Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
SUMÁRIO PÁGINA
1. Interpretação de textos 1
2. Redação (confronto e reconhecimento de frases corretas e incorretas) 28
3. Lista das questões apresentadas 46
4. Gabarito 63
Olá, pessoal!
Nesta nossa aula, vamos partir para alguns textos um pouco mais
antigos, mas que possuem certa didática que nos ajudam muito na
compreensão do texto.
É importante notarmos que, dentro de um texto, há informações
implícitas (aquilo que o texto sugere) e explícitas (aquilo que está escrito
literalmente). É mais fácil o concursando encontrar as informações explícitas,
por isso basicamente as bancas examinadoras exploram o outro tipo de
informação: o implícito – o autor não mostra claramente, mas a interpretação
bem feita alcança essa informação.
Toda informação implícita do texto é “carregada” de vestígios. Como em
uma investigação, o criminoso não está explícito, mas ele existe. Um bom
investigador é um excelente leitor de vestígios. Assim, vestígios podem ser:
uma palavra irônica, as características do ambiente e do personagem, a época
em que o texto foi escrito ou a que o texto se refere, o vocabulário do autor, o
rodapé do texto, as figuras de linguagem, o uso da primeira ou terceira pessoa
verbal etc. Tudo isso pode indicar a intenção do autor ao escrever o texto, daí
se tira o vestígio que nos leva à boa interpretação.
Portanto, não se deixe levar pelo tamanho do texto antes de lê-lo. Há
texto chato, e outros intrigantes. Ao iniciar sua leitura, faça-a duas ou três
vezes, atentamente, antes de responder a qualquer pergunta. Primeiro, é
preciso captar sua mensagem, entendê-lo como um todo, e isso não pode ser
alcançado com uma simples leitura. A cada leitura, novas ideias serão
assimiladas. Tenha a paciência necessária para agir assim. Só depois tente
resolver as questões propostas.
As questões da Fundação Carlos Chagas têm uma tendência: elas podem
ser localizadas (voltadas só para um determinado trecho do texto) ou referir-
se ao conjunto, às ideias gerais do texto. No primeiro caso, leia não apenas o
trecho (às vezes uma linha) referido, mas todo o parágrafo em que ele se
situa. Lembre-se: quanto mais você ler, mais entenderá o texto. Tudo é uma
questão de costume, e você vai acostumar-se a agir dessa forma.
c) as orações adjetivas
Os candidatos a prefeito, que só querem defender seus interesses, não
pensam no povo.
Pressuposto: Todos os candidatos a prefeito têm interesses individuais.
não falei? Mas ao dizer isso, com os pés chumbados no chão da cautela
temerosa, o desconfiado lembra apenas a estátua do navegante que foi ao
mar e voltou consagrado. As estátuas, como se sabe, não viajam nunca,
apenas podem celebrar os grandes e ousados descobridores.
“Confiar, desconfiando” é outra pérola do senso comum. Não gosto
dessa orientação conciliatória, que manda ganhar abraçando ambas as
opções. Confie, quando for esse o verdadeiro e radical desafio.
(Ascendino Salles, inédito)
Questão 1: Quanto ao sentimento da desconfiança, o texto manifesta clara
divergência do senso comum, pois, para o autor, esse sentimento
(A) leva, como é sabido, à prática da prudência, que é a chave das grandes
criações humanas.
(B) traz, como poucos sabem, a consequência de esperar que tudo acabe se
resolvendo por si mesmo.
(C) acaba, como poucos reconhecem, por impedir que se tomem iniciativas
audazes e criativas.
(D) traduz, como poucos sabem, a vantagem de se calcular muito bem cada
passo das experiências essenciais.
(E) importa, como é sabido, em eliminar a dose de irracionalidade que deve
acompanhar a prudência conservadora.
