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hot rods # 103

ford 1932
Réplica de roadster recebe motor Dodge 318
chevrolet fleetline 1946 - camaro rs 1967 - ford cinco janelas - ford 1932

único
no mundo
Modelo Cinco Janelas de lata construído
artesanalmente ganha Chevy big block

goodguys
ISSN 1808-9399
ISSN 1808-9399
ano 9 #103
R$ 12,90

5 mil carros em Pleasanton (EUA)


9 771808 939007 00103
www.cteditora.COM.BR

Camaro rs Senai
Kit de injeção eleva potência Unidade do PR promove
de muscle para 320 cavalos evento histórico de hots
Editorial

De malas prontas!
Enquanto você lê esta edição, recheada de reportagens sobre carros e a
Cultura Hot, nossa equipe prepara os temas da próxima!
Ademir Pernias e Ricardo Kruppa - editores

N
o momento em que você lê esta em Bonneville, no estado de Utah, no uma réplica de fibra de um Ford 1932
edição, a equipe de Hot Rods centro-oeste dos Estados Unidos. Esses e um raro Chevrolet Fleetline com visual
já vive e trabalha os temas que dois eventos rechearão as páginas da rat. Na coluna dedicada à Cultura Hot,
serão assuntos da próxima! revista com um material exclusivo, além mais da história de Von Dutch, o criador
E a edição de outubro será de permitir o “garimpo” de carros que do pinstripe, e a cobertura da etapa cali-
quente, com a cobertura do abastecerão as próximas edições. forniana de Pleasanton da Associação
Segundo Encontro Paulista de Hots e Enquanto isso, este mês você curte um Goodguys. Destaque ainda para um
Especiais, que acontece em Águas de Camaro RS que recebeu kit de injeção encontro de Galaxies no litoral gaúcho e
Lindoia (SP), além de uma reportagem eletrônica para elevar sua cavalaria, um uma reunião de antigos em Santos (SP).
especial sobre a etapa final da SCTA, modelo artesanal Cinco Janelas constru- Boa leitura e até a próxima, que já
prova de velocidade final que acontece ído em lata com motor Chevy V8 454”, está no forno!
Sumário

ENCONTRO - santos (SP)

06 Adeptos do antigomobilismo reúnem dezenas de modelos originais em


Santos (SP) e abrem espaço para a participação de muscle cars e hot rods

Hot Rods
Crazy Turkey Editora A Hot Rods é uma publicação mensal da Crazy Turkey Editora
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cultura hot camaro rs 1967

14 A vida de Von Dutch é como seu trabalho:


cheia de curvas, cores e detalhes. Confira! 20 Muscle car da Chevrolet recebe kit de injeção
para ganhar fôlego e garantir 320 cavalos

técnica garage tech

28 Fundado na década de 1940, Senai de


Curitiba promove evento histórico de hots 30 Visual vintage: eficiente sistema de freio a
disco vem “camuflado” de freio a tambor

5 janelas goodguys - califórnia

42 Modelo artesanal baseado em um Ford 5


janelas é exclusividade no mundo! 60 Rodders brasileiros relatam visita à etapa
da Associação em Pleasanton. Confira!
Encontro de Originais - Santos (SP)

Só fera!
Encontro de automóveis antigos de Santos (SP)
Hot Rods 6

reúne raridades originas e também hot rods


Texto: Vitor Giglio::Fotos: Dorival Sanchez Junior
Encontro de Originais - Santos (SP)

O
pavilhão do Mendes Convention Center, na cida-
de litorânea de Santos (SP), recebeu entre os dias
23 e 25 de agosto o 18º Encontro de Automóveis
Antigos de Santos, evento organizado pelo Clube
de Automóveis Antigos da cidade. A edição 2013
deste encontro anual reuniu cerca de 250 carros e
mais de 12.000 pessoas.
João Antônio Rechtenwald, 65 anos, médico e presidente
do clube – que deixa o cargo neste mês – conta que,
além da exposição das raridades, os presentes dispuse-
ram também do tradicional mercado de pulgas, além de
almoços e jantares comemorativos.
Hot Rods 8
Acima, à esquerda, Cadillac 1963 (azul) e 1956 (branco). Abaixo, Corvette
(azul) e dois exemplares do Ford Modelo A
Encontro de Originais - Santos (SP)

Acima, modelo da marca francesa Citroën. Abaixo, um MG e, ao lado,


Mustang (com o capô aberto)
“Outro ponto importante deste encontro é a premiação,
que neste ano laureou mais de 50 veículos, divididos
entre nacionais, importados, países de origem e década
de fabricação”, lembra.
Entusiastas de todo o país se deslocaram até Santos para
o evento. “Neste ano recebemos colegas do Rio de Janei-
ro (RJ), Juiz de Fora (MG), Curitiba (PR) e Fortaleza (CE)”,
lembra João Antônio.
Hot Rods 10

Entre os originais que mais se destacaram estiveram um


Cadillac LaSalle 1937 – que pertenceu ao governador do
estado de Kansas, nos Estados Unidos –, um raríssimo Fiat
1919 e uma Ferrari amarela 1982. Os hot rods também
tiveram seu espaço na ocasião, e um Studebaker Champion
1951 foi premiado como o melhor representante da classe.
Encontro de Originais - Santos (SP)

Também durante o evento, cinco auto-


móveis foram escolhidos em conjunto
pelo Clube de Automóveis Antigos de
Santos e pela Federação Brasileira
de Veículos Antigos para se juntarem
a outros 45 modelos em uma exposi-
ção, ainda este ano, no Auto Esporte
Exposhow, representando os 50
melhores veículos originais existentes
no país. A próxima edição do Encontro
de Automóveis Antigos de Santos deve
acontecer entre julho e agosto do pró-
ximo ano.

Mais informações: www.caas.org.br

Abaixo, Dodge Charger R/T. Acima, geral do mercado de pulgas


no evento santista
Hot Rods 12
Hot Rods 13
Cultura Hot

Von Dutch is still alive!


A vida do Holandês é como seu trabalho: cheia de curvas, cores e deta-
lhes. Nesta edição chegamos a 1958, o auge de sua fama e o momento
em que ele resolveu abandonar os pincéis... ou não!
Texto: Victor Rodder

N
o mês passado, após algu- 01
mas edições escrevendo
sobre tatuagem e hot rods,
voltei com o pé no fundo a
falar sobre os “Ícones da Hot
Rod Culture”. E o escolhido
foi Kenny Howard, o homem que rein-
ventou o pinstripe na década de 50 e
ficou mundialmente conhecido como
Von Dutch, o Holandês. Mas a vida
de Von Dutch é como seu trabalho:
cheia de curvas, cores e detalhes.
Por isso a opção foi resumir um pou-
co e contar tudo em duas edições. conta disso seu antigo chefe, George dos por seus pais e por seu país.
Cheguei até 1958, auge da fama de Beerup, o colocou para trabalhar na O Holandês já havia trabalhado em
Kenny e o momento em que ele resol- pintura de motos. Mas o Holandês algumas oficinas, já tinha sido um pin-
veu abandonar os pincéis... Ou não? já era uma pessoa de gênio forte, e tor itinerante, já havia passado quase
É o que veremos nesta edição. aquelas linhas tediosas não o faziam três anos pintando exclusivamente
feliz. Kenny, então, criou um estilo para o Crazy Arab em sua loja e ofi-
todo próprio, imprimindo liberdade e cina. Seus trabalhos haviam ganhado
criatividade naqueles riscos de tinta fama nacional e já não remuneravam
utilizados desde o início da história mais Kenny por trabalho. Ele não
dos automóveis para ornamentar e recebia encomendas de pinturas.
destacar as curvas dos veículos. E este Carros e motos vinham de todo o
estilo até então único virou uma febre. país para que fossem “duchteds”.
Desde o final da década de 1940 os Von Dutch agora recebia por hora de
Estados Unidos fervilhavam com as trabalho. Não importava às pessoas
novas ideias surgidas da contra-cultura o que exatamente seria pintado. Bas-
1958! Kenny Howard, ou Von Dutch, e a Califórnia era o berço da Kustom tava que fosse pintado por ele.
Hot Rods 14

como ficou conhecido, estava no auge Kulture. Oficinas como a dos Irmãos Mas Von Dutch sempre teve uma
de sua fama. Ele era mecânico de Barris transformavam carros em ver- relação diferente com o dinheiro. Acre-
motos em Los Angeles, Califórnia, e dadeiras obras de arte, dando rodas ditava que um dos males da humani-
adorava o que fazia. Mas tinha esse para essa nova forma de expressão de dade era o dinheiro e a ganância. E
talento nato – de pintar as tradicio- uma juventude que já não se conten- concordamos que não estava errado
nais pinstripes como ninguém – e por tava mais com os modelos pré-fabrica- em absolutamente nada. Mas, diferen-
03

04
02
05
01- Exemplo de pinstripe tradicional em um
Packard 1938
02- Uma das quatro motos Indian Imposter cria-
das por Von Dutch
03- Uma das tantas obras criadas por Von Dutch

