sua tramitação ou destinação registrada.
deve se contar a partir do primeiro dia útil do exercício seguinte Algumas rotinas devem ser adotadas no registro documental,
ao do arquivamento do documento, exceto aqueles que originam afim de que não se perca o controle, bem como surjam problemas
despesas, cujo prazo de arquivamento é contado a partir da apro- que facilmente poderiam ser evitados (como o preenchimento do
vação das contas pelo Tribunal de Contas; ƒ eliminar as cópias e campo Assunto, de muita importância, mas que na maioria das ve-
vias, quando o documento original estiver no conjunto documental zes é feito de forma errônea). Dentre as recomendações de recebi-
(dossiê, processo ou pasta); ƒ proceder ao registro dos documen- mento e registro, destaca-se:
tos a serem eliminados; ƒ elaborar listagem dos documentos des- Receber as correspondências, separando as de caráter oficial
da de caráter particular, distribuindo as de caráter particular a seus
tinados à transferência para o arquivo intermediário do órgão ou
destinatários.
entidade, ou para a Divisão de Documentação Intermediária do
Após essa etapa, os documentos devem seguir seu curso, a
Arquivo Público do Estado;
fim de cumprirem suas funções. Para que isto ocorra, devem ser
distribuídos e classificados da forma correta, ou seja, chegar ao seu
OBS. Quando houver processo judicial os prazos de arquiva-
destinatário Para isto, recomenda-se:
mento devem ser suspensos até a conclusão do mesmo.
Separar as correspondências de caráter ostensivo das de cará-
ter sigiloso, encaminhado as de caráter sigiloso aos seus respecti-
PROTOCOLO: vos destinatários;
É conhecimento da grande maioria que os arquivos possuem Tomar conhecimento das correspondências de caráter ostensi-
hoje uma notoriedade muito melhor do que já se viu há algum vo por meio da leitura, requisitando a existência de antecedentes,
tempo. Contudo, esse reconhecimento ainda não é o desejado. Para se existirem;
que os arquivos alcancem um nível de importância ainda maior, Classificar o documento de acordo com o método da institui-
é necessário que sejam geridos da forma correta, a fim de evitar ção; carimbando-o em seguida;
o acúmulo de massas documentais desnecessárias, de agilizarem Elaborar um resumo e encaminhar os documentos ao proto-
ações dentro de uma instituição, enfim, que cumpram a sua função, colo.
seja desde o valor probatório até o cultural. Preparar a ficha de protocolo, em duas vias, anexando a se-
Considera-se gestão de documentos o conjunto de procedi- gunda via da ficha ao documento;
mentos e operações técnicas referentes à sua produção, tramitação, Rearquivar as fichas de procedência e assunto, agora com os
uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, vi- dados das fichas de protocolo;
sando a sua eliminação ou recolhimento para a guarda permanente.
Protocolo é a denominação geralmente atribuída a setores en- Arquivar as fichas de protocolo.
carregados do recebimento, registro, distribuição e movimentação A tramitação de um documento dentro de uma instituição
dos documentos em curso; denominação atribuída ao próprio nú- depende diretamente se as etapas anteriores foram feitas da for-
mero de registro dado ao documento; Livro de registro de docu- ma correta. Se feitas, fica mais fácil, com o auxílio do protocolo,
mentos recebidos e/ou expedidos. saber sua exata localização, seus dados principais, como data de
É de conhecimento comum o grande avanço que a humanida- entrada, setores por que já passou, enfim, acompanhar o desenrolar
de teve nos últimos anos. Dentre tais avanços, incluem-se as áreas de suas funções dentro da instituição. Isso agiliza as ações dentro
que vão desde a política até a tecnológica. Tais avanços contribuí- da instituição, acelerando assim, processos que anteriormente en-
ram para o aumento da produção de documentos. Cabe ressaltar contravam dificuldades, como a não localização de documentos,
que tal aumento teve sua importância para a área da arquivística, não se podendo assim, usá-los no sentido de valor probatório, por
no sentido de ter despertado nas pessoas a importância dos arqui- exemplo.

Didatismo e Conhecimento 52
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
Após cumprirem suas respectivas funções, os documentos de- Produção: concepção e gestão de formulários, preparação e
vem ter seu destino decidido, seja este a sua eliminação ou reco- gestão de correspondência, gestão de informes e diretrizes, fomen-
lhimento. É nesta etapa que a expedição de documentos torna-se to de sistemas de gestão da informação e aplicação de tecnologias
importante, pois por meio dela, fica mais fácil fazer uma avaliação modernas a esses processos;
do documento, podendo-se assim decidir de uma forma mais con- Utilização e conservação: criação e melhoramento dos sis-
fiável, o destino do documento. Dentre as recomendações com temas de arquivos e de recuperação de dados, gestão de correio
relação a expedição de documentos, destacam-se: e telecomunicações, seleção e uso de equipamento reprográfico,
Receber a correspondência, verificando a falta de anexos e análise de sistemas, produção e manutenção de programas de do-
completando dados; cumentos vitais e uso de automação e reprografia nestes processos;
Separar as cópias, expedindo o original; Destinação: a identificação e descrição das séries documen-
Encaminhar as cópias ao Arquivo. tais, estabelecimento de programas de avaliação e destinação de
É válido ressaltar que as rotinas acima descritas não valem documentos, arquivamento intermediário, eliminação e recolhi-
como regras, visto que cada instituição possui suas tipologias do- mento dos documentos de valor permanente às instituições arqui-
cumentais, seus métodos de classificação, enfim, surgem situações vísticas.
diversas. Servem apenas como exemplos para a elaboração de ro-
tinas em cada instituição.
O código de classificação de documentos de arquivo é um ins-
trumento de trabalho utilizado para classificar todo e qualquer do-
CLASSIFICAÇÃO DE DOCUMENTOS DE ARQUIVO.
cumento produzido ou recebido por um órgão no exercício de suas
Desde o desenvolvimento da arquivologia como disciplina, a
partir da segunda metade do século XIX, talvez nada a tenha re- funções e atividades. A classificação por assuntos é utilizada com
volucionado tanto quanto concepção teórica e os desdobramentos o objetivo de agrupar os documentos sob um mesmo tema, como
práticos da gestão ou a administração de documentos estabeleci- forma de agilizar sua recuperação e facilitar as tarefas arquivísticas
dos após a Segunda Guerra Mundial. Para alguns, trata-se de um relacionadas com a avaliação, seleção, eliminação, transferência,
conceito emergente, alvo de controvérsias e ainda restrito, como recolhimento e acesso a esses documentos, uma vez que o trabalho
experiência, a poucos países. arquivísticos é realizado com base no conteúdo do documento, o
Segundo o historiador norte americano Lawrence Burnet, a qual reflete a atividade que o gerou e determina o uso da informa-
gestão de documentos é uma operação arquivística “o processo ção nele contida. A classificação define, portanto, a organização
de reduzir seletivamente a proporções manipuláveis a massa de física dos documentos arquivados, constituindo-se em referencial
documentos, que é característica da civilização moderna, de forma básico para sua recuperação.
a conservar permanentemente os que têm um valor cultural futuro No código de classificação, as funções, atividades, espécies e
sem menosprezar a integridade substantiva da massa documental tipos documentais genericamente denominados assuntos, encon-
para efeitos de pesquisa”. tram-se hierarquicamente distribuídos de acordo com as funções e
Por outro lado, alguns concebem a gestão de documentos atividades desempenhadas pelo órgão. Em outras palavras, os as-
como a aplicação da administração científica com fins de eficiên- suntos recebem códigos numéricos, os quais refletem a hierarquia
cia e economia, sendo os benefícios para os futuros pesquisadores funcional do órgão, definida através de classes, subclasses, grupos
considerados apenas meros subprodutos. Situando-se entre esses e subgrupos, partindo-se sempre do geral para o particular.
dois extremos, a legislação norte americana estabelece a seguinte A classificação deve ser realizada por servidores treinados, de
definição: acordo com as seguintes operações.
O planejamento, o controle, a direção, a organização, a capa- a) ESTUDO: consiste na leitura de cada documento, a fim de
citação, a promoção e outras atividades gerenciais relacionadas verificar sob que assunto deverá ser classificado e quais as referên-
com a criação de documentos, sua manutenção, uso e eliminação, cias cruzadas que lhe corresponderão. A referência cruzada é um
incluindo o manejo de correspondência, formulários, diretrizes, mecanismo adotado quando o conteúdo do documento se refere a
informes, documentos informáticos, microformas, recuperação de dois ou mais assuntos.
informação, fichários, correios, documentos vitais, equipamentos
b) CODIFICAÇÃO: consiste na atribuição do código corres-
e materiais, máquinas reprográficas, técnicas de automação e ela-
pondente ao assunto de que trata o documento.
boração de dados, preservação e centros de arquivamento inter-
mediários ou outras instalações para armazenagem.
