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Ass. Estas of-"Ntrés categorias poss{veis — do teatro popular, sendo que a terceira é deci- didamente amti-povo. Em tédas, no entanto, exis te uma caracter{stica comm: o teatro é feito — pelos artistas, o espetéculo & una obra de arte acabada, @ Sste produto final 6 oferecide eo po. yo. Néa, om artistas, fazemos arte ~ e 0 povo a consor Estamos egore criendo uma nove catégoria de teatro populer, fundamentslmente diferente — das trés anteriores. Nela, o préprio povo faz 0 spetéeulo. Néo produsinos, como ertistas, um - spetéeulo: como técnicos, produzimos es ferre— tes a serem utilizedes pelo povo na febrica- s@e do seu proprio teatro. Nes trés primeires cetegorias, o povo é Qnicamente @ receptor do produto testral; ni ta querte categorie, o povo fabrica e consone ~ teatro. Em setembro de 1970, o featro.de Arena - epresentou o primeiro espetéculo de teetro jor nal, "TEATRO JORNAL-PRIMEIRA EDICAO". Trateave — se apenas de uma demonstregeo de técnicas, nove eo todo, com as quais era possfvel trensformer- quelquer noticia de jornel em cens de teatro. - Grupos interessados forem convidedos a essistir e, apés o espetéculo, inicieye-se o debate, du- =36— rente os quais, gerelmente, formevem-se grupos— de teatro jornel. En Séo Peulo jé se formarem — meis de 20, em Buenos Ayres 4, em Montevideo 1, e em outres cidedes como Curitiba, Pérto Alegre Ribeirso Préto, Cuiabé. ‘A ié6ie 6 continuer formendo grupos, nu- ma espécie de corrente: cede grupo de teatro jornel que ejudemos a former, compromete-se 8 ejuder ne formegao de outros, que ajudarao a — former outros meis © essim suecssivamente. 4 quentidede importe: nao se trate de realizer um espetéculo "bem sucedido" mas de ecostumer a to dos a utilizer o teatro como jé utilizem as as- sembléies, oS jorneic mureis, e e simples dis— eussao de problemes que efetam ee suas respecti ves coletividades ‘A idéie @e teetro jornel ¢ antige. Porém 26 qyendo 0 grupo integredo por Coleo Fratesoht Dulce Muniz, Wélio Muniz, Elisic Brendac, Deni- se Felético e Edson Sontena, eceitou lever adi-~ ente e pesquisa, sé entao o teatro jornel se - tornou viével. Expuz e idéie désee tipo de tea- tro e a equipe pesquisou durante trés meses ten do realizado 5 edicgdes, em criagao coletive. A @irecdo déste espetéculo, que 6 minhe, consis - +iu num trabalho especiel e diferente: coorde — ner, estruturer; selectonar e_astimetar, pertin .Primeiras nove téenicas ,pesquisadas. 5 do de um trabalho de equipe. Tombém Marcos We - instock integrou-se no grupo, cuidando de parte visual e Mério Masetti contribuindo com suges -— toes e com o artezanato da parte sonore. 0 artigo em seguida procura explicer as TEATRO JORNAL RA EDI A forma de “teatro-jornal" tem varios o-| djetivos. Primeiro, procura demmistificar a pre tensa "objetividade" do jornalisno: demonstra -| que uma noticia publicede ex um jornal é ume o- bra de ficgao. A importéncie de uma notfcia e o seu préprio cerdéter dependem de sue relecéo com o resto do jornal. Se na manchete surge a tragé) ie de Jovem que foi miraculosamente salva de— pois de atear fogo &s vestes, desenganada no -| seu amor - esta tragédie de primeire pagina re~ duz & simples condigao de feits divers os san— grentos choques_emtre os guerrtiheiros pelesti-| nos @ os mercenérios do Rei Hussein. Pergunta— get qual é meis importante: a conquista do tri- campeonato de futebol ou ea séca do Nordeste? 