05-1 em seu período de isolamento no rancho da


família Brucker foi “Kenford”, uma junção entre
uma picape Ford 1956 e um taxi Kenworth 1947
04- Uma prova do que estou dizendo é esta
motocicleta construída por Von Dutch em 1966:
uma Harley-Davidson XA da Segunda Guerra,
temente da maioria de nós, levava isso que naquela época já era relativamente cara,
a sério. Uma de suas citações mais com algumas peças Moto Guzzi e um motor flat
conhecidas foi dita por Von Dutch em com 36 cavalos Volkswagen instalado! Sem falar
um artigo publicado em 1965, onde nos pinstripes e demais enfeites, que tornam o
podemos entender um pouco sobre a trabalho inconfundível
05- Esse antigo ônibus da cidade de Long Beach,
forma de Von Dutch lidar com o dinhei-
Califórnia, foi dado como forma de pagamento
ro: “Eu faço questão de ficar bem no
a Von Dutch por uma mulher, no início dos
limiar da linha da pobreza. Eu não anos 60. Nele, o Holandês montou um pequeno
tenho um par de calças sem um bura- talvez por isso, até esse período de sua dormitório na parte traseira e, no restante do
co nelas, e o único par de botas que vida não tivesse feito fortuna, apesar veículo, fez uma oficina mecânica, incluindo
tenho está agora nos meus pés. Eu não de seus trabalhos terem se espalhado diversos equipamentos, como um velho torno
procuro nada desnecessário, então eu por toda uma geração de hot rodders de metal, o qual cobriu com pinstripings. Dizem
não preciso de muito dinheiro. E acre- e customizadores. Talvez por isso, em que o chão do ônibus estava sempre coberto com
dito que este é meu destino. Ser assim. 1958, ele tenha simplesmente se can- bitucas de cigarro, latas de cerveja e aparas de
Na vida há vários desafios, e se você sado do que fazia e abandonado o metal, permanecendo assim até o dia em que
só se preocupa em ganhar dinheiro, foi leiloado, em 2010, já muito deteriorado, pela
trabalho como o mais famoso, reconhe-
bagatela de 46 mil dólares. Essa imagem é do
você não supera estes desafios. Ele só cido e copiado pinstriper que existia.
dia do leilão
torna a vida mais complicada. Se você Talvez por isso, por não se importar
05.1- Von Dutch na porta de seu ônibus, um
se mantém pobre, a vida é simples”. com fama e dinheiro, tenha sido tão modelo 1954 que serviu como base para sua
Era assim que Von Dutch pensava e, fácil para ele se desapegar e sumir. forma cigana de viver a vida
Cultura Hot

06
07-1

Mas uma coisa que não se acha tão


facilmente nos textos disponíveis sobre 07
Von Dutch é que, nessa fase de sua
vida, ele já vinha se sentindo oprimi- quilo para viver. Nesse cenário surge conjunto incrível de adereços e recor-
do. Alvo de muitas pessoas que busca- um grande colecionador de carros e dações de cinema e estúdios.
vam, por meio dele, dar o exemplo a memorabilia, dono de uma empresa E Von Dutch se mudou para o rancho
toda uma sociedade. Quem trabalha- que locava automóveis e objetos para da família Brucker, no Arizona, onde
va com Kenny nem sempre gostava de Hollywood: Mr. Brucker. Ele e a família tinha um trabalho regular das 9h às
seus métodos “pouco ortodoxos”, ou tinham em seu rancho no Arizona uma 17h e onde tentou, por quase 10
de sua independência. Imagine então quantidade razoável de trabalho para anos, levar uma vida normal. Von
o que pensavam as autoridades consti- um mecânico e pintor talentoso como Dutch continuava a pintar, restaurar
tuídas no final da década de 50. Ok, Von Dutch, construindo e dando manu- e fazer pinstripes. Mas agora sob o
estamos na Califórnia, onde as leis e tenção em motos, carros e peças varia- nome de J.L. Bachs, nome que por si
quem as aplicava eram mais toleran- das do acervo pessoal, de maneira que só era uma piada, já que se tratava da
tes, mas ainda assim existia um forte não precisou de muita conversa para abreviação para “Joe Lunch Box” ou
movimento que buscava “enquadrar” que Von Dutch saísse de Los Angeles. seja, João Marmita – forma de cha-
todos aqueles que não se alinhavam mar aquelas pessoas que levavam suas
ao sistema. E quem mais se destaca, Cars of the Stars marmitas para o trabalho rotineiro.
normalmente, é o primeiro a ser visto Jim Brucker, a pessoa que ajudou Von E para conseguir essa tranquilidade e
como forma de dar o exemplo. Era o Dutch a “sumir um pouco”, era o geren- o anonimato que tanto buscava, Von
preço da fama. Era o lado ruim dos te e proprietário da Oxnard’s Movie- Dutch espantava a todos e qualquer
holofotes. Von Dutch já havia sido land Cars of the Stars and Picture Car’ um que aparecesse em frente a seu
visitado e notificado pelas autoridades Company em Los Angeles, sendo rancho, especialmente aquelas pes-
municipais mais de uma vez, por conta conhecido na década de 70 como o soas que carregavam uma prancheta
da falta disso ou daquilo em sua ofici- maior colecionador privado de carros ou vestiam um uniforme. Muitas vezes
na (o que o levaria a fazer uma oficina antigos, clássicos e vintage do mundo. a bala! Von Dutch era realmente
dentro de um ônibus algum tempo Com a febre dos carros e hot rods no alguém muito genioso.
depois) e já havia se irritado por conta sul da Califórnia como pano de fundo, Foi durante esse período, também,
Hot Rods 16

das novas leis sobre armas no Estado a família Brucker criou essa empresa que Kenny se dedicou a vários outros
da Califórnia. A gota d’água foi pro- muito bem-sucedida, que alugava auto- projetos. Fabricou, por exemplo,
vavelmente algumas restrições sobre o móveis para vários estúdios de cinema manualmente, cerca de 100 lindas
uso e manutenção das motocicletas, de Hollywood. Os Bruckers rapida- facas que eram gravadas e ornamen-
que fez com Kenny resolvesse que era mente acumularam uma coleção de tadas, e que eram vendidas por algo
hora de procurar um lugar mais tran- mais de mil carros, bem como um em torno dos 300 dólares – hoje
cada uma delas vale facilmente 3 mil
dólares! Ele também construiu algu-
09
mas motos extraordinárias e tantas
outras coisas, como (sem brincadeira)
um aparelho de TV a vapor.
Von Dutch era um artista em muitos sen-
tidos. Para aqueles poucos afortunados
que o conheciam e o entendiam, era 08
um grande filósofo. Além disso, um
especialista na construção de armas
e facas. Kenny também costumava
colocar motores Volkswagen em tudo,
exceto em Volkswagens. E, dentre
outras tantas façanhas, até onde se
sabe, foi ele o primeiro a colocar um
motor numa prancha de skate!
Mas a vida pacata durou pouco. Cer-
ca de 10 anos depois de abandonar
Los Angeles, Von Dutch aparece numa
entrevista concedida a um jornal do
Arizona, contando tudo que havia 10
feito nos últimos 10 anos, inclusive o
pseudônimo que usou nesse período.
Nessa mesma época, Jim Brucker e seu 06- Dando um ar funk 60’s a esse carro tão
filho Jimmy abriram a “Movie World: comum na época, o já lendário Von Dutch perso-
Cars of the Stars and Planes of Fame” em 1979, Von Dutch mudou-se para nalizou e transformou a van em algo útil e infini-
tamente mais bonito: os bancos traseiros foram
em Buena Park, Califórnia, esperando Santa Paula, na Califórnia, juntamente
removidos, proporcionando um amplo espaço
que o local se tornasse uma grande com a coleção dos Bruckers, onde
para ferramentas e outras cargas. Também foi
atração turística, levando para a Cali- viveu seus últimos anos. A vida desre-
acrescentado um tanque de combustível interno
fórnia a maior parte de seu acervo. grada do teimoso Holandês e seus para abastecer outros veículos e terminais posi-
Para apresentar sua coleção ao hábitos de fumar em excesso e beber tivo e negativo ligados diretamente a uma fonte
público, os Bruckers contrataram Ed bastante acabaram fazendo com que extra de alimentação de 12 Volts, que fica locali-
Roth (Mr. Rat Fink em pessoa) como ele desenvolvesse um abscesso no zada atrás da porta do motorista. E, na parte de
seu diretor artístico, que por sua vez estômago. Mas Von Dutch não gosta- fora, como se poderia esperar, tudo foi “Dutched”
apresentou aos Bruckers o artista va de médicos! Demorou até admitir com muitas letras e pinstripes de Von Dutch
Lowbrow e customizador de carros que precisasse de um, e quando 07- Algumas características interessantes nesse
Robert Williams. finalmente tomou coragem, já era tar- carro são os aros de farol, que foram removidos, a
altura da suspensão – mais alta do que o comum
Pouco tempo depois, foi a vez de Von de demais. Von Dutch morreu no dia
– e as rodas com pneus faixa branca e calotas
Dutch voltar para a Califórnia, e assu- 19 de setembro de 1992, deixando
personalizadas. Mas nada se comprara ao que Von
mir o posto deixado por Big Daddy, para trás as suas duas filhas, Lisa e
Dutch fez no “nariz” do veículo: o que se parece com
mudando-se com seu “MotorOffice” Lorna, e um legado inestimável para um olho é, na verdade, uma espécie de “vigia” de
para o pátio dos fundos da Movie a cultura Hot Rod. acrílico, quase transparente, que por fora se parecia
World, permanecendo lá até o fecha- com um olho e por dentro servia para que o cachor-
mento do museu, em 1979. The Flyin’ eyeball ro de Von Dutch pudesse ver o mundo de dentro da
Uma das obras mais conhecidas de Não existe dúvida nenhuma que uma van, servindo o carro também como “casinha” para
Von Dutch durante este período (1970- das imagens mais icônicas do universo o bicho de estimação do Holandês
1979) é o Ford Econoline 1965, que hot rod e símbolo da Kultura Kustom 08 - Von Dutch e seu patrão, Brucker, em 1992
foi todo customizado e adaptado por é a logo criada e adotada por Von 09 - Von Dutch em 1956
10 - Uma das placas pintadas a mão por Von
Von Dutch para servir como veículo uti- Dutch desde o início de sua carreira:
Dutch, que foi leiloada em 2010 no Petersen Auto-
litário de manutenção e instalação do o globo ocular com asas. Segundo o
motive Museum, em Los Angeles
museu. Com o fechamento do museu, próprio Von Dutch, esse globo ocular
Cultura Hot
voador originou-se nas culturas mace- tudo pode ser encontrado em relatos diferentes e que isso só passou a ter
dônicas e egípcias, há mais de 5.000 lamentáveis numa rápida pesquisa no realmente importância quando a VDO
anos. E Von Dutch era uma pessoa que Google. passou a fazer muito dinheiro em cima
acreditava muito na vida espiritual. E um dos itens que envolvem essa dis- do nome e da imagem de Von Dutch.
Acreditava em reencarnação e vidas puta judicial está justamente na exten- Então, para finalizar essa matéria,
passadas e gostava de dedicar seu são, ou não, do direito de uso não só se você realmente gosta da Kultura
pouco tempo livre à leitura de livros do nome, mas das logomarcas de Von Kustom, se dá valor ao que Von Dutch
sobre as culturas pré-cristianismo. E Dutch, como o globo ocular voador. representa e, assim como eu, não
sua ligação com o lado espiritual se Sites nos EUA, como o Kustorama, concorda com essa inversão de valo-
expressava em praticamente tudo. E que contam com meu integral apoio, res que tiraram o nome Von Dutch de
com a logo de seus trabalhos não seria pregam que os verdadeiros rodders e seu lugar, eu sugiro uma passadinha
diferente: o símbolo significava “o olho amantes da Kultura Kustom não usam no site http://anticonformity.stores.
no céu que tudo sabe e tudo vê”. produtos da Von Dutch Originals, mas yahoo.net/whoiskehovon.html e
E, se pararmos para pensar no que se utilizam com liberdade do olho encomende sua camiseta!
esse símbolo representa hoje, até os voador em camisetas, adesivos e,
céticos e ateus vão concordar que Von principalmente, em pinturas feitas por
Dutch reencarna em cada pinstripe, em artistas que admiram e reconhecem a
cada olho voador que vemos por aí, história e o valor de Kenny Howard.
como um ícone dos anos 50 e 60. E Dean Jeffries, um customizador de
esse ícone tem sido objeto de uma dispu- carros contemporâneo de Von Dutch
ta judicial que já dura muitos anos. e um de seus discípulos na arte de
Após a morte de Von Dutch, suas filhas desenhar pinstripes, é outro que chama
venderam os direitos de utilização do para si a autoria da logo do flyin’ eye-
nome Von Dutch para um estilista, que ball. Mas quem realmente entende do
por sua vez revendeu os direitos para assunto sabe que se tratam de imagens 12
uma grande empresa, que culminou
por criar a Von Dutch Originals, empre-
sa que hoje é famosa entre os adoles- 11 13
centes e fatura bilhões anualmente com
a venda de produtos como bonés e
camisetas, na sua maioria fabricados
na China, e vendidos em todo o mun-
do (inclusive no Brasil). Estes produtos
levam o nome deste incrível artista,
mas absolutamente nada de sua filo-
sofia e nada relacionado ao universo
Hot Rod. Ao contrário. Suas políticas de
vendas, suas estratégias de marketing
e tudo o que tem sido feito desde a
venda dos direitos, vem em desfavor
dos amigos e familiares de Kenny e

