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2018
2
Sumário
Sumário 3
1 Conjuntos 7
1.1 Preliminares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.1.1 Conjuntos Numéricos e Relação de Pertinência . . . . . . . . . . . . . . 7
1.1.2 A Relação de Inclusão e o Conjunto das Partes . . . . . . . . . . . . . 9
1.1.3 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.2 Operações com conjuntos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.2.1 União e Intersecão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.2.2 Diferença e Complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.2.3 Produto Cartesiano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.2.4 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.3 Conjunto Universo e Diagrama de Venn . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.3.1 Conjunto Universo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.3.2 Diagrama de Venn . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.3.3 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.4 Resposta dos Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2 Retas e Circunferências 21
2.1 Preliminares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.1.1 O Plano Cartesiano e o Ponto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.1.2 Distância entre dois pontos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.1.3 Condição para três pontos estarem alinhados . . . . . . . . . . . . . . 26
2.1.4 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.2 Equações da Reta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.2.1 Determinação de uma reta - Coeficiente Angular . . . . . . . . . . . . . 28
3
4 SUMÁRIO
4 Funções Elementares 85
4.1 O conceito de Função . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
4.1.1 Apresentação e Exemplos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
4.1.2 Operando com Funções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
4.1.3 Zeros ou Raı́zes e Estudo do Sinal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
4.1.4 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
SUMÁRIO 5
Conjuntos
1.1 Preliminares
Neste curso, não temos a pretensão de apresentar a teoria de conjuntos e seus axiomas, tão
somente pretendemos apresentar um pequeno esboço de forma a dispormos de uma linguagem
razoável para o restante do curso. Desta forma, quando nos referirmos a um conjunto estare-
mos pensando em uma coleção de objetos, ditos elementos do conjunto. Seguindo a tradição,
conjuntos serão indicados por letras maiúsculas e seus elementos por letras minúsculas. Assu-
miremos, ainda, suficientemente conhecidas, as noções de conjuntos finitos e infinitos.
N = {1, 2, 3, . . .}
Z = {. . . , −2, −1, 0, 1, 2, 3, . . .}
com a relação
m p
= ⇔ mq = np.
n q
4. Conjunto dos números reais, representado por R
7
8 CAPÍTULO 1. CONJUNTOS
Lembramos que todo número real possui uma representação decimal e que os números
racionais são exatamente aqueles números reais que possuem representação decimal finita ou
periódica, as chamadas dizı́mas peı́ódicas. Já os números irracionais são aqueles números √
reais que não √ possuem representação decimal periódica, tais como π = 3, 14159 . . . , 2 =
1, 41421 . . . , 3 = 1, 73205 . . . e e = 2, 71828 . . .
Note que apresentamos os conjuntos N e Z listando seus elementos entre chaves, separados
por vı́rgula. Esta é uma forma muito simples e conveniente de representarmos um conjunto,
principlamente se este for finito. Já ao apresentarmos o conjunto dos números racionais, o
fizemos através de uma propriedade que caracteriza seus elementos. Geralmente, estas duas
formas são as mais utilizadas para representarmos ou introduzirmos um conjunto. Vejamos
alguns exemplos.
Exemplo 1.1.1 (a) Seja A o conjunto de todos os números naturais ı́mpares. Poderı́amos,
ainda, escrever A = {x ∈ N; x é ı́mpar } ou representar A = {1, 3, 5, 7, . . .}. Note que, sendo
A um conjunto infinito, a representação listando seus elementos pode ser utilizada desde que
não haja risco de ambiguidade, já que utilizamos as reticências.
(b) Seja B o conjunto de todas a retas no plano. Neste caso é interessante ressaltar que,
sendo os elementos deste conjunto B as retas no plano, temos que os elementos de B são ainda
conjuntos, posto que cada reta é um conjunto de pontos no plano!
x ∈ A (x pertence à A).
Note que
x ∈ A ⇔ x é elemento de A.
Ressaltamos que, se x não é elemento de um conjunto A, anotaremos, x ∈
/ A.
Exemplo 1.1.2 (a) Sendo 2 um número natural, podemos escrever 2 ∈ N. Temos, ainda,
0∈
/ N, mas 0 ∈ Z.
(b) Sabemos que o√conjunto R possui números
√ racionais e números irracionais e, portanto,
temos, por exemplo, 2 ∈/ Q, π ∈/ Q, mas 2 ∈ R e π ∈ R.
É interessante observar que um conjunto pode ser elemento de um segundo
conjunto!
(c) Considere o conjunto
A = {1, 2, {1}, {1, 2}}.
Note que os elementos de A são: 1, 2, {1}, {1, 2} e, portanto, A possui exatamente 4 elementos
e podemos escrever 1 ∈ A, 2 ∈ A, {1} ∈ A e {1, 2} ∈ A. Destacamos que {2} não é elemento
de A e podemos escrever {2} ∈/ A.
(d) Seja o conjunto B = {x ∈ R, x2 = −1}. Sabemos que não existe número real que
elevado ao quadrado seja igual a −1 e, portanto, B é um conjunto que não possui elemento.
Nos referiremos a tal conjunto como conjunto vazio, isto é, vazio é o conjunto que não possui
elemento.
1.1. PRELIMINARES 9
Exemplo 1.1.3 Considere um triângulo no plano. Seja A o conjunto das retas que passam
pelos três vértices deste triângulo. Então A = ∅.
Exemplo 1.1.7 Considere os conjuntos A = {1}, B = {1, 2}, C = {{1}} e D = {{1}, 2}.
O conjunto A possui um único elemento, qual seja o número 1. O conjunto B possui dois
elementos, sendo os números 1 e 2. Já o conjunto C possui também um único elemento, o
conjunto {1} e o conjunto D possui dois elementos, quais sejam, {1} e 2. Observe que temos
A ⊂ B e C ⊂ D, que são os únicos casos de inclusão neste exemplo!
Exercı́cio Resolvido 1.1.8 (Estude com cuidado!) Sejam A = {1, {1}, {1, ∅}, {∅}} e
B = {{1}, ∅, {1, ∅}}.
1) Quantos elementos possui A? Justifique!
2) Quantos elementos possui B? Justifique!
3) B ⊂ A? Justifique!
4) A ⊂ B? Justifique!
5) A e B possuem algum elemento comum? Justifique!
6) {∅} ⊂ A? Justifique!
7) {∅} ⊂ B? Justifique!
8) Exiba, se possı́vel, um subconjunto de A com 3 elementos .
9) Exiba, se possı́vel,um subconjunto de B com 3 elementos.
Solução 1.1.9 1) A possui 4 elementos, quais sejam, 1, {1}, {1, ∅}, {∅}.
2) B possui 3 elementos, quais sejam, {1}, ∅, {1, ∅}.
3) B ̸⊂ A pois ∅ ∈ B, mas ∅ ∈
/A
4) A ̸⊂ B pois, por exemplo, 1 ∈ A, mas 1 ∈
/ B.
5) Sim, A e B possuem os elementos {1} e {1, ∅} comuns.
6) Não, pois ∅ não é um elemento de A.
7) Sim, já que ∅ é um elemento de B, isto é, ∅ ∈ B.
8) No item 1 já enumeramos as elementos de A, logo qualquer conjunto formado por 3
destes elementos satisfará o exercı́cio, por exemplo, o conjunto {1, {1}, ∅}.
9) No item 2 observamos que B possui exatamente 3 elementos, logo o único subconjunto
de B com 3 elementos é o próprio conjunto B.
Exemplo 1.1.11 Seja A = {1, 2, {1}, {1, 2}, ∅}. Como A possui 5 elementos, A possui um
5!
total de 25 subconjuntos. Temos que A possui 3!(5−3)! = 10 subconjuntos com 3 elementos.
Definição 1.1.12 Fixado um conjunto A, indicaremos por P(A) o conjunto formado por todos
os subconjuntos de A, denominado conjunto das partes de A.
2) Sendo A = {∅}, determine P(P(A)). Observe que A possui dois subconjuntos, quais
sejam, ∅ e o próprio conjunto A. Logo, P(A) = {∅, {∅}}. Vemos, agora, que P(A) possui os
seguintes subconjuntos: ∅, {∅}, {{∅}} e {∅, {∅}} e, portanto, temos
Exemplo 1.1.14 Existe um conjunto finito A tal que card(P(A)) = 721? Como lembrado
acima, temos que card(P(A)) = 2card(A) e, portanto, se um tal conjunto A existe, devemos ter
2card(A) = 721. Mas, temos,
29 = 512 < 721 < 210 = 1024
e, daı́, um conjunto finito A satisfazendo card(P(A)) = 721 não existe.
1.1.3 Exercı́cios
1. Sendo A = {1, 2, 4, 6, 9}, determine quais alternativas abaixo são verdadeiras ou falsas.
(a)4 ∈ A (b)4 ⊂ A (c){2, 9} ∈ A
(d){2, 9} ⊂ A (e){4} ∈ A (f ){4} ⊂ A
(g)∅ ∈ A (h)∅ ⊂ A (i){2, 5} ⊂ A
(j){1, 2, 7} ̸⊂ A (k)N ̸⊂ Z (l){2, 1} ⊂ A
(m){2, 1} ∈ A (n){1, 2, 4, 9, 6}é subconjunto deA (o){1, 2, 4, 9, 6}é subconjunto próprio deA
2. Sendo A = {{2, 6}, {3, 4, 9}, {8}}, determine quais alternativas abaixo são verdadeiras
ou falsas.
(a){2, 6} ∈ A (b){2, 6} ⊂ A (c){8} ∈ A
(d){8} ⊂ A (e)2 ∈ A (f )8 ∈ A
(g)∅ ∈ A (h)∅ ⊂ A (i){{2, 6}, {3, 4, 9}} ⊂ A
12 CAPÍTULO 1. CONJUNTOS
3. Sendo B = {{3, 4}, {1, 2, 5}, ∅}, determine quais alternativas abaixo são verdadeiras ou
falsas.
(a)∅ ⊂ B (b)∅ ∈ B
(c){3, 4} ∈ B (d){{3, 4}, {1, 2, 5}} ⊂ B
4. Sendo A = {∅}, determine quais alternativas abaixo são verdadeiras ou falsas.
(a)∅ ∈ A (b)∅ ⊂ A
(c)∅ = {∅} (d)A possui um elemento
5. Sendo A = {∅, {∅}, {{∅}}}, determine:
(a) P(A)
(b) Quantos elementos possui P(P(A))? Justifique!
(c) Quantos subconjuntos próprios possui o conjunto A? Justifique!
6. (a) Exibir um exemplo, se possı́vel, de um conjunto finito A tal que card(P(A)) = 1024.
Se acredita que tal exemplo não existe, justifique!
(b) Exibir um exemplo, se possı́vel, de um conjunto finito A tal que card(P(A)) = 1200.
Se acredita que tal exemplo não existe, justifique!
7. Sendo A = {{4, 6}, {1, 3, 5}, {9}} e B = {{8}, {3, 6}, ∅}, determine quais alternativas
abaixo são verdadeiras ou falsas.
(a){4, 6} ∈ A (b){4, 6} ⊂ A (c)4 ∈ A
(d)9 ∈ A (e){9} ⊂ A (f ){9} ∈ A
(g)∅ ⊂ A (h)∅ ⊂ B (i)∅ ∈ A
(j)∅ ∈ B (k){{4, 6}, {1, 5, 3}} ⊂ A (l){{4, 6}} ⊂ A
(m){∅} ⊂ A (n){∅} ⊂ B
Definição 1.2.2 Dados dois conjuntos A e B, definimos a união entre A e B como o conjunto
cujos elementos são todos os elementos que estão em pelos menos um dos conjuntos A ou B.
Indicaremos tal conjunto por A ∪ B. Em outras palavras, temos,
A ∪ B = {x; x ∈ A ou x ∈ B}.
A − B = A\B = {x; x ∈ A e x ∈
/ B}.
Exemplo 1.2.5 Consideremos os conjuntos A = {1, 2, 3}, B = {{1}, 2, 3} e C = {∅, {2}, 3}.
Então, temos:
1)A\B = {1} 2)B\A = {{1}} 3)B\C = {{1}, 2} 4)C\B = {∅, {2}}
{A
B = B\A ⇔ A ⊂ B.
sentido se A ⊂ C.
∩
Observação 1.2.8 Note que, sendo A, B conjuntos tais que A ⊂ B, então B \ (A B) =
B \ A, isto é, ∩
A B
{B = {AB.
Definição 1.2.9 Dados dois conjuntos A e B não vazios, definimos o produto cartesiano
entre A e B como o conjunto cujos elementos são todos os pares ordenados onde a primeira
coordenada é um elemento de A e a segunda é um elemento de B. Indicaremos tal conjunto
por A × B. Em outras palavras, temos,
1.2.4 Exercı́cios
7. Determine:
(a)[4, 7] ∪ [6, 9] (b)[4, 7] ∩ [6, 9] (c)[−3, ∞[ ∩ [−8, 2]
Muitas vezes, quando trabalhamos com conjuntos, é conveniente considerarmos todos os con-
juntos como subconjuntos de um conjunto maior U denominado conjunto universo. Por exem-
plo, em geometria plana, podemos considerar como conjunto universo o plano, já que todos
os objetos de estudo estão contidos no plano. Quando desenvolvemos uma teoria e desejamos
admitir certo conjunto como conjunto universo isto deve ser especificado. Quando o conjunto
universo U está fixado e A ⊂ U indicamos a diferença U − A ou o complementar de A em U
por Ac ou A′ . Bem entendido, Ac ou A′ é o conjunto dos elementos do conjunto universo que
não estão em A.
Para resolvermos certos exercı́cios pode ser conveniente utilizarmos os chamados Diagramas
de Venn. Neste tipo de diagrama os conjuntos são representados por regiões planas interiores
a uma curva fechada, geralmente cı́rculos. Ao utilizar estes diagramas, é usual representar o
conjunto universo, quando especificado, por um retângulo e, daı́, todos os outros conjuntos
estarão no interior deste retângulo. Na figura a seguir, temos representados os conjuntos A, B
e C subconjuntos do conjunto universo U .
A ..........
.......................................
....... ..........
......................................
....... B
....... ...... ............ ......
...... ....... ....
...... ........ ....
...
...
. . ... .... ...
... ... ..
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..... ..... ...
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......... .... .................... . ...
... ............ ... ...........
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... ... ... ....
. ... ...
.... ... ....... ... ...
..... .... .. .. ....
.......... .. ........ .......... ...
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.........
......... ....... . ......... . .
.... ......................................... ................ .... .......................
..........
...
... ...
.. .
...
.. .
... ..
... ...
.... ...
.....
....... ..
.....
........ .......
............... ......................
C ...........
U
Figura 1.1
16 CAPÍTULO 1. CONJUNTOS
A
B
6 2
7
1
4
3
Figura 1.2
Note que
(A ∪ B)\C = 6, 2 e 7
(A ∪ C)\B = 6, 4 e 5
(B ∪ C)\A = 5, 3 e 7
1.3.3 Exercı́cios
1. Analisando-se as carteiras de vacinação das 84 crianças de uma creche, verificou-se que 68
receberam vacina Sabin, 50 receberam vacina contra sarampo e 12 não foram vacinadas.
Quantas dessas crianças receberam as duas vacinas?
3. É verdade que para quaisquer dois conjuntos finitos A e B temos card(A−B) = card(A)−
card(B)? Justifique!
∪
4. Dê exemplo, se possı́vel, de dois conjuntos finitos não vazios A e B tais que card(A B) =
card(A) + card(B). Caso acredite não ser possı́vel exibir tal exemplo, justifique!
1.3. CONJUNTO UNIVERSO E DIAGRAMA DE VENN 17
∪
5. Dê exemplo, se possı́vel, de
∩ dois conjuntos finitos não vazios A e B tais que card(A B) =
card(A) + card(B) e A B ̸= ϕ. Caso acredite não ser possı́vel exibir tal exemplo,
justifique!
6. Em uma esscola, cujo total de alunos é 600, foi feita uma pesquisa sobre os refrigerantes
que os alunos costumam beber. Os resultados foram: 300 alunos bebem o refrigerante A,
20 alunos bebem os refrigerantes A e B e 100 alunos não bebem A nem B. Pergunta-se:
(a) Quantos alunos bebem apenas o refrigerante A?
(b) Quantos bebem apenas o refrigerante B?
(c) Quantos bebem B?
(d) Quantos bebem A ou B?
8. Para cada item abaixo, repita o diagrama a seguir e sombreie as regiões pedidas.
A ...........
.................................
........ ...........
..................................
........ B
....... ...... ............. ......
...... ........ ....
...... . . .... ....
.
... .... .... ...
...
.. .. ...
.. .. .. ..
... ..
. . ...
...
..... ..... ... ...
...
.... ..
..................................... ....
. .
... .
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... .......
. . ... ......... ...
... ...... ... ... . .
. .......
.
.
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.. . . . ..... .
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. .... .
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.
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.... ..
..... ... ...... .. ....
.......... ..... ..... ... .....
.......... .
. .... ....... .............. ...
. ..
...........
. ................ .. ...............
..... ...................................... ..........
... .
... ...
.. ...
.. ...
... ..
... .
.... ...
..... ...
....... .....
........ .......
................ .......................
C ........
U
∩ ∩ ∩
(a) A C (b) A B C (c) A − B (d) A′ (e) B c
∩ ∪ ∩ ∪ ∩ ∩ ∪
(f) (A B) (A C) (B C) (g) (B C) − A (h) ((A − B) C)′
18 CAPÍTULO 1. CONJUNTOS
5. (a) P(A) = {∅, {∅}, {{∅}}, {{{∅}}}, {∅, {∅}}, {∅, {{∅}}}, {{∅}, {{∅}}}, A}
(b) 28
(c) 23 − 1 = 7
1. 35
10. (a) A2 = {(1, 1), (1, {1}), ({1}, 1), ({1}, {1})}
(b) B 2 = {(∅, ∅), (∅, {∅}), ({∅}, ∅), ({∅}, {∅})}
(c) A × B = {(1, ∅), (1, {∅}), ({1}, ∅), ({1}, {∅})}
(d) B × A = {(∅, 1), (∅, {1}), ({∅}, 1), ({∅}, {1})}
1. 46
3. Não, por exemplo, tome A = {1, 2} e B = {3, 4}. Teremos card(A − B) = 2 e card(A) −
card(B) = 0
4. A = {1} e B = {2}
∪ ∩
5. Não existe tal exemplo, ∪
pois card(A B) = card(A)+card(B)−card(A
∩ B) e, portanto,
∩
só podemos ter card(A B) = card(A)+card(B) se card(A B) = 0, isto é, A B = ∅.
A
B
6 2
7
1
4
3
5
8
C
teremos:
(a)1 e 4 (b)1 (c)6 e 4 (d)5, 3, 7 e 8 (e)6, 4, 5 e 8 (f )1, 2, 4 e 3 (g)3 (h)2, 7 e 8.
20 CAPÍTULO 1. CONJUNTOS
Capı́tulo 2
Retas e Circunferências
2.1 Preliminares
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4
−1
−2
−3
−4
Figura 2.1
21
22 CAPÍTULO 2. RETAS E CIRCUNFERÊNCIAS
y
4
−3π −π π 3π
−π π
2 2 2 2
−1
−2
−3
−4
Figura 2.2
Observação 2.1.1 (O número π) Ainda que seja redundante, lembramos que o número π
é um número irracional, isto é, sua representação decimal é infinita e não periódica. Na
prática, quando desejamos trabalhar com este número, devemos aproximá-lo por um número
real de representação decimal finita, por exemplo, uma aproximação seria π ≈ 3.14159.
Como falado no inı́cio, nosso objetivo é estudar conjuntos de pontos no plano e suas repre-
sentações. Com certeza, os conjuntos mais simples são aqueles formados por uma único ponto.
Vejamos alguns.
Exemplo 2.1.2 Seja Γ = {(1, 2)}. Ainda que você não tenha dúvidas de como representar tal
conjunto no plano, na Figura 2.3 temos sua representação.
y
4
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4
−1
−2
−3
−4
Figura 2.3
2.1. PRELIMINARES 23
Recordamos que, para um ponto P (x, y), teremos x(abscissa) indicando a distância do
ponto ao eixo y e y(ordenada) indicando a distância do ponto ao eixo x. Um ponto P (x, y)
pertence ou está no:
1. Primeiro quadrante se, e somente se, x > 0 e y > 0
2. Segundo quadrante se, e somente se, x < 0 e y > 0
3. Terceiro quadrante se, e somente se, x < 0 e y < 0
4. Quarto quadrante se, e somente se, x > 0 e y < 0
Abaixo temos os pontos P, Q, M e N respectivamente no primeiro, segundo, terceiro e
quarto quadrantes.
y
Figura 2.4
Exemplo 2.1.3 (Bissetrizes dos quadrantes) Neste exemplo, destacamos dois conjuntos
de pontos no plano, a bissetriz dos quadrantes pares(BP ) e a bissetriz dos quadrantes ı́mpares(BI )
definidos por
BP = {(x, −x); x ∈ R} BI = {(x, x); x ∈ R},
isto é, a bissetriz dos quadrantes pares é o conjunto de todos os pontos (x, y) tais que x = −y
ou y = −x e a bissetriz dos quadrantes ı́mpares é o conjunto de todos os pontos (x, y) tais que
x = y.
β = {(x, x + 1), x ∈ N}
É claro que
β = {(1, 2), (2, 3), . . .}
24 CAPÍTULO 2. RETAS E CIRCUNFERÊNCIAS
e, daı́, podemos fazer somente representações de β plotando uma quantidade finita de pontos.
Quantos pontos plotar, dependerá do objetivo. Geralmente, marcamos pontos que, de alguma
forma, evidenciem o conjunto estudado, neste caso, β. Observe a figura 2.5.
y
4
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4
−1
−2
−3
−4
Figura 2.5
Solução 2.1.6 √ √
DP Q = (3 − 1)2 + (1 − 0)2 = 5.
Exemplo 2.1.7 Calcule o perı́metro do triângulo cujos vértices são A(2, 2), B(5, 4) e C(3, 6).
Solução 2.1.8 Como o perı́metro de um triângulo é a soma dos seus lados, inicialmente,
calculemos os lados do triângulo. Teremos, então:
√ √
DAB = √(2 − 5)2 + (2 − 4)2 = √13
DAC = √(2 − 3)2 + (2 − 6)2 = √17 .
DBC = (5 − 3)2 + (4 − 6)2 = 8
2.1. PRELIMINARES 25
P
b
d
Q
c a x
Figura 2.6
√ √ √ 1
Logo, perı́metro= 13 + 17 + 8.
Exemplo 2.1.9 Determine o ponto da bissetriz dos quadrantes ı́mpares que é equidistante dos
pontos A(−1, −4) e B(4, 3).
Solução 2.1.10 Sabemos que qualquer ponto pertencente à bissetriz dos quadrantes ı́mpares é
do tipo (x, x) logo, seja P (x, x) o ponto procurado. Como P deve ser equidistante de A e B,
devemos ter DP A = DP B , isto é,
√ √
(x + 1)2 + (x + 4)2 = (x − 4)2 + (x − 3)2 .
Elevando ao quadrado ambos os membros da igualdade vem
(x + 1)2 + (x + 4)2 = (x − 4)2 + (x − 3)2 .
Desenvolvendo, teremos
x2 + 2x + 1 + x2 + 8x + 16 = x2 − 8x + 16 + x2 − 6x + 9
o que nos leva a
24x = 8 ⇒ x = 1/3.
Logo, o ponto procurado é P (1/3, 1/3).
Observação 2.1.11 Dados dois pontos A e B, indicaremos por AB o segmento de reta que
une os pontos A e B. É simples verificar que sendo A(x0 , y0 ) e B(x1 , y1 ), o ponto médio do
1 y0 +y1
segmento AB será o ponto M ( x0 +x
2
, 2 ).
