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MICROCONTROLADORES
AULA 1
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CONVERSA INICIAL
Neste tema iremos aprender sobre o respectivo dispositivo que é
empregado para o armazenamento de informações/dados em formato digital ─
muito embora a informação seja armazenada em hexadecimal ─, bem como a
sua classificação, terminologia empregada, construção e princípio de
funcionamento. Bons estudos!
TEMA 1: TERMINOLOGIA
Célula de Memória
É o termo designado para representar a menor unidade de
armazenamento de uma informação em memória, por meio de um dado binário
0 ou 1. Os dispositivos empregados para realização deste armazenamento são
geralmente os flip-flops, e também os capacitores, dependo efetivamente do
tipo de construção da memória.
Palavra de Memória
“Um grupo de bits (células) em memória que representa instruções ou
dados. Por exemplo, um registrador constituído de oito flip-flops pode ser
considerado uma memória armazenando uma palavra de oito bits” (TOCCI et
al., 2011, p. 657).
Byte
“É uma terminologia emprega para designar uma informação e/ou dado
em um tamanho fixo de oito bits. Um termo especial, usado para designar
palavra de oito bits”. (TOCCI et al., 2011, p. 657). Esse tamanho de palavra é
muito utilizado em sistemas implementados por processadores e
microcontroladores por meio da palavra de dados.
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Capacidade
Segundo Tocci et al. (2011, p. 657):
É uma forma de especificar quantos bits podem ser armazenados em
determinada memória. Para ilustrar, considere que tenhamos uma
memória que possa armazenar 4096 palavras de 20 bits,
representando uma capacidade de 81920 bits. Podemos também
expressar esta capacidade como 4096 x 20. Ao expressar desta
forma, o primeiro número (4096) é o número de palavras, e o
segundo (20), o número de bits por palavra.
Endereço
Conforme Tocci et al. (2011, p. 657):
Operação de Leitura
“É uma operação segundo a qual uma palavra binária armazenada em
posição específica de memória (endereço) é identificada e transferida para
outro dispositivo qualquer do sistema”. (TOCCI et al., 2011, p. 658)
Operação de Escrita
Operação na qual uma nova palavra é colocada em determinada
posição de memória. Também chamada de armazenamento. Sempre
que uma nova palavra é escrita numa posição de memória, ela
substitui a palavra que estava anteriormente armazenada naquela
posição. (TOCCI et al., 2011, p. 658)
Tempo de Acesso
Segundo (TOCCI et al., 2011, p. 658):
Uma medida de velocidade do dispositivo de memória. É a
quantidade de tempo necessária à efetivação de uma operação de
leitura. Mais especificamente é o tempo decorrido entre o momento
da recepção pela memória de um novo endereço, e o instante em que
a informação daquele endereço fica disponível.
Memória Volátil
Qualquer tipo de memória que necessite de energia elétrica para reter
a informação armazenada. Se a energia for retirada, toda a
informação armazenada na memória será perdida. Muitas memórias
e semicondutores são voláteis, enquanto todas as memórias
magnéticas são não voláteis. (TOCCI et al., 2011, p. 658)
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Memória de Acesso Aleatório (Random Acess Memory - RAM)
São memórias que permitem operações de escritas e/ou leitura a partir
de qualquer endereço selecionado em qualquer sequência. Esse tipo de
memória é geralmente utilizado no armazenamento de informação enquanto há
alimentação no dispositivo, ou seja, os dados não são mantidos na ausência
da alimentação.
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Estrutura Geral e Operação da Memória
“A memória contém diversas posições, cada uma das quais indicadas
por um endereço (ENDEREÇO); se a memória possui n linhas de endereço,
consequentemente conterá 2 posições”.
Em cada uma das posições é possível armazenar um certo número
de bits, geralmente 1, 4 ou 8 bits.
Para que o conteúdo de uma determinada posição seja lida, a
memória é habilitada através da ativação da linha HABILITA e o
endereço desejado é colocado nas linhas de endereço. Após um
determinado intervalo de tempo, o conteúdo da posição endereçada
aparece nas linhas de saída DATA OUT.
Na operação de escrita, a memória é habilitada, o endereço desejado
é colocado nas linhas de endereço e a informação que se quer
armazenar é colocada nas linhas DATA IN. Em seguida, aplica-se um
pulso na linha de controle ESCRITA, o que faz com que a informação
seja armazenada na memória. Na figura 01, temos um diagrama
básico de um dispositivo de memória. (JUNIOR, 2016).
Temporização da ROM
O retardo de tempo entre um novo endereço quando fica válido, e
quando as saídas de dados ficam estáveis, é o chamado tempo de acesso tACC.
As memórias ROMs bipolares típicas têm acesso na faixa de 30 a 90 ns; já o
tACC de dispositivos NMOS está na faixa de 35 a 500 ns.
Outro parâmetro de tempo muito importante é o tempo de habilitação
da saída, tOE, que representa o retardo entre a aplicação da entrada
CS e o instante em que a saída fica estável. Valores típicos para tOE
estão na faixa de 10 a 20 ns para ROMs bipolares e de 25 a 100 ns
para aquelas fabricadas na tecnologia MOS. (TOCCI et al., 2011, p.