Comentário: Esta questão de interpretação de texto aborda basicamente os
dois primeiros parágrafos do texto, os quais carregam a sua essência, a ideia
principal: “A desconfiança costuma ficar bem no meio do caminho da
aventura, da iniciativa, da descoberta, atravancando a passagem e
impedindo − quem sabe? − uma experiência essencial. Por desconfiar
deixamos de arriscar, permitindo que a prudência nos imobilize; por cautela,
calamo-nos, não damos o passo, desviamos o olhar.”
Assim, a alternativa correta é a (C), pois, segundo o autor, na expressão
acima, a desconfiança realmente acaba por impedir que se tomem iniciativas
audazes e criativas. A expressão “como poucos sabem”, nesta alternativa,
cabe no contexto, pois o autor faz uma comparação entre o que ele pensa e o
senso comum, deixando a entender que poucas pessoas pensam como ele.
A alternativa (A) está errada, porque, segundo o autor, a prudência não
é a chave das grandes criações humanas, ela nos imobiliza (segundo
parágrafo).
A alternativa (B) está errada, pois, conforme o segundo parágrafo, a
desconfiança não leva à consequência de esperar que tudo acabe se
resolvendo por si mesmo.
A alternativa (D) está errada, pois calcular muito bem cada passo das
experiências essenciais, conforme aponta esta alternativa, tem relação com a
cautela, com a prudência. Na visão do autor, isso imobiliza, não nos faz
progredir (segundo parágrafo).
A alternativa (E) está errada, pois a prudência conservadora baseia-se
na racionalidade, e não na irracionalidade.
Gabarito: C
(C) mesmo que não se possa estender esse sentimento para o conjunto da
obra de Niemeyer, Brasília provocaria certo mal-estar no observador, o
que teria origem no projeto monumental de Lucio Costa.
(D) na biografia de Niemeyer, ressaltaria uma contradição insolúvel entre sua
origem e suas convicções políticas, o que acabaria se resolvendo em suas
obras monumentais, que misturam sonho e realidade.
(E) embora Brasília seja considerada a principal criação de Oscar Niemeyer, o
próprio arquiteto não teria ficado satisfeito com a cidade, pois não
corresponderia ao que havia sonhado.
Comentário: A alternativa (A) é a correta, pois se refere às últimas frases do
texto. Compare os fragmentos:
Texto: “E como dizer que a cidade, ao fim, deixara de corresponder à
modernidade empenhada?¹ Houve um sonho monumental, e ele foi
devidamente traduzido por Niemeyer.² No Planalto Central, construíra a
identidade escultural do Brasil.”
Alternativa: ainda que a construção de Brasília, projetada por Niemeyer, possa
não ter concretizado a modernidade sonhada pelo arquiteto,¹ a cidade teria se
tornado genuína representação desse sonho grandioso.²
Veja as demais alternativas:
A alternativa (B) está errada, pois o primeiro parágrafo nos esclarece
que “Oscar Niemeyer propusera sua própria revolução arquitetônica baseado
em uma interpretação do corpo da mulher.”, e não em sua filiação ao partido
comunista, como afirma a alternativa.
A alternativa (C) está errada, pois Brasília não provoca mal-estar no
observador. Na realidade, o texto afirma que “...desprotegido talvez pudesse
se sentir um observador diante da monumentalidade que ele próprio idealizara
para Brasília a partir do plano-piloto de Lucio Costa.”
A alternativa (D) está errada e não encontra amparo nos argumentos do
texto. Nele, não há contradição entre a origem e as convicções políticas de
Niemeyer. O texto apenas indica que ele foi o único ateu e comunista da
família, mas isso não quer dizer contradição. Também não nos mostra que
suas obras se baseiam na mistura de sonho e realidade.
A alternativa (E) está errada. Primeiramente, devemos observar que o
texto não nos informou explícita ou implicitamente que o projeto de Brasília
tivesse sido a principal criação de Niemeyer. Além disso, não se pode afirmar
que Niemeyer não ficou satisfeito com a cidade, pois o texto informa que
“Brasília, em que pese o sonho necessário, resultara em alguma decepção”.