Exemplo 2.1.12 Determine o ponto médio do segmento AB, sendo A(−1, 3) e B(2, −5).
Dados três pontos Q(a, b), P (c, d) e R(e, f ), queremos determinar condições para que estes
três pontos estejam alinhados. Trataremos separadamente 3 casos.
Caso 1: Existem dois dos pontos dados com a mesma abscissa. Neste caso, a reta que passa
por estes dois pontos é uma reta vertical e os três pontos estarão alinhados se, e somente se,
o terceiro ponto pertence a esta reta vertical, isto é, se, e somente se, o terceiro ponto possuir
a mesma abscissa dos outros dois.
Caso 2: De maneira análoga, suponhamos existirem dois dos pontos dados com a mesma
ordenada. Neste caso a reta que passa por estes dois pontos é uma reta horizontal e os três
pontos estarão alinhados se, e somente se, o terceiro ponto pertence a esta reta horizontal, isto
é, se, e somente se, o terceiro ponto possuir a mesma ordenada dos outros dois.
Caso 3: Dentre os três pontos dados não existem dois com a mesma abscissa ou mesma
ordenada. Neste caso, observando a figura a seguir, vemos que os três pontos estão alinhados
se, e somente se, α = β ou ainda, tg α = tg β.
y
P
d
α
R
f
β
b Q
a e c x
Figura 2.7
Exemplo 2.1.15 Os pontos A(1, 1), B(3, −2), C(5, 2) estão alinhados? Justifique!
−2 − 1 −3 2 − (−2)
= ̸= = 2,
3−1 2 5−3
pelo exposto anteriormente temos que os pontos não estão alinhados.
Exemplo 2.1.17 Determine o valor de k de modo que os pontos (k, 4), (11, k), (−1, 3) estejam
alinhados.
Exemplo 2.1.19 Calcule a mediana AM 2 de um retângulo cujos vértices são A(−3, 32 ), B(1, 5), C(6, −1).
1 + 6 5 + (−1) 7
M( , ) = ( , 2).
2 2 2
logo, teremos √ √ √
7 3 169 1 170
DAM = (−3 − )2 + ( − 2)2 = + = .
2 2 4 4 2
2.1.4 Exercı́cios
1. Mostrar que o triângulo cujos vértices são (-2,-1), (2,2) e (5,-2) é isósceles e calcular sua
área.
2. Mostrar que o triângulo cujos vértices são (-8,4), (2,-2) e (5,3) é retângulo e calcular sua
área.
3. Sendo A(−5, k − 2), B(5, 5) e C(2, −2), determine k de modo que o triângulo ABC seja
retângulo em B.
5. Dados A(a, 4), B(−3, −2) e C(5, 2), determine o valor de a de modo que o ponto A seja
equidistante de B e C.
7. Determine o ponto da bissetriz dos quadrantes pares que é equidistante dos pontos
A(−1, −4) e B(4, 3).
8. Determine o valor de a modo que o triângulo ABC, de vértices A(a, 4), B(−7, 2a −
1), C(0, 0) seja retângulo em C.
9. Determine o valor de a sabendo que a distância entre os pontos (7, 1) e (3, a) é igual a 5.
10. Os pontos (2, 2), (−1, −3), (1, 1) estão alinhados? Justifique!
11. Os pontos (1, 3), (4, 5), (−2, 1) estão alinhados? Justifique!
12. Para quais valores de a os pontos A(a−1, a), B(−a, 1−a), C(a−2, a−1) estão alinhados?
Justifique!
α
α
Figura 2.8
2.2. EQUAÇÕES DA RETA 29
Note que teremos sempre 0 ≤ α < π(0 ≤ α < 180o ) 3 e que se a reta é horizontal, então
α = 0. Por razões que se tornarão óbvias a seguir, no caso (2) acima, se a reta não é vertical,
ao invés de nos referirmos ao ângulo α nos referiremos sempre à tangente de α ou tg α. Temos,
então, a definição.
Definição 2.2.1 Seja l uma reta não vertical. Chamamos coeficiente angular de l ou declivi-
dade de l, representado por ml , a tangente do ângulo α já referido acima, isto é,
coeficiente angular de l = ml = tg α.
Observamos que sendo α > π2 (= 90o ) temos tg α = −tg (π − α) = −tg (180o − α) e, daı́,
π π
√
vemos que√
se α > 2
, temos tg α < 0. Lembramos, ainda, que tg 3
= tg 60 o
= 3, tg π6 =
tg 30o = 33 e tg π4 = tg 45o = 1.
Observe na Figura 2.9 a representação de uma reta l passando pelos pontos Q(a, b) e P (c, d)
y
P
d
Q
b O
a c x
Figura 2.9
Exemplo 2.2.2 Qual o coeficiente angular da reta que passa pelos pontos A(−2, 1) e B(−1, 2)?
Qual o valor de um dos ângulos que esta reta forma com o eixo x?
3
Observe a diferença nos casos quando a medida de α é dado em radianos ou graus.
30 CAPÍTULO 2. RETAS E CIRCUNFERÊNCIAS
5π/6
π/3
Figura 2.10
√
ms = tg π3 = tg 60o = 3
ou ainda
y1 − y0
(x1 − x) = y1 − y
x1 − x0
o que nos leva a
y1 − y0
y= (x − x1 ) + y1 .
x1 − x0
Observe que, no caso em que y1 = y0 , a reta l será horizontal com equação y = y1 .
2) Determinando a equação de uma reta l conhecidos um ponto (x0 , y0 ) pertencentes a l e
seu coeficiente angular ml .
Neste caso, um ponto (x, y) estará na reta l se, e somente se, os coeficientes angulares das
retas l e da reta que passa pelos pontos (x0 , y0 ) e (x, y) são iguais, isto é,
y − y0
= ml
x − x0
ou ainda
y − y0 = ml (x − x0 )
nos levando a
y = ml (x − x0 ) + y0 .
Novamente observamos que se a reta é horizontal, teremos ml = 0 e sua equação será y = y0 .
Resumindo, poderı́amos, facilmente, demonstrar o seguinte teorema.
Teorema 2.2.6 Um conjunto de pontos no plano será uma reta se, e somente se, seus pontos
satisfazem uma equação do tipo Ax + By + C = 0, onde A, B e C são números reais que
caracterizam tal reta, com A e B não simultâneamente nulos.
A equação referida no teorema acima é dita equação geral da reta. Note que
esta equação não é única, pois podemos multiplicar toda a equação por qualquer
número diferente de zero e ainda teremos uma equação geral para a reta.
Exemplo 2.2.7 Em cada item abaixo, determine a equação geral da reta que passa pelos
pontos:
(a)(−3, 1) e (0, 9) (b)(1, 0) e (1, −1) (c)(3, −1) e (5/4, −1)
9−1
Solução 2.2.8 (a) m = 0−(−3) = 83 . Usando o ponto (−3, 1) temos a equação y − 1 = 38 (x + 3),
ou, 3y − 3 = 8x + 24, o que nos leva à equação geral
8x − 3y + 27 = 0.
Note que poderı́amos ter optado por usar o ponto (0, 9).
(b) Como as abscissas dos pontos é a mesma , teremos uma reta vertical dada por x = 1
ou equação geral
x − 1 = 0.
(c) Como as ordenadas dos pontos é a mesma , teremos uma reta horizontal dada por
y = −1 ou equação geral
y + 1 = 0.
32 CAPÍTULO 2. RETAS E CIRCUNFERÊNCIAS
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4
−1
−2
−3
−4
Figura 2.11
Solução 2.2.10 Note que a reta dada passa pelos pontos (−1, −2) e (1, 4). Devemos, então,
encontrar uma equação do tipo y = mx + n que seja satisfeita pelos pontos (−1, −2) e (1, 4).
Uma primeira solução seria resolver o sistema abaixo.
{
m.1 + n = 4
m.(−1) + n = −2
y = 3x + 1.
Uma segunda solução pode ser obtida usando que o coeficiente da reta que é dado por
m = 4−(−2)
1−(−1)
= 3 e, agora, podemos usar o que desenvolvemos na primeira seção encontrando a
equação
y − 4 = 3(x − 1)
ou ainda
y = 3x + 1.
y
4
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4
−1
−2
−3
−4
Figura 2.12
Solução 2.2.12 Neste caso, observamos que a reta é uma reta horizontal e, portanto, sua
equação reduzida será
y = 3.
Note que nos dois últimos exemplos a equação geral de cada reta seria dada por 3x−y+1 = 0
e y − 3 = 0, respectivamente.
Exemplo 2.2.13 Determine, se existir, a equação reduzida da reta paralela ao eixo y repre-
sentada na Figra 2.13.
34 CAPÍTULO 2. RETAS E CIRCUNFERÊNCIAS
y
4
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4
−1
−2
−3
−4
Figura 2.13
Solução 2.2.14 Como a reta é vertical não temos equação reduzida. Uma equação geral seria
x − 1 = 0.
Exemplo 2.2.15 Em cada item abaixo determine, se existir, a equação reduzida da reta que
passa pelos pontos:
(a)(−3, 1) e (0, 9) (b)(1, 0) e (1, −1) (c)(3, −1) e (5/4, −1)
Solução 2.2.16 (a) Já sabemos, pelo exemplo 2.2.7, página 31, que a equação geral desta reta
é 8x − 3y + 27 = 0. Logo, isolando y, obtemos sua equação reduzida, qual seja
8
y = x + 9.
3
(b) Sabemos que esta reta é uma reta vertical e, portanto, não temos equação reduzida neste
caso.
(c) y = −1.
y
l
a x
Figura 2.14
A equação desta reta l pode ser determinada, facilmente, verificando que a reta passa pelos
pontos (a, 0) e (0, b) e, daı́, sua equação será
bx + ay − ab = 0 ou ainda bx + ay = ab.
Exemplo 2.2.17 Determine, se existir, a equação segmentária da reta cuja equação geral é
5x + 6y − 30 = 0.
Exemplo 2.2.19 Determine, se existir, a equação segmentária da reta cuja equação geral é
6x − 20y − 15 = 0.
36 CAPÍTULO 2. RETAS E CIRCUNFERÊNCIAS
Exemplo 2.2.21 Determine, se existir, a equação segmentária da reta cuja equação geral é
6x + 20y + 15 = 0.
Exemplo 2.2.23 Determine, se existir, a equação segmentária da reta que passa pelos pontos:
(a)(−3, 1) e (0, 9) (b)(1, 0) e (1, −1) (c)(3, −1) e (5/4, −1)
Solução 2.2.24 (a) Sabemos(2.2.7, 31) que a equação geral desta reta é 8x − 3y + 27 = 0, o
que nos leva a
8 3
8x − 3y = −27 ⇔ x+ y =1
−27 27
obtendo, então, a equação segementária
x y
+ = 1.
−27/8 27/3
Exemplo 2.2.25 Determine as equações geral e reduzida da reta cuja equação segmentária é
x y
−1 + = 1.
2
−3 2
Exemplo 2.2.27 Para cada reta representada abaixo determine, se exitir, sua equação seg-
mentária.
x y x y
Solução 2.2.28 reta r : 7/2
+ 7/2
= 1 reta s : 3/2
+ −2
= 1.
2.2. EQUAÇÕES DA RETA 37
7/2
s
3/2 7/2 x
-2
Figura 2.15
Observe que, para utilizar o teorema acima, devemos trabalhar com as equações
reduzidas das retas!
Exemplo 2.2.34 Determine a equação de uma reta que passe pelo ponto (−5, 2/3) e seja
paralela à reta r de equação −4x + 9y + 1 = 0.
Solução 2.2.35 Note que o coeficiente angular de reta r é igual a 49 . Como a reta procurada
deve ser paralela a r, seu coeficiente angular deve ser 49 e como deve, ainda, passar pelo ponto
(−5, 2/3), temos que sua equação será
2 4
y− = (x + 5).
3 9
Solução 2.2.37 Se a = 0 as retas não serão perpendiculares pois uma é oblı́qua e a outra
vertical. Se a ̸= 0 a equação reduzida de s será y = −12 a
x − a3 e, portanto, r e s serão
perpendiculares se, e somente se, −12
a
. − 3 = −1, isto é, a = 36. Logo, as retas r e s só serão
perpendiculares se a = 36.
Exemplo 2.2.38 Determine a equação de uma reta s que passe pelo ponto (−1, 4) e seja
perpendicular à reta r de equação 3x + 5y − 2 = 0
9−5
Solução 2.2.41 O coeficiente angular da reta que passa pelos pontos A e B é igual a 3−1 =2
e, portanto, o (coeficiente) angular da mediatriz é igual a −1/2. O ponto médio do segmento
AB é o ponto 1+3 2
, 5+9
2
= (2, 7). Logo, uma equação para a mediatriz será
1
y − 7 = − (x − 2).
2
|Ax0 + By0 + C|
DP l = √ . (2.2)
A2 + B 2
Observação 2.2.42 Nos antecipando ao estudo da função modular lembramos que, sendo
x ∈ R, teremos √
|x| = x2 = x se x ≥ 0 e − x se x < 0.
√
Note que |x| = |a| ⇔ x = a ou x = −a. Cuidado com um erro comum ao fazer x2 = x
sem se preocupar com o fato de x ser positivo ou não!
Exemplo 2.2.45 Determine o valor de k, de modo que a distância entre o ponto P (−1, 3) e
a reta s de equação 24x + 7y + k = 0 seja igual a 4.
|24.(−1) + 7.3 + k| |k − 3|
DP s = √ = .
2
24 + 7 2 25
|k − 3|
= 4 ⇔ |k − 3| = 100 ⇔ k − 3 = 100 ou k − 3 = −100 ⇔ k = 103 ou k = −97.
25
40 CAPÍTULO 2. RETAS E CIRCUNFERÊNCIAS
Exemplo 2.2.47 A distância entre o ponto A(3, 6) e uma reta r de coeficiente angular −4 é
igual a 5. Determine a equação da reta r.
Solução 2.2.48 Como o coeficiente angular da reta r é −4 sua equação reduzida será do tipo
y = −4x + n,
Exemplo 2.2.51 Considere o triângulo ABC cujos vértices são os pontos A(1, 2), B(3, 7) e
C(6, 3). Determine a altura deste triângulo relativa ao lado BC. Determine, ainda, a área
deste triângulo.
2.2.7 Exercı́cios
1. Determine a equação da reta que passa pelos pontos (1, 2) e (0, 1). Qual o ângulo que a
reta encontrada faz com o semi eixo positivo x?
2. Determine a equação da reta de coeficiente angular 2 e que paasa pelo ponto (−3, 4).
Determine outros dois pontos pelos quais a reta encontrada passa.
3. (a) Mostre que se (x1 , y1 ) e (x2 , y2 ) são dois pontos sobre a reta de equação y = ax + b
então
y2 − y1 y1 − y2
a= =
x2 − x1 x1 − x2
.
(b) Qual o coeficiente angular da reta que passa pelos pontos (1/2, −1) e (4, 0)?
4. (a) Determine a equação geral da reta paralela à reta de equação y = −x − 2 e que paasa
pelo ponto (−3, 4)
(b) Determine a equação geral da reta perpendicular à reta de equação y = −x − 2 e que
paasa pelo ponto (−3, 4).
(c) Faça um esboço das retas no plano.
(d) Qual a intereseção da reta inicial com a reta encontrada no item (b)?
5. Uma reta passa pelos pontos (-2,-3) e (4,1). Calcular a ordenada de um ponto situado
sobre esta reta e cuja abscissa é 10.
6. Mostrar que os pontos (1,1), (5,3), (8,0) e (4,-2) são os vértices de um paralelogramo.
7. A reta que passa pelos pontos (-2,5) e (4,1) é perpendicular à reta que passa pelos pontos
(-1,1) e (3,7)? Justifique!
8. A reta l1 passa pelos pontos (3,2) e (-4,-6) e a reta l2 passa pelo ponto (-7,1) e pelo ponto
A de ordenada -6. Determine a abscissa do ponto A sendo l1 perpendicular a l2 .
10. Determine a equação da reta cula declividade é -3 e cuja interseção sobre o eixo Y é -2.
12. Determine a área do triângulo retângulo formado pelos eixos coordenados e pela reta
cuja equação é 5x + 4y + 20 = 0.
16. Determine k se a reta 4x+5y +k = 0 deve formar com os eixos coordenados um triângulo
retângulo de área 2,5.
2.3 Circunferência
√
Exemplo 2.3.1 Determine a equação da circunferência de centro (-1,2) e raio 3
Exemplo 2.3.3 Determine os valores √ de k para os quais o ponto P (k, 5) pertence à circun-
ferência de centro C(5, −2) e raio 85.
Solução 2.3.4 Como P pertence à circunferência, sua distáncia ao centro deve ser igual ao
raio, isto é, devemos ter √ √
(k − 5)2 + (−2 − 5)2 = 85
ou ainda
(k − 5)2 + 49 = 85 ⇔ (k − 5)2 = 36 ⇔ k − 5 = ±6.
Portanto
k = 11 ou k = −1.
Exemplo 2.3.5 Calcule o raio da circunferência de centro C(−2, 7) e que passa pelo ponto
A(3, −1)
Solução 2.3.6 Como a circunferência passa por A devemos ter DAC = raio, isto é,
√ √
r = (3 + 2)2 + (−1 − 7)2 = 89.
Exemplo 2.3.7 Determine a equação da circunferência que tem o segmento AB como diâmetro,
sendo A(−3, 2) e B(7, 6).
2.3. CIRCUNFERÊNCIA 43
Solução 2.3.8 Sendo AB o diâmetro, o centro será o ponto médio de AB e o raio será a
distância do centro a qualquer um dos pontos A ou B ou, ainda, a metade da distância entre
A e B. Logo
( )
−3 + 7 2 + 6 √ √
centro = C , = C(2, 4) e r = DCA = (2 + 3)2 + (4 − 2)2 = 29.
2 2
Observação 2.3.9 É simples verificar que a equação de uma circunferência de centro C(a,b)
e raio r é dada por
(x − a)2 + (y − b)2 = r2 (2.3)
x2 + y 2 + Ax + By + C = 0 (2.5)
x2 + bx + c,
escrevê-la como soma ou diferença de dois quadrados, isto é, encontrar números reais r e s tais
que
x2 + bx + c = (x + r)2 + s. (2.6)
Se s > 0 teremos soma de dois quadrados, pois, sendo assim, teremos
√
x2 + bx + c = (x + r)2 + s = (x + r)2 + ( s)2 . (2.7)
Se s < 0, temos −s > 0 e, daı́, conseguimos uma diferença de dois quadrados, qual seja,
√
x2 + bx + c = (x + r)2 + s = (x + r)2 − (−s) = (x + r)2 − ( −s)2 . (2.8)
b = 2r e r2 + s = c.
Daı́, teremos
b b 2 4c − b2
r= e s=c−r =c−( ) =
2
.
2 2 4
Logo, temos
b 4c − b2
x2 + bx + c = (x + )2 + . (2.9)
2 4
Particulamente, se c = 0 temos
b b2
x2 + bx = (x + )2 − . (2.10)
2 4
Vejamos um exemplo.
−4
x2 + 4x + 3 = (x + 2)2 + = (x + 2)2 − 1.
4
Exemplo 2.3.12 Escrever como soma ou diferença de dois quadrados a expressão x2 −5x+7.
Exemplo 2.3.14 Escrever como soma ou diferença de dois quadrados a expressão x2 −4x−5.
x2 − 4x − 5 = (x − 2)2 − 9 = (x − 2)2 − 32 .
Para aqueles que preferem não memorizar as fórmulas (2.9) e (2.10), o completamento de
quadrados pode ser feito, facilmente, somando e subtraindo à expressão x2 + bx + c o número
(b/2)2 , pois, teremos
b2 b2 b 4c − b2
x2 + bx + c = x2 + bx + (b/2)2 − (b/2)2 + c = x2 + bx + − + c = (x + )2 + .
4 4 2 4
Ilustremos com um exemplo.
Exemplo 2.3.18 Escrever como soma ou diferença de dois quadrados a expressão y 2 + 4y.
É claro que os dois últimos exemplos poderiam ser resolvidos utilizando diretamente as
fórmula (2.9) e (2.10), respectivamente.
Voltemos, agora, ao nosso problema original, qual seja, decidir quando uma equação do
tipo
x2 + y 2 + Ax + By + C = 0
representa um circunferência. A ideia será escrever a equação na forma
x2 + Ax + y 2 + By = −C
e, a seguir, completar quadrados nos termos em x e nos termos em y. Vejamos algus exemplos.
Exemplo 2.3.20 Verifique se cada equação abaixo representa uma circunferência. Se este for
o caso, determine seu centro e raio.
(a) x2 + y 2 − 6x + 4y − 3 = 0
(b) x2 + y 2 − 4x − 6y + 13 = 0
(c) x2 + y 2 − 2x − 4y + 7 = 0
(d) 2x2 + 2y 2 − 12x + 8y − 15 = 0
Solução 2.3.24 1) Seja C(a, b) o centro da circunferência procurada. Como este centro per-
tence à reta, devemos ter 3a + 7b + 2 = 0. Como a circunferência passa pelos pontos A e B
2 2
temos que DCA = DCB , isto é,
(a − 6)2 + (b + 2)2 = (a − 8)2 + b2
ou ainda
a2 − 12a + 36 + b2 − 4b + 4 = a2 16a + 64 + b2 ⇔ 4a − 4b = 24.
Devemos, então, resolver o seguinte sistema
{
a−b = 6
.
3a + 7b = −2
Resolvendo, encontramos a soluçao, a = 4 e b = −2, ou seja, o centro é o ponto C(4, −2).
√
Calculando DCA , que é o raio, temos r = 20(Calcule!), o que nos leva à equação da
circunferência
(x − 4)2 + (y + 2)2 = 20.
Uma forma simples de resolver este sistema, é subtrair suas equações, obtendo 12a − 12b = 36
ou a − b = 3. Agora, podemos fazer a = b + 3 e voltar a uma das equações do sistema.
Escolhendo a primeira equação, teremos
(3 + b)2 + b2 − 2(3 + b) − 8b = 3
2.3. CIRCUNFERÊNCIA 47
-3 C 3 x
Figura 2.16
4) Temos
x2 + y 2 − 2x + 6y + m = 0 ⇔ x2 − 2x + 1 + y 2 + 6y + 32 = −m + 1 + 9.
Logo, a equação representará uma circunferência se, e somente se, −m + 10 > 0, isto é,
m < 10
Exercı́cio Resolvido 2.3.25 Determine a equação da circunferência que passa pelos pontos
A(0, 2), B(7, −5) e C(6, −6).
Solução 2.3.26 Apresentaremos duas soluções para este exercı́cio que devem ser bem enten-
didas.
Primeira solução: Inicialmente, relembremos uma propriedade que diz que se A e B são
pontos distintos de uma circunferência, então a mediatriz do segmento AB passa pelo centro.
No nosso caso, então, as mediatrizes dos segmentos AB e BC devem passar pelo centro. Logo,
a ideia é determinar as equações dessas mediatrizes e depois buscar o ponto comum a elas,
que será o centro. Determinemos a equação da mediatriz r do segmento AB. O coeficiente
angular da reta que passa por A e B é igual a mAB = −1 e, como r deve ser penpendicular
a AB, teremos mr .(−1) = −1 e, daı́, mr = 1. Temos, ainda, que a reta r deve passar pelo
48 CAPÍTULO 2. RETAS E CIRCUNFERÊNCIAS
( )
ponto médio de AB, isto, é, r deve passar pelo ponto 0+7
2
, 2+(−5)
2
= (7/2, −3/2). Logo uma
equação para r será dada por
3 7
y + = (x − ) ou x − y − 5 = 0.
