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ISBN: 978-85-7506-232-6
olga.firkowski@pq.cnpq.br
martacasares@hotmail.com
INTRODUÇÃO
A questão metropolitana está em destaque nos últimos anos, menos pela
conscientização de que as cidades têm hoje uma outra escala e necessitam de uma
atualização analítica e de intervenção e mais porque as mesmas são protagonistas de
diferentes dinâmicas, na maioria das vezes com impactos negativos para o cotidiano de seus
moradores: as dificuldades crescentes quanto à mobilidade, o aumento da violência, os
riscos associados às inundações e deslizamentos, o déficit habitacional e as precárias
condições de moradia, o abastecimento de água o destino dos resíduos, dentre tantos
outros temas igualmente relevantes.
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deu menos atenção nos estudos acerca da realidade urbano-metropolitana, com nítida
priorização de referenciais analíticos oriundos da Europa e dos Estados Unidos.
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interior.
Segundo Cobos e López (2007), enquanto no ano de 1890 das 49 cidades mais
populosas domundo, 42 estavam no primeiro mundo, 7 no terceiro mundo e, dessas,
apenas 3 estavam na América Latina, no ano 2000 essa realidade se inverte: dentre as 50
maiores cidades do mundo, 39 estavam no terceiro mundo, sendo 7 na América Latina. Isso
demonstra uma importante alteração no quadro urbano-metropolitano latino-americano e,
sobretudo, a necessidade de ampliar e aprofundar as interações e as análises comparativas
no interior de tal realidade, tendo em vista suas especificidades em especial aquelas
advindas de sua origem e desenvolvimento histórico recentes, que faz com que as cidades
não sejam testemunho das mutações históricas de longo prazo, como ocorre na Europa, por
exemplo.
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até os anos de 1990, se justifica por meio da afirmação de Di Meo (2008, p. 2), segundo a
qual as metrópoles possuem uma hierarquia entre si, desde aquelas “assentadas no coração
das regiões que dividem os territórios nacionais até as metrópoles mundiais e as cidades
globais que governam o planeta.”
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Contudo, sua proximidade com São Paulo, grande centro econômico nacional,
em certos setores reduz e em outros potencializa sua atratividade. Exemplo de
potencialização pode ser apontado a partir da localização do parque automotivo, desde
meados da década de 1990, exemplo de redução pode ser apontado no âmbito de
atividades culturais e de espetáculos, cuja proximidade com São Paulo não estimula a
realização de empreendimentos dessa natureza.
A posição ocupada pelas cidades no conjunto da rede urbana (seja ela nacional
ou mundial), está intimamente relacionada ao momento histórico. Para Ferrier (2001), é
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Tal relação produz, ao tempo em que é também produto, novas formas urbanas,
mais complexas e que só podem ser compreendidas à luz do processo de
internacionalização, uma vez que o avanço do processo de globalização tem papel decisivo
na modificação da organização e do funcionamento das aglomerações metropolitanas,
provocando transformações não apenas no âmbito de suas articulações externas, como
também de sua dinâmica e configuração interna.
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como a circulação contínua e intensa, mas também as novas formas de coabitação entre as
populações originárias de continentes e de tradições migratórias diferentes.
Contudo, uma visão mais detalhada da realidade pode nos mostrar importantes
diferenças, pois essas lógicas homogeneizantes são confrontadas com realidades
histórico-culturais distintas, decisivas para a produção de espaços urbanos singulares,
embora submetidos a processos parecidos.
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de duas metrópoles regionais ou secundárias possa fornecer pistas acerca das similaridades
e/ou diferenças das repercussões dos processos de internacionalização sobre ambas, de
modo a que se possa contribuir com conclusões acerca da homogeneização ou não de
processos, capazes de uniformizar as dinâmicas urbano-metropolitanas na atualidade.
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RESUMO
Embora sejam recorrentes as análises comparativas entre cidades da América Latina, a maioria
delas se dedica a analisar as dinâmicas que reestruturam as metrópoles principais de seus países,
como São Paulo no caso do Brasil, Buenos Aires no caso da Argentina ou Santiago no caso do
Chile. Poucas são as análises que buscam comparar um grupo de cidades que podem ser
classificadas como metrópoles regionais ou secundárias, como é o caso de Curitiba no Brasil e
Tucumán, na Argentina.
Nesse sentido, o presente texto dedica-se a revisitar o conceito de metrópole regional, com o
objetivo de qualificar o papel desempenhado por Curitiba e São Miguel de Tucumán, no âmbito de
suas respectivas redes urbanas. Tal proposição, se deve a inúmeras observações, dentre elas o
fato de que a realidade urbana Latino-Americana tem-se alterado rapidamente e faz-se mister
ampliar as perspectivas de análise, não limitando as conclusões a visões parciais da realidade em
questão, mas tentando abarcar, o quanto possível, sua totalidade. Para tanto, parte da hipótese de
que embora não joguem papel principal na dinâmica econômica em seus respectivos países, tais
metrópoles regionais tem-se inserido de modo importante no processo de globalização por meio
da reprodução, nessa escala secundária de metrópole, de processos e dinâmicas globalizadas e
que resultam na conformação de espaços metropolitanos similares, na perspectiva sócio-espacial.
Corrobora essa hipótese a afirmação de Di Meo (2008, p. 2), segundo a qual as metrópoles
possuem uma hierarquia entre si, desde aquelas “assentadas no coração das regiões que dividem
os territórios nacionais até as metrópoles mundiais e as cidades globais que governam o planeta”.
Assim, ambas as metrópoles, embora submetidas à lógica da globalização, não são cidades
globais, mas inserem na problemática da globalização. Para tanto, a rede urbana brasileira e o
sistema urbano argentino - conforme denominação adota em ambos os países -, serão analisados
na perspectiva de se compreender a posição ocupada pelas respectivas metrópoles, buscando
ressaltar suas similaridades e diferenças.
Enquanto para o Brasil a referência de análise será o estudo sobre a Região de Influência das
Cidades - REGIC (IBGE, 2008), para a Argentina as informações a serem analisadas serão
provenientes do Plano Estratégico Territorial – Argentina Urbana, produzido no ano de 2011 pelo
Ministério de Planificación Federal, Inversión Pública y Servicios. Espera-se oferecer uma leitura
comparada, não apenas no âmbito da problemática dos dois países como também a partir da
interação entre pesquisadores oriundos de ambas as realidades em tela.
Palavras-chave: assentamentos precários; favelas; estatística textual.
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