Bom, haver certa decepção não significa insatisfação com Brasília. Além disso,
o texto finaliza que “Houve um sonho monumental, e ele foi devidamente
traduzido por Niemeyer.” Isso vai contra a afirmação da alternativa de que a
cidade “não corresponderia ao que (ele) havia sonhado”.
Gabarito: A
pergunta pelo cardápio do jantar que a espera, enquanto o senhor logo atrás
de você lamenta não ter incluído certos dados em seu último relatório.
Quando o ônibus chega, enfim, ao destino, você desce tomado por um
inexplicável cansaço.
Acho interessantes todas as conquistas da tecnologia da mídia moderna,
mas prefiro desfrutar de uma a cada vez, e em momentos que eu escolho.
Mas parece que a maioria das pessoas entrega-se gozosa e voluptuosamente
a uma sobrecarga de estímulos áudio-visuais, evitando o rumo dos mudos
pensamentos e das imagens internas, sem luz. Ninguém mais gosta de ficar,
por um tempo mínimo que seja, metido no seu canto, entretido consigo
mesmo? Por que se deleitam todos com tantas engenhocas eletrônicas, numa
viagem que poderia propiciar o prazer de uma pequena incursão íntima? Fica
a impressão de que a vida interior das pessoas vem-se reduzindo na mesma
proporção em que se expandem os recursos eletrônicos.
(Thiago Solito da Cruz, inédito)
Questão 7: Considerando-se o sentido integral do texto, o título Viagem
para fora representa
(A) uma alusão à exterioridade dos apelos a que se entregam os passageiros.
(B) um específico anseio que o autor alimenta a cada viagem de ônibus.
(C) a nostalgia de excursões antigas, em que todos se solidarizavam.
(D) a importância que o autor confere aos devaneios dos passageiros.
(E) a ironia de quem não se deixa abalar por tumultuadas viagens de ônibus.
Comentário: O tema, isto é, o sentido central do texto, normalmente é
expresso pelo título, elemento estrutural que o resume ou nos induz a
perceber seu sentido. “Viagem para fora” remete a “uma alusão à
exterioridade dos apelos¹ a que se entregam os passageiros².” Observe
que a alternativa (A), citada anteriormente, transmite explicitamente o que se
diz na segunda frase do terceiro parágrafo do texto: “Mais parece que a
maioria das pessoas entrega-se² gozosa e voluptuosamente a uma
sobrecarga de estímulos áudio-visuais¹.” As expressões-chave tanto da
resposta quanto da alternativa (A) foram colocadas em negrito para
comparação e observação de sua proximidade semântica. Tendo em vista a
explicação da alternativa (A), eliminam-se os outros itens. Mesmo assim, veja
em negrito o que está errado nas demais alternativas:
(B) um específico anseio que o autor alimenta a cada viagem de ônibus.
(C) a nostalgia de excursões antigas, em que todos se solidarizavam.
(D) a importância que o autor confere aos devaneios dos passageiros.
(E) a ironia de quem não se deixa abalar por tumultuadas viagens de
ônibus.
Gabarito: A
A amizade
Uma amizade verdadeira possui tão grandes vantagens que mal posso
descrevê-las. Para começar, em que pode consistir uma “vida vivível” que não
encontre descanso na afeição partilhada com um amigo? Que há de mais
agradável que ter alguém a quem se ousa contar tudo como a si mesmo? De
que seria feita a graça tão intensa de nossos sucessos, sem um ser para se
alegrar com eles tanto quanto nós? E em relação a nossos reveses, seriam
mais difíceis de suportar sem essa pessoa, para quem eles são ainda mais
Questão 14: Que há de mais agradável que ter alguém a quem se ousa
contar tudo como a si mesmo?
Pode-se substituir o segmento sublinhado na frase acima, sem prejuízo para o
sentido, clareza e correção, por:
(A) com a audácia de contar tudo para si mesmo?
(B) que pode contar com si mesmo?
(C) com a coragem de quem ousa contar tudo?