11-2
Hot Rods 18

11 - Desenho original de Von Dutch feito em um


carro no início da década de 50, quando ainda
trabalhava com os irmãos Barrys
12 - Se você quer uma camiseta, a estampa é essa!
13 - Von Dutch, o rei das pinstripes, criador da
Kustom Kulture
Camaro RS 1967

Tough for
generations
Chevrolet Camaro RS recebe kit de injeção
para ganhar fôlego e garantir 320 cavalos
Texto: Bruno Bocchini::Fotos: Pedro Lessa
Hot Rods 20
Camaro RS 1967

C
om a promessa de atender aos anseios de um povo
recém-saído do Regime Militar (1964-1985), Fernan-
do Collor de Mello tomou posse como Presidente da
República em 1990. Mesmo com a criação da nova
moeda, o cruzeiro, Collor não conseguiu alcançar
as metas econômicas e a crise, somada a uma crise
política, afetou diretamente a população. O Plano Collor
exigiu naquele tempo o confisco das poupanças com
valores superiores a 50 mil cruzeiros, durante um prazo de
18 meses. Para Ricardo Bergamini, 56 anos, empresário
de Barueri (SP), a medida do governo custou caro. “Preci-
sei vender oito carros naquela época para conseguir um
fôlego, mas este Camaro RS resistiu. Estou com ele há 27
anos e parece que esse carro não sairá da família”, diz.
A resistência em vender o Camaro carrega um histórico:
em 1967, ano em que a montadora norte-americana
lançou a versão RS, Bergamini estava com 11 anos e
já sonhava em ter um carro como aquele visto em pro-
pagandas. “Desde pequeno pensava como seria ter um
Hot Rods 22

carro como este. Meu pai sempre gostou de automóveis


e teve muitos modelos Ford 1929. Está no sangue e boa
parte também da minha influência seguiu dos Estados
Unidos, fui morar lá na década de 80 para estudar e tive
a chance de ter vários modelos V8”, comenta.
Originalmente, este Camaro ostentava a coloração dou-
rada – marca da montadora na estreia do modelo com
Interior do Camaro RS revela originalidade. Coloração
dourada original foi substituída duas vezes e agora é azul
perolada. As rodas são de Corvette
a versão RS. O segundo proprietário var, procurei manter o Camaro com um garantir taxa de compressão a 9.0.
do carro decidiu substituir a cor ori- estilo clássico da época, mas gosto de A alimentação do sistema é garan-
ginal por verde. Bergamini, terceiro modernidade. Então algumas coisas tida por um módulo de injeção da
dono, manteve a originalidade inte- foram adaptadas”, diz o proprietário. Fueltech modelo FT200, coletor de
rior do Camaro e optou apenas por Equipado com um motor Small Block admissão importado dos Estados Uni-
trocar a cor para o azul perolado. 327 e cilindrada 5.4, o Camaro RS dos, borboletas de 65 mm, bomba
Por fora, o modelo antecipa o cuidado 1967 prevê uma receita afinada pelos de combustível Folego e um coletor
Hot Rods 23

com a preparação do motor, já que profissionais André Pena e Douglas de escape da Memo Scap. “Esse kit
Bergamini optou por mesclar origina- Vrunsk. Com pistões e bielas stan- de injeção, por exemplo, é uma das
lidade e itens modernos. As rodas de dard, a solução para dar ânimo extra mudanças mais importantes. Queria
Corvette, combinadas com as linhas à mecânica partiu de um cabeçote algo extra no motor do Camaro e
desta versão RS clássica, somam o retrabalhado em ferro fundido, junta alguns itens foram importados dos
histórico de um dos mitos com a jovia- de cabeçote Felpro e um comando de EUA”, aponta Bergamini.
lidade dos novos tempos. “É só obser- válvulas 278x288 – em sincronia para Eletronicamente, um kit da MSD atua
Camaro RS 1967

Ficha Técnica
Chevrolet Camaro RS 1967
Parte externa
Suspensão dianteira e traseira A.J. Buchas
Especiais
Motor Small Block Amortecedores dianteiros e traseiros 88 DR
Freios a disco ventilados
327 recebeu cabeçote Rodas de Corvette
Pneus dianteiros 215/60R15 Dunlop, tra-
retrabalhado em ferro seiros 235/60R15 Yokohama

fundido: 320 cv Parte interna


Bancos Originais
Cintos de segurança originais
Volante oiriginal
Contagiros e shift-light FT200

Mecânica
Motor Small Block 327 5.4
Virabrequim STD
Pistões e bielas STD
Bomba de óleo Melling
Cabeçote em ferro fundido preparado por STD
Junta de cabeçote Felpro
Comando de válvulas 278x288
para enfatizar a ação do sistema. O e traseiros 235/60R15 Yokohama. Taxa de compressão 9.0
módulo de ignição MSD 6AL trabalha “Meus filhos não ligam tanto para carro Módulo de injeção FT200
Coletor de admissão importado dos EUA
com distribuidor da mesma marca e quanto eu, mas em alguns momentos
Medida da borboleta 65 mm
velas NGK Iridium SS8. A transmissão um deles pede o Camaro emprestado
Bomba de combustível Folego
do câmbio é Powerglide com diferencial para dar uma volta com a namorada. Dosador importado dos EUA
Dana e alavanca de câmbio original. Minha esposa tem um Karmann Ghia, Tanque de combustível original retrabalhado
Para segurar a agressividade do Che- então formamos uma bela dupla. Acho Coletor de escape Memo Scap
vrolet com 320 cavalos e um torque que o segredo revelado neste Camaro Bobina MSD Blaster SS
Hot Rods 24

a 44 kgfm, a saída foi reforçar a está mesmo na história e no cuidado Módulo de ignição MSD 6AL
suspensão: tanto na parte dianteira com a originalidade. Sem exageros, Distribuidor MSD
quanto na traseira, o mecanismo sempre”, reforça o empresário. Cabos de vela 88 DR
recebeu atenção da A.J. Buchas Espe- Velas utilizadas NGK SS8
ciais e freios a disco ventilados. As Quem fez: Corte de giro 6000 rpm
Câmbio Powerglide
rodas de Corvette foram calçadas em André Pena e Douglas Vrunsk. Tel. (11)
Diferencial Dana
pneus dianteiros 215/60R15 Dunlop 2682-1589 / 7937-9225.
Alavanca de câmbio original
Hot Rods 25
História

O “5 janelas” do Zizo
Nesta edição, vamos conhecer um dos desbravadores do Hot Rodding
nacional, Luiz Martins Filho, o Zizo
Texto: Aurélio Backo::Fotos: Luiz Martins Filho/ Arquivo Pessoal