Sob tal perspectiva, a gestão cobre todo o ciclo de existência ROTINAS CORRESPONDENTES ÀS OPERAÇÕES DE
dos documentos desde sua produção até serem eliminados ou reco- CLASSIFICAÇÃO
lhidos para arquivamento permanente, ou seja, trata-se de todas as 1. Receber o documento para classificação;
atividades inerentes às idades corrente e intermediária. 2. Ler o documento, identificando o assunto principal e o(s)
De acordo com o Dicionário de Terminologia Arquivística, secundário(s) de.
do Conselho Internacional de Arquivos, a gestão de documentos Acordo com seu conteúdo;
diz respeito a uma área da administração geral relacionada com 3. Localizar o(s) assunto(s) no Código de classificação de do-
a busca de economia e eficácia na produção, manutenção, uso e cumentos de arquivo, utilizando o índice, quando necessário;
destinação final dos mesmos. 4. Anotar o código na primeira folha do documento;
Por meio do Ramp/PGI, a Unesco procurou também abordar 5. Preencher a(s) folha(s) de referência, para os assuntos se-
o tema conforme trabalho de James Rhoads. A função da gestão cundários.
de documentos e arquivos nos sistemas nacionais de informação,
segundo o qual um programa geral de gestão de documentos, para
alcançar economia e eficácia, envolve as seguintes fases:

Didatismo e Conhecimento 53
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
A avaliação constitui-se em atividade essencial do ciclo de viço público, podendo ser adaptado de acordo com os conjuntos
vida documental arquivísticos, na medida em que define quais do- documentais produzidos e recebidos. Vale ressaltar que a aplicação
cumentos serão preservados para fins administrativos ou de pes- da tabela deverá estar condicionada à aprovação por instituição
quisa e em que momento poderão ser eliminados ou destinados arquivística pública na sua específica esfera de competência.
aos arquivos intermediário e permanente, segundo o valor e o po- A tabela de temporalidade deverá contemplar as atividades
tencial de uso que apresentam para a administração que os gerou meio e atividades-fim de cada órgão público. Desta forma, caberá
e para a sociedade. aos mesmos definir a temporalidade e destinação dos documentos
Os primeiros atos legais destinados a disciplinar a avaliação relativos às suas atividades específicas, complementando a tabela
de documentos no serviço público datam do final do século pas- básica. Posteriormente, esta deverá ser encaminhada à instituição
sado, em países da Europa, nos Estados Unidos e no Canadá. No arquivística pública para aprovação e divulgação, por meio de ato
Brasil, a preocupação com a avaliação de documentos públicos legal que lhe confira legitimidade.
não é recente, mas o primeiro passo para sua regulamentação ocor- A tabela de temporalidade é um instrumento arquivístico
reu efetivamente com a lei federal nº 8.159, de 8 de janeiro de resultante de avaliação, que tem por objetivos definir prazos de
1991, que em seu artigo 9º dispõe que “a eliminação de documen- guarda e destinação de documentos, com vista a garantir o acesso
tos produzidos por instituições públicas e de caráter público será à informação a quantos dela necessitem. Sua estrutura básica deve
necessariamente contemplar os conjuntos documentais produzidos
realizada mediante autorização de instituição arquivística pública,
e recebidos por uma instituição no exercício de suas atividades, os
na sua específica esfera de competência”.
prazos de guarda nas fases corrente e intermediária, a destinação
O Arquivo Nacional publicou em 1985 manual técnico sob o final – eliminação ou guarda permanente –, além de um campo
título Orientação para avaliação e arquivamento intermediário em para observações necessárias à sua compreensão e aplicação.
arquivos públicos, do qual constam diretrizes gerais para a realiza- Apresentam-se a seguir diretrizes para a correta utilização do
ção da avaliação e para a elaboração de tabelas de temporalidade. instrumento:
Em 1986, iniciaram-se as primeiras atividades de avaliação dos 1. Assunto: Neste campo são apresentados os conjuntos do-
acervos de caráter intermediário sob a guarda da então Divisão de cumentais produzidos e recebidos, hierarquicamente distribuídos
Pré Arquivo do Arquivo Nacional, desta vez com a preocupação de acordo com as funções e atividades desempenhadas pela ins-
de estabelecer prazos de guarda com vista à eliminação e, conse- tituição. Para possibilitar melhor identificação do conteúdo da in-
quentemente, à redução do volume documental e racionalização formação, foram empregadas funções, atividades, espécies e tipos
do espaço físico. documentais, genericamente denominados assuntos, agrupados
A metodologia adotada à época envolveu pesquisas na legis- segundo um código de classificação, cujos conjuntos constituem o
lação que regula a prescrição de documentos administrativos, e referencial para o arquivamento dos documentos.
entrevistas com historiadores e servidores responsáveis pela exe- Como instrumento auxiliar, pode ser utilizado o índice, que
cução das atividades nos órgãos públicos, que forneceram as in- contém os conjuntos documentais ordenados alfabeticamente para
formações relativas aos valores primário e secundário dos docu- agilizar a sua localização na tabela.
mentos, isto é, ao seu potencial de uso para fins administrativos e 2. Prazos de guarda: Referem-se ao tempo necessário para
de pesquisa, respectivamente. Concluídos os trabalhos, ainda que arquivamento dos documentos nas fases corrente e intermediária,
restrito à documentação já depositada no arquivo intermediário do visando atender exclusivamente às necessidades da administração
Arquivo Nacional foi constituída, em 1993, uma Comissão Inter- que os gerou, mencionado, preferencialmente, em anos. Excepcio-
na de Avaliação que referendou os prazos de guarda e destinação nalmente, pode ser expresso a partir de uma ação concreta que
propostos. deverá necessariamente ocorrer em relação a um determinado con-
Com o objetivo de elaborar uma tabela de temporalidade para junto documental. Entretanto, deve ser objetivo e direto na defini-
documentos da então Secretaria de Planejamento, Orçamento e ção da ação – exemplos: até aprovação das contas; até homologa-
Coordenação (SEPLAN), foi criado, em 1993, um grupo de traba- ção da aposentadoria; e até quitação da dívida. O prazo estabeleci-
do para a fase corrente relaciona-se ao período em que o documen-
lho composto por técnicos do Arquivo Nacional e daquela secre-
to é frequentemente consultado, exigindo sua permanência junto
taria, cujos resultados, relativos as atividades-meio, serviriam de
às unidades organizacionais. A fase intermediária relaciona-se ao
subsídio ao estabelecimento de prazos de guarda e destinação para
período em que o documento ainda é necessário à administração,
os documentos da administração pública federal. A tabela, elabora- porém com menor frequência de uso, podendo ser transferido para
da com base nas experiências já desenvolvidas pelos dois órgãos, depósito em outro local, embora à disposição desta.
foi encaminhada, em 1994, à Direção Geral do Arquivo Nacional A realidade arquivística no Brasil aponta para variadas formas
para aprovação. de concentração dos arquivos, seja ao nível da administração (fa-
Com a instalação do Conselho Nacional de Arquivos (Co- ses corrente e intermediária), seja no âmbito dos arquivos públicos
narq), em novembro de 1994, foi criada, dentre outras, a Câmara (permanentes ou históricos). Assim, a distribuição dos prazos de
Técnica de Avaliação de Documentos (Ctad) para dar suporte às guarda nas fases corrente e intermediária foi definida a partir das
atividades do conselho. Sua primeira tarefa foi analisar e discutir a seguintes variáveis:
tabela de temporalidade elaborada pelo grupo de trabalho Arquivo I – Órgãos que possuem arquivo central e contam com servi-
Nacional/SEPLAN, com o objetivo de torná-la aplicável também ços de arquivamento intermediário:
aos documentos produzidos pelos órgãos públicos nas esferas es- Para os órgãos federais, estaduais e municipais que se enqua-
tadual e municipal, servindo como orientação a todos os órgãos dram nesta variável, há necessidade de redistribuição dos prazos,
participantes do Sistema Nacional de Arquivos (Sinar). considerando-se as características de cada fase, desde que o prazo
O modelo ora apresentado constitui-se em instrumento básico total de guarda não seja alterado, de forma a contemplar os seguin-
para elaboração de tabelas referentes as atividades-meio do ser- tes setores arquivísticos:

Didatismo e Conhecimento 54
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
- arquivo setorial (fase corrente, que corresponde ao arquivo O arquivo, quando bem organizado, transmite ordens, evita
da unidade organizacional); repetição desnecessárias de experiências, diminui a duplicidade de
- arquivo central (fase intermediária I, que corresponde ao se- documentos, revela o que está por ser feito, o que já foi feito e os
tor de arquivo geral/central da instituição); resultados obtidos. Constitui fonte de pesquisa para todos os ramos
- arquivo intermediário (fase intermediária II, que correspon- administrativos e auxilia o administrador a tomada de decisões.
de ao depósito de arquivamento intermediário, geralmente subor-
dinado à instituição arquivística pública nas esferas federal, esta- Os principais Sistemas ou Tipos de classificação utilizados em
dual e municipal). arquivos são:
II – Órgãos que possuem arquivo central e não contam com
serviços de arquivamento intermediário: Nos órgãos situados nes- Método alfabético: É o sistema mais simples, fácil, lógico e
ta variável, as unidades organizacionais são responsáveis pelo ar- prático, porque obedecendo à ordem alfabética pode-se logo ima-
quivamento corrente e o arquivo central funciona como arquivo ginar que não apresentará grandes dificuldades nem para a execu-
intermediário, obedecendo aos prazos previstos para esta fase e ção do trabalho de arquivamento, nem para a procura do documen-
efetuando o recolhimento ao arquivo permanente. to desejado, pois a consulta é direta.
III – Órgãos que não possuem arquivo central e contam com
serviços de arquivamento intermediário: Nesta variável, as unida- Método numérico simples: Consiste em numerar as pastas em
des organizacionais também funcionam como arquivo corrente, ordem da entrada do correspondente ou assunto, sem nenhuma
transferindo os documentos – depois de cessado o prazo previsto consideração à ordem alfabética dos mesmos, dispensando assim
para esta fase – para o arquivo intermediário, que promoverá o qualquer planejamento anterior do arquivo. Para o bom êxito deste
recolhimento ao arquivo permanente. método, devemos organizar dois índices em fichas; numas fichas
IV – Órgãos que não possuem arquivo central nem contam serão arquivadas alfabeticamente, para que se saiba que numero
com serviços de arquivamento intermediário: recebeu o correspondente ou assunto desejado, e no outro são ar-
Quanto aos órgãos situados nesta variável, as unidades orga- quivadas numericamente, de acordo com o numero que recebeu o
nizacionais são igualmente responsáveis pelo arquivamento cor- cliente ou o assunto, ao entrar para o arquivo. Este último índice
rente, ficando a guarda intermediária a cargo das mesmas ou do pode ser considerado tombo (registro) de pastas ocupadas e, gra-
arquivo público, o qual deverá assumir tais funções. ças a ele, sabemos qual é o ultimo numero preenchido e assim
3. Destinação final: Neste campo é registrada a destinação destinaremos o numero seguinte a qualquer novo cliente que seja
estabelecida que possa ser a eliminação, quando o documento registrado.
não apresenta valor secundário (probatório ou informativo) ou a Método alfabético numérico: Como se pode deduzir pelo seu
guarda permanente, quando as informações contidas no documen- nome, é um método que procurou reunir as vantagens dos métodos
to são consideradas importantes para fins de prova, informação e alfabéticos simples e numérico simples, tendo alcançado seu ob-
pesquisa. jetivo, pois desta combinação resultou um método que apresenta
ao mesmo tempo a simplicidade de um e a exatidão e rapidez, no
A guarda permanente será sempre nas instituições arquivísti-
arquivamento, do outro. É conhecido também pelo nome de nume-
cas públicas (Arquivo Nacional e arquivos públicos estaduais, do
ralfa e alfanumérico.
