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Aula 09

Português p/ TRT 11ª Região (Todos os Cargos) - Com videoaulas

Professores: Décio Terror, Equipe Décio Terror


Curso de Português para 11ªR
Teoria e exercícios comentados
Prof. Décio Terror Aula 9

Aula 9: Redação (confronto e reconhecimento de frases corretas e


incorretas). Intelecção de texto.

SUMÁRIO PÁGINA
1. Interpretação de textos 1
2. Redação (confronto e reconhecimento de frases corretas e incorretas) 28
3. Lista das questões apresentadas 46
4. Gabarito 63

Olá, pessoal!
Nesta nossa aula, vamos partir para alguns textos um pouco mais
antigos, mas que possuem certa didática que nos ajudam muito na
compreensão do texto.
É importante notarmos que, dentro de um texto, há informações
implícitas (aquilo que o texto sugere) e explícitas (aquilo que está escrito
literalmente). É mais fácil o concursando encontrar as informações explícitas,
por isso basicamente as bancas examinadoras exploram o outro tipo de
informação: o implícito – o autor não mostra claramente, mas a interpretação
bem feita alcança essa informação.
Toda informação implícita do texto é “carregada” de vestígios. Como em
uma investigação, o criminoso não está explícito, mas ele existe. Um bom
investigador é um excelente leitor de vestígios. Assim, vestígios podem ser:
uma palavra irônica, as características do ambiente e do personagem, a época
em que o texto foi escrito ou a que o texto se refere, o vocabulário do autor, o
rodapé do texto, as figuras de linguagem, o uso da primeira ou terceira pessoa
verbal etc. Tudo isso pode indicar a intenção do autor ao escrever o texto, daí
se tira o vestígio que nos leva à boa interpretação.
Portanto, não se deixe levar pelo tamanho do texto antes de lê-lo. Há
texto chato, e outros intrigantes. Ao iniciar sua leitura, faça-a duas ou três
vezes, atentamente, antes de responder a qualquer pergunta. Primeiro, é
preciso captar sua mensagem, entendê-lo como um todo, e isso não pode ser
alcançado com uma simples leitura. A cada leitura, novas ideias serão
assimiladas. Tenha a paciência necessária para agir assim. Só depois tente
resolver as questões propostas.
As questões da Fundação Carlos Chagas têm uma tendência: elas podem
ser localizadas (voltadas só para um determinado trecho do texto) ou referir-
se ao conjunto, às ideias gerais do texto. No primeiro caso, leia não apenas o
trecho (às vezes uma linha) referido, mas todo o parágrafo em que ele se
situa. Lembre-se: quanto mais você ler, mais entenderá o texto. Tudo é uma
questão de costume, e você vai acostumar-se a agir dessa forma.

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Lembre-se, ainda, de que a banca examinadora não pede a “sua


opinião”, mas a “interpretação” da opinião do autor.
Tenha paciência, aplicação e perseverança: afinal, concurso é isso!
a) As informações implícitas
Observe a seguinte frase:
Fiz faculdade, mas aprendi algumas coisas.
Nela, o falante transmite duas informações de maneira explícita:
a) que ele frequentou um curso superior;
b) que ele aprendeu algumas coisas.
Ao ligar essas duas informações com uma conjunção "mas", comunica
também de modo implícito sua crítica ao sistema de ensino superior, pois a
frase passa a transmitir a ideia de que nas faculdades não se aprende quase
nada...
Um dos aspectos mais intrigantes da leitura de um texto é a verificação
de que ele pode dizer coisas que parece não estar dizendo: além das
informações explicitamente enunciadas, existem outras que ficam
subentendidas ou pressupostas. Para realizar uma leitura eficiente, o leitor
deve captar tanto os dados explícitos quanto os implícitos.
Leitor perspicaz é aquele que consegue ler nas entrelinhas. Caso
contrário, ele pode passar por cima de significados importantes e decisivos ou
- o que é pior - pode concordar com coisas que rejeitaria se as percebesse.
Não é preciso dizer que alguns tipos de texto exploram, com malícia e
com intenções falaciosas, esses aspectos subentendidos e pressupostos.
Que são pressupostos? São aquelas ideias não expressas de maneira
explícita, mas que o leitor pode perceber a partir de certas palavras ou
expressões contidas na frase, aqui chamadas de vestígios.
Assim, quando se diz "O tempo continua chuvoso", comunica-se de
maneira explícita que no momento da fala o tempo é de chuva, mas, ao
mesmo tempo, o verbo "continuar" deixa perceber a informação implícita de
que antes o tempo já estava chuvoso.
Na frase "Pedro deixou de fumar" diz-se explicitamente que, no
momento da fala, Pedro não fuma. O verbo "deixar", todavia, transmite a
informação implícita de que Pedro fumava antes.
Na leitura e interpretação de um texto, é muito importante detectar os
pressupostos (vestígios), pois seu uso é um dos recursos argumentativos
utilizados com vistas a levar o leitor a aceitar o que está sendo comunicado.
Ao introduzir uma ideia sob a forma de pressuposto, o autor transforma o
leitor em cúmplice, uma vez que essa ideia não é posta em discussão e todos
os argumentos subsequentes só contribuem para confirmá-la.
Por isso, pode-se dizer que o pressuposto aprisiona o ouvinte ao sistema
de pensamento montado pelo autor.
A demonstração disso pode ser encontrada em muitas dessas
"verdades" incontestáveis postas como base de muitas alegações do discurso
político, como:

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“O governo investiu 8 bilhões de reais na merenda escolar. Assim,


nossas crianças estão mais saudáveis e certamente aprendem muito mais.”
Ora, é natural que criança bem alimentada seja mais desperta para a
aprendizagem, naturalmente há possibilidade de a criança aprender mais e
melhor. Mas há várias circunstâncias que permeiam a entrada de recurso da
merenda, o uso efetivo desse recurso nas escolas e a consequente melhoria
no ensino. Note que há possibilidade de melhoria, não há certeza.
Os pressupostos são marcados, nas frases, por meio de vários
indicadores linguísticos (vestígios), como, por exemplo:
a) certos advérbios
Os resultados da pesquisa ainda não chegaram até nós.
Pressupostos: Os resultados já deviam ter chegado.
ou
Os resultados vão chegar mais tarde.
b) certos verbos
O caso do contrabando tornou-se público.
Pressuposto: O caso não era público antes.

c) as orações adjetivas
Os candidatos a prefeito, que só querem defender seus interesses, não
pensam no povo.
Pressuposto: Todos os candidatos a prefeito têm interesses individuais.

Mas a mesma frase poderia ser redigida assim:


Os candidatos a prefeito que só querem defender seus interesses não pensam
no povo.
No caso, o pressuposto seria outro: Nem todos os candidatos a prefeito têm
interesses individuais.
No primeiro caso, a oração é explicativa; no segundo, é restritiva. As
explicativas pressupõem que o que elas expressam refere-se a todos os
elementos de um dado conjunto; as restritivas dizem o que concerne a parte
dos elementos de um dado conjunto.
d) os adjetivos
Os partidos radicais acabarão com a democracia no Brasil.
Pressuposto: Existem partidos radicais no Brasil.
Vamos ao macete da resolução das questões de interpretação. NUNCA
MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA, sempre elimine as erradas. Esse é o
princípio. Disso não se pode fugir.

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Outro detalhe, há palavras como só, somente, apenas, nunca, sempre,


ninguém, tudo, nada etc, que têm papel importante nas alternativas das
questões. Essas palavras são chamadas categóricas, pois não admitem outra
interpretação e normalmente estão nas alternativas para que o candidato as
visualize como errada.
Vamos exercitar tomando como exemplo a seguinte frase:
É preciso construir mísseis nucleares para defender o Ocidente de ataques de
extremistas.
Marque (C) para informação de possível inferência do texto e (E) como
informação equivocada do texto.
1. O Ocidente necessita construir mísseis.
2. Há uma finalidade de defesa contra ataques de extremistas.
3. Os mísseis atuais não são suficientes para conter os ataques de extremistas.
4. Uma guerra de mísseis vai destruir o mundo inteiro e não apenas os
extremistas.
5. A ação dos diplomatas com os extremistas é o único meio real de dissuadi-
los de um ataque ao Ocidente.
6. Todo o Oriente está contra o Ocidente.
7. O Ocidente está sempre sofrendo invasões do Oriente.
8. Mísseis nucleares são a melhor saída para qualquer situação bélica.
9. Os extremistas não têm bom relacionamento com o Ocidente.
10. O Ocidente aguarda estático um ataque do Oriente.

Vamos às respostas com base nos vestígios!

1. O Ocidente necessita construir mísseis. (C)


(Inferência certa, pois o vestígio é “É preciso”)
2. Há uma finalidade de defesa contra o ataque de extremistas. (C)
(Inferência certa, pois o vestígio é a oração subordinada adverbial de
finalidade “para defender o Ocidente de ataques de extremistas”.)
3. Os mísseis atuais não são suficientes para conter o ataque de extremistas.
(E) (Inferência errada, pois não há evidência no texto de que já havia mísseis)
4. Uma guerra de mísseis vai destruir o mundo inteiro e não apenas os
extremistas. (E)
(Inferência errada, pois a expressão “destruir o mundo inteiro” é uma
suposição com base em expressão categórica. Não há certeza de que os
mísseis destruirão por completo o mundo, mas é certo que vão abalar o mundo
inteiro.)
5. A ação dos diplomatas com os extremistas é o único meio real de
dissuadi-los de um ataque ao Ocidente. (E)
(Inferência errada, pois novamente há expressão categórica e pode haver
outros meios, outras negociações, não só pelos diplomatas.)

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6. Todo o Oriente está contra o Ocidente. (E)


(Inferência errada, pois novamente há expressão categórica. Não se sabe se
todo o Oriente está contra o Ocidente. Pelo texto, apenas os extremistas)
7. O Ocidente está sempre sofrendo invasões do Oriente. (E)
(Inferência errada, pois novamente há expressão categórica: “sempre”. Além
disso, houve uma palavra que extrapolou o texto: “invasões”. Não foi afirmado
nada sobre invasão no texto.)
8. Mísseis nucleares são a melhor saída para qualquer situação bélica. (E)
(Consideração sem fundamento no texto. Veja as palavras categóricas.)
9. Os extremistas não têm bom relacionamento com o Ocidente. (C)
(Inferência possível, pois é vista a preocupação de possível ataque.)
10. O Ocidente aguarda estático um ataque do Oriente. (E)
(Consideração sem fundamento no texto.)

Assim, quando você for realizar as questões de interpretação, verá


muitas dessas expressões categóricas ou palavras que extrapolam o conteúdo
do texto. Normalmente, eliminamos essas expressões já na primeira leitura,
por estarem bem fora do contexto. Assim, normalmente ficaremos entre duas
alternativas. Aí vem o “burilamento”. Deve-se ter paciência para encontrar os
vestígios que comprovem sua resposta como a correta. Às vezes você nem a
ache, mas encontra pelo menos o vestígio que torne errada a outra alternativa,
sobrando uma como correta.
Observação: antes que alguém pergunte no fórum, a banca FCC não
cobra a diferença entre “vestígio”, “pressuposto”, “inferência”, “subentendido”
e palavra “categórica”, o que importa é você observar que isso ajuda a achar
os dados implícitos.

TRT 1ªR - 2013 – Analista Judiciário – Execução de mandados (banca FCC)


Confiar e desconfiar
Desconfiar é bom e não custa nada − é o que diz o senso comum,
valorizando tanto a cautela como a usura. Mas eu acho que desconfiar custa,
sim, e às vezes custa demais. A desconfiança costuma ficar bem no meio do
caminho da aventura, da iniciativa, da descoberta, atravancando a passagem
e impedindo − quem sabe? − uma experiência essencial.
Por desconfiar deixamos de arriscar, permitindo que a prudência nos
imobilize; por cautela, calamo-nos, não damos o passo, desviamos o olhar.
Depois, ficamos ruminando sobre o que teremos perdido, por não ousar.
O senso comum também diz que é melhor nos arrependermos do que
fizemos do que lamentarmos o que deixamos de fazer. Como se vê, a
sabedoria popular também hesita, e se contradiz. Mas nesse capítulo da
desconfiança eu arrisco: quando confiar é mais perigoso e mais difícil, parece-
me valer a pena. Falo da confiança marcada pela positividade, pela esperança,
pelo crédito, não pela mera credulidade. Mesmo quando o confiante se vê
malogrado, a confiança terá valido o tempo que durou, a qualidade da aposta
que perdeu. O desconfiado pode até contar vantagem, cantando alto: − Eu

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não falei? Mas ao dizer isso, com os pés chumbados no chão da cautela
temerosa, o desconfiado lembra apenas a estátua do navegante que foi ao
mar e voltou consagrado. As estátuas, como se sabe, não viajam nunca,
apenas podem celebrar os grandes e ousados descobridores.
“Confiar, desconfiando” é outra pérola do senso comum. Não gosto
dessa orientação conciliatória, que manda ganhar abraçando ambas as
opções. Confie, quando for esse o verdadeiro e radical desafio.
(Ascendino Salles, inédito)
Questão 1: Quanto ao sentimento da desconfiança, o texto manifesta clara
divergência do senso comum, pois, para o autor, esse sentimento
(A) leva, como é sabido, à prática da prudência, que é a chave das grandes
criações humanas.
(B) traz, como poucos sabem, a consequência de esperar que tudo acabe se
resolvendo por si mesmo.
(C) acaba, como poucos reconhecem, por impedir que se tomem iniciativas
audazes e criativas.
(D) traduz, como poucos sabem, a vantagem de se calcular muito bem cada
passo das experiências essenciais.
(E) importa, como é sabido, em eliminar a dose de irracionalidade que deve
acompanhar a prudência conservadora.
Comentário: Esta questão de interpretação de texto aborda basicamente os
dois primeiros parágrafos do texto, os quais carregam a sua essência, a ideia
principal: “A desconfiança costuma ficar bem no meio do caminho da
aventura, da iniciativa, da descoberta, atravancando a passagem e
impedindo − quem sabe? − uma experiência essencial. Por desconfiar
deixamos de arriscar, permitindo que a prudência nos imobilize; por cautela,
calamo-nos, não damos o passo, desviamos o olhar.”
Assim, a alternativa correta é a (C), pois, segundo o autor, na expressão
acima, a desconfiança realmente acaba por impedir que se tomem iniciativas
audazes e criativas. A expressão “como poucos sabem”, nesta alternativa,
cabe no contexto, pois o autor faz uma comparação entre o que ele pensa e o
senso comum, deixando a entender que poucas pessoas pensam como ele.
A alternativa (A) está errada, porque, segundo o autor, a prudência não
é a chave das grandes criações humanas, ela nos imobiliza (segundo
parágrafo).
A alternativa (B) está errada, pois, conforme o segundo parágrafo, a
desconfiança não leva à consequência de esperar que tudo acabe se
resolvendo por si mesmo.
A alternativa (D) está errada, pois calcular muito bem cada passo das
experiências essenciais, conforme aponta esta alternativa, tem relação com a
cautela, com a prudência. Na visão do autor, isso imobiliza, não nos faz
progredir (segundo parágrafo).
A alternativa (E) está errada, pois a prudência conservadora baseia-se
na racionalidade, e não na irracionalidade.
Gabarito: C

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Questão 2: Atente para as seguintes afirmações:


I. No primeiro parágrafo, os termos cautela e usura são atributos de que o
autor se vale para exprimir o que vê como desvantagens da mais cega
confiança.
II. No segundo parágrafo, o segmento ficamos ruminando sobre o que
teremos perdido refere-se aos remorsos que sentimos depois de uma
iniciativa intempestiva.
III. No terceiro parágrafo, a expressão mera credulidade é empregada para
distinguir a ingenuidade do homem crédulo da consciência ativa do
confiante.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em
(A) I, II e III.
(B) I e III, apenas.
(C) II e III, apenas.
(D) II, apenas.
(E) III, apenas.
Comentário: Esta questão aborda a interpretação localizada, pois nos aponta
o ponto exato que devemos interpretar.
A frase I está errada, pois “cautela” e “usura” são atributos que se
referem à desconfiança, e não à confiança.
A frase II está errada, pois o segmento “Depois, ficamos ruminando
sobre o que teremos perdido” se refere à falta de ousadia, e não por ter
ousado de maneira intempestiva.
A frase III é a correta, pois o autor quis distinguir a credulidade do
senso comum, a mera credulidade, apenas confiar, da credulidade voltada à
ação, à vontade de fazer, de inovar, de acreditar: “Falo da confiança marcada
pela positividade, pela esperança, pelo crédito”.
Gabarito: E

Questão 3: Considerando-se o contexto, está clara e corretamente traduzido


o sentido deste segmento:
(A) permitindo que a prudência nos imobilize (2º parágrafo) = estacando o
avanço da cautela.
(B) a sabedoria popular também hesita, e se contradiz (3º parágrafo) = a
proverbial sabedoria também se furta aos paradoxos.
(C) o confiante se vê malogrado (3º parágrafo) = deixa-se frustrar quem não
ousa.
(D) pés chumbados no chão da cautela temerosa (3º parágrafo) =
imobilizado pela prudência receosa.
(E) orientação conciliatória (4º parágrafo) = paradigma incontestável.
Comentário: Outra questão típica da FCC é a enumeração de segmentos e
seus significados contextuais.
A alternativa (A) está errada. Veja o contexto: “Por desconfiar deixamos
de arriscar, permitindo que a prudência nos imobilize”.
Note que a prudência nos imobilizar, contextualmente, tem valor

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parecido com o avanço da cautela. Assim, o uso do verbo “estacar” (paralisar,


imobilizar) não cabe nesta frase.
A alternativa (B) está errada, pois o verbo “furtar”, quando transitivo
indireto (furtar a algo), significa afastar, desviar, esquivar. Pelo contexto,
entendemos que a proverbial sabedoria (a sabedoria popular) não se furta aos
paradoxos (à contradição), pois, na visão do autor, ela se contradiz.
A alternativa (C) está errada. Veja o contexto:
“Mesmo quando o confiante se vê malogrado, a confiança terá valido o tempo
que durou, a qualidade da aposta que perdeu.”
Note que tal expressão se refere a quem ousa. Além disso, ver-se
malogrado significa não ter êxito, e não “deixar-se frustrar”.
A alternativa (D) é a correta, pois “pés chumbados no chão” (numa
linguagem conotativa, figurada) é o mesmo que “imobilizado” (numa
linguagem denotativa, literal), e “cautela temerosa” é o mesmo que
“prudência receosa”.
A alternativa (E) está errada. Veja o contexto:
“Confiar, desconfiando” é outra pérola do senso comum. Não gosto dessa
orientação conciliatória, que manda ganhar abraçando ambas as opções.
Orientação significa, neste contexto, uma tendência, direção; já
“paradigma” é o mesmo que “modelo”, “padrão imposto”. Além disso, conciliar
é o mesmo que “pôr em harmonia, aliar, combinar”. Já “incontestável” tem
sentido bem diferente: algo sobre o qual não cabe discussão.
Gabarito: D

Questão 4: O autor afirma que a sabedoria popular também hesita, e se


contradiz − fato que se pode constatar quando se comparam os seguintes
provérbios:
(A) Quem vê cara não vê coração e Nem tudo o que reluz é ouro.
(B) Quem espera sempre alcança e Deus ajuda quem cedo madruga.
(C) Casa de ferreiro, espeto de pau e Santo de casa não faz milagre.
(D) Depois da tempestade vem a bonança e Nada como um dia depois
do outro.
(E) A união faz a força e Uma andorinha só não faz verão.
Comentário: Nesta questão, devemos comparar os ditos populares e verificar
em qual alternativa eles se contradizem.
Não alternativa (A), não há contradição entre os ditos populares, pois
ambos se referem à imagem exterior (“Quem vê cara”, “Nem tudo o que
reluz”) em contraposição à essência interior (“não vê coração”, “é ouro” (num
sentido conotativo de boa característica humana).
A alternativa (B) é a correta, pois há contradição entre os ditos
populares. Veja que o primeiro faz alusão a quem espera algo acontecer; já o
segundo faz alusão à pessoa que busca o que se quer, não espera, luta por
seus objetivos.
Na alternativa (C), não há contradição, pois ambos os ditos se referem à
situação de que nem sempre os descendentes seguem as atividades dos
gestores da família.