0) "Cidadao Kane", de Welles, j& respondeu: "Nenhu) ma noticia 6 importente bastante para valer uma manchete; ponhe-se qualquer notfcia sem import~ - 58 = téncia ne menchete © ele se trensformeré em no— tfcie importente!" Assim se monipula a opiniso- piblice — 0 processo é simples, indolor. © teetro-jormel 6 a realidade do jorna - lismo porque epresente a noticia diretemente eo espectador sem o comdicionsmento da diegramagea ‘Algumes de suas téomicas, como a do "improviso" sao @ Tealidede mesme: aqui nao se trata de re- presenter ume cene, mas de vivé-le cada vez. = cade vez 6 tinica em si mesma = como é Unico ce- de segundo, cada feto, cade emogeo. Neste caso, jornel é ficg#o, teatro-jornal é realidade. Em outras técnicas, porém, teatro-jorel é teatro, fiegeo: nes técnicns de acéo peralela, ritmo , ete. © segundo objetivo 6 torner o tectromais populer. Em gerel, quendo se pretende populeri- zer 9 tertro, pretende-se impor eo povo um pro- duto acabado, feito sem a sua perticipagao e,a8 ‘vézes, sem os seus pontos de vista. No Brasil , por exemplo, pretende-se 4s vézes populerizer - pecas rescionéries de Pirendello, de Roussin, e neste sentido o teatro se torna téo popular co- mo a fome, e c morte entes dos trinta, 0 teatro jJornel, 20 contrério, pretende populerizar al— guns meios de se fazer teatro - a fim de que o préprio povo-déles se pobsa uth@hzer, para pro- eiag duzir 0 seu prénrio teotro, Mel comperendo: temos rotetives, pretendemos fabricar o nos 80 jornal e populerizé-1o - pretendemos ceder - nosses rotetivas. For isso, neste primeira edigao os meios sé0 ben simples © por isso o espetéculo preten- de ser apenss demonstretivo. © terceiro objetivo consiste em demons - trar que o teatro pode ser praticado mesmo por quem neo é ertista, dea mesma meneira que o fute bol pode ser preticado mesmo por quem nao é a= tleta. Pare se jogar numa selecdo sim, 6 neces- sério yr etlete, mas pode-se também jogar ne vérzea ou no quintel de casa. 0 prezer de ume boa pelede nao depende de execucéo refineda de ume jogads. O preger de se fazer teatro numa ae la de eula, no restaurente de um sindicato, neo depende de perfeicao artezenel do Berliner En— semble. Todo mundo pode fezer teatro como pode Perticiper de ume assembléie e defender seus - Pontos de vista, sem que pere isso seja necosed rio fazer um curso de oretérie. E, perelelamen- te, tudo 6 pessivel de um tretamento teetrelino tfeias de jornel, discurs: jingles, livros 4i détivos, « Bfblie, filmes documentérios, etc. —_—_—_—_—_—_—_ ~ 60- AS NOVE PRIMEIRAS TEONLCAS ‘A Primeira Edicao do: Teatro-Sornat-do—Te atro de) Arena, pesquisou nove téenicas que co tem do seu primeiro espetdculo. Seo eles: 1, TRETURA STNPIES - Esta nem so menos se cone titui: numa técnica prépriamente dita. Os atéres lém noticias destacadas do corpo.do Jornal. A notfeie, fora do seu contexto jornalfstico ad- quire outro valor que lhe 6 dado» pele relacao a tor-eapectador,.em: cade eapetdculo, determinado. 2, IMPROVISAGAO — O28 atores:informem-se da not{ cia @- improvisam ume cens como em exerefcio de leboratério. A noticia serve apenss: como. vago -— roteire.— espécie de canovecci. da commédia del’ arte, Ou pode-se improvisar o que teré econtect, do epéso fato nerrado pele notfoie, Ow pode-se improviser os motives e es cenas.que teriem le~ VYedo eos fatos nérrados pela noticia. 3, TELTORA COM RITMO - Todo ritmo, om ei. mesmo, tem um conteido préprio, desperte certas emo - goes, certas imagens, certes idéies..Quelquer - letra. de misica pode verier de sentido dependen do, do ritmo em que 6 cantede,.Ume letra que fa— le de solidao, ebandono, tristeza, ete.,ien Bos va Nove, 6 nostalgia, em Tengo€ lemento de com nudo. Ler com ritmo é interpreter, emprestando- & notfcin o conterido do ritmo escolhido. Signi- ee duzir o seu préprio teatro. Mel comperendo: se | tenos rotetives, néo pretendenos febricer o nos 80 jornel e populerizé-lo - pretendemos ceder - nosses rotetivas, Por isso, neste primeira edigao 08 meios 860 bem simples e por isso o espetéoulo preten— de ser apenas demonstrative. 