Distrito Federal e municipais), responsáveis pela preservação dos
documentos e pelo acesso às informações neles contidas. Outras
Método geográfico: Este método é muito aconselhável quando
instituições poderão manter seus arquivos permanentes, seguindo
desejamos ordenar a documentação de acordo com a divisão geo-
orientação técnica dos arquivos públicos, garantindo o intercâm-
gráfica, isto é, de acordo com os países, estados, cidades, municí-
bio de informações sobre os respectivos acervos. pios etc. Nos departamentos de vendas, por exemplo, é de especial
4. Observações: Neste campo são registradas informações utilidade para agrupar os correspondentes de acordo com as praças
complementares e justificativas, necessárias à correta aplicação da onde operam ou residem.
tabela. Incluem-se, ainda, orientações quanto à alteração do supor-
te da informação e aspectos elucidativos quanto à destinação dos Método específico ou por assunto: Indiscutivelmente o méto-
documentos, segundo a particularidade dos conjuntos documentais do especifico, representado por palavras dispostas alfabeticamen-
avaliados. te, é um dos mais difíceis processos de arquivamento, pois, con-
A necessidade de comunicação é tão antiga como a formação sistindo em agrupar as pastas por assunto, apresenta a dificuldade
da sociedade humana, o homem, talvez na ânsia de se perpetuar, de se escolher o melhor termo ou expressão que defina o assunto.
teve sempre a preocupação de registrar suas observações, seu pen- Temos o vocabulário todo da língua à nossa disposição e justa-
samento, para legá-los às gerações futuras. mente o fato de ser tão amplo o campo da escolha nos dificulta a
Assim começou a escrita. Na sua essência. Isto nada mais é do seleção acertada, além do que entra muito o ponto de vista pessoal
que registrar e guardar. Por sua vez, no seu sentido mais simples, do arquivista, nesta seleção.
guardar é arquivar. Método decimal: Este método foi inspirado no Sistema De-
Por muito tempo reinou uma completa confusão sobre o ver- cimal de Melvil Dewey. Dewey organizou um sistema de classi-
dadeiro sentido da biblioteca, museu e arquivo. Indiscutivelmente, ficação para bibliotecas, muito interessante, o qual conseguiu um
por anos e anos, estas instituições tiveram mais ou menos o mesmo grande sucesso; fora publicado em 1876.
objetivo. Eram elas depósitos de tudo o que se produzira a mente Dividiu ele os conhecimentos humanos em dez classes, as
humana, isto é, do resultado do trabalho intelectual e espiritual do quais, por sua vez, se subdividiram em outras dez, e assim por
homem. diante, sendo infinita essa possibilidade de subdivisão, graças à
sua base decimal.

Didatismo e Conhecimento 55
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
Método simplificado: Este a rigor não deveria ser considerado Com o término desses trabalhos, foi publicado o manual de
propriamente um método, pois, na realidade, nada mais é do que a procedimentos para a identificação de documentos em arquivos
utilização de vários métodos ao mesmo tempo, com a finalidade de públicos e o manual de levantamento da produção documental em
reunir num só móvel as vantagens de todos eles. 1985 e 1986, respectivamente.
Naquele momento, a metodologia da identificação apresenta-
Tipologia va um enfoque para o tratamento de massas documentais acumu-
Tipologia documental é a denominação que se dá quando reu- ladas nos arquivos, e a discussão proposta pelo Arquivo Nacional
nimos determinada espécie à função ou atividade que o documen- não chegou ao nível da identificação da tipologia documental, ou
to irá exercer. Ex.: Declaração de Imposto de Renda, Certidão de seja, passou longe da discussão sobre as características do docu-
nascimento. mento, focando apenas o nível do fundo.
Atualmente, a metodologia de identificação tipológica é reali-
Exemplo: Espécie e Tipologia documental zada no tratamento documental, porém, é parcialmente reconheci-
da na área. Mesmo estando presente na literatura, há uma variação
Espécie Tipologia na designação do termo, este é encontrado como: tarefa, levanta-
mento de dados, diagnóstico de problemas documentais, análise de
Contrato Contrato de locação produção, análise dos documentos, análise do fluxo documental;
Alvará Alvará de funcionamento do órgão produtor ou da instituição produtora; estudo da estrutura
Certidão Certidão de nascimento organizacional, entre outros.
A “fase do tratamento arquivístico consiste na investigação e
A fase de identificação pressupõe o reconhecimento de ele- sistematização das categorias administrativas em que se sustenta
mentos que caracterizam os documentos, seja em fase de produção à estrutura de um fundo”. É considerada a primeira fase da me-
ou de acumulação nos arquivos, em instrumentos de coleta de da- todologia arquivística, por apresentar um caráter intelectual e in-
dos. É uma fase que busca o conhecimento dos procedimentos e vestigativo, o qual visa o reconhecimento do órgão produtor e das
rotinas de produção de documentos no órgão, cujo resultado final tipologias documentais existentes, cujo objetivo final é a definição
é a definição das séries documentais. das séries que se configuram como conjuntos de tipos documentais
O estudo do contexto de produção das tipologias identificadas que tem produção seriada. São nas séries que encontramos a iden-
pressupõe o levantamento de elementos, que versem a sua criação, tidade do órgão produtor, as funções, as competências e a definição
estrutura e desenvolvimento do órgão, sendo esta a primeira tarefa do tipo documental.
da identificação. A segunda é a identificação do tipo documental, a Diante da escassa literatura e da ausência de estudos sobre
qual está baseada no método diplomático, que é utilizado para ex- essa fase metodológica no campo da arquivística, os dicionários
trair e registrar os elementos constitutivos do documento, visando publicados no país refletem tal problema.
entender e conhecer o seu processo de criação. O registro desses Vale ressaltar que o Dicionário de Terminologia Arquivísti-
elementos nessa fase é imprescindível para a análise realizada na ca publicado pela Associação de Arquivistas Brasileiros em 1996,
fase da avaliação, função arquivística, que tem por finalidade atri- não apresenta o termo. Entretanto, o Dicionário Brasileiro de
buir valores para os documentos, definindo prazos para sua guarda, Terminologia Arquivística publicado pelo Arquivo Nacional, em
objetivando e racionalização dos arquivos como meio de propor- 2005, faz referência e define a identificação como um “processo
cionar a eficiência administrativa. de reconhecimento, sistematização e registro de informações sobre
Neste sentido, a fase de identificação assume um papel rele- arquivos, com vistas ao seu controle físico e/ou intelectual”.
vante no processo de continuidade do fazer arquivísticos, forne- Definição esta voltada para os arquivos enquanto fundos, mas
cendo dados, que serão utilizados no processo da avaliação. que pelo menos registra o conceito, sendo uma abertura para o co-
O histórico da identificação inicia-se nas primeiras Jornadas nhecimento da identificação como parte da metodologia, primeira
de Identificação e Avaliação de Fundos Documentais das Admi- referência à história do conceito da identificação no Brasil.
nistrações Públicas, realizadas em 1991, em Madrid na Espanha, Com base na proposta metodológica da fase de identificação
na qual a identificação foi reconhecida como uma fase da metodo- de Martín-Palomino Benito e Torre Merino, que contemplam a
logia arquivística. identificação do órgão produtor, enquanto fundo e o tipo docu-
Este reconhecimento definiu qual é o momento arquivístico mental em seu menor nível, são definidos três momentos para a
para o desenvolvimento desta fase e como aplicar esta metodolo- realização deste procedimento metodológico:
gia. A identificação passa a ser considerada como a primeira fase 1) Identificação do órgão produtor;
do trabalho arquivístico, e o seu corpo metodológico se divide em 2) Identificação do elemento funcional e
três etapas: “identificação do órgão produtor, identificação do ele- 3) Identificação do tipo documental
mento funcional e a identificação do tipo documental”. Para os autores a fase de identificação, deve se iniciar pela
No Brasil, o Arquivo Nacional a partir de 1981, implantou identificação do órgão produtor, sendo seguida pela identificação
o Programa de Modernização Institucional-Administrativa, o qual do elemento funcional. Entretanto, serão associadas em uma mes-
era constituído de vários projetos, sendo que um deles previa a ma etapa e/ou procedimento, pois são tarefas afins, as quais se
identificação e controle dos conjuntos documentais recolhidos. A complementam em um mesmo estudo, e são realizadas a partir de
atividade da identificação adquiriu uma importância maior e foi entrevistas e/ou aplicação de questionário, pelo estudo da legisla-
definida como uma das metas no tratamento dos conjuntos ção, com especial atenção aos itens que tratam das funções e com-
petências, razão pela qual não há necessidade de separá-las neste
estudo. Nesta perspectiva, podemos afirmar que a fase da identi-

Didatismo e Conhecimento 56
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
ficação se constitui de dois momentos, e não três: a identificação Devido ao valor legal do microfilme, existe uma legislação es-
do órgão produtor, considerando os elementos funcionais que o pecífica que deve ser seguida pelas instituições envolvidas em sua
caracterizam internamente, e a identificação do tipo documental. produção. Nesse sentido, a Lei nº 5.433/68, regulamentada pelo
Na fase de identificação, a primeira etapa será o levantamen- Decreto nº 1799/66, que disciplina toda produção de microfilme,
to do contexto de produção, que versa sobre o elemento orgânico estabelece que:
e o órgão produtor da documentação gerada como consequência § 1º Os microfilmes de que trata esta Lei, assim como as cer-
do exercício de suas funções. Dessa forma, compreende-se como tidões, os traslados e as cópias fotográficas obtidas diretamente
órgão produtor toda instituição, empresa e/ou organização de pe- dos filmes produzirão os mesmos efeitos legais dos documentos
queno, médio ou grande porte que exerce atividades e tem como originais em juízo ou fora dele.
reflexo dessas, a produção de documentos, com o fim de atingir É importante destacar que não são todos os documentos de um
seus objetivos sociais, comerciais e/ou governamentais. Portanto, arquivo que devem ser microfilmados.