O
s hot rods nasceram nos Estados Unidos e se espa- – Eu vi uma abandonada no mato lá em Cerro Azul (80
lharam pelo mundo. No Brasil, essa onda demorou km de Curitiba)! – comentou Ailton.
a chegar e, quando chegou, chegou de mansinho... – Não pode ser, estive lá há alguns dias e não vi nada,
Hoje, temos eventos exclusivos para hots e até uma apenas um Ford 1937 conversível que não comprei por-
revista dedicada exclusivamente ao assunto. que estava cortado!
Há uns trinta anos, eventos e publicações por No domingo mesmo, Zizo foi ao lugar indicado por Ailton
aqui eram iniciativas isoladas e sem continuidade. O e não acreditou no que viu: um raro Ford 1934 Coupé
público nem sabia direito o que era esse tal de hot rod. 5 janelas! Na verdade ele viu apenas meio carro, pois
Os poucos amantes dos hots no Brasil buscavam conheci- o terreno estava encharcado e a água ia até o joelho!
mento na fonte, através de caras e raras revistas importa- Caminhando pelo local, ele pisou em algo sólido e achou
das que por aqui chegavam. o capô do Ford. O carro era branco, as laterais de
Nesta edição, vamos conhecer um pouco de um hot motor tinham sido cromadas e a grade estava pintada de
daquela época e que ajudou a chegarmos aonde esta- vermelho. Faltavam motor, caixa, rodas, além de vários
mos hoje: o Ford 1934 Coupé do Zizo! detalhes. Logo o dono do terreno foi localizado e, mesmo
Era o ano de 1976 em Curitiba e Luiz Martins Filho, o Zizo, não sabendo da origem do carro, negociou a “sucata”.
levou Leocádio Lacerda até a casa de Ailton Augusto Bontorin Tempos depois, um amigo de Zizo foi visitá-lo, viu o carro
para tentar conseguir algumas peças de Fordinho. Uma vez lá, ainda por fazer e disse que aquele Ford pertencera a um
Leocádio e Ailton, que tinham Fordinhos, “cutucaram” o Zizo: primo seu e até passou o telefone dele. Zizo ligou para o tal
– E aí, Zizo? Quando você vai fazer um carro antigo? primo, confirmou a informação e, por sorte, ele ainda tinha
– Quando eu achar uma baratinha trinta e pouco, respon- os documentos. E, melhor ainda, não cobraria nada por eles!
deu o Zizo. Devemos lembrar que, naqueles tempos, um carro antigo em
bom estado não valia muita coisa. E uma carcaça velha com
chassi, você tinha que pagar para alguém vir recolher...
Em 1978, Zizo trocou uma moto Yamaha nova por um
Dodge RT 1976, batido! Deste Dodge ele, pessoalmente,
adaptou no seu Ford: motor V8 dourado, caixa mecânica
Hot Rods 26

Ford 1934 5 janelas: por sorte foi tirada uma foto da carcaça antes de ela Poucos 5 janelas 1934 vieram para o Brasil e, neste, as rodas exclusivas
ser reformada; esta foto é do final da década de 70 deixavam bem claro: trata-se de um hot rod!
Com a experiência na montagem deste carro, Zizo passou a fazer
adaptações mecânicas em carros antigos

quatro marchas e eixo traseiro com os madeira. Estes miolos de rodas foram uma extensa reconstrução do carro na
feixes de mola. O eixo dianteiro origi- fixados com parafusos, uma técnica Totty,s Hot Rods e o carro atualmente
nal foi mantido, mas com os freios a usada em rodas esportivas da década é branco. Mas, mesmo assim, só uma
disco do Dodge. de 60. Estas rodas foram calçadas pessoa a retirou do banhado e este
Quanto à carcaça, a recuperação foi com pneus radiais com faixa branca. hot rod sempre será lembrado como
executada pelo próprio Zizo, sendo Uma vez finalizado, o veículo foi “o Cinco Janelas do Zizo”!
que os para-lamas foram a parte mais utilizado durante muitos anos como
difícil. Eles foram recuperados utilizan- carro do dia-a-dia. Na cidade, por Aurélio Backo é rodder e proprietário
do diversos retalhos retirados de partes causa do pneu alto da traseira, ape- da Lakester, fabricante de carrocerias
da lataria de carros mais novos. Na nas a primeira e a segunda marchas de fibra de vidro.
pintura, a escolha foi pelo clássico pre- eram suficientes. Na estrada, o carro
to Cadillac. Internamente, Zizo construiu rendia a excelente média de consumo
um par de bancos individuais que foram de 9,3 km/l.
recobertos de curvin marrom. O volante Por volta de 1995, a “barata” foi
escolhido tinha raios metálicos e era um vendida. Zizo, atualmente, dedica
modelo esportivo usado em Fuscas na seu talento à restauração impecável
década de 1960. Os para-choques uti- de caminhões antigos, mas o DNA
lizados foram os de um Ford 1936. Hot Rod continua na família, pois seu
Hot Rods 27

A assinatura de Zizo neste carro era filho Cassiano atualmente monta uma
as exclusivas rodas. Para montá-las ele picape Ford 1930 hot rod, que será
partiu de rodas de aço de 15”, nas equipada com o famoso motor Ford
quais substituiu os centros por peças V8 flathead e eixos dianteiro e trasei-
feitas em liga leve. Para fundir estas ro de uma Ford 1936.
partes exclusivas, Zizo criou um mode- O atual proprietário deste Ford Zizo rodando nas ruas de Curitiba
lo que lembrava as antigas rodas de 1934, depois de adquiri-lo, efetuou
Técnica

Escola de hots
Senai de Curitiba promove evento histórico de hot rods e muscle cars
Texto: Manoel G. M. Bandeira::Foto: Arquivo pessoal

A
unidade do Senai do bairro Boqueirão, em Curiti-
ba (PR), receberá, entre os dias 17 e 20 de outu-
bro, hot rods e muscle cars em um evento histórico.
Fundado em 1942 e instalado no Paraná no ano
seguinte, o Senai tem como finalidade principal a
formação de mão-de-obra técnica, especializada
para a indústria.
Grande parte dos carros antigos que hoje descansam em
museus, bem como boa parte das carreteiras dos anos 50
e dos hot rods que vieram a seguir, certamente passaram
pelo trabalho criativo de muitos dos profissionais que tive-
ram no Senai a sua iniciação.
Construir um hot rod é uma arte, depende de inteligência,
conhecimento e muita competência profissional. Um mecâni-
co, lanterneiro (funileiro ou latoeiro, dependendo da região)
e um pintor, que se disponham a construir um hot rod de alto
nível, necessitam de formação altamente especializada.
Então, nada melhor do que unir a maior escola de forma- Oficinas e máquinas do Senai: protagonistas da história da
ção profissional do Brasil com algumas das maiores cria- customização automotiva no Brasil
ções automotivas da história do nosso país.
sobre os vários tipos de tintas e suas aplicações.
Etapa por etapa Outra atração será um hot rod elevado, para que todos
Neste evento, além de muitos carros prontos, estarão expos- possam ver como o carro fica por baixo, como detalhes
tas as várias etapas da construção de um hot. Haverá, lado do chassi e da adaptação mecânica.
a lado, um chassi original produzido pela Ford em 1930 e
uma réplica construída nos dias de hoje. O público poderá Atrações
acompanhar os vários passos, desde a montagem do O evento contará com feira de peças, bandas de rock
chassi, partindo da chapa de aço crua, até a construção and roll no melhor estilo rockabilly, pin-ups, lojas de pro-
completa, incluindo a adaptação de itens como suspen- dutos “vintage” e um telão no qual os visitantes poderão
são, freios, motor, caixa de câmbio e diferencial. assistir a filmes e documentários sobre o movimento Hot
O Senai demonstrará os vários tipos de solda aplicáveis Rod. Se você tem um hot, mesmo que ele ainda não
na construção de um hot. Haverá também um motor em esteja pronto, mesmo que a construção esteja apenas no
corte mostrando o funcionamento de todas as partes início, ou até mesmo se você acabou de comprar o carro
Hot Rods 28

móveis, e um professor especializado dará explicações e ainda nem começou a trabalhar nele, pode participar.
aos visitantes e expositores sobre as funções de cada O objetivo do encontro é reunir rodders e seus carros, para
etapa do funcionamento do motor. Na oficina de pintura mostrar ao público todas as etapas da construção destes car-
serão demonstrados alguns acabamentos especiais, como ros especiais. Portanto, traga seu carro, mesmo que seja em
pintura camaleão e flake (purpurina), pátina envelhecida e cima de uma plataforma, neste evento todos terão seu lugar.
craquelê. Ali, os visitantes, além de observarem a pintura Haverá também uma exposição sobre o movimento Hot
acontecendo, receberão todas as informações técnicas Rod em Curitiba, que contará a história do clube Curitiba
A construção de hots gera milhares de empregos diretos e
indiretos, movimenta uma indústria de milhões de dólares no
mundo todo e o Brasil não pode ficar de fora. Precisamos
facilitar as coisas, hoje temos vários fabricantes de kits de
fibra de vidro produzindo réplicas de carros antigos com altís-
sima qualidade. Temos fabricantes de chassi e peças de sus-
pensão infinitamente melhores do que os que equipavam
os carros originais produzidos nas décadas de 1920,
Roadsters, mostrando a preocupação do clube com o 1930, 1940 e 1950. Precisamos desburocratizar o pro-
desenvolvimento do movimento e a divulgação da cultura cesso de documentação de novos projetos, lembrando
Hot Rod, bem como as diversas ações sociais realizadas do apelo histórico e cultural dos hots. Falta apenas isso
pelo clube. Outros clubes de qualquer lugar do Brasil, que para que o movimento cresça e desponte nacionalmente,
queiram expor sua história, também serão bem-vindos, gerando mais empregos, especializando mão-de-obra e,
basta entrar em contato. Este evento será beneficente e a principalmente, remunerando melhor o profissional.
entrada será um quilo de alimento não perecível. Com o apoio do Senai, pretendemos mostrar a importância
cultural do movimento Hot Rod e consolidar a imagem dos hots
Fórum de Debate como verdadeiras esculturas mecânicas sobre rodas, inserindo
Durante o evento, ainda será realizado um fórum nacional definitivamente o Brasil no contexto mundial do movimento.
de debate sobre o movimento Hot Rod, sua evolução no Outubro, em Curitiba, você não pode ficar de fora.
Brasil e também a tão sonhada regulamentação da placa Aguardamos sua inscrição.
amarela. Os realizadores têm a expectativa de presença
de representantes de todos os estados envolvidos com o
movimento. Este fórum será certificado pelo Senai. O resul-
tado do fórum será expresso na forma de um manifesto, e
este documento terá valor histórico, pois a certificação do
Senai lhe dá a credibilidade necessária para toda e qual-
quer ação que venha a ser feita em nome do movimento
Hot Rod. Para este fórum, estão disponíveis 150 vagas, e
os interessados deverão fazer suas inscrições pelo e-mail
Hot Rods 29

curitibaroadsters@gmail.com. Todos os participantes recebe-


rão um certificado de participação expedido pelo Senai.
O Senai de Curitiba reconhece o movimento Hot Rod
como um importante mercado de trabalho, no qual a mão-
de-obra é muito valorizada. Isso despertou o interesse da
entidade para a criação de cursos de especialização na
construção de hots, o que deverá acontecer em breve.
Garage Tech

Parece, mas não é...