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Na alternativa (D), não há contradição, pois ambos os ditos se referem à


situação de que, após um obstáculo, um problema, seguem dias melhores.
Assim, os percalços são passageiros.
Na alternativa (E), não há contradição, pois ambos os ditos se referem à
situação de que deve haver união de forças para vencer.
Gabarito: B

TRT 1ªR - 2013 – Técnico Judiciário – Área Administrativa (banca FCC)


Visão monumental
Nada superará a beleza, nem todos os ângulos retos da razão. Assim
pensava o maior arquiteto e mais invocado sonhador do Brasil. Morto em 5 de
dezembro de insuficiência respiratória, a dez dias de completar com uma
festa, no Rio de Janeiro onde morava, 105 anos de idade, Oscar Niemeyer
propusera sua própria revolução arquitetônica baseado em uma interpretação
do corpo da mulher.
Filho de fazendeiros, fora o único ateu e comunista da família, tendo
ingressado no partido por inspiração de Luiz Carlos Prestes, em 1945. Como a
agremiação partidária não correspondera a seu sonho, descolara-se dela, na
companhia de seu líder, em 1990. “O comunismo resolve o problema da vida”,
acreditou até o fim. “Ele faz com que a vida seja mais justa. E isso é
fundamental. Mas o ser humano, este continua desprotegido, entregue à sorte
que o destino lhe impõe.”
E desprotegido talvez pudesse se sentir um observador diante da
monumentalidade que ele próprio idealizara para Brasília a partir do plano-
piloto de Lucio Costa. Quem sabe seus museus, prédios governamentais e
catedrais não tivessem mesmo sido construídos para ilustrar essa
perplexidade? Ele acreditava incutir o ardor em quem experimentava suas
construções.
Bem disse Le Corbusier que Niemeyer tinha “as montanhas do Rio
dentro dos olhos”, aquelas que um observador pode vislumbrar a partir do
Museu de Arte Contemporânea de Niterói, um entre cerca de 500 projetos
seus. Brasília, em que pese o sonho necessário, resultara em alguma
decepção. Niemeyer vira a possibilidade de construir ali a imagem moderna do
País. E como dizer que a cidade, ao fim, deixara de corresponder à
modernidade empenhada? Houve um sonho monumental, e ele foi
devidamente traduzido por Niemeyer. No Planalto Central, construíra a
identidade escultural do Brasil.
(Adaptado de Rosane Pavam. CartaCapital, 07/12/2012,
www.cartacapital.com.br/sociedade/a-visao-monumental-2/)
Questão 5: O texto sugere que,
(A) ainda que a construção de Brasília, projetada por Niemeyer, possa não
ter concretizado a modernidade sonhada pelo arquiteto, a cidade teria se
tornado genuína representação desse sonho grandioso.
(B) considerados os seus mais importantes projetos, a revolução
empreendida por Oscar Niemeyer na arquitetura estaria evidentemente
ligada a sua filiação ao partido comunista.

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(C) mesmo que não se possa estender esse sentimento para o conjunto da
obra de Niemeyer, Brasília provocaria certo mal-estar no observador, o
que teria origem no projeto monumental de Lucio Costa.
(D) na biografia de Niemeyer, ressaltaria uma contradição insolúvel entre sua
origem e suas convicções políticas, o que acabaria se resolvendo em suas
obras monumentais, que misturam sonho e realidade.
(E) embora Brasília seja considerada a principal criação de Oscar Niemeyer, o
próprio arquiteto não teria ficado satisfeito com a cidade, pois não
corresponderia ao que havia sonhado.
Comentário: A alternativa (A) é a correta, pois se refere às últimas frases do
texto. Compare os fragmentos:
Texto: “E como dizer que a cidade, ao fim, deixara de corresponder à
modernidade empenhada?¹ Houve um sonho monumental, e ele foi
devidamente traduzido por Niemeyer.² No Planalto Central, construíra a
identidade escultural do Brasil.”
Alternativa: ainda que a construção de Brasília, projetada por Niemeyer, possa
não ter concretizado a modernidade sonhada pelo arquiteto,¹ a cidade teria se
tornado genuína representação desse sonho grandioso.²
Veja as demais alternativas:
A alternativa (B) está errada, pois o primeiro parágrafo nos esclarece
que “Oscar Niemeyer propusera sua própria revolução arquitetônica baseado
em uma interpretação do corpo da mulher.”, e não em sua filiação ao partido
comunista, como afirma a alternativa.
A alternativa (C) está errada, pois Brasília não provoca mal-estar no
observador. Na realidade, o texto afirma que “...desprotegido talvez pudesse
se sentir um observador diante da monumentalidade que ele próprio idealizara
para Brasília a partir do plano-piloto de Lucio Costa.”
A alternativa (D) está errada e não encontra amparo nos argumentos do
texto. Nele, não há contradição entre a origem e as convicções políticas de
Niemeyer. O texto apenas indica que ele foi o único ateu e comunista da
família, mas isso não quer dizer contradição. Também não nos mostra que
suas obras se baseiam na mistura de sonho e realidade.
A alternativa (E) está errada. Primeiramente, devemos observar que o
texto não nos informou explícita ou implicitamente que o projeto de Brasília
tivesse sido a principal criação de Niemeyer. Além disso, não se pode afirmar
que Niemeyer não ficou satisfeito com a cidade, pois o texto informa que
“Brasília, em que pese o sonho necessário, resultara em alguma decepção”.
Bom, haver certa decepção não significa insatisfação com Brasília. Além disso,
o texto finaliza que “Houve um sonho monumental, e ele foi devidamente
traduzido por Niemeyer.” Isso vai contra a afirmação da alternativa de que a
cidade “não corresponderia ao que (ele) havia sonhado”.
Gabarito: A

Questão 6: Quem sabe seus museus, prédios governamentais e catedrais não


tivessem mesmo sido construídos para ilustrar essa perplexidade? (3º
parágrafo)
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De acordo com o contexto, o sentido do elemento grifado acima pode ser


adequadamente reproduzido por:
(A) descompasso.
(B) problemática.
(C) melancolia.
(D) estupefação.
(E) animosidade.
Comentário: A perplexidade é própria de quem está espantado, admirado,
atônito. O mesmo sentido ocorre com o substantivo “estupefação”, isto é,
aquele que está espantado, pasmado, quase sem ação. Assim, a alternativa
(D) é a correta.
A alternativa (A) está errada, pois “descompasso” significa desacordo,
desarmonia, divergência, desajustamento; por isso não tem relação com o
contexto.
A alternativa (B) está errada, pois “problemática” significa conjunto de
problemas em relação a um assunto. Isso não tem relação semântica com o
substantivo “perplexidade”.
A alternativa (C) está errada, pois “melancolia” significa estado mórbido
de tristeza e depressão, languidez e tristeza indefinida. Isso também não tem
relação com “perplexidade”.
A alternativa (E) está errada, pois “animosidade” significa má vontade,
rancor. Isso nada tem a ver com “perplexidade”.
Gabarito: D

TRT 18ª R – 2008 – Analista (banca FCC)


Viagem para fora
Há não tanto tempo assim, uma viagem de ônibus, sobretudo quando
noturna, era a oportunidade para um passageiro ficar com o nariz na janela e,
mesmo vendo pouco, ou nada, entreter-se com algumas luzes, talvez a lua, e
certamente com os próprios pensamentos. A escuridão e o silêncio no interior
do ônibus propiciavam um pequeno devaneio, a memória de alguma cena
longínqua, uma reflexão qualquer.
Nos dias de hoje as pessoas não parecem dispostas a esse exercício
mínimo de solidão. Não sei se a temem: sei que há dispositivos de toda
espécie para não deixar um passageiro entregar-se ao curso das idéias e da
imaginação pessoal. Há sempre um filme passando nos três ou quatro
monitores de TV, estrategicamente dispostos no corredor. Em geral, é um
filme ritmado pelo som de tiros, gritos, explosões. É também bastante
possível que seu vizinho de poltrona prefira não assistir ao filme e deixar-se
embalar pela música altíssima de seu fone de ouvido, que você também
ouvirá, traduzida num chiado interminável, com direito a batidas mecânicas de
algum sucesso pop. Inevitável, também, acompanhar a variedade dos toques
personalizados dos celulares, que vão do latido de um cachorro à versão
eletrônica de uma abertura sinfônica de Mozart. Claro que você também se
inteirará dos detalhes da vida doméstica de muita gente: a senhora da frente

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pergunta pelo cardápio do jantar que a espera, enquanto o senhor logo atrás
de você lamenta não ter incluído certos dados em seu último relatório.
Quando o ônibus chega, enfim, ao destino, você desce tomado por um
inexplicável cansaço.
Acho interessantes todas as conquistas da tecnologia da mídia moderna,
mas prefiro desfrutar de uma a cada vez, e em momentos que eu escolho.
Mas parece que a maioria das pessoas entrega-se gozosa e voluptuosamente
a uma sobrecarga de estímulos áudio-visuais, evitando o rumo dos mudos
pensamentos e das imagens internas, sem luz. Ninguém mais gosta de ficar,
por um tempo mínimo que seja, metido no seu canto, entretido consigo
mesmo? Por que se deleitam todos com tantas engenhocas eletrônicas, numa
viagem que poderia propiciar o prazer de uma pequena incursão íntima? Fica
a impressão de que a vida interior das pessoas vem-se reduzindo na mesma
proporção em que se expandem os recursos eletrônicos.
(Thiago Solito da Cruz, inédito)
Questão 7: Considerando-se o sentido integral do texto, o título Viagem
para fora representa
(A) uma alusão à exterioridade dos apelos a que se entregam os passageiros.
(B) um específico anseio que o autor alimenta a cada viagem de ônibus.
(C) a nostalgia de excursões antigas, em que todos se solidarizavam.
(D) a importância que o autor confere aos devaneios dos passageiros.
(E) a ironia de quem não se deixa abalar por tumultuadas viagens de ônibus.
Comentário: O tema, isto é, o sentido central do texto, normalmente é
expresso pelo título, elemento estrutural que o resume ou nos induz a
perceber seu sentido. “Viagem para fora” remete a “uma alusão à
exterioridade dos apelos¹ a que se entregam os passageiros².” Observe
que a alternativa (A), citada anteriormente, transmite explicitamente o que se
diz na segunda frase do terceiro parágrafo do texto: “Mais parece que a
maioria das pessoas entrega-se² gozosa e voluptuosamente a uma
sobrecarga de estímulos áudio-visuais¹.” As expressões-chave tanto da
resposta quanto da alternativa (A) foram colocadas em negrito para
comparação e observação de sua proximidade semântica. Tendo em vista a
explicação da alternativa (A), eliminam-se os outros itens. Mesmo assim, veja
em negrito o que está errado nas demais alternativas:
(B) um específico anseio que o autor alimenta a cada viagem de ônibus.
(C) a nostalgia de excursões antigas, em que todos se solidarizavam.
(D) a importância que o autor confere aos devaneios dos passageiros.
(E) a ironia de quem não se deixa abalar por tumultuadas viagens de
ônibus.
Gabarito: A

Questão 8: Atente para as seguintes afirmações:

I. No primeiro parágrafo, configura-se a tensão entre o desejo de


recolhimento íntimo de um passageiro e a agitação de uma viagem
noturna.

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II. No segundo parágrafo, o cruzamento de mensagens, em diferentes meios


de comunicação, é considerado invasivo por quem preferiria entregar-se
ao curso da imaginação pessoal.
III. No terceiro parágrafo, o autor considera a possibilidade de os recursos da
mídia eletrônica e o cultivo da vida serem usufruídos em tempos distintos.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em
(A) I, II e III.
(B) I e II, somente.
(C) II e III, somente.
(D) I e III, somente.
(E) II, somente.
Comentário: Perceba que este tipo de questão trabalha o conteúdo
localizado. Ele induz o candidato a interpretar cada parte do texto.
Na frase I, o erro está em dizer que houve a tensão entre o desejo de
recolhimento íntimo de um passageiro e a agitação de uma viagem noturna.
Verifique que a agitação é alvo dos próximos parágrafos, não do primeiro.
A frase II a expressão “... o cruzamento de mensagens, em diferentes
meios de comunicação, é considerado invasivo¹ por quem preferiria
entregar-se ao curso da imaginação pessoal².” está inteiramente correta.
Basta confrontá-la com a seguinte passagem do texto: “... sei que há
dispositivos de toda espécie para não deixar¹ um passageiro entregar-
se ao curso das idéias e da imaginação pessoal²”. Por isso, está correta.
A frase III a expressão “... o autor considera a possibilidade de os
recursos da mídia eletrônica e o cultivo da vida serem usufruídos em
tempos distintos¹.” está correta, porque encontra base na primeira frase do
terceiro parágrafo: “Acho interessantes todas as conquistas da tecnologia da
mídia moderna, mas prefiro desfrutar de uma a cada vez, e em
momentos que eu escolho¹”. Perceba que o autor prefere desfrutar de cada
conquista a seu tempo, e essa forma de desfrutar de algo implicitamente leva
o leitor a entender que essa é a maneira de o autor do texto ver o cultivo da
vida. Assim, a frase III também está correta.
Gabarito: C

Questão 9: O autor vale-se do emprego do pronome você, ao longo do


segundo parágrafo, da mesma forma que esse pronome é empregado em:
(A) Quando perguntei se você gostava de viajar, você titubeou, e não me
respondeu.
(B) Já sei a opinião dele acerca da mídia eletrônica; gostaria que você me
dissesse, agora, qual a sua.
(C) Não é aquele ou aquela passageira que me interessa; meus olhos não
conseguem desviar-se de você.
(D) Quando se está em meio a um tumulto, você não consegue concentrar-se
em seus próprios pensamentos.
(E) Espero que você não tenha se ofendido por eu lhe haver proposto que
desligue o celular enquanto conversamos.

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Comentário: O autor do texto vale-se do pronome de tratamento “você” de


sentido geral, indefinindo o agente, quer dizer, “quem se passar por tal
situação”. Deve-se inferir das alternativas (A), (B), (C) e (E) que o pronome
de tratamento retrata o locutor (com quem se fala, uma pessoa específica), e
não é esse o uso no texto.
Porém, na alternativa (D), o exemplo é de que “Quando se está em
meio a um tumulto, você (isto é, qualquer pessoa que estiver nesta situação)
não consegue concentrar-se em seus próprios pensamentos.” O autor poderia
também optar por indeterminar o sujeito: “... não se consegue concentrar nos
próprios pensamentos.”
Gabarito: D

Questão 10: O último período do texto retoma e arremata, conclusivamente,


uma idéia que já se representara na seguinte passagem:
(A) (...) há dispositivos de toda espécie para não deixar um passageiro
entregar-se ao curso das idéias (...).
(B) A escuridão e o silêncio no interior do ônibus propiciavam um pequeno
devaneio (...).
(C) Claro que você também se inteirará dos detalhes da vida doméstica de
muita gente (...).
(D) Quando o ônibus chega, enfim, ao destino, você desce tomado por um
inexplicável cansaço.
(E) Há sempre um filme passando nos três ou quatro monitores de TV,
estrategicamente dispostos no corredor.
Comentário: O último período é: “Fica a impressão de que a vida interior das
pessoas vem-se reduzindo na mesma proporção em que se expandem os
recursos eletrônicos”. Percebemos que essa frase não se refere aos trechos
expostos nas alternativas (B), (C), (D) e (E).
Mas a alternativa (A) mostra literalmente as palavras-chave do último
período:
(A): “...há dispositivos de toda espécie¹ para não deixar um passageiro
entregar-se ao curso das idéias e da imaginação pessoal².”

(texto): “Fica a impressão de que a vida interior das pessoas vem-se


reduzindo² na mesma proporção em que se expandem os recursos
eletrônicos¹.”
Gabarito: A

A amizade
Uma amizade verdadeira possui tão grandes vantagens que mal posso
descrevê-las. Para começar, em que pode consistir uma “vida vivível” que não
encontre descanso na afeição partilhada com um amigo? Que há de mais
agradável que ter alguém a quem se ousa contar tudo como a si mesmo? De
que seria feita a graça tão intensa de nossos sucessos, sem um ser para se
alegrar com eles tanto quanto nós? E em relação a nossos reveses, seriam
mais difíceis de suportar sem essa pessoa, para quem eles são ainda mais

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penosos que para nós mesmos.


Os outros privilégios da vida a que as pessoas aspiram só existem em
função de uma única forma de utilização: as riquezas, para serem gastas; o
poder, para ser cortejado; as honrarias, para suscitarem os elogios; os
prazeres, para deles se obter satisfação; a saúde, para não termos de padecer
a dor e podermos contar com os recursos de nosso corpo.
Quanto à amizade, ela contém uma série de possibilidades. Em qualquer
direção a que a gente se volte, ela está lá, prestativa, jamais excluída de
alguma situação, jamais importuna, jamais embaraçosa. Por isso, como diz o
ditado, “nem a água nem o fogo nos são mais prestimosos que a amizade”. E
aqui não se trata da amizade comum ou medíocre (que, no entanto,
proporciona alguma satisfação e utilidade), mas da verdadeira, da perfeita, à
qual venho me referindo. Pois a amizade torna mais maravilhosos os favores
da vida, e mais leves, porque comunicados e partilhados, seus golpes mais
duros.
(Adaptado de Cícero, filósofo e jurista romano)
Questão 11: Ao tratar da amizade verdadeira, Cícero dá um peso especial ao
fato de que ela
(A) é um privilégio desfrutado de uma forma única e exclusiva.
(B) intensifica nossas conquistas e ameniza nossos infortúnios.
(C) abre caminho para o exercício de um poder que todos desejamos.
(D) produz honrarias que todos os amigos podem compartilhar.
(E) afasta os padecimentos morais e multiplica as alegrias.
Comentário: As últimas frases do texto relatam:
“E aqui não se trata da amizade comum ou medíocre (...), mas da verdadeira,
da perfeita, à qual venho me referindo. Pois a amizade torna mais
maravilhosos os favores da vida, e mais leves, porque comunicados e
partilhados, seus golpes mais duros.”
A alternativa (B) é a correta, pois nela se diz que amizade verdadeira
intensifica nossas conquistas (“os favores da vida”) e ameniza nossos
infortúnios (“golpes mais duros”).
Gabarito: B

Questão 12: No segundo parágrafo, os segmentos iniciados por as riquezas


(...), as honrarias (...) e os prazeres (...) deixam subentendida a forma
verbal:
(A) aspiram.
(B) contêm.
(C) obtêm.
(D) suscitam.
(E) existem.
Comentário: Deve-se observar nesta questão o motivo da vírgula após as
palavras “riquezas”, “poder”, “honrarias”, “prazeres”. Elas marcam a elipse de
um verbo e são seus sujeitos. A questão apenas pede para identificar o verbo.
No texto, temos:
“Os outros privilégios da vida a que as pessoas aspiram só existem em função
de uma única forma de utilização: as riquezas (existem), para serem gastas;
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o poder (existe), para ser cortejado; as honrarias (existem), para suscitarem


os elogios; os prazeres (existem), para deles se obter satisfação...”
Essa estrutura ocorre para não haver repetição de vocábulo facilmente
subentendido no contexto.
Gabarito: E

Questão 13: Atente para as seguintes afirmações:


I. A expressão nossos reveses (1° parágrafo) é empregada com sentido
equivalente ao de golpes mais duros (3° parágrafo).
II. Em vez de podermos contar (2° parágrafo), o emprego da forma
pudermos contar seria mais adequado à construção da frase.
III. Os termos comunicados e partilhados (3° parágrafo) referem-se ao termo
anterior favores.
Em relação ao texto, está correto SOMENTE o que se afirma em
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) II e III.
Comentário: A frase I está correta, pois os reveses são entendidos como
problemas, desgostos na vida. Podemos entender a palavra golpes também
com esse mesmo sentido.
A frase II está errada porque “podermos” está na forma nominal
infinitiva, haja vista que se encontra em oração subordinada adverbial de
finalidade reduzida (a preposição “para” introduz essa construção); já o verbo
pudermos seria o futuro do subjuntivo e não caberia nesse contexto.
Para entender que a frase III está errada, deve-se reescrever um
fragmento da última frase na ordem direta: a amizade torna (...) mais leves
seus golpes mais duros, porque comunicados e partilhados. Então são os
golpes mais duros comunicados e partilhados, e não os favores. Portanto, a
correta é a alternativa (A).
Gabarito: A

Questão 14: Que há de mais agradável que ter alguém a quem se ousa
contar tudo como a si mesmo?
Pode-se substituir o segmento sublinhado na frase acima, sem prejuízo para o
sentido, clareza e correção, por:
(A) com a audácia de contar tudo para si mesmo?
(B) que pode contar com si mesmo?
(C) com a coragem de quem ousa contar tudo?
(D) com força para contar tudo sobre si próprio?
(E) para confidenciar, sem receio, tudo de si?
Comentário: Deve-se perceber nesta questão a presença do objeto indireto
“a quem”, significando que alguém receberia alguma ação, portanto esse
alguém deve ser paciente e não agente. As alternativas (A, B, C e D)

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transmitem o sentido desse “alguém” retomado pelo “a quem” como agente.