é quem cria o conjunto documental. Então, como fazer essa identi-
ficação e quais os procedimentos que devem ser realizados? AUTOMAÇÃO (Digitalização): Quando falamos em auto-
Identificar o contexto de produção é conhecer toda vida do mação de documentos estamos basicamente fazendo referência
órgão, significa investigar a história administrativa, sua origem, à transposição do suporte inicial do documento (papel, fita mag-
seu funcionamento, a hierarquia de competências e funções de- nética etc.) para um suporte digital (CD, DVD etc.) por meio de
sempenhadas. Isso possibilita encontrar as falhas do órgão, que computadores. As duas formas mais comuns de automatizar (digi-
serão analisadas para se chegar a possíveis soluções e para gerar talizar) um documento são:
eficiência no desenvolvimento das metodologias arquivísticas a 1. Através da transferência da informação para um CD ou
serem aplicadas. mesmo para o meio virtual (ex: disco virtual) realizado pelo pro-
Martín-Palomino Benito e Torre Merino demonstram um es- cesso de “scanneamento” de um documento em papel;
tudo sistematizado, que versa sobre: órgão produtor, organogra- 2. Gravando as informações de uma fita magnética, disco de
mas e legislação. Neste estudo os autores apresentam vários ele- vinil etc. para um CD ou DVD, por exemplo.
mentos, para a elaboração do índice do órgão produtor. Conforme A digitalização de documentos é uma política de arquivo ba-
os autores, se deve diagnosticar o nome, a origem, as datas e textos seada em quatro fundamentos principais:
normativos que indiquem mudanças na estrutura do órgão, as su- 1. Diminuição do tamanho do acervo;
bordinações a outros órgãos e os documentos mais produzidos. 2. Preservação dos documentos;
No repertório de organograma, o arquivista deverá partir dos 3. Possibilidade de acesso ao mesmo documento por várias
dados coletados, que propiciem análises, principalmente, das di- pessoas ao mesmo tempo;
versas estruturas que o órgão apresenta. Já no índice legislativo 4. Maior agilidade (ao menos em tese) na busca e recuperação
serão produzidas fichas, com informações sobre a legislação que da informação.
afeta o órgão, definindo sua data de aprovação e publicação resu-
mo da norma. Principais diferenças entre os documentos microfilmados e os
Nota-se que os procedimentos adotados para esta identifica- digitalizados:
ção estarão baseados em coletas de dados. Subentende-se por co- 1. O microfilme possui valor legal. O documento digital não
leta de dados e informações “o registro sistemático do conjunto possui valor legal. Assim, caso o documento tenha valor jurídico,
de elementos que se associa ao comportamento de um fenômeno, ele poderá ser eliminado se houver sido microfilmado, mas o mes-
de um sistema ou de um conjunto desses dois” e para diagnosticar mo não poderá ser feito caso ele tenha sido scanneado.
tais conjuntos, existem três técnicas: a entrevista, o questionário e 2. Alguns estudos demonstram que o tempo de vida útil (con-
a observação pessoal ou direta, que se elaboradas e aplicadas de sidera-se a integridade da informação) de um CD, em condições de
forma imperfeita comprometerá o planejamento final. armazenamento e ambiente adequados, gira em torno de 200 anos.
A Tipologia também cuida da reunião de documentos de for- O microfilme tem um prazo estipulado em 500 anos.
ma automatizada. Também cabe ao seu âmbito a preservação, con- 3. O CD pode ser guardado em condições ambientais “mais
servação e restauração de documentos. flexíveis”, enquanto que o microfilme, devido à composição quí-
mica da fotografia, precisa de cuidados muito mais especiais.
MICROFILMAGEM: é um processo realizado mediante cap-
tação da imagem por meio fotográfico ou eletrônico, tendo como O propósito do acondicionamento é o de guardar, proteger e
objetivos principais reduzir o tamanho do acervo e preservar os facilitar o manuseio do material que compõe um acervo ou uma
documentos originais (estima-se que um microfilme preservado reserva técnica. Pelo fato de cada instituição possuir uma política
em condições ambientais adequadas tenha a durabilidade média financeira, uma proposta de tratamento, além de objetos de mate-
de 500 anos). riais, tamanhos e dimensões díspares que devem ser preservados,
A partir da microfilmagem – salvo raras exceções – o docu- não há uma receita pronta para o acondicionamento perfeito, cada
mento estará disponível para consulta apenas através do rolo de caso deve ser analisado isoladamente, para se alcançar o objetivo
microfilme, preservando-se, dessa forma, o original. Para que pos- de proteger o material.
sua valor legal, a microfilmagem só pode ser realizada por cartó- É necessário, então, conhecer profundamente o acervo:
rios ou empresas devidamente registradas e autorizadas pelo Mi- • a localização do prédio;
nistério da Justiça. • o espaço que abriga a reserva técnica;
• o objeto a ser preservado.

Didatismo e Conhecimento 57
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A verificação antecipada de todos os pontos, acima relacio- orgânica quando se deterioram quimicamente perdem também sua
nados, é de suma importância para a escolha apropriada para a resistência física. Em outras palavras, há uma estreita relação entre
resolução do trabalho a ser realizado, bem como avaliar cuidado- a longevidade dos suportes da escrita, quer sejam em papel, perga-
samente cada objeto da reserva técnica ou do acervo é primordial minho ou outros materiais, e as condições climáticas do ambiente
para a elaboração de uma embalagem, uma vez que cada um desses onde se encontram.
objetos possui um comportamento específico diante de mudanças O controle racional e sistemático de condições ambientais não
de temperatura e de umidade, apresentando, portanto, um estado reduz apenas os problemas de degradação, mas também e princi-
de conservação diferente. Dessa forma, pensar, antecipadamente, palmente evita seu agravamento.
em acondicionamento é ser um profissional precavido em relação A política moderna de conservação a longo prazo orienta-se
a possíveis fatores que possam acelerar o processo de degradação pela luta contra as causas de deterioração, na busca do maior pro-
dos documentos, objetos ou das obras que devem ser preservados. longamento possível da vida útil de livros e documentos. Dentro
desta perspectiva, padrões de conduta devem ser adotados, tais
CONSERVAÇÃO: É um conceito amplo e pode ser pensado como:
como termo que abrange pelo menos três (3) ideias: preservação, • Formular um diagnóstico do estado geral de conservação da
proteção e manutenção. obra e uma proposta quanto aos métodos e materiais que poderão
Conservar bens culturais (livros, documentos, objetos de arte, ser utilizados durante o tratamento;
etc.) é defendê-lo da ação dos agentes físicos, químicos e biológi- • Documentar todos os registros históricos porventura encon-
cos que os atacam. trados, sem destruí-los, falsificá-los ou removê-los.
O principal objetivo portanto da conservação é o de estender • Aplicar um tratamento de conservação dentro do limite do
a vida útil dos materiais, dando aos mesmos o tratamento correto. necessário e orientar-se pelo absoluto respeito à integridade estéti-
Para isso é necessário permanente fiscalização das condições am- ca, histórica e material de uma obra;
bientais, manuseio e armazenamento. • Adotar a princípio de reversibilidade, que é o leitmotiv atual
A preservação ocupa-se diretamente com o patrimônio cultu- do desenvolvimento e aplicação do método de conservação em li-
ral consistindo na conservação desses patrimônios em seus estados vros e documentos, pois é importante ter sempre em mente que um
atuais. Por isso, devem ser impedidos quaisquer danos e destruição procedimento técnico, assim como determinados materiais, são
causadas pela umidade, por agentes químicos e por todos os tipos sempre alvo de constantes pesquisas e que isto propicia um futuro
de pragas e de microrganismo. A manutenção, a limpeza periódica técnico-científico mais promissor à segurança de uma obra.
é a base da prevenção. Fumigação é um tipo de controle de pragas através do tra-
Os acervos das bibliotecas são basicamente constituídos por tamento químico realizado com compostos químicos ou formula-
materiais orgânicos e, como tal, estão sujeitos a um contínuo pro- ções pesticidas (os chamados fumigantes) voláteis (no estado de
cesso de deterioração. vapor ou gás) em um sistema hermético, visando a desinfestação
A conservação, enquanto matéria interdisciplinar, não pode de materiais, objetos e instalações que não possam ser submetidas
simplesmente suspender um processo de degradação, já instalado. à outras formas de tratamento. Essa técnica causa dano ao docu-
Pode, sim, utilizar-se de métodos técnico-científicos, numa mento, não devendo ser utilizada.
perspectiva interdisciplinar, que reduzam o ritmo tanto quanto
possível deste processo. RESTAURAÇÃO: A restauração preventiva tem por objeti-
Sobre todo legado histórico que se traduza como bem cultural, vo revitalizar a concepção original, ou seja, a legibilidade do ob-
na medida em que representa material de valor presente e futuro jeto. Em uma restauração nenhum fator pode ser negligenciado,
para a humanidade, a inexorável possibilidade de degradação atin- é preciso levantar a história, revelar a tecnologia empregada na
ge proporções de extrema responsabilidade. fabricação ou a técnica de impressão utilizada e traçar um plano
É cientificamente provado que o papel degrada-se rapidamen- de acondicionamento do objeto restaurado de modo que não volte
te se fabricado e, ou acondicionado sob critérios indevidos. Por a sofrer efeitos de deterioração do futuro. Podemos dizer que é
mais de um século tem-se fabricado papel destinado à impressão melhor: Conservar e preservar para não restaurar.
de livro com alto teor de acidez. Sabemos perfeitamente que a aci- Agentes exteriores que danificam os documentos:
dez é uma das maiores causas da degradação dos papéis. Na mes-
ma medida, o acondicionamento de obras em ambientes quente e 1. físicos
úmido gera efeitos danosos, tais como: reações que se processam Luminosidade - a luz é um dos fatores mais agravantes no
a nível químico e que geralmente enfraquecem as cadeias molecu- processo de degradação dos materiais bibliográficos.
lares de celulose, fragilizando o papel. Esse fato concorre para que Temperatura - o papel se deteriora com o tempo mesmo que
todos os acervos bibliográficos estabeleçam controles ambientais as condições de conservação sejam boas. O papel fica com sua cor
próprios dentro de parâmetros precisos. original alterada e se torna frágil e isto se chama envelhecimento
Há um consenso entre os conservadores, no sentido de que natural.
tanto a permanência referente à estabilidade química, ao grau de Umidade - o excesso de umidade estraga muito mais o papel
resistência de um material à deterioração todo o tempo, mesmo que a deficiência de água.