Moderno kit de freio a disco vem “camuflado” de freio a
tambor, o que alia segurança e visual vintage
Texto e fotos: Norberto Jensen

G
arage Tech mostra nesta edição a primeira parte da a disco. Este kit é fabricado pela renomada empresa de
instalação de um kit de freio a disco importado dos hots So Cal e, apesar de se tratar de uma peça de custo
Estados Unidos e muito peculiar. Ele fica “disfarça- elevado, o acabamento e o resultado final valem a pena.
do” de freio a tambor, o que deixa o visual do carro Dúvidas e sugestões escreva para: suporte@hot-custons.
“vintage”, mas com a segurança do sistema de freio com.br. Até a próxima!
Hot Rods 30

Retire a roda e certifique-se que o carro está bem calçado, Sistema original
para que ele não caia do macaco
01 02

Kit completo: repare o acabamento de inox e cromados Visão lateral do sistema original de freio a disco

03 04 05

Visão traseira do sistema original Visão da parte interna do sistema original Comece retirando os pinos de trava da pastilha
do freio original

06 07
Hot Rods 31

Puxe e retire os pinos Se estiverem travados, acione o “famoso” martelo


Garage Tech

08 09 10

Retire a chapa do espaçador das pastilhas Retire as pastilhas de dentro da pinça Solte os dois parafusos de fixação da pinça

11 12

Puxe e alavanque a pinça de freio Retire a pinça, deslocando-a do disco

13 14
Hot Rods 32

Retire a cupilha de segurança e solte a porca central Retire a porca e as arruelas de encosto
15 16 17

Retire o disco de freio original A primeira peça a ser instalada é o novo Passe o espelho pela manga de eixo da
espelho cromado suspensão

18 19 20

Verifique a posição para não inverter o lado Encaixe a base de fixação da nova pinça Verifique a furação, deixando a pinça a ser
de freio colocada na posição superior

21 22

Hot Rods 33

Encaixe os parafusos de fixação Aperte-os fixando o suporte por definitivo


(continua na próxima edição).
Hot Rods 34

Ford 1932
Tradicional
Publicitário de São Paulo monta Ford 1932 de fibra com todos os
elementos clássicos da cultura Hot
Texto: Flávio Faria::Fotos: Ricardo Kruppa
Ford 1932

D
os modelos da cultura Hot Rod, talvez o maior
ícone seja o Ford 1932. Resultado direto da
investida da montadora para criar um modelo
que pudesse ser fabricado em série, com diversas
opções de carrocerias e uma base mecânica
comum, o “Fordinho”, como ficou conhecido,
também possibilitou que fossem realizados diversos tipos
de modificações, principalmente pós-Segunda Guerra
Mundial, quando militares que voltavam do front começavam a
dar vida ao que chamamos, hoje, de cultura Hot Rod, colocan-
do motores fortes e mecânicas mais modernas em chassis anti-
gos, uma opção mais barata de construir um carro esportivo.
Hoje, carrocerias de Ford 32 estão muito valorizadas, o
Hot Rods 36

que dificulta encontrar uma em bom estado por um preço


acessível. Por isso, alguns rodders experientes começaram
a construir réplicas em fibra da carroceria dos modelos da
década de 30, nos modelos Roadster, Tudor e até picape,
utilizando chassis próprios feitos em aço carbono. Com
isso, quem sempre sonhou ter um hot, hoje tem essa pos-
sibilidade. Além disso, com a evolução da construção em
Cofre do motor é ocupado por um Dodge de 318”, que ganhou algumas
“pimentas”, como novos comandos mais bravos e novas válvulas
Ford 1932
fibra e o know-how adquirido pelos é muito tempo, principalmente se for Ford 1932 exige bastante dedica-
construtores, atualmente os projetos levado em consideração que tudo no ção. O chassi deve seguir os padrões
não devem em nada aos de lata, mui- carro tem a mão do proprietário. “O e curvas originais, para se encaixar
to pelo contrário. “O Ford 32 é muito carro foi feito por mim, que contratei perfeitamente na carroceria. A sus-
versátil e me permitiu customizar da pessoas autônomas para realizar pensão Four Link, apesar de parecer
maneira que sempre sonhei”, comen- cada fase do projeto”, conta. simples, exige cálculos e medições
ta o publicitário Marcos Negrão, para que funcione bem, então necessi-
de São Paulo, proprietário deste Desafiador tei pesquisar muita literatura americana
belo exemplar em fibra. O projeto Quando iniciou o projeto, Marcos até sobre a construção dessas suspensões.
de Marcos começou há cinco anos, chegou a acreditar que não levaria As portas também deram trabalho,
com a aquisição da carroceria e, tanto tempo para concluí-lo, mas a demorei certo tempo para conseguir
segundo ele, ainda não está 100% construção do Fordinho se mostrou que elas abrissem e fechassem perfei-
pronto. “Atualmente estamos na fase mais desafiadora do que ele imagi- tamente. Pouco a pouco o carro foi
final do trabalho”, explica. Tendo em nou. “Esperava concluir o carro em ganhando forma e hoje estou muito
vista outros projetos, cinco anos não menos tempo, mas a construção do satisfeito com o resultado”, explica.
Hot Rods 38
Interior possui visual minimalista,
mas feito com capricho. Tapeçaria
utilizou couro envelhecido e a
instrumentação e Dolphin.
O volante é um Grant

A pintura foi feita com uma tonali- rodas são do tipo “palito”, de 14” na
dade vermelha clássica dos hots de dianteira e de 18” na traseira, mon-
época. Segundo Marcos, a ideia foi tadas em pneus Pirelli 175/50 na
apostar na simplicidade do visual, frente e 315/45 atrás.
sempre com bom gosto. “Estou pen- Por dentro, o visual também é minima-
sando em mandar fazer alguns pins- lista, mas feito com bastante cuidado.
tripings, mas será algo mais para o A tapeçaria foi toda feita em couro
futuro”, comentou. Somente as rodas envelhecido, inclusive o “banco da
Hot Rods 39

traseiras contam com para-lamas. sogra”. A instrumentação também


Todas as peças do lado externo, foi importada, da marca Dolphin. O
como faróis e lanternas, foram impor- volante é da Grant. Um detalhe inte-
tadas dos EUA e o publicitário afirma ressante é que a parte elétrica do car-
não ter tido dificuldades para adquiri- ro foi toda acomodada sob o painel,
las, devido ao excelente mercado de para ocultar a fiação e dar um visual
componentes que existe por lá. As mais “clean” ao modelo.
Ford 1932

Fordinho de Marcos Negrão recebeu a clássica


pintura na cor vermelha e rodas do tipo “palito”
Sem preconceitos doador do diferencial.
Dentro do cofre, totalmente exposto, Com um conjunto gerando muita Ficha Técnica - Ford 1932
está um propulsor Dodge de 318”. cavalaria, cerca de 380cv, não se
Mas, um motor de marca concorrente pode descuidar da estabilidade.
no Fordinho? Sim, o publicitário é fã Por isso, Marcos optou por utilizar Parte externa
do motor Chrysler e fez questão de sistema Four Link para as suspensões Carroceria de fibra
utilizá-lo. “Sempre gostei deste tipo dianteira e traseira. Os pneus lar- Acessórios importados
de motor por sua durabilidade e pelo gos da traseira também ajudam na Rodas “palito” 14” na dianteira e 18” na
ronco diferenciado”, explica ele. Ori- estabilidade e na aderência, uma traseira
ginalmente forte, este propulsor ainda vez que o baixo peso da carroceria Pneus Pirelli 175/50 na frente e 315/45 atrás
ganhou algumas pimentas na mão (por conta da fibra) poderia dificultar
do publicitário. Foram introduzidos arrancadas mais “vigorosas”. A segu-
pistões maiores de alumínio, da Black rança também não foi deixada de Parte interna
Keith, aumentando sensivelmente a lado, por isso foram utilizados freios Bancos de couro
capacidade volumétrica do propulsor. a disco na dianteira e a tambor na Instrumentação Dolphin
Cabeçotes foram abertos e tiveram traseira que, segundo Marcos, dão Volante Grant
dutos retrabalhados para melhor fluxo conta de segurar o rojão. “O carro é
do ar, além de terem recebido coman- muito bom de dirigir, principalmente
dos mais bravos e novas válvulas, da com essa suspensão e os pneus lar- Mecânica
Edelbrock. O coletor de admissão é gos na traseira, que ainda deixam o Motor Chrysler 318”
da Weiand, e trabalha em conjunto visual bastante invocado”, afirma. Pistões em alumínio Black Keith
com um carburador Edelbrock de Cabeçotes retrabalhados
650cfm de vazão. A gasolina jorra Comandos de válvulas esportivos
para dentro do conjunto por meio Válvulas e balanceiros Edelbrock
de uma bomba elétrica. O sistema Coletor de admissão Weiand
de ignição é todo da MSD, propor- Carburador Edelbrock 650cfm
Hot Rods 40

cionando excelentes faíscas para o Bomba elétrica de gasolina


conjunto. O escape, além de produzir Sistema de ignição MSD
um ronco ensurdecedor e grave, ain- Escape feito sob medida
da agrada pela estética, reforçando Câmbio e diferencial de Dodge
o apelo esportivo do Fordinho. O Suspensão Four Link nas quatro rodas
câmbio é mecânico, de três marchas, Freios a disco na dianteira e a tambor
também original dos Dodges, mesmo na traseira
Hot Rods 41
Ford MODELO A 1929
Hot Rods 42
Único!
Modelo artesanal baseado em um Ford cinco janelas 1929 não é só
exclusividade no Brasil, mas único no mundo
Texto: Flávio Faria::Fotos: Ricardo Kruppa
Ford MODELO A 1929