No entanto, somente a alternativa (E) pode ser entendida com valor paciente:
alguém para confidenciar, sem receio, tudo de si. Quem conta, quem
confidencia não foi abordado nesse trecho. Apenas a quem isso foi dirigido.
Observe-se o erro gramatical na (B), não existe “com si mesmo”, mas
“consigo mesmo”.
Gabarito: E

TRE TO – 2011 – Analista (banca FCC)


Cartão de Natal
Pois que reinaugurando essa criança
pensam os homens
reinaugurar a sua vida
e começar novo caderno,
fresco como o pão do dia;
pois que nestes dias a aventura
parece em ponto de voo, e parece
que vão enfim poder
explodir suas sementes:

que desta vez não perca esse caderno


sua atração núbil para o dente;
que o entusiasmo conserve vivas
suas molas,
e possa enfim o ferro
comer a ferrugem
o sim comer o não.
João Cabral de Melo Neto
Questão 15: No poema, João Cabral
(A) critica o egoísmo, e manifesta o desejo de que na passagem do Natal as
pessoas se tornem generosas e façam o sim comer o não.
(B) demonstra a sua aversão às festividades natalinas, pois nestes dias a
aventura parece em ponto de vôo, mas depois a rotina segue como
sempre.
(C) critica a atração núbil para o dente daqueles que transformam o Natal em
uma apologia ao consumo e se esquecem do seu caráter religioso.
(D) observa com otimismo que o Natal é um momento de renovação em que
os homens se transformam para melhor e fazem o ferro comer a
ferrugem.
(E) manifesta a esperança de que o Natal traga, de fato, uma transformação,
e que, ao contrário de outros natais, seja possível começar novo caderno.
Comentário: Um poema não deve ser lido como um texto em prosa. Você
deve perceber que o poema deve ser curto e sugestivo; pois poucas palavras
devem induzir o leitor a entender algo além do que está apenas escrito.
Só há delicadeza, arte e valor quando o poema não diz diretamente o
tema, mas sugere por sensibilidade, sonoridade, linguagem figurada. Veja que
o poeta não fala da passagem do ano. Ele a sugere como consequência da
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expressão “reinaugurando essa criança”. A expressão “essa criança” é uma


menção ao menino Jesus. Ao reinaugurá-lo, é manifestada a passagem de
natal e o desejo do homem em mudar (reinaugurar) sua vida e pensar a
mudança desta vida (começar novo caderno).
Note no final da segunda estrofe a expressão “explodir suas sementes”.
É lógico que ela não está em seu sentido direto, denotativo; mas figurado,
conotativo. Veja os dois-pontos na sequência. Isso quer dizer que há uma
explicação dessa explosão de sementes.
Para que as sementes explodem? Para germinar, para florescer, para
gerar nova vida. É o que pensamos nas passagens de ano, não é o mesmo?
Queremos sempre mudança, sempre pensando positivo para que a vida
melhore. É esse o desejo do poeta. Mas ele não fala diretamente, sugere. Aí
está a arte, a melodia, o ritmo.
Veja que “este caderno” é a vida, na qual escrevemos nossa história. O
verso “que não perca sua atração núbil para o dente” mostra o desejo de que
os problemas (“o dente”) não destruam nossos objetivos, nossa união
(“atração núbil”) e que tenhamos sempre entusiasmo em nossa vida para que
tudo corra bem (conserve vivas suas molas). E assim a vida possa ser melhor
com nosso desejo vencendo os problemas (o ferro comer a ferrugem / o sim
comer o não).
Pela forma como abordamos, veja agora a alternativa (E):
”No poema, João Cabral manifesta a esperança de que o Natal traga, de fato,
uma transformação¹, e que, ao contrário de outros natais², seja possível
começar novo caderno³.”
Pois que reinaugurando essa criança
pensam os homens
reinaugurar a sua vida
e começar novo caderno³,
fresco como o pão do dia;
pois que nestes dias a aventura
parece em ponto de voo, e parece
que vão enfim poder
explodir suas sementes:

que desta vez² não perca esse caderno³


sua atração núbil para o dente;
que o entusiasmo conserve vivas
suas molas,
e possa enfim o ferro
comer a ferrugem 1
o sim comer o não.
Gabarito: E

Questão 16: É correto perceber no poema uma equivalência entre


(A) ferrugem e aventura.
(B) dente e entusiasmo.

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(C) caderno e vida.


(D) sementes e pão do dia.
(E) ferro e atração núbil.
Comentário: Veja que o terceiro e quarto versos são paralelos, ligados pela
conjunção “e”. Isso mostra a junção de mesmas ideias, mesmos princípios.
Veja abaixo o poema com as palavras das alternativas em destaque e em
seguida o significado dessas palavras.
Pois que reinaugurando essa criança
pensam os homens
reinaugurar a sua vida
e começar novo caderno,
fresco como o pão do dia;(amanhecer)
pois que nestes dias a aventura (vontades, desejos)
parece em ponto de voo, e parece
que vão enfim poder
explodir suas sementes: (trazer consequências boas, nova vida)

que desta vez não perca esse caderno


sua atração núbil para o dente; (casamento, enlace) X (problema)
que o entusiasmo conserve vivas (vontade, desejo)
suas molas,
e possa enfim o ferro (nosso desejo)
comer a ferrugem (nossos problemas)
o sim comer o não.
Gabarito: C

Questão 17: Pois que reinaugurando essa criança


O segmento grifado acima pode ser substituído, no contexto, por:
(A) Mesmo que estejam.
(B) Apesar de estarem.
(C) Ainda que estejam.
(D) Como estão.
(E) Mas estão.
Comentário: Note que essa estrutura é uma oração reduzida de gerúndio. A
banca nos ajudou muito inserindo 4 alternativas com valor de oposição. As
alternativas (A), (B) e (C) transmitem valor adverbial concessivo. A
alternativa (E) possui valor coordenado adversativo. O único diferente é a
alternativa (D), com o valor adverbial de causa. Por isso esta é a correta.
Gabarito: D

Questão 18: que desta vez não perca esse caderno


Com a frase acima o poeta
(A) alude a uma impossibilidade.
(B) exprime um desejo.
(C) demonstra estar confuso.

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(D) revela sua hesitação.


(E) manifesta desconfiança.
Comentário: Pela nossa explicação anterior, verificamos que há vontade de
mudança. O verbo “perca” encontra-se no presente do subjuntivo, e sabemos
que esse tempo verbal exprime desejo, possibilidade. Isso confirma a
alternativa (B) como correta.
Gabarito: B

Assembleia Legislativa SP - 2010 - Analista (banca FCC)


"Nenhum homem é uma ilha", escreveu o inglês John Donne em 1624,
frase que atravessaria os séculos como um dos lugares-comuns mais citados
de todos os tempos. Todo lugar-comum, porém, tem um alicerce na realidade
ou nos sentimentos humanos – e esse não é exceção. Durante toda a história
da espécie, a biologia e a cultura conspiraram juntas para que a vida humana
adquirisse exatamente esse contorno, o de um continente, um relevo que se
espraia, abraça e se interliga.
A vida moderna, porém, alterou-o de maneira drástica. Em certos
aspectos partiu o continente humano em um arquipélago tão fragmentado que
uma pessoa pode se sentir totalmente separada das demais. Vencer tal
distância e se reunir aos outros, entretanto, é um dos nossos instintos
básicos. E é a ele que atende um setor do mercado editorial que cresce a
passos largos: o da autoajuda e, em particular, de uma autoajuda que se
pode descrever como espiritual. Não porque tenha necessariamente
tonalidades religiosas (embora elas, às vezes, sejam nítidas), mas porque se
dirige àquelas questões de alma que sempre atormentam os homens. Como a
perda de uma pessoa querida, a rejeição ou o abandono, a dificuldade de
conviver com os próprios defeitos e os alheios, o medo da velhice e da morte,
conflitos com os pais e os filhos, a frustração com as aspirações que não se
realizaram, a perplexidade diante do fim e a dúvida sobre o propósito da
existência. Questões que, como séculos de filosofia já explicitaram, nem
sempre têm solução clara – mas que são suportáveis quando se tem com
quem dividir seu peso, e esmagadoras quando se está só.
As mudanças que conduziram a isso não são poucas nem sutis: na sua
segunda metade, em particular, o século XX foi pródigo em abalos de
natureza social que reconfiguraram o modo como vivemos. O campo, com
suas relações próximas, foi trocado em massa pelas cidades, onde vigora o
anonimato. As mulheres saíram de casa para o trabalho, e a instituição da
"comadre" virtualmente desapareceu. Desmanchou-se também a ligação
quase compulsória que se tinha com a religião, as famílias encolheram
drasticamente não só em número de filhos mas também em sua extensão. A
vida profissional se tornou terrivelmente competitiva, o que acrescenta
ansiedade e reduz as chances de fazer amizades verdadeiras no local de
trabalho. Também o celular e o computador fazem sua parte, aumentando o
número de contatos de que se desfruta, mas reduzindo sua profundidade e
qualidade.
Perdeu-se aquela vasta rede de segurança que, é certo, originava fofoca
e intromissão, mas também implicava conselhos e experiência, valores sólidos
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e afeição desprendida, que não aumenta nem diminui em função do sucesso


ou da beleza. Essa é a lacuna da vida moderna que a autoajuda vem se
propondo a preencher: esse sentido de desconexão que faz com que em
certas ocasiões cada um se sinta como uma ilha desgarrada do continente e
sem meios de se reunir novamente a ele.
(Isabela Boscov e Silvia Rogar. Veja, 2 de dezembro de 2009,
pp. 141–143, com adaptações)
Questão 19: A afirmativa inicial do texto significa, em outras palavras, que
(A) o fato de uma pessoa se manter isolada das demais é um dos aspectos
inerentes à natureza humana.
(B) todos os homens podem usufruir, por decisão própria, situações de
afastamento dos demais, à semelhança de uma ilha.
(C) o sentimento coletivo transforma os homens num aglomerado de ilhas,
como num arquipélago.
(D) o isolamento entre os homens pode fazer parte de sua natureza, embora
eles vivam em sociedade.
(E) os homens são dependentes uns dos outros por natureza, distintos das
ilhas, que são isoladas por definição.
Comentário: Esta é outra questão localizada, em que a banca situa a
interpretação a partir de um ponto determinado no texto.
Na alternativa (A), o erro é dizer que se manter isolado é uma
característica do ser humano, mas o primeiro parágrafo prova o contrário em:
“Durante toda a história da espécie, a biologia e a cultura conspiraram juntas
para que a vida humana adquirisse exatamente esse contorno, o de um
continente, um relevo que se espraia, abraça e se interliga.”
Na alternativa (B), uma ilha não tem decisão própria. Aliás, ela não
decide nada!!!!!
Na alternativa (C), o sentimento coletivo faz o contrário, ele une, não dá
margem à individualização (ilha).
Na alternativa (D), o primeiro parágrafo nos mostra que não faz parte
do ser humano a cultura de se isolar, mas de se agrupar.
A alternativa (E) é a correta, pois o homem se interliga (primeiro
parágrafo); diferente da ilha, cuja definição já é a de isolar-se.
Gabarito: E

Questão 20: De acordo com o texto,


(A) as mudanças sociais ocorridas no século XX alteraram o modo de vida das
pessoas, permitindo maior aproximação entre elas.
(B) a transformação de um mundo rural em uma sociedade urbana favoreceu
o surgimento de uma rede de contatos pessoais mais próximos.
(C) a ausência de um verdadeiro sentimento religioso induz as pessoas a uma
insatisfação que marca até mesmo as relações de trabalho na sociedade
moderna.
(D) a beleza e o sucesso pessoal passaram a ser mais importantes na vida
moderna, em detrimento das relações de verdadeira e desinteressada
afeição.

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(E) a vida moderna instituiu novos padrões e valores que regem a sociedade,
aproximando os homens em torno de serviços oferecidos pelas cidades.
Comentário: A correta é a alternativa (D); pois, no último parágrafo, temos
os vestígios “Perdeu-se” e “que não aumenta nem diminui em função do
sucesso ou da beleza”. Isso nos faz inferir que hoje são muito valorizados o
sucesso e a beleza, algo que não era antigamente e com isso se perdeu “a
vasta rede de segurança”.
Note que as demais alternativas possuem ideias bem fora do contexto.
(A): Segundo o texto, as mudanças ocorridas no século XX estão fazendo o
ser humano distanciar-se dos outros.
(B): Esta alternativa está errada pelo mesmo motivo da anterior. Com a
urbanização, o homem teve a tendência de isolar-se.
(C): Esta alternativa extrapolou o conteúdo do texto. Não há no texto indício
de que não há verdadeiro sentimento religioso e que isso induza as pessoas a
uma insatisfação.
(E): Esta alternativa também extrapolou o conteúdo do texto no fragmento
“aproximando os homens em torno de serviços oferecidos pelas cidades”.
Gabarito:D

Questão 21: Considerando-se o 2° parágrafo, está INCORRETO o que se


afirma em:
(A) O parágrafo se articula com o 1° por meio de uma ressalva, expressa por
porém.
(B) O segmento grifado em partiu o continente humano pode ser substituído
por partiu-lhe.
(C) Há relação de causa e consequência no segmento um arquipélago tão
fragmentado que uma pessoa pode se sentir totalmente separada das
demais.
(D) Há nele enumeração de situações que exemplificam as questões de alma
que sempre atormentam os homens.
(E) Substituindo-se o segmento grifado em quando se está só por estamos,
a palavra só deverá ir obrigatoriamente para o plural – sós.
Comentário: Basta notar que foi pedida a alternativa errada. Assim, o verbo
“partiu” é transitivo direto e “o continente humano” é o objeto direto, só
cabendo o pronome oblíquo átono “o”.
Na alternativa (A), bastava o candidato ver a conjunção “porém”
deslocada (“A vida moderna, porém, alterou-o”) e se lembrar de que as
conjunções coordenadas adversativas e adverbiais concessivas transmitem
contraste, oposição e ressalva.
Na alternativa (C), bastava o candidato verificar a estrutura da oração
subordinada adverbial consecutiva, a qual exploramos na aula de sintaxe do
período. A conjunção consecutiva “que” se ligou ao intensificador “tão”, assim
temos a oração principal (“um arquipélago tão fragmentado” - valor de causa)
e a oração subordinada adverbial consecutiva (“que uma pessoa pode se
sentir totalmente separada das demais“ - consequência).
Na alternativa (D), a palavra denotativa de exemplificação “Como” inicia uma

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sequência de situações (enumeração). Isso serve para confirmar o que se diz


na oração anterior: “àquelas situações de alma que sempre atormentam os
homens”.
Na alternativa (E), bastava atentar-se quanto à concordância nominal do
adjetivo “só”/”sós”.
Gabarito: B

Questão 22: A expressão cujo sentido está corretamente transcrito, com


outras palavras, é:
(A) um alicerce na realidade = uma base na existência efetiva.
(B) alterou-o de maneira drástica = substituiu-o paulatinamente.
(C) um arquipélago tão fragmentado = ilhas de relevo acidentado.
(D) foi pródigo em abalos de natureza social = permitiu algumas alterações na
sociedade.
(E) a ligação quase compulsória = uma convicção extrema.
Comentário: Esta questão é típica da Fundação Carlos Chagas e vamos
explorar bastante na próxima aula, com as provas comentadas. Não se quer
que o candidato conheça o sentido de todos os vocábulos, o que deve ser feito
é a contextualização da palavra. Numa leitura bem atenta do texto,
conseguimos interpretar o sentido destes vocábulos, mesmo não conhecendo
seu sinônimo extratextual. Assim, vamos por eliminação. Normalmente,
devemos eliminar as alternativas que estão bem fora do contexto. Se ficarmos
em dúvida em alguma, voltamos ao texto e tiramos a dúvida. Veja:
Na alternativa (A), “alicerce” tem a ver com “base”, “realidade” tem a
ver (conotativamente) com “existência efetiva”. Assim, não eliminamos esta
alternativa, porque tem possibilidades de ser a correta.
Na alternativa (B), “alterou” tem a ver com “substituiu”, mas “maneira
drástica” não tem nada a ver com “paulatinamente”. Eliminamos, portanto,
esta alternativa.
Na alternativa (C), “arquipélago” tem a ver com “ilhas”, porém “tão
fragmentado” (sentido figurado, conotativo) não tem nada a ver com “relevo
acidentado” (sentido real, concreto, denotativo). Também eliminamos.
Na alternativa (D), “pródigo em abalos” (cheio de, em excesso) não tem
nada a ver com “permitiu algumas alterações”. Eliminamos mais uma.
Na alternativa (E), “compulsória” (algo forçado, exigido) não tem nada a
ver com “extrema”, além de “ligação” não ter a ideia de “convicção”.
Gabarito: A

Questão 23: As mudanças que conduziram a isso não são poucas nem
sutis... (3° parágrafo)
A expressão grifada refere-se, corretamente,
(A) às condições impostas tanto pela biologia quanto pela cultura ao modo de
vida que se desenhou nos dias de hoje.
(B) ao crescimento de um tipo de literatura que se difundiu pelo mundo todo,
como alternativa à perda do antigo sentimento religioso.