0 terceiro objetivo consiste ex demons — ‘trar que o teatro pode ser praticado mesmo por quem néo € ertiota, da mesma meneire que o fute bol pode ser praticado mesmo vor quem nao é a tlete. Pera se jogar numa selegdo sim, & neces- sério ser etleta, mes pode-se também Joger na vérzea ou no quintel de casa. 0 prezer de uma bor peleda nso depende de execucdo refineda de ume Jogada. 0 prazer de se feser teatro numa se de de eula, no resteurante de um sindicato, nao Gepende da perfeicao ertezenel do Berliner En— semble. Todo mundo pode fazer teetro como pode Perticiper de ume assembléie e defender seus - Pontos de vista, sem que pare isso je nec rio fezer um curso de oretérie. E, paralelamen— te, tudo 6 pessfvel de un tretenento teetrelino tfoies de jornel, discursos, jingles, livros 4i aétivos, 2 Bfblie, filmes documentérios, ete. AS NOVE PRIMEIRAS TECNICAS . A Primeire: Baicé0.do Teatro Jornatde—Te - atro de-Arene, pesquisou nove técaicas (que cons tem do seu primeiro espetéoulo+ Sao elast 1. IHETURA SIMPLES - Bete nem.eo menos se cons- titui numa técnica. propriemente dite. Os atores ‘Lam notfcias destecades.do.corpe do jornel. A notfeia, fora do seu-contexto jornalfstico sd- quire outro yelor.que.he é,dedo pela relageo s tor-espectaior, em.cada espetdculo determinado. 2. INPROVISACAO.-.0s atores.informan-se da nott cia eimprovieem uma cena como em.exerefcio de leboratério. A noticia serve spenas..comoivago — roteiro - espécie de cenoyacci de commédie del! arte. Ou pode-se improviser o que:teré aconteci @o apés o feto-nerredo pele notfoie. Ou pode-se imprevisar os motives e.as.cenes que teriam le- yedo ecs fatos narrados pela noticia. 3. IZTTURA COM _RITWO.- Todo, ritmo»: em simesmo, tem um contetido prépric, desperte certes emo - goes, certas imagens, certes idéias. Quelquer - letra de misica pode veriar de sentido dependen do do ritmo en.que,é centade, Uma letra que fe- le de solidac, abandono, tristeza, ete.» em Bos sa Nove .é nostalgia, em Tengo € lemento ide com nudo. Ler com ritmo 6 interpreter, emprestando- & notfcie o conterido do ritmo escolhido. Signi- i= Tica ver os fatos com a perspectiva do ritmo. No ceso da “Primeira Bdicao* elegeu-se o @iscurso de um deputado em favor da censura pré vie de livros, revistas e jornais. 0 discurso 6 bastante medievel em seu contetido, Nade nelhom do que o canto gregorieno para evidencier ésse- significado subjacente. 4. AGHO PARALELA - A noticia 6 lida por um ator ou no gravador, enquanto que em cena se dasenro lam acgoes que explicem a not{cie ou que « criti| quem. Na "Frimeira Edicéo" es noticies 1idesno| @revedor, referem-se & utilizagao de animeis pe Joe Estedos Unidos na guerra do Vietna (perceve Jos radietivos, cestores pera destruir diques , Peixes elétricos pera eletrocutarem embercecoes imimigas e outres idéies aparentemente de Scien| ce Fiction, mas que sao ne realidede estudades- seriemente pelos cientistas de Leke City - USA) notfoies sébre Hermen Khen, o futurélogo que foil incapaz de prever o que sacontecerie nos Ultimos trés anos no Bresil, mes que so mesno tempo jul| ga-se capaz de prever o que econteceré nos pré= ximos trinte, o terremoto do Peru, os gols de Pe| 16, etc., etc. Em cena os atores reproduzen as agdes cotidienas que melhor demonstrem o totel- alheiemento de "maioria silenciose" diente doe - 62~ fetos meis acebrumhentes! files de jogedores em busce de solucao mégice de Ioterin Esportive,um enseio de escols de samba, um dia de wm "cide — @a0 normel", es compre de um cerro Witimo modélo, etc., ete. 5. REFORCO - Neste técnice, e noticie serve de roteiro preenchido com todo tipo de materiel Jé conhecido pelo piblico, ou previsto: jingles co mercieis, slides, propsgende, filmes documenté— rics, freses de entincios femosos, etc. 6. LEITURA CRUZADA - Aqui o elenco crusea duas - ou meis noticies, A seleceo bresileira de fute- vol foi considerade e de melhor prepero f{sico- no Ultimo Cempeonsto Mundiel, e meie seudével . No Pieuf, segundo noticies doe jornsie, tide a equipe cempee do Fluminense locel sofre de ver minoge. 