(D) com força para contar tudo sobre si próprio?
(E) para confidenciar, sem receio, tudo de si?
Comentário: Deve-se perceber nesta questão a presença do objeto indireto
“a quem”, significando que alguém receberia alguma ação, portanto esse
alguém deve ser paciente e não agente. As alternativas (A, B, C e D)
(E) a vida moderna instituiu novos padrões e valores que regem a sociedade,
aproximando os homens em torno de serviços oferecidos pelas cidades.
Comentário: A correta é a alternativa (D); pois, no último parágrafo, temos
os vestígios “Perdeu-se” e “que não aumenta nem diminui em função do
sucesso ou da beleza”. Isso nos faz inferir que hoje são muito valorizados o
sucesso e a beleza, algo que não era antigamente e com isso se perdeu “a
vasta rede de segurança”.
Note que as demais alternativas possuem ideias bem fora do contexto.
(A): Segundo o texto, as mudanças ocorridas no século XX estão fazendo o
ser humano distanciar-se dos outros.
(B): Esta alternativa está errada pelo mesmo motivo da anterior. Com a
urbanização, o homem teve a tendência de isolar-se.
(C): Esta alternativa extrapolou o conteúdo do texto. Não há no texto indício
de que não há verdadeiro sentimento religioso e que isso induza as pessoas a
uma insatisfação.
(E): Esta alternativa também extrapolou o conteúdo do texto no fragmento
“aproximando os homens em torno de serviços oferecidos pelas cidades”.
Gabarito:D
Questão 23: As mudanças que conduziram a isso não são poucas nem
sutis... (3° parágrafo)
A expressão grifada refere-se, corretamente,
(A) às condições impostas tanto pela biologia quanto pela cultura ao modo de
vida que se desenhou nos dias de hoje.
(B) ao crescimento de um tipo de literatura que se difundiu pelo mundo todo,
como alternativa à perda do antigo sentimento religioso.
Questão 24: E é a ele que atende um setor do mercado editorial que cresce a
passos largos... (2° parágrafo)
O pronome grifado acima substitui corretamente, considerando-se o contexto,
(A) um arquipélago fragmentado.
(B) um relevo que se espraia.
(C) um dos nossos instintos básicos.
(D) um dos lugares-comuns mais citados de todos os tempos.
(E) um setor de autoajuda do mercado editorial.
Comentário: Outra questão de coesão referencial. Observe o posicionamento
no texto deste pronome. Veja a quem se liga: ao termo anterior. Esse termo é
“um dos nossos instintos básicos”. Note que “ele” retoma o núcleo “um”, por
isso está no singular e masculino.
Gabarito: C
Veja:
A discussão atual sobre o direito de se publicar uma biografia não autorizada
pode enriquecer-se, quando se recorre a princípios defendidos por Voltaire.
A alternativa (D) está correta. Além da boa ligação entre as orações, é
importante notar o uso adequado da preposição “entre” (“entre eles”), pois
se entende que, entre os intelectuais, devemos destacar o gênio de Voltaire.
Ressalte-se que também caberia a contração “dentre”, pois também se pode
entender que devemos destacar daquele universo de intelectuais do século
XVIII o gênio de Voltaire.
A liberdade de pensamento constituiu uma preocupação central para os
intelectuais do século XVIII, destacando-se, entre eles, o gênio de Voltaire.
Gabarito: E
Não obstante o homem possa esquecer seu criador, este o chama para si.
Gabarito: C
causal.
Para que haja coesão e coerência, devemos fazer com que a última
oração seja a principal e que mantenha relação de contraste com a primeira e
segunda orações. Assim, o verbo “desconsideram” perde o prefixo de negação
“des-“. Veja:
Embora haja quem aposte no critério único de julgamento, para se promover
a igualdade, alguns consideram o risco do contrário.
As demais alternativas mantêm uma relação lógica entre os segmentos
com correção gramatical.