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(C) à retomada do espírito de união que sempre caracterizou os agrupamentos


humanos, com a consciência de que cada um é parte de um todo social.
(D) às questões existenciais que se agravaram diante da percepção de
isolamento existente nas contingências da vida moderna.
(E) à certeza de que frases que se tornam repetitivas ao longo do tempo
constituem a base da autoajuda, tão importante nos dias de hoje.
Comentário: Esta questão trabalha o assunto coesão referencial, isto é, a
quem o vocábulo se refere. Perceba onde se localiza esta palavra, ela retoma
expressão anterior: a enumeração dos exemplos de situações que envolvem
as questões existências. Por isso, a alternativa (D) é a correta.
Gabarito: D

Questão 24: E é a ele que atende um setor do mercado editorial que cresce a
passos largos... (2° parágrafo)
O pronome grifado acima substitui corretamente, considerando-se o contexto,
(A) um arquipélago fragmentado.
(B) um relevo que se espraia.
(C) um dos nossos instintos básicos.
(D) um dos lugares-comuns mais citados de todos os tempos.
(E) um setor de autoajuda do mercado editorial.
Comentário: Outra questão de coesão referencial. Observe o posicionamento
no texto deste pronome. Veja a quem se liga: ao termo anterior. Esse termo é
“um dos nossos instintos básicos”. Note que “ele” retoma o núcleo “um”, por
isso está no singular e masculino.
Gabarito: C

DNOCS – 2010 Superior (banca FCC)


Cultura de massa e cultura popular

O poder econômico expansivo dos meios de comunicação parece ter


abolido, em vários momentos e lugares, as manifestações da cultura popular,
reduzindo-as à função de folclore para turismo. Tal é a penetração de certos
programas de rádio e TV junto às classes pobres, tal é a aparência de
modernização que cobre a vida do povo em todo o território brasileiro, que, à
primeira vista, parece não ter sobrado mais nenhum espaço próprio para os
modos de ser, pensar e falar, em suma, viver, tradicionais e populares.
A cultura de massa entra na casa do caboclo e do trabalhador da
periferia, ocupando-lhe as horas de lazer em que poderia desenvolver alguma
forma criativa de autoexpressão; eis o seu primeiro tento. Em outro plano, a
cultura de massa aproveita-se dos aspectos diferenciados da vida popular e os
explora sob a categoria de reportagem popularesca e de turismo. O
vampirismo é assim duplo e crescente; destrói-se por dentro o tempo próprio
da cultura popular e exibe-se, para consumo do telespectador, o que restou
desse tempo, no artesanato, nas festas, nos ritos. Poderíamos, aqui,
configurar com mais clareza uma relação de aparelhos econômicos industriais
e comerciais que exploram, e a cultura popular, que é explorada. Não se

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pode, de resto, fugir à luta fundamental: é o capital à procura de matéria-


prima e de mão de obra para manipular, elaborar e vender. A macumba na
televisão, a escola de samba no Carnaval estipendiado para o turista, são
exemplos de conhecimento geral.
No entanto, a dialética é uma verdade mais séria do que supõe a nossa
vã filosofia. A exploração, o uso abusivo que a cultura de massa faz das
manifestações populares não foi ainda capaz de interromper para sempre o
dinamismo lento, mas seguro e poderoso da vida arcaico-popular, que se
reproduz quase organicamente em microescalas, no interior da rede familiar e
comunitária, apoiada pela socialização do parentesco, do vicinato e dos grupos
religiosos.
(Alfredo Bosi. Dialética da colonização. S. Paulo: Companhia
das Letras, 1992, pp. 328-29)
Questão 25: Tomando como referências a cultura de massa e a cultura
popular, o autor do texto considera que, entre elas,
(A) não há qualquer relação possível, uma vez que configuram universos
distintos no tempo e no espaço.
(B) há uma relação de necessária interdependência, pois não há sociedade
que possa prescindir de ambas.
(C) há uma espécie de simbiose, uma vez que já não é possível distinguir
uma da outra.
(D) há uma relação de apropriação, conforme se manifestam os efeitos da
primeira sobre a segunda.
(E) há uma espécie de dialética, pois cada uma delas se desenvolve à medida
que sofre a influência da outra.
Comentário: Notamos ao longo do texto um contraste entre a cultura de
massa e a cultura popular, em que a primeira tenta se apoderar da segunda.
Assim, a alternativa (D) é a correta, pois realmente há uma relação de
apropriação da cultura de massa sobre a cultura popular. Note que esta
alternativa não possui palavras categóricas. Assim, entendemos que de
maneira geral ocorre essa apropriação, mesmo não sendo total.
Você poderia ter ficado na dúvida em relação à alternativa (E), mas veja
que nela é dito que uma sofre a influência da outra. Como não há uma
identificação das culturas, nenhum trecho nos induz a interpretar que haveria
uma influência mútua: a cultura de massa influenciaria a cultura popular e
vice-versa. Isso confirma a alternativa como errada.
A alternativa (A) está bem fora, pois a palavra “qualquer” é categórica e
transmite uma interpretação bem equivocada.
A alternativa (B) está errada, pois não há uma relação de necessária
interdependência.
A alternativa (C) está errada, pois todo o texto mostra os contrastes
entre essas culturas, assim não há simbiose (associação entre dois seres em
comum).
Gabarito: D

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Questão 26: Atente para as seguintes afirmações:


I. No primeiro parágrafo, afirma-se que a modernização é determinante
para a sobrevivência de algumas formas autênticas da cultura popular.
II. No segundo parágrafo, a expropriação sofrida pela cultura de massa é
vista na sua concomitância com o desprestígio da cultura popular.
III. No terceiro parágrafo, aponta-se a resistência das manifestações de
cultura popular, observadas em determinados círculos sociais.
Em relação ao texto, está correto SOMENTE o que se afirma em
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) II e III.
Comentário: A afirmativa I está errada, pois a modernização não é
determinante para a cultura popular.
A afirmativa II está errada, pois quem sofre expropriação é a cultura
popular.
A afirmativa III está correta, pois realmente no terceiro parágrafo há um
contraste, mostrando que a cultura popular ainda resiste (“A exploração, o
uso abusivo que a cultura de massa faz das manifestações populares não foi
ainda capaz de interromper para sempre o dinamismo lento, mas seguro e
poderoso da vida arcaico-popular”).
Além disso, foi afirmado que isso ocorre em alguns círculos sociais. Veja
o trecho que comprova isso: ”que se reproduz quase organicamente em
microescalas, no interior da rede familiar e comunitária, apoiada pela
socialização do parentesco, do vicinato e dos grupos religiosos”.
Assim, a alternativa correta é a (C).
Gabarito: C

Questão 27: Um mesmo fenômeno é expresso pelos segmentos:


(A) poder econômico expansivo e socialização do parentesco.
(B) aparência de modernização e forma criativa de autoexpressão.
(C) aspectos diferenciados da vida popular e reportagem popularesca.
(D) aparelhos econômicos e a dialética é uma verdade mais séria.
(E) o dinamismo lento e se reproduz quase organicamente.
Comentário: Esta questão cobrou simplesmente a localização dos trechos no
texto e a observação da referência ao mesmo argumento (fenômeno).
Na alternativa (A), “poder econômico expansivo” refere-se aos meios de
comunicação (cultura de massa); já “socialização do parentesco” refere-se à
cultura popular. Assim, fenômenos diferentes.
Na alternativa (B), “aparência de modernização” é o mascaramento
provocado pela cultura de massa; já a “forma criativa de autoexpressão” se
refere à cultura popular. Assim, fenômenos diferentes.
Na alternativa (C), “aspectos diferenciados da vida popular” se refere à
cultura popular; já “reportagem popularesca” refere-se à cultura de massa.

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Assim, fenômenos diferentes.


Na alternativa (D), “aparelhos econômicos” refere-se à cultura de
massa; mas “dialética é uma verdade mais séria” é trecho que trata da cultura
popular. Assim, fenômenos diferentes.
A alternativa (E) é a correta, pois se refere ao mesmo fenômeno: a
cultura popular. Para isso, basta verificar este trecho no texto: "o dinamismo
lento, mas seguro e poderoso da vida arcaico-popular, que se reproduz
quase organicamente em microescalas".
Gabarito: E

Questão 28: Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o


sentido de um segmento em:
(A) reduzindo-as à função (1º parágrafo) = incitando-as à extrapolação.
(B) vampirismo (...) crescente (2º parágrafo) = progressiva avidez.
(C) seu primeiro tento (2º parágrafo) = sua primitiva meta.
(D) estipendiado para o turista (2º parágrafo) = estilizado para o visitante.
(E) socialização do parentesco (3º parágrafo) = sociabilidade dos vínculos.
Comentário: Na alternativa (A), "reduzindo-as à função" restringe algo,
diminui suas possibilidades. Já, em "incitando-as à extrapolação", o sentido
é oposto.
Na alternativa (B), veja que, no contexto em que se encontra,
"vampirismo" significa sugar as potencialidades. Esse é o sentido próximo de
avidez(cobiça, ambição). Os vocábulos "crescente" e "progressiva" também
são sinônimos contextuais. Assim, é a alternativa correta.
Na alternativa (C), a expressão "seu primeiro tento" significa o primeiro
dos objetivos, a primeira meta. Esse sentido é bem diferente de "primitiva"
meta. Este vocábulo tem o sentido de primário (original). No contexto, é bem
diferente de primeiro.
Na alternativa (D), "estipendiando" significa cobrando, tirando proveito
pecuniário. Bem diferente de estilizado, concorda? Se você não sabia o que
significava a palavra "estipendiando", a palavra estilizado nos ajudou a
perceber que não cabe no contexto. Então, também conseguiríamos eliminar
esta alternativa.
Na alternativa (E), "parentesco" e "vínculo", fora do contexto, até
poderiam ter proximidades de sentido. Mas, no contexto, "parentesco" é um
subgrupo dos diversos tipos de vínculos. Assim, o primeiro possui um valor
bem mais restrito, específico, enquanto o outro tem um valor bem
generalizante, o qual engloba os outros termos do texto, como "vicinato",
"grupos religiosos", os quais estão paralelos a "parentesco".
Gabarito: B

Questão 29: No 3º parágrafo, o autor vale-se do termo dialética para


indicar
(A) a dinâmica pela qual a cultura popular ainda resiste à cultura de massa.
(B) a absoluta absorção que a cultura de massa impõe à cultura popular.

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(C) a contradição entre interesse econômico e a macumba na televisão.


(D) o contraste entre manifestações populares e relações de vicinato.
(E) o apoio que a cultura de massa acaba representando para a popular.
Comentário: Perceba que o terceiro parágrafo inicia-se com a conjunção
coordenada adversativa “No entanto”, para fazer um contraste ao que foi dito
anteriormente. Nos dois parágrafos anteriores, observa-se a ênfase na
tentativa de absorção da cultura popular pela cultura de massa. No terceiro
parágrafo, mostra-se a sobrevivência da cultura popular, mesmo com a força
que a cultura de massa possui.
A alternativa (A) é a correta, pois reforça que a cultura popular ainda
resiste à cultura de massa por meio de seu “dinamismo lento, mas seguro e
poderoso da vida arcaico-popular”.
A alternativa (B) está errada, pois não houve absoluta absorção. Veja
isso na expressão “não foi ainda capaz de interromper”.
A alternativa (C) está errada, porque não houve contradição entre
interesse econômico e a macumba na televisão.
A alternativa (D) está errada, pois não há contraste entre manifestações
populares e relações de vicinato.
A alternativa (E) está errada, percebemos ao longo do texto e mais
enfaticamente no terceiro parágrafo que não há apoio da cultura de massa
para a popular.
Gabarito: A

Questão 30: No segundo parágrafo, o elemento sublinhado na construção


(A) ocupando-lhe as horas de lazer refere-se ao termo casa.
(B) eis o seu primeiro tento refere-se à expressão forma criativa.
(C) eis o seu primeiro tento refere-se à expressão cultura de massa.
(D) ocupando-lhe as horas de lazer refere-se à expressão cultura de massa.
(E) eis o seu primeiro tento refere-se à expressão horas de lazer.
Comentário: O pronome “lhe” retoma “caboclo” ou “trabalhador” e o
pronome “seu” retoma “cultura de massa”. Assim, a alternativa correta é a
(C).
Gabarito: C

Vamos partir para o último assunto: Redação (confronto e


reconhecimento de frases corretas e incorretas).
Neste tema, temos várias frases em que a banca pede para verificar se
há respeito à norma culta, e, às vezes, pede qual das alternativas possui
atendimento à clareza, à coesão e à coerência. Na realidade, a banca é bem
objetiva. Ela quer nos testar quanto ao conhecimento gramatical como um
todo.
Uma leitura atenta das alternativas nos ajuda muito. Por isso, vamos
direto à prática.

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Questão 31: TRT 2ªR 2014 Analista Judiciário – Área Administrativa


Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:
(A) Pelo simples fato de ignorarmos o futuro, Guyau não desiste de valorizar
no presente às ações que poderão projetar-se nele.
(B) O desconhecimento do futuro não nos exime de sermos responsáveis
por tudo aquilo que empreendemos.
(C) Sendo certo que o Desconhecido cercea nossa vida, nem por isso
deixaremos de investir sobre o nosso futuro.
(D) Está no futuro o sentido mesmo de tudo o que nos dispormos a fazer
nos limites naturais do tempo presente.
(E) Mesmo sem assenhorearmos qualquer certeza diante do futuro, nossas
ações presentes ressalvam toda liberdade.
Comentário: Como comento na aula em vídeo, o fato de a questão afirmar
que você deve julgar a redação de um livre comentário sobre o texto
significa que você não tem que voltar ao texto para fazer interpretação. Há
apenas um livre comentário, sem vínculo necessário com o texto. Neste tipo
de questão, cobra-se simplesmente a correção gramatical e a clareza.
A alternativa (A) está errada, pois o verbo “valorizar” é transitivo direto
e não admite a preposição “a”. Assim, não cabe crase. Veja a correção:
Pelo simples fato de ignorarmos o futuro, Guyau não desiste de valorizar no
presente as ações que poderão projetar-se nele.
A alternativa (B) é a correta. Note que o advérbio de negação atraiu o
pronome pessoal oblíquo átono “nos”.
O desconhecimento do futuro não nos exime de sermos responsáveis por
tudo aquilo que empreendemos.
A alternativa (C) está errada, pois o verbo “cercear”, na terceira
pessoa do presente do indicativo, deve receber a semivogal “i” (cerceia).
Além disso, o verbo “investir” rege a preposição “em”. Veja a correção:
Sendo certo que o Desconhecido cerceia nossa vida, nem por isso
deixaremos de investir no nosso futuro.
A alternativa (D) está errada, pois o contexto impõe que o verbo
“dispor” seja empregado no presente do indicativo (“dispomos”), e não no
infinitivo (“dispormos”). Veja a correção:
Está no futuro o sentido mesmo de tudo o que nos dispomos a fazer nos
limites naturais do tempo presente.
A alternativa (E) está errada. Ressalte-se que o verbo
“assenhorearmos” está corretamente empregado, pois significa “dominar”,
“apoderar-se”. Também o verbo “ressalvam” está corretamente empregado,
pois significa “pôr a salvo”, “livrar-se de dano”.
Porém, o pronome indefinido “toda” tem o mesmo sentido de
“qualquer”. Assim, é incoerente afirmar que nossas ações presentes
ressalvam qualquer liberdade. Para haver clareza e correção, devemos
inserir uma característica restritiva a esse substantivo. Veja a correção:

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Mesmo sem assenhorearmos qualquer certeza diante do futuro, nossas ações


presentes ressalvam toda a nossa liberdade.
Gabarito: B

Questão 32: TRT 2ªR 2014 Analista Judiciário – Área Administrativa


Por falha estrutural de redação, impõe-se reescrever a seguinte frase:
(A) Muitos ensinamentos dos antigos escritores e filósofos mantêm-se
atuais, por força do permanente interesse público pelos temas que
abordaram.
(B) São inspiradores os intelectuais antigos que, como Voltaire, discutiram
temas cuja relevância não sofreu qualquer declínio até nossos dias.
(C) A discussão atual sobre o direito de se publicar uma biografia não
autorizada pode enriquecer-se, quando se recorre a princípios
defendidos por Voltaire.
(D) A liberdade de pensamento constituiu uma preocupação central para os
intelectuais do século XVIII, destacando-se, entre eles, o gênio de
Voltaire.
(E) Mesmo que haja grande evolução no que diz respeito aos costumes, vê-
se que no século XVIII era permanente a preocupação com os direitos
civis.
Comentário: O erro de estrutura ocorreu na alternativa (E), tendo em vista
que o fato de haver “grande evolução no que diz respeito aos costumes” é a
causa de se ver “que no século XVIII era permanente a preocupação com os
direitos civis”. Assim, não cabe a locução conjuntiva adverbial concessiva
“Mesmo que”, mas um conectivo de valor adverbial causal. Veja a correção:
Como havia grande evolução no que diz respeito aos costumes, vê-se que
no século XVIII era permanente a preocupação com os direitos civis.
A alternativa (A) está correta, pois há uma relação de consequência
(“Muitos ensinamentos dos antigos escritores e filósofos mantêm-se atuais”)
e causa (“por força do permanente interesse público pelos temas que
abordaram”), por isso este último segmento foi iniciado pela preposição
“por”. Veja:
Muitos ensinamentos dos antigos escritores e filósofos mantêm-se atuais, por
força do permanente interesse público pelos temas que abordaram.
A alternativa (B) está correta, pois as orações subordinadas adjetivas
estão corretamente empregadas e pontuadas. Veja:
São inspiradores os intelectuais antigos que, como Voltaire, discutiram temas
cuja relevância não sofreu qualquer declínio até nossos dias.
A alternativa (C) está correta, pois, conforme o texto fez, a referência
às palavras de Voltaire sobre publicação de livros enriquece a discussão atual
sobre o direito de publicação. Assim, o uso da oração subordinada adverbial
temporal “quando se recorre a princípios defendidos por Voltaire” está
correta e contextualmente bem empregada.

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Veja:
A discussão atual sobre o direito de se publicar uma biografia não autorizada
pode enriquecer-se, quando se recorre a princípios defendidos por Voltaire.
A alternativa (D) está correta. Além da boa ligação entre as orações, é
importante notar o uso adequado da preposição “entre” (“entre eles”), pois
se entende que, entre os intelectuais, devemos destacar o gênio de Voltaire.
Ressalte-se que também caberia a contração “dentre”, pois também se pode
entender que devemos destacar daquele universo de intelectuais do século
XVIII o gênio de Voltaire.
A liberdade de pensamento constituiu uma preocupação central para os
intelectuais do século XVIII, destacando-se, entre eles, o gênio de Voltaire.
Gabarito: E

Questão 33: TRT 16ªR 2014 Analista Judiciário – Área Administrativa


De acordo com a lógica do texto, as afirmações O homem esquece seu
criador e Deus chama-o para si estão clara e corretamente articuladas na
seguinte frase:
(A) Ainda quando se esqueça de seu criador, o homem busca seu chamado.
(B) Embora Deus o chame para si, o homem esquece seu criador.
(C) Não obstante o homem possa esquecer seu criador, este o chama para
si.
(D) Deus chama o homem para si, conquanto ele não deixe de esquecê-lo.
(E) Mesmo que viesse a esquecê-lo, o chamado de Deus seria ouvido pelo
homem.
Comentário: Nos segmentos em negrito, há uma relação coordenada
adversativa. Assim, a conjunção “e” poderia ser substituída por “mas”, para
que tenhamos maior clareza.
Veja:
O homem esquece seu criador, mas Deus chama-o para si.
Analisando as alternativas, todas possuem conjunções ou locuções
conjuntivas de valor adverbial concessivo. Assim, sabemos que a questão
quer nos cobrar a transposição da estrutura coordenada adversativa em
adverbial concessiva.
Para realizarmos tal transposição, devemos notar que a ênfase no
contraste encontra-se na oração coordenada sindética adversativa “mas
Deus chama-o para si”. Assim, na transposição, ela passa a oração principal.
A oração inicial “O homem esquece seu criador” passa a oração subordinada
adverbial concessiva. Assim, para encontrarmos a alternativa correta,
verificamos quais delas inseriram conjunção adverbial concessiva na oração
“O homem esquece seu criador”. Com isso, eliminamos as alternativas (B) e
(D).
Agora, devemos partir para as demais alternativas, prestando atenção
ao pedido de clareza. Assim, a alternativa (A) está errada, porque os dois
pronomes possessivos “seu” transmitem pouca clareza quanto a quem se

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referem, pois o referente pode ser “homem” ou “criador”. Mesmo que


subentendamos o referente, ele não está claro. Assim, eliminamos também
esta alternativa.
A alternativa (E) também está pouco clara, pois não está explícito ou
facilmente subentendido o sujeito do verbo “viesse”. Esse vício fica ainda
mais evidente, porque o possível referente é o substantivo “homem”, o qual
se encontra muito distante do verbo da primeira oração e é o agente da
passiva da segunda. Além disso, o pronome “lo” deve ser usado para
retomar palavra já escrita, porém isso não ocorre. Tal pronome faz
referência à expressão posterior “o chamado de Deus”. Finalizando, a
mudança do tempo verbal de presente (“esquece”, “chama”) para pretérito
imperfeito do subjuntivo (“viesse”) e futuro do pretérito do indicativo
(“seria”) prejudica a articulação, conforme a frase original. Assim, a
alternativa correta é a (C).
Confirme:
oração inicial oração coordenada
sindética adversativa

O homem esquece seu criador, mas Deus chama-o para si.