2 2
De maneira análoga determinamos a equação da reta s mediatriz do segmento BC, encontrado,
x + y − 1 = 0(Determine!).
O centro da circunferência será a solução do sistema
{
x−y = 5
.
x+y = 1
Resolvendo o sistema, encontramos o ponto D(3, −2), que é o centro da circunferência.
Para determinarmos o raio, basta calcular a distância de D a qualquer dos pontos A, B ou
C, daı́, temos √
r = DDA = 32 + (−2 − 2)2 = 5.
Logo, a equação da circunferência é
(x − 3)2 + (y + 2)2 = 25.
Segunda solução: Pelo exposto aneriormente, sabemos que a equação de uma circunferência
pode ser escirta na forma
x2 + y 2 + kx + my + n = 0. (1)
Se a circunferência procurada passa pelos pontos A(0, 2), B(7, −5) e C(6, −6), devemos ter,
substituindo estes pontos em (1),
02 + 22 + k.0 + m.2 + n = 0
72 + (−5)2 + k.7 + m.(−5) + n = 0
62 + (−6)2 + k.6 + m.(−6) + n = 0
logo devemos resolver o sistema
2m + n + 4 = 0
7k − 5m + n + 74 = 0 .
6k − 6m + n + 72 = 0
Para resolver tal sistema, basta escolher uma equação, isolar uma variável, susbstituı́-la nas
outras duas equações, obtendo, assim, um sistema de duas equações e duas variáveis. Por
exemplo, isolando n na primeira equação, teremos n = −2m − 4. Ao subsituı́rmos na segunda
e terceira equações teremos
7k − 5m + (−2m − 4) + 74 = 0
6k − 6m + (−2m − 4) + 72 = 0
o que nos leva ao sistema {
7k − 7m = −70
.
6k − 8m = −68
Resolvendo este sistema temos a solução k = −6, m = 4 e, retornando, encontramos n = −12
e temos a equação
x2 + y 2 − 6x + 4y − 12 = 0.
2.3. CIRCUNFERÊNCIA 49
√
Exemplo 2.3.27 Considere a circunferência de centro C(−2, −1) e raio 8 e os pontos
A(1, −1), B(−4, −2) e D(0, 1). Então:
√ √ √
DCA = (−2 − 1)2 + (−1 + 1)2 = 9 = 3 > 8 ⇒ A está no exterior da circunferência.
√ √ √
DCB = (−2 + 4)2 + (−1 + 2)2 = 5 < 8 ⇒ B está no interior da circunferência.
√ √ √
DCD = (−2 − 0)2 + (−1 − 1)2 = 8 = 8 ⇒ D está sobre a circunferência.
A
C
Figura 2.17
Exemplo 2.3.31 Verifique a posição do ponto A(3, −2) em relação à circunferência de equação
x2 + y 2 + 4x + 5y − 17 = 0
Exemplo 2.3.33 Esboce no plano o conjunto do pontos (x, y) que satisfazem a inequação
x2 + y 2 − 2x − 2y − 3 ≤ 0.
solu ªo
C
1
1 x
Figura 2.18
Exemplo 2.3.35 Esboce no plano o conjunto do pontos (x, y) que satisfazem a inequação
x2 + y 2 − 2x − 2y − 3 ≥ 0.
2.3. CIRCUNFERÊNCIA 51
solu ªo
1 C
1 x
Figura 2.19
52 CAPÍTULO 2. RETAS E CIRCUNFERÊNCIAS
Exercı́cio Resolvido 2.3.37 Esboce no plano o conjunto dos pontos (x, y) que satisfazem
cada sistema de inequações abaixo:
{ 2
x + y 2 − 2x − 2y − 3 ≥ 0
(a)
x2 + y 2 − 4x − 4y + 9/2 ≥ 0
{ 2
x + y 2 − 2x − 2y − 3 ≤ 0
(b)
x2 + y 2 − 4x − 4y + 9/2 ≤ 0
{ 2
x + y 2 − 2x − 2y − 3 ≥ 0
(c)
x2 + y 2 − 4x − 4y + 9/2 ≤ 0
{ 2
x + y 2 − 2x − 2y − 3 ≤ 0
(d)
x2 + y 2 − 4x − 4y + 9/2 ≥ 0
(a) (c)
(b)
2 C
1 C
(d)
1 2 x
Figura 2.20
Solução 2.3.40 Para saber quantos pontos em comum a reta e a circunferência possuem,
devemos saber quantas soluções possui o sistema
{ 2
x + y 2 − 10x − 4y + 13 = 0
.
8x − 6y − 3 = 0
6y+3
Isolando x na segunda equação obtemos x = 8
. Agora, substituindo na segunda, teremos
6y + 3 2 6y + 3
( ) + y 2 − 10( ) − 4y + 13 = 0
8 8
e, simplificando, vem
100y 2 − 700y + 601 = 0.
Não precisamos resolver esta equação, somente determinarmos quantas soluções temos e, para
tanto, vemos que
∆ = (−700)2 − 4.100.601 = 7002 − 400.601 > 0.
Logo, a circunferência e a reta são secantes.
6
Verificar a posição relativa significa decidir se são secantes, exteriores ou tangentes.
54 CAPÍTULO 2. RETAS E CIRCUNFERÊNCIAS
Observação 2.3.41 Considere uma reta l e uma circunferência C de centro num ponto P e
raio r. É simples ver que:
1) l e C serão secantes ⇔ DP l < r
2) l e C serão tangentes ⇔ DP l = r
3) l e C serão exteriores ⇔ DP l > r
Exemplo 2.3.42 Solução do último exercı́cio usando a observação acima. Inicialmente de-
terminamos o centro e o raio, fazendo
x2 +y 2 −10x−4y+13 = 0 ⇔ x2 −10x+52 +y 2 −4y+22 = −13+52 +22 ⇔ (x−5)2 +(y−2)2 = 16.
Logo, centro é C(5, 2) e raio r = 4. Agora comparamos a distância do centro à reta com o
raio, isto é,
|8.5 − 6.2 − 3| 25 5
DCr = √ = = < 4 = r.
2
8 + (−6) 2 10 2
Logo, pelo item 3 da observação anterior, temos que a reta e a circunferência são secantes.
Solução 2.3.44 Poderı́amos resolver este exercı́cio tal como encaminhamos a primeira solução
do último exemplo, isto é, verificando quantos pontos a circunferência e a reta possuem em
comum. Uma segunda solução, que faremos, é usar a observação anterior, isto é, determinar
a distância entre o centro da circunferência
√ e a reta. Observe que o centro da circunferência
é o ponto P (2, 1) e o raio é igual a 13.(Faça as contas para determiná-los!) Logo, teremos,
|3.2 − 2.1 + 9| 13 √
DP l = √ = √ = 13.
32 + (−2)2 13
Portanto a reta e a circunferência são tangentes.
2.3.4 Exercı́cios
1. Escreva a equação de cada circunferência cujos centros e raio são dados abaixo:
√ √
(a) C(5,3) e r=2 (b) C(2/3,1) e r=2 2 (c) C(0,0) e r=8 (d) C(-1,0) e r=2 3
x2 + y 2 + 4x − k = 0
x2 + y 2 − 4x + ky + m = 0
6. Qual a equação da circunferência de centro C(-1,4) e que passa pelo ponto A(2,-7).
7. Uma circunferência passa pelos pontos A(3,1) e B(4,0) e seu centro está sobre o eixo das
ordenadas. Calcule o raio dessa circunferência e escreva sua equação.
√
8. Determine a equação da circunferência de raio 13 e que passa pelos pontos A(1,4) e
B(2,-1).
3. k = 79/7
56 CAPÍTULO 2. RETAS E CIRCUNFERÊNCIAS
√
4. a = 1 ou a = 1 ± 2
5. a = −1
6. (6, 0) e (−2, 0)
7. (−2, 2)
8. a = 4
9. a = 4 ou a = −2
1. y = x + 1 ângulo=π/4.
4. (a) x + y − 1 = 0
(b) x − y − 7 = 0
(c) (−9/2, 5/2)
5. 5
6. A(1, 1), B(5, 3), C(8, 0), D(4, 1). Basta notar que os coeficientes angulares das retas que
passam por A e B e por D e C são ambos iguais a 1/2 e, portanto, estes lados são
paralelos. Temos, ainda, que os coeficientes angulares das retas que passam por C e B e
por D e A são ambos iguais a −1 e, portanto, estes lados são paralelos.
8. 1
x y
9. 2
+ −3
=1
10. y = −3x − 2
12. 10
2.4. RESPOSTA DOS EXERCÍCIOS 57
13. 4
√
14. 1 ± 7/3
15. a = 4 b = 7
16. k = ±10
17. √33
41
18. h = √3 e área= 9.
2
3. k > −4
4. 5k + m + 22 = 0
y y
C
C
C
5. x
x x
6. x2 + y 2 + 2x − 8y − 113 = 0
7. r = 5 x2 + (y + 3)2 = 25
3.1 Parábolas
eixo
diretriz
F
p
V
p
Figura 3.1
59
60 CAPÍTULO 3. BREVE ESTUDO DAS CÔNICAS
Exemplo 3.1.2 Determine a equação da parábola de foco F(2,1) e diretriz d dada pela equação
x − 4y = 0. Determine, ainda, a equação do eixo, as coordenadas do vértice e o parâmetro.
O parâmetro é dado pela distância entre o foco e o vértice ou, ainda, neste caso,
√ 1
p = (35/17 − 2)2 + (13/17 − 1)2 ⇒ p = √ .
17
Solução 3.1.5 De maneira análoga ao exemplo anterior, sendo P (x, y) um ponto da parábola,
devemos ter
|x − 4| √
√ = (x − 3)2 + (y − 2)2
12 + 02
e, daı́, teremos
(x − 4)2 = (x − 3)2 + (y − 2)2 ⇒ x2 − 8x + 16 = x2 − 6x + 9 + y 2 − 4y + 4 ⇒ y 2 − 4y + 2x − 3 = 0.
Como a diretriz é uma reta vertical, o eixo será a reta horizontal que passa pelo ponto
F (3, 2), isto é, y = 2. Claramente, temos o (ponto de )interseção do eixo e a diretriz dado por
(4, 2) e, portanto, o vértice será dado por V 3+4
2
, 2+2
2
= (7/2, 2).
3.1. PARÁBOLAS 61
Exemplo 3.1.7 Determine a equação da parábola de foco F (2, 3) e vértice V (0, 2).
Solução 3.1.8 Para proceder tal como nos exemplos anteriores precisamos determinar a equação
da diretriz. Inicialmente, notemos que o coeficiente angular do eixo será dado por
2−3 1
me = = .
0−2 2
Como o eixo e a diretriz são perpendiculares, temos que o coeficiente angular da diretriz é
igual a −2. Busquemos, agora, o ponto de interseção da diretriz e do eixo, qual seja I(a, b)
satisfazendo, pel aobservação acima,
a + xF a+2
xv = ⇒0= ⇒ a = −2
2 2
e
b + yF b+3
yv = ⇒2= ⇒ b = 1.
2 2
Logo, a diretriz é a reta de coeficiente angular −2 passando pelo ponto (−2, 1) e, portanto, sua
equação será
y − 1 = −2(x + 2) ou 2x + y + 3 = 0.
Continuando como nos exemplos anteriores, teremos
(2x + y + 3)2
= (x − 2)2 + (y − 3)2
5
ou
(2x + y)2 + 6(2x + y) + 9 = 5x2 − 20x + 20 + 5y 2 − 30y + 45,
o que nos leva à equação
4 eixo
V
3
diretriz
F
2
−2 −1 1 2 3 4
−1
Figura 3.2
c y=c
b F
a x
Figura 3.3
Como o eixo é perpendicular à diretriz, neste caso, ele será uma reta vertical que passa
pelo foco e, então, sua equação será x = a. Observe à esquerda na Figura 3.4 seguir.
Observe que o ponto de interseção entre o eixo e a diretriz é o ponto I(a, c) e, portanto, o
vértice será dado por V (a, b+c
2
) e o parâmetro p = c−b
2
. Observe à direita na Figura 3.4.
3.1. PARÁBOLAS 63
y y
eixo:x=a eixo:x=a
diretriz:y=c c I(a,c) diretriz:y=c c I
(c-b)/2=p
V(a,(c+b)/2)
b F b F
a a
x x
Figura 3.4
Logo, neste caso, se conhecemos o foco(ou o vértice) e a diretriz basta termos em mente o
esboço da parábola e, facilmente, determinamos os outros elementos. Considerações análogas
podem ser feitas para parábolas com diretriz vertical! Vejamos alguns exemplos.
Exemplo 3.1.9 Determine os elementos, quais sejam, foco, diretriz e eixo de uma parábola
de diretriz horizontal tendo para vértice o ponto (2, 3) e parâmetro 4.
Solução 3.1.10 Note que temos dois casos a serem considerados, isto é, o vértice pode estar
acima ou abaixo de diretriz. Façamos, inicialmente, o caso do vértice acima da diretriz. Como
o parâmetro é igual a 4, temos que a distância entre o vértice e a diretriz é igual a 4 e, daı́, a
diretriz estará situada 4 unidades abaixo do vértice, isto é, sua equação será y = −1. O eixo,
sendo perpendicular à diretriz, é a reta vertical que passa pelo vértice e, portanto, sua equação
será y = 2. O foco é o ponto sobre o eixo, isto é, de abscissa xF = 2 e situado 4 unidades
acima da vértice, o que nos leva a F (2, 7).
Se o vérttice está abaixo da diretriz, procedimente análogo, nos leva a diretriz : y = 7,
f oco : F (2, −1) e eixo : x = 2.
Exemplo 3.1.11 Determine os elementos, quais sejam, foco, diretriz e eixo de uma parábola
de diretriz vertical tendo para vértice o ponto (2, 3) e parâmetro 4.
Solução 3.1.12 Novamente, temos dois casos a considerar, isto é, o vértice pode estar à
direita ou à esquerda de diretriz. Façamos, inicialmente, o caso do vértice à direita da diretriz.
Como o parâmetro é igual a 4, temos que a distância entre o vértice e a diretriz é igual a 4
e, daı́, a diretriz estará situada 4 unidades à esquerda do vértice, isto é, sua equação será
x = −2. O eixo, sendo perpendicular à diretriz, é a reta horizontal que passa pelo vértice e,
portanto, sua equação será y = 3. O foco é o ponto sobre o eixo, isto é, de ordenada yF = 3 e
situado 4 unidades à esquerda da vértice, o que nos leva a F (6, 3).
Se o vértice está à esquerda da diretriz, procedimente análogo, nos leva a diretriz : x = 6,
f oco : F (−2, 3) e eixo : y = 3.
64 CAPÍTULO 3. BREVE ESTUDO DAS CÔNICAS
1
y − yv = − (x − xv )2 , foco abaixo do eixo
4p
onde o vértice é o ponto V (xv , yv ).
É possével mostrar que a recı́proca do resultado acima ainda é verdadeira e, daı́, temos os
considerações acima resumidas nos dois teoremas abaixo.
Teorema 3.1.13 Se uma parábola possui diretriz paralela ao eixo x ( diretriz horizontal ),
foco abaixo da diretriz, parâmetro p e vértice V (xv , yv ) então sua equação será dada por
1
y − yv = − (x − xv )2 .
4p
Reciprocamente, uma equação que pode ser escrita na forma
y − b = k(x − a)2 , a, b, k ∈ R e k < 0
representa uma parábola de diretriz paralela ao eixo x ( diretriz horizontal ), foco abaixo da
diretriz, parâmetro p = − 4k
1
e vértice V (a, b)
3.1. PARÁBOLAS 65
Teorema 3.1.14 Se uma parábola possui diretriz paralela ao eixo x ( diretriz horizontal ),
foco acima da diretriz, parâmetro p e vértice V (xv , yv ) então sua equação será dada por
1
y − yv = (x − xv )2 .
4p
representa uma parábola de diretriz paralela ao eixo x ( diretriz horizontal ), foco abaixo da
1
diretriz, parâmetro p = 4k e vértice V (a, b)
y
4
y=4
2 F
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4
−1
−2
−3
−4
Figura 3.5
1
y − 3 = − (x − 3)2 .
4
Exemplo 3.1.17 A equação −x2 +8x+8y+8 = 0 representa uma parábola? Se sim, determine
seus elementos, quais sejam, vértice, foco, parâmetro, diretriz e eixo.
66 CAPÍTULO 3. BREVE ESTUDO DAS CÔNICAS
(Diretriz Vertical)
No caso da parábola possuir diretriz vertical, da mesma maneira temos os seguintes teore-
mas.
Teorema 3.1.19 Se uma parábola possui diretriz paralela ao eixo y ( diretriz vertical ), foco
à direita da diretriz, parâmetro p e vértive V (xv , yv ) então sua equação será dada por
1
x − xv = (y − yv )2 .
4p
Reciprocamente, uma equação que pode ser escrita na forma
x − a = k(y − b)2 , a, b, k ∈ R e k > 0
representa uma parábola de diretriz paralela ao eixo y ( diretriz vertical ), foco à direita da
1
diretriz, parâmetro p = 4k e vértice V (a, b)
Teorema 3.1.20 Se uma parábola possui diretriz paralela ao eixo y ( diretriz vertical ), foco
à esquerda da diretriz, parâmetro p e vértive V (xv , yv ) então sua equação será dada por
1
x − xv = − (y − yv )2 .
4p
Reciprocamente, uma equação que pode ser escrita na forma
x − a = k(y − b)2 , a, b, k ∈ R e k < 0
representa uma parábola de diretriz paralela ao eixo y ( diretriz vertical ), foco à esquerda da
diretriz, parâmetro p = − 4k
1
e vértice V (a, b)
4 V F eixo
3 5 x
Figura 3.6
F
2
2p
3 4 x
Figura 3.7
68 CAPÍTULO 3. BREVE ESTUDO DAS CÔNICAS
Como a diretriz é vertical e o foco está à sua esquerda, a equação da parábola deve ser do
tipo
1
x − xv = − (y − yv )2 .
4p
Determinemos o parâmetro e o vértice. Sendo o parâmetro a metade da distância entre o foco
e a diretriz, temos , neste caso, p = 1/2.(observe a figura!) Note que o eixo tem equação y = 2
e sua interseção com a diretriz é o ponto I(4, 2). Como o vértice é o ponto médio do segmento
determinado por I e F , teremos V (7/2, 2) e, portanto, a equação da parábola será
7 1
x− = − (y − 2)2 .
2 2
3.1.3 Exercı́cios
1. Considere a parábola de foco F (−2, 6) e diretriz de equação 2x − 5y + 20 = 0.
(a) Determine a equação da parábola
(b) Determine a equação do eixo
(c) Determine as coordenadas do vértice
5. Determine o foco e a equação da diretriz para cada parábola cuja equação é dada a
seguir:
(a)2x2 − 5y = 0 (c)8x + 9y 2 = 0
(b)3x2 + 4y = 0 (d)5x − 6y 2 = 0
6. Uma parábola cuja equação é y 2 + kx = 0, passa pelo ponto (−54, 9). Determine:
(a) o número k
(b) as coordenadas do foco
10. Determine o vértice e o foco de cada parábola cuja equação é dada a seguir:
(a)y = 4x− 2x + 5 (d)y = −3x2 + 6
(b)y = 12 x2 − 4x (e)y = −3x2 + 6x
(c)y = 8 x − 6
1 2
(f )x2 − 6x − y + 5 = 0
13. Uma parábola tem equação y 2 − 10y + 12x − 23 = 0. Determine o vértice, o foco e a
equação da diretriz.
3.2 Elipses
B2
a b a
A1 c c A2
F2 C F1
a B1 a
Figura 3.8
Observação 3.2.1 Note que, como o vértice B2 é um ponto da elipse, teremos o segmento
B2 F1 medindo a e, portanto, teremos a importante relação
a2 = b2 + c2 .
Exemplo 3.2.2 1) Um elipse tem eixo maior medindo 10 e eixo menor medindo 6. Determine:
(a) a distância focal
(b) a excentricidade
3.2. ELIPSES 71
Exemplo 3.2.4 2) Determine a equação de uma elipse cujos focos são os pontos F1 (−1, 1) e
F2 (1, 2), sabendo que o comprimento do eixo maior é igual a 2a = 4.
Teorema 3.2.6 (Eixo maior horizontal) Uma elipse possui eixo maior horizontal(paralelo
ao eixo x) de comprimento 2a e eixo menor vertical de comprimento 2b com centro no ponto
C(xC , yC ) se, e somente se, sua equação pode ser escrita na forma
(x − xC )2 (y − yC )2
+ = 1.
a2 b2
Teorema 3.2.7 (Eixo maior vertical) Uma elipse possui eixo maior vertical(paralelo ao
eixo y) de comprimento 2a e eixo menor horizontal de comprimento 2b com centro no ponto
C(xC , yC ) se, e somente se, sua equação pode ser escrita na forma
(y − yC )2 (x − xC )2
+ + = 1.
a2 b2
72 CAPÍTULO 3. BREVE ESTUDO DAS CÔNICAS
Observação 3.2.8 (ENTENDER BEM) Salientamos que se uma elipse tem eixo maior
horizontal, então seu centro, os focos e os vértices, que estão todos sobre o eixo maior, possuem
a mesma ordenada. Se o centro é o ponto C(α, β) com semi eixo maior a e semi distância
focal c, então os focos serão os pontos F2 (α − c, β) e F1 (α + c, β). Já os vértices sobre o eixo
maior serão os pontos A1 (α − a, β) e A2 (α + a, β). Temos, ainda, que o centro e os vértices
sobre o eixo menor possuem a mesma abscissa e, portanto, se o semi eixo menor é igual a b,
os vértices sobre o eixo menor serão os pontos B2 (α, β + b) e B1 (α, β − b).
Se uma elipse tem eixo maior vertical, então seu centro, os focos e os vértices, que estão
todos sobre o eixo maior, possuem a mesma abscissa. Se o centro é o ponto C(α, β) com semi
eixo maior a e semi distância focal c, então os focos serão os pontos F2 (α, β − c) e F1 (α, β + c).
Já os vértices sobre o eixo maior serão os pontos A1 (α, β − a) e A2 (α, β + a). Temos, ainda,
que o centro e os vértices sobre o eixo menor possuem a mesma ordenada e, portanto, se o
semi eixo menor é igual a b, os vértices sobre o eixo menor serão os pontos B2 (α + b, β) e
B1 (α − b, β).
B2
A1 F2 c β C c F1 A2
α− c α α+ c x
B1
Figura 3.9
Exemplo 3.2.9 Determine a equação da elipse de eixo maior horizontal igual a 4 e eixo
menor 2 com centro C(3, 2).
Solução 3.2.10 Temos, a = 2, b = 1 e, portanto, pelo teorema 3.2.6 , uma equação da elipse
será
(x − 3)2 (y − 2)2
+ = 1 (1)
4 1
3.2. ELIPSES 73
x2 + 4y 2 − 6x − 16y + 21 = 0. (2)
Observe que não há necessidade de desenvolvermos (1), já que, tanto (1), quanto
(2), são equações para a elipse.
Exemplo 3.2.11 Determine a equação da elipse de eixo maior vertical igual a 8 e eixo menor
4 com centro C(5, 6).
Solução 3.2.12 Temos a = 4, b = 2 e, portanto, como o eixo maior é vertical, pelo teorema
3.2.7 uma equação da elipse será
(y − 6)2 (x − 5)2
+ = 1.
16 4
Observação 3.2.13 As equações apresentadas nos teoremas 3.2.6 e 3.2.7 são ditas equações
reduzidas da elipse.
x2 + 9y 2 − 8x − 36y + 43 = 0.
Determine:
(a) sua equação reduzida.