0s contrestes bresileiros podem ser re- velados en fotogrefies de Copacebens: feveles eo edo We pelecetes, Ou cruzendo-se e noticia de que nosse belence externa de pegementos acuse um seldo em nosso fevor de 900 milhoes de déleres, eo mesmo tempo em que, no Nordeste, camponese: ecucdos pele sées, etecem até ceminhoes e trens de viveres pera mater a fone. 7. HISTORLOO - Une noticis € sempre-melhor com- preendida pelo espectedor se éste tiver informe goes histérieas adicionsis. Ne *Primeire Bdicas" Pret conte-se 0 crime cometido contre um cemponés - que solicitou so latifundidrio o pagamento doe meses ‘em atreso e que foi amarrado numa érvore @ morto a golpes de faca enquento o senhor des terres lie pelevras cruzades., Um fotéerefo ama or fotogrefou o crime e sé assim as eutoride— des competentes tomaram conhecimento do feto ~ epeser de denincies entes feites pela mulher - de vftima. Utilizendo-se o "hietérico", o tea- ‘tro Jornal procure mostrer que a situsgao do homem do campo pouco mudou sob o domfnio portu gués, holendés, durente e escrevidao ou depois de Repiblice. 8. ENTREVISTA DE CAMEO - Antigemente, quendo o @remeturgo querie reveler o {ntimo do seu per~ Sonagem escrevie um monélogo e o personagem co meceve a felar sdzinho, e se pergunter se era melhor ser ou neo ser. Hoje er die foi inventa des televiseo e quando a gente quer saber 0 que vei no fntimo do personsger, fez-se ume en treviste de cempo, utilizendo-se tédes es téo- nices espetaculares dos costumeiros entrevista dores. A solenidade de certos manifestos, cer tos discursos, seo assim relativisados pele - sus trensericao muma linguegem também conheci- da, esportive. 0 conhecimento de verdede do pro nunciamento torne-se mis fécil se éle for dep TT - 64 = taceta do seu contexto solene e desprovido dos chavs demagégicos. 9. G@ICRECAC DA ABSTRAGAO - Tornar concrete ume noticia. A TV nos habituou a conviver com o que hé @e mais terrfvel no mundo: guerra, mortes vi olentas, checinas, terremotos, estupros, todos- os tapos de crime. Os noticidrios sao quase sex ~ prem hore do elméco ou ne hore do jenter. Ver Seng ne TV enguanto se come é quese teo impor tente como o sal de comide. Ne querte-feire, jun to am s feijoede cerioce, e gente tem que ver um bello dum bomberdeio na Indochina; e o mélho- & bollonheza de mecerronsde das quintas ¢ o sen- gue d um estudente ou negro beleedo nos Este ~ dos Thidos. Continuamos comenéo tranquilos.A in formegao j4 néo informe. Ouvimos e noticia e «& registremos e continusmos tao insensfveis como- um cmputador eletrénico. A morte 6 ebstreta . Por asso é necessfrio torner concretes certas - Pelewnas, Podemos ouvir, como ne “Primeira Edi- geo", a noticia da morte de um operério que,sen do oltigado e entrar num forno sem o temo de repfaiemento necessério, teve o seu sengue cozi 40 dentro do seu préprio corpo; essa notfeia po de-nos deixer infiferentes, sem ver reelmente o feto. Neste ceso perticuler, epés cenes de in— proviso, cenes de “histérico" ¢ outres técnices = 63> © elenco concretiza e morte do cemponés através da morte, bm cons, de pequenos enimsie queime - dos, de boneces cujo fogo reproduz o cheiro do forno misturedo com carne hunena queimada. Estas sao as nove técnicas que foram pes quisades e selecionades pelo Testro Jornel do - Teetro de Arena. Outres estao sendo pesquisedes Pelos jé intimeros grupos de teatro jornal que se formaren e continuem se formando. O importante, ngo sao es técnices em si mesmes, mes sim dar ec todos a