quando não está em uso quanto à durabilidade referente à resistên-
cia física, ou seja, à capacidade de resistir à ação mecânica sobre 2. químicos
livros e documentos, estão diretamente relacionados com as condi- Acidez do Papel - Os papéis brasileiros apresentam um índice
ções ambientais em que esses materiais são acondicionados. Esses de acidez elevado (pH 5 em média) e portanto uma permanência
dois fatores estão de tal forma interligados que materiais de origem duvidosa. Somemos ao elevado índice de acidez, o efeito das altas

Didatismo e Conhecimento 58
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temperaturas predominante nos países tropicais e subtropicais e O papel, por mais variada que possa ser sua com posição, é
uma variação da umidade relativa, teremos um quadro bastante formado basicamente por fibras de celulose provenientes de dife-
desfavorável na conservação de documentos em papel. Dentre as rentes origens.
causas de degradação do papel, podemos citar as de origem intrín- Cabe-nos, portanto, encontrar soluções que permitam oferecer
seca e as de origem extrínsecas. o melhor conforto e estabilidade ao suporte da maioria dos docu-
Poluição Atmosférica - A celulose é atacada pelos ácidos, mentos, que é o papel.
ainda que nas condições de conservação mais favoráveis. A po- A degradação da celulose ocorre quando agentes nocivos ata-
luição atmosférica é uma das principais causas da degradação quí- cam as ligações celulósicas, rompendo-as ou fazendo com que se
mica. agreguem a elas novos componentes que, uma vez instalados na
Tintas - a tinta é um dos compostos mais importantes na do- molécula, desencadeiam reações químicas que levam ao rompi-
cumentação. Foi e é usada para escrever em papéis, pergaminhos mento das cadeias celulósicas.
e materiais similares, desde que o homem sentiu necessidade de A acidez e a oxidação são os maiores processos de deteriora-
registrar seu avanço técnico e cultural, e é ainda indispensável para ção química da celulose. Também há os agentes físicos de deterio-
a criação de registros e para atividades relacionadas aos interesses ração, responsáveis pelos danos mecânicos dos documentos. Os
de vida diária. mais frequentes são os insetos, os roedores e o próprio homem.
Por isso, considera-se agentes de deterioração dos acervos de
3. biológicos bibliotecas e arquivos aqueles que levam os documentos a um es-
Insetos - o ataque de insetos tem provocado graves danos a ar- tado de instabilidade física ou química, com comprometimento de
quivos e bibliotecas, destruindo coleções e documentos preciosos. sua integridade e existência.
Os principais insetos são: Embora, com muita frequência, não possamos eliminar total-
Anobiídeos (brocas ou carunchos) mente as causas do processo de deterioração dos documentos, com
Thysanura (traça) certeza podemos diminuir consideravelmente seu ritmo, através de
Blatta orientalis (barata) cuidados com o ambiente, o manuseio, as intervenções e a higiene,
Fungos - atuam decompondo a celulose, grande parte deles entre outros.
produzem pigmentos que mancham o papel. Antes de citar os principais fatores de degradação, torna-se
Roedores - A luta contra ratos é mais difícil que a prevenção indispensável dizer que existe estreita ligação entre eles, o que faz
contra os insetos. Eles podem provocar desgastes de até 20% do com que o processo de deterioração tome proporções devastado-
total do documento. ras.
Para facilitar a compreensão dos efeitos nocivos nos acervos
4. ambientais:
podemos classificar os agentes de deterioração em Fatores Am-
Ventilação - é um outro fator a considerar como elemento que
bientais, Fatores Biológicos, Intervenções Impróprias, Agentes
favorece o desenvolvimento dos agentes biológicos, quando há
Biológicos, Furtos e Vandalismo.
pouca aeração.
Poeira - um outro fator que pode favorecer o desenvolvimen-
1. Fatores ambientais
to dos agentes biológicos sobre os materiais gráficos, é a presença
Os agentes ambientais são exatamente aqueles que existem no
de pó.
ambiente físico do acervo: Temperatura, Umidade Relativa do Ar,
5. humanos: O Homem, ao lado dos insetos e microrganismos Radiação da Luz, Qualidade do Ar.
é um outro inimigo dos livros e documentos, embora devêssemos Num levantamento cuidadoso das condições de conservação
imaginar que ele seria ser o mais cuidadoso guardião dos mesmos. dos documentos de um acervo, é possível identificar facilmente as
consequências desses fatores, quando não controlados dentro de
PRESERVAÇÃO: É uma política adotada nas empresas para uma margem de valores aceitável.
a conservação dos documentos. Essa técnica é proveniente das Todos fazem parte do ambiente e atuam em conjunto.
áreas de Arquivologia, da biblioteconomia e museologia preocu- Sem a pretensão de aprofundar as explicações científicas de
pado com a manutenção ou a restauração do acesso a artefatos, do- tais fatores, podemos resumir suas ações da seguinte forma:
cumentos e registros através do estudo, diagnóstico, tratamento e
prevenção de danos e da deterioração. Deve ser distinguida da con- 1.1 Temperatura e umidade relativa: O calor e a umidade
servação, que se refere ao tratamento e reparo de itens individuais contribuem significativamente para a destruição dos documentos,
sob a ação de degradação lenta ou à restauração de sua usabilidade. principalmente quando em suporte papel. O desequilíbrio de um
interfere no equilíbrio do outro. O calor acelera a deterioração.
FATORES DE DETERIORAÇÃO EM ACERVOS DE A velocidade de muitas reações químicas, inclusive as de dete-
ARQUIVOS rioração, é dobrada a cada aumento de 10°C. A umidade relativa
Conhecendo-se a natureza dos materiais componentes dos alta proporciona as condições necessárias para desencadear inten-
acervos e seu comportamento diante dos fatores aos quais estão sas reações químicas nos materiais. Evidências de temperatura e
expostos, torna-se bastante fácil detectar elementos nocivos e tra- umidade relativa alta são detectadas com a presença de colônias
çar políticas de conservação para minimizá-los. de fungos nos documentos, sejam estes em papel, couro, tecido ou
Os acervos de bibliotecas e arquivos são em geral constituídos outros materiais.
de livros, mapas, fotografias, obras de arte, revistas, manuscritos Umidade relativa do ar e temperatura muito baixa transparece
etc., que utilizam, em grande parte, o papel como suporte da infor- em documentos distorcidos e ressecados.
mação, além de tintas das mais diversas composições.

Didatismo e Conhecimento 59
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As flutuações de temperatura e umidade relativa do ar são Os poluentes externos são principalmente o dióxido de enxo-
muito mais nocivas do que os índices superiores aos considerados fre (SO2), óxidos de nitrogênio (NO e NO2) e o Ozônio (O3). São
ideais, desde que estáveis e constantes. Todos os materiais encon- gases que provocam reações químicas, com formação de ácidos
trados nos acervos são higroscópicos, isto é, absorvem e liberam que causam danos sérios e irreversíveis aos materiais. O papel fica
umidade muito facilmente e, portanto, se expandem e se contraem quebradiço e descolorido; o couro perde a pele e deteriora.
com as variações de temperatura e umidade relativa do ar. As partículas sólidas, além de carregarem gases poluentes,
Essas variações dimensionais aceleram o processo de deterio- agem como abrasivos e desfiguram os documentos.
ração e provocam danos visíveis aos documentos, ocasionando o Agentes poluentes podem ter origem no próprio ambiente do
craquelamento de tintas, ondulações nos papéis e nos materiais de acervo, como no caso de aplicação de vernizes, madeiras, adesi-
revestimento de livros, danos nas emulsões de fotos etc.. vos, tintas etc., que podem liberar gases prejudiciais à conservação
O mais recomendado é manter a temperatura o mais próximo de todos os materiais.
possível de 20°C e a umidade relativa de 45% a 50%, evitando-se
de todas as formas as oscilações de 3°C de temperatura e 10% de 2. Agentes biológicos
umidade relativa.
Os agentes biológicos de deterioração de acervos são, entre
O monitoramento, que nos dá as diretrizes para qualquer pro-
outros, os insetos (baratas, brocas, cupins), os roedores e os fun-
jeto de mudança, é feito através do termo higrômetro (aparelho
gos, cuja presença depende quase que exclusivamente das condi-
medidor da umidade e temperatura simultaneamente).
A circulação do ar ambiente representa um fator bastante im- ções ambientais reinantes nas dependências onde se encontram os
portante para amenizar os efeitos da temperatura e umidade rela- documentos.
tiva elevada. Para que atuem sobre os documentos e proliferem, necessitam
de conforto ambiental e alimentação. O conforto ambiental para
1.2 Radiação da luz praticamente todos os seres vivos está basicamente na tempera-
Toda fonte de luz, seja ela natural ou artificial, emite radiação tura e umidade relativa elevadas, pouca circulação de ar, falta de
nociva aos materiais de acervos, provocando consideráveis danos higiene etc.
através da oxidação.
O papel se torna frágil, quebradiço, amarelecido, escurecido. 2.1 Fungos
As tintas desbotam ou mudam de cor, alterando a legibilidade dos Os fungos representam um grupo grande de organismos.
documentos textuais, dos iconográficos e das encadernações. São conhecidos mais de 100.000 tipos que atuam em diferentes
O componente da luz que mais merece atenção é a radiação ambientes, atacando diversos substratos. No caso dos acervos de
ultravioleta (UV). Qualquer exposição à luz, mesmo que por pou- bibliotecas e arquivos, são mais comuns aqueles que vivem dos
co tempo, é nociva e o dano é cumulativo e irreversível. A luz pode nutrientes encontrados nos documentos.
ser de origem natural (sol) e artificial, proveniente de lâmpadas Os fungos são organismos que se reproduzem através de es-
incandescentes (tungstênio) e fluorescentes (vapor de mercúrio). poros e de forma muito intensa e rápida dentro de determinadas
Deve-se evitar a luz natural e as lâmpadas fluorescentes, que são condições. Como qualquer outro ser vivo, necessitam de alimento
fontes geradoras de UV. A intensidade da luz é medida através de e umidade para sobreviver e proliferar. O alimento provém dos
um aparelho denominado luxímetro ou fotômetro. papéis, amidos (colas), couros, pigmentos, tecidos etc. A umidade
Algumas medidas podem ser tomadas para proteção dos acer- é fator indispensável para o metabolismo dos nutrientes e para sua
vos: proliferação. Essa umidade é encontrada na atmosfera local, nos
- As janelas devem ser protegidas por cortinas ou persianas materiais atacados e na própria colônia de fungos. Além da umi-
que bloqueiem totalmente o sol; essa medida também ajuda no dade e nutrientes, outras condições contribuem para o crescimento
controle de temperatura, minimizando a geração de calor durante das colônias: temperatura elevada, falta de circulação de ar e falta
o dia.
de higiene.
