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INSTITUTO FEDERAL DE
EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
PARAÍBA
Proposta de leitura de
conto de Moacyr Scliar
em sala de aula, a partir
do Método Recepcional
1 Objetivos de aprendizagem
2 Começando a história
Caro estudante,
Por essa e outras razões, apresentamos uma leitura de um dos contos de Moacyr
Scliar realizada com alunos do 3° ano do ensino médio. Essa leitura adotou como
“orientação” o Método Recepcional, que foca, antes de qualquer coisa, o ponto
de vista do leitor acerca do texto literário, numa atitude pouco utilizada nas salas
de aula brasileiras, pois, como vimos na aula 7, o que tem prevalecido, inclusive
nas orientações dos livros didáticos, é o ensino de Literatura pelo historicismo.
Vejamos o que diz Vera Aguiar (1988) sobre esse assunto:
Via de regra, os estudos literários nela [na tradição] tem se
dedicado à exploração de textos e de sua contextualização
espaço-temporal, num eixo positivista. O relativismo
de interpretação e, portanto, de leitura não é tópico de
consideração no âmbito acadêmico, o que se explica pela
tendência ao autoritarismo da própria cultura brasileira, que
endeusa seus expoentes, temerosa de expô-los à crítica.
(AGUIAR, 1988, p. 81).
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AULA 09
Diante dessa realidade, viemo-nos questionando sobre quais saídas propor para
a leitura da literatura brasileira contemporânea. Veremos, portanto, nessa aula,
uma experiência de leitura em sala de aula, a partir do Método Recepcional,
que demonstrou bastante eficácia, conforme poderemos constatar, inclusive
pelas reações dos alunos.
3 Tecendo conhecimento
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Proposta de leitura de conto de Moacyr Scliar em sala de aula, a partir do Método Recepcional
ALUNO 1:
ALUNA 2:
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AULA 09
Questionando os demais, concluimos que, de fato, ninguém havia lido Moacyr Scliar.
No entanto, imediatamente, os alunos começaram a questionar e questionar-se
sobre os contos de Lygia Fagundes Telles, que constavam no programa do
vestibular daquele ano (2005) da UFPB e, antes mesmo de iniciarem a leitura do
conto de Scliar, foram logo expondo as dificuldades para entender Lygia, devido
ao “seu caráter muito simbólico”, conforme expressa o aluno:
ALUNO 1:
ALUNA 2:
Nessa etapa, lemos o conto em sala, em voz alta e, com base no que os alunos
disseram anteriormente, questionamos sobre, primeiramente, o gosto pessoal
dos alunos, que ora reagiam com risos, ora com indignação, ou seja, de acordo
com as ações dos personagens e com cada um dos personagens. No ato da
leitura, percebemos, claramente, a tomada de partido por alguns alunos, quase
sempre em solidariedade à galinha e, quando era de indignação ao personagem
Ramão, era de pura zombaria e desprezo.
ALUNA 3:
ALUNO 5:
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AULA 09
ALUNA 2:
ALUNO 1:
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Proposta de leitura de conto de Moacyr Scliar em sala de aula, a partir do Método Recepcional
Não se trata aqui, com essa referência a Lajolo, fazer juízo de valor da obra de
Lygia Fagundes Telles. Pelo contrário, estamos possivelmente diante de um
problema de leitura do próprio professor, considerando a fala dos alunos que
enfatiza a ideia de que não estão gostando dos contos de Lygia talvez pelo fato
de o “professor não saber dar”, que podemos perfeitamente traduzir como “não
saber ler” ou, pelo menos, “estar lendo mal”.
QUESTÃO 1:
QUESTÃO 2:
De acordo com o enredo, qual deveria ser o final da história?
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AULA 09
QUESTÃO 3:
Encontre elementos no texto que permitem fazer uma relação entre o
conto e uma tragédia grega.
QUESTÃO 4:
O que deu a entender quando Amâncio deu até meia-noite para
Ramão trazer outro ovo?
QUESTÃO 5:
Por qual motivo a galinha desejava cantar bem?
ALUNO 5:
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Proposta de leitura de conto de Moacyr Scliar em sala de aula, a partir do Método Recepcional
ALUNO 1:
ALUNA 6:
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AULA 09
ALUNA 2:
ALUNO 1:
ALUNA 2:
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Proposta de leitura de conto de Moacyr Scliar em sala de aula, a partir do Método Recepcional
ALUNA 3:
Exercitando
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AULA 09
Figura 2
Para aprofundar o seu conhecimento acerca do Método
Recepcional, leia na íntegra o livro indicado ao lado, no
qual você encontrará, além do método aqui apresentado
e discutido em forma de exemplo de atividade, algumas
outras alternativas como: Método Científico, Método
Criativo, Método Comunicacional e Método Semiológico.
5 Trocando em miúdos
6 Autoavaliando
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Referências
LAJOLO, Marisa. O texto não é pretexto. In: ZILBERMAN, Regina (Org.). A produção
cultural para a criança. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1982. p. 52-62.
SANT’ANNA, Affonso Romano. Paródia, paráfrase & cia. 4. ed. São Paulo:
Ática, 1991.