(b) eixos maior, menor e distância focal
(c) centro
(d) os focos
(e) os vértices
Solução 3.2.15 (a) Neste tipo de exercı́cio usamos o mesmo procedimento usado quando es-
tudamos circunferências e parábolas, isto é, buscamos completar os quadrados. Inicialmente
agrupamos os termos em x e y da equação, obtendo
ou, ainda,
(x2 − 8x) + 9(y 2 − 4y) = −43.
Agora iremos completar os quadrados dentro dos parênteses, obtendo,
ou
(x − 4)2 (y − 2)2
+ = 1.
9 1
e, daı́,
√
eixo maior=8, eixo menor=2 e distância focal=4 2.
(c) Claramente o centro é o ponto C(4, 2).
(d) Observe que o eixo maior é paralelo ao eixo x,√isto é, é horizontal. Logo os focos
possuem√a mesma ordenada
√ do centro e distam c = 2 2 do centro, resultando nos pontos
F1 (4 − 2, 2) e F2 (4 + 2, 2).(Vide observação 3.2.8)
(e) Tal como no item anterior, determinamos os vértices sobre o eixo maior, quais sejam,
A1 (1, 2) e A2 (7, 2). Os vértices sobre o eixo menor possuem a mesma abscissa do centro e
distância 1 . Logo, temos os pontos B1 (4, 1) e B2 (4, 3).(Vide observação 3.2.8)
2
(f ) A Figura 3.10 ilustra a elipse
y
B2
3
b
A1 F1 c F2
2 A2
1
B1
1 4-sqrt(2) 4 4+sqrt(2) 7 x
Figura 3.10
9x2 + 4y 2 − 36x − 8y + 4 = 0.
Determine:
(a) sua equação reduzida.
(b) eixos maior, menor e distância focal
2
Nas figuras, sqrt(n) estará indicando a raı́z quadrada do número n
3.2. ELIPSES 75
(c) centro
(d) os focos
(e) os vértices
(f ) faça um esboço da elipse
A1
4
1+sqrt(5) F1
(B2) 1 B1
2 4 x
1-sqrt(5) F2
-2
A2
Figura 3.11
3.2.3 Exercı́cios
1. Determine os focos das elipses cujas equações são dadas a seguir:
2 y2 2 y2 2 2 y2
(a) x49 + 36
= 1 (b) x64 + 81
= 1 (c) x4 + y 2 = 1 (d) x3 + 4
=1
2x2 3y 2
(e) 3
+ 4
= 1 (f )3x2 + 4y 2 = 1 (g)9x2 + 10y 2 − 6 = 0
76 CAPÍTULO 3. BREVE ESTUDO DAS CÔNICAS
2. Uma elipse de excentricidade e = 1/2 tem centro na origem, focos no eixo x e eixo maior
medindo 12. Determine sua equação.
3. Um elipse tem focos no eixo x e centro na origem. Determine sua equação sabendo que
ela passa pelos pontos (0, −2) e (3, 0).
4. Uma elipse com centro na origem tem um foco no ponto (3, 0) e um vértice no ponto
(−7, 0). Qual a sua excentricidade?
5. Uma elipse, cujo eixo maior é vertical, tem centro C(−1, 1), excentricidade e = 1/3 e
eixo menor de medida 6. Dê a equação da elipse.
6. Uma elipse de eixo maior horizontal passa pelos pontos (0, −1) e (3, 1). Dê sua equação
sabendo que o centro é o ponto (3, −1).
3x2 + 2y 2 + 12x + 4y + 8 = 0.
3.3 Hipérbóles
B1
F2 A2 C A1 F1
a a
B2
c c
Figura 3.12
Exemplo 3.3.3 Determine a equação da hipérbole de focos F1 (1, 2), F2 (4, 3) e eixo real me-
dindo 2.
|DP F1 = DP F2 | = 2a.
Logo, vem,
|DP F1 − DP F2 | = 2a ⇔ DP F1 = DP F2 = ±2a ⇔ DP F1 = DP F2 ± 2a ⇔
√ √
⇔ (x − 1)2 + (y − 2)2 = (x − 4)2 + (y − 3)2 ± 2 ⇔
√ √
⇔ ( (x − 1)2 + (y − 2)2 )2 = ( (x − 4)2 + (y − 3)2 ± 2)2 ⇔
√
⇔ (x − 1)2 + (y − 2)2 = (x − 4)2 + (y − 3)2 ± 4 (x − 4)2 + (y − 3)2 + 4 ⇔
√
⇔ ±2 (x − 4)2 + (y − 3)2 = 3x + y − 12 ⇔
√
⇔ (±2 (x − 4)2 + (y − 3)2 )2 = (3x+y −12)2 ⇔ −5x2 +3y 2 −6xy +40x−44 = 0.(Equação
da hipérbole)
Tal como no caso de parábolas e elipses nosso interesse maior recairá sobre hipérboles cujo eixo
real seja horizontal ou vertical, já que para estas as equações se tornam bem simples, conforme
os teoremas abaixo deixam claro.
Teorema 3.3.5 (Eixo real horizontal) Uma hipérble possui eixo real horizontal de compri-
mento 2a e eixo imaginário(vertical) de comprimento 2b com centro no ponto C(xC , yC ) se, e
somente se, sua equação pode ser escrita na forma
(x − xC )2 (y − yC )2
− = 1.
a2 b2
Teorema 3.3.6 (Eixo real vertical) Uma hipérbole possui eixo real vertical de comprimento
2a e eixo imaginário(horizontal) de comprimento 2b com centro no ponto C(xC , yC ) se, e
somente se, sua equação pode ser escrita na forma
(y − yC )2 (x − xC )2
− + = 1.
a2 b2
Exemplo 3.3.8 Determine a equação da hipérbole de eixo real horizontal medindo 8, eixo
imaginário medindo 4 e com centro C(3, 2).
Solução 3.3.9 Claramente temos a = 4 e b = 2, portanto, uma equação para a hipérbole, pelo
teorema 3.3.5, será
(x − 3)2 (y − 2)2
− = 1.
16 4
Observação 3.3.10 (MUITO IMPORTANTE) Salientamos que se uma hipérbole tem eixo
real horizontal, então seu centro, os focos e os vértices, que estão sobre o eixo real, possuem
todos a mesma ordenada. Se o centro é o ponto C(α, β) com semi eixo real a e semi distância
focal c, então os focos serão os pontos F2 (α − c, β) e F1 (α + c, β). Já os vértices sobre o eixo
real serão os pontos A1 (α − a, β) e A2 (α + a, β). Temos, ainda, que o centro e os vértices sobre
o eixo imaginário possuem a mesma abscissa e, portanto, se o semi eixo imaginário é igual a
b, os vértices sobre o eixo imaginário são os pontos B2 (α, β + b) e B1 (α, β − b).
Se uma elipse tem eixo real vertical, então seu centro, os focos e os vértices, que estão sobre
o eixo real, possuem todos a mesma abscissa. Se o centro é o ponto C(α, β) com semi eixo
real a e semi distância focal c, então os focos serão os pontos F2 (α, β − c) e F1 (α, β + c). Já
os vértices sobre o eixo real serão os pontos A1 (α, β − a) e A2 (α, β + a). Temos, ainda, que o
centro e os vértices sobre o eixo imaginário possuem a mesma ordenada e, portanto, se o semi
eixo imaginário é igual a b, os vértices sobre o eixo imaginário serão os pontos B2 (α + b, β) e
B1 (α − b, β).
Exemplo 3.3.11 Uma hipérbole, cujo eixo real é paralelo a um dos eixos coordenados, tem
equação dada por
3x2 − y 2 − 6x − 4y + 2 = 0.
Determine:
(a)sua equação reduzida
80 CAPÍTULO 3. BREVE ESTUDO DAS CÔNICAS
3.3.3 Exercı́cios
1. Uma hipérbole tem eixo real medindo 8 e eixo imaginário medindo 10. Calcule:
(a) a distância focal
(b) a excentricidade
3. A medida do eixo real de uma hipérbole equilátera é 20. Calcule a distância focal.
4. Dê a equação da hipérbole cujos focos são F1 (−2, −1) e F2 (3, 1), sabendo que seu eixo
real mede 3.
9. Consideremos uma hipérbole cujo eixo real é horizontal, o eixo imaginário mede 6, o eixo
real mede 8 e o centro é C(−2, 1). Determine a equação da hipérbole.
10. Determine a equação da hipérbole de centro C(4, −5), eixo imaginário medindo 8 e eixo
real verticel.
11. Uma hipérbole tem focos F1 (−3, 0) e F2 (5, 0). Sabendo que sua excentricidade é igual a
e, determine sua equação.
12. Em cada caso a seguir é dada a equação de uma hipérbole de eixo real paralelo a um dos
eixos coordenados. Determine, em cada caso, a equação reduzida.
(a) x2 − 2y 2 + 6x + 4y + 3 − 0
(b) 2x2 − 3y 2 − 4x − 30y − 67 = 0
13. Em cada caso a seguir é dada a equação de uma hipérbole cujo eixo real é paralelo a um
dos eixos coordenados. Determine as coordenadas do centro e dos focos.
(a) 3x2 − 5y 2 + 6x − 12 = 0
(b) x2 − 4y 2 + 8y − 20 = 0
(c) 2x2 − 3y 2 + 4x + 6y − 7 = 0
(d) x2 − 2y 2 + 4x + 4y = 0
1. (a) 25x2 + 4y 2 + 20xy + 36x − 148y + 760 = 0 (b) 5x + 2y − 2 = 0 (c) (−44/29, 139/29)
3. (a) 4x − 5y + 14 = 0 (b) 5x + 4y + 38 = 0
5. (a) F (0, 5/8); d : y = −5/8 (b) F (0, −1/3); d : y = 1/3 (c) F (−2/9, 0); d : x = 2/9 (d)
F (5/24, 0); d : x = −5/24
3
6. (a) k = 2
(b) F (−3/8, 0)
7. (1, 3) e (−1, 3)
8. (a) V (2, −2) (b) F (2, −15/8) (c) 8y + 17 = 0 (d) x − 2 = 0 (e) (0, 6) (f) (1, 0) e (3, 0)
9. (a) V (1/3, −14/3) (b) F (1/3, −19/4) (c) 12y + 55 = 0 (d) 3x − 1 = 0 (e) (0, −5) (f) @
82 CAPÍTULO 3. BREVE ESTUDO DAS CÔNICAS
11. (a) V (−11/8, 3/4) (b) F (−4/3, 3/4) (c) x = −17/12 (d) y = 3/4
√ √ √ √ √ √
1. (a) ( 13, 0) e (− 13, 0) (b) (0, 17 e (0, − 17 (c) ( 3, 0) e (− 3, 0) (d) (0, 1) e (0, −1)
√ √ √ √
(e) 6/6, 0) e (− 6/6, 0) (f) (1, 0) e (−1, 0) (g) ( 15/15, 0) e (− 15/15, 0)
2. x2 /36 + y 2 /27 = 1
3. x2 /9 + y 2 /4 = 1.
4. e = 3/7
6. (x − 3)2 /9 + (y + 1)2 /4 = 1
√ √ √
7. (a) C(−1, 1) (b) F1 (−1 − 5, 1) e F2 (−1 + 5, 1) (c) e = 2/2
√ √
1. (a) 2 14 (b) 41/4
√ √
2. (a) 24 7/7 (b) 32 7/7
√
3. 20 2
(x+2)2 (y−1)2
9. 16
− 9
=1
(y+5)2 (x−4)2
10. 25
− 16
=1
Funções Elementares
5. f : [0, 1] → [0, 1] dada por f (x) = x − 1 não é uma função de domı́nio [0, 1] e contra-
dominio [0, 1] já que, por exemplo, o número 1 não está associado a número algum em
[0, 1] pela regra f (x) = x + 1
85
86 CAPÍTULO 4. FUNÇÕES ELEMENTARES
Figura 4.1
O gráfico de f é o conjunto
∪
G(f ) = {(x, 1); x ∈ Q} {(x, 0); x ∈ R \ Q}.
Exploremos, ainda, alguns exemplos visando deixar claro os conceitos até agora introduzi-
dos.
4.1. O CONCEITO DE FUNÇÃO 87
Exemplo 4.1.10 Considerando a função f : [−1, 1] → [0, 1] definida por f (x) = x2 deter-
mine, se existir, o elemento do domı́nio que tem 4 como imagem.
Solução 4.1.11 Basta determinar os números x ∈ [−1, 1] tais que f (x) = 4, isto é, x2 = 4.
Como x2 = 4 ⇔ x = ±2 ∈ / [−1, 1] temos que não existe número no domı́nio que tenha 4 como
imagem.
Solução 4.1.13 Observando o exemplo anterior, percebemos que não existe elemento no domı́nio
que tenha −3/4 como imagem.
Solução 4.1.15 Basta determinar os números x ∈ [−1, 1] tais que f (x) = 1, isto é, x2 = 1.
Facilmente temos x1 = −1 e x2 = 1.
Note que existem dois números no domı́nio que são levados em 1, quais seja, −1 e 1.
Solução 4.1.17 Basta determinar os números x ∈ [0, 1] tais que f (x) = 1, isto é, x2 = 1.
Neste caso temos somente x = 1. Note que neste exemplo não existem dois números distintos
no domı́nio que possem a mesma imagem.
Definição 4.1.18 Uma função f : A → B será dita injetora ou injetiva se quaisquer dois
números diferentes do domı́nio possuem imagens diferentes, isto é,
∀ x1 ̸= x2 ∈ A ⇒ f (x1 ) ̸= f (x2 ).
88 CAPÍTULO 4. FUNÇÕES ELEMENTARES
A função do exemplo 4.1.14 não é injetora, já a função do exemplo 4.1.16 é injetora.
Para justificarmos o fato de uma função não ser injetora basta exibirmos dois números
distintos do domı́nio que tenham a mesma imagem. Já para provarmos que uma função é
injetora devemos provar que quaisquer dois elementos distintos do domı́nio possuem imagens
distintas.
Como visto em alguns exemplos acima , dada uma função f : A → B e y ∈ B, pode ou
não existir x ∈ A tal que f (x) = y, isto é, y pode ou não ser imagem de algum número de A.
Temos, então, a seguinte definição.
Solução 4.1.21 Claramente, um elemento de B estará na imagem de f se, e somente se, for
não negativo. Logo, temos
Im(f ) = [0, ∞[.
Quando os conjuntos Imagem e Contradominio são iguais a função será dita sobrejetora,
ou seja:
Im(f ) = A.
Definição 4.1.24 Uma função f : A → B será dita sobrejetora ou sobrejetiva se for injetora
e sobrejetora.
4.1. O CONCEITO DE FUNÇÃO 89
x−1
f (x) = .
2x − 1
Solução 4.1.26 É claro que a única restrição é que o denominador seja não nulo, isto é,
devemos ter 2x − 1 ̸= 0, ou ainda, x ̸= 1/2. Logo, o domı́nio é o conjunto R \ {1/2}.
Solução 4.1.28 Como somente a regra foi dada, entendemos que o domı́nio e contradomı́nio
são o conjunto R. Logo, devemos encontrar os números reais que são imagem de algum número
real pela regra f (x) = x2 − 1, isto é, devemos encontrar os números y tais que exista algum x
satisfazendo x2 − 1 = y. Daı́,
x2 −
√1 = y ⇔ x = y2 + 1 e, portanto, desde que tenhamos y + 1 ≥ 0, isto é, y ≥ −1, existirá
2
Solução 4.1.30 Neste caso temos duas restrições, quais sejam, x − 1 ≥ 0 e 2x − 1 ̸= 0, o que
nos leva a x ≥ 1 e x ̸= 1/2. Portanto, o domı́nio de f é o conjunto [1, ∞[.
x−1
f (x) = √ .
2x − 1
Solução 4.1.32 Neste caso, a restrição é 2x − 1 > 0, isto é, devemos ter 2x − 1 > 0. Logo,
o domı́nio é o conjunto ]1/2, ∞[= {x ∈ R; x > 1/2}.
90 CAPÍTULO 4. FUNÇÕES ELEMENTARES
(f.g)(x) = f (x).g(x)
Observação 4.1.39 Enfatizamos que duas funções reais f e g são iguais se, e somente se,
possuem o mesmo domı́nio, mesmo contradomı́nio e f (x) = g(x) para todo número x no
domı́nio.
Exemplo 4.1.40 Considere as funções f (x) = 1 e g(x) = xx . Note que f e g não são iguais
pois o domı́nio de f é R e o domı́nio de g é R \ {0}.
Solução 4.1.44 Devemos ter x2 − 1 = 0, o que nos leva a x = ±1 mas, observando que o
domı́nio de f são os números maiores que 1, teremos que a função não possui zeros.
Solução 4.1.46 Devemos determinar os números x tais que 5x − 1 > 0, os números x tais
que 5x − 1 < 0 e os números x tais que 5x − 1 = 0. Teremos, então,
f (x) > 0 ⇔ 5x − 1 > 0 ⇔ x > 1/5 e
f (x) < 0 ⇔ 5x − 1 < 0 ⇔ x < 1/5. Portanto, f (x) > 0 se x > 1/5, f (x) < 0 se x < 1/5 e
f (x) = 0 se x = 1/5.
Solução 4.1.48 Inicialmente, lembremos que o produto de dois números é positivo se, e so-
mente se, os dois números são positivos ou os dois números são negativos. Neste caso, então,
teremos
f (x) > 0 ⇔ (2x > 1 e x − 1 > 0) ou (2x < 1 e x − 1 < 0). Logo,
f (x) > 0 ⇔ (x > 1/2 e ∪ x > 1) ou (x < 1/2 e x < 1) ⇔ x > 1 ou x < 1/2. Logo,
f (x) > 0 ⇔ x ∈ ] − ∞, 1/2[ ]1, ∞[. (É bom ter em mente que o e sempre resultará em
interseção e o ou em união!)
De maneira análoga, teremos, f (x) < 0 ⇔ x ∈]1/2, 1[. Note que os zeros da função são
x = 1/2 e x = 1.
92 CAPÍTULO 4. FUNÇÕES ELEMENTARES
4.1.4 Exercı́cios
√
1. Qual o domı́nio da função f (x) = 5x + 1? Justifique!
√ √
2. Considere as funções f (x) = x−1
e g(x) = √x−1 . Responda, justificando:
x+1 x+1
(x−1)(x−2)
4. Estude o sinal e determine os zeros da função f (x) = x
. Qual o domı́nio de f ?
Justifique!
11. A função f : [0, ∞[→ R dada por f (x) = 3x é injetora? É sobrejetora? É bijetora?
Justifique!
f (x) = ax + b ∀ x ∈ R.
Lembramos que o gráfico de uma função do primeiro grau é sempre uma reta e, portanto,
para esboçá-lo basta escolhermos dois pontos nesta reta.
Solução 4.2.3 Note que f (1) = 0 e f (0) = −1, isto é, o gráfico de f passa pelos pontos (1, 0)
e (0, −1). Segue o esboço do gráfico na Figura 4.2.
y
1 x
-1
Figura 4.2
Exemplo 4.2.4 Determine, se existir, uma função do primeiro grau tal que f (0) = −1 e
f (1) = 2. Determine os zeros e faça um esboço do gráfico da função encontrada.
Solução 4.2.5 Devemos determinar uma função do tipo f (x) = ax + b tal que f (0) = −1 e
f (1) = 2, isto é, os números a e b devem satisfazer o sistema
{
a.0 + b = −1
.
a.1 + b = 2
1 x
-1
Figura 4.3
Solução 4.2.7 Lembramos que estudar o sinal de uma função f é determinar os números x
do domı́nio de f tais que f (x) > 0, os números tais que f (x) < 0 e os números tais que
f (x) = 0. No caso de uma função do primeiro grau, como neste exemplo, isto pode ser feito
muito facilmente. Vejamos:
f (x) > 0 ⇔ 2x − 1 > 0 ⇔ x > 12 . Da mesma forma temos f (x) < 0 ⇔ x < 21 . Logo,
f (x) > 0 ⇔ x > 1/2, f (x) < 0 ⇔ x < 1/2 e f (x) = 0 ⇔ x = 1/2.
Solução 4.2.9 A única diferença neste caso é que devemos ter cuidado ao lidarmos com o
coeficiente negativo de x. Logo, temos
f (x) > 0 ⇔ −2x + 4 > 0 ⇔ −2x > −4 ⇔ 2x < 4 ⇔ x < 2. Novamente, de maneira
análoga, teremos,
f (x) < 0 ⇔ −2x + 4 < 0 ⇔ −2x < −4 ⇔ 2x > 4 ⇔ x > 2. É claro que f (x) = 0 ⇔ x = 2.
Portanto
f (x) > 0 ⇔ x < 2, f (x) < 0 ⇔ x > 2, f (x) = 0 ⇔ x = 2.
Solução 4.2.13 Este tipo de inequação é comumente chamada de inequação produto. Sua
solução pode ser obtida facilmente lembrando, como já o fizemos anteriormente, que o produto
de dois números é positivo se, e somente se, os dois números são positivos ou os dois são
negativos. Devemos, então, estudar o sinal de 3x − 2 e x − 1. Mas, claramente, temos
3x − 2 > 0 ⇔ x > 2/3 e 3x − 2 < 0 ⇔ x < 2/3. Temos, ainda, que
x − 1 > 0 ⇔ x > 1 e x − 1 < 0 ⇔ x < 1. Logo os dois serão ∪ positivos ⇔ x > 1 e os
dois são negativos ⇔ x < 2/3. Logo a solução será S =] − ∞, 2/3[ ]1, ∞[. A representação
abaixo é muito usada para resolvermos este tipo de inequação. Na primeira reta temos o sinal
de x − 1, na segunda o sinal de 3x − 2 e na terceira o produto dos sinais. Observe a Figura
4.4.
x-1 _ _ 1 +
3x-2 _ + +
2/3
+ _ +
(x-1)(3x-2) 2/3 1
Figura 4.4
3x + 2 < −x + 3 ≤ x + 4.
Solução 4.2.15 Neste tipo de inequação devemos encontrar todos os valores de x que satisfa-
zem 3x + 2 < −x + 3 e −x + 3 ≤ x + 4. Mas
3x + 2 < −x + 3 ⇔ x < 1/4 e
−x + 3 ≤ x + 4 ⇔ −1 ≤ 2x ⇔ x ≥ −1/2. Logo, o conjunto solução será
Solução 4.2.17 Neste caso, temos uma inequação quociente, que pode ser resolvida tal como
fizemos com a inequação produto em 2.12. Veja o estudo do sinal na Figura 4.5.
∪
Logo, a solução será S =] − ∞, 1/2[ [2, ∞[.
96 CAPÍTULO 4. FUNÇÕES ELEMENTARES
-x+2 + + 2 _
2x-1 - + +
1/2
-- + -
(-x+2)/(2x-1) 1/2 2
Figura 4.5
y y
a>0 a<0
x x
Figura 4.6
Lembramos que o gráfico de uma função constante é sempre uma reta horizontal!
x
-1
Figura 4.7
Exemplo 4.2.23 Determine uma função constante tal que f (0) = 1/2.
Solução 4.2.24 Devemos buscar a equação de uma reta horizontal que passe pelo ponto (0, 1/2).
É claro que tal reta tem equação y = 1/2 e esta é a função, isto é, f (x) = 1/2.
-1 x
Figura 4.8
Figura 4.9
Solução 4.2.30 Tal como no exemplo anterior temos o gráfico na Figura 4.10. Note que
naqueles pontos onde terı́amos cı́rculo cheio e vazio, prevalece o cheio!