- Filtros feitos de filmes especiais também ajudam no controle
Os fungos, além de atacarem o substrato, fragilizando o su-
da radiação UV, tanto nos vidros de janelas quanto em lâmpadas
porte, causam manchas de coloração diversas e intensas de difícil
fluorescentes (esses filmes têm prazo de vida limitado).
- Cuidados especiais devem ser considerados em exposições remoção. A proliferação se dá através dos esporos que, em cir-
de curto, médio e longo tempo: cunstâncias propícias, se reproduzem de forma abundante e rápida.
- não expor um objeto valioso por muito tempo; Se as condições, entretanto, forem adversas, esses esporos
- manter o nível de luz o mais baixo possível; se tornam “dormentes”. A dormência ocorre quando as condições
- não colocar lâmpadas dentro de vitrines; ambientais se tornam desfavoráveis, como, por exemplo, a umida-
- proteger objetos com filtros especiais; de relativa do ar com índices baixos.
- certificar-se de que as vitrines sejam feitas de materiais que Quando dormentes, os esporos ficam inativos e, portanto, não
não danifiquem os documentos. se reproduzem nem atacam os documentos. Esse estado, porém,
é reversível; se as condições forem ideais, os esporos revivem e
1.3 Qualidades do ar voltam a crescer e agir, mesmo que tenham sido submetidos a con-
O controle da qualidade do ar é essencial num programa de gelamento ou secagem.
conservação de acervos. Os poluentes contribuem pesadamente Os esporos ativos ou dormentes estão presentes em todos os
para a deterioração de materiais de bibliotecas e arquivos. lugares, em todas as salas, em cada peça do acervo e em todas as
Há dois tipos de poluentes – os gases e as partículas sólidas – pessoas, mas não é tão difícil controlá-los.
que podem ter duas origens: os que vêm do ambiente externo e os As medidas a serem adotadas para manter os acervos sob con-
gerados no próprio ambiente. trole de infestação de fungos são:

Didatismo e Conhecimento 60
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
- estabelecer política de controle ambiental, principalmente O ataque causa perda de suporte. A larva digere os materiais
temperatura, umidade relativa e ar circulante, mantendo os índices para chegar à fase adulta. Na fase adulta, acasala e põe ovos. Os
o mais próximo possível do ideal e evitando oscilações acentuadas; ovos eclodem e o ciclo se repete.
- praticar a higienização tanto do local quanto dos documen- As brocas precisam encontrar condições especiais que, como
tos, com metodologia e técnicas adequadas; todos os outros agentes biológicos, são temperatura e umidade re-
- instruir o usuário e os funcionários com relação ao manuseio lativa elevadas, falta de ar circulante e falta de higienização perió-
dos documentos e regras de higiene do local; dica no local e no acervo.
- manter vigilância constante dos documentos contra aciden- A característica do ataque é o pó que se encontra na estante em
tes com água, secando-os imediatamente caso ocorram. contato com o documento.
Observações importantes: Este pó contém saliva, excrementos, ovos e resíduos de cola,
- O uso de fungicidas não é recomendado; os danos causados papel etc. Em geral as brocas vão em busca do adesivo de amido,
superam em muito a eficiência dos produtos sobre os documentos. instalando-se nos papelões das capas, no miolo e no suporte do
- Caso se detecte situação de infestação, chamar profissionais miolo dos livros. As perdas são em forma de orifícios bem redon-
especializados em conservação de acervos. dinhos.
- Não limpar o ambiente com água, pois esta, ao secar, eleva A higienização metódica é a única forma de se fazer o controle
a umidade relativa do ar, favorecendo a proliferação de colônias das condições de conservação dos documentos e, assim, detectar a
de fungos. presença dos insetos. Uma medida que deve ser obedecida sempre
- Na higienização do ambiente, é recomendado o uso de as- é a higienização e separação de todo exemplar que for incorporado
pirador. ao acervo, seja ele originário de doação, aquisição ou recolhimen-
Alguns conselhos para limpeza de material com fungos: to.
- Usar proteção pessoal: luvas de látex, máscaras, aventais, Quando o ataque se torna uma infestação, é preciso buscar a
toucas e óculos de proteção (nos casos de sensibilidade alérgica). ajuda de um profissional especializado.
- Luvas, toucas e máscaras devem ser descartáveis. A providência a ser tomada é identificar o documento atacado
e, se possível, isolá-lo até tratamento. A higienização de infestados
2.2 Roedores por brocas deve ser feita em lugar distante, devido ao risco de es-
A presença de roedores em recintos de bibliotecas e arquivos palhar ovos ou muitas larvas pelo ambiente.
ocorre pelos mesmos motivos citados acima. Tentar obstruir as Estes insetos precisam ser muito bem controlados: por mais
possíveis entradas para os ambientes dos acervos é um começo. As que se higienize o ambiente e se removam as larvas e resíduos,
iscas são válidas, mas para que surtam efeito devem ser definidas corre-se o risco de não eliminar totalmente os ovos. Portanto, após
por especialistas em zoonose. O produto deve ser eficiente, desde
a higienização, os documentos devem ser revistos de tempos em
que não provoque a morte dos roedores no recinto. A profilaxia
tempos.
se nos faz mesmos moldes citados acima: temperatura e umidade
Todo tratamento mais agressivo deve ser feito por profissio-
relativa controladas, além de higiene periódica.
nais especializados, pois o uso de qualquer produto químico pode
acarretar danos intensos aos documentos.
2.3 Ataques de insetos
Cupins (Térmitas) – Os cupins representam risco não só para
Baratas – Esses insetos atacam tanto papel quanto revestimen-
tos. A variedade também é grande. O ataque tem características as coleções como para o prédio em si.
bem próprias, revelando-se principalmente por perdas de super- Vivem em sociedades muito bem organizadas, reproduzem-
fície e manchas de excrementos. As baratas se reproduzem no -se em ninhos e a ação é devastadora onde quer que ataquem. Na
próprio local e se tornam infestação muito rapidamente, caso não grande maioria das vezes, sua presença só é detectada depois de
sejam combatidas. São atraídas pelos mesmos fatores já menciona- terem causado grandes danos.
dos: temperatura e umidade elevadas, resíduos de alimentos, falta Os cupins percorrem áreas internas de alvenaria, tubulações,
de higiene no ambiente e no acervo. conduítes de instalações elétricas, rodapés, batentes de portas e
Existem iscas para combater as baratas, mas, uma vez insta- janelas etc., muitas vezes fora do alcance dos nossos olhos.
lada a infestação, devemos buscar a orientação de profissionais. Chegam aos acervos em ataques massivos, através de estantes
Brocas (Anobídios) – São insetos que causam danos imensos coladas às paredes, caixas de interruptores de luz, assoalhos etc.
em acervos, principalmente em livros. Os ninhos não precisam obrigatoriamente estar dentro dos
A sua presença se dá principalmente por falta de programa edifícios das bibliotecas e arquivos.
de higienização das coleções e do ambiente e ocorre muitas vezes Podem estar a muitos metros de distância, inclusive na base de
por contato com material contaminado, cujo ingresso no acervo árvores ou outros prédios.
não foi objeto de controle. Exigem vigilância constante, devido ao Com muita frequência, quando os cupins atacam o acervo, já
tipo de ataque que exercem. Os sintomas desse ataque são claros e estão instalados em todo o prédio. Da mesma forma que os outros
inconfundíveis. Para combatê-lo se torna necessário conhecer sua agentes citados anteriormente, os cupins se instalam em ambientes
natureza e comportamento. As brocas têm um ciclo de vida em com índices de temperatura e umidade relativa elevados, ausência
quatro fases: ovos – larva – pupa – adulta. de boa circulação de ar, falta de higienização e pouco manuseio
A fase de ataque ao acervo é a de larva. Esse inseto se re- dos documentos.
produz por acasalamento, que ocorre no próprio acervo. Uma vez No caso de ataque de cupim, não há como solucionar o pro-
instalado, ataca não só o papel e seus derivados, como também a blema sozinho. O ideal é buscar auxílio com um profissional es-
madeira do mobiliário, portas, pisos e todos os materiais à base de pecializado na área de conservação de acervos para cuidar dos
celulose. documentos atacados e outro profissional capacitado para cuidar

Didatismo e Conhecimento 61
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
do extermínio dos cupins que estão na parte física do prédio. O O recomendado é que se tenha uma só porta de entrada e saída
tratamento recomendado para o extermínio dos cupins ou para pre- das instalações onde se encontra o acervo, para ser usada tanto
venção contra novos ataques é feito mediante barreiras químicas pelos consulentes/pesquisadores quanto pelos funcionários.
adequadamente projetadas. As janelas devem ser mantidas fechadas e trancadas. Nas
áreas destinadas aos usuários, o encarregado precisa ter uma visão
3. Intervenções inadequadas nos acervos de todas as mesas, permanecendo no local durante todo o horário
Chamamos de intervenções inadequadas todos os procedi- de funcionamento. As chaves das salas de acervo e o acesso a elas
mentos de conservação que realizamos em um conjunto de do- devem estar disponíveis apenas a um número restrito de funcio-
cumentos com o objetivo de interromper ou melhorar seu estado nários.
de degradação. Muitas vezes, com a boa intenção de protegê-los, Na devolução dos documentos, é preciso que o funcionário
fazemos intervenções que resultam em danos ainda maiores. faça uma vistoria geral em cada um.
