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5 abr 2018 19:02

A rede social Facebook confirmou que lê as conversas e controla as fotografias e hiperligações partilhadas entre utilizadores
através da plataforma de troca de mensagens Messenger. O objetivo, diz a empresa, é garantir o cumprimento das políticas
da rede social e impedir abusos.

Debaixo de fogo, os responsáveis pela rede social Facebook continuam a revelar pormenores da forma como tratam os dados dos utilizadores. Esta
quarta-feira, a empresa confirmou que controla as conversas numa das plataformas da marca Facebook, o Messenger, usado para conversas entre
utilizadores da rede social.

A empresa verifica as hiperligações partilhadas nas conversas privadas e lê o conteúdo das mensagens quando estas são sinalizadas aos moderadores.
O objetivo, diz a empresa, é garantir que o conteúdo dentro desta plataforma cumpre também as regras. Caso isso não se verifique, as mensagens
são bloqueadas ou eliminadas.

A confirmação desta prática surge depois de o cofundador e presidente da empresa, Mark Zuckerberg, revelar numa entrevista, no início desta
semana, que teve conhecimento do conteúdo de algumas mensagens na Birmânia.

Zuckerberg explicava a necessidade de a empresa se adaptar à dimensão global que hoje tem. E dava o exemplo da atenção dada à Birmânia. “Um
sábado de manhã, recebi um telefonema”, diz o CEO. “Detetámos que as pessoas estavam a tentar espalhar mensagens sensacionalistas — neste caso
através do Facebook Messenger — para cada lado do conflito, basicamente, dizendo aos muçulmanos ‘olhem, está prestes a acontecer uma
revolução budista, por isso garantam que estão armados e vão para sítio tal’. E depois a mesma coisa do outro lado”, explicou Zuckerberg.

Então, os sistemas da empresa “detetaram o que se estava a passar” e o Facebook “travou essas mensagens”, contou.

Recorde-se que a Birmânia, de maioria budista, é acusada pelas Nações Unidas de limpeza étnica da minoria muçulmana rohingya no oeste do país.
Cerca de 700 mil rohingya fugiram para o Bangladesh para escapar a ataques do exército birmanês.

Estas afirmações levantaram dúvidas sobre a forma como o Facebook soube do conteúdo das mensagens. À Bloomberg, a rede social diz que apesar
de as mensagens no Messenger serem privadas, o Facebook controla-as, usando as mesmas ferramentas que usa na rede social para prevenir abuso.
Diz a empresa que todo o conteúdo, mesmo o que está nas conversas ‘privadas’ da plataforma Messenger, tem de seguir as “políticas da
comunidade”.

A empresa garante, porém, que não usa os dados recolhidos no controlo das mensagens para publicidade.

Como as publicações feitas na rede social Facebook, as mensagens podem ser denunciadas pelos utilizadores caso violem as políticas da empresa.
Nesse caso, o conteúdo será revisto pela equipa de “operações de comunidade” do Facebook. Porém, a verificação pode ser também feita por
ferramentas automáticas.

Citada pela Bloomberg, uma porta-voz da plataforma de mensagens dá o exemplo: “No Messenger, quando envias uma fotografia, os sistemas
automáticos rastreiam-na, usando tecnologia para comparar fotografias, para desatar imagens conhecidas de exploração infantil, ou, quando envias
uma ligação, verificamos se tem ‘malware’ ou vírus”. Estes processos, continua o comunicado, servem para “travar rapidamente comportamentos
abusivos na plataforma”.

À Business Insider, também uma porta-voz do Messenger, não identificada, afirma que as imagens não são controladas por humanos.

O Facebook tem no portefólio um outro gigante de troca de mensagens — o WhatsApp. Porém, no caso desta aplicação, as comunicações são
encriptadas nos dois lados da conversa, fazendo com que nem a empresa, nem os governos ou autoridades policiais tenham acesso ao conteúdo
partilhado (facto que também tem levantado algumas questões junto das autoridades).

O Messenger, que anteriormente estava integrado como funcionalidade da rede social Facebook, também permite encriptar, isto é, proteger, o
conteúdo das mensagens; todavia, essa camada de segurança adicional tem de ser ativada manualmente pelo utilizador, função que se desliga
automaticamente ao fim de um período pré-programado de tempo.

A rede social Facebook tem estado no centro de uma vasta polémica internacional com a empresa Cambridge Analytica, acusada de ter recuperado
dados de milhões de utilizadores da rede social, sem o seu consentimento, para elaborar um programa informático destinado a influenciar o voto dos
eleitores, favorecendo a campanha de Donald Trump.

O Facebook já anunciou que pretende lançar medidas para dar mais privacidade aos utilizadores, afirmando que "percebeu claramente" que as
ferramentas disponíveis "são difíceis" de encontrar e que "tem de fazer mais" para informar os utilizadores da rede social.

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