4.2. FUNÇÕES DO PRIMEIRO GRAU E FUNÇÕES CONSTANTES 99
1 x
Figura 4.10
4.2.4 Exercı́cios
1. Estude os sinais das funções abaixo.
(a)f (x) = 2x + 3 (b)y = −3x + 2 (c)y = 4 − x (d)y = 5 + x
(e)f (x) = 3 − x2 (f )f (x) = x3 + 32 (g)y = 2x − 43 (h)y = −x
4. Resolver as inequações:
(a) − 2 < 3x − 1 < 4 (b) − 4 < 4 − 2x ≤ 3 (c) − 3 < 3x − 2 < x
(d)x + 1 ≤ 7 − 3x < 2 − 1 (e)3x + 4 < 5 < 6 − 2x (f )2 − x < 3x + 2 < 4x + 1
x
5. Resolver as inequações:
(a)(3x + 3)(5x − 3) > 0 (b)(4 − 2x)(5 + 2x) < 0
(c)(5x + 2)(2 − x)(4x + 3) > 0 (d)(3x + 2)(−3x + 4)(x − 6) < 0
(e)(6x − 1)(2x + 7) ≥ 0 (f )(5 − 2x)(−7x − 2) ≤ 0
(g)(3 − 2x)(4x + 1)(5x + 3) ≥ 0 (h)(5 − 3x)(7 − 2x)(1 − 4x) ≤ 0
6. Resolver as inequações:
(a) 2x+1
x+2
> 0 (b) 3x−2
3−2x
< 0 (c) 3−4x
5x+1
≥ 0 (d) −3−2x
3x+1
≤0
7. Resolver as inequações:
(a) 5x−3
3x−4
> −1 (b) 5x−2
3x+4
< 2 (c) x−1
x+1
≥ 3 (d) 2x−4
3x−5
≤1
8. Resolver as inequações:
(a) (1−2x)(3+4x)
(4−x)
(3x+1)
> 0 (b) (2x+5)(5x+3) < 0 (c) (5x+4)(4x+1)
5−4x
≥ 0 (d) (5−x)(3−x)
1−2x
≤0
100 CAPÍTULO 4. FUNÇÕES ELEMENTARES
Exemplo 4.3.2 1)f (x) = x2 (b)f (x) = −x2 + 2x − 1 (c)f (x) = (2x − 1)2
( )
Consideremos a função f (x) = ax2 + bx + c = a x2 + ab x + ac com a ̸= 0. Usando,
dentro do parentêsis, a equação para completar quadrados(vide página 44, equação número
2.9), teremos: ( )
b 2 b2 − 4ac
f (x) = a (x + ) − .
2a 4a2
Fazendo ∆ = b2 − 4ac, vem 1
b 2 ∆
f (x) = a(x + ) − (4.1)
2a 4a
ou, ainda,
∆ b
= a(x + )2 .
y+
4a 2a
Comparando com as equações (3.1.13) e (3.1.14) nas páginas 64 e 65, respectivamnete, somos
levados ao teorema.
1
∆=letra grega delta maiúscula
4.3. FUNÇÃO QUADRÁTICA OU FUNÇÃO DO SEGUNDO GRAU 101
Teorema 4.3.3 O gráfico de uma função do tipo f (x) = ax2 + bx + c, com a ̸= 0 é uma
parábola, com diretriz horizontal e vértice acima ou abaixo da diretriz conforme a > 0 ou
a < 0, respectivamente, isto é, concavidade para cima ou para baixo conforme a > 0 ou a < 0,
repectivamente. Além disso, o vértice da parábola será dado por
( )
b ∆
V − ,−
2a 4a
e parâmetro
1
p= .
4|a|
Teorema 4.3.4 Seja f (x) = ax2 + bx + c uma fuñção quadrática com ∆ = b2 − 4ac. Então:
Solução 4.3.6 (a) Inicialmente, note que a = 1, b = −5 e c = 6. Logo, os zeros serão dados
por
√ √
−b± ∆ −(−5)± (−5)2 −4.1.6
x = 2a = 2.1
= 5±1
2
⇒ x1 = 2, x2 = 3.
(b) Tal como observado acima o vértice será dado por (− (−5)
2.1
, − 4.1
1
) = (5/2, −1/4).
(c) Segue o gráfico na Figura 4.11
102 CAPÍTULO 4. FUNÇÕES ELEMENTARES
2 3
x
V
Figura 4.11
Solução 4.3.8 Note que até −1, inclusive, teremos o gráfico da reta y = x + 3. Entre
−1(exclusive) e 2(inclusive), teremos o gráfico da parábola y = x2 − 1 e, após x = 2, te-
mos a reta horizontal y = 3. Observe o esboço na Figura 4.12.
y
-1
x
Figura 4.12
função será positiva se a > 0 e sempre negativa se a < 0 para qualquer valor de x
4.3. FUNÇÃO QUADRÁTICA OU FUNÇÃO DO SEGUNDO GRAU 103
Teorema 4.3.9 Seja f (x) = ax2 + bx + c uma função do segundo grau com ∆ = b2 − 4ac.
Então:
1. Se ∆ < 0 a função segue o sinal de a em todos os pontos, isto é, f (x) > 0 ou f (x) < 0
conforme a > 0 ou a < 0, respectivamente, para todo x.
∆>0 a>0
∆>0 a<0
+ + +
x _ _ x
_
Figura 4.13
104 CAPÍTULO 4. FUNÇÕES ELEMENTARES
y y
+ + +
x x
_ _ _
Figura 4.14
y y
+ + +
x x
_ _ _
Figura 4.15
Exemplo 4.3.11 Como as raı́zes da função f (x) = 2x2 − 10x + 12 são 2 e 3 podemos escrever
f (x) = 2(x − 1)(x − 3).
Exemplo 4.3.12 Como as duas raı́zes da função f (x) = x2 + 6x + 9 são −3 podemos escrever
f (x) = (x + 3)(x + 3) = (x + 3)2 .
Exemplo 4.3.13 Como as duas raı́zes da função f (x) = −2x2 − 12x − 18 são −3 podemos
escrever f (x) = −2(x + 3)(x + 3) = −2(x + 3)2 .
Solução 4.3.19 Neste caso, temos ∆ = −19 < 0 e, sendo a = −1 < 0, teremos, usando o
teorema 4.3.9, item (1),
f (x) < 0 ∀ x ∈ R.
Solução 4.3.21 Inicialmente, deverı́amos estudar o sinal da função, estudo este já feito
acima. Logo, temos
∪
S = {x ∈ R; x ≤ −6 ou x ≥ 2} =] − ∞, −6] [2, ∞[.
4.3.3 Exercı́cios
1. Esboce o gráfico das funções abaixo;
(a)f (x) = x2 − 2x − 3 (b)y = 4x2 − 10x + 4
(c)y = −x2 + 12 x + 12 (d)f (x) = −3x2 + 6x − 3
(e)y = x − 3x + 4
2 9
(f )f (x) = 3x2 − 4x + 2
(g)y = −x2 + x − 1 (h)y = − 21 x2 − x − 32
2. Estude o sinal de cada função do item anterior.
3. Resolver as inequações:
(a)x2 − 3x + 2 > 0 (b) − x2 + x + 6 > 0
(c) − 3x2 − 8x + 3 ≤ 0 (d) − x2 + 32 x + 10 ≥ 0
(e)8x2 − 14x + 3 ≤ 0 (f )4x2 − 4x + 1 > 0
(g)x2 − 6x + 9 ≥ 0 (h) − 4x2 + 12x − 9 ≥ 0
(i)x2 + 3x + 7 > 0 (j) − 3x2 + 3x − 3 < 0
(k)2x2 − 4x + 5 < 0 (l) − 31 x2 + 12 x − 14 > 0
4. Resolva as inequações:
(a)(1 − 4x2 )(2x2 + 3x) > 0
(b)(2x2 − 7x + 6)(2x2 − 7x + 5) ≤ 0
(c)(x2 − x − 6)(−x2 + 2x − 1) > 0
(d)(x2 + x − 6)(−x2 − 2x + 3) ≥ 0
106 CAPÍTULO 4. FUNÇÕES ELEMENTARES
5. Resolver as inequações:
(b) −9x
2 2
4x +x−5
(a) 2x 2 −3x−2 > 0
+9x−2
3x2 +7x+2
≤0
2
(c) x2x+5x+6
+2x
≥0 (d) 2x22−3x
+3x−2
<0
2 2
2 +7x−10 ≥ 1 < −2
x +3x−16
(e) −x (f ) 2x +4x+5
3x2 +7x+2
6. Resolver as inequações:
(a)4 < x2 − 12 ≤ 4x
(b)x2 + 1 < 2x2 − 3 ≤ −5x
(c)0 ≤ x2 − 3x + 2 ≤ 6
(d)7x + 1 < x2 + 3x − 4 ≤ 2x + 2
(e)0 < x2 + x + 1 < 1
(f )4x2 − 5x + 4 < 3x2 − 6x + 6 < x2 + 3x − 4
7. Determine m para que o gráfico da função quadrática definida por f (x) = (m2 − 4)x2 +
x + m tenha concavidade voltada para cima.
8. Determine m para que a função quadrática definida por f (x) = 3x2 − 6x − m tenha duas
raı́zes distintas.
9. Determine m para que a função quadrática definida por f (x) = mx2 + x + 1 tenha uma
única raı́z.
Pede-se:
(a) Determine os zeros de f
(b) Faça um esboço do gráfico de f
Definição 4.4.1 Sendo x um número real positivo, o módulo de x, anotado |x|, é definido
como o próprio número x. Já se x é um número real negativo, o módulo de x, ainda anotado
por |x|, é definido como o número −x. Definimos, ainda, |0| = 0(módulo de zero).
4.4. A FUNÇÃO MÓDULO 107
√ √ √
Exemplo 4.4.2 (1) Como 2 > 0, temos | 2| = 2
(2) Como −1 < 0, temos | − 1| = −(−1) = 1
Observação 4.4.3 (1) Note que 0 é o único número x satisfazendo |x| = 0. Sendo a > 0,
existem dois números x tais que |x| = a, quais sejam, a e −a. Já se a < 0 não existe número
x tal que |x| = a.
(2) É simples notar que |x|2 = x2 .
√
(3) Um erro frequente é fazer x2 = x independente de√x, mas isto só é verdade se x ≥ 0.
No caso geral, isto é, para qualquer número x, o correto é x2 = |x|.
(4) Enfatizamos que |x| ≥ 0 e |x| ≥ x qualquer que seja o número x.
Tipo 3: Equações do tipo |f (x)| = g(x). Neste caso devemos exigir que g(x) ≥ 0 e, sendo
assim, fazemos f (x) = g(x) ou f (x) = −g(x)
108 CAPÍTULO 4. FUNÇÕES ELEMENTARES
Solução 4.4.15 Devemos exigir que 5x + 3 ≥ 0, isto é, x ≥ −3/5. Agora, fazemos
|2x − 1| = 5x + 3 ⇔ 2x − 1 = 5x + 3 ou 2x − 1 = −(5x + 3) ⇔ x = −4/3 ou x = −2/7.
Note que −4/3 < −3/5, não satisfazendo a condição ≥ −3/5. Logo, temos,
S = {−2/7}.
Algumas equações, ainda que não se enquadrem nos tipos acima, podem ser resolvidas
facilmente através de uma mudança de variável. Vejamos um exemplo.
Solução 4.4.17 No inı́cio desta seção observamos que x2 = |x|2 e, portanto, a equação pro-
posta é equivalente a |x|2 − 3|x| − 28 = 0. Fazendo |x| = y, teremos a equação y 2 − 3y − 28 = 0,
que resolvida resulta em y1 = 7 e y2 = −4. Retornando, agora, para obter os valores de x,
teremos |x| = 7 ou |x| = −4, o que nos leva à solução
S = {±7}.
4.4.2 Exercı́cios
1. Resolva as equações:
(a)|x − 8| = 9 (f )4|x| − 5
|x|
= 11
2
Em vista de definição 4.4.18 temos que o único zero da função f (x) = |x| é x = 0. Ainda,
observando a definição, é simples concluir que o gráfico da função modular é o que está repre-
sentado na Figura 4.16
y
-2 1 x
Figura 4.16
Solução 4.4.20 Os zeros podem ser obtidos facilmente fazendo |x − 1| = 0, o que nos leva a
x − 1 = 0, ou ainda, x = 1.
Para esboçar o gráfico, o ideal é escrevermos f como uma função de duas ou mais sentenças.
Neste caso, note que {
x − 1, se x ≥ 1
|x − 1| = .
−(x − 1), se x < 1
Logo, devemos fazer o gráfico da função
{
x − 1, se x ≥ 1
f (x) = .
−x + 1, se x < 1
Exemplo 4.4.21 Determine os zeros e esboce o gráfico da função f (x) = |x2 − 1|.
Solução 4.4.22 Novamente, os zeros podem ser obtidos facilmente fazendo |x2 − 1| = 0, o
que nos leva a x2 − 1 = 0, ou ainda, x = ±1.
110 CAPÍTULO 4. FUNÇÕES ELEMENTARES
y=-x+1
y=x-1
1 x
Figura 4.17
Para esboçar o gráfico, novamente, escrevemos f como uma função de duas ou mais sen-
tenças. Neste caso, note que
{
x2 − 1, se x2 − 1 ≥ 0
|x − 1| =
2
.
−(x − 1), se x2 − 1 < 0
2
y=x^2-1 y=x^2-1
1 y=-x^2+1
-1 1 x
Figura 4.18
Nas Figuras 4.19, 4.20 e 4.21 temos, lado a lado, os gráficos de uma função f (x) e a
respectiva função |f (x)|.
4.4. A FUNÇÃO MÓDULO 111
y y
y=x+1 y=|x+1|
1 1
-1
x -1 x
Figura 4.19
y y
f(x)=x^2-2x-3
4
f(x)=|x^2-2x-3|
1
-1 3 x
-1 1 3 x
-4
V
Figura 4.20
y y
4 4
f(x)=-x^2+4 f(x)=|-x^2+4|
-2 2 -2 2
x x
Figura 4.21
112 CAPÍTULO 4. FUNÇÕES ELEMENTARES
Vale ressaltar que a observação anterior só é válida para o gráfico de uma função
do tipo |f (x)|. Veja os exemplos abaixo.
Logo, teremos, {
x + (x + 1), se x ≥ −1
f (x) = .
x + (−x − 1), se x < −1
ou ainda {
2x + 1, se x ≥ −1
f (x) = .
−1, se x < −1
Logo, segue o esboço do gráfico na Figura 4.22.
y
y=x+|x+1|
y=2x+1
-1
x
-1
y=-1
Figura 4.22
y=x^2+x-1
y=x^2-x+1
1 x
Figura 4.23
Logo, {
x2 , se − 1 ≤ x ou x ≥ 1
f (x) =
−x2 + 2, se − 1 < x < 1
O esboço do gráficovem na Figura 4.24.
y=x^2
y=x^2
2 y=-x^2+2
-1 1 x
Figura 4.24
114 CAPÍTULO 4. FUNÇÕES ELEMENTARES
4.4.4 Exercı́cios
f (x) = x2 − |x − 2| + 3.
1
f (x) = (x2 − 1 − |x2 − 1|)
2
2. (a) {x ∈ R; x < −1 ou x ≥ 1}
(b) {x ∈ R; x ≥ 1}
(c) Não.
3. Não existe ( @)
4. f (x) < 0 ⇔ x < 0 ou 1 < x < 2, f (x) > 0 ⇔ 0 < x < 1 ou x > 1, f (x) = 0 ⇔ x =
1 ou x = 2
Domı́nio= R \ {0}.
7. (a)4 (b)13
8. −4
9. x = 2 ou x = 3
10. É injetora pois se x1 ̸= x2 , teremos f (x1 = 3x1 ̸= 3x2 = f (x2 ). É sobrejetora, pois para
qualquer número y ∈ R temos x = y/3 ∈ R tal que f (x) = f (y/3) = 3 y3 = y, isto é, todo
número real y é imagem de algum número e, portanto, Im(f ) = CD(f ) = R. É bijetora
pois é injetora e sobrejetora.
11. Como justificado acima, é injetora. Não é sobrejetora pois, por exemplo, o número −1
não é imagem de nenhum número x ∈ [0, ∞[ e, portanto, não é bijetora.
bijetora.
13. Não é injetora pois f (−1) = f (1) = 2. Não é sobrejetora pois, por exemplo, não existe
x ∈ R tal qe f (x) = 0. Não é bijetora.
(d) f (x) < 0 ⇔ x < −5, f (x) > 0 ⇔ x > −5, f (x) = 0 ⇔ x = −5
(e) f (x) < 0 ⇔ x > 6, f (x) > 0 ⇔ x < 6, f (x) = 0 ⇔ x = 6
(f) f (x) < 0 ⇔ x < −9/2, f (x) > 0 ⇔ x > −9/2, f (x) = 0 ⇔ x = −9/2
(g) f (x) < 0 ⇔ x < 2/3, f (x) > 0 ⇔ x > 2/3, f (x) = 0 ⇔ x = 2/3
(h) f (x) < 0 ⇔ x > 0, f (x) > 0 ⇔ x < 0, f (x) = 0 ⇔ x = 0
(3)
(a)x ≥ −1/5 (b)x > 1/2 (c)∀ x ∈ R
(4)
(a)S = {x ∈ R; −1/3 < x < 5/3} (b)S = {x ∈ R; 1/2 ≤ x < 4}
(c)S = {x ∈ R; −1/3 < x < 1} (d)S = ∅
(e)S = {x ∈ R; x < 1/3} (b)S = {x ∈ R; x > 1}
(5)
(a)S = {x ∈ R; x < −1 ou x > 3/5} (b)S = {x ∈ R; x < −5/2 ou x > 2}
(c)S = {x ∈ R; x < −3/4 ou − 2/5 < x < 2} (d)S = {x ∈ R; −2/3 < x < 4/3 ou x > 6}
(e)S = {x ∈ R; x < −7/2 ou x ≥ 1/6} (f )S = {x ∈ R; −2/7 ≤ x ≤ 5/2}
(g)S = {x ∈ R; x > −3/5 ou − 1/4 ≤ x ≤ 3/2} (h)S = {x ∈ R; 1/4 ≤ x ≤ 5/3 ou x ≥
7/2}
(6)
(a)S = {x ∈ R; x < −2 ou x > −1/2} (b)S = {x ∈ R; x < 2/3 ou x > 3/2}
(c)S = {x ∈ R; −1/5 < x ≤ 3/4} (d)S = {x ∈ R; x ≤ −3/2 ou x > −1/3}
(7)
(a)S = {x ∈ R; x < 7/6 ou x > 4/3} (b)S = {x ∈ R; x < −10 ou x > −4/3}
(c)S = {x ∈ R; −2 ≤ x < −1} (b)S = {x ∈ R; 1 ≤ x < 2}
(8)
(a)S = {x ∈ R; −3/4 < x < 1/2 ou x > 1/4} (b)S = {x ∈ R; x < −5/2 ou − 3/5 < x <
−1/3}
(c)S = {x ∈ R; x ≤ −4/5 ou − 1/4 ≤ x < 5/4} (d)S = {x ∈ R; 1/2 ≤ x < 3 ou x > 5}
(9)
4.5. RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS 117
(10)
(a) crescente se m > −2, decrescente se m < −2 e constante se m = −2
(b) crescente se m < 4, decrescente se m > 4 e constante se m = 4
(c) crescente se m < −3, decrescente se m > −3 e constante se m = −3
(d) crescente se m > 1, decrescente se m < 1 e constante se m = 1
(11)
(11a) (11b)
y y
1/2
x -1/2 x
-1
(11c) (11d)
y y
1
-1 x x
-2 -2
118 CAPÍTULO 4. FUNÇÕES ELEMENTARES
(11e) (11f )
y y
4
2 2
-1 1
3 x x
-1
-2
4.5. RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS 119
(12)
{
2x + 1, x ≤ 1
(a) (2f + 3g)(x) = dominio=R
10x − 2 x > 1
{
( f −g ) −2x − 1, x ≤ 1
(b) (x) = dominio=R
2 −1/2 x>1
−2x2 + x + 1, x ≤ −1
(c) (f g)(x) = −4x − 2, −1 < x ≤ 3 dominio=R
−8x − 4, x>3
x−1
, x ≤ −1
2x+1
2x+1 , −1 < x ≤ 1
2
( )
h
(d) g (x) = domı́nio=R \ {−1/2}
1
, 1 < x ≤ 4
−x
2
−x
, x>4
−2x−1
, x ≤ −1
x−1
( f −2g ) −2x−1 2
, −1 < x ≤ 1
(e) 3h (x) = domı́nio=R
2x−1
, 1<x≤4
6
2x−1
12
, x>4
x x
120 CAPÍTULO 4. FUNÇÕES ELEMENTARES
(1c) (1d)
y y
x x
(1e) (1f )
y y
x x
(1g) (1h)
y y
x x
(2)
(a) f (x) < 0 ⇔ −1 < x < 3, f (x) > 0 ⇔ x < −1 ou x > 3, f (x) = 0 ⇔ x = −1 ou x = 3
(b) f (x) < 0 ⇔ 1/2 < x < 2, f (x) > 0 ⇔ x < 1/2 ou x > 2, f (x) = 0 ⇔ x = 2 ou x = 1/2
4.5. RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS 121
(c) f (x) < 0 ⇔ x < −1/2 ou x > 1, f (x) > 0 ⇔ −1/2 < x < 1, f (x) = 0 ⇔ x = 1 ou x =
−1/2
(d) f (x) < 0 ⇔ x ̸= 1, f (x) = 0 ⇔ x = 1
(e) f (x) > 0 ⇔ x ̸= 3/2, f (x) = 0 ⇔ x = 3/2
(f) f (x) > 0 ∀ x ∈ R
(g) f (x) < 0 ∀ x ∈ R
(h) f (x) < 0 ∀ x ∈ R
(3)
(a)S = {x ∈ R; x < 1 ou x > 2} (b)S = {x ∈ R; −2 < x < 3} (c)S = {x ∈ R; x ≤
−3 ou x ≥ 1/3} (d)S = {x ∈ R; −5/2 ≤ x ≤ 4} (e)S = {x ∈ R; 1/4 ≤ x ≤ 1/3} (f )S =
{x ∈ R; x ̸= 1/2} (g)S = R (h)S = {3/2} (i)S = R (j)S = R (k)S = ∅ (l)S = ∅.
(4)
(a)S = {x ∈ R; −3/2 < x < −1/2 ou 0 < x < 1/2} (b)S = {x ∈ R; 1 ≤ x <≤ 3/2 ou 2 ≤
x ≤ 5/2} (c)S = {x ∈ R; −2 < x < 3 e x ̸= 1} (d)S = {x ∈ R; x = −3 ou 1 ≤ x ≤ 2}
(5)
(a)S = {x ∈ R; x < −5/4 ou − 1/2 < x < 1 ou x > 2} (b)S = {x ∈ R; x < −2 ou − 1/3 <
x ≤ 1/3 ou x ≥ 2/3} (c)S = {x ∈ R; x < −3 ou x ≥ 0} (d)S = {x ∈ R; −2 < x < 1/2 ou x >
2/3} (e)S = {x ∈ R; −1 ≤ x < 2 ou 3 ≤ x < 5} (f )S = {x ∈ R; −2 < x < −3/2 ou − 3/4 <
x < −1/3}.
122 CAPÍTULO 4. FUNÇÕES ELEMENTARES
(6)
(a)S = {x ∈ R; 4 ≤ x ≤ 6} (b)S = {x ∈ R; −3 ≤ x < −2} (c)S = {x ∈ R; −1 ≤ x ≤
1} (d)S = {x ∈ R; 2 ≤ x ≤ 4} (e)S = {x ∈ R; −1 < x < 0} (f )S = ∅.