Nos acervos formados por livros, fotografias, documentos im-
pressos, documentos manuscritos, mapas, plantas de arquitetura, 5. Fatores de deterioração
obras de arte etc., é preciso ver que, segundo sua natureza, cada Como podemos ver, os danos são intensos e muitos são irre-
um apresenta suportes, tintas, pigmentos, estruturas etc. comple- versíveis. Apesar de toda a problemática dos custos de uma po-
tamente diferentes. lítica de conservação, existem medidas que podemos tomar sem
Qualquer tratamento que se queira aplicar exige um conheci- despender grandes somas de dinheiro, minimizando drasticamente
mento das características individuais dos documentos e dos mate- os efeitos desses agentes.
riais a serem empregados no processo de conservação. Todos os Alguns investimentos de baixo custo devem ser feitos, a co-
profissionais de bibliotecas e arquivos devem ter noções básicas meçar por:
de conservação dos documentos com que lidam, seja para efetiva- • treinamento dos profissionais na área da conservação e pre-
mente executá-la, seja para escolher os técnicos capazes de fazê- servação;
-lo, controlando seu trabalho. Os conhecimentos de conservação • atualização desses profissionais (a conservação é uma ciên-
ajudam a manter equipes de controle ambiental, controle de infes- cia em desenvolvimento constante e a cada dia novas técnicas,
tações, higienização do ambiente e dos documentos, melhorando materiais e equipamentos surgem para facilitar e melhorar a con-
as condições do acervo. servação dos documentos);
Pequenos reparos e acondicionamentos simples podem ser • monitoração do ambiente – temperatura e umidade relativa
realizados por aqueles que tenham sido treinados nas técnicas e
em níveis aceitáveis;
critérios básicos de intervenção.
• uso de filtros e protetores contra a luz direta nos documentos;
• adoção de política de higienização do ambiente e dos acer-
4. Problemas no manuseio de livros e documentos
vos;
O manuseio inadequado dos documentos é um fator de degra-
• contato com profissionais experientes que possam assessorar
dação muito frequente em qualquer tipo de acervo.
em caso de necessidade.
O manuseio abrange todas as ações de tocar no documento,
sejam elas durante a higienização pelos funcionários da institui- Conservação: critérios de intervenção para a estabilização de
ção, na remoção das estantes ou arquivos para uso do pesquisador, documentos
nas foto reproduções, na pesquisa pelo usuário etc. O suporte papel Os documentos que sofrem algum tipo de dano apresentam
tem uma resistência determinada pelo seu estado de conservação. um processo de deterioração que progressivamente vai levá-los a
Os critérios para higienização, por exemplo, devem ser formula- um estado de perda total. Para evitar esse desfecho, interrompe-se
dos mediante avaliação do estado de degradação do documento. o processo através de intervenções que levam à estabilização do
Os limites devem ser obedecidos. Há documentos que, por mais documento.
que necessitem de limpeza, não podem ser manipulados durante Estabilizar um documento é, portanto, interromper um proces-
um procedimento de higienização, porque o tratamento seria mui- so que esteja deteriorando o suporte e/ou seus agregados, através
to mais nocivo à sua integridade, que é o item mais importante a de procedimentos mínimos de intervenção. Por exemplo: estabili-
preservar, do que a eliminação da sujidade. zar por higienização significa que uma limpeza mecânica corrige o
processo de deterioração. No capítulo anterior, vimos os fatores de
4.1 Furto e vandalismo deterioração e seus efeitos nos documentos. O segundo passo será
Um volume muito grande de documentos em nossos acervos a intervenção nesse processo de deterioração, através de estabili-
é vítima de furtos e vandalismo. zação dos documentos danificados.
A falta de segurança e nenhuma política de controle são a cau- Para se fazer qualquer intervenção, deve-se obedecer a cri-
sa desse desastre. térios de prioridade estabelecidos no tratamento dos acervos: de
Além do furto, o vandalismo é muito frequente. A quantidade coleções gerais ou de obras raras, no caso de bibliotecas, de docu-
de documentos mutilados aumenta dia a dia. Esse é o tipo de dano mentos antigos ou mais recentes, no caso de arquivos.
que, muitas vezes, só se constata muito tempo depois. É necessário Antes de qualquer intervenção, a primeira avaliação é se nós
implantar uma política de proteção, mesmo que seja através de um somos capazes de executá-la.
sistema de segurança simples. Alguns de nós seremos capazes e muitos outros não. Esse é o
Durante o período de fechamento das instituições, a melhor primeiro critério a seguir.
proteção é feita com alarmes e detectores internos. O problema é Caso não nos julguemos com conhecimentos necessários, a
durante o horário de funcionamento, que é quando os fatos acon- solução é buscar algum especialista da área ou acondicionar o do-
tecem. cumento enquanto aguardamos o momento oportuno de intervir.

Didatismo e Conhecimento 62
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6. Características gerais dos materiais empregados em • As manchas ocorrem quando as partículas de poeira se ume-
conservação decem, com a alta umidade relativa ou mesmo por ataque de água,
Nos projetos de conservação/preservação de acervos de bi- e penetram rapidamente no papel. A sujeira e outras substâncias
bliotecas, arquivos e museus, é recomendado apenas o uso de ma- dissolvidas se depositam nas margens das áreas molhadas, provo-
teriais de qualidade arquivística, isto é, daqueles materiais livres cando a formação de manchas. A remoção dessas manchas requer
de quaisquer impurezas, quimicamente estáveis, resistentes, du- a intervenção de um restaurador.
ráveis. Suas características, em relação aos documentos onde são • Os poluentes atmosféricos são altamente ácidos e, portanto,
aplicados, distinguem-se pela estabilidade, neutralidade, reversibi- extremamente nocivos ao papel. São rapidamente absorvidos, al-
lidade e inércia. Os materiais não enquadrados nessa classificação terando seriamente o pH do papel.
não podem ser usados, pois apresentam problemas de instabilida-
de, reagem com o tempo e decompõem-se em outras substâncias 8.1.3 Avaliação do objeto a ser limpo
que vão deteriorar os documentos com os quais estão em contato. Cada objeto deve ser avaliado individualmente para determi-
Além disso, são de natureza irreversível, ou seja, uma vez aplica- nar se a higienização é necessária e se pode ser realizada com se-
dos aos documentos não podem ser removidos. gurança. No caso de termos as condições abaixo, provavelmente o
Dentro das especificações positivas, encontramos vários mate- tratamento não será possível:
riais: os papéis e cartões alcalinos, os poliésteres inertes, os adesi- • Fragilidade física do suporte – Objetos com áreas finas, per-
vos alcalinos e reversíveis, os papéis orientais, borrachas plásticas das, rasgos intensos podem estar muito frágeis para limpeza. Áreas
etc., usados tanto para pequenas intervenções sobre os documentos com manchas e áreas atacadas por fungos podem não resistir à lim-
como para acondicionamento. peza: o suporte torna-se escuro, quebradiço, manchado e, portanto,
muito facilmente danificado.
7. Critérios para a escolha de técnicas e de materiais para Quando o papel se degrada, até mesmo um suave contato com
a conservação de acervos o pó de borracha pode provocar a fragmentação do documento.
Como já enfatizamos anteriormente, é muito importante ter • Papéis de textura muito porosa – Não se deve passar borra-
conhecimentos básicos sobre os materiais que integram nossos cha nesses materiais, pois a remoção das partículas residuais com
acervos para que não corramos o risco de lhes causar mais danos. pincel se torna difícil:
Vários são os procedimentos que, apesar de simples, são de - papel japonês;
grande importância para a estabilização dos documentos. - papel de textura fragilizada pelo ataque de fungos (que de-
gradam a celulose, consumindo a encolagem);
8. Higienização - papel molhado (que perde a encolagem e, após a secagem,
A sujidade é o agente de deterioração que mais afeta os docu-
torna-se frágil).
mentos. A sujidade não é inócua e, quando conjugada a condições
ambientais inadequadas, provoca reações de destruição de todos os
8.1.4 Materiais usados para limpeza de superfície
suportes num acervo. Portanto, a higienização das coleções deve
A remoção da sujidade superficial (que está solta sobre o do-
ser um hábito de rotina na manutenção de bibliotecas ou arquivos,
cumento) é feita através de pincéis, flanela macia, aspirador e inú-
razão por que é considerada a conservação preventiva por exce-
meras outras ferramentas que se adaptam à técnica.
lência.
Durante a higienização de documentos, procedemos também Como já foi dito anteriormente, essa etapa é obrigatória e
de forma simultânea a um levantamento de dados sobre suas con- sempre se realiza como primeiro tratamento, quaisquer que sejam
dições de conservação, para efeitos de futuras intervenções. É hora as outras intervenções previstas.
Durante a higienização de documentos, procedemos também de • Pincéis: são muitos os tipos de pincéis utilizados na limpeza
forma simultânea a um levantamento de dados sobre suas condi- mecânica, de diferentes formas, tamanhos, qualidade e tipos de
ções de conservação, para efeitos de futuras intervenções. É hora cerdas (podem ser usados com carga estática atritando as cerdas
também de executar os primeiros socorros para que um processo contra o nylon, material sintético ou lã);
de deterioração em andamento seja interrompido, mesmo que não • Flanela: serve para remover sujidade de encadernações, por
possa ser sanado no momento. exemplo;
• Aspirador de pó: sempre com proteção de bocal e com potên-
8.1 Processos de higienização cia de sucção controlada;
8.1.1 Limpeza de superfície • Outros materiais usados para a limpeza: bisturi, pinça, espá-
O processo de limpeza de acervos de bibliotecas e arquivos tula, agulha, cotonete;
se restringe à limpeza de superfície e, portanto, é mecânica, feita • Materiais de apoio necessários para limpeza mecânica:
a seco. A técnica é aplicada com o objetivo de reduzir poeira, par- - raladores de plástico ou aço inox; borrachas de vinil;
tículas sólidas, incrustações, resíduos de excrementos de insetos - fita-crepe;
ou outros depósitos de superfície. Nesse processo, não se usam - lápis de borracha;
solventes. A limpeza de superfície é uma etapa independente de - luvas de látex ou algodão;
qualquer tratamento mais intenso de conservação; é, porém, sem- - máscaras;
pre a primeira etapa a ser realizada. - papel mata-borrão;
- pesos;
8.1.2 Razões que levam a realizar a limpeza do acervo • A su- - poliéster (mylar);
jidade escurece e desfigura o documento, prejudicando-o do ponto - folhas de papel siliconado;
de vista estético. - microscópios;

Didatismo e Conhecimento 63
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
Os livros, além do suporte papel, exigem também tratamen- encadernações. Nos livros mais frágeis, deve-se suportar o volume
to de revestimento. Assim, o couro (inclui-se aqui o pergaminho), em estruturas adequadas durante a operação para evitar danos na
tecidos e plastificados fazem parte dos materiais pertencentes aos manipulação e tratamento.
livros. Todo o documento que contiver gravuras ou outra técnica de
Para a limpeza de livros utilizamos trinchas de diferentes ta- obra de arte no seu interior necessita um cuidado redobrado. Antes
manhos, pincéis, flanelas macias, aspiradores de baixa potência de qualquer intervenção com pincéis, trinchas, flanelas, é necessá-
com proteção de boca, pinças, espátulas de metal, entre outros rio examinar bem o documento, pois, nesse caso, só será recomen-
materiais. dada a limpeza de superfície se não houver nenhum risco de dano.