668).
Tipos de ROM
ROM Programada por Máscara (MASK-ROM): Essa ROM tem suas
posições de memória escritas pelo fabricante de acordo com as
especificações do cliente. Um negativo fotográfico, denominado
máscara, é usado para especificar as conexões elétricas do chip.
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Figura 2: Estrutura interna de uma Mask-ROM bipolar
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Figura 3: As PROMs usam fusíveis que podem ser abertos seletivamente pelo usuário para
programar um zero lógico na célula em questão
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Figura 5: Símbolo lógico para a EPROM 2732
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O processo de programação, quando feito manualmente, pode levar
várias horas. Existem no mercado inúmeros programadores de
EPROM que podem programar e verificar uma 2732 em menos de
dois minutos, desde que o usuário tenha entrado com os dados a ser
gravados pelo teclado do programador de EPROM. (BORGES, 2016)
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Tabela 2: Configuração de operação para a EEPROM 2864
MODO ENTRADAS SAÍDAS
CE’ OE’ WE’
LEITURA VIL VIL VIH DATAOUT
ESCRITA VIL VIH VIL DATAIN
STANDBY VIH X X HIZ
Memória Flash
As memórias EPROMs são não voláteis, oferecem tempos de acesso
reduzidos, alta densidade e baixo custo por bit. Entretanto, elas precisam ser
removidas dos seus circuitos para serem apagadas e reprogramadas.
As memórias EEPROM são não voláteis, oferecem rápido acesso para
leitura e permitem que o apagamento e a reprogramação de palavras
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individuais sejam feitos no próprio circuito. Como desvantagem, possui baixa
densidade e o custo por bit maior do que as EPROM.
As memórias Flash são caracterizadas por serem não voláteis, com
capacidade da EEPROM de apagamento elétrico no próprio circuito, mas com
a densidade e custos próximo aos da EPROM, mantendo a alta velocidade de
leitura de ambas. São assim chamadas em virtude dos seus tempos curtos de
apagamento e escrita. A maioria das memórias Flash usa uma operação de
apagamento total, na qual todas as células são apagadas simultaneamente,
mas há também aquelas que possibilitam um modo de pagamento por setor, no
qual setores específicos da matriz de memória (por exemplo 512 bytes) podem
ser apagados por vez. Isto evita ter que apagar e reprogramar todas as células
quando apenas uma parte da memória precisa ser atualizada. Uma memória
flash típica tem um tempo de escrita em torno de 10us por byte, comparado
com 100us para EPROM e 5ms para a EEPROM.
VIDEO 3 – inserir aqui vídeo que vou gravar falando sobre o Tema 2:
Equipamentos de detecção de contaminantes (utilizarei slides)
Arquitetura da RAM
“Vamos considerar uma RAM como constituída de um conjunto de
registradores, cada um dos quais armazenando uma única palavra de dados, e
possuindo cada um deles um único endereço”. (TOCCI et al., 2011, p. 682)
Operação de Leitura:
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“O código de endereço escolhe um dos registradores do chip de
memória para ser lido ou escrito. De maneira a ler o conteúdo de um
registrador selecionado”. (TOCCI et al., 2011, p. 682)
Operação de Escrita:
Segundo Tocci et al. (2011, p. 683):
Seleção de Chip:
Conforme Tocci et al. (2011, p. 682):
Ciclo de Leitura:
o tRCCiclo completo de leitura, quando o processador muda as
entradas de endereço para os valores envolvidos com a próxima
operação de leitura.
o tACCTempo de acesso da RAM, correspondendo ao intervalo de
tempo entre a aplicação do novo endereço e o aparecimento dos
dados na saída.
o tCO É o tempo que o dado de saída é válido a partir do instante
em que CE for ativado.
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o tOD As saídas da RAM retornam ao estado de alta impedância,
depois de decorrido o intervalo de tempo.
Ciclo de Escrita:
o tWCDetermina o ciclo completo de escrita, quando o
processador muda as linhas de endereço, colocando nelas o
endereço para a próxima operação de leitura ou escrita.
o tASTempo de estabelecimento do endereço, que tem por
objetivo dar tempo ao decodificador de endereços da RAM para
responder ao novo endereço que lhe foi apresentado.
o tAHTempo em que as entradas de endereço devem permanecer
estáveis durante o tempo de retenção do dado.
o tDS e tDH Os dados devem ser mantidos nas entradas de dados
da RAM por, no mínimo, um tempo equivalente a tDS antes, e no
máximo por um tempo tDH após a desativação dos sinais R/W e
CE.
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Chip RAM Comercial:
Um exemplo de chip SRAM disponível no mercado é o CMOS 6264,
Figura 9, com uma capacidade de 8K x 8 com tempos de ciclo de leitura e
escrita de 100 ns e com consumo em standby de somente 0,1 mW. Na Tabela
3, temos as configurações dos terminais de controle para os respectivos modos
de operação.