Não obstante o homem possa esquecer seu criador, este o chama para si.

oração subordinada adverbial concessiva


oração principal

Gabarito: C

Questão 34: TRT 11ªR 2012 Analista Judiciário – Área Administrativa


É preciso reelaborar, para sanar falha estrutural, a redação da seguinte
frase:
(A) O autor do texto chama a atenção para o fato de que o desejo de
promover a igualdade corre o risco de obter um efeito contrário.
(B) Embora haja quem aposte no critério único de julgamento, para se
promover a igualdade, visto que desconsideram o risco do contrário.
(C) Quem vê como justa a aplicação de um mesmo critério para julgar casos
diferentes não crê que isso reafirme uma situação de injustiça.
(D) Muitas vezes é preciso corrigir certas distorções aplicando-se medidas
que, à primeira vista, parecem em si mesmas distorcidas.
(E) Em nossa época, há desequilíbrios sociais tão graves que tornam
necessários os desequilíbrios compensatórios de uma ação corretiva.
Comentário: A frase com erro estrutural é a (B), pois faltou a oração
principal neste período. Veja que “Embora haja” é uma oração subordinada
adverbial concessiva, “quem aposte no critério único de julgamento” é uma
oração subordinada substantiva objetiva direta, “para se promover a
igualdade” é uma oração subordinada adverbial de finalidade, e “visto que
desconsideram o risco do contrário” é uma oração subordinada adverbial
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causal.
Para que haja coesão e coerência, devemos fazer com que a última
oração seja a principal e que mantenha relação de contraste com a primeira e
segunda orações. Assim, o verbo “desconsideram” perde o prefixo de negação
“des-“. Veja:
Embora haja quem aposte no critério único de julgamento, para se promover
a igualdade, alguns consideram o risco do contrário.
As demais alternativas mantêm uma relação lógica entre os segmentos
com correção gramatical.
Gabarito: B

Questão 35: TRF 2ªR 2012 Analista Judiciário (banca FCC)


Aqui, nesta casa, criamos projetos e atividades que mantenham o tecido
urbano e social de Paraty em harmonia.
A frase acima foi reelaborada, sem prejuízo para a correção e a coerência,
nesta nova redação:
(A) É para manter em harmonia o tecido urbano e social de Paraty que se
criam projetos e atividades nesta casa.
(B) A fim de que se mantenham o tecido urbano e social de Paraty em
harmonia que criamos nesta casa projetos e atividades.
(C) São projetos e atividades que criamos nesta casa com vistas a harmonia
aonde se mantenha o tecido urbano e social de Paraty.
(D) Nesta casa, cria-se projetos e atividades visando à manter-se o tecido
urbano e social de Paraty de modo harmonioso.
(E) Os projetos e atividades criados nesta casa é para se manter em
harmonia tanto o tecido urbano quanto o social de Paraty.
Comentário: A alternativa correta é a (A). Note que ocorre a expressão
denotativa de realce “É...que” a fim de transmitir ênfase à informação. Tal
estrutura pode ser omitida sem alteração da informação principal. Compare:
É para manter em harmonia o tecido urbano e social de Paraty que se criam
projetos e atividades nesta casa.
Para manter em harmonia o tecido urbano e social de Paraty, criam-se
projetos e atividades nesta casa.
Além disso, o verbo “criam” é transitivo direto, o pronome “se” é
apassivador e o sujeito paciente é “projetos e atividades”, o qual mantém o
verbo no plural.
A alternativa (B) está errada, pois faltou o verbo “é” da expressão
denotativa de realce “é...que”. Assim, devemos retirar o vocábulo “que” e
inserir vírgula para separar a oração subordinada adverbial de finalidade da
oração principal.
Além disso, o verbo “mantenham” é transitivo direto, o pronome “se” é
apassivador e o sujeito paciente possui núcleo singular “tecido”, o qual força o
verbo ao singular. Note que o termo composto “urbano e social” é apenas o

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adjunto adnominal, o qual não interfere na concordância verbal. Veja a


correção:
A fim de que se mantenha o tecido urbano e social de Paraty em harmonia,
criamos nesta casa projetos e atividades.
A alternativa (C) está errada, pois o vocábulo “harmonia” se liga ao
verbo “mantenha”. Além disso, não cabe o pronome relativo “aonde”, pois não
há verbo que exija preposição “a”.
São projetos e atividades que criamos nesta casa onde se mantenha em
harmonia o tecido urbano e social de Paraty.
A alternativa (D) está errada, pois o verbo “cria” deve se flexionar no
plural, tendo em vista ser transitivo direto, o pronome “se” ser apassivador e
haver o sujeito paciente plural “projetos e atividades”.
Além disso, note que não pode haver crase antes de verbo.
Nesta casa, criam-se projetos e atividades visando a manter-se o tecido
urbano e social de Paraty de modo harmonioso.
A alternativa (E) está errada, pois o verbo “é” deve se flexionar no
plural, a fim de concordar com o sujeito plural “Os projetos e atividades”.
Além disso, tal verbo é de ligação e, para haver coesão e coerência, devemos
trocar a expressão “é para se manter” por “mantêm”.
Os projetos e atividades criados nesta casa mantêm em harmonia tanto o
tecido urbano quanto o social de Paraty.
Gabarito: A

Questão 36: DNOCS 2010 Analista (banca FCC)


(...) as pessoas dirigem mensagens a quem não conhecem, a propósito de
assuntos que não dizem respeito ao infeliz destinatário.
Dando nova redação à frase acima, e iniciando-a com O infeliz destinatário
recebe mensagens, a complementação que se mantém clara, correta e
coerente com o sentido original é
(A) em que o emissor lhe é desconhecido, tanto quanto o assunto dela, que
não lhe diz respeito.
(B) sobre assuntos que em nada dizem respeito, haja visto que também
desconhece os próprios emissores.
(C) aonde os assuntos não lhe cabem conhecer, dando-se o mesmo com as
pessoas que as enviaram.
(D) de pessoas desconhecidas, sobre assuntos que em nada lhe despertam o
interesse.
(E) cujos temas não o interessam, provindos de pessoas que tão pouco
vieram a conhecer.
Comentário: A alternativa (A) está errada, pois a expressão “em que o” deve
ser substituída por “cujo”, pois há relação de posse. A expressão comparativa
“tanto quanto” não preserva o sentido original, devendo ser substituído por “a
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propósito de”. A oração “que não lhe diz respeito” é subordinada adjetiva e
tem natureza restritiva. Assim, não pode ser precedida de vírgula. Veja a
correção:
O infeliz destinatário recebe mensagens cujo emissor lhe é desconhecido, a
propósito de assunto que não lhe diz respeito.
A alternativa (B) está errada, pois, além de problemas de sentido, a
locução conjuntiva de causa é “haja vista”. O substantivo “respeito” exige o
complemento nominal “lhe”. Veja: “...que em nada lhe dizem respeito, haja
vista que...”
A alternativa (C) está errada, pois não cabe o pronome “aonde”, pois
não há ideia de lugar. Assim o ideal é a substituição por “O infeliz destinatário
recebe mensagens de assuntos que não lhe cabem conhecer”. Além disso, a
oração “dando-se o mesmo com as pessoas que as enviaram” não produz
clareza de sentido.
A alternativa (D) é a correta, pois o verbo “recebe” é transitivo direto e
indireto, seu objeto direto é “mensagens” e seu objeto indireto é a expressão
“de pessoas desconhecidas”. O verbo “despertam” é transitivo direto e
indireto, o pronome “lhe” é o objeto indireto e “o interesse” é o objeto direto.
Além disso, percebemos que esta estrutura mantém o sentido original da frase
do pedido da questão. Veja:
O infeliz destinatário recebe mensagens de pessoas desconhecidas, sobre
assuntos que em nada lhe despertam o interesse.
A alternativa (E) está errada, pois a expressão “tão pouco” deve ser
trocada por “tampouco” “ou “sequer”, a fim de transmitir uma adição negativa
à anterior. Além disso, o verbo “vieram” deve se flexionar no singular, pois se
refere ao sujeito subentendido “infeliz destinatário”. Note que o pronome
relativo “que” é o objeto direto. Veja:
O infeliz destinatário recebe mensagens cujos temas não o interessam,
provindos de pessoas que tampouco veio a conhecer.
Gabarito: D

Questão 37: TRT 9ªR 2010 Analista Judiciário (banca FCC)


É preciso CORRIGIR, por falha estrutural, a redação da frase:
(A) Não empreendamos caminhadas sem primeiro definir o trajeto a seguir, o
esforço a despender, os objetivos a alcançar.
(B) Temerárias são as jornadas que mal definimos seus objetivos, assim como
não avaliamos o esforço cujo trajeto nos exigirá.
(C) Quando não definimos o trajeto a cumprir e o esforço a despender em
nossa caminhada, ela não nos trará qualquer recompensa.
(D) Dificilmente algum objetivo será alcançado numa caminhada para a qual
não previmos um roteiro a ser seguido com segurança.
(E) Nenhum benefício poderemos colher de uma viagem para a qual não nos
preparamos com um mínimo de cuidados e de antecedência.

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Comentário: O problema se encontra na alternativa (B), pois o pronome


relativo “que” está mal empregado e deve ser substituído por “cujos”, com os
devidos ajustes na oração (cujos objetivos mal definimos). Isso ocorre por
haver necessidade da transmissão do valor de posse entre os substantivos
“jornadas” e “objetivos”. O segundo pronome relativo, “cujo”, deve ser
substituído por “que”, pois ali não há relação de posse.
Temerárias são as jornadas cujos objetivos mal definimos, assim como não
avaliamos o esforço que o trajeto nos exigirá.
Gabarito: B

Questão 38: TRT 12ª R 2010 Técnico Judiciário (banca FCC)


As personagens más são menos numerosas, mas são indispensáveis.
Condimentam a trama. Seu destino é mais variado, e assim deve ser, se
quisermos uma boa novela. Não podem ser todas punidas, nem sair todas
impunes.
As frases acima, do final do texto, se organizam de modo lógico, claro e
correto em um único período, sem alteração do sentido original, em:
(A) Indispensáveis, porém não tanto más, as personagens numa boa novela é
o condimento da trama, onde o destino é mais variado, como deve ser, e
nem todas punidas, nem todas impunes.
(B) As personagens más, cujo destino é mais variado, pois nem todas são
punidas, nem saem todas impunes, são menos numerosas em uma boa
novela, porém indispensáveis, porque condimentam a trama.
(C) Mesmo que as personagens más são menos numerosas, mas
indispensáveis na trama de uma boa e condimentada novela, seu destino
é mais variado, e assim nem todas saem punidas, nem todas saem
impunes.
(D) Se quisermos uma boa novela, em cujas personagens não podem ser
todas punidas, nem sair todas impunes, as más são menos numerosas,
enquanto são indispensáveis na trama que fica mais condimentada por
seu destino mais variado.
(E) Assim deve ser numa boa novela de cujas personagens más menos
numerosas, mas indispensáveis na condimentação da trama, que o
destino é mais variado, nem todas punidas, nem todas impunes.
Comentário: Desmembramos o trecho em destaque para melhor visualização
do conteúdo e análise das respostas.
1. As personagens más são menos numerosas,
2. mas são indispensáveis.
3. Condimentam a trama.
4. Seu destino é mais variado, e assim deve ser, se quisermos uma boa
novela.
5. Não podem ser todas punidas,
6. nem sair todas impunes.

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Comparando essas informações numeradas com a alternativa (B),


vemos que há correção gramatical e permanência de sentido. Compare:
(1)As personagens más, (4)cujo destino é mais variado, (5)pois nem todas
são punidas, (6)nem saem todas impunes, (1)são menos numerosas em uma
boa novela, (2)porém indispensáveis, (3)porque condimentam a trama.
Na alternativa (A), já há uma incoerência na primeira expressão
“Indispensáveis, porém não tanto más”, pois o trecho mostra que as
personagens más são indispensáveis e condimentam a trama. Sentido bem
diferente encontramos nesta alternativa, concorda?
Na alternativa (C), temos vários problemas de sentido e de correção
gramatical, mas podemos citar apenas um para partirmos para a alternativa
seguinte. A locução conjuntiva “Mesmo que” obriga o verbo “são” a ficar no
subjuntivo “sejam”.
Na alternativa (D), há uma mistura de informações que transmitem
incoerência. Para segurança de que ela está errada também gramaticalmente,
vemos que a preposição “em” antes do pronome relativo “cuja” deve ser
retirada, pois este pronome está na função de sujeito da locução verbal
“podem ser punidas”.
A alternativa (E) está truncada, pois as misturas de informações e de
orações sem coesão atrapalham a coerência do texto.
Gabarito: B

Questão 39: TCE-SP 2012 Auxiliar de Fiscalização (banca FCC)


Esforços devem ser feitos no sentido de preservar a região Amazônica.
O potencial elétrico da Amazônia deve ser desenvolvido.
Áreas devem ser oferecidas como compensação aos efeitos dos impactos
ambientais, por exemplo.
É preciso conciliar os objetivos que se contrapõem à exploração do
potencial hidrelétrico da Amazônia.
As frases acima articulam-se em um único período, com clareza, correção e
lógica, em:
(A) Ainda que esforços devem ser feitos no sentido de preservar a região
Amazônica e o seu potencial elétrico desenvolvido, com áreas que devem
ser oferecidas como compensação aos efeitos dos impactos ambientais,
assim se concilia os objetivos que se contrapõem à exploração do
potencial hidrelétrico da Amazônia.
(B) O potencial elétrico da Amazônia deve ser desenvolvido, e com esforços
no sentido de preservar a região Amazônica, sendo preciso conciliar os
objetivos que se contrapõem à essa exploração, em áreas que devem ser
oferecidas como compensação aos efeitos dos impactos ambientais.
(C) Para conciliar os objetivos que se contrapõem a exploração do potencial
hidrelétrico da Amazônia, deve ser feito esforços no sentido de preservar

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a região Amazônica, com áreas de compensação aos efeitos dos impactos


ambientais, onde esse potencial elétrico deve ser desenvolvido.
(D) O potencial elétrico da região Amazônica, que deve ser desenvolvido com
áreas oferecidas como compensação aos efeitos dos impactos ambientais,
e com esforços no sentido de preservar essa região, sendo preciso
conciliar os objetivos que se contrapõem a exploração do potencial
hidrelétrico.
(E) É preciso conciliar os objetivos que se contrapõem à exploração do
potencial hidrelétrico da Amazônia, que deve ser desenvolvido, ao lado de
esforços no sentido de preservar a região, como, por exemplo, a oferta
de áreas que possam compensar os efeitos dos impactos ambientais.
Comentário: Façamos uma leitura de cada alternativa e vamos eliminando os
erros gramaticais. Nem precisamos, ainda, julgar se o sentido original foi
preservado.
A alternativa (A) está errada, pois a locução conjuntiva adverbial
concessiva “Ainda que” traz um sentido de contraste, mas isso não cabe no
período. O ideal seria sua substituição por “Com” seguido do pronome relativo
“que”. O pronome apassivador “se” faz com que o sujeito paciente e plural
(“os objetivos”) force o verbo transitivo direto ao plural (“conciliam”). Veja:
“Com esforços que devem ser feitos no sentido de preservar a região
Amazônica e o seu potencial elétrico desenvolvido, com áreas que devem ser
oferecidas como compensação aos efeitos dos impactos ambientais, assim se
conciliam os objetivos que se contrapõem à exploração do potencial
hidrelétrico da Amazônia.”
A alternativa (B) está errada, pois não pode haver crase antes de
pronome demonstrativo (“se contrapõem a essa exploração”). Deve ser
retirada a conjunção “e”, pois há apenas um adjunto adverbial de modo e este
não está composto a outro anterior.
“O potencial elétrico da Amazônia deve ser desenvolvido, com esforços no
sentido de preservar a região Amazônica, sendo preciso conciliar os objetivos
que se contrapõem a essa exploração, em áreas que devem ser oferecidas
como compensação aos efeitos dos impactos ambientais.”
A alternativa (C) está errada, pois a estrutura “se contrapõem” exige a
preposição “a” e o substantivo “exploração” está antecedido do artigo “a”.
Assim, deve haver crase (“se contrapõem à exploração do potencial
hidrelétrico da Amazônia”). A locução verbal deve concordar com seu sujeito
plural (“devem ser feitos esforços”).
“Para conciliar os objetivos que se contrapõem à exploração do potencial
hidrelétrico da Amazônia, devem ser feitos esforços no sentido de preservar
a região Amazônica, com áreas de compensação aos efeitos dos impactos
ambientais, onde esse potencial elétrico deve ser desenvolvido.”
A alternativa (D) está errada, pois a estrutura adverbial composta
possui a conjunção aditiva “e”, a qual não pode ser antecipada de vírgula, por
não haver dentre esses termos adverbiais divisão interna com vírgula ou outra

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conjunção “e”. Assim devemos retirar tal vírgula.


Além disso, veja que a oração principal inicia-se com o sujeito “O
potencial elétrico da região Amazônica”, mas este não possui verbo conjugado
em modo e tempo verbal, para que haja coesão e coerência (O potencial
elétrico da região Amazônica ... sendo preciso...). Assim, devemos iniciar o
parágrafo com uma expressão adverbial (“Quanto ao potencial elétrico da
região Amazônica”), além de flexionar o verbo “sendo” no presente do
indicativo, pois o seu sujeito é a oração subordinada substantiva subjetiva
reduzida de infinitivo “conciliar os objetivos” (isso é preciso).
Veja novamente a falta da crase. Então, vamos corrigir: “se contrapõem
à exploração do potencial hidrelétrico da Amazônia”.
Observação: Em todas as alternativas até agora, só estamos explorando
a correção gramatical.
“Quanto ao potencial elétrico da região Amazônica, que deve ser desenvolvido
com áreas oferecidas como compensação aos efeitos dos impactos ambientais
e com esforços no sentido de preservar essa região, é preciso conciliar os
objetivos que se contrapõem à exploração do potencial hidrelétrico.”
Portanto, a alternativa (E) é a correta. Agora, sim, é hora de
confirmarmos a gramaticalidade e o sentido original. Veja que a crase está
correta, a concordância de “deve ser desenvolvido” está correta, porque o
pronome relativo “que” retoma “potencial”. As vírgulas também estão
corretas: as duas primeiras intercalam a oração subordinada adjetiva
explicativa; já as três últimas separam corretamente as duas expressões
denotativas de exemplificação “como” e “por exemplo”.
Acompanhe, agora, de acordo com a numeração, a preservação do
sentido original:
Esforços devem ser feitos no sentido de preservar a região Amazônica¹.
O potencial elétrico da Amazônia deve ser desenvolvido².
Áreas devem ser oferecidas como compensação aos efeitos dos impactos
ambientais, por exemplo³.
É preciso conciliar os objetivos que se contrapõem à exploração do
potencial hidrelétrico da Amazônia4.
“É preciso conciliar os objetivos que se contrapõem à exploração do potencial
hidrelétrico da Amazônia4, que deve ser desenvolvido², ao lado de esforços no
sentido de preservar a região¹, como, por exemplo, a oferta de áreas que
possam compensar os efeitos dos impactos ambientais³.”
Gabarito: E

Questão 40: TRT 4ª R - 2011 – Analista (banca FCC)


A frase redigida de modo claro e condizente com o padrão culto escrito é:
(A) A criação, coordenação e assessoria a cursos profissionalizantes está a
cargo de ambos os formados na área, de cujo conhecimento de ponta
muito se depende.
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(B) Advoguei junto ao chefe do rapaz que sua atuação tanto profissional como
em sociedade não deixava nada à desejar, o que lhe ajudou bastante
naquela pendência.
(C) Ele era o único que espontaneamente se dignava de ouvir-nos a todos,
sem exceção, e consentia prazeroso até o depoimento mais insosso ou
desajeitado.
(D) Não posso atribuir unicamente a precária condição de acesso à Educação
a apenas a condição de miscigenação dos que desejam ascender à sua
dignidade.
(E) Os resultados da pesquisa científica levada a efeito no ano passado deve
ser aberta àquele núcleo que a instigou, não devendo ficar restrito aos
especialistas.
Comentário: Na alternativa (A), o problema é apenas de concordância
verbal, pois o sujeito é composto “A criação, coordenação e assessoria a
cursos profissionalizantes” e leva o verbo ao plural: estão. Veja que a
expressão “de cujo conhecimento de ponta” está empregada corretamente.
Ela é o objeto indireto do verbo transitivo indireto “depende”: muito se
depende do conhecimento de ponta dos formados na área.
Na alternativa (B), já vemos que há problema na crase antes do verbo.
Vemos também que, na oração “que sua atuação tanto profissional como em
sociedade não deixava”, o “que” e o pronome “sua” soam estranho, porque
estão entre dois substantivos com valor de posse. Assim, cabe o pronome
relativo “cuja”. O termo “cuja atuação” é o sujeito, por isso não é precedido
de preposição. Veja a frase corretamente escrita:
Advoguei junto ao chefe do rapaz cuja atuação tanto profissional como em
sociedade não deixava nada a desejar, o que lhe ajudou bastante naquela
pendência.
A alternativa (C) é a correta. Perceba que o verbo “se dignava” é
transitivo indireto e por isso há preposição “de” em seguida. Note que a
expressão “-nos a todos” significa “a todos nós”. Assim, temos o objeto direto
“nos” e o reforço pleonástico “a todos”. Isso está correto. Veja que a dupla
vírgula está correta, por intercalar o adjunto adverbial de modo “sem
exceção”.
Na alternativa (D), a locução verbal “posso atribuir” é transitiva direta e
indireta. O termo “a precária condição de acesso” é o objeto direto, seguido
do complemento nominal “à Educação”. O objeto indireto deve ser precedido
da preposição “a”. Como o núcleo “condição” admite artigo “a”, ocorrerá a
crase: “à condição”. Assim, deve-se retirar a preposição “a” antes de
“apenas”, pois esta preposição se repete depois deste vocábulo. A correta
construção da frase seria:
Não posso atribuir unicamente a precária condição de acesso à Educação
apenas à condição de miscigenação dos que desejam ascender à sua
dignidade.
A crase em “à Educação” é obrigatória e em “à sua dignidade” é
facultativa.