possibilidade de disporem do teatro co- mo um meio vélido de comunicacao. Pele primeire vez 0 Teatro de Arena nao tente apenes populeri zer um produto acebado, mes sim dar a todos of meios de fazer teatro: eo teatro feito pelo pe Yo, independentemente de suss habilidedes artis ticas, seré, é desnecessério dizer,"populer". Informacoes sdbre o TEATRO JORNAL : Em Sao Paulo jd foram orgenizedos mais de 20 er pos que praticer "teatro-jornel". A meiorie de estudentes, universitérios ou secundaristas, ¢ grupos tembém de operérios. Alguns désses gru- pos j6 formarem seus préprios grupos, eos queit dao apoio, especialmente ne sue fese de forme — sao. Cada grupo tem seus préprios problemas e condi- goes. A metéria utilizeda nos seus espetéculos- nti E on 6 8 meis verieda possfvel. Alguns exemplos: = nume feculdade foi fdita une ediceo de teatro jornel exclueivemente con discurscs pronuncia— dos pelo diretor nos Wiltimos dez encs, mostran- do & lenta evolucao do seu pensemento polftico, segundo os econtecimentos necionais; de france— mente & esaquerde, pere uma posicéo moderede,cen triste, apés 1964 - e def pere ume posicso eber temente direitiste apés 1969; - um espetéculo foi feito com textos tirados da Biblia, moetrendo situegoes einda vigentes hoje em Gis, e quais es solucoes epontedes por Cris- to e outros personegens biblicos; - elgumes edigoes foram feites com situegoes e Personegens de histéria do Bresil. As sules de- des nes escoles tendem e epresenter nossos he— réis como figures simbélices, desprovides de vi de real e perticuler. A eprezentegao de edicoes de tétro jornel sébre Tiradentes, por exemplo, ajuda a mostré-lo como um permanente batelhedor um heréi de libertageo necionsl contre e doming geo estrengeire (no ceso, Portugel), tirendo up pouco @ sua epresentecao convencionel de mértir eetéico, que em siléncio eceitou e morte. 0 im portente ex Tiredentes foi sue vida, e neo sua morte - e sue vide foi inteire dedicada 4 cause de nosse libertecao. ener s ~ nume feculdede de Direito montou-se todo o 06 digo penel, ilustrando cada lei com e noticia — @e um determinedo crime; procureve-se mostrar — dues leis: « verborrdgice e vazia do Cédigoe e que é preticada, es contredicoes que a legisle- geo encontre quendo estebelece direitos iguais- Pere clesses sociais distintes. Tento em Sao Peulo, como em Buenos Ayres © outres cidedes, as platéine duvidavam que a prética de teatro jornel fésse teo simples co- mo 0 jégo de futebol. Ne, Associecion Argentina de Actores, o grupo do Teatro de Arena £82 uns demonstrecac prétice durente ume conferéncia: « Préprie platéie montou ume noticie no prazo ée ume hore, num trabalho orgenizedo de quinze peg soas. Duvidevem que o teatro jornel pudesse ofe reeer uma anélise mais profunde de determinedes situegoes; eoreditavam que e montegem de notici a5 se limiteve e ume sétire sem consequéncias A noticia que éles mesmos monteran, © respeito- do sequestro de um advogado, cuje interpretacao | por perte de opiniao piblice em Buenos Ayres e- ra a mais contreditéria possfvel, permitiu mos- trar etrevés de acces paralelas as duas corren- tes principeis que procureven interpreter 0 se- questro e como es férces ermades ergentinas se eproveitavam da opiniao piblica pere confundf — T a2 | le ainda mais. Um grupo em Sao Paulo, resolveu sair nu- pe viagan de carona até 2 Bahia formando grupos | ae teetro jornal em diversas cidedes de interi- or. , | DEBATES Em cade apresentagao de teatro jornal, o |) préprio espetdculo 44 6 um debate em si. A ple- té1e esté odservendo, perticipando novamente de situagdes mites das quais jé foram vivides por diversos elementos da pletéie, ne mesma semana, ou no dia mesmo do espetéculo. Assim, portento, um debate depois de apresentacao sempre se con~ verte numa demonstrecao de sue eficécia. Seleci onomos equi algumes questces que forem leventa— | aes durante o curto perfodo de exieténcie dessa | experigncie nova, que nos perecem meis importen teat | — um operério que fazia um curso de Medureze Gi | ineaial, conegou @ conter no debate une série de aituagdes por que havie passedo, endlogas Bs que hevia presenciado no espetéoulo. E as relatava- ceriticamente, coneluindo que agora “podie ver ~ melhor 0 que hevie se passado com le mesmo”. = Una univeraitéris /disse que, meszo que nao conaeguiese former um grupo entre sues colegas, eis, jemais volteria e ler jornais despreocupedemen- te como o fazia entes: "Sempre quando eu ler = noticia de um ecidente de trebelho, de guerra , de ume morte qualquer, sempre vou ter diente de im e imagem dessa bonece queimendo. Penso que Tecuperei minhe sensibilidede e minha responss- Dilidede diante dos fatos.” 4 - Yérias pessoas, a maiorie estudentes, eseis—- tiem o espetéculo diverses vézes e, com o tempo passavem » participar dos debetes complementen- do as questoes levantadas com experiéncies obti des nos grupos que éles mesmos haviem recente - mnte formado. - Un Jovem, acostumado a ver o teatro importa idéias ténnices e estéticas de outros pat: ; perguntou em que pefs havia surgido essa idéin~ de testro Jornel. Espantou-se muito quando sou- de que nascera aqui mesmo! Alids, um coluniste- do Pasquim, relatou numa das “Dicas" de janeiro de 1971 que um espetéculo que vira em Paris no fim do ano pessado lhe devolvera a certeza de que o teetro néo hevie morrido. Tratave-se de um espetéeulo semelhante a teetro jornal em que se mostrave e tendenciosidade des agencies in — ternacionais de informagao que procuravam conda zir a opiniao piblica através de determinadas - palevras-chaves no texto das notfcies e através an = 70 = @e fiegramecio. fsse colunista neo se deu conta atrevés de reportegens publicades em jomsis — peulisteas e na Revista Viseo, que ésse tipo de espetéculo jé existie einco meses antes de expe rigncia frencesa, no Brasil, e de uma formamsie desenvolvide e aprofundeda. Quando um ertista se volte epenes pere 6 erte burguesa e se esquece— ae acompanhar a erte populer, é muito comum que vem cedp venha a crer que a arte morreu. Beque- ce-se que sdmente as refzes populares deo & ar te sua vitalidade, sue presenge renovedora etre vés dos tempos, sob as mais adversas condicces. - Num espetéculo no Teatro de Arena, diente de ume pletéia que foi eo teatro pere ver "Arturo= Ui", de Brecht e que, devido « um imprevisto se uniu & pletéia do teatro jornal, o debate er resteve interminavelmente: um senhor, por sinal dono de uma fébrica, estava revoltado com o que dizia Sle ser "o simpliemo da idéia de teatro ~ jornal", que apresenteve sdmente os probleras — meis comuns, deiikendo de ledo os aspectos "pons es “grandes realizecoes do pefs". Foi quando um eritico teatral que esteva presente ne platéis- por aceso, e que nunca se havia manifestado em debetes, se levantou e disse mais ov menos o se gainte: "Sou-um crftico de teatro e durante to- 40 @sse-eno-em Sao Paulo néo tinha visto um es- -T1- petéculo como éste, bresileiro, fogoso, que jus tificasee o eno teetral peuliste. Hé muito nao se vé no teatro brasileiro e epresentagao no — paleo de problemas tao urgentes e teo oportunos. Vejo, neste debate, que se procure minimizer importéncie do teatro jornal, reduzindo-o 8 fe- monstregao das nove téenicas. Pouco se falou de montagem livre e dinamice, de férca e beleze - dessa nova forme testrel. 0 espetéculo em si ¢ dos mais importantes que tenho visto. Teatro - jornal 6 mais do que e demonstragao de técnicas. Teatro-jornal é, antes de tudo, um exercfcio de liberdede."

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