Gabarito: B
propósito de”. A oração “que não lhe diz respeito” é subordinada adjetiva e
tem natureza restritiva. Assim, não pode ser precedida de vírgula. Veja a
correção:
O infeliz destinatário recebe mensagens cujo emissor lhe é desconhecido, a
propósito de assunto que não lhe diz respeito.
A alternativa (B) está errada, pois, além de problemas de sentido, a
locução conjuntiva de causa é “haja vista”. O substantivo “respeito” exige o
complemento nominal “lhe”. Veja: “...que em nada lhe dizem respeito, haja
vista que...”
A alternativa (C) está errada, pois não cabe o pronome “aonde”, pois
não há ideia de lugar. Assim o ideal é a substituição por “O infeliz destinatário
recebe mensagens de assuntos que não lhe cabem conhecer”. Além disso, a
oração “dando-se o mesmo com as pessoas que as enviaram” não produz
clareza de sentido.
A alternativa (D) é a correta, pois o verbo “recebe” é transitivo direto e
indireto, seu objeto direto é “mensagens” e seu objeto indireto é a expressão
“de pessoas desconhecidas”. O verbo “despertam” é transitivo direto e
indireto, o pronome “lhe” é o objeto indireto e “o interesse” é o objeto direto.
Além disso, percebemos que esta estrutura mantém o sentido original da frase
do pedido da questão. Veja:
O infeliz destinatário recebe mensagens de pessoas desconhecidas, sobre
assuntos que em nada lhe despertam o interesse.
A alternativa (E) está errada, pois a expressão “tão pouco” deve ser
trocada por “tampouco” “ou “sequer”, a fim de transmitir uma adição negativa
à anterior. Além disso, o verbo “vieram” deve se flexionar no singular, pois se
refere ao sujeito subentendido “infeliz destinatário”. Note que o pronome
relativo “que” é o objeto direto. Veja:
O infeliz destinatário recebe mensagens cujos temas não o interessam,
provindos de pessoas que tampouco veio a conhecer.
Gabarito: D
(B) Advoguei junto ao chefe do rapaz que sua atuação tanto profissional como
em sociedade não deixava nada à desejar, o que lhe ajudou bastante
naquela pendência.
(C) Ele era o único que espontaneamente se dignava de ouvir-nos a todos,
sem exceção, e consentia prazeroso até o depoimento mais insosso ou
desajeitado.
(D) Não posso atribuir unicamente a precária condição de acesso à Educação
a apenas a condição de miscigenação dos que desejam ascender à sua
dignidade.
(E) Os resultados da pesquisa científica levada a efeito no ano passado deve
ser aberta àquele núcleo que a instigou, não devendo ficar restrito aos
especialistas.
Comentário: Na alternativa (A), o problema é apenas de concordância
verbal, pois o sujeito é composto “A criação, coordenação e assessoria a
cursos profissionalizantes” e leva o verbo ao plural: estão. Veja que a
expressão “de cujo conhecimento de ponta” está empregada corretamente.
Ela é o objeto indireto do verbo transitivo indireto “depende”: muito se
depende do conhecimento de ponta dos formados na área.
Na alternativa (B), já vemos que há problema na crase antes do verbo.
Vemos também que, na oração “que sua atuação tanto profissional como em
sociedade não deixava”, o “que” e o pronome “sua” soam estranho, porque
estão entre dois substantivos com valor de posse. Assim, cabe o pronome
relativo “cuja”. O termo “cuja atuação” é o sujeito, por isso não é precedido
de preposição. Veja a frase corretamente escrita:
Advoguei junto ao chefe do rapaz cuja atuação tanto profissional como em
sociedade não deixava nada a desejar, o que lhe ajudou bastante naquela
pendência.
A alternativa (C) é a correta. Perceba que o verbo “se dignava” é
transitivo indireto e por isso há preposição “de” em seguida. Note que a
expressão “-nos a todos” significa “a todos nós”. Assim, temos o objeto direto
“nos” e o reforço pleonástico “a todos”. Isso está correto. Veja que a dupla
vírgula está correta, por intercalar o adjunto adverbial de modo “sem
exceção”.