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Na alternativa (E), o sujeito “Os resultados da pesquisa científica” é


caracterizado por uma oração subordinada adjetiva restritiva reduzida de
particípio “levada a efeito no ano passado”. Esta oração se refere, na
realidade, ao núcleo desse sujeito; portanto, o ideal é a concordância deste
particípio no plural e masculino: levados. Além disso, esse sujeito da oração
principal deve levar a locução verbal para o plural: devem ser abertos. O
mesmo ocorrendo com o adjetivo “restrito”: restritos. Nesse contexto, cabe o
pronome “a” retomando apenas “pesquisa” e não “resultados”. Veja a
reescrita corretamente:
Os resultados da pesquisa científica levados a efeito no ano passado devem
ser abertos àquele núcleo que a instigou, não devendo ficar restritos aos
especialistas.
Veja que o verbo “instigou” está no singular, porque seu sujeito é o
pronome relativo “que”, o qual retoma o substantivo singular “núcleo”.
Gabarito: C

Questão 41: TRF 4ªR - 2010 – Analista (banca FCC)


É preciso corrigir, pela má estruturação que apresenta, a seguinte frase:
(A) Com o advento dos meios de comunicação de massa, sobretudo os
eletrônicos, nem por isso o progresso tecnológico deixa de ser
contestado.
(B) A globalização está diretamente ligada à propagação e ao
aperfeiçoamento dos meios de comunicação de massa, que encurtam
distâncias e aproximam as pessoas.
(C) Quem não se deixa seduzir pelos atrativos e novidades da tecnologia de
ponta costuma defender as vantagens da simplicidade e da naturalidade
em nossa vida.
(D) Os muito jovens não fazem ideia de como foram velozes as
transformações que sofreu o nosso cotidiano, nas últimas décadas, por
causa das inovações tecnológicas.
(E) Ao que tudo indica, os próximos passos da tecnologia eletrônica serão
dados na direção de uma ainda maior integração entre as diversas
mídias.
Comentário: Veja que a estrutura “nem por isso” não cabe nesta oração. O
termo “Com o advento dos meios de comunicação de massa, sobretudo os
eletrônicos” é um adjunto adverbial de causa. Assim, o restante da oração
deve ser a provável consequência: “o progresso tecnológico deixa de ser
contestado”. Por isso, não cabe a expressão “nem por isso”. Essa expressão
necessita de uma oração inicial com algo negativo, para, em seguida, iniciar
uma oração coordenada sindética conclusiva, e o vocábulo “nem” ratificaria o
uso dessa negação.
Assim, houve problema na estrutura. Nas outras orações, você poderia
ter dúvida numa vírgula ou preposição, mas perceba que o problema desta
alternativa é grave. Assim, é fácil já marcá-la como a errada.
Gabarito: A

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Questão 42: TRT 1ªR - 2013 – Técnico Judiciário (banca FCC)


A frase redigida com correção e clareza é:
(A) A longevidade de Oscar Niemeyer permitiu, à todos os que
eventualmente criticavam as suas obras, que as revalorizasse enquanto
ele ainda vivia e não apenas depois da sua morte.
(B) Talvez ninguém tenha feito mais pela divulgação do país no exterior do
que Oscar Niemeyer, cujos projetos inconfundíveis, espalhados pelo
mundo, nunca deixarão de aludir à paisagem brasileira.
(C) Até mesmo o governo dos Estados Unidos, que pensamos estarem muitas
vezes alheios as coisas que se passam no Brasil, lamentaram a morte de
Oscar Niemeyer, cuja nota dizia que ele inspirará gerações.
(D) Quando se começar à refletir no fato de que tão grande número de
templos religiosos, tenham sido realmente construídos ou não, foram
projetados por um arquiteto que abertamente se declarava ateu.
(E) Grandes arquitetos do mundo todo manifestaram sua admiração pela
genialidade de Oscar Niemeyer, onde muitos chegaram mesmo a declarar
a inspiração de suas obras em seu trabalho.
Comentário: A alternativa (A) está errada, pois não pode haver crase antes
do pronome masculino e plural “todos”. Além disso, o objeto indireto “à todos
os que eventualmente criticavam as suas obras” não pode ficar isolado por
vírgulas. Além disso, o pronome relativo “que” é o sujeito e retoma o pronome
plural “todos”, por isso o verbo “revalorizasse” deve se flexionar no plural.
Veja:
A longevidade de Oscar Niemeyer permitiu a todos os que eventualmente
criticavam as suas obras que as revalorizassem enquanto ele ainda vivia e
não apenas depois da sua morte.
A alternativa (B) é a correta. Note que os verbos concordam com seus
respectivos sujeitos. Note ainda que as vírgulas separaram orações adjetivas
explicativas. O verbo “aludir” é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
Como o substantivo “paisagem” admite ser precedido do artigo “a”, ocorreu a
crase.
Talvez ninguém tenha feito mais pela divulgação do país no exterior do que
Oscar Niemeyer, cujos projetos inconfundíveis, espalhados pelo mundo, nunca
deixarão de aludir à paisagem brasileira.
A alternativa (C) está errada, pois o verbo “lamentaram” tem como
núcleo do sujeito o substantivo “governo”, por isso deve se flexionar no
singular. Como o adjetivo “alheios” rege a preposição “a” e o substantivo
“coisas” está precedido do artigo “as”, deve haver acento indicativo de crase.
Não se pode condenar a flexão do verbo “estarem”, tendo em vista que
ele está se referindo à expressão plural “os Estados Unidos”. Isso é reforçado
com a flexão do predicativo “alheios” no plural e masculino.
As vírgulas estão corretas, pois marcam que as orações “que pensamos
estarem muitas vezes alheios às coisas que se passam no Brasil” e “cuja nota
dizia” são subordinadas adjetivas explicativas.

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Até mesmo o governo dos Estados Unidos, que pensamos estarem muitas
vezes alheios às coisas que se passam no Brasil, lamentou a morte de Oscar
Niemeyer, cuja nota dizia que ele inspirará gerações.
A alternativa (D) está errada, pois não pode haver crase antes de verbo,
não pode haver vírgula entre o sujeito “grande número de templos religiosos”
e o predicado “tenham sido realmente construídos ou não”. Além disso,
semanticamente, este predicado está incoerente, pois Niemeyer não construiu
realmente, ele projetou, por ser um arquiteto.
Ainda devemos perceber que a estrutura oracional “foram projetados
por um arquiteto que abertamente se declarava ateu” está desconexa, pois
prolonga a oração subordinada adverbial temporal e não há aí uma oração
principal, ocorrendo, assim, o chamado truncamento sintático. Dessa forma,
perde-se a lógica sintática e semântica. Veja uma tentativa de reescrita.
Quando se começar a refletir no fato de que tão grande número de templos
religiosos tenham sido realmente construídos com base nos projetos de um
arquiteto que abertamente se declarava ateu, muita gente se
surpreenderá.
Note que o sujeito com expressão partitiva “grande número”, seguido do
adjunto adnominal plural “de templos religiosos”, permite a flexão do verbo no
singular ou no plural.
A alternativa (E) está errada, pois o pronome relativo “onde” só pode
ser empregado quando retoma lugar. Como há uma relação de posse na
expressão “em seu trabalho”, podemos inserir a expressão “em cujo
trabalho”. Veja:
Grandes arquitetos do mundo todo manifestaram sua admiração pela
genialidade de Oscar Niemeyer, em cujo trabalho muitos chegaram mesmo
a declarar a inspiração de suas obras.
Gabarito: B

Questão 43: TRT 1ªR - 2013 – Analista Judiciário (banca FCC)


Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:
(A) Ao contrário da maioria, onde se prefere desconfiar do que confiar, o
autor do texto preferiu ficar com esta, expondo seus argumentos.
(B) Desconfiar é para muitos preferível do que confiar, pois lhes parecem que
a confiança requer ingenuidade, em vez da necessária cautela.
(C) A desconfiança é normalmente valorizada, se associada à prudência, mas
há quem veja nela um entrave para a criação mais ousada.
(D) Quem deseja tomar iniciativa e efetuar criações, não pode prender-se a
desconfiança, em cuja reverte em paralisia o que devia ser ação.
(E) Ser ousado para criar com liberdade requer de que a desconfiança não
venha bloquear nosso caminho, ou mesmo chegar a paralisá-lo.
Comentário: A alternativa (A) está errada, pois o pronome relativo “onde”
deve ser empregado para retomar lugar. Na realidade devemos inserir aí o

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pronome relativo “que”, na função de sujeito do verbo “prefere”. Além disso, o


verbo “preferir” é transitivo direto e indireto e rege a preposição “a”, não
podendo ocorrer expressão comparativa. Veja:
Ao contrário da maioria, que prefere desconfiar a confiar, o autor do texto
preferiu ficar com esta, expondo seus argumentos.
Note que a dupla vírgula sinaliza a intercalação de uma oração
subordinada adjetiva explicativa e a última vírgula precede uma oração
reduzida de gerúndio.
A alternativa (B) está errada, pois o adjetivo “preferível” também não
admite expressão comparativa, mas a preposição “a”. O verbo “parecem”
deve se flexionar no singular, pois o sujeito é a oração subordinada
substantiva subjetiva “que a confiança requer ingenuidade, em vez da
necessária cautela” (Isso parece a eles).
Desconfiar é para muitos preferível a confiar, pois lhes parece que a
confiança requer ingenuidade, em vez da necessária cautela.
A primeira vírgula precede a oração subordinada adverbial causal e a
última sinaliza um adjunto adverbial no final do período.
A alternativa (C) é a correta. Note que os verbos se flexionam de acordo
com os respectivos sujeitos. Além disso, perceba que as vírgulas sinalizam
oração subordinada adverbial condicional e coordenada adversativa,
respectivamente.
A desconfiança é normalmente valorizada, se associada à prudência, mas há
quem veja nela um entrave para a criação mais ousada.
A alternativa (D) está errada, pois não pode haver vírgula entre o
sujeito oracional “Quem deseja tomar iniciativa e efetuar criações” e o
predicado “não pode prender-se a desconfiança”. Como o verbo “prender-se”
rege a preposição “a” e o substantivo “desconfiança” admite ser precedido do
artigo “a”, é ideal inserir acento indicativo de crase. Além disso, o pronome
relativo “cuja” não admite ser seguido de verbo, por isso devemos inserir o
sujeito “que”, o qual não admite ser precedido de preposição. Veja:
Quem deseja tomar iniciativa e efetuar criações não pode prender-se à
desconfiança, que reverte em paralisia o que devia ser ação.
A alternativa (E) está errada, pois o verbo “requer” é transitivo direto,
por isso devemos retirar a preposição “de”.
Ser ousado para criar com liberdade requer que a desconfiança não venha
bloquear nosso caminho, ou mesmo chegar a paralisá-lo.
Gabarito: C

Questão 44: TRT 1ªR - 2013 – Analista Judiciário (banca FCC)


É preciso corrigir a má estruturação da seguinte frase:
(A) Prefiro arrepender-me pelo que ousei − e confesso que ousei muito
pouco − a lamentar-me pelo excesso de cautela.

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(B) É fato que a sabedoria popular, como tantas vezes se manifesta em


expressivos provérbios, nem por isso fica livre dos paradoxos.
(C) É de fato muito difícil, em nosso mundo cheio de problemas, pedir a
alguém que deposite toda a confiança em alguma coisa.
(D) É penoso termos de suportar o canto de vitória que os desconfiados
sempre entoam enquanto sofremos por haver confiado.
(E) Ao final do texto, considera-se a hipótese de que é um grande desafio
tornar inabalável a confiança no que de fato acreditamos.
Comentário: Note que a questão pede a alternativa errada.
A alternativa (A) está correta. Novamente, o verbo “preferir” foi
empregado. Lembre-se de que ele é transitivo direto e indireto, regendo a
preposição “a”. Além disso, perceba o comentário do autor sinalizado pelo
duplo travessão.
Prefiro arrepender-me pelo que ousei − e confesso que ousei muito pouco −
a lamentar-me pelo excesso de cautela.
A alternativa (B) é a errada, pois a expressão “nem por isso” está
desconexa no período. Isso ocorreu porque o conectivo coordenativo
conclusivo “por isso” exige a presença de um verbo para ter coerência na
estrutura sintática. Como não há um verbo para esta estrutura, basta excluir a
expressão e incluir o advérbio de negação “não”. Veja:
É fato que a sabedoria popular, como tantas vezes se manifesta em
expressivos provérbios, não fica livre dos paradoxos.
A alternativa (C) está correta. Note a locução adverbial “de fato”, a qual
é de pequena extensão, por isso não é obrigatória a dupla vírgula. Já a
locução adverbial intercalada “em nosso mundo cheio de problemas” é de
grande extensão e a dupla vírgula é obrigatória. Veja:
É de fato muito difícil, em nosso mundo cheio de problemas, pedir a alguém
que deposite toda a confiança em alguma coisa.
A alternativa (D) está correta. Note que o verbo “termos” pode ser
seguido da preposição “de” ou da preposição acidental “que” (“termos de
suportar” ou “termos que suportar”). Veja:
É penoso termos de suportar o canto de vitória que os desconfiados sempre
entoam enquanto sofremos por haver confiado.
A alternativa (E) está correta. Note a vírgula isolando o adjunto
adverbial antecipado. Note também que o substantivo “hipótese” rege a
preposição “de” (hipótese de alguma coisa). Novamente a expressão adverbial
intercalada e de pequena extensão “de fato” não precisa estar entre vírgulas.
Ao final do texto, considera-se a hipótese de que é um grande desafio tornar
inabalável a confiança no que de fato acreditamos.
Gabarito: B

Abraço!
Terror

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TRT 1ªR - 2013 – Analista Judiciário – Execução de mandados (banca FCC)


Confiar e desconfiar
Desconfiar é bom e não custa nada − é o que diz o senso comum,
valorizando tanto a cautela como a usura. Mas eu acho que desconfiar custa,
sim, e às vezes custa demais. A desconfiança costuma ficar bem no meio do
caminho da aventura, da iniciativa, da descoberta, atravancando a passagem
e impedindo − quem sabe? − uma experiência essencial.
Por desconfiar deixamos de arriscar, permitindo que a prudência nos
imobilize; por cautela, calamo-nos, não damos o passo, desviamos o olhar.
Depois, ficamos ruminando sobre o que teremos perdido, por não ousar.
O senso comum também diz que é melhor nos arrependermos do que
fizemos do que lamentarmos o que deixamos de fazer. Como se vê, a
sabedoria popular também hesita, e se contradiz. Mas nesse capítulo da
desconfiança eu arrisco: quando confiar é mais perigoso e mais difícil, parece-
me valer a pena. Falo da confiança marcada pela positividade, pela esperança,
pelo crédito, não pela mera credulidade. Mesmo quando o confiante se vê
malogrado, a confiança terá valido o tempo que durou, a qualidade da aposta
que perdeu. O desconfiado pode até contar vantagem, cantando alto: − Eu
não falei? Mas ao dizer isso, com os pés chumbados no chão da cautela
temerosa, o desconfiado lembra apenas a estátua do navegante que foi ao
mar e voltou consagrado. As estátuas, como se sabe, não viajam nunca,
apenas podem celebrar os grandes e ousados descobridores.
“Confiar, desconfiando” é outra pérola do senso comum. Não gosto
dessa orientação conciliatória, que manda ganhar abraçando ambas as
opções. Confie, quando for esse o verdadeiro e radical desafio.
(Ascendino Salles, inédito)
Questão 1: Quanto ao sentimento da desconfiança, o texto manifesta clara
divergência do senso comum, pois, para o autor, esse sentimento
(A) leva, como é sabido, à prática da prudência, que é a chave das grandes
criações humanas.
(B) traz, como poucos sabem, a consequência de esperar que tudo acabe se
resolvendo por si mesmo.
(C) acaba, como poucos reconhecem, por impedir que se tomem iniciativas
audazes e criativas.
(D) traduz, como poucos sabem, a vantagem de se calcular muito bem cada
passo das experiências essenciais.
(E) importa, como é sabido, em eliminar a dose de irracionalidade que deve
acompanhar a prudência conservadora.

Questão 2: Atente para as seguintes afirmações:


I. No primeiro parágrafo, os termos cautela e usura são atributos de que o

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autor se vale para exprimir o que vê como desvantagens da mais cega


confiança.
II. No segundo parágrafo, o segmento ficamos ruminando sobre o que
teremos perdido refere-se aos remorsos que sentimos depois de uma
iniciativa intempestiva.
III. No terceiro parágrafo, a expressão mera credulidade é empregada para
distinguir a ingenuidade do homem crédulo da consciência ativa do
confiante.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em
(A) I, II e III.
(B) I e III, apenas.
(C) II e III, apenas.
(D) II, apenas.
(E) III, apenas.

Questão 3: Considerando-se o contexto, está clara e corretamente traduzido


o sentido deste segmento:
(A) permitindo que a prudência nos imobilize (2º parágrafo) = estacando o
avanço da cautela.
(B) a sabedoria popular também hesita, e se contradiz (3º parágrafo) = a
proverbial sabedoria também se furta aos paradoxos.
(C) o confiante se vê malogrado (3º parágrafo) = deixa-se frustrar quem não
ousa.
(D) pés chumbados no chão da cautela temerosa (3º parágrafo) =
imobilizado pela prudência receosa.
(E) orientação conciliatória (4º parágrafo) = paradigma incontestável.