A
arte de personalizar veículos antigos, colocar moto-
res mais potentes, conjuntos de freios e suspensão
mais esportivos e retrabalhar aspectos estruturais
para dar um ar diferenciado são elementos naturais
da cultura Hot. Alguns, porém, querem ir além e
criar algo que ainda não foi feito. A oficina Old
Kick, de Sorocaba (SP), capitaneada pelo empresário
Paulo Cesar de Souza, o PC, resolveu dar vida a um ambi-
cioso projeto. A base é um Ford Modelo A1929, modelo
cinco janelas, mas os construtores se deram a liberdade
de ousar e fazer diferente. Até porque, o “modelo” não
era em tamanho natural. “Fiz uma viagem e encontrei uma
miniatura. A partir daí surgiu a ideia de fazer esta réplica.
Como já tinha experiência com um Chevy 1934 três jane-
las, ficou um pouco mais fácil. Contrariando tudo e todos,
que achavam que esse carro nunca ia andar, ele está
aprovado no teste: foi até Curitiba andando e acelerou
muito na pista, impressionando a todos”, conta PC.
Hot Rods 44

Motor big block com cerca de


600 cavalos no Cinco Janelas
Hot Rods 45
Ford MODELO A 1929

Rebaixado
Segundo o empresário, foram feitas todas as modifica-
ções possíveis na lataria. O teto foi rebaixado ao limite
e a carroceria foi embutida no chassi. Com isso, apesar
de extremamente baixo, o Ford oferece um bom espaço
interno. A carroceria foi feita totalmente com chapas de
aço, que foram lixadas para exibir o aspecto metálico do
exterior. Na porta está uma arte da Old Kick, mostrando
o “pedigree” da máquina. Todos os acessórios externos
foram feitos ou personalizados dentro da própria oficina.
Os faróis foram fundidos e montados em bronze e as lan-
ternas traseiras foram feitas em LED’s, também pela equipe
da Oldkick, a partir de pequenos copos para cachaça.
Quando as setas são acionadas, elas brilham em amare-
lo. Quando é o freio, em vermelho. As rodas são de 15”,
de época, montadas em pneus Coker, de faixas brancas,
Hot Rods 46

nas medidas 185/70 na dianteira e 165/70 na traseira.


Por dentro, o visual é extremamente simples. O volante de
três raios, importado, é da Classic Wood, e tem aro em
madeira. Os bancos foram feitos também pela Old Kick, sob
medida para o modelo. A alavanca de câmbio é alta e com
uma personalização da manopla. O painel de instrumentos
ainda está liso, sem nenhum mostrador, mas, segundo PC,
Carroceria foi feita em chapas
de aço lixadas, para exibir um
aspecto metálico

Hot Rods 47
Ford MODELO A 1929

ele não deve ficar para sempre desta


forma. “Estamos trazendo os modelos de
fora e vamos instalar em breve”, afirma.

Haja polegada!
Montado sobre a parte dianteira do
chassi está um monstro de oito cilindros
e 454 polegadas cúbicas de capaci-
dade volumétrica. Original de modelos
como Caprice, Chevelle e Monte
Carlo, este motor rende originalmente
370cv de potência e traz absurdos
76kgfm de torque. Em resumo, este For-
dinho pode subir até em paredes!
Como potência nunca é demais, PC
ainda decidiu incorporar algumas
“soluções” neste 454”. Os pistões são
“Fiz o carro para andar,
da marca Dome e os cabeçotes foram e não apenas para
trocados por modelos em alumínio, da
Edelbrock. Os balanceiros agora são exposição”, diz PC, o
roletados, o que dá mais suavidade e
precisão para a abertura das válvulas,
orgulhoso proprietário
trabalhando em conjunto com as novas deste Cinco Janelas
árvores de comandos. O coletor de
admissão também é da Edelbrock. O gosta de usar o carro sempre. “Fiz o
carburador é de alta vazão, mas não carro para andar, não só para expo- Ficha Técnica - Ford 1929
teve o modelo informado pelo proprie- sição, por isso criamos todo o projeto
Parte externa
tário. Com essa receita, aliada a dois para aguentar a força do motor”, afir- Lataria feita em chapa de aço lixada
coletores de escape 4x1 com saídas ma orgulhoso. Que tal uma voltinha? Carroceria rebaixada
diretas pelas laterais, o Fordinho agora Chassi feito sob medida
produz 600cv de potência. Como é Quem fez: Acessórios externos produzidos sob
de se imaginar, o câmbio teve de ser Old Kick – www.oldkick.com.br medida
parrudo para aguentar tanta potência e Suspensão: Bergtec. Tel. (19) 9919-1542. Rodas 15” de época
torque. PC escolheu um modelo Tremec, Pneus Coker 185/70 na dianteira e 165/70
de seis velocidades, com embreagem na traseira
Center Force DFX, que dão conta do
recado sem reclamar.
Parte Interna
Volante importado com aro de madeira
O sistema de suspensão também não
Bancos feitos sob medida
poderia ser deixado de lado. Pela par- Alavanca de câmbio personalizada
te estética e estabilidade, a dianteira foi
feita em eixo rígido e sistema harp-in, Mecânica
com amortecedores trabalhando deita- Motor Chevrolet V8 454”
dos para deixar o visual com cara de 600cv de potência
Hot Rods 48

hot. Na traseira, PC optou pelo Four Pistões Dome


Link, com amortecedores KA1 coil over, Cabeçotes de alumínio Edelbrock
com regulagem de pressão. Para segu- Balanceiros roletados
rar bem toda a cavalaria, os quatro Comandos de válvulas esportivos
Coletor de admissão Edelbrock
freios são a disco.
Câmbio Tremec de seis velocidades
Toda essa preocupação com a dirigi-
Embreagem Center Force DFX
bilidade tem um porquê: o proprietário Dois coletores de escape 4x1
Hot Rods 49
Chevrolet Fleetline 1946

Retrato de
uma época
Chevrolet Fleetline 1946 mantém as marcas
do tempo na carroceria para preservar valor
histórico e sentimental
Texto: Flávio Faria::Fotos: Ricardo Kruppa
Chevrolet Fleetline 1946

A
lguns carros são verdadeiros ícones da época em se pudesse. Respondi que compraria o Cadillac 1952
que foram lançados. Produzido entre 1941 e 1952, Fleetwood, ele riu bastante, pois era um de seus favoritos,
o Chevrolet Fleetline tem esta característica. Seu e me disse que eu tinha um gosto apurado para carros”,
visual é praticamente uma marca registrada do fim conta. PC acabou comprando o Cadillac, pagou parcela-
dos anos 40, início da década dos 50, anos do pós- do, uma pechincha, segundo ele. “Reformei todo o carro
guerra. Nesta época, esses carros eram muito utiliza- e, quando estava com ele pronto para aproveitarmos
dos para corridas clandestinas. Quem não se lembra do filme juntos, ele faleceu. Um dia, o filho dele me disse que seu
Grease, que mostrava os rachas com veículos desta década? pai gostava muito de mim e perguntou se não gostaria de
Adquirido há um ano e meio pelo empresário Paulo Cesar comprar outro carro dele. Interesse-me na hora e lembrei
de Souza, o PC, de Sorocaba (SP), este Chevy já chegou que meu coração balançava toda vez que passava pelo
às suas mãos como aparece nesta reportagem. A história Fleetline, que estava jogado em uma garagem, todo sujo
deste carro é muito especial para PC, pois ele pertenceu e empoeirado. Acabamos negociando e fiquei com o Fle-
a um amigo dele de muitos anos. “Este carro pertenceu etiline 1946 como recordação de um homem muito diver-
a Lincoln Palaia, um senhor de muitas historias, de quem tido e que tinha ótimas histórias”, conta o proprietário.
que eu gostava muito. Ele reformava locomotivas e tinha O visual hot da década de 40 foi mantido. A contribui-
muitos carros, todos parados, mas originais. Depois de ção da oficina Oldkick para personalizar o projeto foram
algum tempo e muitas cervejas ele me perguntou se eu os flames no teto. “Já peguei o carro íntegro, com todas
não gostaria de comprar alguns de seus carros. Eu disse as peças, coloquei somente a suspensão a ar na traseira
que adoraria, mas que minha condição financeira não e a pintura no teto. O resto é todo original de época, e é
permitia. Ele insistiu, perguntou qual carro eu compraria, assim que vou manter”, afirma PC.

Raro Fleetline 1946 exibe visual rat, mas com


frios e para-choques originais
Hot Rods 52
Hot Rods 53
Chevrolet Fleetline 1946

Neste tipo de carro, pela sua raridade,


é comum não se fazer grandes restaura-
ções, para manter o valor histórico. Este
Fleetline, por exemplo, teve apenas 58
mil unidades produzidas nos Estados
Unidos. No Brasil, então, são raríssimos.

Ratão
Mesmo com o estilo “rato”, o exterior
conta com os para-choques e todos
os frisos. É possível perceber as
marcas do tempo na carroceria, mas
nada está deteriorado. As rodas são
originais do modelo, aro 15”, e tam-
bém não receberam restauração.
Por dentro também estão todos os deta-
lhes colocados pela montadora, na
linha de produção. Bancos, instrumen-
tação e até o volante são originais.