Figura 9: Símbolo lógico e tabela dos modos de operação do chip CMOS SRAM 6264
ENTRADAS
MODO PINOS DE E/S
WE CS1 CS2 OE
LEITURA 1 0 1 0 DATAOUT
ESCRITA 0 0 1 0 DATAIN
SAÍDA DESABILITADA 1 X X X HIZ
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X 1 X X
NÃO SELECIONADO HIZ
X X 0 X
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Figura 10: Arquitetura simplificada de um chip DRAM 4116
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Figura 11: Temporização dos sinais
Multiplexação de Endereços:
A matriz de memória DRAM mostrada na figura 10 tem 14 entradas de
endereço. O ciclo de temporização para esta memória é apresentada na Figura
11. Uma DRAM de 64 K x 1 precisa de 16 entradas de endereço. Os chips de
memória de maior capacidade, como os citados acima, precisam ter muitos
pinos para entrada de endereço, se for mantida a relação de um pino para cada
bit correspondente de endereço.
A fim de reduzir o número de pinos de endereço em chips DRAM de alta
capacidade, alterando a relação dos pinos com os bits de endereço, os
fabricantes usam a técnica da multiplexação de endereços, por meio da qual
cada pino do integrado pode acomodar dois bits diferentes de endereço.
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Tempo de Acesso
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Memória Extended Data Out (EDO):
A memória EDO é uma pequena modificação na estrutura da memória
FPM. Se você reparar na linha de tempo da memória FPM, verá que esta se
torna inativa quando o sinal CAS é desabilitado, o que não acontece na
memória EDO. Os dados permanecem na saída da memória por mais tempo,
mesmo quando o sinal CAS é desabilitado, conforme apresentado pelo
diagrama na Figura 13.
A consequência disso é que o próximo endereço poderá começar a ser
decodificado enquanto os dados ainda estão na saída da memória, pois o sinal
CAS poderá ser acionado novamente sem alterar o valor dos dados que ainda
estão na saída da memória – ou seja, ganharemos tempo.
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Memória Synchronous Dynamic RAM (SDRAM):
A última palavra em memória para micros pessoais chama-se SDRAM.
Caso o barramento local trabalhe acima de 66 MHz, há um grande problema
em relação aos outros tipos de memória apresentados: eles não conseguem
trabalhar tão rapidamente sem a utilização de muitos waitstates.
Internamente, a memória SDRAM apresenta diversas modificações. Ao
contrário de todas as demais memórias, ela é sincronizada pelo clock da
placa-mãe, e daí o seu nome Memória Síncrona.
Ela permite o acesso a dois endereços diferentes paralelamente.
Memória Double Data Rate SDRAM (DDR SDRAM):
As memórias DDR apresentam evolução significativa em relação ao
padrão SDR, isso porque elas são capazes de lidar com o dobro de dados
em cada ciclo de clock (memórias SDR trabalham apenas com uma
operação por ciclo). Assim, uma memória SDR que trabalha à frequência de
100 MHz, por exemplo, um módulo DDR com a mesma frequência faz com
que esta corresponda ao dobro, isto é, a 200 MHz.
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Exemplo 2: A partir de uma memória de 8k x 4, aumentar o tamanho da
palavra para 8k x 8.
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Endereço
Linhas de Endereçamento
Memória HEX
A13 A12 A11 A10 A9 A8 A7 A6 A5 A4 A3 A2 A1 A0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0000
1e2
0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1FFF
1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2000
3e4
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 3FFF
SÍNTESE
Neste tema aprendemos como identificar os tipos de memórias, suas
características e princípio de funcionamento, bem como a sua constituição por
meio da criação de bancos de memórias e a determinação da região de
endereçamento que é utilizada por um microprocessador/microcontrolador para
acessar as memórias correspondentes. Podemos assim, mencionar algumas
aplicações:
Tabelas de Dados:
“São muitas vezes usadas para armazenar tabelas de dados que não
mudam nunca. Alguns exemplos de tais tabelas são aquelas utilizadas para
implementar funções trigonométricas e as tabelas de conversão”. (BORGES,
2016)
Conversores de Dados:
“Os circuitos de conversão de dados recebem um dado expresso em
determinado tipo de código e produzem uma saída expressa em outro tipo de
código”. (BORGES, 2016)
Geradores De Caracteres:
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“Se você já prestou atenção alguma vez aos caracteres alfanuméricos
impressos na tela de display de cristal líquido, deve ter notado que eles são
formados por um grupo de pontos”. (BORGES, 2016)
Gerador De Funções:
“O gerador de funções é um circuito que produz em suas saídas formas
de onda das mais diversas, como senoidais, dentes de serra, ondas
triangulares e ondas quadradas”. (BORGES, 2016)
REFERÊNCIAS
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TOCCI, R. J.; WIDMER, N. S.; MOSS, G. L. Sistemas Digitais: Princípios e
Aplicações. 11 ed. São Paulo: Pearson, 2011.
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