Questão 4: O autor afirma que a sabedoria popular também hesita, e se


contradiz − fato que se pode constatar quando se comparam os seguintes
provérbios:
(A) Quem vê cara não vê coração e Nem tudo o que reluz é ouro.
(B) Quem espera sempre alcança e Deus ajuda quem cedo madruga.
(C) Casa de ferreiro, espeto de pau e Santo de casa não faz milagre.
(D) Depois da tempestade vem a bonança e Nada como um dia depois
do outro.
(E) A união faz a força e Uma andorinha só não faz verão.

TRT 1ªR - 2013 – Técnico Judiciário – Área Administrativa (banca FCC)


Visão monumental
Nada superará a beleza, nem todos os ângulos retos da razão. Assim
pensava o maior arquiteto e mais invocado sonhador do Brasil. Morto em 5 de
dezembro de insuficiência respiratória, a dez dias de completar com uma
festa, no Rio de Janeiro onde morava, 105 anos de idade, Oscar Niemeyer
propusera sua própria revolução arquitetônica baseado em uma interpretação
do corpo da mulher.

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Filho de fazendeiros, fora o único ateu e comunista da família, tendo


ingressado no partido por inspiração de Luiz Carlos Prestes, em 1945. Como a
agremiação partidária não correspondera a seu sonho, descolara-se dela, na
companhia de seu líder, em 1990. “O comunismo resolve o problema da vida”,
acreditou até o fim. “Ele faz com que a vida seja mais justa. E isso é
fundamental. Mas o ser humano, este continua desprotegido, entregue à sorte
que o destino lhe impõe.”
E desprotegido talvez pudesse se sentir um observador diante da
monumentalidade que ele próprio idealizara para Brasília a partir do plano-
piloto de Lucio Costa. Quem sabe seus museus, prédios governamentais e
catedrais não tivessem mesmo sido construídos para ilustrar essa
perplexidade? Ele acreditava incutir o ardor em quem experimentava suas
construções.
Bem disse Le Corbusier que Niemeyer tinha “as montanhas do Rio
dentro dos olhos”, aquelas que um observador pode vislumbrar a partir do
Museu de Arte Contemporânea de Niterói, um entre cerca de 500 projetos
seus. Brasília, em que pese o sonho necessário, resultara em alguma
decepção. Niemeyer vira a possibilidade de construir ali a imagem moderna do
País. E como dizer que a cidade, ao fim, deixara de corresponder à
modernidade empenhada? Houve um sonho monumental, e ele foi
devidamente traduzido por Niemeyer. No Planalto Central, construíra a
identidade escultural do Brasil.
(Adaptado de Rosane Pavam. CartaCapital, 07/12/2012,
www.cartacapital.com.br/sociedade/a-visao-monumental-2/)
Questão 5: O texto sugere que,
(A) ainda que a construção de Brasília, projetada por Niemeyer, possa não
ter concretizado a modernidade sonhada pelo arquiteto, a cidade teria se
tornado genuína representação desse sonho grandioso.
(B) considerados os seus mais importantes projetos, a revolução
empreendida por Oscar Niemeyer na arquitetura estaria evidentemente
ligada a sua filiação ao partido comunista.
(C) mesmo que não se possa estender esse sentimento para o conjunto da
obra de Niemeyer, Brasília provocaria certo mal-estar no observador, o
que teria origem no projeto monumental de Lucio Costa.
(D) na biografia de Niemeyer, ressaltaria uma contradição insolúvel entre sua
origem e suas convicções políticas, o que acabaria se resolvendo em suas
obras monumentais, que misturam sonho e realidade.
(E) embora Brasília seja considerada a principal criação de Oscar Niemeyer, o
próprio arquiteto não teria ficado satisfeito com a cidade, pois não
corresponderia ao que havia sonhado.

Questão 6: Quem sabe seus museus, prédios governamentais e catedrais não


tivessem mesmo sido construídos para ilustrar essa perplexidade? (3º
parágrafo)
De acordo com o contexto, o sentido do elemento grifado acima pode ser
adequadamente reproduzido por:

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(A) descompasso.
(B) problemática.
(C) melancolia.
(D) estupefação.
(E) animosidade.

TRT 18ª R – 2008 – Analista (banca FCC)


Viagem para fora
Há não tanto tempo assim, uma viagem de ônibus, sobretudo quando
noturna, era a oportunidade para um passageiro ficar com o nariz na janela e,
mesmo vendo pouco, ou nada, entreter-se com algumas luzes, talvez a lua, e
certamente com os próprios pensamentos. A escuridão e o silêncio no interior
do ônibus propiciavam um pequeno devaneio, a memória de alguma cena
longínqua, uma reflexão qualquer.
Nos dias de hoje as pessoas não parecem dispostas a esse exercício
mínimo de solidão. Não sei se a temem: sei que há dispositivos de toda
espécie para não deixar um passageiro entregar-se ao curso das idéias e da
imaginação pessoal. Há sempre um filme passando nos três ou quatro
monitores de TV, estrategicamente dispostos no corredor. Em geral, é um
filme ritmado pelo som de tiros, gritos, explosões. É também bastante
possível que seu vizinho de poltrona prefira não assistir ao filme e deixar-se
embalar pela música altíssima de seu fone de ouvido, que você também
ouvirá, traduzida num chiado interminável, com direito a batidas mecânicas de
algum sucesso pop. Inevitável, também, acompanhar a variedade dos toques
personalizados dos celulares, que vão do latido de um cachorro à versão
eletrônica de uma abertura sinfônica de Mozart. Claro que você também se
inteirará dos detalhes da vida doméstica de muita gente: a senhora da frente
pergunta pelo cardápio do jantar que a espera, enquanto o senhor logo atrás
de você lamenta não ter incluído certos dados em seu último relatório.
Quando o ônibus chega, enfim, ao destino, você desce tomado por um
inexplicável cansaço.
Acho interessantes todas as conquistas da tecnologia da mídia moderna,
mas prefiro desfrutar de uma a cada vez, e em momentos que eu escolho.
Mas parece que a maioria das pessoas entrega-se gozosa e voluptuosamente
a uma sobrecarga de estímulos áudio-visuais, evitando o rumo dos mudos
pensamentos e das imagens internas, sem luz. Ninguém mais gosta de ficar,
por um tempo mínimo que seja, metido no seu canto, entretido consigo
mesmo? Por que se deleitam todos com tantas engenhocas eletrônicas, numa
viagem que poderia propiciar o prazer de uma pequena incursão íntima? Fica
a impressão de que a vida interior das pessoas vem-se reduzindo na mesma
proporção em que se expandem os recursos eletrônicos.
(Thiago Solito da Cruz, inédito)
Questão 7: Considerando-se o sentido integral do texto, o título Viagem
para fora representa
(A) uma alusão à exterioridade dos apelos a que se entregam os passageiros.
(B) um específico anseio que o autor alimenta a cada viagem de ônibus.
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(C) a nostalgia de excursões antigas, em que todos se solidarizavam.


(D) a importância que o autor confere aos devaneios dos passageiros.
(E) a ironia de quem não se deixa abalar por tumultuadas viagens de ônibus.

Questão 8: Atente para as seguintes afirmações:


I. No primeiro parágrafo, configura-se a tensão entre o desejo de
recolhimento íntimo de um passageiro e a agitação de uma viagem
noturna.
II. No segundo parágrafo, o cruzamento de mensagens, em diferentes meios
de comunicação, é considerado invasivo por quem preferiria entregar-se
ao curso da imaginação pessoal.
III. No terceiro parágrafo, o autor considera a possibilidade de os recursos da
mídia eletrônica e o cultivo da vida serem usufruídos em tempos distintos.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em
(A) I, II e III.
(B) I e II, somente.
(C) II e III, somente.
(D) I e III, somente.
(E) II, somente.

Questão 9: O autor vale-se do emprego do pronome você, ao longo do


segundo parágrafo, da mesma forma que esse pronome é empregado em:
(A) Quando perguntei se você gostava de viajar, você titubeou, e não me
respondeu.
(B) Já sei a opinião dele acerca da mídia eletrônica; gostaria que você me
dissesse, agora, qual a sua.
(C) Não é aquele ou aquela passageira que me interessa; meus olhos não
conseguem desviar-se de você.
(D) Quando se está em meio a um tumulto, você não consegue concentrar-se
em seus próprios pensamentos.
(E) Espero que você não tenha se ofendido por eu lhe haver proposto que
desligue o celular enquanto conversamos.

Questão 10: O último período do texto retoma e arremata, conclusivamente,


uma idéia que já se representara na seguinte passagem:
(A) (...) há dispositivos de toda espécie para não deixar um passageiro
entregar-se ao curso das idéias (...).
(B) A escuridão e o silêncio no interior do ônibus propiciavam um pequeno
devaneio (...).
(C) Claro que você também se inteirará dos detalhes da vida doméstica de
muita gente (...).
(D) Quando o ônibus chega, enfim, ao destino, você desce tomado por um
inexplicável cansaço.
(E) Há sempre um filme passando nos três ou quatro monitores de TV,
estrategicamente dispostos no corredor.
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A amizade
Uma amizade verdadeira possui tão grandes vantagens que mal posso
descrevê-las. Para começar, em que pode consistir uma “vida vivível” que não
encontre descanso na afeição partilhada com um amigo? Que há de mais
agradável que ter alguém a quem se ousa contar tudo como a si mesmo? De
que seria feita a graça tão intensa de nossos sucessos, sem um ser para se
alegrar com eles tanto quanto nós? E em relação a nossos reveses, seriam
mais difíceis de suportar sem essa pessoa, para quem eles são ainda mais
penosos que para nós mesmos.
Os outros privilégios da vida a que as pessoas aspiram só existem em
função de uma única forma de utilização: as riquezas, para serem gastas; o
poder, para ser cortejado; as honrarias, para suscitarem os elogios; os
prazeres, para deles se obter satisfação; a saúde, para não termos de padecer
a dor e podermos contar com os recursos de nosso corpo.
Quanto à amizade, ela contém uma série de possibilidades. Em qualquer
direção a que a gente se volte, ela está lá, prestativa, jamais excluída de
alguma situação, jamais importuna, jamais embaraçosa. Por isso, como diz o
ditado, “nem a água nem o fogo nos são mais prestimosos que a amizade”. E
aqui não se trata da amizade comum ou medíocre (que, no entanto,
proporciona alguma satisfação e utilidade), mas da verdadeira, da perfeita, à
qual venho me referindo. Pois a amizade torna mais maravilhosos os favores
da vida, e mais leves, porque comunicados e partilhados, seus golpes mais
duros.
(Adaptado de Cícero, filósofo e jurista romano)
Questão 11: Ao tratar da amizade verdadeira, Cícero dá um peso especial ao
fato de que ela
(A) é um privilégio desfrutado de uma forma única e exclusiva.
(B) intensifica nossas conquistas e ameniza nossos infortúnios.
(C) abre caminho para o exercício de um poder que todos desejamos.
(D) produz honrarias que todos os amigos podem compartilhar.
(E) afasta os padecimentos morais e multiplica as alegrias.

Questão 12: No segundo parágrafo, os segmentos iniciados por as riquezas


(...), as honrarias (...) e os prazeres (...) deixam subentendida a forma
verbal:
(A) aspiram.
(B) contêm.
(C) obtêm.
(D) suscitam.
(E) existem.

Questão 13: Atente para as seguintes afirmações:


I. A expressão nossos reveses (1° parágrafo) é empregada com sentido
equivalente ao de golpes mais duros (3° parágrafo).

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II. Em vez de podermos contar (2° parágrafo), o emprego da forma


pudermos contar seria mais adequado à construção da frase.
III. Os termos comunicados e partilhados (3° parágrafo) referem-se ao termo
anterior favores.
Em relação ao texto, está correto SOMENTE o que se afirma em
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) II e III.

Questão 14: Que há de mais agradável que ter alguém a quem se ousa
contar tudo como a si mesmo?
Pode-se substituir o segmento sublinhado na frase acima, sem prejuízo para o
sentido, clareza e correção, por:
(A) com a audácia de contar tudo para si mesmo?
(B) que pode contar com si mesmo?
(C) com a coragem de quem ousa contar tudo?
(D) com força para contar tudo sobre si próprio?
(E) para confidenciar, sem receio, tudo de si?

TRE TO – 2011 – Analista (banca FCC)


Cartão de Natal

Pois que reinaugurando essa criança


pensam os homens
reinaugurar a sua vida
e começar novo caderno,
fresco como o pão do dia;
pois que nestes dias a aventura
parece em ponto de voo, e parece
que vão enfim poder
explodir suas sementes:

que desta vez não perca esse caderno


sua atração núbil para o dente;
que o entusiasmo conserve vivas
suas molas,
e possa enfim o ferro
comer a ferrugem
o sim comer o não.
João Cabral de Melo Neto
Questão 15: No poema, João Cabral

(A) critica o egoísmo, e manifesta o desejo de que na passagem do Natal as


pessoas se tornem generosas e façam o sim comer o não.

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(B) demonstra a sua aversão às festividades natalinas, pois nestes dias a


aventura parece em ponto de vôo, mas depois a rotina segue como
sempre.
(C) critica a atração núbil para o dente daqueles que transformam o Natal em
uma apologia ao consumo e se esquecem do seu caráter religioso.
(D) observa com otimismo que o Natal é um momento de renovação em que
os homens se transformam para melhor e fazem o ferro comer a
ferrugem.
(E) manifesta a esperança de que o Natal traga, de fato, uma transformação,
e que, ao contrário de outros natais, seja possível começar novo caderno.

Questão 16: É correto perceber no poema uma equivalência entre


(A) ferrugem e aventura.
(B) dente e entusiasmo.
(C) caderno e vida.
(D) sementes e pão do dia.
(E) ferro e atração núbil.

Questão 17: Pois que reinaugurando essa criança


O segmento grifado acima pode ser substituído, no contexto, por:
(A) Mesmo que estejam.
(B) Apesar de estarem.
(C) Ainda que estejam.
(D) Como estão.
(E) Mas estão.

Questão 18: que desta vez não perca esse caderno


Com a frase acima o poeta
(A) alude a uma impossibilidade.
(B) exprime um desejo.
(C) demonstra estar confuso.
(D) revela sua hesitação.
(E) manifesta desconfiança.

Assembleia Legislativa SP - 2010 - Analista (banca FCC)


"Nenhum homem é uma ilha", escreveu o inglês John Donne em 1624,
frase que atravessaria os séculos como um dos lugares-comuns mais citados
de todos os tempos. Todo lugar-comum, porém, tem um alicerce na realidade
ou nos sentimentos humanos – e esse não é exceção. Durante toda a história
da espécie, a biologia e a cultura conspiraram juntas para que a vida humana
adquirisse exatamente esse contorno, o de um continente, um relevo que se
espraia, abraça e se interliga.
A vida moderna, porém, alterou-o de maneira drástica. Em certos
aspectos partiu o continente humano em um arquipélago tão fragmentado que
uma pessoa pode se sentir totalmente separada das demais. Vencer tal

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distância e se reunir aos outros, entretanto, é um dos nossos instintos


básicos. E é a ele que atende um setor do mercado editorial que cresce a
passos largos: o da autoajuda e, em particular, de uma autoajuda que se
pode descrever como espiritual. Não porque tenha necessariamente
tonalidades religiosas (embora elas, às vezes, sejam nítidas), mas porque se
dirige àquelas questões de alma que sempre atormentam os homens. Como a
perda de uma pessoa querida, a rejeição ou o abandono, a dificuldade de
conviver com os próprios defeitos e os alheios, o medo da velhice e da morte,
conflitos com os pais e os filhos, a frustração com as aspirações que não se
realizaram, a perplexidade diante do fim e a dúvida sobre o propósito da
existência. Questões que, como séculos de filosofia já explicitaram, nem
sempre têm solução clara – mas que são suportáveis quando se tem com
quem dividir seu peso, e esmagadoras quando se está só.
As mudanças que conduziram a isso não são poucas nem sutis: na sua
segunda metade, em particular, o século XX foi pródigo em abalos de
natureza social que reconfiguraram o modo como vivemos. O campo, com
suas relações próximas, foi trocado em massa pelas cidades, onde vigora o
anonimato. As mulheres saíram de casa para o trabalho, e a instituição da
"comadre" virtualmente desapareceu. Desmanchou-se também a ligação
quase compulsória que se tinha com a religião, as famílias encolheram
drasticamente não só em número de filhos mas também em sua extensão. A
vida profissional se tornou terrivelmente competitiva, o que acrescenta
ansiedade e reduz as chances de fazer amizades verdadeiras no local de
trabalho. Também o celular e o computador fazem sua parte, aumentando o
número de contatos de que se desfruta, mas reduzindo sua profundidade e
qualidade.
Perdeu-se aquela vasta rede de segurança que, é certo, originava fofoca
e intromissão, mas também implicava conselhos e experiência, valores sólidos
e afeição desprendida, que não aumenta nem diminui em função do sucesso
ou da beleza. Essa é a lacuna da vida moderna que a autoajuda vem se
propondo a preencher: esse sentido de desconexão que faz com que em
certas ocasiões cada um se sinta como uma ilha desgarrada do continente e
sem meios de se reunir novamente a ele.
(Isabela Boscov e Silvia Rogar. Veja, 2 de dezembro de 2009,
pp. 141–143, com adaptações)
Questão 19: A afirmativa inicial do texto significa, em outras palavras, que
(A) o fato de uma pessoa se manter isolada das demais é um dos aspectos
inerentes à natureza humana.
(B) todos os homens podem usufruir, por decisão própria, situações de
afastamento dos demais, à semelhança de uma ilha.
(C) o sentimento coletivo transforma os homens num aglomerado de ilhas,
como num arquipélago.
(D) o isolamento entre os homens pode fazer parte de sua natureza, embora
eles vivam em sociedade.
(E) os homens são dependentes uns dos outros por natureza, distintos das
ilhas, que são isoladas por definição.

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Questão 20: De acordo com o texto,


(A) as mudanças sociais ocorridas no século XX alteraram o modo de vida das
pessoas, permitindo maior aproximação entre elas.
(B) a transformação de um mundo rural em uma sociedade urbana favoreceu
o surgimento de uma rede de contatos pessoais mais próximos.
(C) a ausência de um verdadeiro sentimento religioso induz as pessoas a uma
insatisfação que marca até mesmo as relações de trabalho na sociedade
moderna.
(D) a beleza e o sucesso pessoal passaram a ser mais importantes na vida
moderna, em detrimento das relações de verdadeira e desinteressada
afeição.
(E) a vida moderna instituiu novos padrões e valores que regem a sociedade,
aproximando os homens em torno de serviços oferecidos pelas cidades.

Questão 21: Considerando-se o 2° parágrafo, está INCORRETO o que se


afirma em:
(A) O parágrafo se articula com o 1° por meio de uma ressalva, expressa por
porém.
(B) O segmento grifado em partiu o continente humano pode ser substituído
por partiu-lhe.
(C) Há relação de causa e consequência no segmento um arquipélago tão
fragmentado que uma pessoa pode se sentir totalmente separada das
demais.
(D) Há nele enumeração de situações que exemplificam as questões de alma
que sempre atormentam os homens.
(E) Substituindo-se o segmento grifado em quando se está só por estamos,
a palavra só deverá ir obrigatoriamente para o plural – sós.

Questão 22: A expressão cujo sentido está corretamente transcrito, com


outras palavras, é:
(A) um alicerce na realidade = uma base na existência efetiva.
(B) alterou-o de maneira drástica = substituiu-o paulatinamente.
(C) um arquipélago tão fragmentado = ilhas de relevo acidentado.
(D) foi pródigo em abalos de natureza social = permitiu algumas alterações na
sociedade.
(E) a ligação quase compulsória = uma convicção extrema.

Questão 23: As mudanças que conduziram a isso não são poucas nem
sutis... (3° parágrafo)
A expressão grifada refere-se, corretamente,
(A) às condições impostas tanto pela biologia quanto pela cultura ao modo de
vida que se desenhou nos dias de hoje.
(B) ao crescimento de um tipo de literatura que se difundiu pelo mundo todo,
como alternativa à perda do antigo sentimento religioso.