In line6
Por baixo do capô está um belíssimo
propulsor de seis cilindros em linha,
marca registrada deste modelo. Com
cerca de 90cv de potência original,
o ronco é a parte que mais empol-
ga, relembrando os míticos “rachas”
daquele tempo. Nenhuma modificação
foi feita em termos de performance.
Mas, para os passeios do dia-a-dia, o
fastback não deixa nada a desejar. O
câmbio é mecânico, com acionamento
na coluna, de três velocidades.
A suspensão, como já foi citado, foi Sob o capô, belíssimo Ficha Técnica
a única grande modificação estrutural Chevrolet Fleetline 1946
e agora conta com bolsas de ar na propulsor de seis cilin-
Parte externa
traseira, para rodar devagar e baixi-
nho! Na frente, permanece o sistema
dros em linha, pratica- Personalização com flames
Pintura original
original. Os freios também são de mente original Acessórios externos originais
fábrica, a tambor nas quatro rodas. Rodas originais 15”
Utilizado com frequência por PC, o
carro não deverá ganhar mais modifi- Parte Interna
cações no futuro. “Este carro tem mui- Bancos originais
Instrumentação original
Hot Rods 54

to estilo. Por isso mesmo fiz somente


esses detalhes, pois essa carroceria Volante original
já nasceu linda, não acho que preci-
sa de alterações”, sentencia.
Mecânica
Motor Chevrolet 6 cilindros em linha
90cv de potência
Quem fez: Câmbio de três velocidades
Oldkick: www.oldkick.com.br Suspensão traseira a ar
Hot Rods 55
Encontro – Amigos do Galaxie

Amor pelas “banheiras”


Cerca de 40 proprietários do sedã
grande da Ford se encontram em
cidade do litoral gaúcho

Texto: Da Redação::Fotos: Christian P. Wiemer/Divulgação

Q
uarenta exemplares do Ford Galaxie participa-
ram em Capão da Canoa, no litoral norte do Rio
Grande do Sul, do XI Aniversário dos Amigos do
Galaxie. O encontro aconteceu no último dia 30
de agosto, mas, dois dias antes, uma parte dos
proprietários do modelo já se mobilizava, em
Curitiba (PR), para seguir para a cidade gaúcha.No meio
da tarde da quinta-feira (29) começaram a aparecer os
primeiros Galaxies no local de encontro, um posto de
combustível à beira da estrada de saída de Curitiba rumo
ao Sul. “Ansiosamente o grupo de amigos aguardou a
chegada do último carro do comboio, para finalmente se
dirigirem ao evento”, conta Christian Wiemer, integrante
paranaense do Clube do Galaxie. De Curitiba saíram seis
Galaxies, de vários anos e modelos, levando 17 apaixo-
nados que não viam a hora de “cair na estrada”. Esta tra-
dição se repete todos os anos, e une as turmas de vários
estados brasileiros. “Após algumas horas de viagem, che-
gamos a Florianópolis (SC), onde fomos recebidos com
um belo jantar preparado pela turma de Santa Catarina e
mais dois mineiros que haviam chegado de avião naque-
la tarde para se unir ao grupo”. Muita cerveja, histórias
para contar, risadas e belos carros para apreciar na sede
do Veteran Car Club de Florianópolis.
Hot Rods 56

Na manhã de sexta-feira (30) o grupo partiu de Floria-


nópolis em um comboio maior: os seis Galaxies de Curi-
tiba, dois de São Paulo e mais seis de Santa Catarina.
“Pegamos a BR-101 sentido Sul e, ao longo do caminho,
recolhemos mais três carros. O resto da viagem seguiu
em uma caravana de nada mais nada menos que 17
Galaxies. Caminhoneiros e demais viajantes da estrada
Hot Rods 57
Encontro – Amigos do Galaxie
observavam boquiabertos o desfile das famosas “banhei-
ras” de outrora, arrancando suspiros, sorrisos e buzina-
das por onde passavam”, relata Christian.
A recepção em Curumim, no município de Capão da
Canoa, também foi de gala: churrasco, música ao vivo, mui-
ta cerveja e toda a turma “Galaxeira” do Rio Grande do Sul
com seus belos automóveis. O churrasco de sexta rolou noite
adentro e, mesmo cansados, os amigos não arredavam o pé
para aproveitar melhor cada instante desta grande festa. O
encontro atraiu quase 40 Galaxies vindos de várias cidades
e estados, para a festa anual desta grande confraria.
Sábado foi o dia de passar um pano nas máquinas e
deixá-las brilhando para o deleite de todos os presen-
tes, que passaram o dia andando por entre os carros,
conversando sobre detalhes de bancos, acabamentos,
frisos, modelos, cores e muito mais, enquanto saborea-
vam cervejas, queijos e salames, contavam “causos” de
viagens passadas e acontecimentos do caminho até o
encontro. À noite aconteceu um grande jantar de confra-
ternização, com sorteio de brindes e muita risada.
Domingo foi dia de fazer as malas e retornar cada um
para sua cidade de origem, com belas lembranças da
festa de três dias e a esperança de que o ano passe rapi-
damente, para rever os amigos em breve novamente.
No ano que vem será a vez de Santa Catarina sediar o
evento. “Já estamos todos ansiosos contando os dias para
rever os belos carros e amigos, na comemoração que cres-
ce e traz novos amigos a cada ano”, finaliza Christian.

Comboio com 17 exemplares do


Hot Rods 58

modelo rumou ao encontro


no litoral gaúcho
Hot Rods 59
Goodguys - Califórnia
Hot Rods 60
Bombando!
Cerca de 5.000 hot rods se reúnem em Pleasanton, na Califórnia,
em evento organizado pela Associação Goodguys
Texto: Vitor Giglio::Fotos: Henrique Segabinazzi
Goodguys - Califórnia

E
ntre os dias 23 e 25 de
agosto, o parque de exposi-
ções The Fairgrounds, locali-
zado na cidade de Pleasan-
ton, Califórnia, sediou a 27ª
edição do Goodguys West
Coast Nationals.
Passaram pelo local, ao longo dos
três dias, cerca de 5.000 veículos
entre hots, clássicos, customs, muscle
cars e trucks fabricados até 1972.
Entre as atrações disponíveis ao
público havia shows musicais, expo-
sição de artes gráficas temáticas,
workshops ministrados por pintstri-
ppers, exposições de hot rods em
miniatura e o tradicional mercado de
pulgas, além da comercialização de
veículos e peças originais.
Hot Rods 62

No alto, picape Hi-boy e, acima, à


esquerda De Sotto “rat”
Hot Rods 63
Goodguys - Califórnia

Acima, Ford Wood. Abaixo, outro exemplar de Wood e modelos A


Os rodders brasileiros e leitores de
Hot Rods Mauricio Antonio do Amaral
Carvalho e Henrique Segabinazzi,
estiveram por lá, e trouxeram mais
detalhes sobre o encontro.
“Durante o encontro a movimentação se
inicia ainda na madrugada, são cente-
nas de carros em comboio pela cidade,
todos se dirigindo ao Parque de Expo-
sições Fairgrounds Pleasanton, quando
os portões se abrem ao publico já estão
dispostos no gramado 5.000 hot rods
Hot Rods 64

dos mais variados gostos e cores, é sim-


plesmente fantástico, desde a organiza-
ção até a harmonia do posicionamento
dos carros”, afirma Maurício.
O rodder conta como se surpreendeu
com a grandiosidade do evento do
Goodguys. “Dos eventos que conheci
Hot Rods 65
Goodguys - Califórnia

Abaixo, modelo Nostalgia (amarelo), em meio a uma grande variedade


Hot Rods 66
Hot Rods 67
Goodguys - Califórnia

Abaixo, à direita, picape Modelo A colada ao chão. Flames na carroceria


são bastante comuns nos hots americanos
Hot Rods 68
Goodguys - Califórnia

nunca imaginei que encontraria per-


filados mais de 60 Fords 32, nesse
encontro tudo é no superlativo, o
número de pessoas, as empresas e o
mercado de peças. Havia para ven-
da mais de 300 carros, com preços
sugestivos”, lembra.
Falando em carros, entre os destaques
listados por ele encontram-se exem-
plares produzidos por Brizzio e Boyd
Codington. “Trata-se de perfeição
sobre rodas, carros dignos de moldu-
ra, uma excelente oportunidade para
ver de perto ícones que figuraram nas
séries de Rides, em meados de 2005,
coisa de cinema”, exclama Maurício.
Para finalizar, a tradicional premia-
ção dos melhores veículos presentes
também foi realizada, com destaque
para a eleição dos finalistas ao prê-
mio de muscle do ano e truck do ano.
O Goodguys retorna a Pleasanton
ainda este ano, entre os dias 9 e 10
de novembro, para a realização do
24º Goodguys Autumn Get Together.
Hot Rods 70
Hot Rods 71
HOBBY
Chevrolet Brasil 1964

Não é brinquedo, não!