(8) m > −3
(9) m = 1/4
(10)
(a) x = 0 ou x = 1
(b)
(1) (2)
y y
-1/5 x x
(3) (4)
y y
x x
(5) (6)
y y
x
124 CAPÍTULO 4. FUNÇÕES ELEMENTARES
(7) (8)
y y
x x
(9) (10)
y y
x -1 1 x
-2
(11)
y
x
Capı́tulo 5
Cálculo de Limites
Nesta subseção abordaremos o conceito de limites através dos gráficos de várias funções. Es-
taremos interessados em, supondo f uma função e a um número real, entender o significado
de cada uma das expressões
4 y
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4
−1
−2
−3
−4
Figura 5.1
125
126 CAPÍTULO 5. CÁLCULO DE LIMITES
ou, ainda,
lim (2x + 1)?
x→1
Determinar limx→1 f (x) é simplesmente verificar de qual número a imagem (y) se aproxima
quando nos aproximamos de 1 no eixo x, isto é, podemos pensar que partimos de um certo ponto
no eixo x e caminhamos em direção ao número 1. É importante observar que esta aproximação
pode se dar em dois sentidos, vindo da direita ou da esquerda(Vide setas indicadas na Figura
5.1). Durante o percurso, iremos observando o que está acontecendo com a imagem a cada
passo e continuamos de forma a nos aproximarmos cada vez mais de 1. A pergunta a ser
respondida é a seguinte:
Pergunta 5.1.2 Existe um número do qual a imagem(y) se aproximará à medida que formos
nos aproximando cada vez mais de 1, sem pensarmos em atingir o 1, mas nos aproxi-
mando cada vez mais de 1?
Você, certamente, percebe que a resposta à pergunta 5.1.2 sobre esta função dependerá de
como nos aproximamos de 2, isto é, dependerá de nos aproximarmos de 2 pela direita de 2 ou
pela esquerda de 2. Daı́, neste caso, num certo sentido, podemos dividir a nossa pergunta em
duas, quais sejam:
Pergunta 5.1.4 Existe um número do qual a imagem(y) se aproximará à medida que formos
nos aproximando cada vez mais de 2 caminhando sempre à direita de 2, isto é, através de
números maiores que 2?
Pergunta 5.1.5 Existe um número do qual a imagem(y) se aproximará à medida que formos
nos aproximando cada vez mais de 2 caminhando sempre à esquerda de 2, isto é, através de
números menores que 2?
A análise do gráfico acima, nos permite concluir que em ambos os casos existe sim o número,
sendo 3 na caso da pergunta 4 e 2 no caso da pergunta 5. Este exemplo ilustra os chamados
limites laterais, respectivamente, limite lateral à direita e limite lateral à esquerda, isto é,
lim f (x) e lim f (x).
x→2+ x→2−
5.1. NOÇÃO INTUITIVA DE LIMITES 127
4 y
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4
−1
−2
−3
−4
Figura 5.2
Observe que o número do qual nos aproximamos depende da maneira como nos aproximamaos
de 2, pela direita ou pela esquerda e, então, diremos que o limite não existe, isto é,
@ lim f (x).
x→2
Temos, aqui, um exemplo do caso onde não existe o limite, mas existem os limites
laterais e estes são diferentes. Outro detalhe a ser salientado é que a função tem um salto
no ponto x = 2, o que exemplifica uma função que não é contı́nua em x = 2. Informalmente,
uma função é dita contı́nua num ponto x0 se não possui salto em x0 . Exploremos
tais noções através de mais alguns exemplos.
Pede-se:
(a) Faça um esboço do gráfico de f
(b) Determine, se existirem, limx→1+ f (x), limx→1− f (x) e limx→1 f (x)
(c) Observando o gráfico, verifique se f é contı́nua em x = 1.
(d) Determine, se existirem, limx→0+ f (x), limx→0− f (x) e limx→0 f (x)
(e) Observando o gráfico, verifique se f é contı́nua em x = 0
128 CAPÍTULO 5. CÁLCULO DE LIMITES
4 y
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4
−1
−2
−3
−4
Figura 5.3
Pede-se:
(a) Faça um esboço do gráfico de f
(b) Determine f (2) e, se existirem, limx→2+ f (x), limx→2− f (x) e limx→2 f (x)
(c) Observando o gráfico, verifique se f é contı́nua em x = 2.
(d) Determine, se existirem, limx→1+ f (x), limx→1− f (x), limx→1 f (x) e f (1)
(e) Observando o gráfico, verifique se f é contı́nua em x = 1
4 y
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4
−1
−2
−3
−4
Figura 5.4
(d) Temos: limx→1+ f (x) = 3/2, limx→1− f (x) = 3/2, limx→1 f (x) = 3/2 e f (1) = 3/2)
(e) Notando que não temos salto em x = 1 vemos que f é contı́nua em x = 1.
Pede-se:
(a) Faça um esboço do gráfico de f
(b) Determine f (2) e, se existirem, limx→2+ f (x), limx→2− f (x) e limx→2 f (x)
(c) Observando o gráfico, verifique se f é contı́nua em x = 2.
(d) Determine, se existirem, limx→−2+ f (x), limx→−2− f (x) e limx→−2 f (x)
(e) Observando o gráfico, verifique se f é contı́nua em x = −2
4 y
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4
−1
−2
−3
−4
Figura 5.5
Pede-se:
(a) Faça um esboço do gráfico de f
(b) Determine f (2) e, se existirem, limx→2+ f (x), limx→2− f (x), limx→2 f (x) e f (2).
(c) Observando o gráfico, verifique se f é contı́nua em x = 2.
(d) Determine, se existirem, limx→1+ f (x), limx→1− f (x), limx→1 f (x) e f (1).
(e) Observando o gráfico, verifique se f é contı́nua em x = 1
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4
−1
−2
−3
−4
Figura 5.6
(b) Novamente, observando o gráfico, é simples concluir que limx→2+ f (x) = 2, limx→2− f (x) =
2, limx→2 f (x) = 2 e f (2) = 2.
5.1. NOÇÃO INTUITIVA DE LIMITES 131
Pede-se:
(a) Faça um esboço do gráfico de f
(b) Para cada a ∈ R determine limx→a+ f (x), limx→a− f (x), limx→a f (x) e f (a).
(c) Observando o gráfico, verifique em quais números reais f é contı́nua.
Solução 5.1.15 (a) O esboo do gráfico pode ser visto na Figura 5.7.
4 y
5/2
2
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4
−1
−2
−3
−4
Figura 5.7
(b) Neste item, diferentemente dos anteriores, não temos o número a fixado e, então, temos
que considerar todos os valores possı́veis.
Sendo a < −1, é simples ver que limx→a+ f (x) = limx→a− f (x) = limx→a f (x) = f (a) =
a + 1.
Sendo a = −1, temos limx→−1− f (x) = 0, limx→−1+ f (x) = 1, @ limx→−1 f (x) e f (−1) = 0.
No caso de −1 < a < 1 temos limx→−1− f (x) = limx→−1+ f (x) = limx→−1 f (x) = f (−1) = 1
132 CAPÍTULO 5. CÁLCULO DE LIMITES
Sendo, agora, a = 1, temos limx→1− f (x) = 1, limx→1+ f (x) = 1, limx→1 f (x) = 1 e f (1) =
1.
No caso de 1 < a < 2 temos limx→a− f (x) = limx→a+ f (x) = limx→a f (x) = f (a) = a
Se a = 2, temos limx→2− f (x) = 2, limx→2+ f (x) = 3, @ limx→2 f (x) e f (2) = 5/2
O último caso é a > 2 e temos limx→a− f (x) = limx→a+ f (x) = limx→a f (x) = f (a) = 3
(c) Temos salto em x = −1 e em x = 2 somente e, portanto, f é contı́nua em todo número
a, exceto x = −1 e x = 2
Pede-se:
(a) Faça um esboço do gráfico de f
(b) Determine, se existirem, limx→2+ f (x), limx→2− f (x) e limx→2 f (x)
(c) Observando o gráfico, verifique se f é contı́nua em x = 2.
(d) Determine, se existirem, limx→1+ f (x), limx→1− f (x) e limx→1 f (x)
(e) Observando o gráfico, verifique se f é contı́nua em x = 1
(f ) Determine, se existirem, limx→−1+ f (x), limx→−1− f (x) e limx→−1 f (x)
(g) Observando o gráfico, verifique se f é contı́nua em x = −1
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4
−1
−2
−3
−4
Figura 5.8
5.1. NOÇÃO INTUITIVA DE LIMITES 133
(b) Novamente, observando o gráfico, é simples concluir que limx→2+ f (x) = 3, limx→2− f (x) =
3 e limx→2 f (x) = 3
(c) Não havendo salto em x = 2, temos que f é contı́nua em x = 2.
(d) Temos: limx→1+ f (x) = 0, limx→1− f (x) = 0 e limx→1 f (x) = 0
(e) Notando que não temos salto em x = 1 vemos que f é contı́nua em x = 1.
(f ) O gráfico nos leva a concluir que limx→−1+ f (x) = 0, limx→−1− f (x) = 2 e, novamente,
@ limx→−1 f (x)
(g) f não é contı́nua em x = 1 pois temos salto neste ponto.
Pede-se:
(a) Faça um esboço do gráfico de f
(b) Determine, se existirem, limx→2+ f (x), limx→2− f (x) e limx→2 f (x)
(c) Observando o gráfico, verifique se f é contı́nua em x = 2.
(d) Determine, se existirem, limx→1+ f (x), limx→1− f (x) e limx→1 f (x)
(e) Observando o gráfico, verifique se f é contı́nua em x = 1
(f ) Determine, se existirem, limx→−1+ f (x), limx→−1− f (x) e limx→−1 f (x)
(g) Observando o gráfico, verifique se f é contı́nua em x = −1
Pede-se:
134 CAPÍTULO 5. CÁLCULO DE LIMITES
y
6
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4
−1
Figura 5.9
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4
−1
−2
−3
−4
Figura 5.10
Pede-se:
(a) Faça um esboço do gráfico de f
(b) Determine, se existirem, limx→2+ f (x), limx→2− f (x) e limx→2 f (x)
(c) Observando o gráfico, verifique se f é contı́nua em x = 2.
(d) Determine, se existirem, limx→1+ f (x), limx→1− f (x) e limx→1 f (x)
(e) Observando o gráfico, verifique se f é contı́nua em x = 1
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4
−1
−2
−3
−4
Figura 5.11
4 y
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4
−1
−2
−3
−4
Figura 5.12
Inicialmente, observemos que para pontos à esquerda de 0 não temos imagem, pois os
pontos à esquerda de 0 não estão no domı́nio da função e, portanto, em casos como este, não
tem sentido a expressão
lim− f (x)
x→0
e a determinação do limite se resume a limx→0+ f (x). É simples ver que limx→0+ f (x) = 0 e,
portanto, teremos
lim f (x) = 0.
x→0
Se somente uma das situações ocorre, tal como no exemplo anterior, o limite se
resumirá a esta situação.
5.1. NOÇÃO INTUITIVA DE LIMITES 137
Pede-se:
(a) Determine o domı́nio de f
(b) Faça um esboço do gráfico de f
(c) Determine, se existirem, limx→a+ f (x), limx→a− f (x), limx→a f (x) e f (a).
(d) Observando o gráfico, verifique em quais pontos f é contı́nua.
5.1.2 Exercı́cios
1. Em cada item abaixo, trace um esboço do gráfico da função e encontre os limites indica-
dos, justificando caso o limite não exista. Determine, ainda, os pontos onde cada função
é contı́nua.
2 se x < 1
(a) f (x) = −1 se x = 1 (a) limx→1+ f (x) (b) limx→1− f (x) (c) limx→1 f (x)
−3 se 1 < x
{
x + 3 se x ≤ −2
(b) f (x) = (a) limx→a+ f (x) (b) limx→a− f (x) (c) limx→a f (x)
3 − x se −2 < x
{
2x + 1 se x < 3
(c) f (x) = (a) limx→a+ f (x) (b) limx→a− f (x) (c) limx→a f (x)
10 − x se 3 ≤ x
1
Um erro frequente em avaliações é, neste tipo de exercı́cio, não estudar o sinal da função mas, sim, fazer
1 − x2 ≥ 0 ⇔ x2 ≤ 1 ⇔ x ≤ 1. Cuidado!
138 CAPÍTULO 5. CÁLCULO DE LIMITES
y
4
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4
−1
−2
−3
−4
Figura 5.13
{
x2 se x ≤ 2
(d) f (x) = (a) limx→a+ f (x) (b) limx→a− f (x) (c) limx→a f (x)
8 − 2x se 2 < x
5 se x < 1
(e) f (x) = 2 se x = 1 (a) limx→1+ f (x) (b) limx→1− f (x) (c) limx→1 f (x)
7 − 2x se 1 < x
3 + x2 se x < −2
(f) f (x) = 0 se x = −2 (a) limx→−2+ f (x) (b) limx→−2− f (x) (c) limx→−2 f (x)
11 − x se −2 < x
2
(g) f (x) = |x − 5| (a) limx→5+ f (x) (b) limx→5− f (x) (c) limx→5 f (x)
(h) f (x) = 3 + |2x − 4| (a) limx→2+ f (x) (b) limx→2− f (x) (c) limx→2 f (x)
|x|
(i) f (x) = x
(a) limx→0+ f (x) (b) limx→0− f (x) (c) limx→0 f (x)
2. Seja a função √
f (x) = − 1 − x2
Pede-se:
(a) Determine o domı́nio de f
(b) Faça um esboço do gráfico de f
(c) Determine, se existirem, limx→a+ f (x), limx→a− f (x), limx→a f (x) e f (a).
(d) Observando o gráfico, verifique em quais pontos f é contı́nua.
3. Seja a função √
f (x) = x+1
Pede-se:
(a) Determine o domı́nio de f
5.2. CÁLCULO DE LIMITES 139
fato 5.2.1 (Limite de uma função do primeiro grau) Se f é uma função do primeiro
grau, então
lim f (x) = f (x0 ).
x→x0
Ressaltamos que o resultado acima ainda é válido para funções constantes, isto é,
lim k = k.
x→x0
Então:
(a) limx→x0 (f (x) ± g(x)) = l ± m
(b) limx→x0 (f (x)g(x)) = lm. Em particular, se n é um número natural, teremos
limx→x0 (f (x))n = ln
(c) Se está bem definida e m ̸= 0, teremos limx→x0 fg(x)
f (x)
g(x)
(x)
= ml
√ √ √
(d) Se n é um número natural e n f (x) está bem definida, teremos limx→x0 n f (x) = n l.
(e) limx→x0 |f (x)| = |l|.
140 CAPÍTULO 5. CÁLCULO DE LIMITES
Observação 5.2.4 1. Quando trabalhamos com limx→x0 f (x) não estamos interessados no
valor de f quando x = x0 . Pode acontecer do limite existir ainda que x0 não esteja no
domı́nio de f . Esta situação será exemplificada abaixo mas já foi abordada logo após o
exemplo 16.
2. Os resultados acima ainda permanecem válidos se trocarmos limite por limites laterais!
3. Uma consequência dos itens (a) e (b) acima é que
lim an xn + an−1 xn−1 + . . . + a1 x + a0 = an xn0 + . . . + ax0 + a0 .
x→x0
x2 +20x−1 x2 −1
(i) limx→−1 (5x + 1) 10
(j) limx→1 x+1 (l) limx→−1 x+1 .
(d) Novamente, temos, limite do numerador e do denominador iguais a zero. Mas, obser-
vemos que √ √ √ √
x− 2 x− 2 x+ 2 x2 − ( 2)2 1
= 2 . √ = √ = √ ,
x −2
2 x −2 x+ 2 (x2 − 2)(x + 2) x+ 2
√
sendo x ̸= ± 2. Logo, teremos,
√
x− 2 1 1
lim
√ = lim
√ √ = √ .
x→ 2 x − 2
2
x→ 2 x + 2 2 2
(e) Mais uma vez temos o caso 00 . Observemos que (x + h)3 = x3 + 3hx2 + 3h2 x + h3 (confira
observação 23 a seguir) e, daı́, temos
(x + h)3 − x3
lim = lim 3x2 + 3hx + h2 = 3x2 .(Confira observação 23 abaixo)
h→0 h h→0
Logo,
8x2 − 2 8(x + 1/2) 8(1/2 + 1/2)
lim1 2 = lim1 = = 8.
x→ 2 6x − 5x + 1 x→ 2 6(x − 1/3) 6(1/2 − 1/3)
(g) Mais um item do tipo 00 . Neste caso, o mais interessante é usar uma mudança de
√
variáveis, isto é, podemos fazer 4 x = y. È muito importante observar que sempre ao
fazermos uma mudança de variáveis devemos verificar qual mudança ocorrerá
no
√ limite, já que nossa variável era x e agora será y.
√ Note que, como√ x → 81, teremos
1
4
x → 3, isto é, y√→ 3, pois estamos usando y = x. Como y = 4 x = x 4 , teremos
4
1 1
y 2 = (x 4 )2 = x 2 = x. Logo
√
3− 4x 3−y 3−y 1 1
lim √ = lim = lim = lim = .
x→81 9 − x y→3 9 − y 2 y→3 (3 − y)(3 + y) y→3 3 + y 6
√ 1 1 √
Observando, como acima, que ( 4 x)2 = (x 4 )2 = x 2 = x, uma segunda solução pode ser
obtida fazendo
√ √ √
3− 4x 3− 4x 3− 4x 1 1
lim √ = lim √ = lim √ √ = lim √ = .
x→81 9 − x x→81 9 − ( x)
4 2 x→81 (3 − 4
x)(3 + x) x→81 3 + x
4 4
6
(h) Este caso, ainda do tipo 00 merece um maior cuidado. Devemos buscar eliminar os
radicais que ocasionam o zero tanto no numerador, quanto no denominador(comparar com a
solução do item (d) acima) e, para tanto, faremos:
142 CAPÍTULO 5. CÁLCULO DE LIMITES
√ √ √ √ √ √
2 2 ( x2 +4+2)( x2 +9+3) (x2 +4−4)( x2 +9+3) 2
limx→0 √x +4−2 = limx→0 √x +4−2 √ √ = limx→0 √ = limx→0 √x +9+3 =
x2 +9−3 x2 +9−3 ( x2 +4+2)( x2 +9+3) (x2 +9−9)( x2 +4+2) x2 +4+2
6
4
= 32 .
(i) Temos limx→−1 5x + 1 = 5.(−1) + 1 = −5 + 1 = −4. Logo, pelo item (b) do resultado
acima, temos
lim (5x + 1)10 = (−4)10 = 410 .
x→−1
x2 −1
(l) limx→−1 x+1
= limx→−1 (x+1)(x−1)
x+1
= limx→−1 (x − 1) = −2. Usando, novamente, (e),
vem 2
x − 1
lim = | − 2| = 2.
x→−1 x + 1
1. Se x1 , x2 são as raı́zes da função f (x) = ax2 +bx+c, então, ax2 +bx+c = a(x−x1 )(x−x2 ).
2. (a + b)3 = a3 + 3a2 b + 3ab2 + b3 e (a − b)3 = a3 − 3a2 b + 3ab2 − b3
3. an − bn = (a − b)(an−1 + an−2 b + an−3 b2 + . . . + abn−2 + bn−1 . Em particular, temos,
a3 − b3 = (a − b)(a2 + ab + b2 ).
Uma situação que deve ser muito bem compreendida está descrita no resultado abaixo.
lim h(x) = limx→a f (x)(a < x0 ) e lim h(x) = limx→a g(x)(a > x0 ).
x→a x→a
5.2. CÁLCULO DE LIMITES 143
Vale observar que, para efeito de determinação do limite, o resultado ainda permanece
válido se a função h está definida por
{ {
f (x) se x < x0 f (x) se x < x0
h(x) = ou h(x) =
g(x) se x > x0 g(x) se x ≥ x0
Observação 5.2.9 (Sobre existência do limite e limites laterais) Ainda que já tenha-
mos abordado insistimos que, sendo f uma função definida à direita e à esquerda de x0 , não
necessariamente em x0 , existe limx→x0 f (x) se, e somente se, existem e são iguais os limites
laterais. Neste caso, teremos,
Vale salientar que, quando uma função está definida somente à esquerda de um número x0 ,
limx→x0 f (x) se reduzirá ao limite lateral à esquerda, isto é, neste caso, teremos
É claro que, quando a função estiver definida somente à direita de um número x0 , limx→x0 f (x)
se reduzirá ao limite lateral à direita, isto é, neste caso teremos
e
lim f (x) = lim+ f (x).
x→x0 x→x0
Mas,
lim f (x) = lim (b − 5x) = b − 15 e lim− f (x) = lim (ax + 2b) = 3a + 2b
x→3+ x→3 x→3 x→3
lim f (x) = lim (ax + 2b) = −3a + 2b e lim f (x) lim (2x − a) = −6 − a.
x→−3+ x→−3 x→−3− x→−3
Voltemos ao conceito de função contı́nua sem que tenhamos que esboçar o gráfico, já que,
como dissemos anteriormente, em muitos momentos a determinação do limite será crucial para
esboçarmos o gráfico de uma função.
Conceito 5.2.12 Uma função f será dita contı́nua num ponto x0 pertencente ao seu domı́nio
se, e somente se, existe limx→x0 f (x), isto é, limx→x0 f (x) é um número real e limx→x0 f (x) =
f (x0 ).
Bem entendido, uma função será contı́nua em um número x0 pertencente ao seu domı́nio se
o limite desta função quando x tende a x0 for igual ao valor de f em x0 , isto é, f (x0 ). Quando
f é contı́nua em todos os pontos do domı́nio dizemos simplesmente que f é contı́nua!
√
Exemplo 5.2.13 1) Qual o domı́nio da função f (x) = x? Esta função é contı́nua em
x = 0? Justifique!
Solução: Devemos ter x ≥ 0, logo o domı́nio de f é D = [0, ∞[= {x ∈ R; x ≥ 0}.
Como sabemos
√ que 0 pertence ao domı́nio da função devemos comparar f (0) e limx→0 f (x) =
limx→0 x. Note que, neste caso, limx→0 f (x) se resume a limx→0+ f (x) já que a função não
está definida à esquerda de 0 e, daı́, temos
√ √
lim f (x) = lim x = lim+ f (x) = lim+ x = 0.
x→0 x→0 x→0 x→0
Portanto, f é contı́nua em x = 0. Note que f é uma função contı́nua, isto é, f é contı́nua em
todos os pontos de seu domı́nio!.
√
3
x + a3 − a y−a y−a 1
lim = lim 3 = lim = 2.
x→0 x y→a y − a3 y→a (y − a)(y + ya + a )
2 2 3a
Para que f seja contı́nua em 0 devemos ter limx→0 f (x) = f (0), isto é, devemos ter
1
2
= b, ou ainda 3a2 b = 1.
3a
x0 . Se as funções
√ f e g não possuem salto em ponto algum, então as funções f + g, f −
g, f.g, |f |, kf, f e f /g também não possuem salto em ponto algum, desde que observadas as
n
condições de existência.
5.3 Exercı́cios
x2 +1 2x+1
(a) limx→2 (x2 + 2x + 1) (b) limx→1 2x+2
(c) limx→−1 x2 −3x+4
x3 +8 x4 −1 x3 +27
(d) limx→−2 x+2
(e) limx→1 x−1
(f ) limx→−3 x2 −9
√ √ √
x2 +5x+6 8x2 −27 x+2− 2
(g) limx→−3 x2 −x−12
(h) limx→1 4x2 −9
(i) limx→0 x
√ √
3
2− 4−x h+1−1 x3 −x2 −x+10
(j) limx→0 x
(k) limx→0 h
(l) limx→−2 x2 +3x+2
√ √ √ √
1− 1+x 3− 4 x 2+x− √2−x
(m) limx→3 √ (n) limx→81 √ (o) limx→0 √
3
x−1−x 9− x 2+x− 3 2−x
5. Sejam f e g as funções
2x + 3 se x < 1
f (x) = 2 se x = 1
7 − 2x se 1 < x
e
3 + x2 se x < −2
g(x) = 0 se x = −2 .