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(C) à retomada do espírito de união que sempre caracterizou os agrupamentos


humanos, com a consciência de que cada um é parte de um todo social.
(D) às questões existenciais que se agravaram diante da percepção de
isolamento existente nas contingências da vida moderna.
(E) à certeza de que frases que se tornam repetitivas ao longo do tempo
constituem a base da autoajuda, tão importante nos dias de hoje.

Questão 24: E é a ele que atende um setor do mercado editorial que cresce a
passos largos... (2° parágrafo)
O pronome grifado acima substitui corretamente, considerando-se o contexto,
(A) um arquipélago fragmentado.
(B) um relevo que se espraia.
(C) um dos nossos instintos básicos.
(D) um dos lugares-comuns mais citados de todos os tempos.
(E) um setor de autoajuda do mercado editorial.

DNOCS – 2010 Superior (banca FCC)


Cultura de massa e cultura popular

O poder econômico expansivo dos meios de comunicação parece ter


abolido, em vários momentos e lugares, as manifestações da cultura popular,
reduzindo-as à função de folclore para turismo. Tal é a penetração de certos
programas de rádio e TV junto às classes pobres, tal é a aparência de
modernização que cobre a vida do povo em todo o território brasileiro, que, à
primeira vista, parece não ter sobrado mais nenhum espaço próprio para os
modos de ser, pensar e falar, em suma, viver, tradicionais e populares.
A cultura de massa entra na casa do caboclo e do trabalhador da
periferia, ocupando-lhe as horas de lazer em que poderia desenvolver alguma
forma criativa de autoexpressão; eis o seu primeiro tento. Em outro plano, a
cultura de massa aproveita-se dos aspectos diferenciados da vida popular e os
explora sob a categoria de reportagem popularesca e de turismo. O
vampirismo é assim duplo e crescente; destrói-se por dentro o tempo próprio
da cultura popular e exibe-se, para consumo do telespectador, o que restou
desse tempo, no artesanato, nas festas, nos ritos. Poderíamos, aqui,
configurar com mais clareza uma relação de aparelhos econômicos industriais
e comerciais que exploram, e a cultura popular, que é explorada. Não se
pode, de resto, fugir à luta fundamental: é o capital à procura de matéria-
prima e de mão de obra para manipular, elaborar e vender. A macumba na
televisão, a escola de samba no Carnaval estipendiado para o turista, são
exemplos de conhecimento geral.
No entanto, a dialética é uma verdade mais séria do que supõe a nossa
vã filosofia. A exploração, o uso abusivo que a cultura de massa faz das
manifestações populares não foi ainda capaz de interromper para sempre o
dinamismo lento, mas seguro e poderoso da vida arcaico-popular, que se
reproduz quase organicamente em microescalas, no interior da rede familiar e
comunitária, apoiada pela socialização do parentesco, do vicinato e dos grupos

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religiosos.
(Alfredo Bosi. Dialética da colonização. S. Paulo: Companhia
das Letras, 1992, pp. 328-29)
Questão 25: Tomando como referências a cultura de massa e a cultura
popular, o autor do texto considera que, entre elas,
(A) não há qualquer relação possível, uma vez que configuram universos
distintos no tempo e no espaço.
(B) há uma relação de necessária interdependência, pois não há sociedade
que possa prescindir de ambas.
(C) há uma espécie de simbiose, uma vez que já não é possível distinguir
uma da outra.
(D) há uma relação de apropriação, conforme se manifestam os efeitos da
primeira sobre a segunda.
(E) há uma espécie de dialética, pois cada uma delas se desenvolve à medida
que sofre a influência da outra.

Questão 26: Atente para as seguintes afirmações:


I. No primeiro parágrafo, afirma-se que a modernização é determinante
para a sobrevivência de algumas formas autênticas da cultura popular.
II. No segundo parágrafo, a expropriação sofrida pela cultura de massa é
vista na sua concomitância com o desprestígio da cultura popular.
III. No terceiro parágrafo, aponta-se a resistência das manifestações de
cultura popular, observadas em determinados círculos sociais.
Em relação ao texto, está correto SOMENTE o que se afirma em
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) II e III.

Questão 27: Um mesmo fenômeno é expresso pelos segmentos:


(A) poder econômico expansivo e socialização do parentesco.
(B) aparência de modernização e forma criativa de autoexpressão.
(C) aspectos diferenciados da vida popular e reportagem popularesca.
(D) aparelhos econômicos e a dialética é uma verdade mais séria.
(E) o dinamismo lento e se reproduz quase organicamente.

Questão 28: Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o


sentido de um segmento em:
(A) reduzindo-as à função (1º parágrafo) = incitando-as à extrapolação.
(B) vampirismo (...) crescente (2º parágrafo) = progressiva avidez.
(C) seu primeiro tento (2º parágrafo) = sua primitiva meta.
(D) estipendiado para o turista (2º parágrafo) = estilizado para o visitante.
(E) socialização do parentesco (3º parágrafo) = sociabilidade dos vínculos.

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Questão 29: No 3º parágrafo, o autor vale-se do termo dialética para


indicar
(A) a dinâmica pela qual a cultura popular ainda resiste à cultura de massa.
(B) a absoluta absorção que a cultura de massa impõe à cultura popular.
(C) a contradição entre interesse econômico e a macumba na televisão.
(D) o contraste entre manifestações populares e relações de vicinato.
(E) o apoio que a cultura de massa acaba representando para a popular.

Questão 30: No segundo parágrafo, o elemento sublinhado na construção


(A) ocupando-lhe as horas de lazer refere-se ao termo casa.
(B) eis o seu primeiro tento refere-se à expressão forma criativa.
(C) eis o seu primeiro tento refere-se à expressão cultura de massa.
(D) ocupando-lhe as horas de lazer refere-se à expressão cultura de massa.
(E) eis o seu primeiro tento refere-se à expressão horas de lazer.

Questão 31: TRT 2ªR 2014 Analista Judiciário – Área Administrativa


Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:
(A) Pelo simples fato de ignorarmos o futuro, Guyau não desiste de valorizar
no presente às ações que poderão projetar-se nele.
(B) O desconhecimento do futuro não nos exime de sermos responsáveis
por tudo aquilo que empreendemos.
(C) Sendo certo que o Desconhecido cercea nossa vida, nem por isso
deixaremos de investir sobre o nosso futuro.
(D) Está no futuro o sentido mesmo de tudo o que nos dispormos a fazer
nos limites naturais do tempo presente.
(E) Mesmo sem assenhorearmos qualquer certeza diante do futuro, nossas
ações presentes ressalvam toda liberdade.

Questão 32: TRT 2ªR 2014 Analista Judiciário – Área Administrativa


Por falha estrutural de redação, impõe-se reescrever a seguinte frase:
(A) Muitos ensinamentos dos antigos escritores e filósofos mantêm-se
atuais, por força do permanente interesse público pelos temas que
abordaram.
(B) São inspiradores os intelectuais antigos que, como Voltaire, discutiram
temas cuja relevância não sofreu qualquer declínio até nossos dias.
(C) A discussão atual sobre o direito de se publicar uma biografia não
autorizada pode enriquecer-se, quando se recorre a princípios
defendidos por Voltaire.
(D) A liberdade de pensamento constituiu uma preocupação central para os
intelectuais do século XVIII, destacando-se, entre eles, o gênio de
Voltaire.
(E) Mesmo que haja grande evolução no que diz respeito aos costumes, vê-
se que no século XVIII era permanente a preocupação com os direitos
civis.
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Questão 33: TRT 16ªR 2014 Analista Judiciário – Área Administrativa


De acordo com a lógica do texto, as afirmações O homem esquece seu
criador e Deus chama-o para si estão clara e corretamente articuladas na
seguinte frase:
(A) Ainda quando se esqueça de seu criador, o homem busca seu chamado.
(B) Embora Deus o chame para si, o homem esquece seu criador.
(C) Não obstante o homem possa esquecer seu criador, este o chama para
si.
(D) Deus chama o homem para si, conquanto ele não deixe de esquecê-lo.
(E) Mesmo que viesse a esquecê-lo, o chamado de Deus seria ouvido pelo
homem.

Questão 34: TRT 11ªR 2012 Analista Judiciário – Área Administrativa


É preciso reelaborar, para sanar falha estrutural, a redação da seguinte
frase:
(A) O autor do texto chama a atenção para o fato de que o desejo de
promover a igualdade corre o risco de obter um efeito contrário.
(B) Embora haja quem aposte no critério único de julgamento, para se
promover a igualdade, visto que desconsideram o risco do contrário.
(C) Quem vê como justa a aplicação de um mesmo critério para julgar casos
diferentes não crê que isso reafirme uma situação de injustiça.
(D) Muitas vezes é preciso corrigir certas distorções aplicando-se medidas
que, à primeira vista, parecem em si mesmas distorcidas.
(E) Em nossa época, há desequilíbrios sociais tão graves que tornam
necessários os desequilíbrios compensatórios de uma ação corretiva.

Questão 35: TRF 2ªR 2012 Analista Judiciário (banca FCC)


Aqui, nesta casa, criamos projetos e atividades que mantenham o tecido
urbano e social de Paraty em harmonia.
A frase acima foi reelaborada, sem prejuízo para a correção e a coerência,
nesta nova redação:
(A) É para manter em harmonia o tecido urbano e social de Paraty que se
criam projetos e atividades nesta casa.
(B) A fim de que se mantenham o tecido urbano e social de Paraty em
harmonia que criamos nesta casa projetos e atividades.
(C) São projetos e atividades que criamos nesta casa com vistas a harmonia
aonde se mantenha o tecido urbano e social de Paraty.
(D) Nesta casa, cria-se projetos e atividades visando à manter-se o tecido
urbano e social de Paraty de modo harmonioso.
(E) Os projetos e atividades criados nesta casa é para se manter em
harmonia tanto o tecido urbano quanto o social de Paraty.

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Questão 36: DNOCS 2010 Analista (banca FCC)


(...) as pessoas dirigem mensagens a quem não conhecem, a propósito de
assuntos que não dizem respeito ao infeliz destinatário.
Dando nova redação à frase acima, e iniciando-a com O infeliz destinatário
recebe mensagens, a complementação que se mantém clara, correta e
coerente com o sentido original é
(A) em que o emissor lhe é desconhecido, tanto quanto o assunto dela, que
não lhe diz respeito.
(B) sobre assuntos que em nada dizem respeito, haja visto que também
desconhece os próprios emissores.
(C) aonde os assuntos não lhe cabem conhecer, dando-se o mesmo com as
pessoas que as enviaram.
(D) de pessoas desconhecidas, sobre assuntos que em nada lhe despertam o
interesse.
(E) cujos temas não o interessam, provindos de pessoas que tão pouco
vieram a conhecer.

Questão 37: TRT 9ªR 2010 Analista Judiciário (banca FCC)


É preciso CORRIGIR, por falha estrutural, a redação da frase:
(A) Não empreendamos caminhadas sem primeiro definir o trajeto a seguir, o
esforço a despender, os objetivos a alcançar.
(B) Temerárias são as jornadas que mal definimos seus objetivos, assim como
não avaliamos o esforço cujo trajeto nos exigirá.
(C) Quando não definimos o trajeto a cumprir e o esforço a despender em
nossa caminhada, ela não nos trará qualquer recompensa.
(D) Dificilmente algum objetivo será alcançado numa caminhada para a qual
não previmos um roteiro a ser seguido com segurança.
(E) Nenhum benefício poderemos colher de uma viagem para a qual não nos
preparamos com um mínimo de cuidados e de antecedência.

Questão 38: TRT 12ª R 2010 Técnico Judiciário (banca FCC)


As personagens más são menos numerosas, mas são indispensáveis.
Condimentam a trama. Seu destino é mais variado, e assim deve ser, se
quisermos uma boa novela. Não podem ser todas punidas, nem sair todas
impunes.
As frases acima, do final do texto, se organizam de modo lógico, claro e
correto em um único período, sem alteração do sentido original, em:
(A) Indispensáveis, porém não tanto más, as personagens numa boa novela é
o condimento da trama, onde o destino é mais variado, como deve ser, e
nem todas punidas, nem todas impunes.
(B) As personagens más, cujo destino é mais variado, pois nem todas são
punidas, nem saem todas impunes, são menos numerosas em uma boa
novela, porém indispensáveis, porque condimentam a trama.

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(C) Mesmo que as personagens más são menos numerosas, mas


indispensáveis na trama de uma boa e condimentada novela, seu destino
é mais variado, e assim nem todas saem punidas, nem todas saem
impunes.
(D) Se quisermos uma boa novela, em cujas personagens não podem ser
todas punidas, nem sair todas impunes, as más são menos numerosas,
enquanto são indispensáveis na trama que fica mais condimentada por
seu destino mais variado.
(E) Assim deve ser numa boa novela de cujas personagens más menos
numerosas, mas indispensáveis na condimentação da trama, que o
destino é mais variado, nem todas punidas, nem todas impunes.

Questão 39: TCE-SP 2012 Auxiliar de Fiscalização (banca FCC)


Esforços devem ser feitos no sentido de preservar a região Amazônica.
O potencial elétrico da Amazônia deve ser desenvolvido.
Áreas devem ser oferecidas como compensação aos efeitos dos impactos
ambientais, por exemplo.
É preciso conciliar os objetivos que se contrapõem à exploração do
potencial hidrelétrico da Amazônia.
As frases acima articulam-se em um único período, com clareza, correção e
lógica, em:
(A) Ainda que esforços devem ser feitos no sentido de preservar a região
Amazônica e o seu potencial elétrico desenvolvido, com áreas que devem
ser oferecidas como compensação aos efeitos dos impactos ambientais,
assim se concilia os objetivos que se contrapõem à exploração do
potencial hidrelétrico da Amazônia.
(B) O potencial elétrico da Amazônia deve ser desenvolvido, e com esforços
no sentido de preservar a região Amazônica, sendo preciso conciliar os
objetivos que se contrapõem à essa exploração, em áreas que devem ser
oferecidas como compensação aos efeitos dos impactos ambientais.
(C) Para conciliar os objetivos que se contrapõem a exploração do potencial
hidrelétrico da Amazônia, deve ser feito esforços no sentido de preservar
a região Amazônica, com áreas de compensação aos efeitos dos impactos
ambientais, onde esse potencial elétrico deve ser desenvolvido.
(D) O potencial elétrico da região Amazônica, que deve ser desenvolvido com
áreas oferecidas como compensação aos efeitos dos impactos ambientais,
e com esforços no sentido de preservar essa região, sendo preciso
conciliar os objetivos que se contrapõem a exploração do potencial
hidrelétrico.
(E) É preciso conciliar os objetivos que se contrapõem à exploração do
potencial hidrelétrico da Amazônia, que deve ser desenvolvido, ao lado de
esforços no sentido de preservar a região, como, por exemplo, a oferta
de áreas que possam compensar os efeitos dos impactos ambientais.

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Questão 40: TRT 4ª R - 2011 – Analista (banca FCC)


A frase redigida de modo claro e condizente com o padrão culto escrito é:
(A) A criação, coordenação e assessoria a cursos profissionalizantes está a
cargo de ambos os formados na área, de cujo conhecimento de ponta
muito se depende.
(B) Advoguei junto ao chefe do rapaz que sua atuação tanto profissional como
em sociedade não deixava nada à desejar, o que lhe ajudou bastante
naquela pendência.
(C) Ele era o único que espontaneamente se dignava de ouvir-nos a todos,
sem exceção, e consentia prazeroso até o depoimento mais insosso ou
desajeitado.
(D) Não posso atribuir unicamente a precária condição de acesso à Educação
a apenas a condição de miscigenação dos que desejam ascender à sua
dignidade.
(E) Os resultados da pesquisa científica levada a efeito no ano passado deve
ser aberta àquele núcleo que a instigou, não devendo ficar restrito aos
especialistas.

Questão 41: TRF 4ªR - 2010 – Analista (banca FCC)


É preciso corrigir, pela má estruturação que apresenta, a seguinte frase:
(A) Com o advento dos meios de comunicação de massa, sobretudo os
eletrônicos, nem por isso o progresso tecnológico deixa de ser
contestado.
(B) A globalização está diretamente ligada à propagação e ao
aperfeiçoamento dos meios de comunicação de massa, que encurtam
distâncias e aproximam as pessoas.
(C) Quem não se deixa seduzir pelos atrativos e novidades da tecnologia de
ponta costuma defender as vantagens da simplicidade e da naturalidade
em nossa vida.
(D) Os muito jovens não fazem ideia de como foram velozes as
transformações que sofreu o nosso cotidiano, nas últimas décadas, por
causa das inovações tecnológicas.
(E) Ao que tudo indica, os próximos passos da tecnologia eletrônica serão
dados na direção de uma ainda maior integração entre as diversas
mídias.

Questão 42: TRT 1ªR - 2013 – Técnico Judiciário (banca FCC)


A frase redigida com correção e clareza é:
(A) A longevidade de Oscar Niemeyer permitiu, à todos os que
eventualmente criticavam as suas obras, que as revalorizasse enquanto
ele ainda vivia e não apenas depois da sua morte.
(B) Talvez ninguém tenha feito mais pela divulgação do país no exterior do
que Oscar Niemeyer, cujos projetos inconfundíveis, espalhados pelo
mundo, nunca deixarão de aludir à paisagem brasileira.

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(C) Até mesmo o governo dos Estados Unidos, que pensamos estarem muitas
vezes alheios as coisas que se passam no Brasil, lamentaram a morte de
Oscar Niemeyer, cuja nota dizia que ele inspirará gerações.
(D) Quando se começar à refletir no fato de que tão grande número de
templos religiosos, tenham sido realmente construídos ou não, foram
projetados por um arquiteto que abertamente se declarava ateu.
(E) Grandes arquitetos do mundo todo manifestaram sua admiração pela
genialidade de Oscar Niemeyer, onde muitos chegaram mesmo a declarar
a inspiração de suas obras em seu trabalho.

Questão 43: TRT 1ªR - 2013 – Analista Judiciário (banca FCC)


Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:
(A) Ao contrário da maioria, onde se prefere desconfiar do que confiar, o
autor do texto preferiu ficar com esta, expondo seus argumentos.
(B) Desconfiar é para muitos preferível do que confiar, pois lhes parecem que
a confiança requer ingenuidade, em vez da necessária cautela.
(C) A desconfiança é normalmente valorizada, se associada à prudência, mas
há quem veja nela um entrave para a criação mais ousada.
(D) Quem deseja tomar iniciativa e efetuar criações, não pode prender-se a
desconfiança, em cuja reverte em paralisia o que devia ser ação.
(E) Ser ousado para criar com liberdade requer de que a desconfiança não
venha bloquear nosso caminho, ou mesmo chegar a paralisá-lo.

Questão 44: TRT 1ªR - 2013 – Analista Judiciário (banca FCC)


É preciso corrigir a má estruturação da seguinte frase:
(A) Prefiro arrepender-me pelo que ousei − e confesso que ousei muito
pouco − a lamentar-me pelo excesso de cautela.
(B) É fato que a sabedoria popular, como tantas vezes se manifesta em
expressivos provérbios, nem por isso fica livre dos paradoxos.
(C) É de fato muito difícil, em nosso mundo cheio de problemas, pedir a
alguém que deposite toda a confiança em alguma coisa.
(D) É penoso termos de suportar o canto de vitória que os desconfiados
sempre entoam enquanto sofremos por haver confiado.
(E) Ao final do texto, considera-se a hipótese de que é um grande desafio
tornar inabalável a confiança no que de fato acreditamos.

1. C 2. E 3. D 4. B 5. A 6. D 7. A 8. C 9. D 10. A
11. B 12. E 13. A 14. E 15. E 16. C 17. D 18. B 19. E 20. D
21. B 22. A 23. D 24. C 25. D 26. C 27. E 28. B 29. A 30. C
31. B 32. E 33. C 34. B 35. A 36. D 37. B 38. B 39. E 40. C
41. A 42. B 43. C 44. B

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