Conheça o plastimodelismo e as possibilidades de customização
que ele oferece: um universo inteiro de hots em miniatura
Texto Vitor Giglio::Fotos: Maurício Kaminski

J
á pensou na possibilidade produção de vários modelos. os primeiros kits da Revell brasileira.
de ter no escritório, ou na Os primeiros kits plásticos foram desen- A Kikoler também fabricou alguns kits
estante da sala em casa, uma volvidos ao público infantil, sendo muito da marca Airfix, Matchbox e Heller,
infinidade de hot rods que parecidos com brinquedos. Logo, os com a marca Kiko. A empresa fechou
não caberiam nem mesmo adultos começaram a transformá-los em há cerca de 20 anos.
na garagem? Pois é esta a algo mais sério e interessante, modelos
vantagem que a prática denominada estáticos e com melhor acabamento. Entusiasta
plastimodelismo oferece. Os grandes fabricantes de kits surgiram O técnico em informática curitiba-
O Plastimodelismo é uma arte que inicialmente nos Estados Unidos após o no Maurício Augusto Guimarães
surgiu durante a Segunda Guerra Mun- final da guerra, mas somente no início Kaminski, 35 anos, é um dos princi-
dial: os militares envolvidos no conflito dos anos 50 começou a produção de pais aficionados pela prática na atu-
necessitavam de miniaturas – de certa kits com injeção mais apurada. O Plas- alidade. Por influência do pai, outro
Hot Rods 72

qualidade – para a confecção de timodelismo também se desenvolveu em entusiasta e contemporâneo do início


maquetes para os ensaios e táticas de grande proporção na Europa e Japão. do plastimodelismo por aqui, Maurí-
guerra. O desenvolvimento de materiais No Brasil, no final dos anos 50, cio, desde a infância, tem as miniatu-
plásticos propiciou a criação de minia- Arno Kikoler conseguiu apoio da ras em plástico como hobby predileto.
turas com maior fidelidade. Com o final lendária marca Revell para produzir “Atualmente não encontramos esses
da guerra, os fabricantes de produtos esses kits sob licença no Brasil. Em kits fabricados dentro do país. O que
utilizados para fins militares iniciaram a 1961 começaram a chegar às lojas fazemos é importar de países como os
“É possível fazer no plastimodelismo tudo o que Estados Unidos, Japão, ou da Europa,
tanto os modelos quanto os acessórios,
se faz em um carro de verdade” e então manualmente montamos e cus-
tomizamos as peças aqui”, explica.
Maurício conta que a infinidade de
modelos e seus acessórios é impres-
sionante. “Geralmente o kit inclui um
modelo e suas configurações mais
básicas, mas é possível adquirir à
parte inúmeros acessórios e custo-
mizar os modelos de acordo com o
seu gosto, sua preferência. É possível
Hot Rods 73

fazer tudo o que é possível fazer com


um automóvel de verdade”, garante.
Ele conta, por uma questão pessoal,
os modelos que predominam em
sua coleção são os modelos Ford
das décadas de 20, 30 e 40. “Os
modelos são encontrados em diversos
HOBBY

tipos de escalas, desde 1/12 até 1/43, sendo que as


mais comuns, especialmente para hot rods, são as escalas
1/24 e 1/25”, complementa Maurício.
O entusiasta conta que o processo de montagem e customi-
zação de um modelo pode levar até dois meses com uma
dedicação diária de quatro horas. “Fazemos exatamente
como num carro de verdade. O modelo é lixado, aperfei-
çoamos os acabamentos e pintamos exatamente como um
veículo de verdade, com primer, mascaramento, tinta auto-
motiva, verniz e polimento. Depois fazemos a parte interna,
com materiais especiais para utilizar como carpete e reves-
timento, além disso, tem toda a parte mecânica, sendo que
alguns acessórios possuem detalhamento até no motor, com
acessórios como diferencial, cardã e outros itens”, resume.
Apesar de não comercializar oficialmente os pequenos
modelos – exceção feita a alguns amigos próximos –
Maurício explica que contando o material e a mão-de-
obra, o preço médio para uma eventual comercialização
das miniaturas gira em torno dos 300 reais. Cabe a
você, que gostou da ideia, conversar com Maurício e
tentar fazê-lo mudar de ideia. Ou ainda se arriscar nessa
divertida brincadeira de adulto.

Mais informações: www.mkstudioart.com


Hot Rods 74
Hot Rods 75
Vitrine
Caçamba completa Gerenciamento Pro Tune
A empresa As Pickups Antigas fabrica a caçamba modelo F-1 com A Pro Tune apresenta o PR 440, sistema de gerenciamento eletrô-
todos os detalhes originais. A coluna “perna de moça”, com traseira nico de motores e aquisição de dados (ECU). É uma ferramenta
americana, permite a eliminação do para-choque traseiro. A peça é essencial para extrair o máximo de desempenho, potência e
fabricada em chapa 16 com a tampa personalizada com estampa do eficiência de motores de até quatro cilindros, em modo sequen-
V8. O produto já vem montado, com a tampa traseira. cial ou até 8 cilindros, em modo semissequencial, 2 ou 4 tem-
Informações: www.aspickupsantigas.com.br ou tel. (11) 4647-1374. pos (ciclo Otto). Desenvolvido para atender a demanda de um
ECU de alto nível, possui funções avançadas como controle de
comando variável, corpo de borboleta eletrônico, limitador de
velocidade no box, interfaces CAN e USB, suporte para Connect
Box e injetores peak and hold.
Informações: www.protuneelectronics.com.

Kit caçamba para picape F75


Excelente opção para projetos hot, a peça se destaca
pela harmonia com que a saia americana é inserida
ao modelo. Preço: R$ 2.560 o kit com acabamento
lateral, caixote e para-lamas. O caixote é fabricado
em aço e o para-lamas em fibra de vidro.
Informações: www.stepside.com.br ou
tel. (44) 3687-1357.

Freios para Maverick Macaco jacaré


A GasolineShop oferece kits O destaque da SD Motorsports é o macaco
de freio a disco dianteiro e jacaré em alumínio com capacidade de até
traseiro para o Ford Mave- 1,5 tonelada, da marca Pittsburgh. A ferra-
rick, projetados para serem menta é muito funcional para veículos com
Hot Rods 80

mais eficientes e também ter a suspensão baixa, por apenas R$ 784,00


um visual mais proporcional (para pagamento a vista).
com rodas 17” ou maiores. Informações: www.sdmotorsports.com.br
Informações: vendas@Gaso- ou tel. (11) 2629-4500.
lineShop.com.br
Hot Rods 81
rock’n hots

História do rock!
Já parou para pensar o que seria da música sem o rock? As dicas desse mês
relacionam obras essenciais para entender o início da história do gênero e
alguns de seus mais famosos representantes
Por Vitor Suman

R
ock’n’roll. Um gênero que surgiu em meados dos corrido selo Sun Records, que revelou ninguém menos do
anos 50 e que viria a revolucionar a cultura mun- que Elvis Presley, além de Jerry Lee Lewis, Johnny Cash, Carl
dial em apenas uma década. Na época, dois Perkins, entre outros. As dicas desse mês trazem compilações
selos eram os que mais lançavam discos desse gravadas apenas nesses dois estúdios, que ajudaram a formar
gênero. A Chess Records, de Chicago, já vinha um estilo naquela segunda metade da década. Entre os filmes,
gravando artistas negros de blues e lhes trazendo duas biografias de importantes artistas: Buddy Holly, compo-
algum sucesso quando, um belo dia, Muddy Waters entrou sitor, produtor, guitarrista, cantor, falecido aos 23 anos; e Jer-
no estúdio com Chuck Berry e conseguiu que ele assinasse ry Lee Lewis, talvez o mais controverso e polêmico artista de
um contrato para lançamento de seus primeiros singles. Do rock da época. Além – não podia faltar – do clássico “Sabes
outro lado dos EUA, em Memphis, Sam Phillips tinha o con- o Que Quero”, o primeiro filme colorido de rock.

Elvis Presley – The Sun Sessions (1976) Chuck Berry – The Chess Years (2012)
Lançado em 1976, um ano antes de sua morte, uma compilação de Esse lançamento triplo do ano passado resume todas as primeiras
suas primeiras gravações que demonstram o motivo exato pelo qual gravações do primeiro ‘guitar hero’ da história do rock. São 73 faixas,
Elvis virou o rei do rock. O disco é repleto de versões reestruturadas de entre elas os grandes clássicos do final dos anos 50, como Maybellene,
clássicos do blues e do country, acabando com a segregação do mercado Johnny B. Goode, Memphis, Tennessee, e alguma coisa do início dos 60.
musical vigente à época. A energia juvenil de um Elvis ainda em formação A compilação deixa a desejar por não retratar seu retorno ao selo no início
é impressionante, faixa após faixa. Essa compilação traz em apenas um dos anos 70, e também por perder seu grande retorno às paradas de
disco todas as faixas que serviram como um primeiro estopim para a sucesso em 1964 (com No Particular Place to Go), mas é o melhor retrato
mudança cultural que viria nas próximas décadas. de como a Chess Records contribuiu para o crescimento do gênero.

Carl Perkins – Up Through The Years 1954-1957 (1986) The Buddy Holly Story – EUA – 1978
O álbum lançado em 1986 traz 24 grandes sucessos de Perkins gra- Filmado no final dos anos 70, o filme conta a história meteórica
vados nos seus três primeiros anos de carreira, período em que ajudou de Buddy Holly, um dos mais importantes cantores/guitarristas/
a dar forma ao rock como o conhecemos. Canções como Blue Suede compositores do rock nos anos 50. Com uma atuação ótima de
Shoes, Honey Don’t e Everybody’s Trying to be My Baby em suas Gary Busey no papel principal, a obra retrata desde os tempos
versões originais, gravadas nos estúdios da Sun Records, servem para de escola, a composição de Peggy Sue e a subida ao topo das
mostrar alguns caminhos que o gênero tomaria nos anos que viriam paradas com That’ll Be The Day, além de detalhar a infeliz morte
a seguir. A compilação de Perkins é um item definitivo em qualquer do astro em um acidente de avião aos 23 anos de idade. A trilha
coleção, e um ótimo retrato cultural da época. Imperdível. sonora, como é de se esperar, é espetacular.
Hot Rods 82

A Fera do Rock (Great Balls of Fire!) – EUA – 1986 Sabes o que Quero (The Girl Can’t Help It) – EUA – 1956
Dennis Quaid, em uma das melhores atuações de sua carreira, encarna Um dos primeiro filmes produzidos sobre a cultura rock and roll,
Jerry ‘The Killer’ Lewis nessa biografia essencial ao fã de rock and roll. que ainda estava em seus primeiros anos de formação. Jayne
Sua vida, cheia de polêmicas e controvérsias, é extremamente bem Mansfield é Jerri Jordan, uma linda garota sem talento algum
retratada. Desde a sua formação musical gospel, até se tornar o gran- que precisa ser transformada em uma estrela em apenas seis
de representante da ‘música do diabo’, passando por todos os seus semanas. Com aparições de Little Richard, Gene Vincent, Eddie
episódios importantes, como o casamento com a prima de 13 anos. Cochran e Fats Domino, é uma obra repleta de boas canções,
Trilha sonora impecável, com todos os seus maiores sucessos. além de conter performances icônicas do rock.
Hot Rods 83

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