11 − x se −2 < x
2
1
Exemplo 5.4.1 Consideremos a função f (x) = x2
e busquemos determinar limx→0 f (x) =
limx→0 x12 .
Não é difı́cil constatar que nos aproximando de zero, como o numerador é igual a 1, iremos
sempre crescendo o resultado da fração, pois seu denominador, isto é, x2 , sempre positivo, se
tornará cada vez menor. Assim, vemos que x12 se tornará maior que qualquer número, bastando
para isso que nos aproximemos suficientemente de 0. Para representar tal situação ( a imagem
crescer indefinidamente ) introduziremos o sı́mbolo
∞ (infinito)
e anotaremos
1
= ∞.
lim
x2 x→0
Note que isso independe do lado em que nos aproximemos de 0, isto é, temos
1 1
lim+ 2
= ∞ e lim− 2 = ∞.
x→0 x x→0 x
No primeiro caso, tal como no exemplo anterior, não é difı́cil observar que y = x1 crescerá além
de qualquer número positivo, bastando para isso que nos aproximemos cada vez mais de zero
á direita e, portanto, tal como no exemplo acima, teremos
1
lim+ = ∞.
x→0 x
150 CAPÍTULO 5. CÁLCULO DE LIMITES
Neste caso, um pouco mais delicado, gostarı́amos de saber o que acontecerá com a imagem
quando x se aproxima de 0 pela esquerda. Observamos, inicialmente, que y = x1 é negativo,
já que, neste caso, x < 0. Não é difı́cil perceber que y = x1 ficará menor que qualquer número
negativo bastando que nos aproximemos cada vez mais de 0. Abaixo, colocamos lado a lado,
alguns valores de x e os respectivos valores de y = x1 , obeserve.
x y = 1/x
−1 −1
−1/2 −2
−1/10 −10
−1/1000 −1000
−1/1010 −1010
Neste caso, escreveremos
1
lim− = −∞.
x→0 x
Nos casos estudados acima é simples verificar que se no numerador, ao invés de 1 tivessemos
uma função indo para 1, não terı́amos alteração no resultado, isto é, temos a seguinte conclusão:
f (x)
lim .
x→a g(x)
Inicialmente calculamos
lim f (x) e lim g(x).
x→a x→a
Se o segundo limite for diferente de zero, não teremos problema pois o limite final será sim-
plesmente o quociente dos limites encontrados separadamente. Se o limite do denominador
for zero, iremos verificar o limite do numerador. Se este for igual a zero, temos uma forma
indeterminada, qual seja, 00 e, daı́, devemos buscar uma forma de determiná-lo; se for diferente
de zero, então o limite do quociente sera necessariamente igual a ∞ ou −∞. Pode ser útil
observar que:
(a.1)) Se o limite do numerador é um número positivo e o denominador tende a 0, sendo
positivo próximo de a à direita, teremos
f (x)
lim+ =∞
x→a g(x)
f (x)
lim− =∞
x→a g(x)
5.4. LIMITES INFINITOS E LIMITES NO INFINITO 151
Em particular, teremos
(i) limx→0+ 1
xn
=∞
{
1 ∞ se n é par
(ii) limx→0− =
xn −∞ se n é ı́mpar
Não há necessidade de preocupação em memorizar os casos anteriores a.1,
a.2, etc. Basta lembrar que quando tivermos a forma numero̸ 0
=0
o resultado será
±∞ e a decisão spbre qual deles virá da regra de sinais, isto é, divisão de
números de mesmo sinais resultam em positivo e divisão de números de sinais
contrários resultam em negativo. Ressaltamos que todas as observações feitas
nas seções anteriores para limite laterais e limites continuam válidas nestes
casos!
152 CAPÍTULO 5. CÁLCULO DE LIMITES
x3 + 2x2 + 1 x3 + 2x2 + 1
lim+ = ∞ e; lim =∞
x→0 x4 x→0− x4
e, portanto,
x3 + 2x2 + 1
lim = ∞.
x→0 x4
x−3
Exemplo 5.4.8 Sendo f (x) = x2 −5x+6
determine:
(a) limx→1 f (x)
(b) limx→3 f (x)
(c) limx→2 f (x)
5.4. LIMITES INFINITOS E LIMITES NO INFINITO 153
x−3 −2
lim = = −1
x→1 x2 − 5x + 6 2
x−3 x−3 1 1
lim = lim = lim = =1
x→3 x2 − 5x + 6 x→3 (x − 2)(x − 3) x→3 x−2 1
5.4.2 Exercı́cios
√
x+2 x+2 3+x2
(d) limx→2− x2 −4
(e) limx→2 x2 −4
(f ) limx→0+ x
√ √ √
3+x2 3+x2 x2 −9
(g) limx→0− x
(h) limx→0 x
(i) limx→3+ x−3
√
(j) limx→4− 16−x2
x−4
(k) limx→0 ( x1 − 1
x2
) 1
(l) limx→2 ( x−2 − 3
x2 −4
)
154 CAPÍTULO 5. CÁLCULO DE LIMITES
Escreveremos
limx→∞ f (x) = l, para indicar que a imagem se aproxima do número l quando x cresce
indefinidamente.
limx→∞ f (x) = ∞, para indicar que a imagem cresce além de qualquer número quando x
cresce indefinidamente.
De maneira análoga teremos limx→−∞ f (x) = l, limx→−∞ f (x) = ∞, limx→−∞ f (x) = −∞,
limx→∞ f (x) = −∞.
Vejamos alguns exemplos:
Exemplo 5.4.10 Não é difı́cil constatar que, sendo n um número natural não nulo, teremos
1
(a) limx→±∞ =0
xn
{
n −∞ se n ı́mpar
(b) limx→−∞ x =
∞ se n par
(c) limx→∞ xn = ∞
o que vale ressaltar, também é uma indeterminação e devemos buscar uma forma de tratar tal
limite. Neste caso faremos
x
lim (x2 − x) = lim x2 (1 − 2 )
x→∞ x→∞ x
e como
x
lim x2 = ∞ e lim (1 − 2 ) = 1
x→∞ x→∞ x
teremos
lim (x2 − x) = ∞.
x→∞
isto é, basta tomar o limite do termo de maior grau desprezando os termos restantes.
5.4. LIMITES INFINITOS E LIMITES NO INFINITO 155
De maneira análoga, tratarı́amos o caso polinômio dividido por polinômio, isto é,
an xn + an−1 xn−1 + . . . + a1 x + a0 an x n
lim = lim .
x→±∞ bm xm + bm−1 xm−1 + . . . + b1 x + b0 x→±∞ bm xm
Faremos então
√ √ √ √ √
2
√
2
√ √
( x2 +7)2 −( x2 +7)2
limx→∞ x2 + 7− x2 + 7 = limx→∞ ( x2 + 7− x2 + 7)( √xx2 +7+√x +7 ) = limx→∞
+7+ x2 +7
√ √
x +7+ x2 +7
2 =
(x2 +7)−(x2 −7) 14√
= limx→∞ √ √ = limx→∞ √ =0
x2 +7+ x2 +7 x2 +7+ x2 +7
√
2
2) limx→∞ xx+1 =?
∞
Se usarmos que o limite de um quociente é o quociente dos limites, teremos ∞
(indeter-
minação ).
Faremos então,
√ √ √
x2 + 1 x2 + 1 x2 + 1
lim = lim √ = lim =1
x→∞ x x→∞ x2 x→∞ x2
Observe a diferença no limite abaixo
√
x2 +1
3) limx→−∞ x
=?
De maneira análoga faremos
√ √ √
x2 + 1 x2 + 1 x2 + 1
lim = lim √ =− lim = −1
x→−∞ x x→−∞ − x2 x→−∞ x2
{ { √
√ x se x ≥ 0 2 se x ≥ 0
Lembre-se que x = |x| =
2 e portanto x = √x e como
−x se x < 0 − x se x < 0
2
√
neste caso, x → −∞, teremos x negativo e daı́ x = − x2 .
156 CAPÍTULO 5. CÁLCULO DE LIMITES
√ √ √ √
4) limx→∞ ( x + x + x − x) =?
Novamente, temos um caso de indeterminação do tipo ∞ − ∞.
Faremos então
√ √ √ √
√ √ √ √ √ √ √ √
x+ x+ x+ x
limx→∞ ( x + x + x − x) = limx→∞ ( x + x + x − x) √ √ √ √ =
x+ x+ x+ x
√ √ √ √
x+ x+ x−x x+ x
= limx→∞ √ √ √ √ √
√ √ = limx→∞ √ .
x+ x+ x+ x x+ x+ x+ x
5.4.5 Exercı́cios
Calcule os limites abaixo:
2x+1 4x2 +3 x+4
(a) limx→∞ 5x−2
(b) limx→∞ 2x2 −1
(c) limx→∞ 3x2 −5
√ √
x2 −2x+5 x2 +4 x2 +4
(d) limx→∞ 7x3 +x+1
(e) limx→∞ x+4
(f ) limx→−∞ x+4
√ √ √
√ √ √
t+ t+ t
(j) limx→∞ x2 + x − x (k) limx→−∞ ( 3 x3 + x − 3 x3 + 1) (l) limx→∞ √
t+1
√
(m) limx→∞ ( 4x2 − 7x + 4 − 2x)
5.5. RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS 157
a) b)
4 y 5 y
3 4
2 3
1 2
1. x
1
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4
x
−1
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4
−2 −1
−3 −2
−4
c) d)
7 y y
4
6
3
5
2
4
1
3
x
2 −4 −3 −2 −1 1 2 3 4
−1
1
x −2
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4
−3
e) f)
y y
11
6
10
5
9
4
8
3
7
2
6
1
x 5
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4
4
−1
158 CAPÍTULO 5. CÁLCULO DE LIMITES
g) h)
4 y 7 y
3
6
2
5
1
4
x
3
−1 1 2 3 4 5 6 7 8
−1
2
−2
1
x
−3
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4
−4
i)
4 y
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4
−1
−2
−3
−4
y
4
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4
−1
−2
−3
−4
Figura 5.14
Se a = −1, teremos limx→−1+ f (x) = limx→−1 f (x) = f (−1) = 0. A expressão limx→−1− f (x)
não está definida.
Se a = 1, teremos limx→1− f (x) = limx→1 f (x) = f (1) = 0. A expressão limx→1+ f (x)
não está definida.
√ −1 < a < 1 teremos limx→a+ f (x) = limx→a− f (x) = limx→a f (x) = f (a) =
Sendo
− 1 − a2 .
(d) f é contı́nua em todos os pontos do domı́nio, isto é, f é contı́nua em todo a satisfa-
zendo −1 ≤ a ≤ 1.
y
4
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4
−1
−2
−3
−4
Figura 5.15
160 CAPÍTULO 5. CÁLCULO DE LIMITES
(c)
Se a < −1 nenhuma das expressões limx→a+ f (x), limx→a− f (x), limx→a f (x) ou f (a) está
definida.
Se a = −1, teremos limx→−1+ f (x) = limx→−1 f (x) = f (−1) = 0. A expressão limx→−1− f (x)
não está definida.
√
Sendo −1 < a teremos limx→a+ f (x) = limx→a− f (x) = limx→a f (x) = f (a) = a + 1.
(d) f é contı́nua em todos os pontos do domı́nio, isto é, f é contı́nua em todo a satisfa-
zendo −1 ≤ a.
2)
(1)(a)5 (b)1 (c)@ (d)3a − 2
(2)(a)1 (b)5 (c)@ (d)4 − a
(3)(a)5 (b) − 11 (c)@ (d)2a − 5
(4)(a)1 (b) − 3 (c)@
(5)(a)2 (b)2 (c)2
(6)(a)1 (b)1 (c)1
3)
(a) Domı́nio={x ∈ R; x > −2 e x ̸= 2}, (b.1) 4, (b.2) 0., (c.1) sim, (c.2) não.
4)
∪
(a) Domı́nio=]0, 1] [2, ∞[
(b.1) 0 (b.2) 0 (b.3) @
(c.1) não (c.2) sim (c.3) sim
5)
x2 + 2x + 6, se x < −2
−1, se x = −2
(a) (f + g)(x) = −x2 + 2x + 14, se −2 < x < 1
12, se x=1
−x − 2x + 18,
2
se x>1
Domı́nio=R, limx→−2 (f + g)(x) = 6, limx→1 (f + g)(x) = 15. Contı́nua em todos os pontos
do domı́nio, exceto em x = −2 e x = 1.
5.5. RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS 161
(2x + 3)(3 + x2 ), se x < −2
0, se x = −2
(b) (f g)(x) = (2x + 3)(11 − x ),
2
se −2 < x < 1
20, se x=1
(7 − 2x)(11 − x2 ), se x>1
Domı́nio=R, limx→−2 (f g)(x) = −7, limx→1 (f + g)(x) = 50. Contı́nua em todos os pontos
do domı́nio, exceto em x = −2 e x = 1.
2x − x2 , se x < −2
−1, se x = −2
(c) (f − g)(x) = 2x + x − 8, se −2 < x < 1
2
−8, se x = 1
−2x + x − 4, se x > 1
2
Domı́nio=R, limx→−2 (f −g)(x) = −8, limx→1 (f −g)(x) = −5. Contı́nua em todos os pontos
do domı́nio, exceto em x = −2 e x = 1.
(2x + 3)/(3 + x2 ), se x < −2
(2x + 3)/(11 − x2 ), se −2 < x < 1
(d) (f /g)(x) =
1/5, se x = 1
(7 − 2x)/(11 − x2 ), se x > 1
√
Domı́nio=R \ {−2, 11}, limx→−2 (f /g)(x) = −1/7, limx→1 (f /g)(x) = 1/2. Contı́nua em
todos os pontos do domı́nio, exceto em x = 1.
4x2 + 4x + 18, se x < −2
−2, se x = −2
(e) (2f + 4g)(x) = −4x2 + 4x + 50, se −2 < x < 1
44, se x = 1
−4x − 4x + 58, se x > 1
2
Domı́nio=R, limx→−2 (2f + 4g)(x) = 26, limx→1 (2f + 4g)(x) = 50. Contı́nua em todos os
pontos do domı́nio, exceto em x = −2 e x = 1.
6) (a)a = −1 (b)a = −1/3 (c)a = −47/4 (d)a = 1
√
2 2
7)
(a.1)1 (a.2) − 1 (a.3)@
(b.1) − 3 (b.2)3 (b.3)@
(c.1)7/3 (c.2) − 7/3 (c.3)@
(k) limx→0 ( x1 − 1
x2
) = −∞ (l) limx→2+ ( x−2
1
− 3
x2 −4
) = ∞; limx→2− ( x−2
1
− 3
x2 −4
) = −∞
162 CAPÍTULO 5. CÁLCULO DE LIMITES
x→−∞
√ √ √ √ √
√ √ √ √
t+ t+ t t t+ t t t+ t
(l) limt→∞ √ = limt→∞ + = limt→∞ + =
t+1 t+1 t+1 t+1 (t+1)2
√ √ √
t t t
= limt→∞ t+1
+ (t+1)2
+ (t+1)4
=1
(m)−7/4
Capı́tulo 6
f (a + h) − f (a)
f ′ (x0 ) = lim (6.1)
x→0 h
se tal limite existe, isto é, se tal limite é um número real. Diremos, neste caso, que f é
derivável em a.
f (x) − f (a)
f ′ (a) = lim (6.2)
x→a x−a
163
164 CAPÍTULO 6. INTRODUÇÃO ÀS DERIVADAS
Muitas vezes, a derivada pode não existir num certo ponto x0 pertencente ao domı́nio de
uma função f . Vejamos dois exemplos clássicos onde tal situação acontece.
√
Exemplo 6.1.7 Determine a derivada da função f (x) = x em x0 = 0.
Solução 6.1.8 Neste exemplo, utilizaremos a fórmula 6.2 apresentada na observação anterior.
Então, teremos
√ √
′ f (x) − f (0) x− 0 1
f (0) = lim = lim = lim √ = ∞.
x→0 x−0 x→0 x−0 x→0 x
Logo, para esta função, não existe f ′ (0), isto é, f não é derivável em x0 = 0.
Solução 6.1.10
f (0 + h) − f (0) |0 + h| − |0| |h|
f ′ (0) = lim = lim = lim
x→0 h x→0 h x→0 h
{
h se h ≥ 0
Como |h| = , devemos determinar os limites laterais e, portanto, temos
−h se h < 0
f (0 + h) − f (0) |h| h
lim+ = lim+ = lim+ = 1
x→0 h x→0 h x→0 h
e
f (0 + h) − f (0) |h| −h
lim− = lim− = lim− = −1
x→0 h x→0 h x→0 h
Como os limites laterais são diferentes, o limite não existe, isto é, para a função f (x) = |x|
não existe f ′ (0), ou ainda, f não é derivável em x0 = 0.
f(a+h)
f(a+h)-f(a)
α
f(a)
h
a a+h x
Figura 6.1
Logo, a derivada é, simplesmente, o limite destes coeficientes angulares quando h tende a
zero e, daı́, definiremos a reta tangente ao gráfico de uma função no ponto de abscissa a, ou
(a, f (a)), como sendo a reta que passa por (a, f (a)) e tem coeficiente angular dado por
f (a + h) − f (a) f (x) − f (a
m = f ′ (a) = lim = lim .
x→0 h x→a x−a
Logo, é simples ver que a equação da reta tangente ao gráfico de uma função no ponto de
abscissa a ou (a, f (a)) será dada por
y − f (a) = f ′ (a)(x − a)
Solução 6.1.12 A reta procurada deve passar pelo ponto (1, f (1)) que, neste caso, será (1, 1)
e deve ter coeficiente angular dado por f ′ (1) = 2(determinado no exemplo anterior) e, daı́, a
equação da reta tangente será
Observe que, pelo exemplo 6.1.5, a reta tangente ao gráfico de f (x) = x2 no ponto de
abscissa x0 será dada por
y − x20 = 2x0 (x − x0 ).
Exemplo 6.1.13 Determine a equação da reta tangente ao gráfico da função f (x) = x1/2 =
√
x no ponto de abscissa x0 = 3.
166 CAPÍTULO 6. INTRODUÇÃO ÀS DERIVADAS
√
Solução 6.1.14 Enfatizamos que a reta procurada deve passar pelo ponto (3, 3) e ter coefi-
ciente angular f ′ (3). Determinemos f ′ (3). Teremos
√ √ √ √ √ √
f ′ (3) = limx→0 f (3+h)−f (3)
h
= limx→0 3+h− 3
h
= limx→0 3+h− 3 √3+h+√3
h 3+h+ 3
= limx→0 √ h √
h( 3+h+ 3)
=
√ 1 √ 1
√
= limx→0 3+h+ 3
= 2 3
. A equação da tangente será
√ 1 1 3
y− 3 = √ (x − 3) ou, ainda, y = √ x + √ .
2 3 2 3 2 3
Exemplo 6.1.15 Se existir, determine uma reta tangente ao gráfico de f (x) = x3 que seja
paralela à reta de equação y − 6x + 1 = 0
y
4
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4
−1
−2
−3
−4
Figura 6.2
f ′ (x) = 2x. Bem entendido, a função derivada de uma função f será a função f ′ (x) que para
cada x nos fornece a derivada de f no ponto x e, portanto, se quisermos determinar a derivada
num ponto particular x0 basta substituı́-lo na função derivada e tomarmos o resultado. O
domı́nio da função original f e de sua derivada f ′ pode não ser o mesmo, isto é, ao passarmos
à derivada o domı́nio pode diminuir. Derivar uma função f é, simplesmente, determinar sua
função derivada, isto é, f ′ (x).
Como mostrado acima, para esta função não existe f ′ (0) e, portanto, 0 não pertence ao domı́nio
de f ′ , apesar de pertencer ao domı́nio de f . ( Mostre que a derivada de f é realmente a função
acima, isto é, determine f ′ (x) num ponto x qualquer.)
√
Exemplo 6.2.2 Sendo f (x) = x, teremos
1 1
f ′ (x) = √ = x−1/2 .
2 x 2
Note que domı́nio de f é o intervalo [0, ∞[, mas o domı́nio de f ′ é o intervalo ]0, ∞[.
Exemplo 6.2.3 Por um exemplo anterior, sabemos que a derivada de f (x) = x3 é f ′ (x) = 3x2
e, neste caso, o domı́nio de ambas as funções é R.
De maneira geral, poderı́amos mostrar que se f (x) = xn , com n um número natural não
nulo, então
f ′ (x) = nxn−1 .
Exemplo 6.2.6 Determine a equação da reta tangente ao gráfico da função f (x) = x500 no
ponto de abscissa x0 = 20.
Solução 6.2.7 Pela fórmula obtida acima temos que f ′ (x) = 500x499 e, portanto, f ′ (20) =
500.20499 . A equação da reta procurada será
Exemplo 6.2.8 (Derivada da função constante) Seja f uma função constante, isto é,
f (x) = k e determinemos sua derivada.
Logo,
(f (x) ± g(x))′ = f ′ (x) ± g ′ (x)
Solução 6.2.13 f ′ (x) = (x5 )′ − (x4 )′ + (x2 )′ + (1)′ = 5x4 − 4x3 + 2x.
Tal como fizemos acima, poderı́amos mostrar que, sendo k um número real e f uma função,
teremos
(kf (x))′ = kf ′ (x).
6.2. PROPRIEDADES OPERATÓRIAS DA DERIVADA 169
Solução 6.2.15 f ′ (x) = (5x3 )′ − (2x2 )′ + (4)′ = 5(x3 )′ − 2(x2 )′ = 5.3x2 − 2.2x = 15x2 − 4x.
6.2.3 Exercı́cios
1. (a) Use a definição para determinar a derivada da função f (x) = x1/3 em x0 = 4.
(b) Determine a equação da reta tangente ao gráfico de f (x) = x1/3 no ponto de abscissa
4.
3. Sendo {
x se x ≤ 2
f (x) =
2x − 2 x > 2
pede-se:
(a) Determine limx→2 f (x)
(b) f é contı́nua em x = 2? Justifique!
(c) Determine, se existir, a derivada de f em x0 = 2? Justifique!
4. Determine, se existir, a equação de uma reta tangente ao gráfico de f (x) = x5 que seja
paralela à reta y − 5x + 1 = 0.
5. Determine, se existir, a equação de uma reta tangente ao gráfico de f (x) = x4 que seja
perpendicular à reta y − 2x + 1 = 0.
7. Sendo {
2x − 1 se x < 3
f (x) =
8 − x se x ≥ 3
170 CAPÍTULO 6. INTRODUÇÃO ÀS DERIVADAS
pede-se:
(a) Determine limx→3 f (x)
(b) f é contı́nua em x = 3? Justifique!
(c) f é derivável em x = 3? Justifique!
(d) f é derivável em x = 2? Justifique!
(f + g)′ = f ′ + g ′ e (f − g)′ = f ′ − g ′ .
O que dizer sobre a derivada do produto ou quociente, isto é, como determinarmos
( )′
′ f
(f g) ou
g
se conhecemos f ′ e g ′ ?
O teorema abaixo, que admitiremos sem demonstração, nos mostrará como resolver tal
problema.
Em outras palavras,
(f g)′ = f ′ g + f g ′ .
Em outras palavras,
( )′
f f ′g − f g′
= .
g g2
(x2 +1)
Exemplo 6.2.19 Determine a derivada da função f (x) = (3x3 +4x)
.