Na alternativa (D), a locução verbal “posso atribuir” é transitiva direta e
indireta. O termo “a precária condição de acesso” é o objeto direto, seguido
do complemento nominal “à Educação”. O objeto indireto deve ser precedido
da preposição “a”. Como o núcleo “condição” admite artigo “a”, ocorrerá a
crase: “à condição”. Assim, deve-se retirar a preposição “a” antes de
“apenas”, pois esta preposição se repete depois deste vocábulo. A correta
construção da frase seria:
Não posso atribuir unicamente a precária condição de acesso à Educação
apenas à condição de miscigenação dos que desejam ascender à sua
dignidade.
A crase em “à Educação” é obrigatória e em “à sua dignidade” é
facultativa.
Até mesmo o governo dos Estados Unidos, que pensamos estarem muitas
vezes alheios às coisas que se passam no Brasil, lamentou a morte de Oscar
Niemeyer, cuja nota dizia que ele inspirará gerações.
A alternativa (D) está errada, pois não pode haver crase antes de verbo,
não pode haver vírgula entre o sujeito “grande número de templos religiosos”
e o predicado “tenham sido realmente construídos ou não”. Além disso,
semanticamente, este predicado está incoerente, pois Niemeyer não construiu
realmente, ele projetou, por ser um arquiteto.
Ainda devemos perceber que a estrutura oracional “foram projetados
por um arquiteto que abertamente se declarava ateu” está desconexa, pois
prolonga a oração subordinada adverbial temporal e não há aí uma oração
principal, ocorrendo, assim, o chamado truncamento sintático. Dessa forma,
perde-se a lógica sintática e semântica. Veja uma tentativa de reescrita.
Quando se começar a refletir no fato de que tão grande número de templos
religiosos tenham sido realmente construídos com base nos projetos de um
arquiteto que abertamente se declarava ateu, muita gente se
surpreenderá.
Note que o sujeito com expressão partitiva “grande número”, seguido do
adjunto adnominal plural “de templos religiosos”, permite a flexão do verbo no
singular ou no plural.
A alternativa (E) está errada, pois o pronome relativo “onde” só pode
ser empregado quando retoma lugar. Como há uma relação de posse na
expressão “em seu trabalho”, podemos inserir a expressão “em cujo
trabalho”. Veja:
Grandes arquitetos do mundo todo manifestaram sua admiração pela
genialidade de Oscar Niemeyer, em cujo trabalho muitos chegaram mesmo
a declarar a inspiração de suas obras.
Gabarito: B
Abraço!
Terror
(A) descompasso.
(B) problemática.
(C) melancolia.
(D) estupefação.
(E) animosidade.
A amizade
Uma amizade verdadeira possui tão grandes vantagens que mal posso
descrevê-las. Para começar, em que pode consistir uma “vida vivível” que não
encontre descanso na afeição partilhada com um amigo? Que há de mais
agradável que ter alguém a quem se ousa contar tudo como a si mesmo? De
que seria feita a graça tão intensa de nossos sucessos, sem um ser para se
alegrar com eles tanto quanto nós? E em relação a nossos reveses, seriam
mais difíceis de suportar sem essa pessoa, para quem eles são ainda mais
penosos que para nós mesmos.
Os outros privilégios da vida a que as pessoas aspiram só existem em
função de uma única forma de utilização: as riquezas, para serem gastas; o
poder, para ser cortejado; as honrarias, para suscitarem os elogios; os
prazeres, para deles se obter satisfação; a saúde, para não termos de padecer
a dor e podermos contar com os recursos de nosso corpo.
Quanto à amizade, ela contém uma série de possibilidades. Em qualquer
direção a que a gente se volte, ela está lá, prestativa, jamais excluída de
alguma situação, jamais importuna, jamais embaraçosa. Por isso, como diz o
ditado, “nem a água nem o fogo nos são mais prestimosos que a amizade”. E
aqui não se trata da amizade comum ou medíocre (que, no entanto,
proporciona alguma satisfação e utilidade), mas da verdadeira, da perfeita, à
qual venho me referindo. Pois a amizade torna mais maravilhosos os favores
da vida, e mais leves, porque comunicados e partilhados, seus golpes mais
duros.