Na limpeza do couro, é recomendável somente a utilização No caso dos documentos impressos como os livros, existe
de pincel e flanela macia, caso o couro esteja íntegro. Não se deve uma grande margem de segurança na resistência das tintas em
tratá-lo com óleos e solventes. relação ao pincel. Mesmo assim, devemos escolher o pincel de
A encadernação em pergaminho não necessita do mesmo tra- maciez adequada para cada situação. Em relação às obras de arte,
tamento do couro. Como é muito sensível à umidade, o tratamento as técnicas são tão variadas e as tintas de composições tão diversas
aquoso deve ser evitado. Para sua limpeza, apresenta bons resul- que, de modo algum, se deve confiar na sua estabilidade frente à
tados o uso de algodão embebido em solvente de 50% de água ação do pincel ou outro material.
e álcool. O algodão precisa estar bem enxuto, e deve-se sempre
buscar trabalhar o suporte em pequenas áreas de cada vez. Nessa 8.3 Higienização de documentos de arquivo
limpeza, é importante ter muito cuidado com os pergaminhos mui- Materiais arquivísticos têm os seus suportes geralmente que-
to ressecados e distorcidos. A fragilidade é intensa e o documento bradiços, frágeis, distorcidos ou fragmentados. Isso se deve prin-
pode desintegrar-se. A estabilização de pergaminhos, nesse caso, cipalmente ao alto índice de acidez resultante do uso de papéis de
requer os serviços de especialistas. baixa qualidade. As más condições de armazenamento e o excesso
Há muita controvérsia no uso de Leather Dressing para a hi- de manuseio também contribuem para a degradação dos materiais.
dratação dos couros. Os componentes das diversas fórmulas do Tais documentos têm que ser higienizados com muito critério e
produto variam muito (óleos, graxas, gorduras) e, se mal aplica- cuidado.
dos, podem causar sérios problemas de conservação ao couro. A
fórmula do British Museum é a mais usada e recomendada. O uso 8.3.1 Documentos manuscritos
deve ser criterioso e não indiscriminado. Em casos específicos de Os mesmos cuidados para com os livros devem ser tomados
livros novos de coleções de bibliotecas, pode ser apropriado o seu em relação aos manuscritos. O exame dos documentos, testes de
uso como parte integrante de um programa de manutenção. estabilidade de seus componentes para o uso dos materiais de
No caso dos revestimentos em tecido, a aplicação de trincha limpeza mecânica e critérios de intervenção devem ser cuidado-
ou aspirador é recomendável, caso sua integridade o permita. samente realizados.
Nas capas de livros revestidas em papel, pode ser utilizado pó As tintas ferrogálicas, conforme o caso podem destruir um
de borracha ou diretamente a borracha, caso a integridade do papel documento pelo seu alto índice de acidez. Todo cuidado é pouco
e das tintas não fique comprometida com essa ação. para manusear esses documentos. As espessas tintas encontradas
E, nos revestimentos plastificados (percalux e outros), deve-se em partituras de música, por exemplo, podem estar soltas ou em
usar apenas uma flanela seca e bem macia. estado de pó.
Na limpeza do miolo do livro, utilizamos um pincel macio, Tintas, como de cópias de carbono, são fáceis de “borrar”, ao
sem aplicar borracha ou pó de borracha. Além de agredir as tin- mesmo tempo em que o tipo de papel utilizado para isso é fino e
tas, o resíduo de borracha é permanente e de difícil remoção. Os quebradiço, tornando o manuseio muito arriscado e a limpeza de
resíduos agem como abrasivos e permanecerão em contato com o superfície desaconselhável. As áreas ilustradas e decorativas dos
suporte para sempre. manuscritos iluminados são desenhadas com tintas à base de água
que podem estar secas e pulverulentas. A limpeza mecânica, nes-
8.2.1 Limpeza de livros – metodologia em mesa de higieni- ses casos, deve ser evitada.
zação
- Encadernação (capa do livro) – limpar com trincha, pincel 8.3.2 Documentos em grande formato
macio, aspirador, flanela macia, conforme o estado da encaderna- Desenhos de Arquitetura – Os papéis de arquitetura (no geral
ção; em papel vegetal) podem ser limpos com pó de borracha, após
- Miolo (livro em si) – segurar firmemente o livro pela lom- testes. Pode-se também usar um cotonete - bem enxuto e embebido
bada, apertando o miolo. Com uma trincha ou pincel, limpar os em álcool. Muito sensíveis à água, esses papéis podem ter dis-
cortes, começando pela cabeça do livro, que é a área que está mais torções causadas pela umidade que são irreversíveis ou de difícil
exposta à sujidade. Quando a sujeira está muito incrustada e inten- remoção.
sa, utilizar, primeiramente, aspirador de pó de baixa potência ou Posters (Cartazes) – As tintas e suportes de posters são muito
ainda um pedaço de carpete sem uso; frágeis. Não se recomenda limpar a área pictórica. Todo cuidado é
- O miolo deve ser limpo com pincel folha a folha, numa pri- pouco, até mesmo na escolha de seu acondicionamento.
meira higienização; Mapas – Os mapas coloridos à mão merecem uma atenção es-
- Oxigenar as folhas várias vezes. pecial na limpeza. Em mapas impressos, desde que em boas condi-
Num programa de manutenção, pode-se limpar a encaderna- ções, o pó de borracha pode ser aplicado para tratar grandes áreas.
ção, cortes e aproximadamente as primeiras e últimas 15 folhas, Os grandes mapas impressos, muitas vezes, têm várias folhas de
que são as mais sujeitas a receber sujidade, devido à estrutura das papel coladas entre si nas margens, visando permitir uma impres-

Didatismo e Conhecimento 64
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistência Administrativa
são maior. Ao fazer a limpeza de um documento desses, o cuida- 03. Com relação à gestão de documentos, julgue o item que
do com as emendas deve ser redobrado, pois nessas, geralmente, se segue.
ocorrem descolamentos que podem reter resíduos de borracha da Para facilitar o acesso rápido ao material, recomenda-se que
limpeza, gerando degradação. Outros mapas são montados em li- arquivos correntes sejam armazenados em caixas-arquivo.
nho ou algodão com cola de amido. O verso desses documentos ( ) Certo ( ) Errado
retém muita sujidade. Recomenda-se remover o máximo com as-
pirador de pó (munido das devidas proteções em seu bocal e no 04. Em relação ao arquivo corrente, NÃO se pode afirmar que:
documento). (A) Tem valor primário.
(B) Abrange apenas documentos em tramitação.
9. Pequenos reparos (C) Abrange documentos em tramitação ou não.
Os pequenos reparos são diminutas intervenções que podemos (D) É objeto de consultas frequentes.
executar visando interromper um processo de deterioração em an-
damento. Essas pequenas intervenções devem obedecer a critérios 05. Os documentos correntes são de acesso restrito e devem
rigorosos de ética e técnica e têm a função de melhorar o estado ficar próximos aos servidores que são seus usuários diretos.
de conservação dos documentos. Caso esses critérios não sejam ( ) Certo ( ) Errado
obedecidos, o risco de aumentar os danos é muito grande e muitas
vezes de caráter irreversível. 06. Quando o documento de arquivo tem uma grande pos-
Os livros raros e os documentos de arquivo mais antigos de- sibilidade de uso, ele deve ser considerado como documento do
vem ser tratados por especialistas da área. Os demais documentos arquivo corrente.
permitem algumas intervenções, de simples a moderadas. Os ma- ( ) Certo ( ) Errado
teriais utilizados para esse fim devem ser de qualidade arquivística
e de caráter reversível. Da mesma forma, toda a intervenção deve 07. No que se refere ao gerenciamento da informação e à ges-
obedecer a técnicas e procedimentos reversíveis. Isso significa tão de documentos, julgue o item subsequente.
que, caso seja necessário reverter o processo, não pode existir ne- Após passarem pelos arquivos correntes, os documentos de
nhum obstáculo na técnica e nos materiais utilizados. arquivo podem ser eliminados, ser encaminhados ao arquivo in-
Os procedimentos e técnicas para a realização de reparos em termediário, ou, ainda, ser recolhidos aos arquivos permanentes.
( ) Certo ( ) Errado
documentos exigem os seguintes instrumentos:
- mesa de trabalho;
08. Considere os nomes a seguir:
- pinça;
- papel mata-borrão;
1. Alberto Soares Júnior
- entretela sem cola;
2. João Castelo Branco 3. Everaldo Santo Cristo
- placa de vidro;
4. Dr.Alexandre Silva
- peso de mármore;
5. Maria Cardoso Silva
- espátula de metal;
- espátula de osso; O nome arquivado corretamente, segundo o método alfabé-
- pincel chato; tico, é:
- pincel fino; (A) Júnior, Alberto Soares
- filme de poliéster. (B) Branco, João Castelo
(C) Santo Cristo, Everaldo
Questões (D) Silva, Dr.Alexandre
(E) Cardoso Silva, Maria
QUESTÕES
09. O método de arquivamento alfanumérico, que consiste na
01. No que se refere ao gerenciamento da informação e à ges- combinação de letras e números, pertence ao sistema indireto.
tão de documentos, julgue os itens subsequentes. ( ) Certo ( ) Errado
(01-Errado), (02-E), (03-Errado), (04-B), (05-Certo), (06-Cer-
Por atenderem a necessidades especiais, os documentos do to), (07-Certo), (08-C), (09-Errado)
arquivo corrente podem permanecer distantes de seus usuários di-
retos.
( ) Certo ( ) Errado
02. O arquivo constituído por documentos que são de uso ex-
clusivo da unidade que os gerou ou recebeu, denomina-se
(A) ostensivo.
(B) sigiloso.
(C) permanente.
(D) intermediário.
(E) corrente.

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