Solução 6.2.22 Neste caso, temos um quociente onde no numerador temos um produto e,
aplicando a derivada do quociente, teremos
2 +1)(3x3 +4x) [(x2 +1)(3x3 +4x)]′ (x4 +2x)−(x2 +1)(3x3 +4x)(x4 +2x)′
f ′ (x) = ( (x x4 +2x
)′ = (x4 +2x)2
Observe que ainda não derivamos, somente indicamos as derivadas a serem realizadas.
Talvez, neste inı́cio, seja aconselhável agir desta forma visando minimizar as chances de erro.
Do primeiro exemplo acima sabemos que [(x2 + 1)(3x3 + 4x)]′ = 2x(3x3 + 4x) + (x2 + 1)(9x2 + 4)
e, daı́, teremos
[2x(3x3 +4x)+(x2 +1)(9x2 +4)](x4 +2x)−(x2 +1)(3x3 +4x)(4x3 +2)
f ′ (x) = (x4 +2x)2
.
Salvo casos extremamente necessários podemos deixar o resultado tal como en-
contrado.
x−2
Exemplo 6.2.25 Determine a equação da reta tangente ao gráfico da função f (x) = x+2
no
ponto de abscissa x0 = 3.
Solução 6.2.26 Lembramos que a reta tangente ao gráfico de uma função f (x) num ponto
de abscissa x0 será a reta que passa pelo ponto (x0 , f (x0 )) e tem coeficiente angular igual a
f ′ (x0 ). Neste caso, como f (3) = 1/5, a reta tangente procurada deverá passar pelo ponto (3, 51 )
e ter coeficiente angular f ′ (3) = (3+2)
4 4
2 = 25 . Portanto, a reta tangente terá equação
1 4
y− = (x − 3)
5 25
172 CAPÍTULO 6. INTRODUÇÃO ÀS DERIVADAS
1
Exemplo 6.2.28 Determine a derivada da função f (x) = x3
.
Solução 6.2.29 Note que f (x) = x−3 e, usando a observação anterior, teremos
√
Exemplo 6.2.30 Determine a derivada da função f (x) = 5
x.
6.2.5 Exercı́cios
1. Em cada item abaixo determine a derivada da função dada.
(a)y = xπ (b)f (x) = 5xπ+2 (c)y = 53 x15
√
(d)f (x) = 35 x5/3 (e)f (x) = 2x2 x (f )y = 1
√
x x
√ √
(g)y = x−7/8 / x (h)f (x) = x7 − 5x6
3
+ 3x5
5
− x4 + 2x − 3 (i)y = x(x − 1)
2. Determine a equação da reta tangente ao gráfico da função f (x) = (5x − 1)(4 + 3x) no
ponto de abscissa x0 = 0.
x
3. Determine a equação da reta tangente ao gráfico da função f (x) = 2x+3
no ponto de
abscissa x0 = −1.
6.3. DERIVADA DA COMPOSTA DE DUAS FUNÇÕES (REGRA DA CADEIA) 173
√
4. Determine a equação da reta tangente ao gráfico da função f (x) = (3 x + x)(2 − x2 ) no
ponto de abscissa x0 = 1.
Solução 6.3.4 Observe que a função f acima pode ser obtida tomando a função x5 e colocando
no lugar de x a função x−2
x+2
, daı́ teremos que
( )5
x−2 x−2
f (x) = = x5 ◦
x+2 x+2
ou, ainda,
(f ◦ g)′ = (f ′ ◦ g)g ′ ,
isto é,
(f ◦ g)′ (x) = f ′ (g(x)).g ′ (x).
x−2 5
Exemplo 6.3.6 Determine a derivada da função f (x) = ( x+2 ).
Observação 6.3.8 Conhecendo a regra para derivada da função composta, podemos generali-
zar a regra de derivação para potência de uma função. Sendo f uma função derivável e n um
número natural, temos que (f (x))n = xn ◦ f (x) e, portanto, temos
Vale abservar que, com os devidos cuidados, a fórmula ainda é válida para qualquer número
inteiro não nulo ou mesmo números racionais da forma p1 com p um número inteiro.
e, daı́, terı́amos
f ′ (x) = (9x8 ◦ (3x4 + x3 − 2x2 + 1)).(12x3 + 3x2 − 4x) = 9(3x4 + x3 − 2x2 + 1)8 (12x3 + 3x2 − 4x).
√
Exemplo 6.3.11 Considere a função f (x) = x2 − 1.
(a) Determine o domı́nio de f
(b) Determine f ′ (x).
Solução 6.3.12 (a) Para obtermos o domı́nio devemos exigir que x2 − 1 ≥ 0, o que nos leva
a x ≤ −1 ou x ≥ 1.
(b) Temos f (x) = (x2 − 1)1/2 e, através da observação anterior, obtemos
1 x
f ′ (x) = (x2 − 1)−1/2 2x = √ ∀ x < −1 ou x > 1.
2 x2 − 1
6.4. DERIVAÇÃO IMPLÍCITA 175
6.3.3 Exercı́cios
1. Determine a derivada de cada função abaixo.
(a)f (x) = (x4 − 1)5 (b)f (x) = (x5 − 4x2 + 2x − 3)8 (c)f (x) = (3x2 − 1)9/2
√ √ √
(d)f (x) = 1/ x2 + 1 (e)f (x) = 5 x5 − 4x3 + 1 (f )f (x) = x2 x2 + 1
√
(g)f (t) = 1/ t2 − 1 (h)f (u) = (u2 + 1)−10
( t+1 )4
(i)f (t) = (1 − 1/t)5 (j)f (x) = (x2 + 1 4
x2
) (k)f (t) = t−1
Mas, suponhamos que nosso problema agora seja determinar a equação da reta tangente à
curva de equação
2x3 y + 3xy 3 = 5
num certo ponto P (x0 , y0 ) sobre a curva. Como proceder para isolar y visando determinar a
derivada? Neste caso, o mais indicado é usar o procedimento denominado derivação implı́cita.
Este processo consiste em considerar, neste caso, y como uma função de x sem isolá-lo. Vejamos
como fazê-lo.
Tomamos a equação 2x3 y +3xy 3 = 5 e derivamos ambos os lados da igualdade. No segundo
lado da igualdade não temos problema, pois temos uma constante e sua derivada é 0. Já, no
primeiro membro, devemos tomar um certo cuidado, lembrando que estamos admitindo y ser
uma função de x e, portanto, (y n )′ = ny n−1 y ′ para todo n inteiro não nulo ou do tipo n = p1 .
Vejamos:
Exemplo 6.4.1 Determine a equação da reta tangente à curva de equação 2x3 y + 3xy 3 = 5
no ponto P(1,1).
−(6x2 y+3y 3 )
Solução 6.4.2 Usando derivação implı́cita ( feito acima ) encontramos y ′ = 2x3 +9xy 2
e,
substituindo as coordenadas do ponto P, teremos
(6 + 3) 9
y ′ (1, 1) = − =− .
2+9 11
Portanto a reta tangente será
9
y−1=− (x − 1) ou 11y + 9x − 20 = 0.
11
y
4
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4
−1
−2
−3
−4
Figura 6.3
(16x4 + y 4 )′ = 0 ou 64x3 + 4y 3 y ′ = 0
Daı́, temos
−64x3 −16x3
y′ = = .
4y 3 y3
Substituindo as coordenadas do ponto teremos y ′ = −16/8 = −2 e a equação da tangente
será
y − 2 = −2(x − 1) ou y = −2x + 4.
6.4.1 Exercı́cios
1. Determine y ′ usando derivação implı́cita em cada caso abaixo.
√
(a)5x y − 3 = 0 (b)x3 + y 3 = 3 (c)(x + y)2 = x4 + y 4
(d)x3 + y 3 = xy + y 2 (e) x1 − 1
y
=1 (f )x2 + y 2 = 3xy
√
(g)x4 y 3 = 3x2 y + 1 (h)y 3 = x + y (i) x(x − y) − y 2 = 0
√ √ √ √ √
(j) x + y = y + 1 (k)x y + y x − x − y = 0 (l)(y + x)(y + x) = x
√ √ √ √
(m) y + y = 1 + x2 (n)1 + x = xy + x (o)x + y = xy
2
x2
2. Determine a equação da reta tangente à elipse de equação a2
+ yb2 = 1 num ponto (x0 , y0 )
pertencente à curva.
178 CAPÍTULO 6. INTRODUÇÃO ÀS DERIVADAS
y
4
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4
−1
−2
−3
−4
Figura 6.4
x2 y2
3. Determine a equação da reta tangente à hipérbole de equação a2
− b2
= 1 num ponto
(x0 , y0 ) pertencente à curva.
4. Determine a equação da reta tangente à circunferência de centro (1, 0) e raio 2 nos pontos
de abscissa x = 0.
5. Em cada um dos exercı́cios abaixo, determine a equaçao da reta tangente à curva dada
no ponto indicado
2 2
√
(a)3x + 4y + 2 = 0 em (−2,
√ 1) (b)x + y = 9 em (2, 5) √
2 2 2 2
(c)3x = y + 1 em (−1, 2) (d)x + y = 2y em (1/2, (2 + 3)/2)
(e)x2 − xy + y 2 = 7 em (2, −1) (f )x3 + y 3 = xy 2 + 5 em (1, 2)
Solução 6.5.3 f ′ (x) = 4x3 + 4x, f ′′ (x) = 12x2 + 4 e f ′′′ (x) = 24x.
f (x) f ′ (x)
lim = lim ′ .
x→x0 g(x) x→x0 g (x)
Solução 6.5.6 Sendo o limite do tipo 00 e, portanto, podemos utilizar o teorema acima. Tere-
mos
x3 − 8 3x2
lim 2 = lim = 3.
x→2 x − 4 x→2 2x
∞
Solução 6.5.8 Sendo o limite do tipo ∞
teremos
√
h2 + 1 1/2(h2 + 1)−1/2 .2h 1
lim = lim = lim √ = 0.
x→∞ h2 x→∞ 2h x→∞ 2 h2 + 1
Observação 6.5.9 Ressaltamos que o teorema anterior ainda continua válido para limites
laterais!
6.5.3 Exercı́cios
1. Calcule os limites abaixo:
2x3 +x2 −4x+1 x3 +3x2 −x−3
(a) limx→1 x3 −3x2 +5x−3
(b) limx→−1 x3 −x2 +2
2. Calcule os limites:
x3 −3x+2 x4 +4x3 +x2 −12x−12
(a) limx→1 x4 −4x+3
(b) limx→−2 2x3 +7x2 +4x−4
3. Calcule os limites:
2 −a2 xm −1
(a) limx→a xx−a (d) limx→1 xn −1
a2 −x2 xn −an
(b) limx→−a a3 +x3
(e) limx→a x−a
xn −1 xm −am
(c) limx→1 x−1
(f ) limx→a xn −an
4. Calcule os limites:
√ √
x−1 1−2x−x2 −1
(a) limx→1 x−1 (d) limx→0 x
√ √ √
1− 1−x 1+x− 1−x
(b) limx→0 x
(e) limx→0 x
√ √ √
x+3−2 2x− x+1
(c) limx→1 x−1
(f ) limx→1 x−1
(g) 8x−11
√
2 8 x3
(h)7x6 − 10x5 + 3x4 − 4x3 + 2 (i) 3x−1
√
2 x
−2a
(j)2x(6x2 + 5) (k)2aαx + aβ + αb (l) (x−a)2
2
(m) √x(√−a (n) 3x(x2−4x+3
2
x−a)2 −1)2
(o) (aB−Ab)x +2(aC−Ac)+bC−Bc
(Ax2 +Bx+C)2
2) y + 4 = 11x
6.6. RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS 181
3) y − 1
5
= 3(x + 1)
−11
4) y − 4 = 2
(x − 4)
5) y = 3x − 1; (−1, −4)
Seção 6.3.3, página 175
1)
(a)20x3 (x4 − 1)4 (b)8(x5 − 4x2 + 2x − 3)(5x4 − 8x + 2) (c)27x(3x2 − 1)7/2
(5x −12)
(d) √
2 2
−x 3
(e) 3(xx5 −4x 3 +1)2/3 (f ) 3x
√ +2x
x2 +1
(x2 +1)3
4
−t
(g) (t2 −1) 3/2 (h) (u−20u
2 +1)11 (i) 5(t−1)
t6
( )( )
(k) −8(t+1)
3
(j)8 x2 + 1 3
x2
) x− 1
x3 (t−1)5
2) 8x + 27y − 19 = 0
3) y = −2x
4) 2x + y + 5 = 0
Seção 6.4.1, página 177
1)
−x2 x+y−2x3
(a)y ′ = − 18 25x3 (b)y ′ = y2
(c)y ′ = 2y 3 −x−y
y−3x2 y2
(d)y ′ = 3y 2 −x−2y
(e)y ′ = x2
(f )y ′ = 3y−2x
2y−3x
2y(3−2x2 y 2 )
(g)y ′ = 3x(x2 y 2 −1)
(h)y ′ = 1
3y 2 −1
(i)y ′ = x−y√
2(x+2y x)
√ √ √
√
(j)y ′ = (k)y ′ = (l)y ′ =
2 y(1− y) 2 x(1−y)−y−3x
y √ √ √
x+2 xy−2 y x+ x+2y
√ √ √ √ −2x−y
(m)y ′ = (n)y ′ = y(2 x − y − 1)/x (o)y ′ =
2 y(1+2x)
√
1+2 y x+2y
x0 x y0 y
2) a2
+ b2
=1
3) x0 x
a2
− y0 y
b2
=1
√ √
4) x + 3y + 3 = 0 e x − 3y + 3 = 0.
5)
182 CAPÍTULO 6. INTRODUÇÃO ÀS DERIVADAS
√ √
(a)3x + 4y + 2 = 0 (b)2x − 5y − 9 = 0 (c)3x + 2y + 1 = 0
√ √
(d)x + 3y − 2 − 3 = 0 (e)5x − 4y − 14 = 0 (f )x − 8y + 15 = 0
Seção 6.5.3, página 179
1)
(a)2 (b) − 4
5
(c) 21
19
(d)1 (e) 11
2
(f ) 53
2)
(a)1/2 (b) − 1/5 (c)8 (d)7/8
3)
(a)2a (b)2/3a (c)n
(d)m/n (e)nan−1 m
n
am−n
4)
√
(a)1/2 (b)1/2 (c)1/4 (d) − 1 (e)1 (f ) 2/4
5)
(a) − 1
x2
(b) x23 (c) −3.2
x4
(−1)n n!
(d)f (n) (x) = xn+1
; n! = n.(n − 1).(n − 2) . . . 2
Capı́tulo 7
x>0
A’ A
-1 1 x
x’<0
B’
183
184CAPÍTULO 7. FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS, EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS
Como todos os arcos têm origem no ponto A, cada arco ficará determinado por sua ex-
tremidade, mas arcos que diferem por número de voltas completas terão as mesmas extre-
midades. Por exemplo, os arcos 0, 2π, −4π todos possuem extremidade no ponto A. Já os
arcos π/2, −3π/2, 6π + π/2 possuem o ponto B como extremidade. Arcos que diferem por
um número completo de voltas serão ditos arcos côngruos, isto é, dois arcos x e y são ditos
côngruos se existe um número inteiro k tal que
x − y = 2kπ.
Nestas notas estaremos particulamente interessados nos arcos de primeira volta, isto é, arcos
x tais que
0 ≤ x ≤ 2π.
Tal como no plano cartesiano, muitas vezes, nos referiremos a um arco como arco do primeiro,
segundo, terceiro ou quarto quadrante conforme o quadrante onde sua extremidade esteja.
Exemplo 7.1.1 Os arcos π/3, π/4, π/6 são arcos do primeiro quadrante. Já o arco 2π/3 é um
arco do segundo quadrante, já que π/2 < 2π/3 < 3π/2. O arco x = 1 é um arco do primeiro
quadrante, pois sendo π > 3, teremos π/3 > 1 > 0.
cos(x) sen(x)
B B
- +
+ +
A’ A A’ A
-1 1 x -1 1 x
- + - -
B’ B’
7.1. FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS 185
B (π/2)
x
sen(x)
(π) A’ A (2π)
-1 cos(x) 1 x
(3π/2) B’
f(x)=cos(x) 3 f(x)=sen(x) 3
2 2
1 1
−π π/2 π −π π/2 π
−π/2 x −π/2 x
−1 −1
−2 −2
−3 −3
−4 −4
186CAPÍTULO 7. FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS, EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS
Observação 7.1.2 É simples observar pelas figuras anteriores que se x < y são arcos do pri-
meiro quadrante, então temos sen x < sen y e cos x > cos y, isto é, ao maior arco corresponde
o maior seno e ao menor arco corresponde o maior cosseno.
Tal como mencionado no inı́cio, estamos fazendo uma breve revisão destas funções visando,
simplesmente, introduzirmos suas derivadas. Iniciaremos admitindo o teorema abaixo.
Teorema 7.1.4 As funções seno e cosseno são funções contı́nuas, isto é,
Além disso, se f é uma função tal que limx→x0 f (x) = l, então, temos
lim sen(f (x)) = sen ( lim f (x)) e lim cos(f (x)) = cos ( lim f (x)).
x→x0 x→x0 x→x0 x→x0
Solução 7.1.10 Note que, temos, f (x) = sen(3x) = sen(x) ◦ 3x. Logo, usando a regra da
cadeia, teremos
f ′ (x) = [(sen(x))′ ◦ 3x].(3x)′ = (cos(x) ◦ 3x).3 = 3cos(3x).
Solução 7.1.12 Temos f (x) = cos(x) ◦ x2 e, novamente, usando a regra da cadeia teremos
f ′ (x) = (−sen(x) ◦ x2 ).2x = −2xcos(x2 ).
Observação 7.1.13 Tal como fizemos nos exemplos acima, sendo f uma função derivável,
teremos
(sen f (x))′ = (sen x ◦ f (x))′ = (cos x ◦ f (x)).f ′ (x) = f ′ (x)cos f (x)
e
(cos f (x))′ = (cos x ◦ f (x))′ = (−sen x ◦ f (x)).f ′ (x) = −f ′ (x)sen f (x).
Logo, temos,
(sen f (x))′ = f ′ (x)cos f (x) e (cos f (x))′ = −f ′ (x)sen f (x).
Solução 7.1.17 Temos o caso 00 , já que limx→0 1 − cos(x) = 0 e limx→0 x = 0 e, sendo assim,
podemos usar a regra de L’Hospital, isto é, temos
1 − cos(x) −(−sen(x))
lim = lim = lim sen(x) = 0.
x→0 x x→0 1 x→0
188CAPÍTULO 7. FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS, EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS
Observação 7.1.18 Lembramos que, sendo x um arco tal que x ̸= kπ ± π/2(nestes arcos o
cosseno é zero!), definimos a tangente de x como
sen x
tg x = tg(x) = tan x = .
cos x
Note que para derivarmos tal função basta usarmos a regra do quaociente!.
7.1.3 Exercı́cios
sen ax tg 2x tg ax
(d) limx→0 sen bx
(e) limx→0 3x
(f ) limx→0 bx
6. Calcule os limites.
7.2. FUNÇÕES EXPONENCIAL E LOGARÍTMO NATURAL 189
1 1
lim (1 + x) x e lim (1 + )x
x→0 x→∞ x
existem e são iguais a um número irracional e cuja aproximação com as cinco primeiras casas
decimais é dada por
e ≈ 2, 71828.
Em outras palavras, temos
1
lim (1 + x) x = e
x→0
e
1
lim (1 + )x = e.
x→∞ x
1 3
Solução 7.2.2 Fazemos a mudança de variável, w
= x
, isto é, x = 3w. Note que quando
x → ∞ temos w → ∞. Logo, temos
3 1 1
lim (1 + )x = lim (1 + )3w = ( lim (1 + )w )3 = e3 .
x→∞ x w→∞ w w→∞ w
Definição 7.2.3 Definimos a função exponencial como a função exp : R → R+ dada por
exp(x) = ex .
eln x = x.
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4
−2
−1
−3
−2
−4
Exemplo 7.2.5 Determine o domı́nio das funções: (a)f (x) = ln (x2 − 1) e (b)g(x) = √ 1
ex+1
Solução 7.2.6 (a) Observe que, sendo f (x) = ln (x2 − 1), devemos ter x2 − 1 >∪0 ou, ainda,
x < −1 ou x > 1. Logo, domı́nio de f = {x ∈ R; x < −1 ou x > 1} =] − ∞, −1[ ]1, ∞[.
(b)Como ex+1 > 0 independente de x, o domı́nio de g será todo o conjunto dos números
reais.
Teorema 7.2.8 (1) As funções ln x e ex são funções contı́nuas em todos os pontos de seu
domı́nio, isto é,
lim ln x = ln x0 e lim ex = ex0 .
x→x0 x→x0
7.2. FUNÇÕES EXPONENCIAL E LOGARÍTMO NATURAL 191
( 1 )x
Exemplo 7.2.9 limx→3 e
= limx→3 (e−1 )x = limx→3 e−x = e−3 .
(b) f (x) = ex ◦ (x3 + 2x) e daı́ f ′ (x) = (ex ◦ (x3 + 2x)).(3x2 + 2) = (3x2 + 2)ex
3 +2x
.
Observação 7.2.13 Tal como fizemos nos exemplos anteriores, podemos usar a regra da ca-
deia para derivarmos funções do tipo ef (x) e ln (f (x)). Teremos
(ef (x) )′ = (ex ◦ f (x))′ = (ex ◦ f (x))f ′ (x) = f ′ (x)ef (x)
f ′ (x)
(ln f (x))′ = (ln x ◦ f (x))′ = ( x1 ◦ f (x))f ′ (x) = f (x)
, ou seja, se f é uma função derivável e
as funções a seguir estão bem definidas, teremos
f ′ (x)
(ln f (x))′ = e (ef (x) )′ = f ′ (x).ef (x) .
f (x)
7.2.2 Exercı́cios
1. Calcule os limites abaixo.
ln x ex +1 ln x
(d) limx→1− x−1
(e) limx→0 x
(f ) limx→0+ ex
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4
−1
−2
−3
−4
2)
1.5cos 5x 2. − 3sen x 3.cos x + sen x
3)
(a)y ′ = cos x; y ′′ = −y; y ′′′ = −y ′ ; y (4) = y (b)y ′ = −sen x; y ′′ = −y; y ′′′ = −y ′ ; y (4) = y
(c)y ′ = 3cos 3x; y ′′ = −9y; y ′′′ = −9y ′ ; y (4) = 81y (d)y ′ = −3sen (3t − 1); y ′′ = −9y; y ′′′ = −9y ′ ; y (4)
4)
cos (x−y) −1
(a) 1+cos (x−y)
(b) 1+sen y
5)
(a)3/2 (b)2 (c)a/b (d)a/b (e)2/3 (f )a/b (g)0 (h)2 (i)1/2
194CAPÍTULO 7. FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS, EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS
6)
√ √ √
(a) − 2
2
(b)1 (c)5/2 (d)cos a (e) − sen a (f )0 (g) − 3
3
(h) π2 (i) 2
3. y − 2 ln 2 = (1 + ln 2(x − 2)
2 −p2
6. (a)1/n (b)0, se 1/n > 1/m e ∞ se 1/n < 1/m (c)2 (d) q 2
(e)p − q (f )1 (g) − π (h)@ (i)n2 n−1
Referências Bibliográficas
[1] Ávila, G. S. S., Cálculo das Funções de uma Variável, vol 1, Editora LTC, Rio de Janeiro,
2003
[2] Hoffmann, L. D. e Bradley, Gerald. L., Cálculo: Um Curso Moderno e Suas Aplicações,
Editora LTC, Rio de Janeiro, 2008
[3] Larson, R. e Edwards, B. H., Cálculo com Aplicações, Editora LTC, Rio de Janeiro, 2005
[4] Neto, A. A e outros, Noçoes de Matemática, vol 1 e 6, Editora Moderna, São Paulo, 1979
195