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Inspeção flagra alagamento de lama vermelha com alumínio na sede da Hydro Cred | Foto: Instituto Evandro Chagas
'Não dá para culpar militares se intervenção no Rio der errado', diz ministra do
Superior Tribunal Militar
Segundo o especialista, "a população usa estas águas para recreação, consumo e
captura de peixes", o que poderia levar a contaminação também para o solo e o
organismo dos moradores. Resultados de testes feitos no cabelo e pele dos vizinhos à
barragem devem ser divulgados nas próximas semanas.
Após ser informada sobre o laudo oficial, entretanto, a empresa norueguesa disse, em
nota enviada à BBC Brasil, que "tem o compromisso de corrigir qualquer problema que
possa ter sido causado pela sua operação".
Moradores se reuniram em audiencia pública nesta sexta-feira para discutir contaminação na região | Foto:
Divulgação
Questionada sobre a tubulação clandestina apontada pelo laudo e sobre a nota em que
negava o vazamento, a empresa disse que aguarda receber o laudo oficial para comentá-
lo.
Barcarena x Mariana
Nesta sexta, o Ministério Público Federal e do estado do Pará enviaram à empresa um
documento que solicita que uma das bacias da empresa seja imediatamente embargada.
Segundo os órgãos, há risco de rompimento da bacia, o que despertou temor por uma
tragédia semelhante à de Mariana (MG), em 2015, quando um mar de lama cobriu
municípios e se espalhou pelo rio Doce até chegar ao oceano.
"Uma das bacias sequer tinha licença para operar. Estamos recomendando desde o
fornecimento de água, uma vez que o Evandro Chagas constatou que essa água não é
própria para o consumo", afirmou a promotora de justiça agrária Eliane Moreira, em
entrevista coletiva.
Igarapé do Dendê coberto por lama vermelha as margens de comunidades | Foto: Divulgação
Para Jardim, que integra o Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à
Mineração, que reúne 110 organizações ligadas ao tema, o risco de inundação em
Mariana era maior graças ao relevo mineiro.
"Em Mariana, a barragem é muito mais alta do ponto de vista de relevo, em relação à
declividade da Amazônia, onde há uma planície fluvial. Então a força do rompimento,
caso ele ocorra, será menor. O que é central no caso de Barcarena é o potencial mais
alto de contaminação dos rejeitos", avalia.
Segundo o Ibama, a empresa não pagou até hoje multas estipuladas em R$ 17 milhões,
após outro transbordamento de lama tóxica, em 2009. Ainda de acordo com o instituto, o
vazamento na época colocou a população local em risco e gerou "mortandade de peixes
e destruição significativa da biodiversidade".
Peritos flagraram enxurrada de lama contaminada escorrendo da sede da empresa norueguesa em Barcarena |
Foto: Instituto Evandro Chagas
"Primeiro eles negaram. Depois do laudo, dizem que teve vazamento. Eles prometeram
agora que vão começar a distribuir água mineral potável e comida. Isso não é suficiente
pra gente. A gente não quer migalha. A gente quer essa situação resolvida", afirmou.
A moradora prossegue, dizendo que "tem pessoas com coceiras pelo corpo e gente
ficando doente" na comunidade.
Não há confirmação oficial sobre contaminação de moradores da região afetada até que
os testes feitos por peritos sejam divulgados. O laudo recém-divulgado pelo Instituto
Evandro Chagas aponta que a concentração de elementos como alumínio, chumbo, sódio
e nitrato e alumínio nos rios da região extrapolaram os limites estipulados pelo Ministério
da Saúde.
Graças a uma rede de abastecimento de água que atende a apenas 40% da população
local, os rios e poços artesianos são a principal fonte de água na região da pequena
Barcarena - que viu sua população crescer em ritmo três vezes mais rápido que o do
resto do país nos últimos 40 anos graças aos empregos gerados por mineradoras que se
instalaram na região.
Duto clandestino encontrado por pesquisadores despeja material tóxico em nascentes | Foto: Instituto Evandro
Chagas
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