(Adaptado de Cícero, filósofo e jurista romano)
Questão 11: Ao tratar da amizade verdadeira, Cícero dá um peso especial ao
fato de que ela
(A) é um privilégio desfrutado de uma forma única e exclusiva.
(B) intensifica nossas conquistas e ameniza nossos infortúnios.
(C) abre caminho para o exercício de um poder que todos desejamos.
(D) produz honrarias que todos os amigos podem compartilhar.
(E) afasta os padecimentos morais e multiplica as alegrias.
Questão 14: Que há de mais agradável que ter alguém a quem se ousa
contar tudo como a si mesmo?
Pode-se substituir o segmento sublinhado na frase acima, sem prejuízo para o
sentido, clareza e correção, por:
(A) com a audácia de contar tudo para si mesmo?
(B) que pode contar com si mesmo?
(C) com a coragem de quem ousa contar tudo?
(D) com força para contar tudo sobre si próprio?
(E) para confidenciar, sem receio, tudo de si?
Questão 23: As mudanças que conduziram a isso não são poucas nem
sutis... (3° parágrafo)
A expressão grifada refere-se, corretamente,
(A) às condições impostas tanto pela biologia quanto pela cultura ao modo de
vida que se desenhou nos dias de hoje.
(B) ao crescimento de um tipo de literatura que se difundiu pelo mundo todo,
como alternativa à perda do antigo sentimento religioso.
Questão 24: E é a ele que atende um setor do mercado editorial que cresce a
passos largos... (2° parágrafo)
O pronome grifado acima substitui corretamente, considerando-se o contexto,
(A) um arquipélago fragmentado.
(B) um relevo que se espraia.
(C) um dos nossos instintos básicos.
(D) um dos lugares-comuns mais citados de todos os tempos.
(E) um setor de autoajuda do mercado editorial.
religiosos.
(Alfredo Bosi. Dialética da colonização. S. Paulo: Companhia
das Letras, 1992, pp. 328-29)
Questão 25: Tomando como referências a cultura de massa e a cultura
popular, o autor do texto considera que, entre elas,
(A) não há qualquer relação possível, uma vez que configuram universos
distintos no tempo e no espaço.
(B) há uma relação de necessária interdependência, pois não há sociedade
que possa prescindir de ambas.
(C) há uma espécie de simbiose, uma vez que já não é possível distinguir
uma da outra.
(D) há uma relação de apropriação, conforme se manifestam os efeitos da
primeira sobre a segunda.
(E) há uma espécie de dialética, pois cada uma delas se desenvolve à medida
que sofre a influência da outra.
(C) Até mesmo o governo dos Estados Unidos, que pensamos estarem muitas
vezes alheios as coisas que se passam no Brasil, lamentaram a morte de
Oscar Niemeyer, cuja nota dizia que ele inspirará gerações.
(D) Quando se começar à refletir no fato de que tão grande número de
templos religiosos, tenham sido realmente construídos ou não, foram
projetados por um arquiteto que abertamente se declarava ateu.
(E) Grandes arquitetos do mundo todo manifestaram sua admiração pela
genialidade de Oscar Niemeyer, onde muitos chegaram mesmo a declarar
a inspiração de suas obras em seu trabalho.
1. C 2. E 3. D 4. B 5. A 6. D 7. A 8. C 9. D 10. A
11. B 12. E 13. A 14. E 15. E 16. C 17. D 18. B 19. E 20. D
21. B 22. A 23. D 24. C 25. D 26. C 27. E 28. B 29. A 30. C
31. B 32. E 33. C 34. B 35. A 36. D 37. B 38. B 39. E 40. C
41. A 42. B 43. C 44. B